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Instituto Superior de Engenharia de Coimbra

Curso Técnico Superior Profissional em

Tecnologia e Gestão Automóvel

Utilização do hidrogénio como fonte de


combustível

Bernardo Gonçalves Oliveira

Rafael Claudino Duarte

Sob Avaliação do Professor Vítor Manuel Morais Rascão

Coimbra
2023
Resumo

Neste trabalho iremos fazer a comparação entre a utilização de combustíveis fósseis e a


utilização de hidrogênio. Iremos fazer um estudo sobre o hidrogênio e as suas propriedades, assim como
o processo de extração, e a sua utilização. Também vamos realizar o mesmo estudo para os combustíveis
fósseis, numa capacidade comparativa.

Palavras-Chave:

Hidrogénio; Combustíveis fósseis; Combustão; Fuel-cell

2
Abstract

In this work, we will compare the use of fossil fuels and hydrogen. We will study hydrogen
and its properties, the extraction process, and its use. We will also carry out the same study for fossil
fuels, in a comparative capacity.

keywords:

Hydrogen; Fossil fuels; Combustion; fuel cell

3
Índice
Resumo 2

Abstract 3

Índice 4

Introdução 5

O hidrogénio 6
Propriedades físico-químicas de hidrogénio 7
Processo de extração 8
Eletrólise 8
Termólise 8
Através de vapor 9
Segurança a ter 10
Armazenamento 11
A sua utilização 12
Combustão do hidrogénio 12
Motor “Normal” 12
Motor Astron Omega 1 13
Imagem 2. Composição do Motor Omega 1 14
Fuel-Cell 14
Como funciona 15

Combustíveis fósseis 16
Processo de extração 17
A sua utilização 17

Motor V4 DIESEL 18

Motor V4 Gasolina 20

Motor V4 GPL 22

Vantagens e Desvantagens 24

Legendas 25
Tabelas 25

4
Imagens 25

Referências Bibliográficas 26

Introdução

O hidrogénio é considerado o combustível do futuro, uma vez que possui qualidades muito
superiores aos restantes. No entanto este possui um grande problema, a sua extração, uma vez que é
extremamente cara . Por outro lado, o que acontece com os combustíveis fósseis é o inverso uma vez
que a extração destes requer um grande custo inicial, no entanto, os lucros posteriores são muito
superiores ao custo de extração.

5
O hidrogénio
O átomo de hidrogénio foi descoberto em 1766, por Henry Cavendish, através da
decomposição da água, mas o nome que lhe conhecemos hoje, foi dado por Lavoisier.
O hidrogénio é um gás ideal uma vez que é extremamente leve, e existem em grande
abundância no no meio ambiente, no entanto a maior parte das vezes está ligado a outro
elemento, tendo este de ser separado, como iremos ver mais á frente.
O hidrogénio é um gás muito especial, devido à sua relação peso-poder calorífico, como
pode ser vista na tabela 1.

Tabela 1. Relação peso-poder calorífico

Desta forma podemos verificar que o hidrogênio possui um poder calorífico, para cada
grama, de cerca de 2.5* a dos restantes combustíveis, tornando este o combustível ideal para
projetos onde o peso seja importante, como se pode ver nas missões espaciais.

6
Propriedades físico-químicas de hidrogénio

Tabela 2. Propriedades físico-químicas

7
Processo de extração
Neste momento o hidrogênio apesar de ser o combustível mais promissor continua a
ser posto de parte devido ao difícil, e caro processo de obtenção. Existindo já vários processos
no qual o hidrogénio pode ser extraído, os mais comuns de entre eles são:

● Através eletrólise (utilizando eletricidade)


● Através termólise (utilizando eletricidade/ gás natural)
● Através de redução redox (quimicamente)
● Através da adição de aglomerados
● Através de um biorreator de algas e micróbios fotossintéticos (biologicamente)
● Decomposição da amónia
● Decomposição do metanol
● Reações de carvão ou hidrocarbonetos com vapor de água a alta temperatura.

