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CENTRO EDUCACIONAL DO SUL DE MINAS – UNIS/MG

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ARALIS DE CARVALHO COSTA

ESTUDO DE CASO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA ENTRE


FUNDAÇÕES: Tubulão e Estaca Strauss - estudo de caso de um edifício comercial

Varginha
2016
ARALIS DE CARVALHO COSTA

ESTUDO DE CASO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA ENTRE


FUNDAÇÕES: Tubulão e Estaca Strauss - estudo de caso de um edifício comercial

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao


curso de Engenharia Civil do Centro Universitário do Sul
de Minas como pré-requisito para obtenção do grau de
bacharelado, sob orientação do Mestre Armando Belato
Pereira.

Varginha
2016
ARALIS DE CARVALHO COSTA

ESTUDO DE CASO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA ENTRE


FUNDAÇÕES: Tubulão e Estaca Strauss - estudo de caso de um edifício comercial

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao curso de


Engenharia Civil do Centro Universitário do Sul de
Minas (UNIS-MG), como pré-requisito para obtenção do
grau de bacharelado pela banca examinadora compostas
pelos membros:

Aprovado em / /

_____________________________________________________________________
Me. Armando Belato Pereira

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

OBS.:
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família,


principalmente meus pais e aos meus amigos
que colaboraram para sua realização.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que com fé


me guiou até aqui, me dando força e esperança
para realizar minha primeira e grande
conquista, conquista essa que irei honrar, com
dignidade e jamais perdendo a humildade.
Agradeço aos meus pais, pois sem eles essa
conquista se tornaria muito mais difícil, e que
apesar da distância sempre estiveram me
apoiando. Aos familiares pela confiança e
compreensão aos momentos que tive que
abdicar de estar presente, assim como todos os
amigos que caminharam junto, contribuindo
para este momento. Durante essa importante
etapa da minha vida, houve pessoas por quais
tenho um enorme carinho que contribuíram
para este momento, mas que hoje não estão
presentes, mas sempre terão meu carinho e
gratidão. Gratidão a cada professor, que
dedicam suas vidas e seu tempo para nos
ensinar, pois afinal, sem os professores não
haveriam novos profissionais, ao meu
orientador Armando, pela paciência, as horas
dedicadas e apoio para realização deste
trabalho.
EPÍGRAFE

“O futuro pertence àqueles que acreditam na


beleza de seus sonhos. ”
Eleanor Roosevelt
RESUMO

O seguinte trabalho apresenta um estudo de caso de viabilidade técnica e econômica de


dois tipos de fundação: estaca Strauss e tubulão. O comparativo será realizado a partir do projeto
de um Hotel já existente, onde sua fundação já dimensionada é do tipo tubulão. Neste estudo,
busca-se conhecer os diversos tipos de fundações existentes no mercado, bem como suas
vantagens e restrições, as informações necessárias referentes ao local da implantação da
fundação, o estudo de soluções viáveis, a análise do processo construtivo, avaliação dos custos
e assim, decidir sobre as viabilidades técnicas e econômicas qual o tipo de fundação mais viável.
Optou-se pela utilização da estaca Strauss para o desenvolvimento do estudo comparativo,
conhecendo a carga atuante e obtendo as informações sobre o solo, através da sondagem SPT,
é possível realizar o dimensionamento da estaca Strauss. Para o cálculo da carga admissível
geotécnica da fundação serão utilizados os métodos de Aoki-Velloso (1975) e Décourt
Quaresma (1978) e a carga admissível estrutural da estaca foi fornecida pela empresa
Estaqueamento e Construtora A&R Ltda, de Pouso Alegre, mesma localidade do Hotel.

Palavras-chave: Fundações profundas. Tubulão. Estaca Strauss. Comparativo de custos.


ABSTRACT

The following paper presents a technical and economic feasibility case study of two types of
foundation: Stake Strauss and caisson. The comparison will be made from the design of an
existing hotel, where its already scaled foundation is the type caisson. In this study, we seek to
know the different types of foundations on the market as well as its advantages and constraints,
the necessary information regarding the location of the implementation of the foundation, to
study possible solutions, analyze the construction process, evaluate the costs and thus decide
on the technical and economic feasibility what type of more viable foundation. We opted for the
use of stake Strauss to the development of the comparative study. Knowing the active load and
obtaining the information on the ground, through the SPT survey, you can perform the scaling
of Strauss stake. For the calculation of geotechnical foundation permissible load will be used
the methods of Aoki-Velloso (1975) and Décourt Quaresma (1978) and the structural load
capacity of the stake was provided by the company Estaqueamento e Construtora A&R Ltda,
Pouso Alegre, the same location of the Hotel.

Keywords: Deep Foundations. Caisson. Stake Strauss. Comparative costs.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 3.2.2: Base de um Tubulão............................................................................................. 20


Figura 3.2.2.2: Tubulão a ar comprimido ................................................................................. 21
Figura 3.5.1: Modelo representativo Estaca Strauss.................................................................. 24
Figura 3.5.2: Procedimento de execução da estaca do tipo Strauss: (a) escavação, (b) limpeza
do furo, (c) concretagem após a colocação da armadura e (d) estaca pronta............................. 26
Figura 3.5.5: Estaca Strauss ..................................................................................................... 27
Figura 3.7: Bloco de coroamento.............................................................................................. 28
Figura 3.8: Requisitos básicos para um projeto de fundação (a) Deformações Excessivas,
Colapso do solo, (c) Tombamento, (d) Deslizamento e (e) Colapso estrutural, resultante de
projetos deficientes .................................................................................................................. 29
Figura 3.8.2: Ilustração do ensaio SPT ..................................................................................... 31
Figura 3.9.2: Ângulo de atrito interno ...................................................................................... 33
Figura 4.1: Sistema tubulão solo .............................................................................................. 37
Figura 4.4: Volume da base do tubulão..................................................................................... 42
Figura 4.5.1: Parcelas de resistência que constituem a capacidade de carga..................47
Figura 6.1: Bloco sobre estaca e tubução.................................................................................. 67
Figura 6.4: Esquema de forças no bloco sobre duas estacas..................................................... 69
Figura 6.4.1: Polígono de forças no bloco sobre duas estacas................................................... 70
Figura 6.4.2: Dimensões do bloco em planta .............................................................................71
Figura 6.4.3: Detalhamento do bloco sobre duas estacas.......................................................... 76
Figura 6.5: Modelo de cálculo para blocos sobre três estacas...................................................77
Figura 6.5.1: Dimensões do bloco sobre três estacas................................................................. 78
Figura 6.5.2: Detalhe das armaduras no bloco sobre três estacas.............................................. 83
Figura 6.5.3: Armadura principal no bloco sobre três estacas...........................................84
Figura 6.6: Bloco sobre quatro estacas...................................................................................... 85
Figura 6.6.1: Dimensões do bloco sobre quatro estcas............................................................86
Figura 6.6.2: Armadura paralela aos lados................................................................................ 92
Figura 6.6.3: Armadura segundo a direção das diagonais ........................................................ 92
Figura 6.6.4: Armadura em forma de malha ..............................................................................92
Figura 6.6.5: Armadura segundo a direção das diagonais e paralela aos lados......................... 93
Figura 6.7: Bloco sobre cinco estacas em forma de pentágono...............................................93
Figura 6.7.1: Dimensionamento do bloco em planta com forma de pentágono ......................94
Figura 6.7.2: Armaduras principais no bloco sobre cinco estacas............................................97
Figura 6.8: Bloco sobre seis estacas em forma de hexágono..................................................98
Figura 6.8.1: Dimensões do bloco em planta..........................................................................99
Figura 6.8.2: Armadura principal no bloco sobre seis estacas.................................................101
Figura 6.8.3 Armadura principal na direção das diagonais no bloco sobre seis estacas.........103
LISTA DE TABELAS

Tabela 3.8.2.2: Tabela dos estados de compacidade e de consistência a resistência a


penetração.................................................................................................................................32
Tabela 3.9.3: Peso específico de Solos argilosos (Godoy) ....................................................... 34
Tabela 3.9.3.1: Peso específico de solo arenoso (Godoy, 1972) .............................................. 34
Tabela 4.3: Coeficiente K em razão de atrito 𝛼......................................................................... 39
Tabela 4.4: Tabela para base do tubulão a céu aberto............................................................... 43
Tabela 4.4.1: Tabela para fuste do tubulão a céu aberto............................................................ 44
Tabela 4.4.2: Tabela para Altura, Vol. do Alargamento e Vol. Base do Tubulão à céu
aberto........................................................................................................................................ 45
Tabela 4.5.1: Valores do coeficiente F1 e F2............................................................................ 48
Tabela 4.5.2: Coeficiente K em razão de atrito α...................................................................... 49
Tabela 4.5.3: Valores limites de Nspt para a parada das estacas............................................... 50
Tabela 4.6: Valores do fator 𝛼 em função do tipo de estaca e do tipo de solo......................... 51
Tabela 4.6.1: Valores do fator 𝛽 em função do tipo de estaca e do tipo de solo...................... 51
Tabela 4.6.2: Coeficiente característico do solo........................................................................ 52
Tabela 4.8: Carga de catálogo para estacas Strauss....................................................................53
Tabela 5.1: Pilares com suas respectivas dimensões e cargas................................................... 54
Tabela 5.3: Cálculo da Capacidade de carga geotécnica da estaca Strauss m por m pelo Método
de Aoki-Velloso........................................................................................................................58
Tabela 5.4: Cálculo da Capacidade de carga geotécnica da estaca Strauss m por m pelo Método
de Décourt Quaresma ............................................................................................................... 62
Tabela 5.4.1: Agrupamento das estacas através da carga admissível geotécnica...................... 63
Tabela 5.4.2: Agrupamento das estacas através da carga admissível estrutural........................ 65
Tabela 6.4: Dados Estaca Strauss.............................................................................................. 70
Tabela 6.6: Dados Estaca Strauss.............................................................................................. 87
Tabela 7: Dados obtidos da SINAPI 2016...............................................................................104
Tabela 7.1: Custo da fundação com tubulão........................................................................... 105
Tabela 7.2: Custa da fundação com estaca Strauss..................................................................106
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


Ap – Área de ponta da estaca
BDI – Benefícios e Despesas indiretas
cm – Centímetro
mm - Milímetro
CPU – Composição de Preço Unitário
F1 - Coeficiente coeficientes de correção das resistências de ponta
F2 - Coeficientes de correção das resistências lateral
in situ – Feito no local
K - Coeficiente de conversão da resistência de ponta do cone para NSPT
kN - Kilograma Newton
m – Metro
m² - Metro quadrado
MPa – Mega Pascal
NBR – Normas Brasileiras
Ne - Número de estacas
NL – Índice de resistência a penetração média
Np – Índice de resistência a penetração
NSPT - valor obtido nos ensaios de SPT da resistência penetração dinâmica
P – Pilar
Pa – Carga admissível da fundação
Pe – Carga admissível da estaca
Q adm – Carga admissível
Quant = Quantidade
Q pilar – Carga do pilar
R – Capacidade de carga
RL - Resistência lateral
rl – incógnitas geotécnicas
Rp - Resistência de ponta
rp - incógnitas geotécnicas
SPT – Standard Penetrations Test
TCPO – tabela de composição de Preços para Orçamento
α – Fator de correção da resistência lateral e ponta do cone no ensaio
CPT (Depende do tipo de solo)
β – Coeficiente para correção da resistência lateral
Ø – Diâmetro
Δl: espessura da camada em analise
𝑓𝑦𝑘 - Valor característico da resistência de escoamento
𝛾𝑓 - Coeficiente de segurança = 1,4 (conforme NBR 6118/2014)
𝑓𝑐𝑘 - Resistencia do concreto
θ - Ângulo teta
∑ - Somatório
ρ - Taxa de armadura
ϕ Ângulo de atrito interno
tf - Tonelada força
σ - Tensão
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 14
1.1 Justificativa ........................................................................................................................ 14
1.2 Objetivo Geral..................................................................................................................... 15
1.3 Objetivo Específico ............................................................................................................ 15
2 METODOLOGIA ...............................................................................................................16
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................17
3.1 Fundações .......................................................................................................................... 17
3.2 Tipos de fundação .............................................................................................................. 18
3.2.1 Fundações rasas ou diretas .............................................................................................. 18
3.2.2 Tubulões.......................................................................................................................... 19
3.2.2.1 Tubulão a céu aberto..................................................................................................... 20
3.2.2.2 Tubulão a ar comprimido ............................................................................................. 20
3.3 Armadura de fretagem no tubulão a céu aberto................................................................... 21
3.4 Fundação Profunda ............................................................................................................ 22
3.4.1 Estacas ............................................................................................................................ 22
3.4.2 Estaca cravada ................................................................................................................. 23
3.5 Estacas Escavadas............................................................................................................... 23
3.5.1 Estaca tipo Strauss ........................................................................................................... 23
3.5.2 Processo executivo .......................................................................................................... 25
3.5.3 Perfuração do solo .......................................................................................................... 25
3.5.4 Concretagem ................................................................................................................... 26
3.5.5 Armaduras ....................................................................................................................... 26
3.6 Cota de arrasamento............................................................................................................ 27
3.7 Bloco de coroamento .......................................................................................................... 28
3.8 Requisitos básicos de um projeto de fundação .................................................................. 28
3.8.1 Verificação de segurança ao colapso .............................................................................. 28
3.8.2 Investigação Geotécnica ................................................................................................. 30
3.8.2.1 Locação da Sondagem .................................................................................................. 31
3.8.2.2 Processo de execução ................................................................................................... 31
3.9 Parâmetros do solo ............................................................................................................. 32
3.9.1 Coesão ............................................................................................................................. 32
3.9.2 Ângulo de atrito ............................................................................................................... 33
3.9.3 Peso específico ................................................................................................................ 34
3.10 Materiais .......................................................................................................................... 35
3.10.1 Concreto Armado........................................................................................................... 35
3.10.2 Concreto .........................................................................................................................35
3.10.3 Aço ................................................................................................................................ 35
3.10.4 Fôrmas .......................................................................................................................... 35
3.10.5 Custo Direto ..................................................................................................................35
3.10.6 Custo Indireto ............................................................................................................... 36
3.10.7 Composição dos preços unitários ................................................................................. 36
4 METODOLOGIA DE CÁLCULO ................................................................................... 37
4.1 Capacidade de carga no tubulão ........................................................................................ 37
4.2 Métodos semiempíricos para a tensão admissível em tubulão.......................................... 37
4.3 Método Aoki-Velloso para tubulões como estaca escavada ............................................. 38
4.4 Dimensionamento de tubulão a céu aberto ....................................................................... 40
4.5 Dimensionamento da estaca Strauss ................................................................................. 46
4.5.1 Método Aoki-Velloso (1975) ......................................................................................... 46
4.6 Método Décourt-Quaresma (1978) ................................................................................... 50
4.7 Carga Admissível .............................................................................................................. 52
4.8 Carga de Catálogo ............................................................................................................. 52
5 ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 54
5.1 Descrição do Projeto ......................................................................................................... 54
5.2 Perfil Geotécnico .............................................................................................................. 55
5.3 Dimensionamento da estaca Strauss pelo Método Aoki-Velloso (1975) ......................... 55
5.4 Dimensionamento da estaca Strauss pelo Método Décourt-Quaresma (1978) ................ 59

6 DIMENSIONAMENTO DOS BLOCOS DE COROAMENTO..................................... 67


6.1 Definição ............................................................................................................................67
6.2 Comportamento estrutural dos blocos rígidos ...................................................................67
6.3 Modelos de cálculo.............................................................................................................68
6.3.1 Método das Bielas............................................................................................................68
6.4 Dimensionamento do bloco sobre duas estacas..................................................................69
6.5 Dimensionamento do bloco sobre três estacas....................................................................76
6.6 Dimensionamento do bloco sobre quatro estacas.................................................................85
6.7 Dimensionamento do bloco sobre cinco estacas..................................................................93
6.8 Dimensionamento do bloco sobre seis estacas.....................................................................97

7 ANÁLISE DE CUSTO.......................................................................................................104
7.1 Estimativa de preço da fundação em tubulão ...................................................................105
7.2 Estimativa de preço da fundação em estaca Strauss .........................................................106

8 CONCLUSÃO....................................................................................................................108

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................109


ANEXO A – Planta da fundação em tubulão.....................................................................111
ANEXO B – Planta da fundação em estaca Strauss..........................................................112
ANEXO C – Boletim de sondagem SPT furo 04 ...............................................................113
ANEXO D – Carga de catálogo...........................................................................................115
14

1 INTRODUÇÃO

A engenharia procura métodos eficientes e viáveis em projetos, afim de um resultado


eficaz e satisfatório economicamente. A fundação exerce uma das funções mais importantes do
conjunto estrutural, pois transmite toda a carga recebida da superestrutura para o solo sem sofrer
recalques excessivos.
A busca pelo método mais eficiente e viável é imprescindível para o seu
desenvolvimento, sendo assim, no presente trabalho, inicialmente faremos uma breve revisão
bibliográfica levando-se em consideração tópicos importantes no que tange ao estudo das
fundações, por exemplo: conceitos, dados geotécnicos, processos executivos de fundações,
parâmetros de resistência dos solos e metodologias de dimensionamento.
Devido à variabilidade nos tipos de fundações, métodos, técnicas, capacidades de carga
e custos na sua implantação, faz-se com que se justifique um estudo de caso desse tipo, onde se
verificará a viabilidade técnica e econômica do projeto. Assim, o trabalho também abordará
assuntos referentes as metodologias de cálculo utilizada para o cálculo da capacidade de carga
e, consequente, carga admissível da fundação, analisando o conjunto solo-estrutura. Destacando
a estaca Strauss e o tubulão que serão utilizadas no projeto em questão, sendo que o tubulão já
está dimensionado, dimensionando então, somente à estaca Strauss.
A etapa final deste trabalho apresentará um projeto eficiente, atendendo aos critérios de
segurança e finalidade, com esses parâmetros atendidos, analisa-se o custo, obtendo assim o
projeto mais viável e eficaz.

