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BÍBLIA INTERGALÁTICA DA PALHETADA ALTERNADA

SUMÁRIO
I - A TÉCNICA
I.I - Tipos de movimento de palhetada .......................................................................... 05
I.II - Cruzamento de cordas .................................................................................................. 05
II - PADRÕES
II.I - Transformando exercícios diatônicos em padrões ....................................... 08
II.II - Exemplos com padrões com escalas exóticas ................................................ 09
III - ARPEJOS
III.I - Cruzamentos de corda ................................................................................................ 12
III.II - Exercícios com tríades ............................................................................................... 12
III - DICAS DE ESTUDOS
IV.I - A importância do metrônomo ................................................................................. 14
IV.II - Exercício para desenvolvimento de divisão musical ................................ 14
IV.III - Tocando juntamente com uma banda ............................................................ 14
IV.IV - A importância da aplicação e estudo nas 12 tonalidades .................... 15
BÍBLIA INTERGALÁTICA DA PALHETADA ALTERNADA

Thiago Oliveira é bacharel em violão pela Universidade federal de Uberlândia (UFU) e mestre
em Musicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi guitarrista e parceiro de composição
do falecido vocalista Warrel Dane (Sanctuary, ex-Nevermore) com quem lançou o álbum solo do
cantor, Shadow Work, lançado mundialmente pela gravadora Century Media da Alemanha.

Toca nas bandas Seventh Seal, Confessori, ao lado do baterista do Angra e Shaman além de ter
tocado nos musicais ‘Evita’ (2011 com Daniel Boaventura) e ‘Cabaret’ (2011 –2013 com Claudia
Raia) e mais atualmente tocou com o Viper como músico convidado na Live Especial da Kiss FM.

É artista das marcas Solar Guitars, Spectraflex Cables, La Bella Strings, Rafive Picks, Custom Craft
Luthieria e Mercuriall Audio.

Atualmente ele atua como sideman, professor, compositor de trilha sonora para cinema e
produtor musical, ministrando cursos presenciais e online, onde ele coloca a disposição de seus
alunos os seus 24 anos de vida profissional.
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I - A TÉCNICA
I.I - Tipos de movimento de palhetada
Não há um consenso com relação ao que seria a
técnica mais eficaz para a palhetada alternada ao
observarmos que diversos músicos considerados
referência nessa prática possuem abordagens
físicas completamente distintas com relação ao
movimento da mão direita. Para exemplificarmos
a situação, John Petrucci (Dream Theater) e Steve
Morse tiram toda a energia para a técnica do
movimento do braço. Enquanto isso, Zakk Wylde e
Synister Gates (avenged Sevenfold) utilizam o pulso
para o movimento. Outros exemplos podem ser
observados com John Maclaughlin e Pat Metheny
que utilizam um movimento circular com o pulso
para palhetar enquanto Michael Angelo Batio
ancora a sua mão direita em uma posição elevada
sobre as cordas da guitarra. Também podemos
observar o caso de Edu Ardanuy que utiliza os
dedos para palhetar.

Isso nos leva a concluir que não existe uma técnica


correta ou mais eficiente, visto que em todos os
casos temos músicos com uma ótima técnica, mas
que a alcançaram de modos distintos.

I.II - Cruzamento de cordas (padrões de 3 notas por corda e 2 notas por corda)
Em um padrão de palhetada em que se cruza as cordas, existem dois tipos de situação: Inside Picking
(por “dentro das cordas”) e outside picking (por fora). O movimento inside é considerado mais
desafiador, pois não há um bom aproveitamento de movimento para o cruzamento. Nesse contexto,
consideramos o movimento outside mais favorável para a troca. Isso nos leva a concluir que não existe
uma técnica correta ou mais eficiente, visto que em todos os casos temos músicos com uma ótima
técnica, mas que a alcançaram de modos distintos.

Isso acarreta que em padrões com duas notas por cordas ascendentes, iniciaremos com a palhetada
para baixo enquanto nos descendentes, iniciaremos com a palhetada para cima.

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Em padrões de três notas por corda, por conta do número ímpar de notas
por corda, o sentido das palhetadas sofrerá mudanças em cada corda.

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II - PADRÕES
II.I - Transformando exercícios diatônicos em padrões
Agora é hora de transformar os exercícios diatônicos e fragmentos de escala que vimos anteriormente
em padrões que vamos utilizar em nossos solos e improvisos. É importante que se conheça bem as
notas do braço, notas da escala e desenhos para formar padrões, porque, sem essa informação é muito
difícil conseguir um resultado satisfatório dessa técnica.

O segundo passo é permitir que se consiga transformar um padrão em sequência. No primeiro


exemplo, o fragmento em semicolcheias é transformado em um padrão que caminha por toda a
primeira corda utilizando a escala de lá menor.

No segundo exemplo, o exercício em sextinas é sequenciado novamente por todo o braço de maneira
horizontal, isto é percorrendo por toda a sua extensão no sentido das cordas.