Eletrólise
A eletrólise é um processo de extração de hidrogénio, no qual se baseia na utilização da energia
elétrica, para separar os componentes da água (hidrogénio e oxigénio), sendo o rendimento global do
processo da ordem dos 95%.
2 𝐻2𝑂 + 𝐸𝑙𝑒𝑡𝑟𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ⟶ 2 𝐻2 + 𝑂2

Este método foi inventado por volta de 1980/1990, e é o método mais utilizado, uma vez que é
o mais rentável. Este tem dois lados, o mau e o bom, por um lado é eletricamente muito consumidor,
por outro pode utilizar fontes renováveis.

Termólise
A termólise é outro dos métodos mais utilizados, esta utiliza Calor para quebrar as barreiras na
água, separando o Oxigénio do Hidrogénio. Neste processo é possível aproveitar do o hidrogénio cerca
de 70 a 90%.
Este, assim como a Eletrólise, poderá utilizar eletricidade, tornando-se assim desfavorável, em
termos de poder calorífico, uma vez que consome mais eletricidade do que a produz.
2 𝐻2𝑂 + 𝐸𝑙𝑒𝑡𝑟𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ⟶ 2 𝐻2 + 𝑂2
Por outro lado pode ser utilizado a queima de

8
Através de vapor

As reações de transformação do
hidrogénio através do vapor, pode ser realizada
através de dois processos, endotérmico ou
exotérmico.

𝐶𝐻4 + 𝐻2𝑂 ⇔ 𝐶𝑂 + 3𝐻2


−1
𝛥𝐻º 298𝐾 = 206 𝐾𝐽. 𝑚𝑜𝑙
−1
𝛥𝐺º 298𝐾 = 142 𝐾𝐽. 𝑚𝑜𝑙

Oferecendo-nos assim o maior rácio de


transformação 3:1 (H2/CO)

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Segurança a ter

O hidrogênio pode ser manuseado com segurança, desde que certas regras sejam aceitas e os
usuários entendam seu comportamento. Como todos os compostos, o hidrogénio é uma substância que
contém energia e deve ser manuseada com cuidado. Apesar do cuidado necessário, o hidrogénio é
considerado tão seguro quanto outros combustíveis.
O hidrogênio é mais leve que o ar e se difunde mais rápido (3,8 vezes mais rápido que o gás
natural), o que significa que, em caso de vazamento, o hidrogénio se dilui no ar em poucos minutos.
Por este motivo, a possibilidade de inflamação do hidrogénio é baixa. Assim o hidrogênio sobe para a
atmosfera a uma velocidade de 20 m/s no ar, duas vezes mais rápido que o hélio e seis vezes mais rápido
que o gás natural.
Como é o elemento mais leve do universo, é difícil selar, e esse é um dos pontos importantes
no que diz respeito às estruturas que o irão armazenar. Assim o design escolhido é o mais importante,
para que no caso de vazamento, os gases de escape subam e se afastem do usuário.
O hidrogénio é inodoro, incolor e insípido, por isso os gases não podem ser detectados pela
maioria dos sentidos humanos. Por esse motivo é necessário a utilização de sensores para a detecção de
fugas, e os resultados gravados são muito positivos em termos de segurança, contabilizando muito
poucos acidentes nas últimas décadas.
Para o gás natural, que também um gás é inodoro, incolor e insípido, é normal adicionar um
odorante detectável pelo ser humano, no entanto, atualmente, sabe-se que os odorantes não podem ser
usados com hidrogênio, pois podem contaminar as fuel-cell.

