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Eletrônica Eletrônica básica - básica

Transferência de potência
Transferência de potência

Transferência de potência

© SENAI-SP, 2003

Trabalho editorado pela Gerência de Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP, a partir dos
conteúdos extraídos da apostila homônima Transferência de potência, teoria. SENAI - DN, RJ, 1984.

Capa Gilvan Lima da Silva


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Transferência de potência

Sumário

Introdução 5
Geradores de tensão 7
Associação de geradores 13
Máxima transferência de potência 17
Glossário 21
Referências bibliográficas 23

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Introdução

O homem moderno tem ao seu dispor um grande número de facilidades. Hoje é


comum encontrar pessoas passeando ao ar livre “saboreando” a boa música
proveniente de pequenos aparelhos portáteis.

O homem se habitua a estas facilidades. Sem que sejam necessários conhecimentos


de eletrônica qualquer pessoa compra e substitui as pilhas destes aparelhos. Não
questiona sequer o porque da pilha ser pequena, média ou grande.

Entretanto, existe uma razão para que os aparelhos usem 2, 3 ou mais pilhas,
pequenas médias ou grandes.

Esta unidade tratará dos geradores de tensão, suas associações e do aproveitamento


da energia que elas fornecem, visando capacitá-lo a associar e utilizar corretamente
pilhas geradores e baterias.

Pré-requisitos

Para ter sucesso no desenvolvimento dos conteúdos a atividades deste estudo você já
deverá ter conhecimento relativos a:
• Potência elétrica em CC;
• Leis de Kirchhoff.

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Geradores de tensão

Os geradores são dispositivos cuja finalidade é fornecer energia aos equipamentos.


Suas características principais são:
• Resistência interna;
• Tensão gerada.

Resistência interna do gerador

Para fins de análise será utilizado como elemento gerador a pilha sendo válidas as
considerações e conclusões para qualquer tipo de gerador de tensão.

As pilhas são constituídas de eletrólito, placas e terminais.

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Cada elemento que compõe a pilha apresenta resistência elétrica.

Desta forma, uma pilha pode ser representada como uma fonte de tensão (d.d.p) em
série com as resistências dos seus elementos.

Onde: E = Força eletromotriz gerada


Re = Resistência do eletrólito
Rp = Resistência das placas
Rt = Resistência dos terminais

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A soma das resistências elétricas existentes internamente na pilha é denominada de


resistência interna.

Onde: E = força eletromotriz gerada


Ri = resistência interna

Influência da Resistência Interna na tensão de saída do gerador.

A pilha gera internamente uma força eletromotriz, possui uma resistência interna e tem
capacidade de fornecer corrente.

Quando uma pilha está desligada do circuito, não existe circulação de corrente em seu
interior e portanto não há queda de tensão na resistência interna.

Ao conectar um voltímetro aos terminais da pilha este estará indicando o valor da força
eletromotriz gerada E.

V = E - (Ri . I)

Como I = 0

V = E . (Ri . 0)

V=E

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Ao conectar uma carga nos terminais de uma pilha ocorre a circulação de corrente no
circuito e também na sua resistência interna.

A corrente que circula através da resistência interna provoca nesta uma queda de
tensão VRi.

VRi = Ri . I

A queda de tensão VRi é a queda de tensão que ocorre no interior da pilha quando esta
fornece corrente à carga.

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Desta forma, a tensão presente nos terminais de uma pilha é igual a força eletromotriz
gerada menos a queda de tensão em sua resistência interna.

V = E - VRi

A tensão presente nos terminais da pilha com carga é denominada de tensão terminal
da pilha.

A tensão de saída do gerador é representada pela letra ”E” quando não possui carga
ligada.

A tensão de saída do gerador é representada pela letra “V” quando possui carga ligada
(fornecendo corrente).

Fenômeno de descarga da pilha

Uma pilha ao longo de sua utilização apresenta uma diminuição da tensão de saída
com carga decorrente do aumento da resistência interna.

Este aumento da resistência interna se deve ao desgaste de seus elementos químicos.


A força eletromotriz gerada da pilha não diminui com o seu desgaste. A diminuição da
tensão terminal deve-se somente à maior queda de tensão na resistência interna.