1.1 Justificativa

Há uma grande variabilidade nos tipos de fundações e com os avanços tecnológicos, a


engenharia de infraestrutura vem crescendo com equipamentos de alta produtividade,
elementos mais resistentes, maior agilidade nas execuções, viabilizando o projeto e melhorando
o custo. Sendo assim, um estudo de caso comparativo entre as fundações é indispensável para
se obter um projeto que atenderá com eficiência e satisfação econômica, ou seja, um projeto
eficaz com o menor custo. Uma fundação superdimensionada pode elevar consideravelmente
os custos do empreendimento, trazendo prejuízos para o cliente.
É necessário o conhecimento do local onde será implantada a fundação, verificar o tipo
de solo existente no local e conhecer as cargas atuantes que a mesma irá receber, a partir dessas
informações, estuda-se a escolha do método de dimensionamento, embasado a partir das
15

literaturas, competindo ao engenheiro calculista determinar o melhor método no ponto de vista


econômico e técnico.
Visto a importância da etapa de fundação, é fundamental uma revisão bibliográfica
sobre o assunto para que todos os parâmetros necessários para a definição do tipo de fundação
tenham fundamentos e credibilidade.
Assim, desenvolve-se uma estrutura segura, funcional e com o menor custo, atendendo
à viabilidade técnica econômica do projeto.

1.2 Objetivo Geral

Em Engenharia de Fundações muitas vezes temos uma grande possibilidade de


fundações para adotar em um empreendimento e quaisquer poderiam funcionar perfeitamente
bem. O projeto de fundação do Hotel, localizado em Pouso Alegre, já está com sua fundação
dimensionada e é do tipo tubulão a céu aberto. A estaca Strauss também atende ao perfil
apresentado, e será a proposta do trabalho para realizar o comparativo técnico e econômico,
aplicando o estudo de caso.

1.3 Objetivo Específico

O objetivo é dimensionar a estaca Strauss, calcular sua capacidade de carga geotécnica


embasadas em literaturas e a capacidade de carga estrutural foi fornecida pela empresa
Estaqueamento e Construtora A&R Ltda e a favor da segurança realiza-se o dimensionamento
com o menor valor entre os dois.
Realizado o dimensionamento da estaca Strauss atendendo aos critérios técnicos, será
feita a comparação de custos, analisando qual dos dois tipos de fundação atenderá
economicamente já que em questão de eficiência e funcionalidade as duas atenderão.

 Elaborar a revisão bibliográfica acerca das fundações profundas e rasas do tipo estaca
Strauss e tubulão, dados geotécnicos, processos executivos de fundações, parâmetros de
resistência dos solos e metodologias de cálculo.
 De acordo com reconhecimento de solo, (SPT), avaliar a profundidade das estacas;
 Cálculo da capacidade de carga geotécnica da estaca Strauss.
 Elaborar um comparativo de custo para cada uma das fundações;
16

 Verificar qual, dentre os dois casos, oferece o melhor custo-benefício.


 Realizar o dimensionamento dos blocos de coroamento, pesquisa de preço, análise
comparativa de custos e a indicação do tipo de fundação mais viável.

2 METODOLOGIA DA PESQUISA

O trabalho demonstra uma análise comparativa de um estudo de caso entre dois tipos de
fundações, estaca do tipo Strauss e o tubulão, tendo em vista avaliar qual o tipo que atenderá a
viabilidade técnica e econômica.
A partir dos dados abordados na revisão bibliográfica, da planta de carga do projeto e
com as informações obtidas pela sondagem SPT do local, inicia-se os cálculos para o
dimensionamento da estaca. Para o cálculo da capacidade de carga geotécnica da estaca Strauss
será utilizado o método Aoki-Velloso (1975) e Décourt Quaresma (1978), calculados com o
auxílio da planilha de cálculo, utilizando os dados obtidos na investigação geotécnica e da
planta de carga. A capacidade de carga estrutural da estaca foi fornecida pela empresa
Estaqueamento e Construtora A&R Ltda e o comprimento da estaca foi determinado de acordo
com o NSPT do boletim de sondagem, sendo que a estaca Strauss possui um NSPT limite de 25
conforme CINTRA e AOKI (2014). Os blocos de coroamento que são os responsáveis por
transmitir e distribuir a carga do pilar para as estacas serão dimensionados através do método
das bielas de Blevót e com o auxílio do Cypecad 2015.
Com relação aos custos, serão formadas (CPU’s) para a composição de preços unitários
sendo extraídos dados e preços da SINAPI 2016, índices da TCPO e pesquisas de preço do
mercado atual e assim chegar aos custos finais.
Após a análise de custos entre os dois tipos de fundação definir qual o mais eficaz e
econômico.
17

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Fundações

A infraestrutura é definida como um conjunto de elementos estruturais que suportam


toda a estrutura da construção e está localizada abaixo do nível do solo, sendo assim as
fundações fazem parte da infraestrutura de uma obra.
A estrutura de uma edificação é considerada um subsistema estrutural, que inclui a
infraestrutura, embutida no subsistema geotécnico, assim esses dois subsistemas compõem um
único sistema que está sujeito a ações. (CINTRA, AOKI e ALBIERO, 2011).

As fundações são responsáveis por transmitir as cargas da estrutura ao solo onde ela se
apoia (AZEREDO, 1988). Por isso, as fundações necessitam de uma resistência adequada para
resistir às tensões geradas pelos esforços solicitantes. O solo também deve apresentar
resistência e rigidez adequadas para que não ocorra deformações exageradas, ou ruptura.

Para se definir qual a fundação mais adequada, é necessário conhecer os esforços


atuantes sobre a edificação, os aspectos do solo e dos elementos estruturais que formam as
fundações. Através dessas informações é possível analisas os vários tipos de fundação, em
ordem crescente de complexidade e custos (WOLLE, 1993). Um bom projeto de fundação
corresponde de 3% a 10% do custo total da edificação, mas, um projeto mal elaborado, pode
elevar de 5 a 10 vezes o custo da fundação. (BRITO, 1987).

Para Alonso, U. R (2011), a fundação, assim como outro elemento estrutural, deve
assegurar, sob ações de cargas em serviço, as exigências mínimas de segurança, funcionalidade
e durabilidade.

De acordo com (Fundação..., 2002, p. 4-5), a princípio, para se definir o tipo de


fundação, é realizada uma análise de critérios técnicos que propiciam na melhor opção do tipo
de fundação. Os elementos essenciais para se iniciar o desenvolvimento de um projeto de
fundações são:

 Topografia da área:

- Levantamento topográfico (planialtimétrico)

- Dados de taludes e encostas do terreno;

- Dados sobre erosões, verificação de solo mole na superfície;


18

- Verificação da necessidade de cortes e aterros;

 Características do solo:

- Averiguação das oscilações das camadas e suas respectivas profundidades;

- Existência de camadas resistentes ou adensáveis;

- Verificação da resistência do solo e sua compressibilidade;

- Se há existência de nível d’água e qual sua cota.

 Dados da estrutura a ser executada:

- Pelo projeto arquitetônico, pode-se desprezar algumas fundações;

- Tipo e uso da construção;

- As cargas que a fundação irá receber;

- Sistema estrutural;

- Sistema construtivo;

 Informações das construções vizinhas:

- Características das estruturas da vizinhança;

- Existência de um subsolo;

- Probabilidade de escavações e vibrações futuras;

- Falhas já existentes;

- Comportamento das fundações.

Para obtenção de uma fundação segura o solo precisa apresentar características de


rigidez para que possa oferecer uma sustentação sem que ocorram deformações e recalques, e
as fundações devem suportar as tensões geradas pela estrutura.

3.2 Tipos de fundação

3.2.1 Fundação rasa ou direta


19

As fundações rasas se apoiam no solo a uma pequena profundidade, é de fácil execução e


econômica.

Conforme a ABNT NBR 6122/10, a carga é transferida ao solo através das tensões
distribuídas sob a base da fundação, onde a profundidade deste elemento estrutural implantado
no terreno, deve ser inferior a duas vezes o tamanho da menor dimensão da fundação.

O principal ponto do projeto é a determinação da tensão admissível, considerando-se o


coeficiente de segurança global no projeto ou a determinação da tensão resistente de projeto
quando se consideram fatores parciais, deve ter simultaneamente os estados-limites últimos
(ELU) e de Serviço (ELS), para cada elemento de fundação isolado e para o conjunto.
Para NBR 6122 (2010, p.02) e (Fundação... 2002, p. 5), são exemplos de fundações
diretas:

 Bloco: elemento de concreto que recebe as tensões de tração sem a utilização de


armadura;
 Sapata: elemento de concreto armado, onde as armaduras resistem aos esforços de
tração, possui espessura constante ou variável, sendo sua base em planta normalmente
quadrada, retangular ou trapezoidal.
 Viga baldrame: é o elemento que recebe os pilares alinhados.
 Radier: elemento que recebe todos os pilares da obra.
 Sapata associada (ou radier parcial): comum a vários pilares, cujos centros, em planta,
não estejam situados em um mesmo alinhamento.
 Sapata corrida: sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente.

3.2.2 Tubulões

Os tubulões pneumáticos não apresentam atrito lateral, devido ao seu processo de


execução, e os tubulões a céu aberto desconsideram o atrito lateral por hipótese de projeto.
Sendo assim, as fundações por tubulões contam apenas com a resistência da base, por isso, é
considerada como fundação direta. (CINTRA, AOKI e ALBIERO, 2011).

Os tubulões são estacas que possui sua base alargada, conforme figura 3.2.2, sua base
possui o diâmetro maior que seu fuste. Tem como principal característica suportar cargas
maiores, podendo ser com ou sem revestimento, há a necessidade de que os operários desçam
pelo furo onde o tubulão será introduzido no solo, pois há a possibilidade do mesmo ser
20

alargado apenas para limpeza do fundo, já que suas cargas são transmitidas principalmente pela
ponta. (ABNT NBR 6122/2010). O dimensionamento pode ser realizado em dois tipos:

- Céu aberto;

- Ar comprimido.

Figura 3.2.2: Base de um Tubulão

Fonte: ABNT – NRB 6122/2010

3.2.2.1 Tubulão a céu aberto

O tubulão a céu aberto é apropriado quando há solos bastante rijos. Isso porque a
escavação normalmente é manual, dependente de um poceiro, um ajudante e um sarilho.
Utilizar equipamentos de perfuração para escavar o solo é possível, porém, a presença de um
operário para executar a base é indispensável.
O surgimento de água durante a escavação não é um problema, desde que possa ser
contida e não prejudique a perfuração. (TECHNE).
Sendo este o tipo de tubulão presente no projeto do Hotel.

3.2.2.2 Tubulão a ar comprimido

Esse tipo de fundação é apropriado para onde há presença de água sem condições de
esgotamento, devido ao risco de desmoronamento das paredes do fuste. Deve-se encamisar a
estrutura do fuste com anéis de concreto ou tubos de aço e atingir o solo adequado para executar
21

a base do tubulão, esse processo é totalmente realizado sob pressão o que impede a entrada de
água na escavação devido à pressão interna exercida.
Essa camisa também oferece uma segurança ao operário durante a descida manual em
um solo ruim e atua como apoio para campânula, equipamento de compressão e descompressão
de ar que aumenta e mantém o ar comprimido no processo de escavação manual. Os anéis
possuem diâmetro externo igual ao do fuste e se movimentam por peso próprio. (TECHNE)

Figura 3.2.2.2: Tubulão a ar comprimido.

Fonte: Infraestrutura Urbana.

3.3 Armadura de fretagem no tubulão a céu aberto

Conforme Soares (2012), ao inserir o pilar diretamente na estaca ou tubulão, sem o bloco
de coroamento ou se o pilar apresentar dimensões inferiores que a estaca, será inevitável o
surgimento de tensões de tração no topo das mesmas. Devido a isso, um sistema de armadura
chamado fretagem é incluso, esse sistema é constituído por malhas ortogonais colocadas
horizontalmente no topo dos elementos, lançada conforme a solicitação de esforços.
22

Assim, sua finalidade é absorver as tensões horizontais de tração, colocadas no sentido


normal a compressão, porque se apresentarem tensões maiores que a tensão admissível do
concreto a peça entrará em ruptura.

3.4 Fundação profunda

As fundações profundas, são assim definidas devido seu apoio sobre o solo possuir uma
profundidade superior a três metros. São usuais a partir do momento em que as fundações rasas
não suportam os esforços gerados pela estrutura, pois ela é capaz de suportar altas cargas sem
que haja deformações.
De acordo com a ABNT NBR 6122/10, são elemento que transferem a carga para o solo
por sua base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou pela
combinação entre as duas, onde sua base deve estar a uma profundidade superior ao dobro de
sua menor dimensão.

Estacas:
- Estacas Cravadas;
- Estacas Escavadas.

A carga admissível (se o projeto for feito em termos de valores característicos) ou carga
resistente de projeto (para termos de valores de projetos) são as grandezas fundamentais para o
projeto por estacas. Já para os tubulões, é a tensão admissível ou tensão resistente de projeto.

3.4.1 Estacas

De acordo com a ABNT NBR 6122/2010, estaca é um elemento de fundação profunda, onde
sua execução é totalmente realizada através de equipamentos ou ferramentas, sem a necessidade
da descida de operários em sua execução. Os materiais utilizados podem ser: madeira, aço,
concreto pré-moldado, concreto moldado in situ ou mistos.

Segundo (JOPPERT JR., 2007), as estacas são elementos esbeltos, introduzidos no solo
através de percussão ou pela perfuração do solo e consequentemente sua concretagem, sendo
classificadas como, estaca cravada e estaca escavada.
23

3.4.2 Estaca cravada

Necessitam da escavação do solo para a sua implantação, seja por meio de percussão,
prensagem ou vibração, e geralmente são elementos pré-fabricados como: estaca de concreto
pré-moldado, estaca metálica e estaca de madeira.

- Percussão: Usa-se um martelo em queda livre ou automático. Conforme ABNT NBR


6122/2010, ao se utilizar o martelo em queda livre, o peso do martelo, deve estar em
conformidade com a mesma. Para utilização do automático ou vibratório, segue-se as
recomendações do fabricante. Sua inconveniência é o barulho produzido.

- Prensagem: Empregada em alguns locais para evitar barulho e vibração, para isso, utiliza-
se um macaco hidráulico que reage contra a estrutura.

- Vibração: Utilizável tanto para a cravação da estaca, como para a extração da mesma. Sua
inconveniência é transmitir vibração aos vizinhos, havendo a possibilidade do colapso de
suas estruturas, isso devido ao martelo provido de garras que se fixam na estaca e giram em
alta velocidade, produzindo uma vibração de alta frequência à estaca.

3.5 Estaca escavada

São introduzidas através de equipamentos e são elementos moldados no local, como:

- Estaca Franki;
- Estaca raiz;
- Hélice continua;
- Estaca Strauss.
A estaca escavada utilizada no dimensionamento da fundação do projeto em estudo é a
estaca tipo Strauss.

3.5.1 Estaca tipo Strauss

De acordo com a NBR 6122/2010, é uma fundação profunda executada através de


perfuração por meio de balde sonda (piteira), utiliza parcialmente ou totalmente revestimento
24

metálico, recuperável após a concretagem, realizando o lançamento do concreto e remoção


gradativa do revestimento com simultâneo apiloamento do concreto. Esse revestimento garante
a estabilidade da perfuração (figura 3.5.1), assegurando que não ocorra a mistura do concreto
com o solo ou o estrangulamento do fuste da estaca.
Pode ser de concreto simples ou armado, como não causa vibrações elevadas, problemas
com edificações vizinhas são evitados. Pode ser utilizada em locais com terreno acidentado por
causa da simplicidade do equipamento, porém, tem suas limitações como o lençol freático, pois
a secagem da mesma para a execução da concretagem pode se tornar inviável.

Vantagens e desvantagens da estaca Strauss:

● Vantagens:
- Moderada vibração no processo de execução;
- Custo relativamente baixo;
- Simples execução em solo acima do nível d’água.

● Desvantagens:
- Difícil execução abaixo do nível d’água
- Pequena capacidade de carga;
- Cravação dificultada em solo resistente;
- Não devem ser utilizadas em areias submersas ou em argilas saturadas muito moles.

Figura 3.5.1: Modelo representativo estaca Strauss

Fonte: Gerador de preços


25

3.5.2 Processo Executivo

Conforme (APEMOL,s.d), na execução são utilizados os seguintes equipamentos:


- Tripé de madeira ou de aço;
- Guincho vinculado a motor, a explosão ou elétrico;
- Sonda de percussão, com válvula para remoção de terra na sua extremidade inferior;
- Soquete em torno de 300 kg;
- Tubos de aço com 2,0 a 3,0 m de comprimento, rosqueáveis entre si;
- Guincho manual para remoção da tubulação;
- Roldanas, cabos e ferramentas.
Após a perfuração no terreno, usando um soquete de 1,0 a 2,0 m de profundidade coloca-
se o primeiro tubo, dentado na extremidade inferior, chamado como “coroa”, penetrando este
tubo com golpes sucessivos da sonda de percussão e removendo o solo abaixo da coroa
seguindo até a profundidade determinada. (APEMOL, s.d), demonstrado na figura 3.5.2.

3.5.3 Perfuração do solo

Ao se aplicar recorrentes golpes ao pilão, tem-se um pré-furo com profundidade de 1 a


2 metros. Após esta profundidade, põe-se uma sequência de revestimento com uma coroa na
ponta. Conforme o furo vai ganhando profundidade, vão sendo colocadas as camisas metálicas
até a profundidade calculada no projeto. Para realizar a limpeza, joga-se água nos furos, dessa
forma, a água, juntamente com a lama, é totalmente extraída pelo pilão e o soquete é lavado. O
equipamento deve garantir a centralização e verticalidade da estaca (ABNT NBR 6122/2010).
26

Figura 3.5.2: Procedimento de execução da estaca do tipo Strauss: (a)


escavação, (b) limpeza do furo, (c) concretagem após a colocação da
armadura e (d) estaca pronta

Fonte: Velloso e Lopes (2004, vol. II, p. 32)

3.5.4 Concretagem

No método de concretagem, o concreto é emitido em um funil até a aquisição de uma


coluna de 1,0 m apiloando o material com um soquete, que, por conseguinte forma uma base
alargada na ponta. Enquanto o concreto é lançado, as camisas metálicas são removidas com um
guincho manual, criando assim o fuste. A concretagem é realizada um pouco acima da cota de
arrasamento da estaca, após o processo é colocado barras de espera para a ligação com blocos
e baldrames na extremidade superior da estaca, e por fim remove-se o concreto excedente,
quebrando a cabeça da estaca com ponteiros metálicos. (BARROS, M. 1996, p. 20).

