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REPARAÇÃO EM
SISTEMAS MECÂNICOS
Referências
Copyright, 2000
Todos os direitos reservados
IEFP
“Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, confinanciado pelo
Estado Português, e pela União Europeia, através do FSE”
ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA
PRÉ-REQUISITOS........................................................................................................... E.3
CORPO DO MÓDULO
0 – INTRODUÇÃO............................................................................................................0.1
DE VELOCIDADES...............................................................................................1.1
1.2 – DIAGNÓSTICOS........................................................................................................1.8
1.3 – REPARAÇÃO...........................................................................................................1.13
MECÂNICO DA DIRECÇÃO..................................................................................4.1
5.3 – REPARAÇÃO...........................................................................................................5.13
SISTEMA DE TRAVAGEM....................................................................................6.1
DOCUMENTOS DE SAÍDA
PÓS-TESTE..................................................................................................................... S.1
ANEXOS
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
8. Proceder aos vários tipos de diagnósticos a efectuar nos diferenciais, recorrendo aos
manuais do veículo;
11. Proceder aos vários tipos de diagnósticos a efectuar no sistema de direcção, recorren-
do meios de informações técnicas relacionadas com o veículo;
14. Proceder aos vários tipos de diagnósticos a efectuar no sistema de suspensão, recor-
rendo meios de informações técnicas relacionadas com o veículo;
17. Proceder aos vários tipos de diagnósticos a efectuar no sistema de travagem, recorren-
do meios de informações técnicas relacionadas com o veículo;
PRÉ-REQUISITOS
Lubrificação de Sistemas de
Sistemas de Sistemas de Ignição Sistemas de Carga e
Motores e Alimentação Diesel Alimentação por
arrefecimento Arranque
Transmissão Carburador
Sistemas de Direcção Geometria de Órgãos da Suspensão Diagnóstico e Rep. de Ventilação Forçada e Sistemas de
Mecânica e Assistida e seu Funcionamento Avarias no Sistema Ar Condicionado Segurança Activa
Direcção
de Suspensão
Diagnóstico e Diagnóstico e
Análise de Gases de Reparação em Reparação em Manutenção
Escape e Opacidade Rodas e Pneus Termodinâmica
Sistemas com Gestão Sistemas Eléctricos Programada
Electrónica Convencionais
Constituição de
Funcionamento do Processos de
Gases Carburantes e Noções de Mecânica Legislação Específica Processos de Corte e
Equipamento Traçagem
Combustão Automóvel para GPL sobre GPL Desbaste
Conversor para GPL e Puncionamento
Legenda
Módulo em Pré-Requisito
estudo
0 - INTRODUÇÃO
Um veículo automóvel é composto por vários sistemas, entre os quais, o sistema de direcção, o sistema
de suspensão, o sistema de travagem, que no seu conjunto contribuem para o correcto funcionamento
do veículo.
Uma vez ocorrida uma avaria é necessário minimizar os danos que são provocados, através da rápida
reparação da avaria.
Para reparar uma avaria é necessário caracterizar a mesma, através do conhecimento da localização
da avaria, tipo de avaria, componentes afectados, sendo necessário realizar um correcto diagnóstico
tendo em conta os sintomas apresentados, de modo a que a reparação a efectuar para corrigir a avaria
seja a mais correcta e eficaz.
A utilização de sistemas nos veículos automóveis cada vez mais complexos e menos tolerantes a
regulações aproximadas implica a necessidade de realizar diagnósticos cada vez mais precisos, pois
um sintoma poderá indicar a existência de várias avarias muito diferentes entre si.
Utilizando os métodos de reparação e diagnóstico adequados irá permitir que a reparação de avarias
seja mais eficaz, aumentando a rentabilidade do trabalho da oficina e a satisfação do cliente.
As avarias da caixa, como falta de estanquecidade e fissuras, são mais visíveis quando o mecanismo
está quente. O óleo nestas condições de temperatura é mais fluído e escapa-se com mais facilidade.
As fissuras são também reconhecíveis pelo som distante, que é produzido quando há ruptura.
Se os danos são pequenos podem ser reparadas por soldadura. Se a avaria for maior terá de se
substituir a caixa.
Os manuais do fabricante devem ser sempre consultados quando da análise de diagnóstico de avarias,
e indicações de reparação. No entanto e genericamente podem-se apontar algumas das avarias
mais comuns (tab. 1.1), partindo do princípio que a embraiagem se encontra em perfeito estado de
funcionamento, nomeadamente:
1.2 – DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da caixa de velocidades consiste na verificação dos diversos, é importante que estes se
encontrem devidamente limpos.
A carcaça da caixa não deverá apresentar fissuras nem deformações, os alojamentos dos rolamentos
e dos veios das forquilhas deverão encontrar-se em perfeitas condições, sem desgastes nem
irregularidades. As superfícies de acoplamento deverão encontrar-se isentas de fissuras, restos de
juntas ou vedantes.
As folgas existentes nos rolamentos de apoio deverão ser aquelas especificadas pelo fabricante,
tanto no sentido longitudinal como transversal. Os rolamentos deverão rodar sem dificuldade em ambos
os sentidos de rotação. Quando as superfícies das pistas ou o alojamento das esferas estiverem gastas
ou picadas, dever-se-á proceder à substituição dos rolamentos. Esta verificação deverá ser efectuada
para qualquer tipo de rolamento utilizado, seja de esferas, de rolos ou de outro tipo.
Os veios da caixa deverão ser medidos para verificar a existência de possíveis empenos, assim
como desgaste dos moentes. Estas verificações poderão ser efectuadas como se ilustra na figura 1.1,
através de um comparador e de um micrómetro, respectivamente. Os estriados dos veios não deverão
apresentar desgastes, riscos ou qualquer outro defeito.
Veio de saída
Engrenagem verifica-
Os anéis sincronizadores não deverão apresentar desgastes excessivos nos seus dentes nem nos
cones de fricção. O desgaste do cone de fricção deverá ser contabilizado, podendo ser medido com
uma lâmina calibrada, como se representa na figura 1.3. Caso o valor do desgaste seja significativo, o
anel deverá ser substituído.
Lâmina calibrada
Anel do sincronizador
As forquilhas de comando não deverão apresentar golpes, nem deformações ou desgastes. A folga
existente entre estas e as luvas do sincronizador deverá ser verificada. A figura 1.4 ilustra uma forma
de verificar esta folga, através da utilização de uma lâmina calibrada.
Forquilha do comando
Lâmina calibrada
Coroa do sincronizador
Os veios das forquilhas não deverão estar deformados ou dobrados, nem deverão ser detectados
desgastes nos alojamentos das esferas de retenção.
A folga entre o anel sincronizador e o cubo, representada na figura 1.6 também deverá ser controlada,
devendo ser medida com o anel aplicado contra a roda e este apoiado no cubo.
Após o controlo de todas estas folgas, encaixam-se as forquilhas de comando nas luvas respectivas,
nos locais indicados quando da desmontagem, e montam-se, em simultâneo com os veios, na carcaça
da caixa. Nalgumas caixas as forquilhas de comando só são montadas mesmo no final do processo de
montagem da caixa, antes de fechar a caixa. Realizada esta montagem, é necessário controlar a folga
axial dos veios, corrigindo-a com anilhas espaçadoras se necessário.
Fig. 1.7 – Utilização de anilhas de espaçamento para controlo das folgas axiais
A verificação desta folga deverá ser efectuada tendo como referência um determinado plano da caixa.
A verificação desta folga deverá ser efectuada tendo como referência um determinado plano da caixa.
No caso de serem utilizados rolamentos cónicos no apoio dos veios da caixa, é necessário afinar o
valor de pré-carga dos mesmos, antes do controlo da folga axial dos veios.
Existem vários métodos para a afinação da pré carga dos rolamentos. Em qualquer deles se mede a
resistência à rotação do conjunto, que deverá ter valores específicos.
O posicionamento relativo dos conjuntos deve ser adequado, com a finalidade de conseguir o melhor
contacto possível entre as diversas rodas que constituem as engrenagens.
Na figura 1.8 é possível observar este engrenamento, nos carretos (A-C) e (B-D). O posicionamento
correcto do eixo primário em relação ao secundário é, mais uma vez, efectuado através da utilização
de anilhas espaçadoras.
Fig. 1.8 – Veios montados no bloco – os detalhes representam as cotas que deverão ser con-
trolados para um correcto engrenamento dos pares de carretos
1.3 – REPARAÇÃO
A grande maioria dos casos identificados anteriormente na tabela 1.1 implicam a desmontagem da
caixa de velocidades, para a substituição de componentes danificados.
