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TCC II - Aralis Carvalho Costa
TCC II - Aralis Carvalho Costa
Varginha
2016
ARALIS DE CARVALHO COSTA
Varginha
2016
ARALIS DE CARVALHO COSTA
Aprovado em / /
_____________________________________________________________________
Me. Armando Belato Pereira
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
OBS.:
DEDICATÓRIA
The following paper presents a technical and economic feasibility case study of two types of
foundation: Stake Strauss and caisson. The comparison will be made from the design of an
existing hotel, where its already scaled foundation is the type caisson. In this study, we seek to
know the different types of foundations on the market as well as its advantages and constraints,
the necessary information regarding the location of the implementation of the foundation, to
study possible solutions, analyze the construction process, evaluate the costs and thus decide
on the technical and economic feasibility what type of more viable foundation. We opted for the
use of stake Strauss to the development of the comparative study. Knowing the active load and
obtaining the information on the ground, through the SPT survey, you can perform the scaling
of Strauss stake. For the calculation of geotechnical foundation permissible load will be used
the methods of Aoki-Velloso (1975) and Décourt Quaresma (1978) and the structural load
capacity of the stake was provided by the company Estaqueamento e Construtora A&R Ltda,
Pouso Alegre, the same location of the Hotel.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 14
1.1 Justificativa ........................................................................................................................ 14
1.2 Objetivo Geral..................................................................................................................... 15
1.3 Objetivo Específico ............................................................................................................ 15
2 METODOLOGIA ...............................................................................................................16
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................17
3.1 Fundações .......................................................................................................................... 17
3.2 Tipos de fundação .............................................................................................................. 18
3.2.1 Fundações rasas ou diretas .............................................................................................. 18
3.2.2 Tubulões.......................................................................................................................... 19
3.2.2.1 Tubulão a céu aberto..................................................................................................... 20
3.2.2.2 Tubulão a ar comprimido ............................................................................................. 20
3.3 Armadura de fretagem no tubulão a céu aberto................................................................... 21
3.4 Fundação Profunda ............................................................................................................ 22
3.4.1 Estacas ............................................................................................................................ 22
3.4.2 Estaca cravada ................................................................................................................. 23
3.5 Estacas Escavadas............................................................................................................... 23
3.5.1 Estaca tipo Strauss ........................................................................................................... 23
3.5.2 Processo executivo .......................................................................................................... 25
3.5.3 Perfuração do solo .......................................................................................................... 25
3.5.4 Concretagem ................................................................................................................... 26
3.5.5 Armaduras ....................................................................................................................... 26
3.6 Cota de arrasamento............................................................................................................ 27
3.7 Bloco de coroamento .......................................................................................................... 28
3.8 Requisitos básicos de um projeto de fundação .................................................................. 28
3.8.1 Verificação de segurança ao colapso .............................................................................. 28
3.8.2 Investigação Geotécnica ................................................................................................. 30
3.8.2.1 Locação da Sondagem .................................................................................................. 31
3.8.2.2 Processo de execução ................................................................................................... 31
3.9 Parâmetros do solo ............................................................................................................. 32
3.9.1 Coesão ............................................................................................................................. 32
3.9.2 Ângulo de atrito ............................................................................................................... 33
3.9.3 Peso específico ................................................................................................................ 34
3.10 Materiais .......................................................................................................................... 35
3.10.1 Concreto Armado........................................................................................................... 35
3.10.2 Concreto .........................................................................................................................35
3.10.3 Aço ................................................................................................................................ 35
3.10.4 Fôrmas .......................................................................................................................... 35
3.10.5 Custo Direto ..................................................................................................................35
3.10.6 Custo Indireto ............................................................................................................... 36
3.10.7 Composição dos preços unitários ................................................................................. 36
4 METODOLOGIA DE CÁLCULO ................................................................................... 37
4.1 Capacidade de carga no tubulão ........................................................................................ 37
4.2 Métodos semiempíricos para a tensão admissível em tubulão.......................................... 37
4.3 Método Aoki-Velloso para tubulões como estaca escavada ............................................. 38
4.4 Dimensionamento de tubulão a céu aberto ....................................................................... 40
4.5 Dimensionamento da estaca Strauss ................................................................................. 46
4.5.1 Método Aoki-Velloso (1975) ......................................................................................... 46
4.6 Método Décourt-Quaresma (1978) ................................................................................... 50
4.7 Carga Admissível .............................................................................................................. 52
4.8 Carga de Catálogo ............................................................................................................. 52
5 ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 54
5.1 Descrição do Projeto ......................................................................................................... 54
5.2 Perfil Geotécnico .............................................................................................................. 55
5.3 Dimensionamento da estaca Strauss pelo Método Aoki-Velloso (1975) ......................... 55
5.4 Dimensionamento da estaca Strauss pelo Método Décourt-Quaresma (1978) ................ 59
7 ANÁLISE DE CUSTO.......................................................................................................104
7.1 Estimativa de preço da fundação em tubulão ...................................................................105
7.2 Estimativa de preço da fundação em estaca Strauss .........................................................106
8 CONCLUSÃO....................................................................................................................108
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
Elaborar a revisão bibliográfica acerca das fundações profundas e rasas do tipo estaca
Strauss e tubulão, dados geotécnicos, processos executivos de fundações, parâmetros de
resistência dos solos e metodologias de cálculo.
De acordo com reconhecimento de solo, (SPT), avaliar a profundidade das estacas;
Cálculo da capacidade de carga geotécnica da estaca Strauss.
Elaborar um comparativo de custo para cada uma das fundações;
16
2 METODOLOGIA DA PESQUISA
O trabalho demonstra uma análise comparativa de um estudo de caso entre dois tipos de
fundações, estaca do tipo Strauss e o tubulão, tendo em vista avaliar qual o tipo que atenderá a
viabilidade técnica e econômica.
A partir dos dados abordados na revisão bibliográfica, da planta de carga do projeto e
com as informações obtidas pela sondagem SPT do local, inicia-se os cálculos para o
dimensionamento da estaca. Para o cálculo da capacidade de carga geotécnica da estaca Strauss
será utilizado o método Aoki-Velloso (1975) e Décourt Quaresma (1978), calculados com o
auxílio da planilha de cálculo, utilizando os dados obtidos na investigação geotécnica e da
planta de carga. A capacidade de carga estrutural da estaca foi fornecida pela empresa
Estaqueamento e Construtora A&R Ltda e o comprimento da estaca foi determinado de acordo
com o NSPT do boletim de sondagem, sendo que a estaca Strauss possui um NSPT limite de 25
conforme CINTRA e AOKI (2014). Os blocos de coroamento que são os responsáveis por
transmitir e distribuir a carga do pilar para as estacas serão dimensionados através do método
das bielas de Blevót e com o auxílio do Cypecad 2015.
Com relação aos custos, serão formadas (CPU’s) para a composição de preços unitários
sendo extraídos dados e preços da SINAPI 2016, índices da TCPO e pesquisas de preço do
mercado atual e assim chegar aos custos finais.
Após a análise de custos entre os dois tipos de fundação definir qual o mais eficaz e
econômico.
17
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Fundações
As fundações são responsáveis por transmitir as cargas da estrutura ao solo onde ela se
apoia (AZEREDO, 1988). Por isso, as fundações necessitam de uma resistência adequada para
resistir às tensões geradas pelos esforços solicitantes. O solo também deve apresentar
resistência e rigidez adequadas para que não ocorra deformações exageradas, ou ruptura.
Para Alonso, U. R (2011), a fundação, assim como outro elemento estrutural, deve
assegurar, sob ações de cargas em serviço, as exigências mínimas de segurança, funcionalidade
e durabilidade.
Topografia da área:
Características do solo:
- Sistema estrutural;
- Sistema construtivo;
- Existência de um subsolo;
- Falhas já existentes;
Conforme a ABNT NBR 6122/10, a carga é transferida ao solo através das tensões
distribuídas sob a base da fundação, onde a profundidade deste elemento estrutural implantado
no terreno, deve ser inferior a duas vezes o tamanho da menor dimensão da fundação.
