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DOSSIER TÉCNICO

CABEÇA

Alimentos Geneticamente Modificados


– seguros ou não?
Um Alimento Geneticamente Modificado (GM) é aquele que Eugénia de Andrade e Isabel Rodrigues . INIAV, I.P.
consiste (ex. grão de soja transgénica), contém (ex. broa de
milho transgénico) ou deriva (ex. óleo de colza transgénica) de
um Organismo Geneticamente Modificado (OGM) ou que tem
ingredientes produzidos a partir de um OGM e que se destina
à alimentação humana ou à animal (Reg. (CE) N.º 1829/2003 e
1830/2003).

Genes e proteínas Contudo, de acordo com o artigo 2.º, alínea lhoramento, deveriam também ser sujeitas a
Em todas as células de todos os seres vivos 2b) e com o artigo 3.º da mesma Diretiva, uma análise de risco, pois na realidade é o
existem umas moléculas, mais ou menos os indivíduos resultantes de técnicas de in- fenótipo que interessa e não o método utili-
longas, chamadas DNA (ácido desoxirri- dução de poliploidia e de mutagénese não zado para o obter. De acordo com Tagliabue
bonucleico). Estas moléculas são cadeias são considerados OGM, desde que não en- et al. (2018), “toda a investigação em biotec-
de quatro tipos de unidades (nucleótidos) volvam moléculas recombinantes de DNA. nologia está consciente de que os métodos
dispostas numa ordem exclusiva para cada Neste contexto, um OGM resulta da apli- convencionais, como a mutagénese por irra-
espécie. Para maior facilidade de compreen- cação de técnicas de engenharia genética diação, foram excluídos da legislação por ra-
são, podemos imaginar que o DNA total de que manipulem diretamente o DNA como a zões puramente politicas”. Adicionalmente,
uma espécie é um livro escrito apenas com transgenia. Qualquer outra técnica de mo- por exemplo, não se entende porque é que
quatro letras. Nem todos os trechos têm in- dificação genética que não utilize molécu- plantas tolerantes a herbicidas obtidas por
terpretação, mas os que a têm chamam-se las recombinantes de DNA não é considera- técnicas tradicionais, como as variedades
genes e o seu significado é traduzido numa da como geradora de OGM. Clearfield, existentes desde 1992 (Tan et
proteína que será responsável por uma ca- Conclui-se, assim, que o que se conside- al., 2004), não são sujeitas aos mesmos “ata-
racterística do organismo, como, por exem- ra para a definição de OGM é o processo ques” que as plantas GM do tipo “RoundUp­
plo, a cor dos olhos, a maturação do fruto, o (método) de transformação utilizado para Ready”. Convém destacar que o melhora-
teor de glúten no cereal, etc. Os organismos o obter e não o produto final obtido. Mas, mento clássico também introduz novos
de uma espécie têm os seus genes dispostos se o processo é que é relevante, não have- genes e novas combinações de genes para
na mesma ordem e só uma fração diminu- ria necessidade de controlar todos os OGM. além de alterar os alelos (Glenn et al., 2017).
ta da informação neles contida é variável, o Isto contrasta com os objetivos estabeleci-
que assegura a variabilidade intraespecífica. dos pela União Europeia (UE), num denso Breve história dos alimentos GM
quadro regulatório, de proteção da saúde Entre 1987 e 1992 foi desenvolvida a primei-
Organismos Geneticamente humana e animal e do ambiente. Desde ra planta GM – tomate Flavr Savr, Calgene
Modificados (OGM) 1990 que a legislação europeia neste âmbito Inc. – para fins alimentares, tendo sido co-
OGM são organismos (plantas, animais, permite o controlo, de forma harmonizada, mercializada entre 1994 e 1999. Pela supres-
bactérias, etc.) que contêm genes modifi- de todos os OGM antes da sua libertação de- são da proteína poligalacturonase, respon-
cados artificialmente com um determinado liberada no mercado (https://ec.europa.eu/ sável pela dissolução da pectina da parede
propósito, pela ação de cientistas. De acor- food/plant/gmo/legislation_en). Em mui- celular e consequente amolecimento dos
do com o artigo 2.º, alínea b) da Diretiva tos outros países fora da UE (64 no total, frutos após a maturação, este tomate man-
2001/18/CE do Parlamento Europeu e do excluindo os EUA) também existe regula- tinha-se rijo durante longos períodos (Krie-
Conselho, de 12 de março de 2001, um OGM mentação para alimentos GM, onde se des- ger et al., 2008). Isto permitiu melhorar a
é “qualquer organismo, com exceção do ser taca a obrigatoriedade de rotulagem (http:// qualidade do tomate. Por um lado, as colhei-
humano, cujo material genético tenha sido www.justlabelit.org/right-to-know-center/ tas em verde, seguidas de amadurecimento
modificado de uma forma que não ocorre labeling-around-the-world/) como meio de artificial por efeito de etileno, foram elimi-
naturalmente por meio de cruzamentos e/ assegurar a liberdade de escolha do consu- nadas. Os frutos passaram a ser colhidos
/ou de recombinação natural”. Perante es- midor e descobrir “efeitos” não previstos depois da maturação natural, aumentando
ta definição, seríamos levados a pensar que (EU, 2010). francamente o seu sabor e aroma. Por outro,
um organismo com uma modificação pro- No entender de muitos cientistas, as plantas o tomate Flavr Savr apresentava maior re-
vocada por mutagénese química ou física originadas pelos métodos convencionais, sistência ao transporte e, por conseguinte,
ou por hibridação também seria um OGM. assim como pelas “novas técnicas” de me- melhor aspeto visual. Apesar de ter sido um

