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MARKETING NA
INTERNET
Hoje em dia muito mais gente fecha compras a partir de pesquisas no
Google ou de discussões nas redes sociais do que a partir de ligações telefônicas
não-solicitadas e e-mails inoportunos que recebemos o tempo todo. Eu, você e
todo mundo estamos tomando decisões de compra na internet. O marketing na
internet é muito mais eficiente porque a partir de nossos dados de navegação é
possível mostrar anúncios que tenham a ver com nossos interesses. Mas, mesmo
assim, a plataforma onde as empresas mais investem em marketing no Brasil não
é a internet, mas a televisão.
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O Google e o Facebook permitem que você mensure muito bem os
resultados de cada campanha reproduzida em suas plataformas. Assim,
você consegue otimizar sua verba, aumentando a exposição das campanhas
vencedoras e pausando as perdedoras. É por isso que nos EUA já vai muito mais
dinheiro para a publicidade na internet do que para a TV.
Inbound marketing
Com todos esses benefícios, fica difícil entender por que grandes empresas
ainda preferem a TV. Pior: ninguém gosta dessas ligações não-solicitadas ou um
bombardeio de e-mails de empresas te oferecendo produtos e, mesmo assim, as
empresas gastam bastante dinheiro com isso. O mercado chama de “outbound
marketing” esse tipo de abordagem de ficar fazendo o tempo todo ofertas não-
solicitadas a clientes que não te conhecem. No passado, essas abordagens ainda
faziam sentido, pois não havia outra opção.
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Há várias formas de você produzir conteúdo na internet e começar a ser
encontrado: a forma que as empresas mais investem é criar um site e publicar
conteúdo para tentar aparecer nos primeiros resultados da busca do Google.
Você também pode produzir vídeos para alimentar um canal de YouTube ou, se
você vende para o público mais jovem, talvez sua plataforma ideal seja o TikTok.
Não importa qual seja sua escolha, tenha em mente que o mais importante é que
seu conteúdo apareça no resultado da busca quando alguém quiser saber mais
sobre o assunto em que você é especialista.
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Por último o Google criou um critério que é muito difícil de ser manipulado:
começou a levar em consideração quanta gente estava publicando o link
de seu conteúdo em outros sites, enviando seu link por e-mail aos amigos,
compartilhando seu conteúdo nas redes sociais... O Google foi o primeiro
a considerar critérios de validação social para definir qual texto realmente
respondia às dúvidas buscadas pelas pessoas.
Obtendo audiência
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E dessas mais de 17 milhões de visitas mensais, quase 38% vieram de
buscadores, principalmente do Google:
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Olhe esse exemplo completo aqui porque ele é muito elucidador. O
InfoMoney criou essa página em que explica todo o funcionamento de uma
exchange de criptomoedas:
Além disso, sempre que o InfoMoney publica outras matérias que falam
sobre exchanges, inclui um hiperlink para essa página. Veja o exemplo abaixo:
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O assunto do texto é a criptomoeda Ethereum, mas em determinado
momento o termo “exchange de criptomoedas” é tangenciado. Repare que há um
hiperlink no termo, que conduz o leitor para aquela página inicial que explica as
exchanges em todos os detalhes.
O mais interessante é que você pode fazer uma programação no seu site
para que esse hiperlink seja publicado automaticamente em todos os textos em
que apareça o termo “exchange de criptomoedas”, sem a necessidade de que um
jornalista se lembre da necessidade de incluir esse hiperlink, de forma manual,
no momento da publicação do texto. Então provavelmente esse hiperlink deve
aparecer centenas ou até milhares de vezes nas páginas do InfoMoney. Mas isso
funciona? Veja o que acontece quando alguém busca no Google por “exchange
de criptomoedas”:
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O texto do InfoMoney aparece em primeiro lugar na busca! Enquanto
muitas notícias que os jornalistas do InfoMoney escrevem têm um prazo de
validade de algumas horas e depois nunca mais serão lidas, esse texto vai gerar
uma audiência recorrente para o InfoMoney enquanto estiver no topo do Google!