3.2.2 Tubulões
Os tubulões são estacas que possui sua base alargada, conforme figura 3.2.2, sua base
possui o diâmetro maior que seu fuste. Tem como principal característica suportar cargas
maiores, podendo ser com ou sem revestimento, há a necessidade de que os operários desçam
pelo furo onde o tubulão será introduzido no solo, pois há a possibilidade do mesmo ser
20
alargado apenas para limpeza do fundo, já que suas cargas são transmitidas principalmente pela
ponta. (ABNT NBR 6122/2010). O dimensionamento pode ser realizado em dois tipos:
- Céu aberto;
- Ar comprimido.
O tubulão a céu aberto é apropriado quando há solos bastante rijos. Isso porque a
escavação normalmente é manual, dependente de um poceiro, um ajudante e um sarilho.
Utilizar equipamentos de perfuração para escavar o solo é possível, porém, a presença de um
operário para executar a base é indispensável.
O surgimento de água durante a escavação não é um problema, desde que possa ser
contida e não prejudique a perfuração. (TECHNE).
Sendo este o tipo de tubulão presente no projeto do Hotel.
Esse tipo de fundação é apropriado para onde há presença de água sem condições de
esgotamento, devido ao risco de desmoronamento das paredes do fuste. Deve-se encamisar a
estrutura do fuste com anéis de concreto ou tubos de aço e atingir o solo adequado para executar
21
a base do tubulão, esse processo é totalmente realizado sob pressão o que impede a entrada de
água na escavação devido à pressão interna exercida.
Essa camisa também oferece uma segurança ao operário durante a descida manual em
um solo ruim e atua como apoio para campânula, equipamento de compressão e descompressão
de ar que aumenta e mantém o ar comprimido no processo de escavação manual. Os anéis
possuem diâmetro externo igual ao do fuste e se movimentam por peso próprio. (TECHNE)
Conforme Soares (2012), ao inserir o pilar diretamente na estaca ou tubulão, sem o bloco
de coroamento ou se o pilar apresentar dimensões inferiores que a estaca, será inevitável o
surgimento de tensões de tração no topo das mesmas. Devido a isso, um sistema de armadura
chamado fretagem é incluso, esse sistema é constituído por malhas ortogonais colocadas
horizontalmente no topo dos elementos, lançada conforme a solicitação de esforços.
22
As fundações profundas, são assim definidas devido seu apoio sobre o solo possuir uma
profundidade superior a três metros. São usuais a partir do momento em que as fundações rasas
não suportam os esforços gerados pela estrutura, pois ela é capaz de suportar altas cargas sem
que haja deformações.
De acordo com a ABNT NBR 6122/10, são elemento que transferem a carga para o solo
por sua base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou pela
combinação entre as duas, onde sua base deve estar a uma profundidade superior ao dobro de
sua menor dimensão.
Estacas:
- Estacas Cravadas;
- Estacas Escavadas.
A carga admissível (se o projeto for feito em termos de valores característicos) ou carga
resistente de projeto (para termos de valores de projetos) são as grandezas fundamentais para o
projeto por estacas. Já para os tubulões, é a tensão admissível ou tensão resistente de projeto.
3.4.1 Estacas
De acordo com a ABNT NBR 6122/2010, estaca é um elemento de fundação profunda, onde
sua execução é totalmente realizada através de equipamentos ou ferramentas, sem a necessidade
da descida de operários em sua execução. Os materiais utilizados podem ser: madeira, aço,
concreto pré-moldado, concreto moldado in situ ou mistos.
Segundo (JOPPERT JR., 2007), as estacas são elementos esbeltos, introduzidos no solo
através de percussão ou pela perfuração do solo e consequentemente sua concretagem, sendo
classificadas como, estaca cravada e estaca escavada.
23
Necessitam da escavação do solo para a sua implantação, seja por meio de percussão,
prensagem ou vibração, e geralmente são elementos pré-fabricados como: estaca de concreto
pré-moldado, estaca metálica e estaca de madeira.
- Prensagem: Empregada em alguns locais para evitar barulho e vibração, para isso, utiliza-
se um macaco hidráulico que reage contra a estrutura.
- Vibração: Utilizável tanto para a cravação da estaca, como para a extração da mesma. Sua
inconveniência é transmitir vibração aos vizinhos, havendo a possibilidade do colapso de
suas estruturas, isso devido ao martelo provido de garras que se fixam na estaca e giram em
alta velocidade, produzindo uma vibração de alta frequência à estaca.
- Estaca Franki;
- Estaca raiz;
- Hélice continua;
- Estaca Strauss.
A estaca escavada utilizada no dimensionamento da fundação do projeto em estudo é a
estaca tipo Strauss.
● Vantagens:
- Moderada vibração no processo de execução;
- Custo relativamente baixo;
- Simples execução em solo acima do nível d’água.
● Desvantagens:
- Difícil execução abaixo do nível d’água
- Pequena capacidade de carga;
- Cravação dificultada em solo resistente;
- Não devem ser utilizadas em areias submersas ou em argilas saturadas muito moles.
3.5.4 Concretagem
3.5.5 Armaduras
Segundo Velloso e Lopes (2004) mencionam que no caso da estaca Strauss ser armada
“a ferragem longitudinal deve ser confeccionada com barras retas, sem esquadro na ponta e os
estribos devem permitir livre passagem ao soquete de compactação e garantir um cobrimento
de armadura, não inferior a 3 cm.”
27
A armadura neste tipo de estaca convém apenas de arranque sem função estrutural, no
caso de estacas não sujeitas a tração ou flexão, podendo posicionar as barras de aço no concreto
sem a precisão do estribo. (NBR6122/2010).
Velloso e Lopes (2004) também mencionam que “quando não armada, deve-se
providenciar uma ligação com o bloco através de uma ferragem que é simplesmente cravada no
concreto (fresco), dispensando-se, neste caso, o uso do estribo. ”
Nas estacas dimensionadas para resistir tração ou flexão, deve-se cumprir aos critérios
abaixo citados: (NBR6122/2010)
Nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão, destruindo o excesso ou
completando, se for preciso. Precisa ser definido de modo a deixar que a estaca e sua armadura
28
entrem no bloco com um comprimento que garanta a transferência de esforços do bloco à estaca.
(ABNT NBR6122/2010).
Conforme a ABNT NBR 6484/01, dada a sua localização, se faz a marcação de cada
furo da sondagem, cravando um piquete de madeira ou outro material adequado. O piquete deve
conter a identificação do furo e estar fixado no solo, ele será o referencial de nível para a
realização da sondagem e depois determinação de cota por meio de nivelamento topográfico.
A sondagem deve cumprir a um número mínimo de furos de acordo com o tamanho do
terreno. Terreno que possuem de 200m² a 1200m² de construção realiza-se uma sondagem, de
1200m² até 2400m² deve-se realizar uma sondagem para cada 400m² e para terrenos que
excedam 2400m², o número deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção.
(NBR 6484/01, p. 1).
De acordo com Milito (2009 apud LEITE, 2014 p. 22) “os furos de sondagem deve
obedecer a uma distância de 15 a 25m, os furos não devem ficar no mesmo alinhamento e
sempre no limite da área de estudo.
3.9.1 Coesão
33
𝐶 = 10𝑁𝑠𝑝𝑡 (𝑘𝑃𝑎)
Ainda para sua estimativa, na condição não drenada, temos duas correlações empíricas
como índice de resistência à penetração do SPT: (CINTRA; AOKI; ALBIERO, 2014).
É uma relação entre o peso total de solo sobre seu volume total. Sendo que na falta de
ensaios laboratoriais, podemos utilizar valores aproximados de acordo com as tabelas 3.9.3 e
3.9.3.1.