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bém ao impacte ambiental. É de realçar que


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quando um alimento é obtido pela aplicação


de tecnologia associada a transgénicos, não
é considerado GM. Exemplos são o queijo
obtido pelo uso de enzimas produzidas por
bactérias GM, o aspartame produzido por
bactérias GM, assim como os ovos, o leite ou
a carne de animais com nutrição assente em
alimentos compostos produzidos a partir de
OGM (Reg. (CE) N.º 1829/2003 e 1830/2003).
O primeiro alerta surgiu com o comunicado
de Pusztai, como referido anteriormente, e,
desde aí, a controvérsia instalou-se, espe-
cialmente entre os consumidores europeus,
mas também noutras regiões do mundo.
Apesar do consumo de alimentos GM se
fazer há mais de duas décadas, o debate
continua, porque, por um lado, uma vez ins-
talados o medo e os receios na população,
é muito difícil eliminá-los e, por outro, res-
postas absolutas são raras. De acordo com
diversas publicações, é importante realçar
sucesso científico e comercial, a partir de milhos e algodões Bt com produção da to- que só se conseguem estabelecer os efeitos
1998 a sua comercialização começou a de- xina inseticida do Bacillus thurigiensis) e dos alimentos na saúde, quer sejam GM ou
crescer até que em 1999 deixou de se produ- tolerância a herbicidas (ex. a soja RoundUp não, dentro de limites apertados. Os investi-
zir. Este facto foi uma consequência do co- Ready, resistente ao glifosato) foi o mais gadores conseguem prever efeitos com base
municado feito pelo cientista inglês Arpad significativo. Seguiu-se o desenvolvimento na informação disponível sobre a composi-
Pusztai expressando grandes preocupações de plantas com características nutricionais ção química do alimento, dados epidemio-
com os alimentos GM, depois de ter testado, melhoradas, como arroz dourado capaz de lógicos, variabilidade genética das popula-
em ratinhos, linhas de batatas GM, embora fazer, no endosperma, a biossíntese da pro- ções e estudos conduzidos em cobaias.
estas não tivessem sido desenvolvidas para vitamina A (Ye et al., 2000), e, por fim, as A maior preocupação associada às plantas
consumo humano (Pusztai, 1998). Pusztai culturas para produção de produtos farma- e alimentos GM é poderem conter subs-
atribuiu o efeito negativo das batatas GM cêuticos, biodiesel ou outros produtos para tâncias tóxicas e alergénios resultantes de
ao processo de transformação e não ao pro- além dos alimentos. alterações inesperadas, ou seja, alterações
duto resultante do novo gene introduzido “secundárias” em processos metabólicos
(Bruening e Lyons, 2000). Uso dos OGM e controvérsia originalmente não visados no processo de
Em 1990, foram desenvolvidas papaias GM dos alimentos GM transformação e melhoramento. Como as
resistentes ao “ringspot virus”, em resposta Embora o uso de OGM seja muito antigo, técnicas de engenharia genética permitem
a uma crise registada no Havai e que causou este é do desconhecimento da comunidade fazer melhoramento muito dirigido e com
perdas de produção na ordem dos 40%. A geral. Por exemplo, nós próprios podemos grande controlo, o produto resultante do
resistência foi conseguida pela introdução ser considerados OGM, pois temos genes transgene é avaliado durante a fase de aná-
do gene da cápsula proteica do vírus no com origem em elementos virais. Sabe-se lise de risco e, portanto, nunca será esta a
DNA da papaia. As plantas GM, pela produ- atualmente que, durante a evolução, muitas causa de risco para a saúde nos OGM apro-
ção da capa proteica, conseguiam eliminar espécies incorporaram no seu DNA genes vados. Assim, as controvérsias assentam no
o vírus, à semelhança do efeito de uma va- originários em elementos virais (Kobayashi argumento de que são mais prováveis as al-
cina. Este mecanismo é chamado de “RNA et al., 2018; Gilbert e Feschotte, 2018) ou em terações não intencionais no DNA das plan-
silencing”. As papaias GM foram comercia- bactérias (Husnik e McCutcheon, 2018). Ou- tas quando novos elementos genéticos são
lizadas em 1998, foram testadas em 22 paí- tro exemplo é o caso da insulina. Em 1982, inseridos por técnicas de biotecnologia, do
ses, impulsionaram o desenvolvimento de nos Estados Unidos da América, foi autori- que pelos métodos de melhoramento con-
outras papaias GM especificamente resis- zada a produção de insulina, para comercia- vencional. Ora, esta visão não passa de um
tentes a vírus de outras origens geográficas lização como medicamento para diabéticos, mito e, para o provar, podem-se enumerar
e, atualmente, encontram-se disseminadas por bactérias GM. Estas foram transforma- casos de plantas obtidas por melhoramen-
internacionalmente. A sua aceitação não das pela inserção dos genes humanos envol- to convencional contendo elevados níveis
foi sempre fácil. Por exemplo, na China só vidos na síntese de insulina no pâncreas. de compostos tóxicos. Um exemplo é o da
foram cultivadas a partir de 2010, no Japão Atualmente, este produto é de uso genera- variedade Lenape de batata. Esta foi obtida,
só foram autorizadas em 2011 e na UE ainda lizado e muito bem aceite. em 1967, por cruzamento entre variedades
estão proibidas (https://www.stopogmpa- As grandes críticas relativamente ao uso com elevada produtividade e com resis-
cifique.org/2016/04/24/transgenic-papaya- dos OGM recaíram, sobretudo, nos alimen- tência à sarna comum (Akeley et al., 1968).
-around-the-worl/). tos GM. Em alguns casos, assentaram em Verificou-se, após estar no mercado, que a
A partir de 1995, o desenvolvimento de inú- crenças religiosas, mas a maioria assentou sua ingestão causava náuseas, facto que foi
meras plantas com resistência a insetos (ex. em preocupações relativas à saúde e tam- atribuído aos níveis muito elevados de gli-