Para você ter uma ideia do peso disso, menos de 40% da audiência diária do
InfoMoney vêm de textos que foram publicados no mesmo dia. Mesmo sendo um
site de notícias com atualização diária, o grosso da audiência vem de textos mais
antigos.
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Depois de preencher seu e-mail você será direcionado à aula, e, no final da
aula, será convidado a abrir sua conta na XP para negociar criptomoedas lá:
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Então vamos recapitular:
Mesmo que a pessoa esteja sem tempo para assistir ao vídeo naquele
momento, o InfoMoney já tem seu e-mail. Agora, veja o que começa a aparecer
na caixa de e-mail de quem se cadastra para ver a aula gratuita: mensagens
sobre “a oportunidade de investimentos de uma geração”, promessas de “ouro
digital” e aquilo tudo que você já deve ter visto por aí:
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Você percebeu aqui como funciona um funil completo de conversão? Tudo
começa com você interessado em exchanges de criptomoedas. De prospect
você vira lead ao entregar seu e-mail para ver a aula gratuita. Depois que você
vira lead do InfoMoney, será incentivado a se tornar cliente da XP de diversas
formas. Tudo isso em um processo totalmente automatizado, sem a necessidade
de gastar com atendentes. Depois que todo esse funil está montado, começa a
pingar leads todos os dias no InfoMoney. E todos os dias pessoas abrem conta
na XP por causa desse funil. Uma vez que esteja tudo montado e automatizado, o
custo para que pessoas sigam abrindo contas na XP é marginal.
Agora, vamos observar matematicamente o valor que isso tem: para que o
anúncio de uma empresa apareça no topo dos resultados da busca no Google
Ads, ela tem que pagar para o Google e o valor a ser pago depende da palavra-
chave. Mas para aparecer em destaque em buscas pelo termo “exchange de
criptomoedas”, o Google cobra entre R$ 2,17 e R$ 14,32 por clique no link da
empresa. Se, ao colocar seu anúncio no Google Ads, a empresa consegue 10 mil
cliques por mês, ela terá de pagar algo entre R$ 21.700 e R$ 143.200 ao Google
mensalmente. Ou seja: em um ano, o “aluguel” desse espaço para aparecer em
primeiro na busca por “exchange de criptomoedas” vai custar entre R$ 260.400 e
R$ 1.780.000.
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Entendeu como criar uma máquina de geração de leads e vendas?
Entendeu por que a XP comprou o InfoMoney? E o BTG comprou a Exame.com?
E a Empiricus abriu o SeuDinheiro.com e comprou o Money Times? O setor
financeiro inteiro investe em marketing de conteúdo porque isso gera negócios.
Produzindo conteúdo
É importante ressaltar que, em marketing de conteúdo, nada acontece
do dia para a noite. Você vai escrever seus três primeiros posts num blog e não
vai pingar nenhum cliente. Aí talvez você pense: “será que minha estratégia de
inbound marketing está toda errada?” É como perder peso: você põe na cabeça
que quer perder 20 kg. Aí vai 3 vezes na academia e percebe que só perdeu
20 gramas. Com base nesse resultado de curto prazo, talvez você chegue à
conclusão que vai precisar malhar uma década para perder 20 kg. E você desiste.
Vai acontecer a mesma coisa com você no “inbound marketing”. Talvez você
precise de algumas semanas ou meses para começar a sentir os resultados.
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No entanto, não é uma tarefa para todos. CEOs, por exemplo, são ocupados
e têm muita coisa concorrendo pelo tempo deles. Eles até podem priorizar o
blog por uma semana, mas logo vão desistir porque não verão resultado palpável
imediato. O que sempre aconselho é que os principais executivos não devem
chamar para si essa tarefa de alimentar um blog ou criar um perfil nas redes
sociais. Não é o diretor de marketing que deve cuidar disso. Se você trabalha em
uma empresa com mais de 10 funcionários e você ocupa um cargo de direção,
pense em criar um processo de criação de conteúdo.
É claro que uma parte do conteúdo das pessoas mais influentes das redes
sociais vêm deles próprios, mas normalmente há um time de produção de
conteúdo. No exemplo do emagrecimento, você não pode contratar alguém que
vai malhar e perder peso para você, mas no “inbound” isso é totalmente possível!
