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. P.qulpe de ruliuçlo:
Capa: Yvoty Macambln
Rc.vid.o: Eliana Antonloli
Bdltonç4u: Araide Sanche.s
Dlr-e~lo executiva: Monica Ma1alhles Selncman
l!dltores: Manoel Tosta Berlinclr.
Maria Cristina 1Uo5 Maga lhies
Informações bibliográficas
Título Helio Brasil! notas de um psicanalista europeu viajando ao Brasil
O sexto lobo
Autor Contardo Calligaris
Editora Escuta, 1991
Original de Universidade do Texas
Digitalizado 30 ago 2008
ISBN 857137032X, 9788571370326
Num. págs. 173 páginas
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Contardo CaUigaris
·HELLO BRASIL!
Notas de um psicanalista europeu
viajando ao Brasil ·
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escuta
SUMÁRIO
O coJoniz~ador
• Esclaf'clmento te6rico
Nu piei nas q~ "C~m. trt ler..sc-i de língua ma lema. E ta.lvc;r; Yllll\a a pc·
na ~idarcccr o c:onc~ito. é una q~.ii l lo aobrc a qual butalllc se CJC:RYCII c fa·
Jou. I!tilite em par1 icular uma c:onf~riftda feita em Israel por 1.1m P'lcanaliata
(nnc&, Charlu: Mdman, que me parece 'e r o que 11e dlssc de mclboc &Obre ou-
aunto (cf. in ; ú lanta&e et l'incoiUCitnt, Aa. freudiennc, Paria, 1990). Para .a psi·
c•n"i'c, 1 J{np• matcrn• nlo ~ propritmcnlc nem a lfn&u• que a mie Calou para
a 1u1 criança, nem a lfngua na q~~&l 4"1dl 11m apre!ldcu a falar. f!la ~ a Uncua na
qual ucb um lm•;Jnama o corpo m1tcmo como lmJIO"!...:l. De1te ponto de vil·
ta, n6o 6 uma tlngua Mlural e ainda mcnOii nacional; ltlta-sc de lima llnJua 5ln·
guiar, talvez: babtlica: a Jfn,ua inconKienle •• qual adl um imti'tu1 a ~imendo
1imbdliea de um pal que o a"ite numa fili~, A rondiçlo de lnterdílu alJO que
puA a ~er o corpo matemo. Podem al i~ dc5tc ponto de vlata, ser c"amada d_e
lfoaua paterna, nlo roaac a colncldencla pela qual a Jfnpa quo inlctdlla ~ a m••·
ma que permite 50nhar no que (oi intcr<Jitado. P.la l, c:m fuma, para tida um, a
UIIC'JI da Citl"\llura l imbóliCI fundaotcntal qiJC o ru SYjeho, c a IIIIJUI do JOW
pcrúillo por Kr aujcilo. I
T!mbora em prindj)ÍO a Jln,... mutcrna nlo 1cja a munu toiu que a llnjlua
ODri!IMHI, CIIICIIIIC •5C r•pkJitnlCOIC JNir IJUC cl11 lll"llha ~ rtltlfuu d ln dll <'HIU ~la.
"ESTI! l'AfS NÃO PRESTA" 17
ror duas rn6cs: primeiro, porque: 11 el!rvtu ra simból ica que nos fu 1ujc:itos -
por ser linaular - não deixa de ser tomwda numa rede: maior, cultu ra l, que~ pri-
vilegiadamente a rtdc que uma história nacional Ofl&Riza; accundo, porque 1c
cada um dispõe de um pai sin~:ul11 r, o:s lc: p;~i ~,C mprc: vak na n1cdida em q11c: se
ilu"re de a lc uma ma neira na n:dc soci~l. que tan1bl!m l privilc:"i ad.am~nu: na-
cional (vejam·lc, como contra-exemplo, u dilk~>ldadcs de orianiuço\o ' ubjct iva
com as quais ac: dcpua o s ujeito cujo pai ni o encontra no socia l nenhu m tipo d e
reconhecimen to, por exemplo achando-se numa mis~ria real que o pri~r& de cida·
dania). .