(CINTRA; AOKI; ALBIERO, 2014 apud Godoy, 1972), em função da consistência da argila e
da capacidade da areia, nesta ordem. A consistência de solos finos e de compacidade de solos
grossos é dada em função do índice de resistência à penetração (Nspt), conforme ABNT
NBR6484/01.
≤2 Muito mole 13
3-5 Mole 15
6 - 10 Média 17
11 - 19 Rija 19
≥ 20 Dura 21
Fonte: CINTRA, AOKI e ALBIERO (2014)
A areia saturada representa o peso especifico submerso, e para cálculo é preciso, sempre,
o peso específico efetivo, sendo necessário descontar o peso específico da água.
3.10 Materiais
O concreto armado suporta aos esforços solicitantes, ele é uma combinação entre
concreto simples e armadura (armadura passiva). (CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO,
2014, p.21).
3.10.2 Concreto
3.10.3 Aço
Os aços CA-25 e CA-50 necessitam ser fabricados por laminação a quente, e CA-60 por
laminação a frio. Há no aço resistência a tração, e sua principal diferença entre o ferro e o aço
é que o aço possui o teor de carbono inferior a 2,04% e o ferro entre 2,04 a 6,7%. Suas
particularidades mecânicas mais importantes são: resistência característica de escoamento,
limite de resistência e alongamento da ruptura. (CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO, 2014,
p.43)
3.10.4 Fôrmas
O preço do custo de uma obra corresponde ao custo direto. O cliente executa a obra com
seus próprios recursos, mão-de-obra, materiais, salários, segurança e equipamentos que são
diretamente relacionados com o trabalho de campo e projeto.
Montagem do custo de cada serviço ou atividade por uma unidade básica, elaborada
normalmente antes da execução do serviço. Uma das tabelas de composição mais usada no
Brasil é a TCPO que nos indica o levantamento dos preços dos materiais, equipamentos/hora e
mão-de-obra/hora. Dados que compõem uma CPU: - Insumos, com as respectivas unidades
- Taxas de leis sociais (apenas mão-de-obra) - BDI (quando CPU for de venda)
Por mais abrangente que seja o conjunto de composições de custos unitários que um
dado livro ou órgão possa dispor, ele parte de observações de obras diversas e realizada sob
condições particulares. (MATTOS, 2006).
37
4 METODOLOGIA DE CÁLCULO
Para realizar o cálculo carga admissível ou capacidade de carga irá ser utilizado o
método semiempírico de Aoki-Velloso (1975) e Décourt Quaresma (1978), que é um dos mais
utilizados para o dimensionamento de fundações.
4𝑃
𝜎=
𝜋𝐷𝑏2
estacas. Os dois métodos existentes para cálculo da capacidade de cargas de uma estaca, é a
realização de provas de carga e de métodos semiempíricos.
Não se pode confiar em fórmulas resultantes da teoria para previsão da capacidade de
carga de fundação por estacas. Vários autores propõem métodos fundamentados em resultados
empíricos e ajustados com provas de cargas. (CINTRA e AOKI, 2014). Segundo Cintra e Aoki
(2014), são vastamente utilizados:
- Método de Aoki-Velloso (1975);
- Décourt-Quaresma (1978);
- Teixeira (1996).
a) SPT
𝑁𝑠𝑝𝑡
𝜎𝑎 = + 𝑞 (𝑀𝑃𝑎) 𝑐𝑜𝑚 5 ≤ 𝑁𝑠𝑝𝑡 ≤ 20
50
Onde:
𝜎𝑎 = 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙
Em que 𝑁𝑠𝑝𝑡 é o valor médio no bulbo de tensões, mas a sobrecarga q faz-se significativa para
fundações por tubulões.
Para o caso especifico de tubulões, há uma regra semelhante, descrita por Alonso
(1983):
𝑁𝑠𝑝𝑡
𝜎𝑎 = (𝑀𝑃𝑎) 𝑐𝑜𝑚 6 ≤ 𝑁𝑠𝑝𝑡 ≤ 18
30
𝑞𝑐 𝐾𝑁𝑠𝑝𝑡
𝜎𝑟 = 𝑜𝑢 𝜎𝑟 =
𝐹1 𝐹1
Onde:
𝑞𝑐 𝑒 𝑁𝑠𝑝𝑡 são, respectivamente, a resistência de ponta do ensaio de cone e o índice de
resistência a penetração do SPT, à cota da base do tubulão;
𝐹1 é um fator de transformação adimensional, igual a 3,0 para estacas escavadas;
K é um coeficiente que depende do tipo de solo, os valores estão apresentados na tabela
4.3.
𝜎𝑟
𝜎𝑎 ≤
3
Base:
(4 𝑥 𝑃)
𝐷=√
𝜋 𝑥 𝜎𝑠
Onde:
D = Diâmetro da base;
P = Carga proveniente do pilar (kN)
𝜎𝑠 = Tensão admissível do solo (Mpa)
Fuste:
4𝑥𝑃
𝑑=√
𝜋 𝑥 𝜎𝑐
Onde:
d = Diâmetro do fuste;
P = Carga proveniente do pilar (kN)
𝜎𝑐 = Tensão do concreto
𝜎𝑐 = 0,85 𝑥 𝑓𝑐𝑘 𝑥 𝛾𝑓 𝑥 𝛾𝑐
Onde:
𝑓𝑐𝑘 = Resistência característica do concreto;
𝛾𝑓 = Coeficiente de minoração = 1,4 (NBR 6122/2010);
𝛾𝑐 = Coeficiente de minoração = 1,6 (NBR 6122/2010).
41
Altura:
(𝐷 − 𝑑)
𝐻= 𝑥 tan 60° ∴ 𝐻 = 0,866 𝑥 (𝐷 − 𝑑)
2
Onde:
H = Altura total (cm);
D = Diâmetro da base (cm);
d = Diâmetro do fuste (cm).
O valor de H deverá ser no máximo de 2 metros, a não ser que devidos cuidados
especiais sejam tomados para assegurar a estabilidade do solo. (ABNT NBR 6122/2010).
Fórmulas para o cálculo da base do tubulão, figura 18, conforme Alonso (1983).
𝑉 = 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − (𝜋𝑟 2 𝑥 𝐻)
Onde:
Vtotal = Volume total da base V1 + V2 (m³);
r = Raio do fuste (cm);
H = Altura total do cone (cm).
42
Tabela 4.4:
Dados de entrada:
Tensão admissível do solo (MN/m²)
Carga proveniente do pilar (MN)
Informações obtidas:
D = Diâmetro da base do tubulão
43
Tabela 4.4.1:
Dados de entrada:
Carga (proveniente do pilar em MN).
44
Informações obtidas:
Tabela 4.4.2:
Dados de entrada:
D = Diâmetros da base do tubulão (cm)
d = Diâmetro do fuste do tubulão (cm)
45
Tabela 4.4.2: Tabela para Altura, Vol. do Alargamento e Vol. Base do Tubulão à céu aberto.
𝑅 = 𝑅𝐿 + 𝑅𝑃
Com a Resistência lateral (𝑅𝐿 ) e a Resistência de ponta (𝑅𝑃 ), respectivamente: (figura 4.5.1)
𝑅𝐿 = 𝑈 ∑(𝑟𝐿 ∗ ∆𝐿) 𝑒 𝑅𝑃 = 𝑟𝑃 ∗ 𝐴𝑃
Onde:
𝑅𝐿 = Resistência lateral; 𝑅𝑃 = Resistência de ponta;
U = Perímetro da estaca; 𝑟𝑃 = Tensão de ponta;
𝑟𝑃 = Tensão lateral; 𝐴𝑃 = Área da ponta da estaca.
∆𝐿 = Espessura da camada em análise.