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Armazenamento
Se o primeiro desafio da tecnologia de hidrogênio é sua produção, o segundo é como
armazená-lo, um dos principais obstáculos para estabelecer uma infraestrutura de tecnologia de
hidrogênio. Além das preocupações de segurança, a capacidade de armazenamento também é
importante, pois determina o alcance do veículo. O mesmo se aplica a aplicações portáteis,
estacionárias e espaciais.
O hidrogênio tem a menor densidade no estado gasoso e o segundo ponto de ebulição mais
alto de todas as substâncias conhecidas, por isso é difícil armazená-lo no estado gasoso ou líquido.
Quando existe na forma gasosa necessita de um sistema de armazenamento com grande capacidade e
alta pressão, e quando existe na forma líquida necessita utilizar sistema criogênico para estocagem, ou
seja, estocagem em temperatura extremamente baixa (-253°C).
A baixa densidade do hidrogênio, seja líquido ou gasoso, também leva à baixa
densidade de energia. Portanto, em condições normais de temperatura e pressão, um
determinado volume de hidrogênio contém menos energia do que o mesmo volume de
qualquer combustível. Isso resulta em um aumento no volume ou na pressão do tanque, pois
o veículo precisa de uma certa quantidade de hidrogênio para obter uma boa autonomia. A
vantagem de usar uma célula de combustível em comparação com um motor de combustão
interna é que a tecnologia é tão eficiente que é necessário menos combustível para obter o
mesmo resultado. Classe A, mostrando parcialmente tanques de armazenamento e baterias.
Apesar de sua baixa densidade de energia volumétrica, o hidrogênio tem a maior
relação energia-peso de todos os combustíveis.Infelizmente, essa vantagem muitas vezes é
ofuscada pelo alto peso dos tanques e equipamentos associados, tornando-os muitas vezes
maiores do que os utilizados para armazenar gasolina, diesel ou álcool. Mas já existem
projetos utilizando materiais de carbono ultra resistentes e mais leves para essas finalidades.
Para aplicações práticas, o hidrogênio pode ser armazenado em estado líquido a alta
pressão em recipientes criogênicos ou ligado quimicamente a certos metais (hidretos
metálicos). Em comparação com gasolina, metanol, etanol, gás natural e baterias
convencionais que armazenam a mesma energia, o sistema está cada vez mais próximo em
tamanho e peso.

11
A sua utilização
Neste momento existem duas maneiras de utilizar o Hidrogénio como fonte de combustível,
sendo através da Fuel-Cell, ou da sua combustão. No entanto, esta última ainda não é possível
verificar em carros de produção em série.

Combustão do hidrogénio
O hidrogénio quando reage com agentes oxidantes, como o cloro ou o oxigénio, pode-se
inflamar, dando início ao processo de queima que irá originar uma explosão. Se ocorrer em recinto
fechado, o aumento de pressão irá causar a sua destruição, na forma de explosão.
A combustão do hidrogénio com o ar é iniciada por fontes de ignição de baixa energia, podendo
ser até mesmo partículas de pó carregadas de hidrogénio a originarem uma faísca devido à carga
electrostática.
Por fim, podemos constatar que as propriedades químicas do hidrogénio líquido e gasoso são
semelhantes, no entanto neste último estado, reage mais facilmente com o oxigénio devido à sua
temperatura elevada.

Motor “Normal”

Existem outros tipos de motor , como podemos ver na imagem 3, este é um motor no estado de
protótipo, que a Toyota está a desenvolver para os veículos que serão vendidos fora dos mercados que
pretendem ser 100% eletrificados.
Apesar de não existirem muitas informações sobre este motor sabemos que a Toyota utilizou
um motor de gasolina com algumas modificações para realizar os primeiros testes. No entanto, não
sabemos se a intenção futura será construir um motor de raiz ou simplesmente implementar as
modificações no motor já existente.

12
Podemos ver o funcionamento do motor da imagem 3 em:
https://www.youtube.com/watch?v=O0yM5RlD7Zo

Imagem 3. Motor Protótipo da Toyota

Motor Astron Omega 1

O motor é chamado de Omega 1 e


combina partes de um motor de combustão
regular e um design de turbina, com dicas
de rotação intercaladas .

Funciona com um par de


engrenagens que é empilhado um em cima
do outro, com outro conjunto atrás. Ambas
as engrenagens são suaves, exceto por um
único dente e entalhe, que giram em uma
carcaça que a Astron afirma não exigir
vedação devido ao ajuste incrivelmente
apertado de menos de 0,1 mm.

No primeiro par, as engrenagens separam a admissão e a compressão, enquanto o outro tem a


combustão e a exaustão. O ar de admissão entra na câmara de combustão quando um orifício na
engrenagem rotativa se alinha com uma placa no lado de compressão. À medida que o ar comprimido

13
entra na porta, o combustível é injetado diretamente e inflamado como uma câmara de combustão
comum, girando todo o conjunto através das engrenagens de um único dente.

