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Florianópolis
2022
Janaína Gonçalves da Silva
Florianópolis
2022
Janaína Gonçalves da Silva
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de
Bacharel em Engenheira de Aquicultura” e aprovado em sua forma final pelo Curso de
Engenharia de Aquicultura
________________________
Prof. Dr. Marcos Caivano Pedroso de Albuquerque
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Dr. Rosandro Boligon Minuzzi
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
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Alisson Luan Daga
Avaliador
Engenheiro Eletricista
________________________
Marco Aurélio Dutra
Avaliador
Engenheiro Aquicultor
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me conduzir com saúde, paciência e sabedoria. Amparando nos momentos
difíceis, me guiando e iluminando.
Aos meus pais (Josebir da Silva e Zilene Gonçalves), pelo amor incondicional, e por
todo o apoio para realizar meus sonhos em todos os momentos da minha vida.
A minha irmã Josiane Gonçalves, por me ajudar a superar todos os obstáculos, e seguir
em frente, com muito amor e gratidão. E ao meu sobrinho Anthoni que está chegando e já é
muito amado.
Ao meu namorado Juliano Calixto, por renovar minhas forças com amor e leveza.
Ao professor orientador Rosandro Minuzzi pela orientação, paciência e disposição no
decorrer deste trabalho.
Agradeço a todos os amigos que fizeram parte dessa caminhada, contribuindo com
sorrisos e compartilhando dos desafios.
Agradeço a UFSC e todos os professores que contribuíram e compartilharam
conhecimento para a vida pessoal e profissional.
“A vitalidade é demonstrada não apenas pela persistência, mas pela capacidade de
começar de novo”. (F. Scott Fitzgerald)
RESUMO
The air temperature is the main element of the environment that conditionates the development
of vegetables, in the case of lettuce, the lower basal temperature (bt) is an important parameter
for the analysis of the development, which refers to a minimum temperature of the in which the
lettuce develops. The concept of accumulated degree-days takes into account only the thermal
factor, without considering other environmental factors on plant growth. In this context, this
study aimed to identify a lower basal temperature (bt) and thermal sum in accumulated degree-
days of crisp lettuce (Lactuca sativa L.) during the sowing, final transplanting and harvesting
periods for four crops in hydroponic cultivation. For this, the methods of standard deviation in
days (SDdays), and the coefficient of standard deviation in days (SDdays), and the coefficient
of minor standard deviation (CR) were used. The beginning of experiments in Florianópolis -
SC (LabHidro to the Science Center (CCA), of the Federal University of Santa Catarina),
evaluating four cycles from August 2021 and on. The values of the lower basal were 4.10ºC
and 6.11ºC and for the thermal sum, the period from sowing to the final transplant was 398.64
GDA and between the periods of final transplant the harvest was 472.79 GDA.
B – Boro
C.E. – Condutividade Elétrica
Ca – Cálcio
CCA – Centro de Ciência Agrárias
CFA – Clima Subtropical Úmido
Cl – Cloro
CR – Coeficiente de Regressão
Cu – Cobre
DPdia – Desvio Padrão em Dias
DR – Desenvolvimento Relativo
Fe – Ferro
GD – Grau-Dia
GDA – Graus-Dia Acumulado
K – Potássio
LabHidro – Laboratório de Hidroponia
Mg – Magnésio
Mn – Manganês
Mo - Molibdênio
N – Nitrogênio
n – Número de Dias do Ciclo Estudado
Ni – Niquel
P – Fosfóro
S – Enxofre
ST – Período entre Semeadura e Transplante Final
Tb – Temperatura Basal Inferior
TB – Temperatura Basal Superior
TC - Período entre Transplante Final e Colheita
Tmed – Temperatura Média
Zn – Zinco
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 14
1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca Sativa L.), pertencente à família Asteraceae, é uma das hortaliças
mais populares entre os consumidores brasileiros. A planta que é originária da Europa e da Ásia
ocidental, apresenta como característica um caule pequeno no qual se prendem as folhas lisas
ou crespas, apresentando vários tons de verde, arroxeadas e amarelas. Sua ampla aceitação na
alimentação não é apenas pelo sabor agradável e refrescante, mas também aos seus benefícios,
rica em sais minerais, vitaminas, apresenta efeito calmante, diurético e relaxante
(MOGHARBEL et al., 2005).