𝑅 = 𝑈 ∑(𝑟𝐿 ∆𝐿) + 𝑟𝑃 𝐴𝑃
𝑞𝐶 𝐹𝑆
𝑟𝑃 = 𝑟𝐿 =
𝐹1 𝐹2
Onde:
𝑞𝐶 = Resistência de ponta do cone;
F1 = Coeficiente de correção da resistência de ponta; (Tabela 4.5.1)
FS = Atrito lateral unitário da luva.
F2 = Coeficiente de correção da resistência lateral; (Tabela 4.5.1)
𝑞𝐶 = 𝐾 𝑁𝑠𝑝𝑡
Onde:
48
𝐹𝑠
𝛼=
𝑞𝐶
Logo:
𝐹𝑠 = 𝛼 𝑞𝐶 ∴ 𝐹𝑠 = 𝛼 𝐾 𝑁𝑆𝑃𝑇
Onde,
α = Fator de correção da resistência lateral e ponta do cone no ensaio CPT, conforme a tabela
4.5.1. Sendo α equivalente ao tipo de solo.
Fatores correlação F1 e F2
Tipos de estacas F1 F2
Franki 2.50 2.F1
Metálica 1.75 2.F1
Pré-moldada 1+D/0.8 2.F1
Escavada 3.00 2.F1
Raiz. Hélice Contínua. Ômega 2.00 2.F1
Fonte: AOKI., CINTRA J.C. (2010. p. 25)
49
𝐾𝑁𝑃 𝛼𝐾𝑁𝐿
𝑟𝑃 = 𝑒 𝑟𝐿 =
𝐹1 𝐹2
Onde,
𝑁𝑃 = Índice de resistência a penetração;
𝑁𝐿 = Índice de resistência a penetração média na camada de solo de espessura ∆𝑃 .
Os valores são obtidos por sondagem. Assim, a capacidade de carga (R) de um elemento
isolado de fundação pode ser determinada pela fórmula semiempírica:
𝐾𝑁𝑃 𝑈 𝑛
𝑅= 𝐴𝑃 + ∑ (𝛼𝐾𝑁𝐿 ∆𝐿 )
𝐹1 𝐹2 1
Conforme Cintra e Aoki (2014), os projetos de fundação por estacas tem seu ápice com
a previsão da cota de parada e a fixação da carga admissível. Na tabela 4.5.3, serão apresentados
esses valores limites.
15 25
Pré-fabricada de
concreto ∅ 30
∑ t = 80
∅ 30 25 𝑠𝑝𝑡 ≤ 35
Strauss 10 ≤ 25
Fonte: CINTRA e AOKI (2014)
𝑅𝐿 = 𝑟𝑙 𝑈 𝐿
𝑅𝑃 = 𝑟𝑝 𝐴𝑝
𝑁𝐿
𝑟𝑙 = 10 ∗ ( + 1)
3
𝑟𝑝 = 𝐶𝑁𝑃
Onde:
C é o coeficiente característico do solo (Tab. 4.6.2);
51
Décourt (1996), inseri os fatores 𝛼 e 𝛽, (tabela 4.6 e 4.6.1) respectivamente nas parcelas
de resistência de ponta e lateral, resultando a capacidade de carga em:
𝑁𝐿
𝑅 = 𝛼 𝐶 𝑁𝑃 𝐴𝑃 + 𝛽 10 ( + 1) 𝑈 𝐿
3
Tipo de Solo α
Argila 0,85
Areia 0,50
Fonte: Décourt (1996)
Tipo de Solo 𝜷
Argila 0,80
Areia 0,50
Fonte: Décourt (1996)
52
𝑅
𝑃𝑎 =
2
A carga de catálogo (Pe) é uma verificação do estado limite último, considera cada tipo
de estaca em particular sem considerar o aspecto geotécnico, já a carga admissível de fundação
(Pa), considera os aspectos geotécnicos.
Analisando os resultados de Pa e Pe, para efeito de cálculo e a favor da segurança,
utiliza-se o menor valor entre eles. A estaca muitas vezes é o elemento mais fraco, devido ao
53
seu apoio em materiais muito resistentes, e que muitas vezes são elementos relativamente
grandes, fazendo com que o maciço tenha resistência superior ao elemento estrutural.
Sendo a carga de catálogo definida inicialmente, ela apresenta um valor superior à carga
admissível da fundação (Pa):
𝑃𝑎 ≤ 𝑃𝑒
A tabela 4.8 a seguir, mostra a carga de catálogo da Estaca Strauss, citadas na literatura
brasileira, conforme Cintra e o Aoki (2014)
5 ESTUDO DE CASO
O perfil geotécnico foi determinado a partir da sondagem por percussão (SPT) e para
realizar o dimensionamento da estaca utilizou-se o furo que apresentou um solo mais
desfavorável, sendo este o SP-004, conforme ANEXO B.
Estaca Strauss
Diâmetro: 32 cm
Carga de catálogo: 300kN
Comprimento: 10 metros
Primeiramente calcula-se o fator de correção de acordo com o tipo de estaca que será
utilizada, sendo que à estaca Strauss é um tipo de estaca escavada, conforme a tabela 4.5.1.
𝐹1 = 3
𝐹2 = 2𝑥𝐹1 ∴ 𝐹2 = 6
O segundo passo é calcular a resistência lateral (𝑅𝐿 ), sua variação é de acordo com o
tipo de solo e a profundidade. Para os cálculos, utilizou-se o furo 4 da sondagem SPT, pois
apresenta um solo mais desfavorável.
56
41
𝑁𝐿 = = 13,67
3
O coeficiente K varia de acordo com o tipo de solo, até a profundidade de -3,00 metros
o solo é uma Argila Siltosa, conforme ANEXO B, assim, de acordo com a tabela 4.5.2 define-
se o valor de K e 𝛼.
K= 220 e 𝛼 = 4%
𝛼 ∗ 𝐾 ∗ 𝑁𝐿
𝑅𝐿 = 𝑥𝑈∗𝐿
𝐹2
54
𝑁𝐿 = = 18
3
0,03 ∗ 330 ∗ 18
𝑅𝐿2 = ∗ 𝜋 ∗ 0,32 ∗ 3,0 ∴ 𝑅𝐿2 = 89,57 𝑘𝑁
6
113
𝑁𝐿 = = 28,25
4
57
O terceiro passo é o cálculo de resistência de ponta, que é baseado em função do tipo de solo,
do NSPT e o fator de correção F1. Como o comprimento da estaca é de 10 metros, a resistência
de ponta é calculada com as características do solo nesta cota, apresentando um Silte Argilo-
arenoso com NSPT de 31. O valor de K é conforme a tabela 4.5.2.
𝐾 ∗ 𝑁𝑃
𝑅𝑃 = 𝑥 𝐴𝑝
𝐹1
250 ∗ 31 𝜋 ∗ 0,322
𝑅𝑃 = ∗ ∴ 𝑅𝑃 = 207,76 𝑘𝑁
3 4
No quinto passo aplica-se o fator de segurança global, que para as estacas de fundação
profunda equivale a 50%.
499,76
𝑃𝑎 = ∴ 𝑃𝑎 = 249,89 𝑘𝑁
2
58
𝑅𝐿 0,80 𝑃𝑎
Ou seja,
𝑃𝑎 ≤ 1,25 𝑅𝐿
A partir dos cálculos realizados e com auxílio do Excel, foi realizada uma planilha de
cálculo, tabela 5.3 abaixo, que proporciona a identificação da capacidade de carga a cada metro
de profundidade, conforme a sondagem SP-004. (ANEXO B).
Silte
9 29 argilo- 250 0,03 3 6 36,25 251,73 194,26 445,99 223,00
arenoso
Silte
10 31 argilo- 250 0,03 3 6 38,75 290,48 207,66 498,14 249,07
arenoso
Fonte: A autora.
Conforme citado no item 4.6, seguem os cálculos para a capacidade de carga geotécnica
da estaca Strauss.