Imagem 2. Composição do Motor Omega 1

Fuel-Cell

14
As células de combustível
usam a energia química do
hidrogênio ou de outros
combustíveis e transformam-na em
energia elétrica de forma eficiente.
Se utilizarmos o hidrogênio
como combustível, os únicos
produtos são eletricidade, água e
calor. As células de combustível são
únicas na variedade de suas
aplicações potenciais; elas podem
usar uma ampla variedade de
sistemas compostos e-primas e
podem alimentar tão grandes usinas
de energia tão grandes quanto
laptops. Imagem 4. Carro com Fuel-Cell

Como funciona
As células de combustível
funcionam como baterias, mas não se
esgotam nem precisam ser recarregadas.
Eles produzem eletricidade e calor
enquanto o combustível é fornecido. Uma
célula de combustível consiste em dois
eletrodos - um eletrodo negativo (ou
ânodo) e um eletrodo positivo (ou cátodo)
- imprensado em torno de um eletrólito.
Um combustível, como o hidrogênio, é
alimentado ao ânodo e o ar é alimentado
ao cátodo. Em uma célula a combustível
de hidrogênio, um catalisador no ânodo
separa as moléculas de hidrogênio em
prótons e elétrons, que seguem caminhos
diferentes para o cátodo. Imagem 5. Funcionamento da Fuel-Cell

Os elétrons passam por um circuito externo, criando um fluxo de eletricidade. Os prótons migram
através do eletrólito para o cátodo, onde se unem ao oxigênio e aos elétrons para produzir água e
calor.

15
Combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis são formados através de processos naturais, como, por exemplo, a
decomposição de matéria orgânica. Estes têm um elevado teor de carbono na sua composição e são
utilizados para alimentar a combustão.
Os combustíveis fósseis são recursos não-renováveis e a queima dos mesmos produz cerca de
21.3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente, mas apenas cerca de metade são
absorvidas por processos naturais, fazendo com que a restante se propague atingindo a atmosfera e
provoque efeitos secundários, como o aquecimento global e um forte impacto na poluição. Esta é uma
das razões para a procura de combustíveis alternativos aos combustíveis fósseis.
Um dos grandes problemas destes combustíveis, para além da poluição, é a finidade dos
mesmos, ou seja, como a produção dos mesmos leva imensos anos a acontecer, existe um cenário
hipotético do seu fim. Daí o interesse em energias renováveis ser crescente para que não haja a
preocupação da finalidade da produção de energia.

Imagem 7. Extração de combustíveis fósseis

16
Processo de extração
Grande parte deste tipo de combustíveis é formada pela decomposição de organismos. O
petróleo é extraído da crosta terrestre é gerado através do efeito de fossilização de animais e plantas,
quando lhe são proporcionadas ações de pressão e temperatura muito altas.
Este processo leva milhares de anos, daí estes combustíveis serem classificados como não-
renováveis no ponto de vista do ser humano (pois no ponto de vista geológico, estes continuam a ser
formados pela natureza).
Os mais conhecidos no ramo mecânico são: a gasolina; o diesel; o GPL e o carvão mineral
(este talvez o menos utilizado na atualidade apesar de ter tido uma grande importância no passado)

A sua utilização

Existem três tipos de combustíveis fósseis: Diesel, Gasolina e GPL.


Para todos eles, apesar das diferenças, é necessária a combustão. Esta implica a mistura
de ar-combustível e compressão. Para além da combustão, ocorrem também reações
secundárias e é esse um dos maiores problemas da utilização dos combustíveis fósseis. Estas
reações secundárias contribuem essencialmente para a poluição, que neste momento é o grande
motivo para a procura de combustíveis alternativos.

17
Motor V4 DIESEL
O motor Diesel foi inventado por Rudolf Diesel (1858-1913). Este tipo de motor destaca-se
pela economia de combustível em relação à eficiência.

Quando o ar atmosférico está frio, ao ser comprimido, pode não atingir a temperatura suficiente
para a primeira ignição (neste momento, este fenómeno tem vindo a desaparecer devido ao
aparecimento das injeções eletrônicas e à maior rotação do motor de arranque)
Nos modelos mais antigos, para combater este efeito, existiam velas de incandescência no tubo
de admissão.