É de salientar que quando se desmonta uma caixa de velocidades devido a uma anomalia, se deverá
observar atentamente todos os órgãos desta, mesmo que não estejam relacionados com a causa que
inicialmente levou à reparação.
Marca;
Modelo;
Ano de construção;
Tipo de motor;
Existem no entanto alguns passos comuns, assim como alguns aspectos importantes que não podem
deixar de ser aqui referidos, tais como:
Elevar o veículo;
Suspender o motor
Regra geral, para a desmontagem deste órgão da transmissão, devem-se ir retirando os diversos
componentes por ordem, empilhando-os na mesma posição que se desmontam, tendo em conta que o
posicionamento das rodas dentadas no eixo é determinado por uma série de anilhas e anéis de freio.
Na figura 1.9 mostra-se a constituição e o posicionamento dos diversos componentes de um veio
secundário, cujo eixo (2) é fixo ao corpo por intermédio dos rolamentos de esferas (1) e (6).
A desmontagem do conjunto inicia-se retirando o anel de freio (7) e o rolamento (6), com a ajuda de
uma ferramenta apropriada.
De seguida, pode ser desmontado o conjunto sincronizador (4) com o seu cubo (8), assim como os
carretos loucos (3) e (5). Este conjunto, sincronizador e carretos, está fixo através de um anel de
retenção (11) e de uma anilha num dos extremos do veio, e no outro através do rolamento (6) e do
respectivo anel de freio, impedindo-se desta forma todo o movimento lateral do conjunto. Por sua
vez, o cubo (8) do sincronizador é fixo lateralmente com anéis elásticos (9) que impedem qualquer
movimento lateral.
Na sequência da desmontagem dos conjuntos sincronizadores, deverá ser prestada especial atenção
ao posicionamento da manga em relação ao cubo, para que na montagem ocupe novamente a
mesma posição, devendo-se mesmo marcar esta posição de modo a que não se produzam folgas no
conjunto.
Finalizada a desmontagem da caixa procede-se a uma verificação dos seus componentes inspeccionando
cada um quanto a desgastes, rupturas, deformações ou qualquer outra anomalia.
No que se refere à montagem do sincronizador deve-se ter especial cuidado na montagem dos anéis
elásticos de retenção (B), que devem ocupar a posição indicada na figura 1.11, introduzindo o seu
ressalto no interior de uma das chavetas do sincronizador (C) e posicionando-os em sentido contrário
um do outro. A montagem destes anéis elásticos realiza-se depois de montada a luva do sincronizador
(E) no cubo de sincronização (D).
Para verificar, diagnosticar e reparar avarias na embraiagem é muito vantajoso conhecer o seu
funcionamento, assim como ter conhecimento de quais os elementos mais sujeitos a desgaste.
Patinar da embraiagem - Este problema deve-se ao desgaste dos discos (Fig. 2.1)
ou a sujidade nos mesmos, ou ainda a uma afinação defeituosa. Se este problema
só se revela a alta velocidade, então o que o causa é a fadiga das molas de coman-
do. Ou existe alguma quebrada ou já perderam a sua elasticidade. Caso o proble-
ma não seja causado por uma regulação defeituosa da embraiagem, é necessário
desmontar o conjunto para uma verificação.
Ruídos ao pisar o pedal de embraiagem - Este ruídos podem ser originados por
alguma dificuldade no deslocamento axial do rolamento de encosto ou pela ruptura
de alguma das pontas da mola de diafragma.
Na tabela 1.1 estão enumeradas algumas das diferentes avarias que podem ocorrer no sistema de
embraiagem, as suas causas mais prováveis, bem como a verificação ou correcção a efectuar.
VERIFICAÇÃO OU
DEFEITO CAUSA PROVÁVEL
CORRECÇÃO
1. A embraiagem patina a) Haste de ligação travada ou a) Lubrificar, ajustar, compro-
quando se acopla incorrectamente ajustada var o estado das molas de
b) Rotura no suporte do motor retorno
c) Danos ou desajustes internos b) Substituir
c) Desmontar a embraiagem
para reparação
2. A embraiagem trepida a) Tirante de ajuste travado a) Lubrificar, ajustar
ou morde quando está b) Rotura no suporte do motor b) Substituir
acoplada c) Caixa de embraiagem desali- c) Alinhar ou substituir
nhada d) Libertar o cubo do disco;
d) Defeitos internos; cubo do dis- colocar disco novo
co agarrado ao eixo, óleo nas
capas do disco; capas do dis-
co soltas
3. A embraiagem arrasta a) Haste da embraiagem desa- a) Reajustar
quando se desacopla justada b) Substituir
b) Rotura no suporte do motor c) Colocar disco novo; ajustar
c) Defeitos internos; capas com as alavancas
desgaste; molas frouxas; óleo
nas capas do disco; alavanca
com ajuste incorrecto
VERIFICAÇÃO OU
DEFEITO CAUSA PROVÁVEL
CORRECÇÃO
4. Ruídos da embraia- a) Cubo do disco ou eixo de em- a) Substituir
gem braiagem desajustados b) Alinhar a caixa de velocida-
b) Alinhamento defeituoso des e a embraiagem com o
c) Rolamentos desgastados motor
d) Rolamento da cambota des- c) Substituir
gastado d) Substituir
e) Articulação da haste sem lu- e) Lubrificar
brificação f) Ajustar
f) Fricção nas alavancas de de- g) Substituir
sembraiagem
g) Molas do diafragma desgas-
tadas ou frouxas
5. Pulsações do pedal da a) Desalinhamento a) Alinhar a caixa de velocida-
embraiagem b) O volante está mal apoiado na des e embraiagem com o
cambota motor
c) Alavancas da desembraiagem b) Ajustar correctamente o
mal ajustadas motor
d) Disco ou prato de pressão c) Ajustar
empenados d) Substituir
6. Desgaste rápido das a) Má utilização do condutor a) Evitar pisar a embraiagem,
forras do disco de b) Volante ou faces do prato de evitar mudanças de veloci-
fric-ção pressão deteriorados dade bruscas , etc.
c) Defeitos internos, molas frou- b) Substituir
xas, óleo nas capas, alavan- c) Substituir os elementos ne-
cas desajustadas cessários, ajustar as alavan-
d) Haste travada ou desajustada cas
d) Lubrificar, ajustar
VERIFICAÇÃO OU
DEFEITO CAUSA PROVÁVEL
CORRECÇÃO
7. Pedal de embraiagem a) Haste travada a) Lubrificar, ajustar
duro b) Presença de algum elemento b) Libertar a parte posterior
estranho na parte posterior do do pedal, lubrificar
pedal c) Ajustar, substituir
c) Mola descentrada, desajustada
ou partida
8. Dificuldades na em- a) Batimento de engrenagens, di- a) As embraiagens hidráulicas
braiagem hidráulica ficuldades nas mudanças de podem ter quaisquer das
velocidade anteriores avarias. No en-
tanto, se a embraiagem hi-
dráulica não funciona cor-
rectamente, produzem-se
ruídos e dificuldades nas
mudanças de velocidade.
Para que não exista resvalamento entre o disco de embraiagem e o volante do motor a força de rotação
do disco deve ser igual à força de rotação do motor (o binário do motor). Se for menor, o disco fica a
roçar no volante do motor, dizendo-se que a embraiagem patina.
O disco engordurado também faz com que o coeficiente de atrito diminua. Este engorduramento poderá
ser causado por uma fuga de óleo que exista da caixa para a embraiagem ou do motor para esta.
Quando se encosta o disco de embraiagem ao volante cria-se uma grande fricção entre estes dois
órgãos, até que o disco adquira a mesma velocidade de rotação do volante, provocando o desgaste
do disco e das molas de embraiagem, pois estas ajudam a amortecer as diferenças de força entre
aqueles órgãos. O encosto do disco ao volante deverá ser o mais suave e progressivo possível, de
forma a que o arranque também o seja.
No caso em que o encosto do prato é feito com demasiada rapidez, as molas do disco da embraiagem
são sujeitas a esforços mais elevados do que o desejável, provocando o seu desgaste prematuro.
No caso em que se demora demasiado tempo a encostar o disco ao volante está-se a provocar maior
desgaste do disco, assim como o seu sobreaquecimento, que poderá originar deformações no disco.
O aquecimento da embraiagem pode dar origem à deformação do disco, assim como à deformação das
molas de comando da embraiagem, sejam estas de diafragma ou helicoidais.