O cultivo da alface hidropônico tem crescido entre as hortaliças. A produção
hidropônica em ambiente protegido torna possível que a alface seja cultivada em qualquer
época do ano. O mesmo tem papel de importante alimento e valor econômico. Para cultivos
sem tecnologia de hidroponia e cobertura, resultam em baixa produtividade no verão devido ao
excesso de chuvas e altas temperaturas (SCHAFER, 2009).
A alface se destaca por ser a mais consumida no Brasil e a terceira hortaliça em volume de
produção (ABSCEM, 2012). É também a planta mais cultivada pela Técnica NFT (Nutrient
Film Technique ou fluxo laminar de solução), devido à fácil adaptação da alface em sistema
hidropônico, no qual tem revelado alto rendimento (OHSE et al. 2001). Possui um curto ciclo
de produção (45-60 dias) e fácil aceitação no mercado (LOPES et al., 2003). Com a tendência
de crescimento, um dos maiores desafios atuais é aumentar a produção de alimentos com menor
impacto ao meio ambiente (RODRIGUES, 2002). Nesse contexto, os cultivos hidropônicos têm
surgido como um caminho para atender uma produção intensiva em menor tempo, com menos
impacto ambiental, poupando água e reduzindo o uso de agrotóxicos. A redução de água
acontece em até 60% a menos que ao modo convencional no solo, isso por ser um sistema
fechado que utiliza a recirculação da água ou solução de nutrientes (EMBRAPA, 2020).
A temperatura do ar é o principal elemento do ambiente condicionante do
desenvolvimento dos vegetais, influenciando tanto na emissão de folhas, quanto na mudança
dos estágios fenológicos, atuando diretamente no crescimento, floração e senescência. Esta taxa
de desenvolvimento pode ser determinada tendo a sua temperatura basal inferior (Tb) ou
temperatura basal superior (TB), que são, respectivamente, as temperaturas abaixo ou acima
das quais a planta não se desenvolve ou ocorre de maneira reduzida. Conforme Pereira,
Angelocci e Sentelhas (2002), o conceito de graus-dia leva em conta apenas o fator térmico,
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sem considerar outros fatores ambientais sobre o crescimento vegetal, que tem como
embasamento a taxa de desenvolvimento de um vegetal, está relacionada à temperatura do ar.
Conceitua-se soma térmica como o acúmulo de graus-dia do ciclo em função da
temperatura do ar. (PILAU et al., 2011). O monitoramento e pesquisa da variação dos elementos
climáticos permite delinear quais são as melhores épocas para o cultivo, constatando dessa
forma, a importância do conhecimento sobre os elementos climáticos bem como suas variações
(PEREIRA et al., 2002).
1.1 OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo identificar a temperatura basal inferior (Tb) e soma
térmica da Alface crespa (Lactuca sativa L.) em cultivo hidropônico durante os estágios
fenológicos de semeadura-transplante (ST) e transplante-colheita (TC).
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
A alface crespa (Lactuca sativa L.) é uma hortaliça folhosa, herbácea, pertencente à
família Asteraceae, de grande aceitação na alimentação humana e fonte de diversas vitaminas
(A1,B1, B2 e C) e sais minerais (Cálcio e Ferro) (MENEZES et al. 2001)
Originária da Europa e da Ásia Ocidental, é uma planta de caule pequeno no qual se
dispõe folhas lisas ou crespas, podendo ou não formar cabeça, retratando vários tons de verde.
A raiz é superficial abrangendo em média 25 cm do solo. (FILGUEIRA 2003).
Dentre as hortaliças folhosas a alface é uma das mais consumidas e cultivadas no país,
bem como no nordeste brasileiro. Por ser muito perecível e pouco resistente ao transporte,
geralmente é cultivada próximo a centros urbanos. Além das doenças, uma das dificuldades do
cultivo da hortaliça em regiões tropicais são as altas temperaturas. Caracteriza-se como uma
espécie de clima temperado, sendo a temperatura o fator ambiental que mais interfere na
formação de folhas de qualidade (WHITAKER & RIDER, 1974). Atualmente, essa folhosa se
destaca por ser a terceira maior hortaliça em volume de produção, conforme a Associação
Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM, 2013). De acordo com a associação,
a alface movimenta anualmente, em média, um montante de R$ 8 bilhões no varejo, com uma
produção de mais de 1,5 milhão de toneladas ao ano, e que o principal segmento em termos de
consumo é o da alface crespa com mais de 50% do total (GUIMARÃES, 2018).