Cálculo da resistência lateral:
Estaca Strauss
Diâmetro: 32 cm
Carga de catálogo: 300kN
Comprimento: 10 metros
𝑁𝐿
𝑟𝑙 = 10 ( + 1)
3
(14 + 14 + 13)
𝑁𝐿 = = 13,67
3
13,67
𝑟𝑙1 = 10 ( + 1) ∴ 𝑟𝑙1 = 55,56 𝑘𝑁
3
(14 + 14 + 13 + 15 + 15 + 15)
𝑁𝐿 = = 14,33
6
60
Para NSPT com valores maiores que 15, utiliza-se o valor de 15, cumprindo com o que
o autor diz, 3 ≤ 𝑁𝐿 ≤ 15.
14,33
𝑟𝑙2 = 10 ( + 1) ∴ 𝑟𝑙2 = 57,77 𝑘𝑁
3
(14 + 14 + 13 + 15 + 15 + 15 + 15 + 15 + 15 + 15)
𝑁𝐿 = = 14,60
10
14,60
𝑟𝑙3 = 10 ( + 1) ∴ 𝑟𝑙3 = 58,67 𝑘𝑁
3
Resistência de Ponta:
Para o cálculo da resistência de ponta, utiliza-se os dados do solo de onde está a ponta
da estaca, ou seja, na cota -10,00 metros. O coeficiente C varia de acordo com o tipo de solo,
conforme tabela 4.6.2 e o NP que é o valor médio do NSPT na base da estaca, obtido de três
valores: o correspondente a cota da base, o imediatamente anterior e o imediatamente posterior.
𝑅𝑃 = 𝑟𝑃 ∗ 𝐴𝑃 𝑒 𝑟𝑝 = (𝐶 ∗ 𝑁𝑃 )
Assim,
𝑅𝑃 = (𝐶 ∗ 𝑁𝑃 ) ∗ 𝐴𝑃
31 + 29
𝑁𝑃 = = 30
2
61
𝜋 0,322
𝑅𝑝 = (200 ∗ 30) ∗ ∴ 𝑅𝑝 = 482,55 𝑘𝑁
4
𝑅𝑃 𝑅𝐿
𝑃𝑎 = +
4 1,3
E também:
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑎 =
2
De acordo com a tabela 5.4 abaixo, realizada com o auxílio da planilha de cálculo,
demonstra os valores calculados de todas as resistências de ponta metro por metro e demonstra
também a resistência lateral acumulada, que é a utilizada para o cálculo da carga admissível,
onde na cota -10,00 metros corresponde ao valor de 460,95 kN.
A resistência total é o somatório da resistência lateral acumulada na profundidade de
10,00 metros mais a resistência de ponta, assim, a resistência total corresponde ao valor de
943,26 kN.
A partir desses dados faz-se a verificação da carga admissível:
482,55 460,95
𝑃𝑎 = + ∴ 𝑃𝑎 = 475,21 𝑘𝑁
4 1,3
943,26
𝑃𝑎 = ∴ 𝑃𝑎 = 471,63 𝑘𝑁
2
Assim, a favor da segurança utiliza-se como carga admissível o menor valor entre os
dois, o de 471,63 kN.
62
𝑄𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝑁𝑒
𝑄𝑎𝑑𝑚
Onde:
𝑁𝑒 = Número de estacas;
𝑄𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = Carga do pilar;
63
249,89 + 471,63
𝑃𝑎 = ∴ 𝑃𝑎 = 360,76 𝑘𝑁
2
P1 45 36 1,25 2 32 10
P2 90 36 2,50 3 32 10
P3 90 36 2,50 3 32 10
P4 90 36 2,50 3 32 10
P5 90 36 2,50 3 32 10
P6 60 36 1,67 2 32 10
P7 90 36 2,50 3 32 10
P8 90 36 2,50 3 32 10
P9 90 36 2,50 3 32 10
P10 60 36 1,67 2 32 10
P11 45 36 1,25 2 32 10
P12 45 36 1,25 2 32 10
P13 90 36 2,50 3 32 10
P14 137 36 3,81 4 32 10
P15 137 36 3,81 4 32 10
P16 137 36 3,81 4 32 10
P17 110 36 3,06 4 32 10
64
Através dos dados obtidos e a favor da segurança, utiliza-se o menor valor entre a
capacidade de carga geotécnica e a capacidade de carga estrutural da estaca, sendo assim o novo
projeto de fundação possuirá 188 estacas Strauss com dez metros de comprimento cada.
67
6.1 Definição
Conforme a NBR 6118/2014, item 22.7.1: “Blocos são estruturas de volume usadas
para transmitir às estacas e aos tubulões as cargas de fundação, podendo ser considerados
rígidos ou flexíveis por critério análogo ao definido para sapatas”
Os blocos sobre estacas podem ser utilizados para várias quantidades de estacas, sendo
que em construções de pequeno porte são mais comuns uma ou duas estacas, pois a carga
vertical proveniente do pilar geralmente é de baixa intensidade. Em edifícios onde as cargas já
são maiores supera-se duas estacas por bloco. O bloco também é utilizado em tubulão, quando
o bloco atua como elemento de transição de carga entre o pilar e o fuste do tubulão, como
demonstra a figura 6.1 abaixo.
a) “ trabalho à flexão nas duas direções, mas com trações essencialmente concentradas nas
linhas sobre as estacas (reticulado definido pelo eixo das estacas, com faixas de largura igual
a 1,2 vez seu diâmetro);
68
b) forças transmitidas pelo pilar para as estacas essencialmente por bielas de compressão, de
forma e dimensões complexas;
c) trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não apresentando ruínas por tração
diagonal, e sim por compressão das bielas, analogamente às sapatas. ”
De acordo com a NBR 6118/2014, para cálculo e dimensionamento dos blocos, são
aceitos modelos tridimensionais lineares ou não lineares e modelos biela-tirante
tridimensionais.
A NBR 6118 demonstra preferência ao modelo de cálculo chamado “biela-tirante”
tridimensional, “por definir melhor a distribuição de esforços pelos tirantes”, onde a biela é a
representação do concreto comprimido e o tirante as armaduras tracionadas.
Há dois métodos de cálculo são mais utilizados para o dimensionamento dos blocos
sobre estacas no Brasil: o “Método das Bielas”, de Blévot (1967), e o método proposto pelo
CEB-70.
Os dois métodos devem ser aplicados apenas nos blocos rígidos. No caso dos blocos
flexíveis, são aplicados métodos clássicos aplicáveis às vigas ou lajes.
UNESP (Bauru/SP) – Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos: O método das bielas
admite como modelo resistente, no interior do bloco, uma “treliça espacial”, para blocos sobre
várias estacas, ou plana e para blocos sobre duas estacas. As forças atuantes nas barras
comprimidas da treliça são resistidas pelo concreto e as forças atuantes nas barras tracionadas
são resistidas pelas barras de aço (armadura). A principal incógnita é determinar as dimensões
das bielas comprimidas, resolvida com as propostas de Blévot (1967).
a) O carregamento é quase centrado, comum em edifícios. O método pode ser empregado para
carregamento não centrado, admitindo-se que todas as estacas estão com a maior carga, o que
tende a tornar o dimensionamento antieconômico;
69
A Figura 6.4 mostra o bloco sobre duas estacas, com a biela de concreto comprimido e
o esquema de forças atuantes.
Dimensionamento do bloco sobre duas estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P1, P11, P12, P36 que possuem uma carga de 45 tf.
Fonte: A autora.