Quando se está muito tempo com o pedal da embraiagem premido, como no caso do veículo se
encontrar parado num semáforo com a primeira velocidade engatada, o rolamento de encosto fica
encostado, o que contribui grandemente para o seu desgaste.
Para o correcto controlo e verificação de embraiagens, assim como de qualquer outro conjunto que
constitui um veículo, deve ter-se sempre em consideração os dados fornecidos pelos fabricantes.
Assim, deve-se sempre tentar obtê-los e respeitá-los.
Marca;
Modelo;
Ano de construção;
Tipo de motor;
Para reparar as avarias é necessário desmontar a embraiagem, existindo para tal alguns aspectos a ter
em conta. Por vezes os defeitos da embraiagem são causados pela incorrecta montagem da mesma.
Uma vez desmontada a embraiagem, deve comprovar-se o estado das molas (ruptura ou deformação),
assim como o das alavancas das molas de embraiagem (desgaste).
Para a verificação do estado das molas, normalmente é fornecido pelo fabricante a deformação que
estas deverão sofrer em função da força aplicada. No caso da ausência destes dados, deve fazer-se
a comparação com uma mola no estado novo. Deve também, observar-se se não existem defeitos de
forma nas mesmas.
A figura 2.2 representa uma embraiagem de molas, onde se podem observar medidas que normalmente
são fornecidas pelos fabricantes.
A altura H das alavancas, medida no seu interior, deve ser igual à medida dada pelo fabricante em
todas elas (o que se comprova com um calibre). Pois caso contrário, obter-se-ia um aperto desigual das
molas. A regulação faz-se través dos parafusos de posicionamento.
Tanto o prato de pressão como a face do volante onde se apoia o disco não devem apresentar
deformações ou ranhuras profundas. Se for necessário pode rectificar-se o prato, tendo o cuidado
de retirar pouco material, de modo a não alterar a pressão das molas. Na rectificação do volante
rebaixa-se um mínimo de espessura nas faces A e B, representadas na figura 2.4, mantendo a cota d,
que estabelece o posicionamento do conjunto da embraiagem e determina a pressão exercida pelas
molas.
O casquilho de apoio do veio primário da caixa de velocidades não deve estar danificado ou desgastado.
Caso contrário deve ser substituído.
O rolamento de encosto deve também ser substituído se apresentar danos. Na sua montagem
posterior, deve-se garantir que este desliza suavemente no casquilho guia e que o sistema de fixação
está correcto (Fig. 2.5).
Em seguida, deve-se lubrificar esta zona com massa fina para facilitar o deslizamento.
A folga entre o disco de embraiagem e o seu acoplamento sobre o veio primário da caixa de velocidades,
deverá ser verificada. Se for excessiva, provoca a oscilação do disco e ruídos no funcionamento,
devendo nesse caso proceder-se à substituição do disco.
O disco deve deslizar livremente sobre o veio primário, devendo-se proceder à limpeza das estrias e
sua lubrificação, se necessário. A lubrificação deve ser feita com uma massa à base de bisulforeto de
molibdénio, tendo o cuidado de não a aplicar em excesso.
O desgaste dos forros do disco deve ser verificado medindo a sua espessura. Se for excessivo deve-se
substituir o da limpeza. Se não estiverem desgastadas uniformemente é sinal que a pressão exercida
pelas diferentes molas é desigual.
Se os forros estiverem húmidos de óleo, podem limpar-se com tricloroetileno e um esfregão de arames.
Independentemente da limpeza, deve-se corrigir a causa, que será provavelmente devida a fuga no
retentor traseiro da cambota ou no veio primário da caixa.
Uma vez verificado o estado da embraiagem e feitas as reparações necessárias procede-se à sua
montagem e colocação do conjunto na sua posição sobre o volante motor. Antes de se apertarem os
parafusos de fixação da caixa da embraiagem com o volante, é necessário centrar o disco para que o
veio primário da caixa de velocidades entre facilmente no seu alojamento.
Na figura 2.7, pode-se ver a disposição adoptada para a montagem da embraiagem, centrando-se
o disco com uma guia, posicionando a caixa da embraiagem na mesma posição em que foi retirada,
fazendo coincidir as marcas de equilibragem.
No seu acoplamento com o volante motor, o disco de embraiagem toma uma posição determinada.
Geralmente, a face lateral de onde sobressai mais o cubo fica voltada para o prato de pressão.
Em alguns casos existem marcas no cubo indicando qual das faces acopla o volante motor.
Se o esforço requerido para efectuar a manobra for excessivo, a anomalia deve-se possivelmente a um
deslizamento defeituoso do cabo de embraiagem na sua guia, devendo este ser substituído.
Se o percurso for pequeno deve realizar-se a purga do sistema, extraindo o ar existente no circuito
hidráulico.
Esta operação realiza-se abrindo a purga do cilindro receptor, com o pedal pressionado, para deixar
sair o líquido arrastando as bolhas de ar.
Quando se vir que apenas sai líquido, pode dar-se por finalizada a purga.
Os sinais de avaria nos diferenciais é a ocorrência de ruídos. O tipo de ruído pode ajudar a determinar
qual a causa da avaria. Todavia, é necessário certificar-se que o ruído é proveniente do diferencial, pois
por vezes o ruído pode ser originado por juntas universais defeituosas, pelos rolamentos das rodas ou
até pelos próprios pneus.
Os ruídos do diferencial devem ser verificados com o veículo em carga, pois a potência deve fluir do
diferencial para as rodas ou vice-versa. Com o veículo suspenso, a transmissão de potência não se
efectua.
Na tabela 1.1 estão enumeradas algumas das diferentes anomalias que podem ocorrer no diferencial,
bem como as suas causas mais prováveis.
ANOMALIA CAUSAS
1 - Ruídos uniformes, sem batimento a) Lubrificação insuficiente (nível demasiado baixo)
b) Lubrificação com óleo excessivamente fluido
c) Desgaste dos rolamentos da caixa
d) Excessivo esforço do pinhão contra a coroa
2 - Batimento no momento da aceleração a) Folga excessiva entre o pinhão e a coroa, ou por
em baixo regime desgaste ou ainda por defeituoso ajuste.
b) Esmagamento dos parafusos de fixação da co-
roa cónica à caixa.
c) Folga excessiva da árvore porta-satélites na cai-
xa.
d) Folga excessiva no acoplamento entre os semi-
eixos e os carretos planetários.
3 - Batimentos repetidos com regularidade a) Rotura de alguns dentes da coroa
a direito ou nas curvas
4- Ruídos irregulares, durante a marcha a a) Desgaste irregular dos dentes do par cónico
direito b) Deformação da coroa do par cónico causada
por aquecimento excessivo.
c) Montagem defeituosa da coroa na caixa
d) Desgaste irregular dos planetários e dos satéli-
tes
ANOMALIAS CAUSAS
5 - Ruídos quando se curva a) Desgaste dos rolamentos da caixa
b) Engrenagens ou carretos deteriorados
c) Folga lateral excessiva entre engrenagens
d) Rolamentos do semi-eixo defeituosos
Tab. 1.1 – Anomalias e causas prováveis no diferencial
Marca;
Modelo;
Ano de construção;
Tipo de motor;
Manutenção do diferencial;
Ferramentas a utilizar;
Antes de se desmontar o diferencial deve-se observar se existem fugas de óleos, que são facilmente
detectáveis pelas manchas que deixam. Caso seja verificada qualquer fuga, deve-se substituir os
retentores na ocasião de montagem e inspeccionar a carcaça quanto à existência de fracturas. Também
deve ser verificado o nível de óleo, pois o desgaste dos componentes pode ser originado por um baixo
nível de óleo.
No diferencial deve-se efectuar as seguintes verificações com base nos dados e recomendações dos
fabricantes:
Com o conjunto diferencial montado (Fig. 3.1), a folga lateral de cada planetário deve encontrar-se
dentro dos valores estipulados. Caso contrário, as anilhas espaçadoras deverão ser substituídas, de
forma a corrigir o valor da folga.
Se a folga estiver dentro do limite e o estado dos satélites e planetários for aceitável, não é necessário
desmontar este conjunto.
Consoante as marcas obtidas, representadas na figura 3.3, a leitura dos resultados obtidos é:
A – Contacto correcto
B – Aproximação escassa
C – Aproximação excessiva
D – Ataque excessivo do pinhão em rela-
ção à coroa
E – Ataque escasso do pinhão em rela-
ção à coroa
Se a marca de contacto na coroa é a correcta, o ajuste está bem realizado. Caso contrário, é necessário
corrigir este ajuste através da posição do pinhão de ataque ou da coroa, em função da marca obtida.