3.5.5 Armaduras

Segundo Velloso e Lopes (2004) mencionam que no caso da estaca Strauss ser armada
“a ferragem longitudinal deve ser confeccionada com barras retas, sem esquadro na ponta e os
estribos devem permitir livre passagem ao soquete de compactação e garantir um cobrimento
de armadura, não inferior a 3 cm.”
27

A armadura neste tipo de estaca convém apenas de arranque sem função estrutural, no
caso de estacas não sujeitas a tração ou flexão, podendo posicionar as barras de aço no concreto
sem a precisão do estribo. (NBR6122/2010).
Velloso e Lopes (2004) também mencionam que “quando não armada, deve-se
providenciar uma ligação com o bloco através de uma ferragem que é simplesmente cravada no
concreto (fresco), dispensando-se, neste caso, o uso do estribo. ”
Nas estacas dimensionadas para resistir tração ou flexão, deve-se cumprir aos critérios
abaixo citados: (NBR6122/2010)

a) O diâmetro mínimo para execução de estacas armadas é de 32 cm;


b) Os estribos devem ter espaçamentos entre 15 cm e 30 cm.
Como demonstrado na figura 3.5.5.

Figura 3.5.5: Estaca Strauss

Fonte: Fundações: Teoria e Prática, Editora PINI

3.6 Cota de arrasamento

Nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão, destruindo o excesso ou
completando, se for preciso. Precisa ser definido de modo a deixar que a estaca e sua armadura
28

entrem no bloco com um comprimento que garanta a transferência de esforços do bloco à estaca.
(ABNT NBR6122/2010).

3.7 Blocos de Coroamento

De acordo com Carvalho e Pinheiro (2009), bloco de coroamento é o elemento que


recebe a carga do pilar e as transfere para as estacas ou tubulões. Evidenciam ainda que as
forças concentradas que atuam como cargas sob o bloco vem da reação das estacas ou tubulão.
O bloco apenas realiza a função de transferência de carga, do pilar para o tubulão.

Figura 3.7: Bloco de coroamento.

Fonte: Helix Eng.

3.8 Requisitos básicos de um projeto de fundação

Segundo Velloso e Lopes (2004, p. 15). Requisitos básicos de um projeto de fundação,


observa-se na figura 3.8:

(A) Deformações aceitáveis sob as condições de trabalho;


(B) Segurança adequada ao colapso do solo de fundação (estabilidade "externa”),
(C) Segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais (estabilidade "interna").

3.8.1 Verificação da segurança ao colapso


29

Devido a insegurança nos métodos de cálculo de fundação, há a inserção de um


coeficiente de segurança. Velloso e Lopes (2010, p. 16) admitem que o coeficiente de segurança
em uma fundação é mais complicado que no cálculo estrutural de uma edificação, pois nestas,
há sempre a combinação de materiais fabricados com propriedades mecânicas bem definidas.
E em uma fundação, já que em alguns determinados pontos do solo não houve uma verificação,
pode haver um conhecimento restrito do local onde haverá uma combinação muito heterogênea,
sendo assim, algumas surpresas podem surgir durante ou depois da execução.

“As incertezas começam com as investigações


geotécnicas, pois é praticamente impossível, como já foi
dito, ter um conhecimento “completo” do subsolo, sobre
o qual se vai construir. Deve-se, portanto, prever uma
margem de segurança para levar em conta eventuais
descontinuidades nas camadas reveladas pelas
sondagens, lentes de material menos resistentes. ”
(VELLOSO E LOPES, 2010)

Figura 3.8: Requisitos básicos para um projeto de fundação (a) Deformações


Excessivas, Colapso do solo, (c) Tombamento, (d) Deslizamento e (e)
Colapso estrutural, resultante de projetos deficientes

Fonte: Velloso e Lopes (2004, p. 15)


30

Conforme NBR6122/2010, o projeto deve garantir que as fundações apresentem


segurança quanto aos:

a) Estado-limite último (associados a colapso parcial ou total da obra);

b) Estado-limite de serviço (quando ocorrem deformações, fissuras etc. que comprometem o


uso da obra).
Para a determinação da carga admissível o fator de segurança que deve ser empregado
é de no mínimo 3,0.

Para a elaboração e execução de um projeto de fundação, é essencial que o responsável


conheça os tipos de fundações existentes, seus aspectos e particularidades, proporcionando
escolher a mais apropriada para suprir as características técnicas e necessidades real da obra.
As fundações podem ser classificadas como, superficiais (diretas ou rasas) ou profundas
(indiretas), dependendo da carga que será transmitida ao solo.

3.8.2 Investigação Geotécnica

Para se iniciar um projeto de fundação, a primeira etapa a ser executada é a sondagem,


onde haverá a investigação do solo e assim obter conhecimentos do tipo de solo existente no
terreno e analisar qual será o tipo de fundação mais adequada para a obra.
O método de sondagem mais usual e reconhecida no Brasil é o SPT (Standard
Penetration Test), é a ferramenta de investigação do solo mais econômica e pode ser realizada
em para fundações diretas e indiretas. Segundo Schnaid (2000, p.09) “no ensaio SPT a
perfuração é realizada por tradagem e circulação de água, utilizando um trepano de lavagem de
ferramentas de escavação. ”
Conforme a figura 3.8.2 a seguir, pode-se identificar como é realizada uma sondagem a
percussão, demonstrando a colocação do tripé, o local de posição do martelo e haste.
31

Figura 3.8.2: Ilustração do ensaio SPT

Fonte: SCHNAID, 2000.

3.8.2.1 Locação da Sondagem

Conforme a ABNT NBR 6484/01, dada a sua localização, se faz a marcação de cada
furo da sondagem, cravando um piquete de madeira ou outro material adequado. O piquete deve
conter a identificação do furo e estar fixado no solo, ele será o referencial de nível para a
realização da sondagem e depois determinação de cota por meio de nivelamento topográfico.
A sondagem deve cumprir a um número mínimo de furos de acordo com o tamanho do
terreno. Terreno que possuem de 200m² a 1200m² de construção realiza-se uma sondagem, de
1200m² até 2400m² deve-se realizar uma sondagem para cada 400m² e para terrenos que
excedam 2400m², o número deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção.
(NBR 6484/01, p. 1).
De acordo com Milito (2009 apud LEITE, 2014 p. 22) “os furos de sondagem deve
obedecer a uma distância de 15 a 25m, os furos não devem ficar no mesmo alinhamento e
sempre no limite da área de estudo.

3.8.2.2 Processo de execução


32

Para se iniciar a execução da sondagem prepara-se o tripé, sendo o amostrador a zero


metro, o amostrador tem que penetrar 45 cm no solo, divido igualmente em três trechos de 15
cm, a base é marcada com um giz e subindo o martelo de 650N a uma altura de 75 cm ele é
solto em queda livre sobre a haste, os golpes são necessários até que o amostrador atinja 15 cm
de penetração, a quantidade de golpes que foi necessária é anotada. No diagnostico final da
sondagem há uma planta do local da obra com as posições das sondagens executadas e seu
perfil individual, indicando a resistência do solo a cada metro perfurado, a posição do nível da
água quando encontrado nas perfurações e a espessura e o tipo do material.

Tabela 3.8.2.2: Tabela dos estados de compacidade e de consistência a resistência a penetração

3.9 Parâmetros de resistência do solo

3.9.1 Coesão
33

A ABNT NBR6502/95 diz que coesão é a parte resistente ao cisalhamento de um solo,


independente da tensão efetiva normal atuante, provocada pela atração físico-química entre
partículas ou pela cimentação destas.
Uma vez que não se dispõe de ensaios de laboratórios, para uma estimativa do valor da
coesão não drenada, Cintra, Aoki e Albiero (2014, apud TEIXEIRA e GODOY, 1996), indicam
como sugestão a seguinte correção com o índice de resistência à penetração Nspt:

𝐶 = 10𝑁𝑠𝑝𝑡 (𝑘𝑃𝑎)

3.9.2 Ângulo de atrito (ϕ)

Segundo a ABNT NBR6502/95, ângulo de atrito é o ângulo correspondente a inclinação


da tangente à curva envoltória, que representa a resistência entre o cisalhamento e a tensão
normal atuante na superfície de contato de um solo com outro tipo de material.
Conforme figura 3.9.2, (CINTRA; AOKI; ALBIERO, 2014 apud MELLO, 1971),
podemos adotar o ângulo de atrito da areia, que mostra correlação estatística entre os pares de
valores (σv; Nspt), e os prováveis valores do ângulo de atrito, onde σv é a tensão vertical efetiva
à cota de obtenção de Nspt.

Figura 3.9.2: Ângulo de atrito interno.

Fonte: (CINTRA, AOKI e ALBIERO, 2014)


34

Ainda para sua estimativa, na condição não drenada, temos duas correlações empíricas
como índice de resistência à penetração do SPT: (CINTRA; AOKI; ALBIERO, 2014).

 De Godoy (1983): ∅ = 28° + 0,4 𝑁𝑠𝑝𝑡


 De Teixeira (1996): ∅ = √20𝑁𝑠𝑝𝑡 + 15°

3.9.3 Peso Específico (𝜸)

É uma relação entre o peso total de solo sobre seu volume total. Sendo que na falta de
ensaios laboratoriais, podemos utilizar valores aproximados de acordo com as tabelas 3.9.3 e
3.9.3.1.
(CINTRA; AOKI; ALBIERO, 2014 apud Godoy, 1972), em função da consistência da argila e
da capacidade da areia, nesta ordem. A consistência de solos finos e de compacidade de solos
grossos é dada em função do índice de resistência à penetração (Nspt), conforme ABNT
NBR6484/01.

Tabela 3.9.3: Peso específico de Solos argilosos (Godoy)

Nspt Consistência Peso específico (kN/m³)

≤2 Muito mole 13
3-5 Mole 15
6 - 10 Média 17
11 - 19 Rija 19
≥ 20 Dura 21
Fonte: CINTRA, AOKI e ALBIERO (2014)

Tabela 3.9.3.1: Peso específico de solo arenoso (Godoy, 1972)

Peso específico (kN/m³)


Nspt Consistência
Areia seca Úmida Saturada
<2 Fofa
16 18 19
5-8 Pouca Compacta
9 - 18 Medianamente Compacta 17 19 20
19 - 40 Compacta
18 20 21
> 20 Muito Compacta
Fonte: CINTRA, AOKI e ALBIERO (2014)
35

A areia saturada representa o peso especifico submerso, e para cálculo é preciso, sempre,
o peso específico efetivo, sendo necessário descontar o peso específico da água.

3.10 Materiais

3.10.1 Concreto Armado

O concreto armado suporta aos esforços solicitantes, ele é uma combinação entre
concreto simples e armadura (armadura passiva). (CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO,
2014, p.21).

3.10.2 Concreto

O concreto é um composto de água, cimento e agregados (graúdos e miúdos), sua


principal particularidade é a resistência a compressão. Os agregados diminuem o custo sem
prejudicar a qualidade do material. (CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO, 2014, p.29)

3.10.3 Aço

Os aços CA-25 e CA-50 necessitam ser fabricados por laminação a quente, e CA-60 por
laminação a frio. Há no aço resistência a tração, e sua principal diferença entre o ferro e o aço
é que o aço possui o teor de carbono inferior a 2,04% e o ferro entre 2,04 a 6,7%. Suas
particularidades mecânicas mais importantes são: resistência característica de escoamento,
limite de resistência e alongamento da ruptura. (CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO, 2014,
p.43)

3.10.4 Fôrmas

Segundo Assahi (2013), a forma é um conjunto de moldes provisórios que da forma e


geometria ao concreto fresco, até que chegue a uma resistência suficiente para resistir aos
esforços a ele submetido e a textura esperada, podendo ser de madeira, metálicas e mistas.

3.10.5 Custo Direto


36

O preço do custo de uma obra corresponde ao custo direto. O cliente executa a obra com
seus próprios recursos, mão-de-obra, materiais, salários, segurança e equipamentos que são
diretamente relacionados com o trabalho de campo e projeto.

3.10.6 Custo Indireto

É a contratação de uma empresa especializada para execução da obra, podendo ser


empreitada ou administração. Fazem parte das despesas dos clientes o aluguel, condomínio,
luz, telefone, instalação do escritório, despesa com administrativo e despesas pelo pessoal
parado por falta de serviço.

3.10.7 Composição dos preços unitários

Montagem do custo de cada serviço ou atividade por uma unidade básica, elaborada
normalmente antes da execução do serviço. Uma das tabelas de composição mais usada no
Brasil é a TCPO que nos indica o levantamento dos preços dos materiais, equipamentos/hora e
mão-de-obra/hora. Dados que compõem uma CPU: - Insumos, com as respectivas unidades

- Mão-de-obra: Salário do trabalhador e o tempo de horas para a execução de certa tarefa.

- Equipamentos e Materiais: consumo de todo material e equipamentos a serem usados em certa


obra.

- Quantidades de aplicação de mão-de-obra, de materiais, de produção, de aplicação de


equipamentos e serviços de terceiros

- Preço unitário de materiais, mão-de-obra, equipamentos e serviços de terceiros

- Taxas de leis sociais (apenas mão-de-obra) - BDI (quando CPU for de venda)
Por mais abrangente que seja o conjunto de composições de custos unitários que um
dado livro ou órgão possa dispor, ele parte de observações de obras diversas e realizada sob
condições particulares. (MATTOS, 2006).
37

4 METODOLOGIA DE CÁLCULO

Para realizar o cálculo carga admissível ou capacidade de carga irá ser utilizado o
método semiempírico de Aoki-Velloso (1975) e Décourt Quaresma (1978), que é um dos mais
utilizados para o dimensionamento de fundações.

4.1 Capacidade de carga no tubulão

Segundo (CINTRA, AOKI e ALBIERO), um tubulão possui um fuste de diâmetro Df ,


onde a base circular com diâmetro Db está apoiada no maciço de solo a uma profundidade h
em relação a superfície. Uma força vertical de compressão P é aplicada em seu topo gerando
tensões resistentes por atrito lateral ao longo do fuste e de tensões normais a base (figura 4.1).
Se não considerarmos o atrito lateral, teremos a tensão média normal à base, σ, dada por:

4𝑃
𝜎=
𝜋𝐷𝑏2

Figura 4.1: Sistema tubulão solo

Fonte: (CINTRA; AOKI; ALBIERO)

4.2 Métodos semiempíricos para a tensão admissível em Tubulão.

Para a determinação da tensão admissível de fundações por tubulões, tem-se correlações


com os resultados de SPT, além de métodos semiempíricos desenvolvidos propriamente para
38

estacas. Os dois métodos existentes para cálculo da capacidade de cargas de uma estaca, é a
realização de provas de carga e de métodos semiempíricos.
Não se pode confiar em fórmulas resultantes da teoria para previsão da capacidade de
carga de fundação por estacas. Vários autores propõem métodos fundamentados em resultados
empíricos e ajustados com provas de cargas. (CINTRA e AOKI, 2014). Segundo Cintra e Aoki
(2014), são vastamente utilizados:
- Método de Aoki-Velloso (1975);
- Décourt-Quaresma (1978);
- Teixeira (1996).

a) SPT

Utiliza-se a seguinte regra para obter a tensão admissível em fundações diretas, em


função do índice de resistência a penetração do SPT:

𝑁𝑠𝑝𝑡
𝜎𝑎 = + 𝑞 (𝑀𝑃𝑎) 𝑐𝑜𝑚 5 ≤ 𝑁𝑠𝑝𝑡 ≤ 20
50

Onde:
𝜎𝑎 = 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙
Em que 𝑁𝑠𝑝𝑡 é o valor médio no bulbo de tensões, mas a sobrecarga q faz-se significativa para
fundações por tubulões.

Para o caso especifico de tubulões, há uma regra semelhante, descrita por Alonso
(1983):

𝑁𝑠𝑝𝑡
𝜎𝑎 = (𝑀𝑃𝑎) 𝑐𝑜𝑚 6 ≤ 𝑁𝑠𝑝𝑡 ≤ 18
30

A redução do denominador de 50 para 30 considera o efeito de embutimento da


fundação no aumento da tensão admissível.

4.3 Método Aoki-Velloso para tubulões como estaca escavada


39

O desenvolvimento do método Aoki-Velloso (1975) se deu através de estudos


comparativos de resultados de corpos de provas de cargas em estacas de acordo com o ensaio
estático (CPT) e dinâmico (SPT). Através de seu método a resistência de base, em termos de
tensão, é considerada da seguinte forma:

𝑞𝑐 𝐾𝑁𝑠𝑝𝑡
𝜎𝑟 = 𝑜𝑢 𝜎𝑟 =
𝐹1 𝐹1

Onde:
𝑞𝑐 𝑒 𝑁𝑠𝑝𝑡 são, respectivamente, a resistência de ponta do ensaio de cone e o índice de
resistência a penetração do SPT, à cota da base do tubulão;
𝐹1 é um fator de transformação adimensional, igual a 3,0 para estacas escavadas;
K é um coeficiente que depende do tipo de solo, os valores estão apresentados na tabela
4.3.

Tabela 4.3: Coeficiente K e razão de atrito 𝛼

Coeficiente K em razão do atrito


Solo K (Mpa) 𝜶 (%)
Areia 1,00 1,40
Areia Siltosa 0,80 2,00
Areia siltoargilosa 0,70 2,40
Areia argilosa 0,60 3,00
Areia argilossiltosa 0,50 2,80
Silte 0,40 3,00
Silte arenoso 0,55 2,20
Silte arenoargiloso 0,45 2,80
Silte argiloso 0,23 3,40
Silte argiloarenoso 0,25 3,00
Argila arenossiltosa 0,30 2,80
Argila siltosa 0,22 4,00
Argila siltoarenossa 0,33 3,00
Fonte: (AOKI e CINTRA, 2010)

Conforme Aoki-Velloso (1975), para o valor de 𝜎𝑟 aplica-se um fator de segurança de


no mínimo de 3,0 onde considera-se exclusivamente a resistência de ponta. Assim, temos:
40

𝜎𝑟
𝜎𝑎 ≤
3

4.4 Dimensionamento de tubulão a céu aberto

Os elementos base para a formação do tubulão são: base, fuste e cone.


Alonso (1983), prescreve o formulário para o desenvolvimento destes e demonstra
tabelas que facilitam o seu dimensionamento.

 Base:

(4 𝑥 𝑃)
𝐷=√
𝜋 𝑥 𝜎𝑠

Onde:
D = Diâmetro da base;
P = Carga proveniente do pilar (kN)
𝜎𝑠 = Tensão admissível do solo (Mpa)

 Fuste:

4𝑥𝑃
𝑑=√
𝜋 𝑥 𝜎𝑐

Onde:
d = Diâmetro do fuste;
P = Carga proveniente do pilar (kN)
𝜎𝑐 = Tensão do concreto

𝜎𝑐 = 0,85 𝑥 𝑓𝑐𝑘 𝑥 𝛾𝑓 𝑥 𝛾𝑐
Onde:
𝑓𝑐𝑘 = Resistência característica do concreto;
𝛾𝑓 = Coeficiente de minoração = 1,4 (NBR 6122/2010);
𝛾𝑐 = Coeficiente de minoração = 1,6 (NBR 6122/2010).
41

 Altura:

(𝐷 − 𝑑)
𝐻= 𝑥 tan 60° ∴ 𝐻 = 0,866 𝑥 (𝐷 − 𝑑)
2

Onde:
H = Altura total (cm);
D = Diâmetro da base (cm);
d = Diâmetro do fuste (cm).