K 450
Re,máx = 1,05 + e ∴1,05 +0
2 2
Considerando a favor da segurança a maior carga nas estacas, a força normal sobre o
bloco passa a ser:
Nk = 236,25 x 2 = 472 k
Nd = 472 kN
72
b) Altura do bloco
𝑏𝑝 30
Para α = 45° → 𝑑𝑚í𝑛 = 0,5 (𝑒 − ) ∴ 0,5 (100 − ) = 42,50 𝑐𝑚
2 2
𝑏𝑝 30
Para α = 55° → 𝑑𝑚á𝑥 = 0,71 (𝑒 − ) ∴ 0,71 (100 − ) = 60,35 𝑐𝑚
2 2
5𝑐𝑚 √𝜋 𝜋
𝑑′ { 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = √ 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5
𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚
𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 60 + 6 = 66 𝑐𝑚 → 𝐻 = 70 𝑐𝑚
𝑑 𝑙𝑏,∅,𝑝𝑖𝑙
∅𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝑥 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 =
4 𝑥 𝑓𝑏𝑑
0,016 𝑥 434,8
𝑙𝑏 = ∴ 𝑙𝑏 = 0,60 𝑚 = 60 𝑐𝑚
4 𝑥 2,88
𝑓𝑦𝑘 50
𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
1,15 1,15
𝑓𝑏𝑑 = 𝑛1 𝑥 𝑛2 𝑥 𝑛3 𝑥 𝑓𝑐𝑡𝑑
𝑓𝑏𝑑 = 2,25 𝑥 1,0 𝑥 1,0 𝑥 1,28 ∴ 𝑓𝑏𝑑 = 2,88
𝑑 60
tan 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = = 1,028 ∴ tan−1 1,028 = 44,95° →
𝑒√2 𝑏√2 100√2 30√2
2 − 4 2 − 4
𝛼 = 45°
Tensão limite:
2,5 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 1,4 𝑥 0,925 𝑥 = 2,31 𝑜𝑢 23,10 𝑀𝑃𝑎
1,4 𝑐𝑚2
Tensão atuante junto às estacas:
74
𝑁𝑑 472 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡 = ∴ 2 = 0,586 𝑜𝑢 5,86𝑀𝑃𝑎
2𝐴𝑒 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 𝜋32 𝑐𝑚2
2 ( 4 ) 𝑠𝑒𝑛2 45°
𝑁𝑑 472 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = 2
∴ 2
= 0,63 𝑜𝑢 6,30𝑀𝑝𝑎
𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝛼 (30𝑥50)𝑠𝑒𝑛 45° 𝑐𝑚2
e) Armaduras
Armadura Principal
Armadura lateral
Onde:
𝑑 60
𝑆≤{ 3 → = 20 → 𝑆 = 20 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚
15 𝑐𝑚 √𝜋
Sobre estacas: 𝑆≤{ √𝜋 → 0,5 ( ) 𝑥 32 = 14,18 → 𝑆 = 12 𝑐𝑚
0,5 ( 2 ) ∅𝑒 2
h) Armadura de arranque
1 1
𝐴𝑠 ′ ≅ 𝐴𝑠 → 𝐴𝑠 ′ ≅ 6,20𝑐𝑚2 ∴ 𝐴𝑠 ′ ≅ 0,80𝑐𝑚2
8 8
12 𝑐𝑚 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑁𝑠 ≤ 800𝑘𝑁
Espaçamentos: 𝑠𝑡 𝑜𝑢 𝑠𝑒 ≤ {
10 𝑐𝑚 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑁𝑠 800 𝑘𝑁
j) Detalhamento Armadura
76
(Método de Blévot)
A figura 6.5 abaixo demonstra o modelo de cálculo para os blocos sobre três estacas, o
método de cálculo utilizado para o dimensionamento do bloco é o Método de Blévot.
77
Espaçamento mínimo entre as estacas, considerando lmín 3,0∅e para estacas moldadas
in loco.
𝑙√3 100√3
= = 87,00 𝑐𝑚
2 2
𝑙√3 100√3
= ≅ 58,00 𝑐𝑚
3 3
𝑙√3 100√3
= ≅ 29,00 𝑐𝑚
6 6
Fonte: A autora.
𝑁𝑘 𝑀 600
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 1,05 + + ∴ 1,05 𝑥 +0
2 𝑙 3
Considerando a favor da segurança a maior carga nas estacas, a força normal sobre o bloco
passa a ser:
Nk = 210,0 x 3 = 630 k
Dimensionamento do bloco sobre três estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P10, P23, P34 e P35 que possuem uma carga de 60 tf.
Dados:
79
𝑏 𝑏
0,58 (𝑙 − ) ≤ 𝑑 ≤ 0,825 (𝑙 − )
2 2
30 30
0,58 (100 − ) ≤ 𝑑 ≤ 0,825 (100 − ) ∴ 49,30 𝑐𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 70,12 𝑐𝑚
2 2
𝑑 = 60 𝑐𝑚
5𝑐𝑚 √𝜋 𝜋
𝑑′ { 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = √ 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5
𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚
𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 60 + 6 = 66 𝑐𝑚 → 𝐻 ≅ 70 𝑐𝑚
𝑑 𝑙𝑏,∅,𝑝𝑖𝑙
∅𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝑥 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 =
4 𝑥 𝑓𝑏𝑑
0,016 𝑥 434,8
𝑙𝑏 = ∴ 𝑙𝑏 = 0,60 𝑚 = 60 𝑐𝑚
4 𝑥 2,88
80
𝑓𝑦𝑘 50
𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
1,15 1,15
𝑓𝑏𝑑 = 𝑛1 𝑥 𝑛2 𝑥 𝑛3 𝑥 𝑓𝑐𝑡𝑑
𝑓𝑏𝑑 = 2,25 𝑥 1,0 𝑥 1,0 𝑥 1,28 ∴ 𝑓𝑏𝑑 = 2,88
𝑑 60
𝑡𝑎𝑛 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = 1,23
√3 √3
𝑙 3 − 0,3𝑏 100 3 − 0,3 𝑥 30
tan−1 1,23
α = 51°
Tensão limite:
2,5 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 1,75 𝑥 0,925 𝑥 = 2,89 𝑜𝑢 28,90 𝑀𝑃𝑎
1,4 𝑐𝑚2
𝑁𝑑 630 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑒𝑠𝑡 = ∴ = 0,432 𝑜𝑢 4,32 𝑀𝑃𝑎
3𝐴𝑒 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 𝜋322 𝑐𝑚2
3 ( 4 ) 𝑠𝑒𝑛2 51°
𝑁𝑑 630 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = 2
∴ 2
= 0,695 𝑜𝑢 6,95 𝑀𝑝𝑎
𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝛼 (30 𝑥 50)𝑠𝑒𝑛 51° 𝑐𝑚2
Armaduras necessárias:
Armadura lateral
𝑁𝑠𝑑 𝑏
𝑅𝑠𝑑, (𝑙𝑎𝑑𝑜) = (𝑙 − )
9𝑑 2
630 30
𝑅𝑠𝑑, (𝑙𝑎𝑑𝑜) = (100 − )
9 𝑥 60 2
99,16 𝑥 1,4
𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = ∴ 3,20 𝑐𝑚2
50
1,15
Armadura em malha
𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 0,2 𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 ∴ 𝐴𝑠, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = 0,2 𝑥 3,75 = 0,75 𝑐𝑚2
82
𝑁𝑑 630
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∴ = 3,22 𝑐𝑚2
4,5𝑓𝑦𝑑 50
4,5 𝑥
1,15
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 3,22
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = ∴ = 1,07𝑐𝑚2
3 4
1 1
𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 𝐴𝑠,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∴ (3 𝑥 3,75) = 1,4 𝑐𝑚2 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑐𝑒
8 8
A armadura nas três medianas podem ser um pouco reduzidas, devido à existência das
armaduras nos lados, sendo:
Armadura mediana
(1 − 𝛼). 𝑁𝑠𝑑. √3 𝑏
𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑒𝑑 = (𝑙 − )
9𝑑 2
84
(1 − 0,7) 𝑥 630 𝑥 √3 30
𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑒𝑑 = (100 − )
9 𝑥 60 2
51,53 𝑥 1,4
𝐴𝑠, 𝑚𝑒𝑑 = ∴ 𝑨𝒔, 𝒎𝒆𝒅 = 𝟏, 𝟏𝟖 𝒄𝒎𝟐 → 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎𝑛𝑎
50
1,15
Armadura de cintamento
𝛼. √3. 𝑁𝑠𝑑
𝐴𝑠, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = (𝑙√3 − 0,9𝑏)
27. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑
Espaçamento
𝑑 60
𝑆≤{ 3 𝑆 8 𝑐𝑚 → = 20 → 𝑆 = 15 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚
A figura 6.6 abaixo demonstra o modelo de cálculo para os blocos sobre quatro estacas,
o método de cálculo utilizado para o dimensionamento do bloco é o Método de Blévot.