A sua fácil adaptação à condições climáticas, e possibilidade de cultivos sucessivos ao
longo do ano, o menor custo de produção, e rusticidade contra pragas e doenças, segurança na
comercialização, fazem com que esta seja a hortaliça mais cultivada pelos pequenos produtores,
o que lhe confere grande importância econômica e social (CAMARGO FILHO & MAZZEI,
2001).
No sistema hidropônico, a alface é a planta mais cultivada pela Técnica NFT. Isso se
deve à sua fácil adaptação ao sistema, no qual tem revelado alto rendimento, com redução do
ciclo em relação ao cultivo no solo (45 - 60 dias), melhor aspecto visual, maior durabilidade e
facilidade de limpeza do sistema (OHSE et al., 2001 e LOPES et al., 2003).
Assim, a necessidade de se analisar a temperatura para o cultivo da alface hidropônica
no Laboratório de Hidroponia (LabHidro) tornou-se primordial já que o mesmo tem projeto de
comercialização das mudas produzidas nas estufas para estudo. Com base na instalação de
estações de medições de temperatura do ar e outras variáveis que podem impactar o
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desenvolvimento da Alface foi possível calcular a temperatura basal inferior (Tb) e a soma
térmica.
Sendo assim, pela dinâmica de desenvolvimento das mudas hidropônicas da alface,
que começa com a fase e semeadura que passa pela maternidade e berçário, e após isso é feito
o transplante final fase que vai até a colheita.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
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Os sensores foram instalados na bancada 14, a uma altura de 1,5 metros, realizando a
aquisição dos dados em um intervalo de tempo de 10 minutos. Os dados coletados foram
enviados em tempo real, via comunicação wi-fi, para uma planilha no Google Drive.
Na Figura 2, pode-se observar a variação de temperatura no período estudado. Nas
séries mais ao fim do período, é observado uma maior temperatura média, que nas séries
iniciais.
O sensor de temperatura do ar, modelo HDC1080, possui precisão de ± 0,2°C (típico).
O microcontrolador utilizado pela estação é do modelo ESP-32 com capacidade de
comunicação sem fio com a rede de internet disponível nas estufas.
N tot 205,4
N-NO3 188,9
N-NH4 16,6
P 48,0
K 252,6
Ca 139,5
Mg 42,8
S 48,1
Cl -
B 0,617
Cu 0,614
Fe 2,70
Mn 0,614
Mo 0,138
Zn 0,240
Ni 0,122
Fonte: Autoria Própria (2022).
O porte médio da alface na colheita foi de 230 a 250 gramas, com a altura de 20 a 25
cm (Figura 4), e raiz média de 20 a 25 cm. Os dados de temperatura do ar foram usados para
determinar a temperatura basal inferior (Tb) e a soma térmica da alface nos subperíodos
semeadura-transplante e transplante-colheita.
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Para determinar a temperatura basal inferior foram utilizados três métodos: menor
desvio padrão em dias (DPdia), desenvolvimento relativo (DR) e a equação de regressão linear
(CR).
Arnold (1959) sugeriu a determinação da temperatura basal, utilizando o método de
menor valor de desvio padrão em dias, representado por (DPdia), desenvolvimento relativo
(DR) e coeficiente de regressão (CR).
A equação 01, demonstra o método para obtenção do (DPdia):
𝐷𝑃𝑔𝑑𝑑
𝐷𝑃𝑑𝑖𝑎 = 𝑋𝑡 − 𝑇𝑏 (01)
100
𝐷𝑅 = (02)
𝑁
4 RESULTADOS
A tabela 3 apresenta para cada uma das quatro safras da alface, a duração da fase
semeadura-transplante (ST) e transplante-colheita (TC), com respectivas temperaturas médias
do ar durante as referidas fases fenológicas.
1 21 22,99 27 25,59
2 20 25,26 23 25,49
3 19 24,31 22 26,28
4 16 28,53 21 28,72
Fonte: Própria autoria (2022).