O valor de H deverá ser no máximo de 2 metros, a não ser que devidos cuidados
especiais sejam tomados para assegurar a estabilidade do solo. (ABNT NBR 6122/2010).
Fórmulas para o cálculo da base do tubulão, figura 18, conforme Alonso (1983).

 Volume da base: (figura 4.4)

Alonso (1983), demonstra também o valor do volume do alargamento da base


(cone+base), retirando o volume do fuste, facilitando a cotação de custos do tubulão.

𝑉 = 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − (𝜋𝑟 2 𝑥 𝐻)
Onde:
Vtotal = Volume total da base V1 + V2 (m³);
r = Raio do fuste (cm);
H = Altura total do cone (cm).
42

Figura 4.4: Volume da base do tubulão.

Fonte: Constancio (2004)

As tabelas a seguir serão utilizadas para a obtenção de informações.

 Tabela 4.4:
Dados de entrada:
 Tensão admissível do solo (MN/m²)
 Carga proveniente do pilar (MN)

Informações obtidas:
 D = Diâmetro da base do tubulão
43

Tabela 4.4: Tabela para base do tubulão a céu aberto.

Fonte: Alonso (1983)

 Tabela 4.4.1:
Dados de entrada:
 Carga (proveniente do pilar em MN).
44

Informações obtidas:

 d = Diâmetro do fuste do tubulão (cm)

Tabela 4.4.1: Tabela para fuste do tubulão a céu aberto.


Diâmetro do fuste
70 80 90 100 110 120 130 150 170 200
(cm)
Carga
1,92 2,51 3,18 3,93 4,75 5,66 6,63 8,83 11,34 15,7
(MN)
Fonte: Alonso (1983)

 Tabela 4.4.2:
Dados de entrada:
 D = Diâmetros da base do tubulão (cm)
 d = Diâmetro do fuste do tubulão (cm)
45

Tabela 4.4.2: Tabela para Altura, Vol. do Alargamento e Vol. Base do Tubulão à céu aberto.

Fonte: Alonso (1983).


46

4.5 Dimensionamento da estaca Strauss

4.5.1 Método Aoki-Velloso (1975)

A diferença entre o dimensionamento do tubulão para a estaca Strauss é que no cálculo


da estaca considera-se a resistência lateral.
Para a avaliação da capacidade de carga das estacas pelo método de penetração estática,
é necessário utilizar o coeficiente K para poder estimar a capacidade de carga com os resultados
do SPT. (LEITE, 2014).

Equação da capacidade de carga (R):

𝑅 = 𝑅𝐿 + 𝑅𝑃

Com a Resistência lateral (𝑅𝐿 ) e a Resistência de ponta (𝑅𝑃 ), respectivamente: (figura 4.5.1)

𝑅𝐿 = 𝑈 ∑(𝑟𝐿 ∗ ∆𝐿) 𝑒 𝑅𝑃 = 𝑟𝑃 ∗ 𝐴𝑃

Onde:
𝑅𝐿 = Resistência lateral; 𝑅𝑃 = Resistência de ponta;
U = Perímetro da estaca; 𝑟𝑃 = Tensão de ponta;
𝑟𝑃 = Tensão lateral; 𝐴𝑃 = Área da ponta da estaca.
∆𝐿 = Espessura da camada em análise.

Então, a capacidade de carga (R) será:

𝑅 = 𝑈 ∑(𝑟𝐿 ∆𝐿) + 𝑟𝑃 𝐴𝑃

De acordo com Aoki-Velloso, as incógnitas geotécnicas (𝑟𝑃 𝑒 𝑟𝐿) estão


relacionadas ao ensaio de penetração estática CPT, através dos valores de resistência de
ponta do cone (𝑞𝐶 ) e do atrito lateral unitário da luva (𝐹𝑆 ):
47

𝑞𝐶 𝐹𝑆
𝑟𝑃 = 𝑟𝐿 =
𝐹1 𝐹2

Figura 4.5.1: Parcelas de resistência que constituem


a capacidade de carga.

Fonte: AOKI N., CINTRA J.C. (2010, p. 12)

Onde:
𝑞𝐶 = Resistência de ponta do cone;
F1 = Coeficiente de correção da resistência de ponta; (Tabela 4.5.1)
FS = Atrito lateral unitário da luva.
F2 = Coeficiente de correção da resistência lateral; (Tabela 4.5.1)

Os valores F1 e F2 são fatores de correção que consideram a diferença do


comportamento entre a estaca (protótipo) e o cone CPT (modelo), e ainda a influência do
método de execução de cada tipo de estaca. No Brasil é mais usual a utilização do SPT do que
o CPT, assim, o valor da resistência de ponta (𝑞𝐶 ) pode ser substituído por uma correlação ao
índice de resistência a penetração (𝑁𝑆𝑃𝑇 ):

𝑞𝐶 = 𝐾 𝑁𝑠𝑝𝑡
Onde:
48

K = Coeficiente de conversão da resistência de ponta do cone 𝑁𝑆𝑃𝑇 (Tabela 4.5.2);


𝑁𝑆𝑃𝑇 = Valor obtido através do ensaio de SPT da resistência de penetração dinâmica.
O coeficiente K varia de acordo com o tipo de solo. É possível explicar o atrito lateral
em função de 𝑁𝑆𝑃𝑇 com a utilização da razão de atrito (α).

𝐹𝑠
𝛼=
𝑞𝐶
Logo:

𝐹𝑠 = 𝛼 𝑞𝐶 ∴ 𝐹𝑠 = 𝛼 𝐾 𝑁𝑆𝑃𝑇

Onde,
α = Fator de correção da resistência lateral e ponta do cone no ensaio CPT, conforme a tabela
4.5.1. Sendo α equivalente ao tipo de solo.

Tabela 4.5.1 – Valores do coeficiente F1 e F2

Fatores correlação F1 e F2

Tipos de estacas F1 F2
Franki 2.50 2.F1
Metálica 1.75 2.F1
Pré-moldada 1+D/0.8 2.F1
Escavada 3.00 2.F1
Raiz. Hélice Contínua. Ômega 2.00 2.F1
Fonte: AOKI., CINTRA J.C. (2010. p. 25)
49

Tabela 4.5.2: Coeficiente K em razão de atrito α

Coeficiente K em razão do atrito

Solo K (Mpa) 𝜶 (%)


Areia 1,00 1,40
Areia Siltosa 0,80 2,00
Areia siltoargilosa 0,70 2,40
Areia argilosa 0,60 3,00
Areia argilossiltosa 0,50 2,80
Silte 0,40 3,00
Silte arenoso 0,55 2,20
Silte arenoargiloso 0,45 2,80
Silte argiloso 0,23 3,40
Silte argiloarenoso 0,25 3,00
Argila arenossiltosa 0,30 2,80
Argila siltosa 0,22 4,00
Argila siltoarenossa 0,33 3,00
Fonte: (AOKI e CINTRA, 2010)

Retomando as expressões 𝑟𝐿 𝑒 𝑟𝑃 , teremos:

𝐾𝑁𝑃 𝛼𝐾𝑁𝐿
𝑟𝑃 = 𝑒 𝑟𝐿 =
𝐹1 𝐹2
Onde,
𝑁𝑃 = Índice de resistência a penetração;
𝑁𝐿 = Índice de resistência a penetração média na camada de solo de espessura ∆𝑃 .
Os valores são obtidos por sondagem. Assim, a capacidade de carga (R) de um elemento
isolado de fundação pode ser determinada pela fórmula semiempírica:

𝐾𝑁𝑃 𝑈 𝑛
𝑅= 𝐴𝑃 + ∑ (𝛼𝐾𝑁𝐿 ∆𝐿 )
𝐹1 𝐹2 1

Os valores de α e K foram obtidos conforme o método de Aoki-Velloso, fundamentados


nas experiências dos autores e da literatura. Os fatores F1 e F2 foram ajustados a partir de 63
provas de carga realizadas em diversos estados do Brasil, com o decorrer do tempo os valores
foram ajustados pelos autores.
50

Conforme Cintra e Aoki (2014), os projetos de fundação por estacas tem seu ápice com
a previsão da cota de parada e a fixação da carga admissível. Na tabela 4.5.3, serão apresentados
esses valores limites.

Tabela 4.5.3: Valores limites de Nspt para a parada das estacas


Tipo de estaca N (limite)

15 25
Pré-fabricada de
concreto ∅ 30
∑ t = 80
∅ 30 25 𝑠𝑝𝑡 ≤ 35
Strauss 10 ≤ 25
Fonte: CINTRA e AOKI (2014)

4.6 Método Décourt-Quaresma (1978)

Através do método de Décourt-Quaresma, as parcelas de resistência (𝑅𝐿 𝑒 𝑅𝑃 ) da


capacidade de carga (R) de um elemento de fundação por estaca são expressas por:

𝑅𝐿 = 𝑟𝑙 𝑈 𝐿

𝑅𝑃 = 𝑟𝑝 𝐴𝑝

A estimativa da tensão de atrito lateral 𝑟𝑙 é realizada com o valor médio do índice de


resistência à penetração do SPT ao longo do fuste (𝑁𝐿 ), para estaca Strauss e tubulão a céu
aberto adota-se 𝑁𝐿 ≤ 15. Décourt (1982) transforma os valores tabelados na seguinte
expressão:

𝑁𝐿
𝑟𝑙 = 10 ∗ ( + 1)
3

A resistência de ponta é estimada pela equação:

𝑟𝑝 = 𝐶𝑁𝑃
Onde:
C é o coeficiente característico do solo (Tab. 4.6.2);
51

𝑁𝑃 é o valor médio de NSPT na base da estaca, obtido de três valores: o correspondente


a cota da base, o imediatamente anterior e o imediatamente posterior.

Décourt (1996), inseri os fatores 𝛼 e 𝛽, (tabela 4.6 e 4.6.1) respectivamente nas parcelas
de resistência de ponta e lateral, resultando a capacidade de carga em:

𝑁𝐿
𝑅 = 𝛼 𝐶 𝑁𝑃 𝐴𝑃 + 𝛽 10 ( + 1) 𝑈 𝐿
3

Tabela 4.6: Valores do fator 𝛼 em função do tipo de


estaca e do tipo de solo

Tipo de Solo α

Argila 0,85

Solo intermediário 0,60

Areia 0,50
Fonte: Décourt (1996)

Tabela 4.6.1: Valores do fator 𝛽 em função do


tipo de estaca e do tipo de solo.

Tipo de Solo 𝜷

Argila 0,80

Solo intermediário 0,65

Areia 0,50
Fonte: Décourt (1996)
52

Tabela 4.6.2: Coeficiente característico do solo.

Tipo de Solo C kPa


Argila 120
Silte argiloso* 200
Silte arenoso* 250
Areia 400
*alteração de rocha (solo residual)
Fonte: Décourt (1996)

4.7 Carga admissível

O elemento de fundação é um conjunto solo-estrutura, ou seja, os elementos estruturais


(estacas, sapatas, blocos de fundação) não suportam aos esforços solicitantes sem o maciço do
solo, ou vice-versa.
O solo é um elemento natural e não possui homogeneidade, sendo assim, o cálculo de
estacas do mesmo tipo no mesmo terreno não resulta em um dimensionamento similar, devido
aos diferentes resultados apresentados pela sondagem.
Há dois tipos de carga admissível, a carga admissível da fundação (Pa) e a carga
admissível (Pe), mais conhecida como carga de catálogo.
Quanto ao fator de segurança (Fs), a NBR 6122/2010 determina que para a carga
admissível quando calculada pelo método semiempírico, utiliza-se o valor 2,0 (dois).
As recomendações de Aoki-Velloso utilizam o valor global de 2,0 (dois) para o fator de
segurança.

𝑅
𝑃𝑎 =
2

4.8 Carga de Catálogo

A carga de catálogo (Pe) é uma verificação do estado limite último, considera cada tipo
de estaca em particular sem considerar o aspecto geotécnico, já a carga admissível de fundação
(Pa), considera os aspectos geotécnicos.
Analisando os resultados de Pa e Pe, para efeito de cálculo e a favor da segurança,
utiliza-se o menor valor entre eles. A estaca muitas vezes é o elemento mais fraco, devido ao
53

seu apoio em materiais muito resistentes, e que muitas vezes são elementos relativamente
grandes, fazendo com que o maciço tenha resistência superior ao elemento estrutural.
Sendo a carga de catálogo definida inicialmente, ela apresenta um valor superior à carga
admissível da fundação (Pa):
𝑃𝑎 ≤ 𝑃𝑒

A tabela 4.8 a seguir, mostra a carga de catálogo da Estaca Strauss, citadas na literatura
brasileira, conforme Cintra e o Aoki (2014)

Tabela 4.8: Carga de catálogo para estacas Strauss


Estaca Dimensão (cm) Carga de catálogo Pe (KN)
∅ 22 200
∅ 27 300
Strauss ∅ 32 400
𝜎𝑒 = 4 a ∅ 42 700
∅ 52 1070
Fonte: Cintra e Aoki (2014)

O valor da carga de catálogo é indicado no catálogo do fabricante ou executor da estaca,


em função da seção transversal do fuste e do tipo de estaca. Para o cálculo da capacidade de
carga estrutural da estaca Strauss, o valor da carga foi fornecido pela empresa de Pouso Alegre,
Estaqueamento e Construtora A&R Ltda, conforme ANEXO C.
54

5 ESTUDO DE CASO

5.1 Descrição do Projeto

O estudo de caso refere-se à construção de um Hotel, localizado na cidade de Pouso


Alegre, o empreendimento possui dois pavimentos, a planta com a localização dos pilares e
suas respectivas cargas estão no ANEXO A. A fundação já projetada para o hotel é em tubulão
e consiste em cinco tubulões com base de 120 cm de diâmetro, quatro tubulões com base de
140 cm de diâmetro, quatorze tubulões com base de 170 cm de diâmetro, nove tubulões com
190 cm de diâmetro, dez tubulões com base de 210 cm de diâmetro e quatro tubulões com 230
cm de diâmetro, esses tubulões estão apresentados no ANEXO A. A tabela 5.1 a seguir,
demostra as numerações dos pilares, suas dimensões e cargas solicitadas para a fundação.

Tabela 5.1: Pilares com suas respectivas dimensões e cargas


DIMENSÃO CARGA DIMENSÃO CARGA
PILAR PILAR
(cm) (tf) (cm) (tf)
P1 30x50 45 P24 30x50 160
P2 35x50 90 P25 35x50 160
P3 35x50 90 P26 35x50 137
P4 35x50 90 P27 35x50 160
P5 30x50 90 P28 30x50 137
P6 30x50 60 P29 30x50 137
P7 35x50 90 P30 35x50 137
P8 35x50 90 P31 35x50 110
P9 35x50 90 P32 35x50 90
P10 30x50 60 P33 30x50 137
P11 20x40 45 P34 20x40 60
P12 20x40 45 P35 20x40 60
P13 30x50 90 P36 20x40 45
P14 35x50 137 P37 30x50 110
P15 35x50 137 P38 35x50 110
P16 35x50 137 P39 35x50 110
P17 30x50 110 P40 35x50 110
P18 30x50 110 P41 30x50 90
P19 35x50 137 P42 30x50 90
P20 35x50 137 P43 35x50 90
P21 35x50 160 P44 35x50 110
P22 30x50 110 P45 35x50 90
P23 20x40 60 P46 30x50 90
Fonte: A autora.
55

5.2 Perfil Geotécnico

O perfil geotécnico foi determinado a partir da sondagem por percussão (SPT) e para
realizar o dimensionamento da estaca utilizou-se o furo que apresentou um solo mais
desfavorável, sendo este o SP-004, conforme ANEXO B.

5.3 Dimensionamento da estaca Strauss pelo Método Aoki-Velloso (1975)

Para o cálculo da capacidade de carga geotécnica foi utilizado o método de Aoki-


Velloso, citado no item 4.5.1 e o método de Décourt Quaresma, citado no item 4.6. O
comprimento da estaca será estabelecido de acordo com a tabela 4.5.3, com base ao laudo de
sondagem SPT (ANEXO B), sendo que o comprimento da estaca é relacionado com a
profundidade em que ela pode chegar de acordo com seu NSPT limite, à estaca Strauss pode
atingir uma profundidade de até 30 NSPT, dessa forma estabeleceu-se o comprimento de 10
metros. A carga de catálogo foi utilizada conforme a proposta do fabricante (ANEXO C) e o
diâmetro da estaca foi estabelecido com base na tabela 4.8, visto que entres os diâmetros
disponíveis era mais desejável para empreendimento.

Estaca Strauss
Diâmetro: 32 cm
Carga de catálogo: 300kN
Comprimento: 10 metros

Primeiramente calcula-se o fator de correção de acordo com o tipo de estaca que será
utilizada, sendo que à estaca Strauss é um tipo de estaca escavada, conforme a tabela 4.5.1.

𝐹1 = 3

𝐹2 = 2𝑥𝐹1 ∴ 𝐹2 = 6

O segundo passo é calcular a resistência lateral (𝑅𝐿 ), sua variação é de acordo com o
tipo de solo e a profundidade. Para os cálculos, utilizou-se o furo 4 da sondagem SPT, pois
apresenta um solo mais desfavorável.
56

Resistência Lateral (𝑅𝐿1 )


Profundidade de 0,0 a -3,0 metros: Argila Siltosa
O valor de NL é a média do NSPT até a profundidade de 0,0 a -3,00 metros:

41
𝑁𝐿 = = 13,67
3

O coeficiente K varia de acordo com o tipo de solo, até a profundidade de -3,00 metros
o solo é uma Argila Siltosa, conforme ANEXO B, assim, de acordo com a tabela 4.5.2 define-
se o valor de K e 𝛼.