Dimensionamento do bloco sobre quatro estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P2, P3, P4, P5, P7, P8, P9, P13, P32, P41, P42, P43, P45 e P46 que possuem uma carga de 90tf.
Dados:
86
Fonte: A autora.
b) Determinação da altura
𝑏 𝑏
0,71 (𝑒 − ) ≤ 𝑑 ≤ (𝑒 − )
2 2
35 35
0,71 (100 − ) ≤ 𝑑 ≤ (100 − ) ∴ 58,57 𝑐𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 82,50 𝑐𝑚
2 2
𝑑 = 70 𝑐𝑚
5𝑐𝑚 √𝜋 √𝜋
𝑑 ′
{ 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5
𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚
𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 60 + 6 = 66 𝑐𝑚 → 𝐻 ≅ 80 𝑐𝑚
88
𝑑 𝑙𝑏,∅,𝑝𝑖𝑙
∅𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝑥 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 =
4 𝑥 𝑓𝑏𝑑
0,016 𝑥 434,8
𝑙𝑏 = ∴ 𝑙𝑏 = 0,60 𝑚 = 60 𝑐𝑚
4 𝑥 2,88
𝑓𝑦𝑘 50
𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = → 𝑓𝑦𝑑 = 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚2
1,15 1,15
𝑓𝑏𝑑 = 𝑛1 𝑥 𝑛2 𝑥 𝑛3 𝑥 𝑓𝑐𝑡𝑑
𝑓𝑏𝑑 = 2,25 𝑥 1,0 𝑥 1,0 𝑥 1,28 ∴ 𝑓𝑏𝑑 = 2,88
𝑑 70
𝑡𝑎𝑛 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = ∴ tan 𝛼 = 1,19
√2 √2 √2 √2
𝑒 2 −𝑏 4 100 2 − 35 4
tan−1 1,19
α = 51°
Tensão limite:
2,5 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑙𝑖𝑚 = 2,1 𝑥 0,925 𝑥 = 3,46 𝑜𝑢 34,60 𝑀𝑃𝑎
1,4 𝑐𝑚2
𝑁𝑑 945 𝑘𝑁
𝜎𝑐𝑑,𝑏,𝑝𝑖𝑙 = ∴ = 0,894 𝑜𝑢 8,94 𝑀𝑝𝑎
𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 (35 𝑥 50)𝑠𝑒𝑛2 51° 𝑐𝑚2
Será feito o detalhamento composto por barras paralelas aos lados, sobre as estacas, com
mais uma armadura em malha, por ser um dos arranjos de armadura mais eficientes.
Armadura diagonal
Armadura lateral
𝛼𝑥𝑃 𝑏
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = (𝑙 − )
8𝑥𝑑 2
0,6 𝑥 945 35
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = (100 − )
8 𝑥 70 2
Armadura em malha
2,4(1 − 𝛼) 𝑥 𝑁𝑑 𝑏
𝑅𝑠𝑑, 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = (𝑒 − )
8𝑥𝑑 2
𝑁𝑑 945
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∴ = 3,62 𝑐𝑚2
6𝑥𝑓𝑦𝑑 50
6𝑥
1,15
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 3,62
𝐴𝑆,𝑠𝑢𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = ∴ = 0,90𝑐𝑚2 /𝑓𝑎𝑐𝑒
4 4
1 1
𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 𝐴𝑠,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∴ (4 𝑥 2,35) = 1,18 𝑐𝑚2 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑐𝑒
8 8
Espaçamento
𝑑 60
𝑆≤{ 3 𝑆 8 𝑐𝑚 → = 20 → 𝑆 = 15 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚
Figura 6.6.5: Armadura segundo a direção das diagonais e paralela aos lados:
A figura 6.7 abaixo demonstra o modelo de cálculo para os blocos sobre cinco estacas, o
método de cálculo utilizado para o dimensionamento do bloco é o Método de Blévot.
Espaçamento mínimo entre as estacas, considerando lmín 3,0∅e para estacas moldadas in loco.
Fonte: A autora.
Dimensionamento do bloco sobre cinco estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P14, P15, P16, P19, P20, P26, P28, P29, P30 e P33 que possuem uma carga de 137 tf.
Dados:
Capacidade nominal da estaca: 300 kN (30 tf), diâmetro da estaca: ∅e = 32 cm;
Seção transversal do pilar: 35 x 50 cm;
Carga vertical Nk = (137 x 1,05) = 143,85 kN;
Concreto C25; aço CA-50,
𝑁𝑘 𝑀 1370
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 1,05 + + ∴ 1,05 𝑥 +0
2 𝑙 5
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 287,70 𝑘𝑁 𝑅𝑒, 𝑛𝑜𝑚 = 300 𝑘𝑁
95
Nk = 287,7 x 5 = 1438,50 k
b) Determinação da altura
Para pilares retangulares (𝑎𝑝 𝑥 𝑏𝑝) pode-se adotar o pilar de seção quadrada equivalente:
𝑎𝑝, 𝑒𝑞 = √𝑎𝑝 𝑥 𝑏𝑝
𝑎𝑝 = √50 𝑥 35 ≅ 42 𝑐𝑚
𝑎 42
𝑑𝑚í𝑛 = 0,85 (𝑙 − ) ∴ 𝑑𝑚í𝑛 = 0,85 (100 − ) ∴ 𝑑𝑚í𝑛 = 74,50 𝑐𝑚
3,4 3,4
𝑎 42
𝑑𝑚á𝑥 = 1,2 (𝑙 − ) ∴ 𝑑𝑚á𝑥 = 1,2 (100 − ) ∴ 𝑑𝑚á𝑥 = 105,18 𝑐𝑚
3,4 3,4
𝒅 𝒂𝒅𝒐𝒕𝒂𝒅𝒐 = 𝟖𝟎 𝒄𝒎
5𝑐𝑚 √𝜋 √𝜋
𝑑′ { 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5
𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚
𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 80 + 6 = 86 𝑐𝑚 → 𝐻 ≅ 90 𝑐𝑚
Se d for adotado entre dmín e dmáx, não será necessário verificar as tensões de
compressão nas bielas comprimidas de concreto.
96
d) Armadura principal
Dentre os detalhamentos possíveis, o mais comum é aquele com barras paralelas aos lados
mais armadura em malha.
0,725. 𝑁𝑠𝑑 𝑎
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = (𝑙 − )
5𝑑 3,4
0,725 𝑥 1438,50 42
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = (100 − )
5 𝑥 80 3,4
1,4 𝑥 228,52
𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = ∴ 𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = 7,35 𝑐𝑚2
50
1,15
e) Armadura em malha
Malha: Armaduras distribuídas com seção mínima igual à da armadura da seção das cintas em
cada direção, assim:
𝑁𝑑
𝐴𝑠, 𝑠𝑢𝑠𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
7,5 𝑓𝑦𝑑
1438,5 𝑥 1,4
𝐴𝑠, 𝑠𝑢𝑠𝑝. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
7,5 𝑥 43,48
1 1
𝐴𝑠𝑝,𝑓𝑎𝑐𝑒 = 𝐴𝑠,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∴ (5 𝑥 8) = 5 𝑐𝑚2 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑐𝑒
8 8
g) Espaçamento
𝑑 60
𝑆≤{ 3 𝑆 8 𝑐𝑚 → = 20 → 𝑆 = 15 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚
A figura 6.8 abaixo demonstra o modelo de cálculo para os blocos sobre seis estacas, o
método de cálculo utilizado para o dimensionamento do bloco é o Método de Blévot.