A taxa de compressão destes motores varia entre 15:1 a 25:1 e este motor aspira apenas ar e o
combustível injetado diretamente na zona superior do cilindro, daí provêm a eficiência e a economia do
sistema.
A combustão ocorre com a inflamação imediata do combustível devido a elevadas temperaturas
(>600ºC) originadas pela compressão do ar na câmara de combustão

Em relação ao funcionamento mecânico, aplicando a motores a quatro tempos, o ciclo inicia


com o êmbolo no ponto morto superior (PMS). Neste espaço de tempo ocorre a abertura da válvula de
admissão com o objetivo de que quando se dá a descida do êmbolo haja a aspiração do ar para dentro
do cilindro.
No momento em que o êmbolo atinge o Ponto Morto Inferior, a válvula de admissão fecha e é
iniciada a compressão, aumentando a temperatura dentro do cilindro.
Instantes antes do êmbolo chegar ao PMS novamente, é injetado o combustível com o objetivo
de se misturar com o ar quente e originar a combustão.
De seguida ocorre a expansão onde o combustível continua a ser injetado até ao momento que
antecede o PMI.
Dá-se como terminado o ciclo com a fase de escape, momento este em que o êmbolo torna ao
PMS, e com a abertura da válvula de escape, expulse os gases de escape.

Nota: No caso de motores a dois tempos, a admissão é feita por janelas e o ciclo completa-se a cada
volta.

18
● 1 → 2 : Compressão isentrópica
● 2 → 3 : Fornecimento de calor a pressão constante (isobárico)
● 3 → 4 : Expansão isentrópica
● 4 → 1 : Cedência de calor a volume constante

Imagem 8. Diagrama T-s ciclo Diesel Imagem 9. Diagrama p-V ciclo Diesel

Imagem 10. Representação de motor Diesel (Lotus)

19
Motor V4 Gasolina
O funcionamento de um motor a gasolina é definido pelo ciclo Otto.
Este, funciona a quatro tempos, denominados como: Admissão, Compressão, Combustão e
Exaustão/Escape.
O papel deste ciclo é produzir trabalho suficiente para impulsionar um veículo e seus ocupantes.

A massa de ar extraída da atmosfera para o interior do cilindro é aquecida pela faísca de ignição
provocada pela injeção do combustível e comprimida pelo êmbolo. Dependendo da posição do êmbolo
no cilindro, o volume de ar altera. A energia é adicionada ao ar pela combustão do combustível na
câmara de combustão.
Após a conclusão do processo de expansão no interior do cilindro, o calor é extraído e os gases
de escape são libertados para a atmosfera.
Parte do trabalho mecânico produzido é utilizado para facilitar a compressão da massa de ar no
ciclo seguinte.
Tal como no ciclo Diesel, encontram-se, no mínimo, duas válvulas no topo do cilindro, sendo
estas, uma de admissão e uma de escape. A válvula de admissão permite a entrada de ar no cilindro e a
válvula de escape permite a saída dos gases de escape, pós combustão, para a atmosfera.

O ciclo de funcionamento do motor a gasolina é muito semelhante ao ciclo de funcionamento


de um motor Diesel.
Quando o êmbolo se encontra no Ponto Morto Superior (PMS), dá-se a abertura da válvula de
admissão e a válvula de escape mantém-se fechada. A quantidade da mistura gasosa é regulada pelo
sistema de alimentação (carburador, no caso dos motores mais antigos ou injeção eletrónica, no caso
dos motores mais modernos).
O êmbolo está ligado à biela, que por sua vez, está ligada à cambota sendo esta responsável
pelo impulsionamento do êmbolo através de um movimento rotativo.
Para facilitar a aspiração do ar da admissão, o êmbolo desloca-se até ao Ponto Morto Inferior
(PMI). A este processo (primeiro tempo) é chamado admissão.

Após este primeiro processo é realizado o fecho da válvula de admissão, ficando, assim, o
cilindro lotado com a mistura de ar-combustível. Neste instante já é permitida a compressão, que é
efetuada com o regresso do êmbolo ao PMS, comprimindo assim a mistura. A este fenómeno é chamado
de compressão (segundo tempo do ciclo).

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Ao atingir o PMS, a mistura, localizada na câmara de combustão (espaço entre o PMS e a
cabeça do motor), é inflamada com o auxílio da faísca produzida pela vela e ocorre a explosão que faz
com que o êmbolo volte ao PMI e permite a produção da força necessária para promover o movimento
do eixo do veículo. Este é considerado o terceiro tempo do motor e é denominado como expansão.