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508 e 509-A-11). http://factsaboutgmos.org/sites/


default/files/AMA%20Report.pdf.
Directiva 2001/18/CE do Parlamento Europeu e do Con-
selho de 12 de março de 2001 relativa à libertação de-
liberada no ambiente de OGM e que revoga a Directiva
90/220/CEE do Conselho. Jornal Oficial das Comuni-
dades Europeias. L 106.
EU (2010). A Decade of EU-Funded GMO Research. h­ ttp://
ec.europa.eu/research/biosociety/pdf/a_decade_
of_eu-funded_gmo_research.pdf.
Gilbert, C. e Feschotte, C. (2018). Horizontal acquisition of
transposable elements and viral sequences: patterns
and consequences. Current Opi Genet. Dev. 49: 15-24.
Glenn, K.C.; Alsop, B.; Bell, E.; Goley, M.; Jenkinson, J.;
Liu, B.; Martin, C.; Parrott, W.; Souder, C.; Sparks, O.;
Urquhart, W.; War, J.M. e Vicini, J.L. (2017). Bringing
New Plant Varieties to Market: Plant Breeding and Se-
lection Practices Advance Beneficial Characteristics
while Minimizing Unintended Changes. Crop Sci., 57:
2096-2921.
Figura 1 – Diagrama de Venn enumerando os genes diferencialmente expressos, num universo de 17 546, entre variedade de milho GM Husnik, F.; McCutcheon, J.P. (2018). Functional horizontal
(MON 810) e não GM. Os genes de maior interesse foram os da Peroxidase, Ferredoxina, Lipoxigenase6 (LOX6), Kin-1 (Knotted 1-induced1),
NAD(P)H Nitrato redutase, Oxidoredutase, 1,3-ß-glucanase e Proteína relacionada com patogenese5 (PR5) gene transfer from bacteria to eukaryotes. Nat Rev Mi-
crobiol., 16: 67-79. doi: 10.1038/nrmicro.2017.137.
coalcalóides (solanina e chaconina), que, o melhoramento de plantas pelas técnicas Krieger, E.K.; Allen, E.; Gilbertson, L.A.; Roberts, J.K.;
por sua vez, também a tornavam mais re- mais modernas da biotecnologia é seguro Hiatt, W. e Sanders, R.A. (2008). The Flavr Savr Toma-
sistente a doenças. Em 1970, foi retirada do (AAAS, 2012). A própria Organização Mun- to, an Early Example of RNAi Technology. Hortscience,
comércio. dial de Saúde declarou que os alimentos 43: 962–964.
Outro exemplo é o das variedades de algo- GM, atualmente disponíveis no mercado Kobayashi, Y.; Shimazu, T.; Murata, K.; Itou, T. e Suzuki,
dão sem semente. A farinha de semente de internacional, não têm probabilidade de se- Y. (2018). An endogenous adeno-associated virus
algodão é uma solução para a escassez ali- rem um risco para a saúde humana. Efetiva- element in elephants. Virus Research, https://doi.
mentar, uma vez que contém cerca de 20% mente, estes alimentos passaram os ensaios org/10.1016/j.virusres.2018.04.015.
de proteína. Contudo, nas variedades com de avaliação de segurança (WHO, 2014). Pusztai, A. (1998). SOAEFD Flexible Fund Project RO 818:
semente, esta encontra-se associada a ele- Report of Project Coordinator on data produced at the
vados níveis de gossipol, um composto de Nota final Rowett Research Institute.
elevada toxicidade relacionado com a resis- Em conclusão, pode-se afirmar que, inde- Regulamento (CE) 1829/2003 do Parlamento Europeu e
tência a pestes. Pela aplicação do melhora- pendentemente do processo utilizado para do Conselho de 22 de Set de 2003 relativo a géneros
mento convencional, criaram-se variedades incorporar no DNA das plantas informação alimentícios e alimentos para animais GM.