O ajuste do pinhão de ataque consiste em acoplar os rolamentos de forma a que não exista folga entre
eles nem qualquer prisão.
A montagem do conjunto coroa-diferencial requer também uma operação de calibre, que determina
o posicionamento da coroa em relação ao pinhão. A figura 3.4 mostra uma disposição de montagem
adoptada com frequência, em que os rolamentos do conjunto coroa-diferencial estão apoiados na
carcaça. As anilhas situadas em ambos os lados, determinam a posição da coroa em relação ao
pinhão. Aumentando a espessura da anilha do lado da coroa e diminuindo do lado contrário em igual
medida, consegue-se aproximar a coroa do pinhão de ataque devendo a folga entre eles situar-se,
como referência, compreendida entre 0,1 e 0,15 mm.
Nos casos em que o diferencial está incorporado na caixa de velocidades, caso da figura 3.5, este
posicionamento é efectuado através das porcas laterais (1 e 2). A regulação neste caso, previne uma
certa folga entre os dentes da coroa e do pinhão.
Para verificar esta folga, coloca-se um comparador fixo no cárter de maneira a que a ponta de medição
fique perpendicular ao dente da coroa do diâmetro exterior, como representado na figura 3.6. Nestas
condições, tendo fixo o pinhão, imprime-se movimento alternado à coroa, no seu sentido de rotação
normal e no sentido contrário, para determinar a folga entre dentes, que deverá estar compreendida,
como referência, entre 0,15 e 0,2 mm.
O diagnóstico de avarias neste sistema deve ser realizado efectuando um teste de estrada, devendo-se
à priori, inspeccionar os pneus quanto ao estado e adequação ao veículo.
Na tabela 4.1 são apresentadas algumas anomalias que poderão ser detectadas e suas causas.
ANOMALIA CAUSAS
5- Chiadeira dos pneus nas cur- a) Defeito nalguma das cotas de regulação da di-
vas a baixa velocidade recção.
b) Deformação dos braços da suspensão.
6- O veículo não segue a trajec- a) Falta de avanço ou inclinação das rodas, sendo
tória recta, nem se endireita necessário o alinhamento da direcção.
ao sair das curvas b) Folga nos rolamentos das rodas.
c) Uniões das alavancas de accionamento da caixa
de direcção frouxas.
d) Folga do mecanismo da caixa de direcção.
Existem diversos factores que alteram os valores dos ângulos da geometria da direcção de um veículo.
Por essa razão, é necessário que se utilize uma situação precisa, para se proceder à verificação do
estado de regulação dos referidos ângulos e a eventuais correcções, se necessário.
Verifique se o veículo está equipado com rodas iguais e das dimensões cor-
rectas à frente e atrás. As rodas utilizadas devem ser as recomendadas pelo
fabricante do veículo.
Certifique-se de qual o empeno máximo admitido pelo fabricante do veículo (por via de regra não deve
exceder 3 mm). Para este efeito comece por levantar o veículo.
Verifique qual a folga existente nos rolamentos das rodas, à frente e atrás, e corrija-a se necessário
(Fig. 4.2 e Fig. 4.3).
Fig. 4.2 – Verificação da folga nos ro- Fig. 4.3 - Verificação da folga nos rolamen-
lamentos da roda tos da roda
Verifique o estado geral da suspensão da frente e de trás. Veja o estado das molas, amortecedores,
rótulas, braços de suspensão e apoios. As peças da suspensão não devem apresentar quaisquer
deformações, e as articulações não devem ter folga excessiva. As molas e amortecedores devem estar
em bom estado.
Verifique as folgas existente no mecanismo de direcção e corrija-as se necessário (Fig. 4.4). Estas
folgas localizam-se fundamentalmente nas rótulas e na caixa de direcção. Para este efeito, force as
rodas para dentro e para fora como se mostra ao lado, a fim de verificar se existem folgas anormais.
Verifique o estado de carga do veículo e corrija-o se necessário. A carga do veículo deve ser a indicada
para este efeito, no manual de especificações do veículo. Se o estado da carga do veículo for diferente
do recomendado, provavelmente os valores recomendados para os vários ângulos da geometria da
direcção e do eixo traseiro, também serão diferentes dos especificados.
Verifique a altura do veículo ou do chassis, em relação ao solo ou em relação ao eixo das rodas, ou
através de outra medição preconizada pelo fabricante do veículo a fim de se informar dos locais e dos
valores de medição que deve obter.
Em certos casos, os fabricantes indicam apenas o estado de carga do veículo, partindo do princípio
que, se o veículo estiver em bom estado de conservação, mediante esse estado de carga ficará à altura
correcta.
Monitor
Computador
Teclado
CD-ROM
Impressora
Sensores
Receptores de infravermelhos
O veículo deverá ficar numa posição absolutamente horizontal. As rodas da frente deverão apoiar-se
sobre pratos deslizantes e giratórios e as rodas de trás deverão ficar ao mesmo nível que as rodas da
frente. Se houver necessidade de compensar a espessura dos pratos deslizantes colocados sob as
rodas da frente, colocar calços da mesma espessura sob as rodas de trás.
Quando o veículo tenha suspensão independente atrás e se pretenda fazer a medição da geometria
do eixo traseiro, é indispensável colocar pratos deslizantes sob as rodas de trás. Antes de colocar o
veículo em posição, bloquear os pratos deslizantes ou rotativos com o perno de bloqueamento.
Muitas vezes as jantes das rodas têm pequenos empenos e, ao fixarem-se os equipamentos, estes
também não ficam numa posição absolutamente paralela à roda. Como é óbvio, estas irregularidades
vão influenciar os valores de medição a obter.
Para anular o empeno das jantes, consulte o Manual de Procedimentos da máquina que vai utilizar. No caso
das modernas máquinas de alinhamento electrónicas, o empeno é compensado automaticamente.
Em alguns equipamentos é imprescindível que o veículo fique perfeitamente alinhado com a máquina
de alinhar direcções. Há outros equipamentos em que esta exigência não é tão severa. No entanto, é
sempre preferível que fique bem alinhado.
Como ilustra a figura 4.11, num par de rodas colocadas na mesma posição, os valores de medição da
convergência ou divergência serão diferentes, sempre que medidos sobre pontos correspondentes a
diâmetros diferentes.
Fig. 4.11 - (b - a) = (d - c) = (f - e)
Embora fazendo medições em relação aos mesmos locais (bordos das jantes, por exemplo), também
podem surgir diferenças sempre que se utilizarem rodas ou jantes com diâmetros diferentes, dado que
também, neste caso, os diâmetros sobre os quais se faz a medição não são idênticos.
Daqui se poderá concluir quanto aos cuidados a ter na medição da convergência ou divergência das
rodas, quer ela seja feita em milímetros ou polegadas. Ou seja, deve-se ter em conta os seguintes
aspectos:
Fig. 4.12
Fig. 4.13 - a = b = l
Para efectuar a sua regulação comece por aliviar o sistema de frenagem (contra-porcas ou
braçadeiras) utilizando para isso as ferramentas adequadas (Fig. 4.16).
Fig. 4.17 – Regulação da convergência ou divergência
com o volante centrado
Como foi dito anteriormente, os vários ângulos da geometria da direcção têm interferência nos valores
de convergência ou divergência das rodas. Mas, inversamente, os valores exagerados de convergência
ou divergência também podem influenciar outros ângulos. Por isso:
Ao iniciar a medição ou regulação da geometria de direcção, comece sempre por medir e, eventualmente
regular, a convergência ou divergência.
Sempre que efectue alterações na inclinação lateral do eixo de direcção, nos ângulos de sopé ou
avanço, ou na centragem do volante, terá de rever os valores da convergência ou divergência e regulá-
los de novo, se necessário.
Caso, num dado veículo, o ângulo de sopé seja regulável e não se encontre dentro das tolerâncias
admitidas pelo fabricante, ou haja necessidade de através dele corrigir quaisquer tendências direccionais
ou desgastes anormais de pneus, então deverá proceder-se à sua correcção.
Antes de iniciar qualquer trabalho de correcção do ângulo de sopé, consulte o manual do veículo, a fim
de identificar o processo de regulação previsto para o efeito.
Em muitos veículos modernos não está previsto qualquer processo de regulação do ângulo de sopé.