De seguida, após a expansão, os gases queimados encontrar-se-ão dentro do cilindro. É aí que


a válvula de escape abre e, com o auxílio do movimento ascendente do êmbolo, os gases queimados são
forçados a sair do cilindro. Quando o êmbolo torna ao PMS, a válvula de escape fecha permitindo o
recomeço do ciclo. A este quarto e último tempo, é chamado escape.

Imagem 11. Representação de motor Gasolina (Lotus)

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Motor V4 GPL
O gás liquefeito de petróleo (GPL) também pode ser utilizado como combustível automotivo.
Este contém uma mistura de gases de hidrocarbonetos.
É uma mistura de gases condensáveis que estão presentes no gás natural ou dissolvidos no
petróleo. Os componentes presentes no GPL são facilmente condensáveis, embora a temperatura e
pressão atmosféricas sejam gases. De uma forma simplificada, pode-se assumir o GPL como uma
mistura de gases propano e butano. Estes dois gases estão implícitos no petróleo e no gás natural, apesar
de parte deles serem obtidos ao longo da refinação de petróleo.
O GPL torna-se liquefeito quando armazenado em bilhas ou tanques de aço em pressões de 6 a
8 atmosferas. Qualquer recipiente que armazene GPL deve se encontrar lotado em apenas 85% da sua
máxima capacidade, deixando 15% vazio permitindo trocas de calor entre a parede do recipiente e o
combustível em causa. Quanto maior for a temperatura externa, maior é a velocidade de vaporização
do mesmo.
A manutenção e utilização de GPL contém alguns riscos perigosos, pois apesar deste fluido não
ser corrosivo, poluente ou tóxico, se inalado em grandes quantidades produzirá um efeito anestésico ou
asfixiante, pois expulsa o gás respirável do ambiente em que se encontra.
Este combustível não possui cor nem odor próprio, mas para promover a segurança, é
adicionada uma substância nas refinarias, facilitando a sua deteção.

Para a utilização deste combustível, a mistura de propano e butano é feita em percentagens


variáveis para que o índice de octanas esteja sempre de acordo com a Legislação em questão.
Para motores de combustão interna, é utilizado no estado gasoso permitindo uma excelente
homogeneização com o comburente (oxigénio) e como consequência acaba por proporcionar uma
melhor combustão, sem causar grandes danos no meio ambiente, pois de todos os combustíveis fósseis,
este é o que liberta uma menor percentagem de monóxido de carbono.
O GPL não necessita de aditivos para administrar uma melhor qualidade, apenas contém um
aditivo odorizante para permitir a identificação da presença do mesmo. Este também não contém
chumbo e contém um reduzido teor de enxofre.

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O poder calorífico é mais elevado e a mistura de ar-combustível é perfeitamente homogénea,
tornando a combustão mais completa e uniforme. Este combustível também facilita o funcionamento
do motor a frio e um trabalhar mais suave e silencioso.
O GPL Auto, devido ao índice de octanas, acaba por evitar a ocorrência de detonações,
melhorar o rendimento e prolongar a vida do motor.
Em relação ao abastecimento, este combustível torna-se mais limpo pois não existem derrames.
Ao relacionarmos as emissões dos três tipos de combustíveis, percebemos que este é o que
prejudica menos o ambiente, daí ter surgido de uma pesquisa de combustíveis alternativos, tal como o
hidrogénio.

Imagem 12. Representação de motor GPL (Lotus)

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Vantagens e Desvantagens

Vantagens Desvantagens

Hidrogénio Não é tóxico;


É o elemento mais abundante no Universo; Alternativa cara;
Grande potencial no setor de transportes; Requer a utilização de metais nobres;
Grande densidade energética; Implica custos de transporte e de distribuição;
Quase Zero Emissões; Não se encontra isolado da natureza;
Não contribui para a poluição sonora; Altamente reativo.
Facilidade de armazenamento;

Diesel Veículos mais económicos;


Não utiliza velas de ignição; Os veículo vibram mais;
Motores com maior durabilidade;
Tecnologia mais moderna; O custo de compra e manutenção.
Emissões de veículos modernos muito reduzidas.

Gasolina Maior rendimento; Não é uma matéria renovável;


Melhor desempenho no arranque;
Permite a limpeza do sistema do sistema de
combustível; Mais poluente;
Auxilia na conservação do motor e na lubrificação
do tanque;
Mão de obra mais barata;
Menor vibração e ruídos.
O custo do combustível.