K= 220 e 𝛼 = 4%
𝛼 ∗ 𝐾 ∗ 𝑁𝐿
𝑅𝐿 = 𝑥𝑈∗𝐿
𝐹2

0,04 ∗ 220 ∗ 13,67


𝑅𝐿1 = ∗ (𝜋 ∗ 0,32) ∗ 3,00 ∴ 𝑅𝐿1 = 60,46 𝑘𝑁
6

Resistência Lateral (𝑅𝐿2 )


Profundidade de -3,00 a -6,00 metros: Argila Silto Arenosa

54
𝑁𝐿 = = 18
3

K= 330 e 𝛼 = 3% → Tabela 4.5.2, Argila Silto Arenora

0,03 ∗ 330 ∗ 18
𝑅𝐿2 = ∗ 𝜋 ∗ 0,32 ∗ 3,0 ∴ 𝑅𝐿2 = 89,57 𝑘𝑁
6

Resistência Lateral (𝑅𝐿3 )


Profundidade de -6,00 a -10,00 metros: Silte Argilo-arenoso

113
𝑁𝐿 = = 28,25
4
57

K= 250 e 𝛼 = 3% → Tabela 4.5.2, Silte Argilo-arenoso

0,03 ∗ 250 ∗ 28,25


𝑅𝐿3 = ∗ 𝜋 ∗ 0,32 ∗ 4,0 ∴ 𝑅𝐿3 = 142,00 𝑘𝑁
6

Resistência Lateral Total:

𝑅𝐿 = 60,46 + 89,57 + 142,00 ∴ 𝑅𝐿 = 292,00 𝑘𝑁

O terceiro passo é o cálculo de resistência de ponta, que é baseado em função do tipo de solo,
do NSPT e o fator de correção F1. Como o comprimento da estaca é de 10 metros, a resistência
de ponta é calculada com as características do solo nesta cota, apresentando um Silte Argilo-
arenoso com NSPT de 31. O valor de K é conforme a tabela 4.5.2.

- Resistencia de ponta (cota -10,00 metros)


- Silte Argilo-arenoso, NP = 31 e K = 250

𝐾 ∗ 𝑁𝑃
𝑅𝑃 = 𝑥 𝐴𝑝
𝐹1

250 ∗ 31 𝜋 ∗ 0,322
𝑅𝑃 = ∗ ∴ 𝑅𝑃 = 207,76 𝑘𝑁
3 4

O quarto passo é calcular a capacidade de carga geotécnica, somando a resistência lateral


(𝑅𝐿 ) e a resistência de ponta (𝑅𝑃 ).

𝑅𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 292,00 + 207,76 = 499,76 𝑘𝑁

No quinto passo aplica-se o fator de segurança global, que para as estacas de fundação
profunda equivale a 50%.

499,76
𝑃𝑎 = ∴ 𝑃𝑎 = 249,89 𝑘𝑁
2
58

Conforme a NBR 6122/2010, no caso específico de estacas escavadas, no máximo 20%


da carga admissível pode ser suportada pela ponta da estaca o que equivale a um mínimo de
80% para a resistência lateral. Assim:

𝑅𝐿 0,80 𝑃𝑎

Ou seja,

𝑃𝑎 ≤ 1,25 𝑅𝐿

𝑅𝐿 0,80 ∗ 249,89 ∴ 𝑅𝐿 199,91 𝑘𝑁 → 𝑂𝑘!

𝑃𝑎 ≤ 1,25 ∗ 292,00 ∴ 𝑃𝑎 ≤ 365,00 𝑘𝑁 → 𝑂𝑘!

A partir dos cálculos realizados e com auxílio do Excel, foi realizada uma planilha de
cálculo, tabela 5.3 abaixo, que proporciona a identificação da capacidade de carga a cada metro
de profundidade, conforme a sondagem SP-004. (ANEXO B).

Tabela 5.3: Cálculo da Capacidade de carga geotécnica da estaca Strauss m por m


Método Aoki-Velloso (1975)
TIPO RL
NSPT RL RP R Total Q(kN)
adm
PROF. (m) DE K (kN) 𝛼 F1 F2 por m
SOLO (kN) (acum)
Argila
1 14 220 0,04 3 6 20,53 20,53 82,53 103,06 51,53
Siltosa
Argila
2 14 220 0,04 3 6 20,53 41,07 82,53 123,59 61,80
Siltosa
Argila
3 13 220 0,04 3 6 19,07 60,13 76,63 136,77 68,38
Siltosa
Argila
4 16 Silto- 330 0,03 3 6 26,40 86,53 141,48 228,01 114,00
arenosa
Argila
5 16 Silto- 330 0,03 3 6 26,40 112,93 141,48 254,41 127,20
arenosa
Argila
6 22 Silto- 330 0,03 3 6 36,30 149,23 194,53 343,76 171,88
arenosa
Silte
7 26 argilo- 250 0,03 3 6 32,50 181,73 174,17 355,90 177,95
arenoso
Silte
8 27 argilo- 250 0,03 3 6 33,75 215,48 180,86 396,35 198,17
arenoso
59

Silte
9 29 argilo- 250 0,03 3 6 36,25 251,73 194,26 445,99 223,00
arenoso
Silte
10 31 argilo- 250 0,03 3 6 38,75 290,48 207,66 498,14 249,07
arenoso
Fonte: A autora.

5.4 Dimensionamento da estaca Strauss pelo Método Décourt Quaresma (1978)

Conforme citado no item 4.6, seguem os cálculos para a capacidade de carga geotécnica
da estaca Strauss.
Cálculo da resistência lateral:

Estaca Strauss
Diâmetro: 32 cm
Carga de catálogo: 300kN
Comprimento: 10 metros

Resistência Lateral (𝑟𝑙1 )


Profundidade de 0,0 a -3,0 metros: Argila Siltosa
NL é o valor médio do índice de resistência à penetração do SPT ao longo do fuste.

𝑁𝐿
𝑟𝑙 = 10 ( + 1)
3

(14 + 14 + 13)
𝑁𝐿 = = 13,67
3

13,67
𝑟𝑙1 = 10 ( + 1) ∴ 𝑟𝑙1 = 55,56 𝑘𝑁
3

Resistência Lateral (𝑟𝑙2 )


Profundidade de 0,0 a -6,00 metros:

(14 + 14 + 13 + 15 + 15 + 15)
𝑁𝐿 = = 14,33
6
60

Para NSPT com valores maiores que 15, utiliza-se o valor de 15, cumprindo com o que
o autor diz, 3 ≤ 𝑁𝐿 ≤ 15.

14,33
𝑟𝑙2 = 10 ( + 1) ∴ 𝑟𝑙2 = 57,77 𝑘𝑁
3

Resistência Lateral (𝑟𝑙3 )


Profundidade de -6,00 a -10,00 metros:

(14 + 14 + 13 + 15 + 15 + 15 + 15 + 15 + 15 + 15)
𝑁𝐿 = = 14,60
10

14,60
𝑟𝑙3 = 10 ( + 1) ∴ 𝑟𝑙3 = 58,67 𝑘𝑁
3

Resistência de Ponta:

Para o cálculo da resistência de ponta, utiliza-se os dados do solo de onde está a ponta
da estaca, ou seja, na cota -10,00 metros. O coeficiente C varia de acordo com o tipo de solo,
conforme tabela 4.6.2 e o NP que é o valor médio do NSPT na base da estaca, obtido de três
valores: o correspondente a cota da base, o imediatamente anterior e o imediatamente posterior.

Resistência de ponta (𝑟𝑝 )


Profundidade de -10,00 metros, Silte argiloso, C = 200

𝑅𝑃 = 𝑟𝑃 ∗ 𝐴𝑃 𝑒 𝑟𝑝 = (𝐶 ∗ 𝑁𝑃 )
Assim,

𝑅𝑃 = (𝐶 ∗ 𝑁𝑃 ) ∗ 𝐴𝑃

31 + 29
𝑁𝑃 = = 30
2
61

𝜋 0,322
𝑅𝑝 = (200 ∗ 30) ∗ ∴ 𝑅𝑝 = 482,55 𝑘𝑁
4

Verificação da Carga admissível:

𝑅𝑃 𝑅𝐿
𝑃𝑎 = +
4 1,3
E também:
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑎 =
2

Agindo a favor da segurança, utiliza-se assim o menor valor entre as duas.

De acordo com a tabela 5.4 abaixo, realizada com o auxílio da planilha de cálculo,
demonstra os valores calculados de todas as resistências de ponta metro por metro e demonstra
também a resistência lateral acumulada, que é a utilizada para o cálculo da carga admissível,
onde na cota -10,00 metros corresponde ao valor de 460,95 kN.
A resistência total é o somatório da resistência lateral acumulada na profundidade de
10,00 metros mais a resistência de ponta, assim, a resistência total corresponde ao valor de
943,26 kN.
A partir desses dados faz-se a verificação da carga admissível:

482,55 460,95
𝑃𝑎 = + ∴ 𝑃𝑎 = 475,21 𝑘𝑁
4 1,3

943,26
𝑃𝑎 = ∴ 𝑃𝑎 = 471,63 𝑘𝑁
2

Assim, a favor da segurança utiliza-se como carga admissível o menor valor entre os
dois, o de 471,63 kN.
62

Tabela 5.4: Cálculo da Capacidade de carga geotécnica da estaca Strauss m por m.

Décourt Quaresma (1978) Verificação


RL R
Tipo
Prof. (m) NSPT de Np NL C RP (kN) por
RL
Total Qadm R/2 (RL/1,3)
Solo
m (acumulada) (kN) + (RP/4)
(kN) (kN)
Argila
1 14 14 14 120 135,05 56,67 0,00 135,05 33,76 67,52 33,76
Siltosa
Argila
2 14 13,67 14 120 131,83 56,67 0,00 131,83 32,96 65,91 32,96
Siltosa
Argila
3 13 14,33 13,67 120 138,26 55,56 55,56 193,82 77,30 96,91 77,30
Siltosa
Argila
4 16 Silto- 15 14 120 144,69 56,67 112,23 256,92 122,50 128,46 122,50
arenosa
Argila
5 16 Silto- 18 14,2 120 173,63 57,33 169,56 343,19 171,59 171,59 173,84
arenosa
Argila
6 22 Silto- 21,33 14,33 120 205,78 57,78 227,34 433,12 216,56 216,56 226,32
arenosa
Argila
7 26 Silto- 25 14,43 200 401,92 58,10 285,43 687,35 320,04 343,68 320,04
arenosa
Argila
8 27 Silto- 27,3 14,50 200 439,43 58,33 343,77 783,20 374,29 391,60 374,29
arenosa
Argila
9 29 Silto- 29 14,56 200 466,23 58,52 402,28 868,51 426,01 434,26 426,01
arenosa
Argila
10 31 Silto- 30 14,60 200 482,30 58,67 460,95 943,26 471,63 471,63 475,15
arenosa
Fonte: A autora.

Para o dimensionamento do número de estacas por bloco, divide-se a carga atuante no


pilar pela carga admissível, pois a carga do pilar será transferida ao solo da fundação.
Pela equação abaixo, chega-se ao número de estacas necessárias para suportar a carga
vinda do pilar.

𝑄𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝑁𝑒
𝑄𝑎𝑑𝑚
Onde:
𝑁𝑒 = Número de estacas;
𝑄𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = Carga do pilar;
63

𝑄𝑎𝑑𝑚 = Carga admissível.

De acordo com o cálculo da capacidade de carga geotécnica pelo método de Aoki-


Velloso (tabela 5.3) e Décourt Quaresma (tabela 5.4) será obtido o número de estaca necessária
por bloco, a carga geotécnica admissível foi estabelecida através da média dos dois métodos
calculados, demonstrado na tabela 5.4.1. A tabela também apresenta as seguintes informações:
carga proveniente do pilar, capacidade de carga geotécnica admissível, quantidade mínima de
estaca por bloco, diâmetro e profundidade.
A carga geotécnica admissível foi estabelecida através da média dos dois métodos
calculados, Aoki-Velloso e Décourt Quaresma:

249,89 + 471,63
𝑃𝑎 = ∴ 𝑃𝑎 = 360,76 𝑘𝑁
2

Tabela 5.4.1: Agrupamento das estacas através da carga admissível geotécnica.

Estaca Escavada Strauss

Carga admissível geotécnica (36tf)

Carga Qadm Qpilar/Qadm Número de Diâmetro Prof.


Pilar
(tf) (tf) (tf) estaca/bloco (cm) (m)

P1 45 36 1,25 2 32 10
P2 90 36 2,50 3 32 10
P3 90 36 2,50 3 32 10
P4 90 36 2,50 3 32 10
P5 90 36 2,50 3 32 10
P6 60 36 1,67 2 32 10
P7 90 36 2,50 3 32 10
P8 90 36 2,50 3 32 10
P9 90 36 2,50 3 32 10
P10 60 36 1,67 2 32 10
P11 45 36 1,25 2 32 10
P12 45 36 1,25 2 32 10
P13 90 36 2,50 3 32 10
P14 137 36 3,81 4 32 10
P15 137 36 3,81 4 32 10
P16 137 36 3,81 4 32 10
P17 110 36 3,06 4 32 10
64

P18 110 36 3,06 4 32 10


P19 137 36 3,81 4 32 10
P20 137 36 3,81 4 32 10
P21 160 36 4,44 5 32 10
P22 110 36 3,06 4 32 10
P23 60 36 1,67 2 32 10
P24 160 36 4,44 5 32 10
P25 160 36 4,44 5 32 10
P26 137 36 3,81 4 32 10
P27 160 36 4,44 5 32 10
P28 137 36 3,81 4 32 10
P29 137 36 3,81 4 32 10
P30 137 36 3,81 4 32 10
P31 110 36 3,06 4 32 10
P32 90 36 2,50 3 32 10
P33 137 36 3,81 4 32 10
P34 60 36 1,67 2 32 10
P35 60 36 1,67 2 32 10
P36 45 36 1,25 2 32 10
P37 110 36 3,06 4 32 10
P38 110 36 3,06 4 32 10
P39 110 36 3,06 4 32 10
P40 110 36 3,06 4 32 10
P41 90 36 2,50 3 32 10
P42 90 36 2,50 3 32 10
P43 90 36 2,50 3 32 10
P44 110 36 3,06 4 32 10
P45 90 36 2,50 3 32 10
P46 90 36 2,50 3 32 10
∑ 156
Fonte: A autora.

Calculada a capacidade de carga geotécnica e o número de estacas necessárias,


prossegue-se com o cálculo da capacidade estrutural admissível da estaca, utilizando a carga de
catálogo fornecida pela empresa Estaquear e Construtora A&R Ltda.
O valor da carga admissível estrutural da estaca fornecida pela empresa, é de 30
toneladas. Com o cálculo da carga estrutural admissível, pode-se chegar a um número de estaca
por bloco diferente da carga admissível geotécnica, conforme a tabela 5.4.2 abaixo.
65

Tabela 5.4.2: Agrupamento das estacas através da carga admissível estrutural.

Estaca Escavada Strauss

Carga admissível estrutural (30tf)


Carga Qadm Qpilar/Qadm Número de Diâmetro Prof
Pilar
(tf) (tf) (tf) estaca/bloco (cm) (m)
P1 45 30,0 1,50 2 32 10
P2 90 30,0 3,00 4 32 10
P3 90 30,0 3,00 4 32 10
P4 90 30,0 3,00 4 32 10
P5 90 30,0 3,00 4 32 10
P6 60 30,0 2,00 3 32 10
P7 90 30,0 3,00 4 32 10
P8 90 30,0 3,00 4 32 10
P9 90 30,0 3,00 4 32 10
P10 60 30,0 2,00 3 32 10
P11 45 30,0 1,50 2 32 10
P12 45 30,0 1,50 2 32 10
P13 90 30,0 3,00 4 32 10
P14 137 30,0 4,57 5 32 10
P15 137 30,0 4,57 5 32 10
P16 137 30,0 4,57 5 32 10
P17 110 30,0 3,67 4 32 10
P18 110 30,0 3,67 4 32 10
P19 137 30,0 4,57 5 32 10
P20 137 30,0 4,57 5 32 10
P21 160 30,0 5,33 6 32 10
P22 110 30,0 3,67 4 32 10
P23 60 30,0 2,00 3 32 10
P24 160 30,0 5,33 6 32 10
P25 160 30,0 5,33 6 32 10
P26 137 30,0 4,57 5 32 10
P27 160 30,0 5,33 6 32 10
P28 137 30,0 4,57 5 32 10
P29 137 30,0 4,57 5 32 10
P30 137 30,0 4,57 5 32 10
P31 110 30,0 3,67 4 32 10
P32 90 30,0 3,00 4 32 10
P33 137 30,0 4,57 5 32 10
P34 60 30,0 2,00 3 32 10
P35 60 30,0 2,00 3 32 10
P36 45 30,0 1,50 2 32 10
P37 110 30,0 3,67 4 32 10
P38 110 30,0 3,67 4 32 10
66

P39 110 30,0 3,67 4 32 10


P40 110 30,0 3,67 4 32 10
P41 90 30,0 3,00 4 32 10
P42 90 30,0 3,00 4 32 10
P43 90 30,0 3,00 4 32 10
P44 110 30,0 3,67 4 32 10
P45 90 30,0 3,00 4 32 10
P46 90 30,0 3,00 4 32 10
∑ 188
Fonte: A autora.

Através dos dados obtidos e a favor da segurança, utiliza-se o menor valor entre a
capacidade de carga geotécnica e a capacidade de carga estrutural da estaca, sendo assim o novo
projeto de fundação possuirá 188 estacas Strauss com dez metros de comprimento cada.
67

6 DIMENSIONAMENTO DOS BLOCOS DE COROAMENTO

6.1 Definição

Conforme a NBR 6118/2014, item 22.7.1: “Blocos são estruturas de volume usadas
para transmitir às estacas e aos tubulões as cargas de fundação, podendo ser considerados
rígidos ou flexíveis por critério análogo ao definido para sapatas”
Os blocos sobre estacas podem ser utilizados para várias quantidades de estacas, sendo
que em construções de pequeno porte são mais comuns uma ou duas estacas, pois a carga
vertical proveniente do pilar geralmente é de baixa intensidade. Em edifícios onde as cargas já
são maiores supera-se duas estacas por bloco. O bloco também é utilizado em tubulão, quando
o bloco atua como elemento de transição de carga entre o pilar e o fuste do tubulão, como
demonstra a figura 6.1 abaixo.