Admite-se, nestes casos, que qualquer desregulação que surja, seja devida a empenos nos braços da
suspensão ou no quadro monobloco do veículo. Neste caso deverá verificar-se qual ou quais são as
partes danificadas e desempená-las ou substituí-las, conforme for o caso.
Nos casos em que o ângulo de sopé e ângulo combinado tenham valores incorrectos, a deficiência só
poderá ser corrigida substituindo ou desempenando a manga do eixo, dado que tais incorrecções são
indício de que ela está deformada.
A medição do ângulo de sopé pode ser feita utilizando vários tipos de equipamento. Para efectuar uma
medição rigorosa, devem-se ler atentamente as instruções de utilização do equipamento e consultar os
dados do fabricante para os comparar com os valores medidos.
Fixação do amortecedor
Neste processo, ao alterar-se o valor do ângulo de sopé poderá também ser introduzida uma alteração
no ângulo de avanço.
Por deslocação lateral do apoio, quando os furos do alojamento dos pernos de fixação são rasgados
(Fig. 4.25).
Furos rasgados
Fig. 4.25
Fig. 4.26
Por aplicação de anilhas entre o braço e os pontos de fixação do braço ao quadro ou monobloco (Fig.
4.27).
Quadro
Anilhas
Fig. 4.27
Nota: No caso do braço inferior da suspensão ser um triângulo, a regulação deve fazer-se por igual de
ambos os lados da base, a fim de não alterar o valor do ângulo de avanço.
Por anel ou perno excêntrico na fixação do braço inferior à manga de eixo (Fig. 4.28).
L=B
Fig. 4.28
Fig. 4.29
Fig. 4.30
Nota: No caso da posição dos triângulos ser regulada por anilhas, eles deverão ser regulados de modo
igual em ambos os lados a fim de não introduzir alterações no ângulo de avanço.
Por anéis ou pernos excêntricos na ligação dos triângulos à manga de eixo (Fig. 4.31).
Fig. 4.31
Neste sistema, ao alterar-se o ângulo de sopé, poderá também ser introduzida uma alteração no ângulo
de avanço. Caso se pretenda evitar essas alterações, o eixo maior do excêntrico deve ficar a fazer um
ângulo igual ao que fazia com o eixo transversal do veículo, embora dirigido em sentido oposto.
Eixo rígido
Depois de efectuada a regulação do ângulo de sopé certifique-se de que todas as peças de suspensão
ficaram devidamente apertadas e frenadas, quando isso esteja previsto.
Na grande maioria dos automóveis, o ângulo de inclinação do cavilhão da manga-de-eixo não têm
regulação. No entanto, a verificação deste assume uma importância elevada, uma vez que permite tirar
conclusões quanto ao estado dos componentes da direcção e da própria estrutura da carroçaria.
Traseira descaída – Este sintoma (Fig. 5.1) indica molas partidas ou frouxas, amortecedor preso
devido a oxidação ou empeno da haste, ou uma escolha errada dos amortecedores, sendo necessário
substituí-los.
Carro mais elevado que o habitual - Após a mudança de amortecedores, se o veículo ficou mais alto
que anteriormente, poderão ser as molas ou amortecedores instalados não adequadas, ou dever-se a
amortecedor preso. Deverão substituir-se as molas ou os amortecedores conforme necessário.
Na tabela 5.1 estão enumeradas algumas das anomalias que podem ocorrer no sistema de suspensão,
bem como as suas causas mais prováveis e verificações ou correcções a efectuar.
Actualmente o diagnóstico da suspensão e efectuado nas máquinas de teste da suspensão (Fig. 5.3)
que simulam a progressão do veículo por um terreno irregular, submetendo-o a uma oscilação vertical.
Este tipo de ensaio designado por EUSAMA, dá-nos a percepção do estado dos órgãos da suspensão
na sua globalidade, visto que é realizado sem desmontar qualquer componente.
Existem no mercado vários equipamentos de diagnóstico da suspensão que, também efectuam teste
de travagem e alinhamento da direcção.
1 computador;
1 monitor;
1 teclado;
1 comando remoto;
2 plataformas horizontais;
2 balanças;
2 motores eléctricos;
2 excêntricos;
É importante verificar o peso máximo suportado pela máquina, sendo que os veículos pesados não
efectuam o teste de suspensão. Os veículos com suspensão inteligente também não efectuam o
ensaio no banco de vibrações, por estes estarem munidos com sistemas electrónicos que controlam a
suspensão, e normalmente dispõem de sistemas de auto diagnóstico.
Antes de iniciar o ensaio, e após seleccionar o tipo de teste que se pretende realizar e o respectivo eixo
(Fig. 5.4), aparece no monitor a seguinte mensagem (Fig. 5.5). Significa que o equipamento está pronto
para efectuar o diagnóstico da suspensão.
Para a realização do ensaio, e depois de verificada a pressão dos pneus, o veículo é colocado
perfeitamente centrado nas plataformas (Fig. 5.6), para a medição do peso estático das rodas esquerda
e direita do mesmo eixo (Fig. 5.7).
Fig. 5.6 – Centralização das rodas nas Fig. 5.7 – Medição do peso estático
plataformas
Concluído o ensaio do eixo dianteiro, procede-se então ao teste do eixo traseiro, executando de forma
idêntica ao descrito anteriormente.
No final do teste, é apresentado um quadro com os resultados finais do ensaio, podendo mesmo
comparar o estado actual da suspensão com os valores pré-definidos pelo fabricante (Fig. 5.9).
Resultados:
Pd = Peso dinâmico
Pd
A (%) = x 10
Pe = Peso estático Pe
Quando a roda salta e perde totalmente o contacto com o solo, a aderência é mínima 0%, sendo o seu
valor 100% quando o veículo está parado (Pd = Pe).
O valor obtido para a aderência do veículo traduz assim a perda em percentagem das forças longitudinais
(tracção e travagem) e transversais (mudanças bruscas de direcção, capacidade para curvar), pelo que
o seu valor indica as condições de segurança do veículo. Considera-se normalmente :
Num veículo em bom estado, os valores de aderência da roda direita e esquerda devem estar acima do
(L). Em veículos desportivos ou de suspensão dura podem considerar-se aceitáveis valores em (M).
O valor absoluto de aderência (A) não deve em nenhum caso ser inferiores a 25%.
A diferença da aderência (D) entre as rodas do mesmo eixo, não deverá ser superior a 15%. Sendo
que, a nível de IPO (Inspecção Periódica Obrigatória) são permitidos diferença de aderência até 30%.
No caso das rodas traseiras dos veículos ligeiros, cujo peso suportado é geralmente inferior ao das
rodas da frente (particularmente nos veículos de motor e tracção dianteiros), são considerados normais,
valores de aderência entre 20 a 40%, desde que as rodas da frente tenham o seu valor de aderência
dentro dos limites.
Pressão dos pneus – Após a realização do teste em três situações distintas, ou seja, com a pressão
recomendada pelo fabricante, outra com mais 0,5 bar e por fim com menos 0,5 bar, verifica-se que
a aderência é afectada, como se demonstra na tabela 5.2. A pressão é inversamente proporcional a
aderência, ou seja, quanto maior é a pressão, menor é a aderência e vice versa.
PRESSÃO ADERÊNCIA
Correcta 70 %
Massas do veículo – Quanto menor o peso das massas não suspensas (rodas, braços, molas, etc.), e
maior o peso das massas suspensas (carroçaria, carga, passageiros, etc.) melhor é o resultado obtido
no banco de diagnóstico.
Constata-se que com o aumento da temperatura a aderência diminui, visto que a capacidade de
amortecimento depende da temperatura do óleo no interior do tubo, dado que o amortecimento
é feito pela resistência oferecida pelo óleo, quanto este passa nas válvulas do êmbolo. E com o
aumento da temperatura, diminui-se a viscosidade do óleo, que traduz-se numa menor capacidade de
amortecimento.
Descentralização dos pneus na plataforma – Este facto pode provocar uma leitura errada do peso
estático, e consequentemente os valores de aderência não serão os mais correctos.
Travões e mudanças – O travão de serviço e o travão de estacionamento não deverão ser utilizados
na realização do teste, portanto o carro deverá estar destravado e em ponto morto.
A verificação dos componentes da suspensão (Fig. 5.10 ) é indispensável para a detecção de anomalias
que progridem ao longo do tempo, e poderão ter consequências desastrosas. Normalmente não são
efectuados medições como noutros sistemas mecânicos, pelo que a verificação dos componentes da
suspensão, consiste em inspeccionar visualmente os órgãos da suspensão.