sem semente, de baixo teor de gossipol, e, para novas características, o melhoramen- Regulamento (CE) 1830/2003 do Parlamento Europeu e
portanto, de maior valor nutricional (Cai et to de plantas tem de selecionar e eliminar do Conselho de 22 de Set de 2003 relativo à rastreabili-
al., 2010). Contudo, estas plantas apresen- as não desejadas. Adicionalmente, a carac- dade e rotulagem de OGM e à rastreabilidade dos géne-
tavam maior suscetibilidade a infeções por terização molecular e fenotípica deve per- ros alimentícios e alimentos para animais produzidos
fungos produtores de aflatoxinas, compos- mitir confirmar a ausência de efeitos não a partir de OGM e que altera a Directiva 2001/18/CE.
tos altamente carcinogénicos (Ames, 1983). desejados. Rodrigues, I.; Chegao, A.; Quedas, F. e de Andrade, E.
Curiosamente, uma investigação conduzida (2015). Transgenic maize microarrays analysis indica-
no laboratório de OGM do INIAV demons- Bibliografia te no interaction between differentially expressed mR-
trou, em variedades de milho Bt (MON 810), Akeley, R.V.; Mills, W.R.; Cunningham, C.E. e Watts, J. NAs and miRNAs. Plant Genomics Congress, poster.
comparativamente às suas “quase isogéni- (1968). Lenape: a new potato variety high in solids and Tagliabue, G.; Kuntz, M.; Miller, H.I. e Ammann, K. (2018).
cas” convencionais, um aumento da ativi- chipping quality. American Potato Journal, 45: 142-145. A Plea for the Renewal of the ISBR. Trends in Biotechn.,
dade de genes associados a mecanismos de AAAS (2012). Statement by the AAAS Board of Directors 36: 229-231.
defesa (fig. 1), tornando estas plantas glo- on Labeling GM Foods. Oct 20. http://www.aaas.org/ Tan, S.; Evan, R.R.; Dahmer, M.L.; Singh, B.K. e Shaner,
balmente mais saudáveis (Rodrigues et al., sites/default/files/AAAS_GM_statement.pdf. D.L. (2004). Imidazolinone-tolerant crops: history,
2015). A menor incidência de fungos e bac- Ames, B.N. (1983). Dietary Carcinogens and Anticarcino- current status and future. Pest Management Science.
térias diminui a probabilidade de desenvol- gens. Science, 221: 1256-1264. https://doi.org/10.1002/ps.993.
ver micotoxinas no grão, contribuindo para Bruening, G. e Lyons, J.M. (2000). The case of the FLAVR WHO (2014). Frequently Asked Questions on GM Foods.
uma maior segurança alimentar. SAVR tomato. California Agriculture, 54: 6-7. http://www.who.int/foodsafety/areas_work/food­
Até à data, não se conseguiu atribuir ne- Cai, Y.; Xie, Y. e Liu, J. (2010). Glandless seed and glan- ‑technology/Frequently_asked_questions_on_gm_
nhum efeito adverso na saúde humana de- ded plant research in cotton. A review. Agron. Sustain. foods.pdf.
vido às plantas GM (Council on Science Dev., 30: 181–190. Ye, X.; Al-Babili, S.; Klöti, A.; Zhang, J.; Lucca, P.; Beyer,
and Public Health of the American Medical Council on Science and Public Health of the American Me- P. and Potrykus, I. (2000). Engineering the Provitamin
Association House of Delegates, 2012). De dical Association House of Delegates (2012). Relatório A (ß-Carotene) Biosynthetic Pathway into (Carotenoid-
facto, a ciência é clara quando declara que 2 (A-12). Labeling of Bioengineered Foods (Resoluções -Free) Rice Endosperm. Science, 287: 303-305.

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