Figura 6.1: Bloco sobre estaca e tubulão.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 1)

6.2 Comportamento estrutural dos blocos rígidos

Conforme a NBR 6118/2014, o comportamento estrutural dos blocos rígidos é


caracterizado por:

a) “ trabalho à flexão nas duas direções, mas com trações essencialmente concentradas nas
linhas sobre as estacas (reticulado definido pelo eixo das estacas, com faixas de largura igual
a 1,2 vez seu diâmetro);
68

b) forças transmitidas pelo pilar para as estacas essencialmente por bielas de compressão, de
forma e dimensões complexas;

c) trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não apresentando ruínas por tração
diagonal, e sim por compressão das bielas, analogamente às sapatas. ”

6.3 Modelos de cálculos

De acordo com a NBR 6118/2014, para cálculo e dimensionamento dos blocos, são
aceitos modelos tridimensionais lineares ou não lineares e modelos biela-tirante
tridimensionais.
A NBR 6118 demonstra preferência ao modelo de cálculo chamado “biela-tirante”
tridimensional, “por definir melhor a distribuição de esforços pelos tirantes”, onde a biela é a
representação do concreto comprimido e o tirante as armaduras tracionadas.
Há dois métodos de cálculo são mais utilizados para o dimensionamento dos blocos
sobre estacas no Brasil: o “Método das Bielas”, de Blévot (1967), e o método proposto pelo
CEB-70.
Os dois métodos devem ser aplicados apenas nos blocos rígidos. No caso dos blocos
flexíveis, são aplicados métodos clássicos aplicáveis às vigas ou lajes.

6.3.1 Método das Bielas

UNESP (Bauru/SP) – Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos: O método das bielas
admite como modelo resistente, no interior do bloco, uma “treliça espacial”, para blocos sobre
várias estacas, ou plana e para blocos sobre duas estacas. As forças atuantes nas barras
comprimidas da treliça são resistidas pelo concreto e as forças atuantes nas barras tracionadas
são resistidas pelas barras de aço (armadura). A principal incógnita é determinar as dimensões
das bielas comprimidas, resolvida com as propostas de Blévot (1967).

O Método das Bielas é recomendado quando:

a) O carregamento é quase centrado, comum em edifícios. O método pode ser empregado para
carregamento não centrado, admitindo-se que todas as estacas estão com a maior carga, o que
tende a tornar o dimensionamento antieconômico;
69

b) Todas as estacas devem estar igualmente espaçadas do centro do pilar.

O Método das Bielas é o método simplificado mais empregado, porque:


a) Tem amplo suporte experimental (116 ensaios de Blévot, entre outros);
b) Ampla tradição no Brasil e Europa;
c) Modelo de treliça é intuitivo.

6.4 Dimensionamento do bloco sobre duas estacas

(Método das Bielas - Método de Blévot)

A Figura 6.4 mostra o bloco sobre duas estacas, com a biela de concreto comprimido e
o esquema de forças atuantes.

Figura 6.4: Esquema de forças no bloco sobre duas estacas.

Fonte: Fonte: (BASTOS, 2013, p. 5)

Do polígono de forças (Figura 6.4.1):


70

Figura 6.4.1: Polígono de forças no bloco sobre duas estacas.

Fonte: Fonte: (BASTOS, 2013, p. 5)

Dimensionamento do bloco sobre duas estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P1, P11, P12, P36 que possuem uma carga de 45 tf.

Dados Pilar: Dados Estaca:


P1 → Nk = 45 tf ou 450 kN Capacidade de carga = 30tf ou 300kN
Seção = 30 x 50 cm Diâmetro estaca (Øe) = 32 cm
Concreto C25

a) Dimensões do bloco em planta

Tabela 6.4: Dados Estaca Strauss

Fonte: FUNDAÇÕES - Professor Douglas Constâncio – Engenheiro Lucas A. Constâncio

Espaçamento mínimo entre as estacas, considerando emín 3,0 ∅e para estacas


moldadas in loco.
71

emín 3,0 x 32 = 96 cm → Adotado e = 100 cm

Figura 6.4.2: Dimensões do bloco em planta.

Fonte: A autora.

K 450
Re,máx = 1,05 + e ∴1,05 +0
2 2

Re,máx = 236,25 kN < Re,nom = 300 kN

Notas: a) 1,05 supõe o peso próprio do bloco e do solo sobre o bloco.

Considerando a favor da segurança a maior carga nas estacas, a força normal sobre o
bloco passa a ser:

Nk = 236,25 x 2 = 472 k
Nd = 472 kN
72

b) Altura do bloco

𝑏𝑝 30
Para α = 45° → 𝑑𝑚í𝑛 = 0,5 (𝑒 − ) ∴ 0,5 (100 − ) = 42,50 𝑐𝑚
2 2

𝑏𝑝 30
Para α = 55° → 𝑑𝑚á𝑥 = 0,71 (𝑒 − ) ∴ 0,71 (100 − ) = 60,35 𝑐𝑚
2 2

5𝑐𝑚 √𝜋 𝜋
𝑑′ { 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = √ 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5

𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚

𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 60 + 6 = 66 𝑐𝑚 → 𝐻 = 70 𝑐𝑚

dmín = 42,50 cm < d = 60 cm < dmáx = 60,35 cm → Ok!

Para garantir a ancoragem à compressão da armadura longitudinal vertical do pilar:

𝑑 𝑙𝑏,∅,𝑝𝑖𝑙

∅𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝑥 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 =
4 𝑥 𝑓𝑏𝑑

0,016 𝑥 434,8
𝑙𝑏 = ∴ 𝑙𝑏 = 0,60 𝑚 = 60 𝑐𝑚
4 𝑥 2,88

𝑓𝑦𝑘 50
𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
1,15 1,15

𝑓𝑏𝑑 = 𝑛1 𝑥 𝑛2 𝑥 𝑛3 𝑥 𝑓𝑐𝑡𝑑
𝑓𝑏𝑑 = 2,25 𝑥 1,0 𝑥 1,0 𝑥 1,28 ∴ 𝑓𝑏𝑑 = 2,88

𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 𝑥 𝑓𝑐𝑘 2/3


𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 𝑥 252/3 ∴ 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 1,28
73

Sendo assim, a altura d será de 60 cm.


Conforme NBR 6118:2014:

𝑛1 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑙𝑖𝑠𝑎𝑠


𝑛1 = 1,4 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑛1 = 2,25 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑛𝑒𝑟𝑣𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠

𝑛2 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎


𝑛2 = 0,7 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑚á 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎

𝑛3 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 ∅ 32𝑚𝑚

c) Ângulo de inclinação da biela

𝑑 60
tan 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = = 1,028 ∴ tan−1 1,028 = 44,95° →
𝑒√2 𝑏√2 100√2 30√2
2 − 4 2 − 4
𝛼 = 45°

d) Verificação das Bielas

 Tensão limite:

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 1,4 𝐾𝑅 𝑓𝑐𝑑

KR = 0,9 a 0,95 = coeficiente que leva em consideração a perda de resistência do concreto ao


longo do tempo devido às cargas permanentes (efeito Rüsch).
0,90 ≤ KR ≤ 0,95

2,5 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 1,4 𝑥 0,925 𝑥 = 2,31 𝑜𝑢 23,10 𝑀𝑃𝑎
1,4 𝑐𝑚2
 Tensão atuante junto às estacas:
74

𝑁𝑑 472 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡 = ∴ 2 = 0,586 𝑜𝑢 5,86𝑀𝑃𝑎
2𝐴𝑒 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 𝜋32 𝑐𝑚2
2 ( 4 ) 𝑠𝑒𝑛2 45°

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡 = 5,86 𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 23,10 𝑀𝑃𝑎 → 𝑂𝑘!

 Tensão atuante junto ao pilar:

𝑁𝑑 472 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = 2
∴ 2
= 0,63 𝑜𝑢 6,30𝑀𝑝𝑎
𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝛼 (30𝑥50)𝑠𝑒𝑛 45° 𝑐𝑚2

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = 6,30 𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 23,10 𝑀𝑃𝑎 → 𝑂𝑘!

e) Armaduras

Armadura Principal

1,15𝑁𝑑 𝑏𝑝 1,15 𝑥 472 30


𝑅𝑠𝑑 = (𝑒 − ) ∴ (100 − ) = 192,24 𝑘𝑁
4𝑑 2 4 𝑥 60 2

𝑅𝑠𝑑 192,24 𝑥 1,4


𝐴𝑆 = ∴ 𝐴𝑠 = ∴ 𝐴𝑠 = 6,20 𝑐𝑚2 → (5 ∅ 12,5 𝑚𝑚)
𝑓𝑦𝑑 50
1,15

Armadura lateral

(0,2 𝑎 0,3)𝐴𝑠, 𝑙𝑜𝑛𝑔


𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑡. {
0,10% 𝑏𝑓𝑖𝑐. 𝑥 ℎ

Diâmetro da armadura lateral: ∅𝑙𝑎𝑡. 12,5 𝑚𝑚

𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑡 0,3 𝑥 6,20𝑐𝑚2 ∴ 𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑡 1,86 𝑐𝑚2


0,10
𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑡 𝑥 (62 𝑥 70) ∴ 𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑡 = 4,34 𝑐𝑚2
100
4 ∅ 12,50 𝑚𝑚 c/ 12 cm
75

Onde:

𝑏𝑓𝑖𝑐. ∅𝑒 + 2𝑡 ∴ 30 + 2 𝑥 15 → 𝑏𝑓𝑖𝑐. 32 + 30 = 62𝑐𝑚

f) Espaçamento da armadura de pele

Espaçamento recomendado pela NBR 6118:2014, item 18.3.5:

𝑑 60
𝑆≤{ 3 → = 20 → 𝑆 = 20 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚

g) Espaçamento dos estribos verticais

15 𝑐𝑚 √𝜋
Sobre estacas: 𝑆≤{ √𝜋 → 0,5 ( ) 𝑥 32 = 14,18 → 𝑆 = 12 𝑐𝑚
0,5 ( 2 ) ∅𝑒 2

h) Armadura de arranque

A armadura construtiva na face superior do bloco é calculada por:

1 1
𝐴𝑠 ′ ≅ 𝐴𝑠 → 𝐴𝑠 ′ ≅ 6,20𝑐𝑚2 ∴ 𝐴𝑠 ′ ≅ 0,80𝑐𝑚2
8 8

i) Armadura dos estribos

∅ 10 𝑚𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎ç𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑢𝑛𝑠


𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜: ∅𝑒 {
∅ 8 𝑚𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎ç𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠

12 𝑐𝑚 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑁𝑠 ≤ 800𝑘𝑁
Espaçamentos: 𝑠𝑡 𝑜𝑢 𝑠𝑒 ≤ {
10 𝑐𝑚 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑁𝑠 800 𝑘𝑁

j) Detalhamento Armadura
76

Figura 6.4.3: Detalhamento do bloco sobre duas estacas.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 9)

6.5 Dimensionamento do bloco sobre três estacas

(Método de Blévot)

A figura 6.5 abaixo demonstra o modelo de cálculo para os blocos sobre três estacas, o
método de cálculo utilizado para o dimensionamento do bloco é o Método de Blévot.
77

Figura 6.5: Modelo de cálculo para blocos sobre três estacas.

Fonte: (OLIVEIRA, 2009, p. 72).

Espaçamento mínimo entre as estacas, considerando lmín 3,0∅e para estacas moldadas
in loco.

lmín 3,0 x 32 = 96 cm → Adotado l = 100 cm

𝑙√3 100√3
= = 87,00 𝑐𝑚
2 2

𝑙√3 100√3
= ≅ 58,00 𝑐𝑚
3 3

𝑙√3 100√3
= ≅ 29,00 𝑐𝑚
6 6

a) Dimensões do bloco em planta


78

Figura 6.5.1: Dimensões do bloco sobre três estacas.

Fonte: A autora.

𝑁𝑘 𝑀 600
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 1,05 + + ∴ 1,05 𝑥 +0
2 𝑙 3

𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 210 𝑘𝑁 𝑅𝑒, 𝑛𝑜𝑚 = 300 𝑘𝑁

→ 1,05 supõe o peso próprio do bloco e do solo sobre o bloco.

Considerando a favor da segurança a maior carga nas estacas, a força normal sobre o bloco
passa a ser:

Nk = 210,0 x 3 = 630 k

b) Altura útil do bloco

Dimensionamento do bloco sobre três estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P10, P23, P34 e P35 que possuem uma carga de 60 tf.

Dados:
79

Capacidade nominal da estaca: 300 kN (30 tf), diâmetro da estaca: ∅e = 32 cm;


Seção transversal do pilar: 30 x 50 cm;
Carga vertical Nk = (600 x 1,05) = 630 kN
Concreto C25; aço CA-50,

Nas equações que seguem, o valor de b é sempre a menor dimensão do pilar

Deve-se ter 45° ≤ α ≤ 55° →

𝑏 𝑏
0,58 (𝑙 − ) ≤ 𝑑 ≤ 0,825 (𝑙 − )
2 2

30 30
0,58 (100 − ) ≤ 𝑑 ≤ 0,825 (100 − ) ∴ 49,30 𝑐𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 70,12 𝑐𝑚
2 2

𝑑 = 60 𝑐𝑚

5𝑐𝑚 √𝜋 𝜋
𝑑′ { 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = √ 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5

𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚

𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 60 + 6 = 66 𝑐𝑚 → 𝐻 ≅ 70 𝑐𝑚

Para garantir a ancoragem à compressão da armadura longitudinal vertical do pilar:

𝑑 𝑙𝑏,∅,𝑝𝑖𝑙

∅𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝑥 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 =
4 𝑥 𝑓𝑏𝑑

0,016 𝑥 434,8
𝑙𝑏 = ∴ 𝑙𝑏 = 0,60 𝑚 = 60 𝑐𝑚
4 𝑥 2,88
80

𝑓𝑦𝑘 50
𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
1,15 1,15

𝑓𝑏𝑑 = 𝑛1 𝑥 𝑛2 𝑥 𝑛3 𝑥 𝑓𝑐𝑡𝑑
𝑓𝑏𝑑 = 2,25 𝑥 1,0 𝑥 1,0 𝑥 1,28 ∴ 𝑓𝑏𝑑 = 2,88

𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 𝑥 𝑓𝑐𝑘 2/3


𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 𝑥 252/3 ∴ 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 1,28

Sendo assim, a altura d será de 60 cm.

c) Ângulo de inclinação da biela de concreto comprimido

𝑑 60
𝑡𝑎𝑛 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = 1,23
√3 √3
𝑙 3 − 0,3𝑏 100 3 − 0,3 𝑥 30

tan−1 1,23
α = 51°

d) Verificação das Bielas

 Tensão limite:

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 1,75 𝐾𝑅 𝑓𝑐𝑑

KR = 0,9 a 0,95 = coeficiente que leva em consideração a perda de resistência do concreto ao


longo do tempo devido às cargas permanentes (efeito Rüsch).
0,90 ≤ KR ≤ 0,95

2,5 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 1,75 𝑥 0,925 𝑥 = 2,89 𝑜𝑢 28,90 𝑀𝑃𝑎
1,4 𝑐𝑚2

 Tensão atuante junto às estacas:


81

𝑁𝑑 630 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡 = ∴ = 0,432 𝑜𝑢 4,32 𝑀𝑃𝑎
3𝐴𝑒 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 𝜋322 𝑐𝑚2
3 ( 4 ) 𝑠𝑒𝑛2 51°

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡 = 4,32𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 28,90 𝑀𝑃𝑎 → 𝑂𝑘!

 Tensão atuante junto ao pilar:

𝑁𝑑 630 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = 2
∴ 2
= 0,695 𝑜𝑢 6,95 𝑀𝑝𝑎
𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝛼 (30 𝑥 50)𝑠𝑒𝑛 51° 𝑐𝑚2

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = 6,95 𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 28,90 𝑀𝑃𝑎 → 𝑂𝑘!

e) Cálculo das Armaduras

Armaduras necessárias:

Armadura lateral

𝑁𝑠𝑑 𝑏
𝑅𝑠𝑑, (𝑙𝑎𝑑𝑜) = (𝑙 − )
9𝑑 2

630 30
𝑅𝑠𝑑, (𝑙𝑎𝑑𝑜) = (100 − )
9 𝑥 60 2

𝑅𝑠𝑑, (𝑙𝑎𝑑𝑜) = 99,16 𝑘𝑁

99,16 𝑥 1,4
𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = ∴ 3,20 𝑐𝑚2
50
1,15

𝑨𝒔, 𝒍𝒂𝒅𝒐 = 𝟑 ∅ 𝟏𝟐, 𝟓 𝒎𝒎 → 𝟑, 𝟕𝟓 𝒄𝒎𝟐

Armadura em malha

𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 0,2 𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 ∴ 𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 0,2 𝑥 3,75 = 0,75 𝑐𝑚2
82

𝑨𝒔, 𝒎𝒂𝒍𝒉𝒂 = 𝟎, 𝟕𝟓 𝒄𝒎𝟐 → 𝟏 ∅ 𝟏𝟎, 𝟎 𝒎𝒎 (em cada direção, x e y)

Armadura de suspensão total

Para bloco sobre três estacas, a armadura de suspensão total é:

𝑁𝑑 630
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∴ = 3,22 𝑐𝑚2
4,5𝑓𝑦𝑑 50
4,5 𝑥
1,15

Armadura de suspensão por face

𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 3,22
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = ∴ = 1,07𝑐𝑚2
3 4

Como os ganchos verticais da armadura em malha serão também a armadura de suspensão,


deve-se ter:

𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 𝐴𝑠, 𝑠𝑢𝑠𝑝./𝑓𝑎𝑐𝑒


0,75 𝑐𝑚2 1,07 𝑐𝑚2 → 𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 𝐴𝑠, 𝑠𝑢𝑠𝑝/𝑓𝑎𝑐𝑒

Portanto, 𝑨𝒔, 𝒎𝒂𝒍𝒉𝒂 = 𝟏, 𝟎𝟕 𝒄𝒎𝟐 → 𝟐 ∅ 𝟏𝟎, 𝟎 𝒎𝒎 𝒆𝒎 𝒄𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒊𝒓𝒆çã𝒐


83

Figura 6.5.2: Detalhe das armaduras no bloco sobre três estacas.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 13).