A diminuição da tensão de saída de uma pilha com carga ao longo do tempo deve-se
ao aumento de sua resistência interna.

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Associação de geradores

A associação de geradores consiste na reunião de dois ou mais geradores ligados em


série ou paralelo.

É utilizada como meio de obter maior tensão ou maior capacidade de fornecer


corrente.

Associação série de geradores

A associação de pilhas em série é realizada quando se necessita alimentar um circuito


com tensão maior do que a fornecida por uma única pilha.

A figura abaixo mostra a associação de 4 pilhas em série.

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A força eletromotriz
Quando as pilhas são ligadas em série, suas forças eletromotrizes são somadas o que
resulta na força eletromotriz total da associação.

ET = E1 + E2 + E3 + E4 + ...

Para que ocorra a soma das forças eletromotrizes é necessário que o pólo positivo de
uma pilha esteja ligado ao pólo negativo da pilha imediatamente seguinte.

A associação de duas ou mais pilhas em série é muito utilizada visando a obtenção de


tensões finais, tais como 3; 4,5; 6; 7,5; 9V que servem para alimentar circuitos como
por exemplo rádios portáteis, lanternas e brinquedos eletrônicos.

A corrente
A força eletromotriz total é igual a soma das forças eletromotrizes individuais e a
resistência interna total é a soma das resistências internas individuais o que resulta na
mesma capacidade de fornecer corrente.

Em resumo, as características de uma associação série de geradores são:


• O pólo positivo de um gerador deve ser ligado ao pólo negativo do gerador ligado
imediatamente após.
• A força eletromotriz total é igual a soma das forças eletromotrizes geradas em cada
elemento.
• A resistência interna total é igual a soma das resistências internas dos elementos.
• A capacidade de fornecer corrente é igual a capacidade que cada elemento pode
fornecer isoladamente.

Associação paralela de geradores

A associação de pilhas em paralelo é utilizada para alimentar circuitos que requerem


elementos com maior capacidade de fornecimento de corrente.

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Para associar pilhas em paralelo é necessário conectar todos os pólos positivos entre
si e todos os pólos negativos.

A força eletromotriz
A força eletromotriz fornecida pela associação é igual a força eletromotriz dos
geradores quando analisados isoladamente porque todos estão em paralelo.

ET = E1 = E2 = E3

Só é possível associar em paralelo geradores com mesma força eletromotriz.

A resistência interna
Na associação paralela de pilhas as resistências internas das mesmas estão em
paralelo de forma que a resistência interna total diminui sendo menor que a menor das
resistências internas.

1
Ri =
1 1 1 1
+ + + ... +
R i1 R i2 R i3 R in

A corrente
A corrente que o circuito consome é fornecida por todos os elementos da associação e
como cada elemento tem uma capacidade definida de fornecer corrente a capacidade
da associação aumenta através da soma das capacidades individuais.

Em resumo, as características de uma associação paralela de geradores são:


• O pólo positivo de um gerador deve ser ligado ao pólo positivo do outro gerador;
• O pólo negativo de um gerador deve ser ligado ao pólo negativo de outro gerador;
• A força eletromotriz da associação é igual a força eletromotriz de um dos
geradores;
• A resistência interna total é menor que a menor das resistências internas;
• A capacidade de fornecer corrente é igual a soma das capacidades individuais.

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Máxima transferência de
potência

Quando se conecta uma carga a um gerador, se deseja, em princípio, que toda a


energia fornecida pelo gerador seja transformada em trabalho útil na carga.

Entretanto, devido a resistência interna existente no gerador este aproveitamento


integral não é possível.

Através de uma análise do comportamento de um circuito formado por gerador e carga


é possível compreender porque existe perda de potência e onde esta perda acontece.

Perda de potência no interior de um gerador

Quando um gerador está fornecendo energia existe a circulação de corrente através da


resistência interna e da resistência de carga.

A corrente que circula através da resistência interna do gerador, provoca uma


dissipação de potência em seu interior sob a forma de calor.