Espaçamento mínimo entre as estacas, considerando lmín 3,0∅e para estacas moldadas
in loco.
Fonte: A autora.
b) Determinação da altura
Dimensionamento do bloco sobre seis estacas pelo Método de Blevót para os pilares
P21, P24, P25 e P27 que possuem uma carga de 160 tf.
Dados:
Capacidade nominal da estaca: 300 kN (30 tf), diâmetro da estaca: ∅e = 32 cm;
Seção transversal do pilar: 35 x 50 cm;
Carga vertical Nk = (1600 x 1,05) 1680 kN = 168 tf;
Concreto C25;
Aço CA-50.
𝑁𝑘 𝑀 1600
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 1,05 + + ∴ 1,05 𝑥 +0
2 𝑙 6
𝑅𝑒, 𝑚á𝑥 = 280,00 𝑘𝑁 𝑅𝑒, 𝑛𝑜𝑚 = 300 𝑘𝑁
Considerando a favor da segurança a maior carga nas estacas, a força normal sobre o bloco
passa a ser:
Nk = 280,00 x 6 = 1680,0 k
100
Para pilares retangulares (𝑎𝑝 𝑥 𝑏𝑝) pode-se adotar o pilar de seção quadrada equivalente:
𝑎𝑝, 𝑒𝑞 = √𝑎𝑝 𝑥 𝑏𝑝
𝑎𝑝 = √50 𝑥 35 ≅ 42 𝑐𝑚
𝑎 42
𝑑𝑚í𝑛 = (𝑙 − ) ∴ 𝑑𝑚í𝑛 = (100 − ) ∴ 𝑑𝑚í𝑛 = 89,5 𝑐𝑚
4 4
𝑎 42
𝑑𝑚á𝑥 = 1,43 (𝑙 − ) ∴ 𝑑𝑚á𝑥 = 1,43 (100 − ) ∴ 𝑑𝑚á𝑥 = 125,12 𝑐𝑚
4 4
𝒅 𝒂𝒅𝒐𝒕𝒂𝒅𝒐 = 𝟗𝟎 𝒄𝒎
5𝑐𝑚 √𝜋 √𝜋
𝑑′ { 𝑎𝑒𝑠𝑡 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = ∅𝑒 → 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 𝑥 32 ∴ 𝑎𝑒𝑠𝑡 = 5,67 𝑐𝑚
2 2
5
𝑑 ′ = 6 𝑐𝑚
𝐻 = 𝑑 + 𝑑′ → 𝐻 = 90 + 6 = 86 𝑐𝑚 → 𝐻 ≅ 100 𝑐𝑚
Se d for adotado entre dmín e dmáx, não será necessário verificar as tensões de
compressão nas bielas comprimidas de concreto.
d) Armadura principal
Dentre os detalhamentos possíveis, o mais comum é aquele com barras paralelas aos lados
mais armadura em malha.
𝑁𝑠𝑑 𝑎
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜. = (𝑙 − )
6𝑑 𝑝
1680 42
𝑅𝑠𝑑, 𝑙𝑎𝑑𝑜. = (100 − )
6 𝑥 90 4
1,4 𝑥 278,44
𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = ∴ 𝐴𝑠, 𝑙𝑎𝑑𝑜 = 9,0 𝑐𝑚2
50
1,15
Armadura em malha
Malha: Armaduras distribuídas com seção mínima igual à da armadura da seção das cintas em
cada direção, assim:
(1 − 𝛼). 𝑁𝑠𝑑 𝑎
𝑅𝑠𝑑, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = (𝑙 − )
6𝑑 𝑝
(1 − 0,6) 𝑥 1680 42
𝑅𝑠𝑑, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = (100 − )
6 𝑥 90 4
1,4 𝑥 111,38
𝐴𝑠, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = ∴ 𝐴𝑠, 𝑑𝑖𝑎𝑔. = 3,60 𝑐𝑚2
50
1,15
2 3
𝑂𝑛𝑑𝑒, ≤𝛼≤ ∴ 𝛼 = 0,6
5 5
𝛼. 𝑁𝑠𝑑 𝑎
𝑅𝑠𝑑, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = (𝑙 − )
6𝑑 4
0,6 𝑥 1680,0 42
𝑅𝑠𝑑, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = (100 − )
6 𝑥 90 4
1,4 𝑥 167,06
𝐴𝑠, 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑎 = ∴ 𝑨𝒔, 𝒄𝒊𝒏𝒕𝒂 = 𝟓, 𝟒𝟎 𝒄𝒎𝟐
50
1,15
Espaçamento
𝑑 90
𝑆≤{ 3 𝑆 8 𝑐𝑚 → = 30 → 𝑆 = 15 𝑐𝑚
3
20𝑐𝑚
Figura 6.8.3: Armadura principal na direção das diagonais no bloco sobre seis estacas.
7 ANÁLISE DE CUSTO
O preço do concreto foi cotado nas concreteiras de Pouso Alegre, para o concreto de 20
Mpa seu custo já com o bombeamento é de R$ 285,00 m³ e o custo do concreto de 25 Mpa já
incluso a bomba é de R$ 300,00 m³.
Os custos finais do tubulão e da estaca Strauss estão demonstrados na tabela 13.1 e 13.2
abaixo.
BLOCOS DE COROAMENTO
Fôrmas (m²)
250,60
Fonte: A autora.
108
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CINTRA, JOSÉ CARLOS A. Fundações por estacas: projeto geotécnico José Carlos
A.Cintra, Nelson Aoki, São Paulo: Oficina de texto, 2011. 142p.
CINTRA, JOSÉ CARLOS A. Fundações por estacas: projeto geotécnico José Carlos
A.Cintra, Nelson Aoki, José Henrique Albiero, São Paulo: Oficina de texto, 2010. 96p.
LEBRE, Vanessa da Siva. Comparativo entre Fundações Profundas - Estaca Strauss e Pré-
Moldadas. 2015. 78 p. TCC – Universidade do Sul de Minas UNIS-MG
110
BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Estruturas de concreto III - Blocos de Fundação. 2013. 82
p. Universidade Estadual Paulista. Unesp - Faculdade de Engenharia - Departamento de
Engenharia Civil - Disciplina: 2133. Bauru/SP
OLIVEIRA, Letícia Marchiori de. Diretrizes para projeto de blocos de concreto armado sobre
estacas. 2009. 151 p. TCC – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
ANEXO C – SONDAGEM
114
115
Temos a satisfação de atender sua solicitação encaminhando nossa proposta para a execução de estacas
de concreto moldadas no local tipo strauss;
4 - CONDIÇÕES GERAIS:
4.1 - Inicio: A combinar,
4.2 - Prazo de execução: 50 mts lineares ao dia por cada equipamento;
4.3 - Taxa de mobilização da máquina; R$ 800,00por equipamento;
4.4 - No caso ficarmos paralisados por falta de materiais ou de locação de estacas cobraremos R$ 30,00
(Trinta Reais) Hora/Maquina;
4.5 - Caso não seja devolvida a 2ª via deste contrato devidamente assinado, e foi dada a ordem verbal para
iniciar a obra, este contrato terá valor legal e jurídico mesmo sem a assinatura, sendo substituído pelo
relatório de obra;
4.6 - Não se aplica a retenção do INSS conforme IN 100 de 2003 artigo 179 § 14;
4.7 - Não se aplica a retenção de Imposto de Renda conforme artigo 647 do regulamento do Imposto de
Renda de 1999;
4.8 - Cobrança poderá ser feita: Duplicatas ou Boletos Bancários;
4.9 - Condição de pagamento: A combinar;
116
_____________________________________
Estaqueamento e Construtora A&R Ltda.
03.373.324/0001-63