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Quando você quiser transformar essa audiência em leads, peça para o
jornalista produzir um ebook explicando para a audiência como você pode
resolver uma dor dela. Ou então faça um webinar ou uma série de aulas gratuitas
exclusiva para quem se cadastrar em seu funil. Você terá sua máquina de leads
em funcionamento! Esse processo funciona muito bem porque você coloca todo
o poder cerebral de sua empresa dentro de um grupo de WhatsApp para extrair
conteúdo para seus canais digitais. À medida que um canal vai crescendo, a
diretoria vai percebendo claramente os benefícios da estratégia e todo mundo vai
se engajando em produzir conteúdo cada vez melhor.
Essa combinação de boa gestão com bom marketing fez com que esse
fundo, que em janeiro de 2020 tinha só 5 mil cotistas e R$ 80 milhões de
patrimônio, fechasse o ano passado com mais de 46 mil cotistas e quase R$ 1
bilhão em patrimônio. Ao mesmo tempo, esse fundo que até então mal gerava
receitas, produziu um faturamento de cerca de R$ 30 milhões para a gestora em
2021, entre taxas de administração e performance, além dos outros fundos da
casa que também tiveram uma grande captação de novos recursos e geraram
receita muito superior à dos anos anteriores.
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Aqui no Grupo Primo a gente também vivencia diariamente esse desafio
de criar uma audiência engajada para depois transformar esse pessoal em leads
e clientes. A gente produz diversos podcasts que são líderes de audiência nos
segmentos de Negócios e Finanças: Primocast, Os Sócios, O Conselho, Os
Economistas... A gente não cobrar nada de quem quer escutar nossos podcasts,
mas usa esses programas para divulgar nossos produtos. Para divulgar que
estávamos lançando um fundo de previdência, por exemplo, incluímos nos
podcasts sobre investimentos um QR Code com a frase “vamos investir juntos?”.
A pessoa que escaneia esse QR Code é levada diretamente para a página
com todas as informações sobre nosso fundo. Para alcançar aqueles que estão
assistindo pelo celular e não podem escanear o QR Code, é colocado esse
mesmo link na descrição do vídeo no YouTube ou no Spotify. No Instagram, pode-
se fazer ofertas de produtos nos stories para ser menos intrusivo ou usar o feed
se for algo mais importante, como a contagem regressiva de 20 dias antes da
abertura do fundo ao público.
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Entregando o conteúdo correto
As redes sociais são ótimas ferramentas para educar as pessoas. O Grupo
Primo mostra quais são os principais problemas dos investidores e como um
especialista costuma solucionar esse problema que a pessoa tem. Até que as
próprias pessoas queiram nos dar seu e-mail para serem avisadas quando a
gente criar mais conteúdo sobre o assunto ou quando a gente tiver algo especial
para divulgar. O erro mais comum nessa primeira etapa do processo – que é
atrair audiência que depois poderá ser transformada em cliente - é não entregar
conteúdo que converse com seu produto.
Por exemplo, imagine que você começou a trabalhar suas redes sociais ou
criou um site. E por acaso você percebe que conteúdo de política engaja. Então
você resolve entrar nessa guerra sem fim entre direita e esquerda achando que
milhares ou talvez até milhões de pessoas que pensam como você vão começar
a te seguir e depois você vai monetizar essa audiência gigante. Pode parecer
fazer sentido à primeira vista porque esse tipo de conteúdo realmente traz muita
audiência – muitas pessoas são apaixonadas por política. Mas se seu produto
não tem nada a ver com política, geralmente isso não vai dar certo, pois você
vai trazer um público que não tem nenhum interesse em seu produto e sua taxa
de conversão de audiência em clientes vai cair para perto de zero. É como criar
um canal com vídeos e músicas para crianças e depois começar a tentar vender
investimentos para elas. Não faz sentido. Faça conteúdo que vai agradar em
cheio quem tem o perfil ideal de cliente para sua empresa. Esse é o melhor jeito
de você divulgar seu trabalho.