Tudo l51io lmplita que 1e possa, liCill cxtrapÓl ar demasiado, considerar que a
llnsua matem•/patcmalieja n:prcsc:n leda pela lin&ua u cional.
Coahecemos bem, por uemplo, o caso de eml&rln lu que procur1m a naiÍI·
lts que falem 011 pelo menos posnn1 escutar u s uas lln&uu nacionai' ori&in'·
rias. 1\ procura conccmc I ICnj,'UI mate rn11; ~ ccr1o que ela pod e b veze' 'c r 11ma
annadilha, pois, analisando-'e 1111 l uQ tlnt:ua ori&inária, o aufcilo pode fncr a
triste econ omia de lntcno ear a posi\óiO gn,ular na qual o "" csutulo de cmi-
lrlnlc o coloca. Corno " ele quiic:NiC continu ar se confrontando com a Hngua
que i.utltul11 o pai c intcrdilo11 a mie, quando j6 cu·ol heu, por uemplo, de falar
ou Ir., o, quem "bc, dé tcnlar assim um accuo poufvclao corpo matemo c: um a
desmentida do Interdito plllcrno.
l!dstcm cxcmt*>' ck «crlto rc:s (lkckcll, Nabokov etc.) que 1ó consc&ul-
ram .aollar a caneta ab1ndonando a própria Unc ua materna , c cieolhcnllo outra
na qual talvez 1 mie n'o fo"e In te rdilgdQ ou o pai u l taln•u.sc un1 JlOuco.
Jlux 1cntltlu , o.lu 1)t1111o de vista llu t•~l~·•m"4ç, ~·urniJe r•r 'I'"~ muJar Jç lln·
1~ llOUIIIICt 11 111 jcllo para muLiar <I c 1\CUI'OU.
18 lmLLO BRASIL!
O colono
56 HE LLO BRASIL!
.'
62 HELl.O BRASIL!
Sertões
'
O Hotel da Bahia durante o carna·val é - como se
sabe - particularmente procurado. Os foliões de Sal-
vador (os ricos) chegam a alugar um quarto .no hotel
durante a s~mana para poder morar mesmo, noite e
dia, no centro do carnaval. Com efeito, o hotel no
carnaval dá a impressão de um forte cercado por um
sftío férreo: não tem nenhum lado poupado pelas
correntes do povo no carnaval baiano. Nem um lado
NOT AS DE VIAGEM 147
<
A.P. (pai)
R.D.P. (avô)
G.B.P. (bisavô)
G.B.P. (tataravô)
L.V,P. (tctravô)
T .l". (pcntavô)
No momento, estou Jcvantlo adiante a empreilada de le-
vantar c estabelecer o parentesco de todos os P. no Brasil c
no n1unüo, com vistas a escrever ujn livro da famllia, de sorte
a perpetuar para os nossos descen~entet a saga da nossa gen-
te.
Paralelamente, um tio meu, o J.D .P. (rua X) cstj empe-
nhado em oba,cr a doc:umcntaçlo lc'gol ncccsdria pura adoçllo
do dupla nacionalidade (brasíleira e Italiana). Se tiveres algo
1
neste sentido, noa ajude.. '
Quanto ao livro, o primeiro passo que catou fazendo ~
lcvantor todos os P. que for pos.sivcl. No Itália, já c5tubclcci
cnntuto com o R.l'., o I.Ht., a M.l'. c a L.l'. Mornrn em Trcn-
to.
No Brasil, consto que deram entrada dois imigrantes P.,
trazendo alguns filhos . Chegaram no ano de 1876. O O.D.P.,
cuado com M.T., com os fi lhos G.D., L. e G. (outro• rtlhos
nu~cidos no Urasil: A., Lu., M., AI. c Ar.), tendo ido morur
undc hoje 6 Marcorama (cx-SAo Marcos), no munlcfpio de
172 lll!LLO URASIU