Armadura de pele por face

1 1
𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 𝐴𝑠,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∴ (3 𝑥 3,75) = 1,4 𝑐𝑚2 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑐𝑒
8 8

Asp, face = 2 ∅ 10 mm = 1,57 cm2 por face → S = 15 cm

Armaduras na Direção das Medianas e Paralelas aos Lados (Armadura de Cintamento)

A armadura nas três medianas podem ser um pouco reduzidas, devido à existência das
armaduras nos lados, sendo:

→ Armadura segundo os lados e as diagonais, recomenda-se manter 2/3 ≤ α ≤ 4/5, adotando


α = 0,7

Armadura mediana

(1 − 𝛼). 𝑁𝑠𝑑. √3 𝑏
𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑒𝑑 = (𝑙 − )
9𝑑 2
84

(1 − 0,7) 𝑥 630 𝑥 √3 30
𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑒𝑑 = (100 − )
9 𝑥 60 2

𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑒𝑑 = 51,53 𝑘𝑁

51,53 𝑥 1,4
𝐴𝑠, 𝑚𝑒𝑑 = ∴ 𝑨𝒔, 𝒎𝒆𝒅 = 𝟏, 𝟏𝟖 𝒄𝒎𝟐 → 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎𝑛𝑎
50
1,15

Armadura de cintamento

𝛼. √3. 𝑁𝑠𝑑
𝐴𝑠, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = (𝑙√3 − 0,9𝑏)
27. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑

0,70 𝑥 √3 𝑥 630 𝑥 1,4


𝐴𝑠, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = (100√3 − 0,9𝑥30)
27 𝑥 60 𝑥 43,48

𝐴𝑠, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = 2,22 𝑐𝑚2

𝑨𝒔, 𝒄𝒊𝒏𝒕𝒂 = 𝟐 ∅ 𝟏𝟐, 𝟓𝟎 𝒎𝒎 → 2,50 𝑐𝑚2 (𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜)

Figura 6.5.3: Armadura principal no bloco sobre três estacas.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 14).


85

Espaçamento

𝑑 60
𝑆≤{ 3 𝑆 8 𝑐𝑚 → = 20 → 𝑆 = 15 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚

6.6 Dimensionamento do bloco sobre quatro estacas

(Método das Bielas – Blévot)

A figura 6.6 abaixo demonstra o modelo de cálculo para os blocos sobre quatro estacas,
o método de cálculo utilizado para o dimensionamento do bloco é o Método de Blévot.

Figura 6.6: Bloco sobre quatro estacas.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 15).

Dimensionamento do bloco sobre quatro estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P2, P3, P4, P5, P7, P8, P9, P13, P32, P41, P42, P43, P45 e P46 que possuem uma carga de 90tf.

Dados:
86

Capacidade nominal da estaca: 300 kN (30 tf), diâmetro da estaca: ∅e = 32 cm;


Seção transversal do pilar: 35 x 50 cm;
Carga vertical Nk = (900 x 1,05) = 945 kN = 94,5 tf;
Concreto C25; aço CA-50,
Cobrimento nominal: cnom = 4,0 cm;

a) Dimensões do bloco em planta

Figura 6.6.1: Dimensões do bloco sobre quatro estacas.

Fonte: A autora.

Espaçamento mínimo entre as estacas, considerando emín 3,0 ∅e para estacas


moldadas in loco.
87

Tabela 6.6: Dados Estaca Strauss

Fonte: FUNDAÇÕES - Professor Douglas Constâncio – Engenheiro Lucas A. Constâncio

emín 3,0 x 32 = 96 cm → Adotado e = 100 cm

b) Determinação da altura

Nas equações que seguem, o valor de b é sempre a menor dimensão do pilar

Deve-se ter 45° ≤ α ≤ 55° →

𝑏 𝑏
0,71 (𝑒 − ) ≤ 𝑑 ≤ (𝑒 − )
2 2

35 35
0,71 (100 − ) ≤ 𝑑 ≤ (100 − ) ∴ 58,57 𝑐𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 82,50 𝑐𝑚
2 2

𝑑 = 70 𝑐𝑚

5𝑐𝑚 √𝜋 √𝜋
𝑑 ′
{ 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5

𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚

𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 60 + 6 = 66 𝑐𝑚 → 𝐻 ≅ 80 𝑐𝑚
88

Para garantir a ancoragem à compressão da armadura longitudinal vertical do pilar:

𝑑 𝑙𝑏,∅,𝑝𝑖𝑙

∅𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝑥 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 =
4 𝑥 𝑓𝑏𝑑

0,016 𝑥 434,8
𝑙𝑏 = ∴ 𝑙𝑏 = 0,60 𝑚 = 60 𝑐𝑚
4 𝑥 2,88

𝑓𝑦𝑘 50
𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
1,15 1,15

𝑓𝑏𝑑 = 𝑛1 𝑥 𝑛2 𝑥 𝑛3 𝑥 𝑓𝑐𝑡𝑑
𝑓𝑏𝑑 = 2,25 𝑥 1,0 𝑥 1,0 𝑥 1,28 ∴ 𝑓𝑏𝑑 = 2,88

𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 𝑥 𝑓𝑐𝑘 2/3


𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 𝑥 252/3 ∴ 𝑓𝑐𝑡𝑑 = 1,28

Sendo assim, a altura d será de 60 cm.

c) Ângulo de inclinação da biela de concreto comprimido

𝑑 70
𝑡𝑎𝑛 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = 1,19
√2 √2 √2 √2
𝑒 2 −𝑏 4 100 2 − 35 4

tan−1 1,19
α = 51°

d) Verificação das Bielas

 Tensão limite:

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 2,1 𝐾𝑅 𝑓𝑐𝑑


89

KR = 0,9 a 0,95 = coeficiente que leva em consideração a perda de resistência do concreto ao


longo do tempo devido às cargas permanentes (efeito Rüsch).
0,90 ≤ KR ≤ 0,95

2,5 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 2,1 𝑥 0,925 𝑥 = 3,46 𝑜𝑢 34,60 𝑀𝑃𝑎
1,4 𝑐𝑚2

 Tensão atuante junto às estacas:


𝑁𝑑 945 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡 = ∴ = 0,486 𝑜𝑢 4,86 𝑀𝑃𝑎
4𝐴𝑒 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 𝜋322 𝑐𝑚2
4 ( 4 ) 𝑠𝑒𝑛2 51°

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡 = 4,86𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 34,60 𝑀𝑃𝑎 → 𝑂𝑘!

 Tensão atuante junto ao pilar:

𝑁𝑑 945 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = ∴ = 0,894 𝑜𝑢 8,94 𝑀𝑝𝑎
𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 (35 𝑥 50)𝑠𝑒𝑛2 51° 𝑐𝑚2

𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = 8,94 𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 34,60 𝑀𝑃𝑎 → 𝑂𝑘!

e) Cálculo das Armaduras

Será feito o detalhamento composto por barras paralelas aos lados, sobre as estacas, com
mais uma armadura em malha, por ser um dos arranjos de armadura mais eficientes.

Armadura diagonal

(1 − 𝛼) 𝑥 𝑃√2 𝑏 (1 − 0,6) 𝑥 945√2 35


𝑅𝑠, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = (𝑒 − ) ∴ (100 − ) = 78,75 𝑘𝑁
8𝑑 2 8 𝑥 70 2

𝑅𝑠, 𝑑𝑖𝑎𝑔. 78,75 𝑥 1,4


𝐴𝑠 = ∴ 𝐴𝑠 = ∴ 𝐴𝑠 = 2,53 𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 50
1,15
𝑨𝑺,𝒅𝒊𝒂𝒈. = 𝟐, 𝟓𝟑 𝒄𝒎𝟐 → 𝟐 ∅ 𝟏𝟐, 𝟓 𝒎𝒎 = 𝟐, 𝟓𝟎 𝒄𝒎𝟐 Sobre as estacas.
90

Armadura lateral

Armadura segundo os lados, recomenda-se manter 1/2 ≤ α ≤ 2/3, adotando α = 0,6

𝛼𝑥𝑃 𝑏
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = (𝑙 − )
8𝑥𝑑 2
0,6 𝑥 945 35
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = (100 − )
8 𝑥 70 2

𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = 83,53 𝑘𝑁

𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 83,53 𝑥 1,4


𝐴𝑠 = ∴ 𝐴𝑠 = ∴ 𝐴𝑠 = 2,70 𝑐𝑚2
𝑓𝑦𝑑 50
1,15

𝟑 ∅ 𝟏𝟐, 𝟓 𝒎𝒎 → 𝑨𝒔, 𝒍𝒂𝒅𝒐 = 𝟑, 𝟕𝟓 𝒄𝒎𝟐

Armadura em malha

3/4 ≤ α ≤ 6/7 → α = 0,80

2,4(1 − 𝛼) 𝑥 𝑁𝑑 𝑏
𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = (𝑒 − )
8𝑥𝑑 2

2,4(1 − 0,8) 𝑥 945 35


𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = (100 − )
8 𝑥 70 2

𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 66,82 𝑘𝑁

𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 1,4 𝑥 66,82


𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = ∴ 𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = ∴ 𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 2,15 𝑐𝑚2
𝑓𝑦𝑑 50
1,15
𝑨𝒔, 𝒎𝒂𝒍𝒉𝒂 = 𝟐 ∅ 𝟏𝟐, 𝟓 𝒎𝒎 → 𝟐, 𝟓𝟎 𝒄𝒎𝟐

Como os ganchos verticais da armadura em malha serão também a armadura de


suspensão, deve-se ter:
91

As, malha As,susp/face

Armadura de suspensão total

𝑁𝑑 945
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∴ = 3,62 𝑐𝑚2
6𝑥𝑓𝑦𝑑 50
6𝑥
1,15

Armadura de suspensão por face

𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 3,62
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = ∴ = 0,90𝑐𝑚2 /𝑓𝑎𝑐𝑒
4 4

As, malha As,susp/face

2,50𝑐𝑚2 0,90𝑐𝑚2 /𝑓𝑎𝑐𝑒 → 𝑂𝑘!

Armadura de pele por face

1 1
𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 𝐴𝑠,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∴ (4 𝑥 2,35) = 1,18 𝑐𝑚2 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑐𝑒
8 8

3 ∅ 8 mm = 1,50 cm2 por face → S = 15 cm

Espaçamento

𝑑 60
𝑆≤{ 3 𝑆 8 𝑐𝑚 → = 20 → 𝑆 = 15 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚

Armadura paralela aos lados → 𝑨𝒔, 𝒍𝒂𝒅𝒐 = 𝟑, 𝟕𝟓 𝒄𝒎𝟐 → 𝟑 ∅ 𝟏𝟐, 𝟓 𝒎𝒎


92

Figura 6.6.2: Armadura paralela aos lados.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 17).

Armadura segundo a direção das diagonais → 𝑨𝒔, 𝒅𝒊𝒂𝒈. = 𝟐, 𝟓𝟎 𝒄𝒎𝟐 → 𝟐 ∅ 𝟏𝟐, 𝟓 𝒎𝒎

Figura 6.6.3: Armadura segundo a direção das diagonais

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 17).

Armadura em forma de malha → 𝑨𝒔, 𝒎𝒂𝒍𝒉𝒂 = 𝟐, 𝟓𝟎 𝒄𝒎𝟐

Figura 6.6.4: Armadura em forma de malha

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 17).


93

Armadura segundo a direção das diagonais e paralela aos lados

Figura 6.6.5: Armadura segundo a direção das diagonais e paralela aos lados:

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 17).

6.7 Dimensionamento dos blocos sobre cinco estacas

(Método das Bielas – Blévot)

A figura 6.7 abaixo demonstra o modelo de cálculo para os blocos sobre cinco estacas, o
método de cálculo utilizado para o dimensionamento do bloco é o Método de Blévot.

Figura 6.7: Bloco sobre cinco estacas com forma de pentágono.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 23).


94

a) Dimensões do bloco em planta

Espaçamento mínimo entre as estacas, considerando lmín 3,0∅e para estacas moldadas in loco.

lmín 3,0 x 32 = 96 cm → Adotado l = 100 cm

Figura 6.7.1: Dimensões do bloco em planta com forma de pentágono.

Fonte: A autora.

Dimensionamento do bloco sobre cinco estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P14, P15, P16, P19, P20, P26, P28, P29, P30 e P33 que possuem uma carga de 137 tf.

Dados:
Capacidade nominal da estaca: 300 kN (30 tf), diâmetro da estaca: ∅e = 32 cm;
Seção transversal do pilar: 35 x 50 cm;
Carga vertical Nk = (137 x 1,05) = 143,85 kN;
Concreto C25; aço CA-50,

𝑁𝑘 𝑀 1370
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 1,05 + + ∴ 1,05 𝑥 +0
2 𝑙 5
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 287,70 𝑘𝑁 𝑅𝑒, 𝑛𝑜𝑚 = 300 𝑘𝑁
95

→ 1,05 supõe o peso próprio do bloco e do solo sobre o bloco.


Considerando a favor da segurança a maior carga nas estacas, a força normal sobre o bloco
passa a ser:

Nk = 287,7 x 5 = 1438,50 k

b) Determinação da altura

Para pilares retangulares (𝑎𝑝 𝑥 𝑏𝑝) pode-se adotar o pilar de seção quadrada equivalente:

𝑎𝑝, 𝑒𝑞 = √𝑎𝑝 𝑥 𝑏𝑝

𝑎𝑝 = √50 𝑥 35 ≅ 42 𝑐𝑚

Deve-se ter 45° ≤ α ≤ 55° →

𝑎 42
𝑑𝑚í𝑛 = 0,85 (𝑙 − ) ∴ 𝑑𝑚í𝑛 = 0,85 (100 − ) ∴ 𝑑𝑚í𝑛 = 74,50 𝑐𝑚
3,4 3,4

𝑎 42
𝑑𝑚á𝑥 = 1,2 (𝑙 − ) ∴ 𝑑𝑚á𝑥 = 1,2 (100 − ) ∴ 𝑑𝑚á𝑥 = 105,18 𝑐𝑚
3,4 3,4

𝒅 𝒂𝒅𝒐𝒕𝒂𝒅𝒐 = 𝟖𝟎 𝒄𝒎

5𝑐𝑚 √𝜋 √𝜋
𝑑′ { 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5

𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚

𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 80 + 6 = 86 𝑐𝑚 → 𝐻 ≅ 90 𝑐𝑚

c) Verificação das Bielas

Se d for adotado entre dmín e dmáx, não será necessário verificar as tensões de
compressão nas bielas comprimidas de concreto.
96

d) Armadura principal

Dentre os detalhamentos possíveis, o mais comum é aquele com barras paralelas aos lados
mais armadura em malha.

Cinta ou segundo os lados

0,725. 𝑁𝑠𝑑 𝑎
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = (𝑙 − )
5𝑑 3,4

0,725 𝑥 1438,50 42
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = (100 − )
5 𝑥 80 3,4

𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = 228,52 𝑘𝑁

1,4 𝑥 228,52
𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = ∴ 𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = 7,35 𝑐𝑚2
50
1,15

𝑨𝒔, 𝒍𝒂𝒅𝒐 = 𝟒 ∅ 𝟏𝟔, 𝟎 𝒎𝒎 → 𝟖 𝒄𝒎𝟐

𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = Armadura paralela aos lados (5x), sobre as estacas.

e) Armadura em malha

Malha: Armaduras distribuídas com seção mínima igual à da armadura da seção das cintas em
cada direção, assim:

𝑨𝒔, 𝒎𝒂𝒍𝒉𝒂 = 𝟖 𝒄𝒎𝟐 → 𝟒 ∅ 𝟏𝟔, 𝟎 𝒎𝒎

𝑁𝑑
𝐴𝑠, 𝑠𝑢𝑠𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
7,5 𝑓𝑦𝑑

1438,5 𝑥 1,4
𝐴𝑠, 𝑠𝑢𝑠𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
7,5 𝑥 43,48

𝑨𝒔, 𝒔𝒖𝒔𝒑. 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟔, 𝟏𝟕 𝒄𝒎𝟐 → 𝟑 ∅ 𝟏𝟔, 𝟎 𝒎𝒎 → 𝟔, 𝟎𝟎 𝒄𝒎𝟐


97

f) Armadura de pele por face

1 1
𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 𝐴𝑠,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∴ (5 𝑥 8) = 5 𝑐𝑚2 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑐𝑒
8 8

4 ∅ 12,5 mm = 5,0 cm2 por face → S = 15 cm

g) Espaçamento

𝑑 60
𝑆≤{ 3 𝑆 8 𝑐𝑚 → = 20 → 𝑆 = 15 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚

Figura 6.7.2: Armaduras principais no bloco sobre cinco estacas.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 25).

6.8 Dimensionamento do bloco sobre seis estacas

(Método das Bielas – Blévot)


98

A figura 6.8 abaixo demonstra o modelo de cálculo para os blocos sobre seis estacas, o
método de cálculo utilizado para o dimensionamento do bloco é o Método de Blévot.

Figura 6.8: Bloco sobre seis estacas em forma de hexágono.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 28).

a) Dimensões do bloco em planta

Espaçamento mínimo entre as estacas, considerando lmín 3,0∅e para estacas moldadas
in loco.

𝑙𝑚í𝑛 3,0 x 32 = 96 cm → Adotado l = 100 cm


99

Figura 6.8.1: Dimensões do bloco em planta.

Fonte: A autora.

b) Determinação da altura

Dimensionamento do bloco sobre seis estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P21, P24, P25 e P27 que possuem uma carga de 160 tf.

Dados:
Capacidade nominal da estaca: 300 kN (30 tf), diâmetro da estaca: ∅e = 32 cm;
Seção transversal do pilar: 35 x 50 cm;
Carga vertical Nk = (1600 x 1,05) 1680 kN = 168 tf;
Concreto C25;
Aço CA-50.

𝑁𝑘 𝑀 1600
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 1,05 + + ∴ 1,05 𝑥 +0
2 𝑙 6
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 280,00 𝑘𝑁 𝑅𝑒, 𝑛𝑜𝑚 = 300 𝑘𝑁

→ 1,05 supõe o peso próprio do bloco e do solo sobre o bloco.

Considerando a favor da segurança a maior carga nas estacas, a força normal sobre o bloco
passa a ser:
Nk = 280,00 x 6 = 1680,0 k
100

Para pilares retangulares (𝑎𝑝 𝑥 𝑏𝑝) pode-se adotar o pilar de seção quadrada equivalente:

𝑎𝑝, 𝑒𝑞 = √𝑎𝑝 𝑥 𝑏𝑝

𝑎𝑝 = √50 𝑥 35 ≅ 42 𝑐𝑚

Deve-se ter 45° ≤ α ≤ 55° →

𝑎 42
𝑑𝑚í𝑛 = (𝑙 − ) ∴ 𝑑𝑚í𝑛 = (100 − ) ∴ 𝑑𝑚í𝑛 = 89,5 𝑐𝑚
4 4

𝑎 42
𝑑𝑚á𝑥 = 1,43 (𝑙 − ) ∴ 𝑑𝑚á𝑥 = 1,43 (100 − ) ∴ 𝑑𝑚á𝑥 = 125,12 𝑐𝑚
4 4

𝒅 𝒂𝒅𝒐𝒕𝒂𝒅𝒐 = 𝟗𝟎 𝒄𝒎

5𝑐𝑚 √𝜋 √𝜋
𝑑′ { 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5

𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚

𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 90 + 6 = 86 𝑐𝑚 → 𝐻 ≅ 100 𝑐𝑚

c) Verificação das Bielas

Se d for adotado entre dmín e dmáx, não será necessário verificar as tensões de
compressão nas bielas comprimidas de concreto.

d) Armadura principal

Dentre os detalhamentos possíveis, o mais comum é aquele com barras paralelas aos lados
mais armadura em malha.