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Esta potência tem seu valor determinado pela expressão:

PRi = I 2 . Ri

Onde: PRi = Potência dissipada na resistência interna (W);


I = Corrente fornecida pelo gerador (A);
Ri = Resistência interna do gerador (Ω).

O trabalho desenvolvido no interior do gerador sob a forma de calor, não se transfere


para o exterior.

A potência dissipada na resistência interna se dissipa no interior do gerador,


caracterizando-se como “PERDA”.

Potência desenvolvida na carga

A corrente que circula, através da resistência interna, também flui através da


resistência de carga e provoca nesta uma dissipação de potência.

A potência dissipada na carga é desenvolvida no exterior do gerador, resultando em


“trabalho útil”.

Uma das expressões utilizada para determinar esta potência é:

PRL = I2 . RL

Onde: PRL = Potência dissipada na carga (W)


I = Corrente que circula na carga (A)
RL = Resistência de carga (Ω)

Pela análise da expressão, observa-se que a potência dissipada depende da corrente


que circula e da resistência de carga.

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A corrente por sua vez é determinada pela expressão:

I = I= E
Ri + RL
I = Corrente que circula na carga
E = Força eletromotriz do gerador (V)
Ri = Resistência interna do gerador (Ω)
RL = Resistência de carga (Ω)

Nota-se que a corrente depende da força eletromotriz do gerador que é fixa, da


resistência interna que também é fixa e da resistência de carga que é variável.
Então a corrente tem seu valor determinado pela variação da resistência de carga.

Substituindo-se, na expressão da potência de carga, a corrente I por sua expressão,


teremos:

E
PL = . RL
(R i + RL )
2

Portanto, a potência de carga depende em grande parte da resistência de carga.

Potência máxima desenvolvida na carga

Quando se consome energia de um gerador, em muitos casos, deseja-se o máximo de


transferência de potência para a carga.

A potência na carga será máxima quando o produto I2 . R for máximo.

A fim de verificar em que condições ocorre a máxima potência na carga será utilizado
um exemplo.

Que valor de resistência de carga deve ser ligada a um gerador de 12V com
resistência interna de 100Ω, para obter-se a máxima transferência de potência?

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Para o exemplo será montada uma tabela na qual constarão os valores da resistência
da carga (coluna 1), soma das resistências internas e de carga (coluna 2), corrente na
carga (coluna 3), tensão na carga (coluna 4) e a potência desenvolvida na carga
(coluna 5).

COLUNA 1 COLUNA 2 COLUNA 3 COLUNA 4 COLUNA 5


E PRL = I 2 . R L
RL Ri + R L I= E RL = I . R L
Ri + RL
(Ω) (Ω) (A) (V) (w)
0 100 0,120 0 0
10 110 0,109 1,09 0,118
20 120 0,100 2,00 0,200
30 130 0,092 2,76 0,253
40 140 0,085 3,40 0,289
50 150 0,080 4,00 0,320
60 160 0,075 4,50 0,337
70 170 0,070 4,90 0,343
80 180 0,066 5,28 0,348
90 190 0,063 5,67 0,357
100 200 0,060 6,00 0,360
110 210 0,057 6,27 0,357
120 220 0,054 6,48 0,349
130 230 0,052 6,76 0,351
140 240 0,050 7,00 0,350
150 250 0,048 7,20 0,345
200 300 0,040 8,00 0,320
300 400 0,030 9,00 0,270
400 500 0,024 9,60 0,230
600 700 0,017 10,20 0,173

Análise da tabela
Analisando os valores referentes a potência na carga (coluna 5) observa-se que à
medida que vai aumentando o valor da resistência de carga (coluna 1) a potência
também aumenta; isto ocorre até que a resistência de carga atinja o mesmo valor da
resistência interna.

E quando a resistência de carga ultrapassa o valor da resistência interna do gerador a


potência começa a diminuir de valor.
Então, nota-se que a máxima potência na carga ocorre quando a resistência de carga
é igual a 100Ω, possui o mesmo valor da resistência interna da fonte.

A máxima transferência de potência ocorre quando a resistência de carga é igual à


resistência interna do gerador.

Também, observa-se que quando ocorre a máxima potência na carga a tensão na


resistência de carga é igual a metade da tensão do gerador.