Rótulas
Amortecedores
Silent bloks
Molas
Pneus
Importa referir que estes órgãos são verificados nos Centros de Inspecção. Sendo feito a análise visual
do seu estado e verificação de folgas existentes.
A verificação destes componentes é feita com o carro elevado e num local com boa iluminação.
5.3 – REPARAÇÃO
A maioria dos casos identificados anteriormente na tabela 5.1 implicam a desmontagem da suspensão,
para a substituição de componentes danificados. A seguir indica-se os passos a executar na desmontagem
da mola e do amortecedor, sendo que, o tipo de suspensão mais comum no eixo dianteiro é o sistema
Mc Pherson. Neste caso para substituir o amortecedor é preciso desmontar o conjunto do elemento de
suspensão. Para tal deve proceder do seguinte modo:
Nota - Utilize sempre um compressor de molas adequado ao tamanho desta, para prevenir eventuais
ferimentos graves (Fig. 5.15 e Fig. 5.16).
Fig. 5.15 – Compressor de molas com grampos adicionais para diferentes diâmetros de molas
Nota - É necessário marcar as posições dos anéis, casquilhos, anilhas, e rolamentos, para no acto de
montagem não se trocar as posições destas, que adoptam a disposição correcta, de forma a garantir a
imobilização do amortecedor (Fig. 5.18).
A – Fixação superior
B – Fixação inferior
Um condutor de um veículo pode apresentar ao mecânico uma série de defeitos no sistema de travões
do seu veículo. No entanto é raro o condutor que saiba exactamente a causa dessa avaria. De seguida
apresentam-se as possíveis causas de avaria nos dois tipos de travões, assim como as reparações a
efectuar para cada avaria.
_ O pedal do travão chega até ao piso do veículo - Isto acontece quando o movimento total do pedal
do travão não é suficiente para travar o veículo. Esta situação pode ocorrer quando um dos circuitos
de travagem falha, deixando de se exercer força de travagem sobre duas das rodas do veículo. É
possível que, neste caso, o condutor continue a conduzir o veículo mesmo com um dos circuitos fora
de serviço, o que faz com que a força de travagem resultante da aplicação do pedal do travão a fundo,
não seja suficiente para travar o veículo e por consequência a distância de travagem aumenta. Estas
anomalias podem ser provocadas por um mau ajuste nos tambores ou nas maxilas dos travões, por
calços destas gastos, por entrada de ar no circuito de travões, por falta de óleo de travões ou por
deterioração da bomba principal dos travões.
_ Um dos travões está a roçar - Isto significa que os calços dos travões não se separam o suficiente
do tambor quando o condutor solta o pedal do travão. Esta situação é possível que aconteça devido
a um ajuste incorrecto do calço, devido a um tubo do circuito de travagem obstruído, o que faz com
que a pressão na bomba da roda não diminua quando o condutor solta o pedal de travão, devido a
um pistão que tenha ficado preso no interior de uma das bombas das rodas ou devido à perda de
elasticidade de uma das molas de recuperação das maxilas de travão.
_ Todos os travões roçam - Quando isto acontece, pode ser devido ao curso insuficiente do pedal dos
travões. Neste caso, os pistões das bombas das rodas não conseguem retroceder completamente.
Uma situação similar a esta pode acontecer quando se aplica óleo mineral ao sistema de travões.
A obstrução do respirador do depósito de óleo dos travões também pode ser a causa do roçar
dos travões, uma vez que a pressão dentro do depósito impede o alívio da pressão no circuito de
travões.
_ O veículo desvia-se para um dos lados quando se trava - Se isto acontecer significa que a pressão
de travagem é mais forte de um lados do veículo. Este desequilíbrio de pressões surge quando, algum
dos revestimentos dos travões está embebido em óleo devido a fugas na bomba da roda, quando
as maxilas dos travões estão desajustadas ou quando os calços estão desgastados desigualmente,
quando as bombas das rodas estão defeituosas ou as tubagens do circuito obstruídas, impedindo
uma acção uniforme de travagem em todas as rodas. Poderá ser também devido a um prato de
fixação solto ou ao uso de diferentes tipos de calços, a um mau alinhamento do eixo dianteiro ou à
rotura de uma mola.
_ Pedal esponjoso - A existência de ar no circuito de travagem é a razão mais provável para que isto
aconteça, embora o desgaste dos calços também possa originar o mesmo efeito. O ar pode entrar
no sistema se o orifício de respiração estiver obstruído (Fig. 6.1), a existência de ar no seio do óleo
origina um vazio parcial no sistema durante o curso de retorno dos pistões da bomba principal dos
travões, o que faz com que o ar seja encaminhado para a parte exterior dos pistões, tal como indicam
as setas na figura 6.1, entrando assim em todo o circuito de travagem. O ar pode também entrar no
sistema se os retentores da bomba principal dos travões tiverem fuga e não mantiverem a pressão
no sistema. É muito provável também, que a causa da entrada de ar no sistema seja a insuficiência
de óleo de travões na bomba principal, se o nível descer a baixo do orifício de passagem, o sistema
hidráulico absorverá ar, quando o pistão avança no processo de travagem.
_ Pedal demasiado duro - A necessidade de uma excessiva pressão para actuar o pedal pode ser
motivada por um inadequado ajuste das maxilas dos travões ou pelo uso de calços inadequados,
por vezes, quando os calços estão demasiado húmidos devido por exemplo, a chuva intensa, não
travam bem, obrigando o condutor a exercer maior pressão sobre o pedal do travão. Outra causa
possível de um mau poder de travagem e consequente endurecimento do pedal do travão, é a
excessiva temperatura, depois de uma utilização excessiva dos travões estes aquecem muito, o que
reduz fortemente o seu rendimento, por vezes os calços ficam de tal forma danificados que têm
de ser substituídos. Por outro lado, os tambores podem ficar com a sua superfície interna de tal
maneira polida que provoque uma má travagem, neste caso os tambores terão de ser esmerilados
para rectificar este defeito.
_ Travões ruidosos - Isto acontece se o desgaste dos calços for tal que estes entrem em contacto com
o tambor ou no caso de calços rebitados, a cabeça do rebite entre em contacto com o tambor.
_ Fuga de óleo de travões - Pode haver perda de óleo de travões, se a bomba principal dos travões
tiver fugas, se existirem fugas nas bombas das rodas ou se as uniões das tubagens estiverem soltas
ou deterioradas. Uma causa possível das fugas nas bombas das rodas é a instalação incorrecta das
hastes que actuam sobre a extremidade dos calços de travões. Qualquer tipo de fugas, sejam nas
bombas das rodas sejam na bomba principal, ou em qualquer outro órgão, obrigam à desmontagem,
reparação ou substituição deste componentes.
_ Os travões não realizam a sua afinação automática - Esta condição pode dever-se ao parafuso de
ajuste estar moído, ou à alavanca de ajuste estar desencaixada da roda dentada ou também a uma
instalação incorrecta do elemento tensor. Torna-se necessário desmontar o travão para encontrar e
corrigir a avaria.
_ A luz avisadora do painel acende, quando se trava (circuito duplo) - Isto é sinal de que um ou
os dois circuitos de travagem estão em falha. Devem ser examinados ambos os circuitos afim de se
detectar a avaria, é perigoso continuar a conduzir nestas condições, mesmo que o veículo esteja
a travar, já que só travam metade das rodas. É possível que a válvula reguladora da pressão ou a
própria lâmpada de aviso estejam avariadas, bem como o nível de óleo de travões esteja demasiado
baixo.
_ Vibrações no pedal de travão - O principal motivo que origina esta situação é a ovalização dos
TRAVÕES DE DISCO
_ Curso excessivo do pedal do travão - Qualquer motivo que origine um movimento excessivo das
pinças origina também um curso excessivo do pedal. Por exemplo, se o disco apresentar um empeno
excessivo, obrigará a um maior curso dos pistões nas bombas das rodas quando se aplicam os
travões. O empeno do disco pode ser medido com a ajuda de um comparador (Fig. 6.2). As pastilhas
deformadas ou desgastadas, um vedante dos pistões deteriorado ou um rolamento
da roda solto, podem ser igualmente causa desta avaria. Além disto, a presença de ar nas tubagens,
um nível baixo do óleo de travões ou a utilização de óleo não apropriado, são igualmente causas de
um pedal de travões esponjoso e de um maior curso deste. Um mau funcionamento do servofreio
também origina um aumento excessivo do curso do pedal de travagem.