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Mas e para vender, a internet também é a melhor solução? A única resposta
honesta é: DEPENDE! Alguns produtos exigem que o comprador converse
antes com o vendedor. Um processo de vendas 100% digital não tem vendedor
envolvido. Não é comum comprar uma casa ou um carro pela internet, pois o
comprador deseja ver pessoalmente quando o produto. Ao comprar ao algo caro,
você quer antes se inteirar sobre todos os detalhes. E, ainda, esgotar todas as
dúvidas antes de fechar negócio. Há muitas outras situações em que o vendedor
será figura imprescindível no processo, como na compra de produtos com muitas
especificações técnicas ou produtos que você gostar de experimentar antes de
comprar.
Mas tem também casos em que a transação pode ser fechada pela internet
sem a presença de um vendedor tranquilamente. Se todas as semanas eu
compro Coca-Cola em lata ou sabão em pó Omo por algum mercado do iFood,
eu não vou precisar da ajuda de ninguém para comprar na próxima vez.
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O Flávio costuma dizer que muitas vezes o empresário se sente tranquilo
porque só vendendo pela internet já conseguiu um faturamento alto. O
empresário muitas vezes não percebe que ele poderia estar vendendo 12 vezes
se tomasse essa decisão de ter frentes comerciais em diferentes canais. Então,
o empresário que só vende pela internet provavelmente está deixando muito
dinheiro na mesa.
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Se o vendedor tem uma esteira de produtos com várias soluções para
todos os bolsos, conversando com o cliente ele pode perceber que a venda mais
adequada para ele seria outro produto que não aquele que havia imaginado
inicialmente. No final o comprador pode decidir por um produto que inicialmente
o vendedor nem estava pensando em oferecer. Na internet você não tem esse
feedback e não consegue ter essa flexibilidade para oferecer o produto que mais
resolve o problema específico do cliente.
Por último, ao longo de uma conversa com o cliente você também vai
sentindo se ele já está pronto para consumir seu produto. Toda venda tem seu
tempo certo, pois alguns clientes ainda não estão prontos para entender sua
solução. Tem cliente que tem um problema, mas nem sabe que tem um problema.
Tem cliente que tem um problema, mas ainda não julga esse problema grave o
suficiente para que ele vá em busca de uma solução.
Se o cliente nem sabe que tem um problema, você precisa primeiro mostrar
isso a ele. Se o cliente ainda não percebeu como um problema está afetando
seus resultados, você precisa mostrar isso a ele primeiramente. Se o cliente já
sabe que tem um problema e entendeu que precisa resolver isso para parar de
se prejudicar, aí ele está pronto para ouvir uma proposta de venda. E cara a cara
com o cliente é muito mais fácil de perceber qual é o momento dele.
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Mas e se eu ligar para a pessoa e ela me disser que precisa de uma solução
gratuita porque não tem dinheiro? Bom, nesse caso você agradece e parte para
próxima tentativa. Primeiro entenda o que seu cliente precisa e pode pagar.
Depois ofereça o que faz sentido para ele. Se ele não puder pagar nada, procure
quem pode. Como diz o Caio Carneiro, “não tente vender uma Ferrari para um
estudante”.
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CONCLUSÃO
Vender é um processo de educação. O cliente vai entendendo mais a
fundo seu problema e vai analisando as possíveis soluções, até que ele chega à
conclusão que você ou seu produto podem resolver o negócio. Isso tem tanto
a ver com educação que o mundo da publicidade até criou o termo “aducation”,
que é a mistura de “ad”, ou anúncio em inglês, com “education”, que é educação.
Ou seja, sua campanha de marketing ou seu conteúdo servem para educar o
cliente e a preparar ele para chegar à melhor solução. Eu aposto que sua taxa de
conversão vai aumentar quando você adicionar esse conceito de “aducation” ao
seu processo de vendas.
Boas vendas!
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MBA EM VENDAS,
MARKETING E GERAÇÃO DE
VALOR COM FLÁVIO AUGUSTO
Na segunda-feira (dia 14/11) vamos lançar o MBA em Vendas,
Marketing e Geração de Valor com Flávio Augusto. Essa é a única
pós-graduação em que você terá acesso às técnicas e estratégias
de venda do próprio Flávio Augusto e de alguns dos maiores
especialistas do Brasil e do mundo.
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