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Glossário

Resistência interna
Resistência colocada em série com o símbolo dos equipamentos e para representar a
soma de resistências a passagem da corrente elétrica que este equipamento
apresenta internamente (ex.: resistência interna de uma pilha).

Perda
Em termos de eletricidade e eletrônica representa uma quantidade de energia que é
dissipada sem produzir trabalho útil.

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Referências bibliográficas

DAWES, Chester L. Curso de Eletrotécnica 18 ed. Porto Alegre, Globo 1979 220p.

MAYA, Paulo Álvaro. Curso Básico de Eletricidade. 1 ed. São Paulo, Editora Egéria,
c 1977. v2.

SENAI/DN, Reparador de Circuito Eletrônicos; eletrônica básica I. Rio de Janeiro.


(Coleção Básica SENAI. Módulo 1).

SENAI/DN. Transferência de Potência, teoria. Rio de Janeiro, Divisão de Ensino e


Treinamento, 1984. (Série Eletrônica Básica).

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Transferência de potência

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Eletrônica básica

Teoria: 46.15.11.752-8 Teoria 46.15.12.760-4


Prática: 46.15.11.736-4 Prática: 46.15.12.744-1
1. Tensão elétrica 41. Diodo semi condutor
2. Corrente e resistência elétrica 42. Retificação de meia onda
3. Circuitos elétricos 43. Retificação de onda completa
4. Resistores 44. Filtros em fontes de alimentação
5. Associação de resistores 45. Comparação entre circuitos retificadores
6. Fonte de CC 46. Diodo emissor de luz
7. Lei de Ohm 47. Circuito impresso - Processo manual
8. Potência elétrica em CC 48. Instrução para montagem da fonte de CC
9. Lei de Kirchhoff 49. Multímetro digital
10. Transferência de potência 50. Diodo zener
11. Divisor de tensão 51. O diodo zener como regulador de tensão
12. Resistores ajustáveis e potenciômetros 52. Transistor bipolar - Estrutura básica e testes
13. Circuitos ponte balanceada 53. Transistor bipolar - Princípio de funcionamento
14. Análise de defeitos em malhas resistivas 54. Relação entre os parâmetros IB, IC e VCE
15. Tensão elétrica alternada 55. Dissipação de potência e correntes de fuga no transistor
16. Medida de corrente em CA 56. Transistor bipolar - Ponto de operação
17. Introdução ao osciloscópio 57. Polarização de base por corrente constante
18. Medida de tensão CC com osciloscópio 58. Polarização de base por divisor de tensão
19. Medida de tensão CA com osciloscópio 59. Regulador de tensão a transistor
20. Erros de medição 60. O transistor como comparador
21. Gerador de funções 61. Fonte regulada com comparador
22. Medida de freqüência com osciloscópio 62. Montagem da fonte de CC
23. Capacitores 63. Amplificador em emissor comum
24. Representação vetorial de parâmetros elétricos CA 64. Amplificador em base comum
25. Capacitores em CA 65. Amplificador em coletor comum
26. Medida de ângulo de fase com osciloscópio 66. Amplificadores em cascata
27. Circuito RC série em CA 67. Transistor de efeito de campo
28. Circuito RC paralelo em CA 68. Amplificação com FET
29. Introdução ao magnetismo e eletromagnetismo 69. Amplificador operacional
30. Indutores 70. Circuito lineares com amplificador operacional
31. Circuito RL série em CA 71. Constante de tempo RC
32. Circuito RL paralelo em CA 72. Circuito integrador e diferenciador
33. Ponte balanceada em CA 73. Multivibrador biestável
34. Circuito RLC série em CA 74. Multivibrador monoestável
35. Circuito RLC paralelo em CA 75. Multivibrador astável
36. Comparação entre circuitos RLC série e paralelo em CA 76. Disparador Schmitt
37. Malhas RLC como seletoras de freqüências 77. Sensores
38. Soldagem e dessoldagem de dispositivos elétricos
39. Montagem de filtro para caixa de som
40. Transformadores

Todos os títulos são encontrados nas duas formas: Teoria e Prática

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