_ Pedal do travão a vibrar quando se trava - Esta situação será provavelmente originada por um
Para além disto, se as pastilhas estão desgastados ou têm óleo sobre elas, provocam uma acção de
travagem anormal o que leva o condutor a exercer uma elevada pressão sobre o pedal do travão.
Quando os pistões das bombas das rodas se encontram presos, é necessário efectuar um maior
esforço sobre o pedal do travão.
_ Os travões não se libertam quando o condutor deseja - Isto pode significar a existência de algum
_ O pedal é actuado até ao fundo sem que a viatura trave - Se as pinças dos travões tenham
sido submetidas a intervenções de serviço, é possível que os pistões tenham sido colocados muito
recuados dentro das pinças o que origina a falta de travões. Por este motivo depois de qualquer
operação de serviço praticada nos travões de disco, deve-se bombear várias vezes o pedal do
travão e atestar correctamente o depósito da bomba principal, antes de colocar o veículo em anda-
mento. Este bombear do pedal coloca os pistões na sua posição normal dentro das pinças, evitando
assim qualquer falha de travões. Também outras condições podem impedir a acção de travagem
quando se pressiona o pedal, como ar no circuito, fugas nos retentores dos pistões das pinças, fugas
nos parafusos de sangria, fugas nas uniões das tubagens ou na bomba principal dos travões.
Todos estes sintomas cujas possíveis causas estivemos a analisar, são transmitidos pelo condutor
do veículo ou então são descobertos pelo mecânico que faz a manutenção ao carro, graças à sua
experiência profissional ou graças ao elevado índice de deficiência que esse defeito provoca no normal
funcionamento da viatura, que torna obvia a sua existência.
Existem no mercado equipamentos que nos ajudam a avaliar o estado do sistema de travagem em geral
de determinada viatura e em particular, avaliar a capacidade de travagem de cada roda e comparar
os valores obtidos com os máximos recomendados por lei. Estes tipos de equipamentos facilitam-nos
a detecção e o diagnóstico das avarias, levando-nos a actuar exactamente nos locais do sistema de
travagem que estão realmente necessitados. Vamos agora analisar um pouco mais pormenorizadamente
um destes equipamentos, quer como utilizá-lo quer como interpretar os seus resultados.
Este tipo de equipamento é normalmente constituído por vários órgãos (Fig. 6.3):
1 computador
1 impressora
1 teclado
1 balança
1 comando remoto
Consoante o carro que vamos testar, entramos no menu (1) (Fig. 6.5), introduzimos o peso bruto do
veículo ou confirmamos o peso medido pela máquina, bem como os valores da desaceleração para
os travões de serviço e para o de estacionamento. No entanto, podemos optar por não introduzir nada
neste menu e neste caso a máquina considera o peso que mediu e toma como valores de referência da
desaceleração os valores máximos das normas Alemãs.
Se quisermos agora testar os travões de serviço, vamos posicionar o carro em frente dos pratos e
alinhado com estes, pressionar o número (3) no comando, aparece a palavra DRIVE UP no monitor,
de imediato arrancamos e assim que as rodas da frente cheguem aos pratos destas travamos a fundo,
no caso da nossa máquina estar equipada com rolos em vez de pratos, coloca-se o carro sobre estes,
carrega-se (3), os rolos começam a rodar e assim que a máquina avisar travamos a fundo.
Assim que o teste termina, com a imobilização do carro, o monitor mostra os resultados começando
primeiro pelo desvio lateral do carro durante a travagem (Fig. 6.6). Este desvio é um fenómeno dinâmico,
que só se consegue medir em movimento, o desvio máximo é expresso em metros por quilómetro e
está graduado numa escala de 0 a 9 em que todos os valores são aceitáveis até ao 6 m/km e a partir
deste exigem intervenção.
gem do eixo traseiro, esta diferença é dada, para cada eixo, em percentagem da força total de travagem.
Como a força de travagem sobre o eixo dianteiro é sempre superior à do eixo traseiro, se a força
de travagem do eixo dianteiro for de 50% da total, ou inferior, o seu valor aparecerá no monitor a
vermelho.
Na parte superior do écran, podemos visualizar o valor da desaceleração calculado pela máquina.
Supondo uma viatura animada de certa velocidade que é obrigada a uma travagem brusca, há dois
factores que determinam a paragem do veículo, o tempo e a distância de travagem. Ambos os valores
podem no entanto ser expressos numa única unidade a desaceleração, vem expressa em m/s2.
Para analisar a travagem do travão de estacionamento, primeiro temos de saber se este actua sobre o
eixo dianteiro ou traseiro, para se escolher no menu principal o número (2) ou (4) respectivamente. No
caso de escolha da opção (2) o travão de estacionamento é testado com as rodas da frente colocadas
nos pratos do eixo traseiro, se utilizarmos (4) o teste realiza-se com as rodas traseiras sobre os pratos
do eixo dianteiro. Primeiro posiciona-se o carro em frente aos pratos apropriados, consoante o caso,
assim que a máquina indicar acelera-se e puxa-se a alavanca do travão de mão assim que se atingir
os pratos correctos. Quando o carro se imobiliza o monitor indicará os resultados dos testes (Fig. 6.8),
onde podemos observar na parte superior o valor da desaceleração provocada pela aplicação do travão
de estacionamento, os valores máximos das forças de travagem na roda da direita e da esquerda, a
diferença entre o máximo valor de força de travagem medido na roda da esquerda e da direita, bem
como o peso bruto da viatura.
O equipamento permite-nos também, através do menu (5) visualizar os resultados finais do teste de
uma forma resumida, temos sempre a hipótese em qualquer dos testes realizados anteriormente, de
imprimir os resultados obtidos.
Durante a revisão do sistema de travagem, deverá comprovar-se que não existem impurezas no
depósito de óleo e que a tampa do depósito não tem o orifício para a atmosfera obstruído. Deve-se
também comprovar o nível de óleo, se for insuficiente, poder-se-á acrescentar um pouco de óleo com
as mesmas características.
TRAVÕES DE TAMBOR
Este tipo de travões requerem verificações periódicas para compensar o desgaste dos calços. A
manutenção dos travões de tambor consiste basicamente em substituir estes revestimentos, uma
operação aparentemente simples, mas que implica a desmontagem de alguns componentes que
necessitam de alguns truques.
Em primeiro lugar eleva-se a viatura num elevador que permita posteriormente retirar as rodas ao
veículo, no caso deste não existir usar o macaco para cada uma das rodas, de cada vez. Retire a
roda desapertando os seus parafusos de fixação, retirar com a ajuda de uma pinça especial a porca
de fixação da tampa do tambor (Fig. 6.9), na ausência desta pode utilizar um alicate de pressão,
mas tenha cuidado para não danificar a porca. De seguida, desmontar o travão de tambor que se
encontra geralmente fixo por parafusos de cruz, por vezes é preciso desprender o sistema de afinação
automático, pela parte de traz do prato do tambor (Fig. 6.10) coloca-se depois, a pinça para pistões,
por forma a continuar a operação sem que os vedantes se desencaixem o que provocaria o derrame do
óleo dos travões (Fig. 6.11), desprender as molas com a ajuda de uma pinça especial, como podemos
ver na figura 6.12.
Fig. 6.10 - Libertação do sistema de Fig. 6.11 - Aplicação de um pinça especial para
afinação automática evitar o derrame do óleo de travões
Os tambores não devem apresentar rasgos profundos, se apresentarem deverão ser rectificados em
função das cotas máximas de rectificação autorizadas pelo construtor. Os tambores não devem estar
ovalizados, este controlo é efectuado com um comparador fixo a uma base plana, encosta-se a ponta
do aparelho no tambor e roda-se o mesmo, como se representa na figura 6.14.
Os revestimentos dos calços dos travões de tambor são rebitados ou colados, esta última opção é
cada vez mais utilizada por motivos de facilidade de fabricação. Nos revestimentos rebitados, quando
já estão muito usados, os rebites começam a bater contra a superfície interna do tambor, originando
rasgos profundos. O ruído característico que esta situação origina, indica-nos que é necessário fazer
uma intervenção sobre os travões dessas rodas. Podemos revestir os calços com revestimentos,
rebitando-os.
A montagem dos travões de tambor não apresenta qualquer dificuldade especial, a não ser que o
mecânico deverá ter as mãos limpas quando da montagem para não sujar os revestimentos de atrito
dos calços que vai montar, bem como deve limpar e desengordurar o interior dos tambores.