Armadura principal, paralela aos lados e em malha


101

𝑁𝑠𝑑 𝑎
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜. = (𝑙 − )
6𝑑 𝑝

1680 42
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜. = (100 − )
6 𝑥 90 4

𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜. = 278,44 𝑘𝑁

1,4 𝑥 278,44
𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = ∴ 𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = 9,0 𝑐𝑚2
50
1,15

𝑨𝒔, 𝒍𝒂𝒅𝒐. = 𝟓 ∅ 𝟏𝟔 𝒎𝒎 → 𝟏𝟎, 𝟎 𝒄𝒎𝟐

Armadura em malha

Malha: Armaduras distribuídas com seção mínima igual à da armadura da seção das cintas em
cada direção, assim:

𝑨𝒔, 𝒎𝒂𝒍𝒉𝒂 = 𝟔, 𝟎 𝒄𝒎𝟐 → 𝟑 ∅ 𝟏𝟔 𝒎𝒎

Figura 6.8.2: Armadura principal no bloco sobre seis estacas.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 29).


102

Armadura segundo as diagonais

(1 − 𝛼). 𝑁𝑠𝑑 𝑎
𝑅𝑠𝑑, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = (𝑙 − )
6𝑑 𝑝

(1 − 0,6) 𝑥 1680 42
𝑅𝑠𝑑, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = (100 − )
6 𝑥 90 4

𝑅𝑠𝑑, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = 111,38 𝑘𝑁

1,4 𝑥 111,38
𝐴𝑠, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = ∴ 𝐴𝑠, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = 3,60 𝑐𝑚2
50
1,15

𝑨𝒔, 𝒅𝒊𝒂𝒈. = 𝟑 ∅ 𝟏𝟐, 𝟓 𝒎𝒎 → 𝟑, 𝟕𝟓 𝒄𝒎𝟐

Cinta ou segundo os lados

2 3
𝑂𝑛𝑑𝑒, ≤𝛼≤ ∴ 𝛼 = 0,6
5 5

𝛼. 𝑁𝑠𝑑 𝑎
𝑅𝑠𝑑, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = (𝑙 − )
6𝑑 4

0,6 𝑥 1680,0 42
𝑅𝑠𝑑, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = (100 − )
6 𝑥 90 4

𝑅𝑠𝑑, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = 167,06 𝑘𝑁

1,4 𝑥 167,06
𝐴𝑠, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = ∴ 𝑨𝒔, 𝒄𝒊𝒏𝒕𝒂 = 𝟓, 𝟒𝟎 𝒄𝒎𝟐
50
1,15

𝑨𝒔, 𝒍𝒂𝒅𝒐 = 𝟑 ∅ 𝟏𝟔, 𝟎 𝒎𝒎 → 𝟔 𝒄𝒎𝟐

A armadura de suspensão (As, susp) é desnecessária.


103

Espaçamento

𝑑 90
𝑆≤{ 3 𝑆 8 𝑐𝑚 → = 30 → 𝑆 = 15 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚

Figura 6.8.3: Armadura principal na direção das diagonais no bloco sobre seis estacas.

Fonte: (BASTOS, 2013, p. 29).


104

7 ANÁLISE DE CUSTO

Para realizar o orçamento das fundações dimensionadas utilizou-se a TCPO, as tabelas


da SINAPI 2016 de insumos e composições não desonerados, conforme tabela 13 abaixo.

Tabela 7: Dados obtidos da SINAPI 2016.


Código Descrição Unidade Preço
ESCAVACAO MANUAL CAMPO ABERTO
79475 P/TUBULAO - FUSTE E/OU BASE (PARA M3 331,60
TODAS AS PROFUNDIDADES)

ESCAVAÇÃO VERTICAL A CÉU ABERTO,


INCLUINDO CARGA, DESCARGA E
TRANSPORT E, EM SOLO DE 1ª CATEGORIA
COM ESCAVADEIRA HIDRÁULICA
89942 M3 6,02
(CAÇAMBA: 1,2 M³ / 155 HP), FROTA DE 3
CAMINHÕES BASCULANTES DE 18 M³, DMT
DE 0,8 KM E VELOCIDADE MÉDIA 14 KM/H.
AF_12/2013

LASTRO COM PREPARO DE FUNDO,


LARGURA MAIOR OU IGUAL A 1,5 M, COM
94115 CAMAD A DE AREIA, LANÇAMENTO M3 82,97
MECANIZADO, EM LOCAL COM NÍVEL
BAIXO DE INTERFE RÊNCIA. AF_06/2016

FORMA TABUA PARA CONCRETO EM


5651 M2 35,70
FUNDACAO C/ REAPROVEITAMENTO 5X
SERVENTE COM ENCARGOS
88316 H 13,18
COMPLEMENTARES
PEDREIRO COM ENCARGOS
88309 H 18,98
COMPLEMENTARES
ARMADOR COM ENCARGOS
88245 H 18,98
COMPLEMENTARES
AJUDANTE DE ARMADOR COM ENCARGOS
88238 H 15,22
COMPLEMENTARES
ARAME RECOZIDO 18 BWG, 1,25 MM (0,01
337 KG 8,60
KG/M)
32 ACO CA-50, 6,3 MM, VERGALHAO KG 5,33
33 ACO CA-50, 8,0 MM, VERGALHAO KG 5,98
34 ACO CA-50, 10,0 MM, VERGALHAO KG 5,09
31 ACO CA-50, 12,5 MM, VERGALHAO KG 4,84
27 ACO CA-50, 16,0 MM, VERGALHAO KG 4,84
29 ACO CA-50, 20,0 MM, VERGALHAO KG 4,52
Fonte: SINAPI 2016
105

O preço do concreto foi cotado nas concreteiras de Pouso Alegre, para o concreto de 20
Mpa seu custo já com o bombeamento é de R$ 285,00 m³ e o custo do concreto de 25 Mpa já
incluso a bomba é de R$ 300,00 m³.
Os custos finais do tubulão e da estaca Strauss estão demonstrados na tabela 13.1 e 13.2
abaixo.

7.1 Estimativa de custos da fundação com estaca Tubulão

Tabela 7.1: Custo do tubulão a céu aberto


CPU - COMPOSIÇÃO DO PREÇO UNITÁRIO

TUBULÃO Á CÉU ABERTO

DESCRIÇÃO ÍNDICE UNI VALOR TOTAL


Escavação 1 m³ R$ 331,60 R$ 331,60
Pedra rachão 1 m³ R$ 80,00 R$ 80,00
Pedreiro 1,65 h/m³ R$ 18,98 R$ 31,32
Servente 10 h/m³ R$ 13,18 R$ 131,80
Concreto 25 Mpa 1 m³ R$ 300,00 R$ 300,00
Armador 1,33 h/m³ R$ 18,98 R$ 25,24
Aço CA-50 18,2 Kg/m³ R$ 5,10 R$ 92,82
Ajudante armador 2,33 h/m³ R$ 15,22 R$ 35,46
Arame recozido 0,42 Kg/m³ R$ 8,60 R$ 3,61
TOTAL POR M³ R$ 1.031,86

QUANTITATIVO DOS TUBULÕES

TUBULÃO VOL (m³) PREÇO


5 x T1 11,2 R$ 11.556,78
4 x T2 10,04 R$ 10.359,82
14 x T3 43,51 R$ 44.896,01
7 x T4 25,61 R$ 26.425,81
2 x T4A 6,4 R$ 6.603,87
8 x T5 34,72 R$ 35.826,01
2 x T5A 7,96 R$ 8.213,57
4 x T6 22,16 R$ 22.865,91
TOTAL 161,6 R$ 166.747,77

PREÇO FINAL DO TUBULÃO R$ 166.747,77


106

Volume total de Concreto


(m³)
161,6

Peso total de aço (Kg)


2685

Taxa armadura (Kg/m³)


16,62
Fonte: A autora.

7.2 Estimativa de custos da fundação com estaca Strauss

Tabela 7.2: Custo da fundação com a estaca Strauss.


CUSTO POR M³ DA ESTACA STRAUSS

DESCRIÇÃO QUANT UNI VALOR TOTAL


Concreto 20 Mpa 1 m³ R$ 285,00 R$ 285,00
Aço CA-50 9,85 Kg/m³ R$ 5,03 R$ 49,50
TOTAL POR M³ R$ 334,50

CUSTO DA ESTACA STRAUSS

DESCRIÇÃO UNI QUANT. PREÇO


184 Estacas m³ 151,2 R$ 50.575,83
Escavação ml 1880 R$ 30.080,00
Taxa mobilização
uni 1 R$ 800,00
da máquina (Uni)
TOTAL DA ESTACA R$ 81.455,83

BLOCOS DE COROAMENTO

DESCRIÇÃO ÍNDICE/QUANT. UNI VALOR TOTAL

Concreto 25 Mpa 1 m³ R$ 300,00 R$ 300,00


Armador 6,62 h/m³ R$ 18,98 R$ 125,65
Aço CA-50 82,85 Kg/m³ R$ 5,10 R$ 422,54
Escavação 1 m³ R$ 6,02 R$ 6,02
Arame recozido 2,07 Kg/m³ R$ 8,60 R$ 17,80
107

TOTAL POR M³ R$ 872,00

CUSTO DO BLOCO DE COROAMENTO

DESCRIÇÃO QUANT UNI VALOR TOTAL


Bloco 119,23 m³ R$ 872,00 R$ 103.969,11
Fôrmas
reaproveitamento 125,3 m² R$ 35,70 R$ 4.473,21
2X
Lastro concreto 6,2 m³ R$ 82,97 R$ 514,41
TOTAL R$ 108.956,73

PREÇO FINAL TOTAL DA ESTACA R$ 190.412,57

BLOCOS DE COROAMENTO ESTACA STRAUSS

Volume total de Concreto dos


Volume total de Concreto (m³)
Blocos de Coroamento (m³)
119,23 151,2

Peso total de aço (Kg) Peso total de aço (Kg)


9878,7 1355

Taxa armadura (Kg/m³) Taxa armadura (Kg/m³)


82,85 8,96

Fôrmas (m²)
250,60
Fonte: A autora.
108

8 CONCLUSÃO

Com o estudo realizado fica evidenciado a importância do estudo comparativo entre as


diversas possibilidades de fundações e que é indispensável conhecer o perfil geotécnico do local
onde se irá construir, pois a fundação trabalha como um conjunto entre solo e estrutura, sendo
que a capacidade de carga geotécnica se difere da capacidade de carga estrutural da estaca e
tendo o conhecimento do perfil geológico geotécnico do local é possível determinar qual a
menor capacidade de carga entre as duas e assim dimensionar a fundação mais adequada.
A análise entre a capacidade de carga geotécnica e a capacidade de carga estrutural é
um fator de suma importância para a realização do dimensionamento da fundação, tendo visto
que, cada uma suporta a uma determinada carga, podendo evitar um possível colapso da
fundação.
Pôde-se observar que há uma diferença relevante na quantidade total de estacas que o
empreendimento necessitará, como a capacidade de carga geotécnica é maior que a capacidade
de carga estrutural, obteve-se um número menor de estacas, um total de 156. Porém, atendendo
ao critério de segurança, deve-se utilizar o menor valor entre elas, sendo este, o da capacidade
de carga estrutural da estaca e assim obteve-se um total de 188 estacas Strauss.
O cálculo também demonstra a quantidade de estacas necessárias por pilar para suportar
as cargas atuantes e assim poder dimensionar os blocos de coroamento que irão receber e
distribuir uniformemente essas cargas provenientes dos pilares para as estacas.
Após dimensionar as estacas, os blocos de coroamento e analisar os custos entre o
tubulão e a Strauss, concluiu-se que a Strauss teve um custo mais elevado em torno de 14,2%,
ou seja, R$ 23.664,80.
Pode-se observar que os blocos de coroamento são os elementos com o maior custo na
fundação, esse é um dos fatores que justifica o custo mais elevado da estaca, já que o projeto
em tubulão não utilizou os blocos, outro fator que contribuiu para o menor custo do tubulão é
a variabilidade em suas dimensões, onde há pilares com cargas menos elevadas e os locais com
solo mais resistente houve a otimização dos tubulões, enquanto o projeto em estacas foi
padronizado, não alterando os comprimentos das estacas nem seu diâmetro.
Apesar do custo um pouco mais elevado, a execução da fundação com a Strauss é
realizada em menor tempo, sendo este um fator que pode ser analisado como vantagem sobre o
tubulão.
109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS – ABNT (2001). Solo -


Sondagens de simples reconhecimentos com SPT - Método de ensaio – NBR6484/01.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS – ABNT (1983). Programação de


sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios – NBR8036/83.
Rio de Janeiro.

CINTRA, JOSÉ CARLOS A. Fundações por estacas: projeto geotécnico José Carlos
A.Cintra, Nelson Aoki, São Paulo: Oficina de texto, 2011. 142p.

CINTRA, JOSÉ CARLOS A. Fundações por estacas: projeto geotécnico José Carlos
A.Cintra, Nelson Aoki, José Henrique Albiero, São Paulo: Oficina de texto, 2010. 96p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS – ABNT (1996). Projeto e


Execução de Fundações.

VELLOSO, Dirceu de Alencar; LOPES, Francisco de Rezende. Fundações: critérios de


projeto, investigação de subsolo, fundações superficiais. Vol. I e II. São Paulo: Oficina De
Textos, 2004, 708 p. il. Inclui Bibliografia

CARVALHO, ROBERTO CHUST. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto


armado, Roberto Chust Carvalho, Jasson Rodrigues de Figueiredo Filho. 4.ed. São Carlos,
2014. 415 p.

NEVES, Luis Fernando de Seixas; Imagens. Dicionário de Engenharia Geotécnica e


Fundações. 2006. Disponível em:
<http://www.dicionariogeotecnico.com.br/album/album.php?album=fundacoes/perfil&link=f
und> (Acesso em 02/04/2016)

LEBRE, Vanessa da Siva. Comparativo entre Fundações Profundas - Estaca Strauss e Pré-
Moldadas. 2015. 78 p. TCC – Universidade do Sul de Minas UNIS-MG
110

REGUIM, Luís Gustavo. Análise Comparativa de Fundações Profundas para Reservatório


Metálico Apoiado: Estaca de concreto pré-fabricado e estaca Strauss – estudo de caso. 2015.
64 p. TCC – Universidade do Sul de Minas UNIS-MG

BEILFUSS, Tatiane. Estudo comparativo da fundação de um edifício modelo: estaca x


tubulão. 2012. 143 p. TCC – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul – Departamento de Ciências Exatas e Engenharia. Ijuí/RS

BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Estruturas de concreto III - Blocos de Fundação. 2013. 82
p. Universidade Estadual Paulista. Unesp - Faculdade de Engenharia - Departamento de
Engenharia Civil - Disciplina: 2133. Bauru/SP

CONSTÂNCIO, Douglas. Fundações - Professor Douglas Constâncio – Engenheiro Lucas A.


Constâncio.

OLIVEIRA, Letícia Marchiori de. Diretrizes para projeto de blocos de concreto armado sobre
estacas. 2009. 151 p. TCC – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Tabela SINAPI de outubro de 2016, tabela de composições e não desonerada.


111

ANEXO A – PLANTA DE FUNDAÇÃO EM TUBULÃO


112

ANEXO B – PLANTA DE FUNDAÇÃO EM ESTACA STRAUSS


113

ANEXO C – SONDAGEM
114
115

ANEXO D – CARGA DE CATÁLOGO

Temos a satisfação de atender sua solicitação encaminhando nossa proposta para a execução de estacas
de concreto moldadas no local tipo strauss;

Quant. Diâmetro Capacid. Comp. Preço por


Aprox Mm Ton. Aprox. Metro Linear
50 200 15 10ml R$ 10,00
50 250 20 10 ml R$ 14,00
50 320 30 10 ml R$ 16,00
50 380 40 10ml R$20,00
50 450 70 10ml R$25,00

2 - SERVIÇOS A CARGO DA CONTRATADA:


2.1 - Fornecimento de técnicos e operários para os serviços de estaqueamento;
2.2 - Seguro contra acidentes de trabalho, bem como todos os encargos sociais e trabalhistas do nosso
pessoal;
2.3 - Execução das perfurações no ponto exato indicado por V.Sa.;
2.4 - Fornecimento de ART;
2.5 - Responsável somente pela capacidade de carga das estacas Strauss cravadas.
2.6 - Fornecimento de mão-de-obra para execução do concreto;

3 - SERVIÇOS A CARGO DO CONTRATANTE:


3.1 - Fornecimento de água, mangueira na área total da obra e barracão para armazenar materiais, tais como:
óleos, graxas, motores, ferramentas, etc;
3.2 - Marcação da obra, distribuição e locação das estacas, preparação com limpeza da cabeça das mesmas
para dar perfeito apoio às futuras estruturas;
3.3 - Remoção do material escavado durante a execução dos serviços e desimpedimento do local da obra
com obstáculos aparentes ou ocultos, inclusive do subsolo;
3.4 - Fornecimento do material para execução do concreto (Areia grossa, Brita 01, Cimento e Ferro 3/8);

4 - CONDIÇÕES GERAIS:
4.1 - Inicio: A combinar,
4.2 - Prazo de execução: 50 mts lineares ao dia por cada equipamento;
4.3 - Taxa de mobilização da máquina; R$ 800,00por equipamento;
4.4 - No caso ficarmos paralisados por falta de materiais ou de locação de estacas cobraremos R$ 30,00
(Trinta Reais) Hora/Maquina;
4.5 - Caso não seja devolvida a 2ª via deste contrato devidamente assinado, e foi dada a ordem verbal para
iniciar a obra, este contrato terá valor legal e jurídico mesmo sem a assinatura, sendo substituído pelo
relatório de obra;
4.6 - Não se aplica a retenção do INSS conforme IN 100 de 2003 artigo 179 § 14;
4.7 - Não se aplica a retenção de Imposto de Renda conforme artigo 647 do regulamento do Imposto de
Renda de 1999;
4.8 - Cobrança poderá ser feita: Duplicatas ou Boletos Bancários;
4.9 - Condição de pagamento: A combinar;
116

Pouso Alegre, 14 de Fevereiro de 2006.

_____________________________________
Estaqueamento e Construtora A&R Ltda.
03.373.324/0001-63

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