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Técnica de baquetas e subdivisões

Prof. Mateus Oliveira

Neste tópico de estudo darei continuação aos estudos de acentuação com baquetas que
fizemos anteriormente. Aqui faremos alguns padrões de acentuação um pouco mais extensos e
alguns associados a padrões rítmicos de instrumentos de percussão brasileiros.
Os princípios de nosso estudo aqui serão idênticos aos estudados anteriormente. Iremos
fazer exercícios de acentuação em semicolcheias. O exercício aqui praticado é o do toque simples
alternado, ou seja, a nossa manulação será sempre alternada entre direita e esquerda (D E D E).
É importante lembrar que os acentos que caem na primeira e terceira semicolcheias serão
executados com a mão direita e aqueles que caem na segunda e quarta semicolcheias serão
executados com a mão esquerda. Outra lembrança útil é sobre a altura das baquetas no momento
do toque: as notas não acentuadas devem ser tocadas com movimentos curtos, enquanto as
notas acentuadas devem ser levantadas mais alto de forma que o movimento ajude a execução
do acento e a definição do mesmo.
Também farei aqui algumas associações entre os exercícios de baquetas e outros padrões
rítmicos, visando o estímulo da precisão rítmica.
O primeiro exercício a ser estudado aqui é muito utilizado no ritmo brasileiro do samba-
reggae. Ele pode ser visto em levadas de caixa ou de repenique. Vamos ao exercício:

Fig. 1: Exercício de acentuação de baquetas com padrão rítmico do samba-reggae.

Se observarmos bem, veremos que este exercício é simplesmente uma combinação dos
exercícios que fizemos anteriormente. Ele mistura acentuações com uma só nota e com duas. A
manulação deve se manter sempre alternada entre direita e esquerda de forma que ora os
acentos caem na mão direita e ora na mão esquerda. Outro estudo interessante utilizando este
padrão rítmico é executá-lo da maneira como está escrito acima e posteriormente executar
somente os acentos. Este estudo faz com que a prática da acentuação nas baquetas nos ajude a
desenvolver uma precisão rítmica ao executar outros ritmos. Vejamos então como ficaria este
exercício:
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Fig. 2: Exercício de acentuação combinado a exercício rítmico.

Sugiro sempre a marcação do tempo com os pés, pois isso fará c om que
tenhamos mais consciência do tempo e do lugar aonde cada nota ocupa dentro do
compasso. Essa prática também estimula o uso do corpo o que é sempre benéfico para
o estudo rítmico.
Outra forma de misturar o estudo rítmico ao estudo das acentuações c om
baquetas é partir de um dado padrão rítmico e posteriormente acentuar as notas deste
padrão nas semicolcheias correspondentes. Vamos a um exemplo. A figura abaixo
mostra um padrão muito recorrente na música brasileira e que ocorre em diversos
ritmos, como o samba de roda, o baião, o xaxado, e outros mais. Observem-no na figura
abaixo:

Fig. 3: Padrão rítmico do baião.

Podemos preencher um compasso binário com semicolcheias e acentuar as notas

correspondentes ao ritmo acima. Vejamos como ficaria o exercício:

Fig. 4: Acentuações em semicolcheias do padrão rítmico da fig. 3.

O exercício de alternar entre a acentuação e o padrão rítmico também é desejado

neste momento. Outro padrão rítmico que também pode ser utilizado da mesma forma e
que também é muito recorrente na música brasileira é um padrão muito utilizado no
samba, especialmente o samba de partido-alto. Este padrão aparece muito
frequentemente em instrumentos de percussão como o pandeiro e a cuíca, mas também
é recorrente em instrumentos de sopro e corda. A figura abaixo contém o padrão rítmico
em questão seguido por um compasso preenchido por semicolcheias com as
acentuações nas notas que correspondem a este padrão rítmico.
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Fig. 5: Padrão rítmico do partido-alto e acentuações com baquetas.

Diversos outros padrões rítmicos podem ser também praticados com acentuações
em semicolcheias. Esta prática nos dá bastante destreza nas baquetas, pois ela
trabalha tanto a mão direita quanto a esquerda. A consciência das subdivisões também
nos possibilita ganhar uma precisão rítmica mais consistente e faz com que saibamos
exatamente o lugar aonde cada nota escrita cai dentro do compasso.
Abaixo coloco outras sugestões de exercícios rítmicos:

Fig. 6: Outros exercícios de acentuação com baquetas.

Seguem abaixo os ritmos correspondentes a cada um dos três exercícios

presentes na figura 6:

Fig. 7: Ritmos correspondentes aos exercícios de acentuação da figura 6.

Por fim, disponibilizo abaixo todos os exercícios de baquetas que estudamos até
então. Alerto também que é muito importante a execução do estudo de alternar um
determinado ritmo com o exercício de acentuações correspondente, como exemplificado
nas figuras de número 2 e 5. O objetivo desta prática é adquirir precisão e consciência
rítmicas ao mesmo tempo em que se estuda a técnica de baquetas.
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Fig. 8: Compilação dos exercícios estudados.

GLOSSÁRIO

MANULAÇÃO: É a escolha da mão que irá articular o golpe, com ou sem baqueta. Funciona da
mesma forma que a escolha dos dedilhados no piano.

BIBLIOGRAFIA

KRUPA, Gene. Método para bateria. Buenos Aires: Editora Ricordi, 1938.
STONE, GEORGE LAWRENCE. Accents and Rebounds. Boston: George B. & Son, Inc.,
1961.