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II.II - Exemplos com Padrões com escalas exóticas
(Dom Dim, Tons Inteiros, Menor Melódica)

Uma prática interessante para o estudo, é otimizar o tempo que se dispõe. Uma dica é mesclar dois
assuntos diferentes, neste caso é a sugestão de unir o estudo da técnica de palhetada alternada com o
estudo das diferentes escalas.

A seguir alguns exemplos de padrões estudados neste capítulo juntamente com a prática de escalas
exóticas. No primeiro exemplo executaremos um exercício em terças sobre uma escala Dominante
Diminuta (Dom Dim):

No exemplo a seguir utilizaremos uma escala em tons inteiros sobre um padrão de palhetada
alternada muito utilizado pelo guitarrista Paul Gilbert.

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Normalmente em guitarra rock, o estudo da escala menor harmônica se tornou tradição devido à
influência do trabalho do guitarrista Yngwe J Malmsteen. O mesmo trabalho pode ser feito sobre a
escala menor melódica como veremos no exemplo a seguir.

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III - ARPEJOS
III.I - Cruzamentos de corda
Um dos grandes desafios para a execução de arpejos com palhetada alternada, é o que se chama de
cruzamento de corda, e que ocorre praticamente todo o tempo na execução de arpejos, visto que o
sentido da palhetada muda a cada corda gerando desafios técnicos constantemente.

III.II - Exercícios com Tríades


Outro exercício bastante eficaz para o desenvolvimento dos arpejos com palhetada alternada consiste
no estudo das tríades em grupos de três cordas. Utilize o metrônomo para o estudo do exemplo a
seguir e tenha como o objetivo chegar a, no mínimo, 200 BPM em tercinas.

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IV - DICAS
DE ESTUDOS
IV.I - A importância do metrônomo
O bom uso de um metrônomo é praticamente indissociável do estudo
da palhetada alternada. Para adquirir precisão rítmica, agilidade,
limpeza e adquirir a capacidade de subdividir um padrão palhetado
para posteriormente se tornar uma frase de impacto e velocidade num
ensaio, show ou jam session.

Guitarristas como John Petrucci e Paul GIlbert são adeptos notórios


do estudo da palhetada alternada com o metrônomo e muitos de seus
padrões mais utilizados em solos, se encontram em agrupamentos que
podem ser facilmente estudados com um click, ou com uma bateria
eletrônica. Estudar mantendo registro da velocidade é uma ótima
ferramenta pra se monitorar o progresso de velocidade no estudo do
instrumento.

IV.II - Exercício para desenvolvimento


de divisão musical
Um exercício que considero importante para o desenvolvimento da
palhetada e da capacidade de se encaixar uma escala dentro das
diferentes subdivisões é o de se encaixar uma escala, arpejo ou padrão
melódico utilizando diversas divisões musicais. Iniciaremos o estudo
com a escala a princípio em semibreve, e se seguirá em mínimas,
semínimas, colcheias, tercinas, semicolcheias, sextinas e fusas. O
objetivo não é a velocidade, mas a precisão e o desenvolvimento
da capacidade de se executar diferentes subdivisões sobre uma
determinada pulsação.

IV.III - Tocando juntamente com uma banda


De nada vale todo o estudo de técnica ou teoria se não o colocarmos
em ação. Eu recomendo a aplicação do material sobre playbacks,
bateria eletrônica ou com uma banda para transformar todo o
material em música.

Além do benefício óbvio de aplicarmos todo o conteúdo em diferentes


subdivisões juntamente com um baterista, tocar em conjunto nos faz
observar diversos aspectos em que o estudo da técnica se funde com a
prática musical, tais como tocar sobre diferentes tipo de groove, tocar
com diferentes subdivisões juntamente com um baterista em uma
banda, tocar sobre diferentes tipos de estilos, levadas, etc.

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IV.IV - A importância da aplicação e
estudo nas 12 tonalidades
Para um melhor aproveitamento sobre todo o conteúdo do deste
material, recomendo o estudo de todos os exemplos aqui contidos
sobre as 12 tonalidades por alguns motivos:

Uma das mais comuns limitações em guitarristas menos


experientes é a de só improvisar em tonalidades mais comuns
na linguagem do instrumento, isto é, tonalidades como lá e mi,
em que as cordas soltas são mais comuns. Quando se estuda
em tonalidades menos guitarrísticas, se supera este obstáculo.

Haverá um trajeto a seguir, fazendo com que o estudo


possua um começo meio e fim, e, consequentemente melhor
organização.

Você terá a capacidade de aplicar os exemplos em qualquer


tonalidade quando improvisando.

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MUITO
OBRIGADO
E BONS ESTUDOS!

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Conteúdo didático, vídeos e revisão: Thiago Oliveira / Design: Rafa Vitor (@elrafavitor)

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