TRAVÕES DE DISCO
A manutenção dos travões de disco reside basicamente na substituição periódica das pastilhas e
eventualmente dos discos. Esta substituição efectua-se normalmente de uma forma mais simples que
a substituição dos calços dos travões de tambor. As pastilhas constituem, como os revestimentos dos
calços, as peças de desgaste, na sua substituição impõe-se ao fim de um certo número de quilómetros,
que variam consoante o tipo de condução e das condições de utilização da viatura. O desgaste das
pastilhas é geralmente assinalado por uma luz no painel de instrumentação do carro, no entanto na
própria pastilha existe uma ranhura que nos permite avaliar o grau de desgaste da mesma, quando esta
está praticamente apagada, a pastilha em causa deverá ser substituída.
A facilidade de acesso às pastilhas, depende do tipo de pinças com que a viatura está equipada. No caso
de serem pinças fixas a substituição das pastilhas é a mais fácil, para isso e com a viatura devidamente
elevada num elevador que permita retirar as rodas do veículo, desmontar a roda, as pastilhas estão
fixas nas pinças por uns freios próprios e por uma mola anti-ruído. Os freios são retirados com um
alicate de freios ( Fig. 6.16 e 6.17), ao retirar as pastilhas empurre os pistões das pinças com a ajuda de
uma alavanca de madeira (ex. cabo do martelo) (Fig. 6.18). Antes de montar as pastilhas novas, soprar
com ar comprimido a pinça para limpá-la de impurezas.
No caso de serem pinças flutuantes, desapertar com uma chave de luneta os pernos de fixação da
pinça (Fig. 6.19), retire parte da pinça, que deverá prender a qualquer estrutura, para evitar que a pinça
fique suspensa pelas tubagens, por exemplo fixar à suspensão (Fig. 6.20). De realçar que a parte móvel
da pinça nunca deverá ser desmontada, se isso acontecer o óleo de travões vai derramar e teremos
depois de sangrar os travões. Uma vez fixa a meia-pinça retira-se as pastilhas e substituem-se por
novas (Fig. 6.21).
Fig. 6.16 - Desmontagem do freio de uma Fig. 6.17 - Desmontagem da mola anti-ruído
pinça fixa de uma pinça fixa
Fig. 6.18 - Desvio de um pistão Fig. 6.19 - Abertura de uma pinça flutuante
Fig. 6.20 - Desmontagem e fixação da pinça Fig. 6.21 - Substituição das pastilhas
Em qualquer dos casos, quer para pinças fixas quer para pinças flutuantes, devemos medir a espessura
das pastilhas usadas (Fig. 6.22) para certificação que de facto necessitavam de ser substituídas.
Se o sistema hidráulico for contaminado por pó ou por qualquer líquido prejudicial, é necessário substitui-
lo imediatamente através da purga do sistema. Ao executar esta tarefa, apenas se deve substituir o
óleo por outro recomendado pelo fabricante da viatura, pois o uso de qualquer outro tipo de óleo poderá
ser extremamente prejudicial para o sistema. Para realizar esta operação, retirar os parafusos de purga
em todas as bombas das rodas e ligar os tubos de drenagem.
No entanto à que ter algumas precauções, limpar muito bem as redondezas dos parafusos de purga,
para evitar que óleos ou pó entrem para as bombas das rodas. Introduzir as extremidades inferiores
dos tubos de drenagem em recipientes de vidro limpos, desaparafusar os parafusos de drenagem cerca
de ¾ de volta, de seguida accionar o pedal do travão várias vezes em todo o seu curso, para expulsar
a totalidade do óleo do sistema. Quando todo o óleo já saiu do sistema, introduzir na bomba principal,
líquido de limpeza do circuito de travagem.
Pisar novamente várias vezes até ao fundo o pedal do travão, até que este líquido tenha saído por
completo, de seguida aplicar ar comprimido seco e limpo através da bomba principal, para expulsar
completamente o liquido de limpeza. Finalmente adicionar o novo óleo de travões e sangrar o
sistema.
Sempre que se muda o óleo de travões, quando o nível de óleo baixa para além do mínimo ou quando
entra ar no sistema de travagem, este deve ser sangrado ou purgado para eliminar o ar existente no
circuito.
O ar elimina-se adicionando óleo de travões e extraindo uma pequena quantidade de óleo por cada
bomba da roda. Para adicionar óleo de travões, primeiro temos de nos certificar que os parafusos
de sangragem estão fechados em todas as bombas das rodas, depois recorre-se a um depósito
pressurizado (Fig. 6.23) com óleo de travões apropriado que se liga à bomba principal dos travões,
instala-se na bomba da roda um tubo de sangragem com um recipiente na sua extremidade para onde
irá escorrer o óleo, abre-se o parafuso de sangragem, como o depósito que está ligado à bomba principal
está pressurizado o óleo que nele se encontra começa a entrar na bomba principal empurrando assim
o ar que se encontra no circuito, que vai sair pelo tubo de sangragem na bomba da roda. Assim que
o ar tiver saído todo (deixam de aparecer bolhas de ar no recipiente de vidro na extremidade do tubo)
fecha-se o parafuso de sangragem. Repete-se esta operação pelas quatro rodas.
Se não recorrermos a este equipamento serão necessárias duas pessoas para fazer este trabalho, pois
uma delas terá de pressionar o pedal do travão várias vezes para expulsar o ar.
BIBLIOGRAFIA
Autodata – Alinhamento das Rodas, Verificação e Regulação das Rodas Dianteiras e Traseiras 1998
H.M. Chollet, Curso Prático e Profissional para Mecânicos de Automóvei – Hemus Editora Limitada
PÓS-TESTE
Em relação a cada um dos exercícios seguintes, são apresentadas 4 (quatro) respostas das quais
apenas 1 (uma) está correcta. Para cada exercício indique a resposta que considera correcta, colo-
cando uma cruz (X) no respectivo quadrado.
a) Medir a convergência....................................................................................................
2. Num travão de tambor, se este estiver a roçar, isto significa que os calços dos tra-
vões não se separaram o suficiente do tambor quando o condutor solta o pedal do
travão, uma das causas possíveis desta avaria é:
a) Ar no circuito de travagem............................................................................................
4. Se o pedal do travão se apresentar demasiado duro, uma das razões mais prováveis
poderá ser:
d) Ar no circuito de travagem..................................................................................................
a) 4 m/km..........................................................................................................................
b) 5 m/km..........................................................................................................................
c) 6 m/km...........................................................................................................................
a) 7 m/km..........................................................................................................................
6. Quando as rodas do eixo da frente apresentam rasgos com desgastes nas lamelas do
lado de fora, isso poderá ser devido a:
a) Excesso de divergência................................................................................................
c) Excesso de convergência.............................................................................................
7. A tendência para o volante ziguezaguear quando o veículo se desloca sobre piso irregular
pode ser devido a excesso de:
c) Ângulo de avanço...............................................................................................................
d) Divergência em curva.........................................................................................................
b) O binário ......................................................................................................................
d) A aderência ..................................................................................................................
a) Chave de bocas............................................................................................................
b) Compressor de molas...................................................................................................
c) Chave inglesa................................................................................................................
d) Chave de fendas...........................................................................................................
1 d) 1,5
2 c) 1,5
3 a) 1,5
4 b) 1,5
5 c) 1,5
6 c) 1,5
7 d) 1,5
8 d) 1,5
9 b) 2
10 b) 2
11 b) 2
12 a) 2
TOTAL 20
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exemplo de exercícios práticos a desenvolver no seu posto de trabalho e de acordo com a maté-
ria constante no presente módulo.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
- 1 VEÍCULO
- MANUAL DO FABRICANTE DO VEÍCULO
- BANCO DE SUSPENSÃO
- COMANDO REMOTO DO BANCO
- IMPRESSORA
TAREFAS A EXECUTAR
SULTADOS OBTIDOS.
EIXO DIANTEIRO
EIXO TRASEIRO
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
DE HIGIENE E SEGURANÇA.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
- 1 ELEVADOR
- FERRAMENTAS DE (DES)APERTO
- 1 CHAVE DINAMOMÉTRICA
TAREFAS A EXECUTAR
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
EXERCÍCIO N.º 3 - REPARAÇÃO DO SISTEMA DE TRAVAGEM
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
TAREFAS A EXECUTAR
GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A DESENVOLVER AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)
TOTAL 20
GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A DESENVOLVER AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)
5 – Montagem da suspensão. 6
TOTAL 20
GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A DESENVOLVER AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)
TOTAL 20