Pode-se observar que a duração dos ciclos obteve duração inversamente proporcional
à temperatura do ar, mostrando assim que há uma relação entre o desenvolvimento da alface e
temperatura do ar. Pode-se notar que no estágio ST quando atinge-se maior temperatura média,
de 28,53ºC o período foi de 16 dias, ou seja o menor período com a média de maior temperatura
das safras. Para o estágio TC também houve esse comportamento observado na safra 4. A
temperatura foi a maior das safras estudadas (28,72ºC) com a duração de 21 dias (menor
período).
A Figura 5 apresenta a Tb obtida pelo Método do desvio padrão (DPdias), Coeficiente
de regressão (CR) e Método do desenvolvimento relativo (DR), para as fases de ST e TC.
Assim, com os resultados obtidos pelos referidos métodos é que são encontrados a Tb de 4,1°C
para a fase ST e 6,1°C para a fase TC.
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Figura 5 – Temperatura basal inferior (Tb) média e obtida pelos métodos DPdias, CR e DR
para a cultura da alface hidropônico nas fases de ST e TP.
Os valores de temperatura basal inferior para a alface crespa foram obtidos através das
médias de temperaturas das 4 safras estudadas para os três métodos apresentados. Assim os
resultados dos três métodos mostram valores próximos, sendo que no período ST a diferença
foi de 1,2 ºC e para o período TC foi de 6,2ºC. Essa diferença maior no período TC foi devido
a que algumas safras não foram colhidas no tempo certo com base na referência de crescimento
adotada, já mencionada em materiais e métodos. Os valores calculados para Tb, no entanto
mostram que a alface hidropônica pode se desenvolver em várias regiões do Brasil, pois possui
grande amplitude térmica, sendo Tb a temperatura mínima para que suas funções vitais de
crescimento não sejam afetadas, dessa forma podendo se desenvolver.
A alface é considerada uma planta de inverno, pois é resistente a temperaturas baixas
e até geadas leves. É indicado como temperatura máxima para seu cultivo a temperatura de
30ºC. No caso do presente estudo, considerando o verão da cidade de Florianópolis (SC), notou-
se que a alface desenvolveu-se dentro do limite considerado saudável.
Para os métodos DPdias e CR no estágio TC das safras houve uma diferença de apenas
1ºC, isso impacta que a Tb média seria um pouco maior, pois analisando as temperaturas médias
nos períodos das quatro safras não houve quedas e nem altas súbitas de temperatura nesse
período analisado.
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Tabela 4 – Soma Térmica em Graus Dias Acumulado (GDA) para etapa das safras do ciclo do
alface no sistema hidropônico.
Safra Graus-dias acumulado
Soma Soma
Térmica_ST [GDA] Térmica_TC [GDA]
1 396,68 526,11
2 423,24 446,06
3 383,93 444,02
4 390,84 474,97
Soma Térmica 398,67 472,79
Fonte:Autoria própria (2022).
5 CONCLUSÃO
A temperatura basal inferior média da alface é de 4,1ºC para o período entre semeadura
e transplante final e de 6,1ºC entre transplante final e colheita. A soma térmica apresentou uma
média de 398 GDA para o ciclo de semeadura e o transplante final e de 472 GDA para o ciclo
de transplante final até a colheita.
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REFERÊNCIAS
ÁLVARES, C.A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische
Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.
BARREIROS, I. T., OLIVEIRA, V. F. A. D., MINUZZI, R. B., ROVER, S., SUZUKI, V. M.,
& BARCELOS-OLIVEIRA. J. L. (2021). Temperatura Basal Inferior e Soma Térmica da
Rúcula em Sistemas de Produção Convencional e Hidropônico. Revista Brasileira de
Meteorologia, 36, 107-113. 2021.
EPSTEIN, E.; BLOOM, A. J. Nutrição mineral de plantas, princípios e perspectivas. 2ª. Ed.
Londrina, Editora Planta. 403p, 2006.
FURLANI, P.R. Cultivo de alface pela técnica de hidroponia – NFT. Campinas: Instituto
Agronômico, 18p. (Documentos IAC, 55), 1995.
FURLANI, P.R. Instruções para o cultivo de hortaliças de folhas pela técnica de hidroponia –
NFT. Campinas: Instituto Agronômico, 30p. (Documentos IAC, 168). 1998.
WHITAKER, T.W.; RYDER, E.J.; RUBATSKY, V.E.; VAIL, P.V.: Lettuce production in
the United States Agriculture Handbook, US Department of Agriculture (221): 43. 1974.