GPL O custo do combustível; Conversão dispendiosa;


Menos poluente; Postos de abastecimento limitados;
Maior rendimento (semelhante a gasolina); Maior consumo;
Totalmente seguro. Proibição de circulação em certos locais.
Tabela 3. Vantagens e desvantagens (comparação)

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Legendas

Tabelas
● Tabela 1. Relação peso-poder calorífico
● Tabela 2. Propriedades físico-químicas
● Tabela 3. Vantagens e desvantagens (comparação)

Imagens
● Imagem 1. Schematic diagram of the expiriment (https://palotina.ufpr.br/bioenergia/wp-
content/uploads/sites/5/2019/05/Tecnologias-de-Produ%C3%A7%C3%A3o-de-
Hidrog%C3%AAnio.pdf)
● Imagem 2. Motor Omega 1 (https://www.whichcar.com.au/features/how-the-astron-
omega-1-engine-is-reviving-the-rotary-engine-concept)
● Imagem 3. Composição do Motor Omega 1 (https://www.whichcar.com.au/features/how-
the-astron-omega-1-engine-is-reviving-the-rotary-engine-concept)
● Imagem 4. Motor Protótipo da Toyota(https://www.youtube.com/watch?v=O0yM5RlD7Zo)
● Imagem 5. Carro com Fuel-Cell ()
● Imagem 6. Funcionamento da Fuel-Cell (
https://resources.news.e.abb.com/images/2020/4/14/0/Fuel_Cell.png )
● Imagem 7. Extração de combustíveis fósseis (https://sustentavel.com.br/combustiveis-fosseis)
● Imagem 8. Diagrama T-s ciclo Diesel ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_a_diesel )
● Imagem 9. Diagrama p-V ciclo Diesel( https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_a_diesel )
● Imagem 10. Representação de motor Diesel (Lotus)
● Imagem 11. Representação de motor Gasolina (Lotus)
● Imagem 12. Representação de motor GPL (Lotus)

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Referências Bibliográficas
https://www.turbo.pt/ford-motor-combustao-hidrogenio/
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/233021-omega-1-novo-motor-combustao-promete-
emissoes-poluentes-nulas.htm
https://www.whichcar.com.au/features/how-the-astron-omega-1-engine-is-reviving-the-
rotary-engine-concept
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_com_motor_de_combust%C3%A3o_interna_
a_hidrog%C3%AAnio
https://www.motor24.pt/noticias/pick-up-com-motor-de-combustao-a-hidrogenio-vai-nascer-
em-barcelona/1533920/
Trabalho de Roberto Liberato Neto, sob orientação do professor José Roberto Simões Moreira,
da Universidade de São Paulo,
http://sites.poli.usp.br/d/pme2600/2007/Artigos/Art_TCC_018_2007.pdf

Trabalho do professor FERNANDO MIGUEL SOARES MAMEDE DOS SANTOS, e do


professor FERNANDO ANTÓNIO CASTILHO MAMEDE DOS SANTOS,
https://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/435/1/Combust%C3%ADvel%20hidrog%C3%
A9nio.pdf
Tese de Mestrado de Tânia Esmeralda Rodrigues Estêvão, sob orientação do professor António
Tomé Ribeiro, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/58102/1/000129289.pdf
https://fenix.ciencias.ulisboa.pt/downloadFile/844562369089595/Armazenamento%20e%20trans
porte.pdf
https://palotina.ufpr.br/bioenergia/wp-content/uploads/sites/5/2019/05/Tecnologias-de-
Produ%C3%A7%C3%A3o-de-Hidrog%C3%AAnio.pdf
https://www.edp.com/pt-pt/historias-edp/os-superpoderes-do-hidrogenio
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/energia/celula_combustivel/armazenamento_de_hidr
ogenio.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_a_diesel
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_de_Otto
https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1s_liquefeito_de_petr%C3%B3leo
https://pt.wikipedia.org/wiki/GPL_Auto
https://www.centraldalapa.com/vantagens-e-desvantagens-do-diesel/
https://www.rotaexata.com.br/blog/combustivel-gasolina/
https://www.standvirtual.com/blog/vantagens-desvantagens-gpl-auto/
https://www.portal-energia.com/vantagens-desvantagens-hidrogenio-147348/

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