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Eugênia Álvaro Moreyra - Sua biografia:

Oi boa noite a todos, meu nome é sofia, e junto com a nayana e a renata, nós fizemos
essa pesquisa sobre a Eugênia Álvaro Moreyra

 Dados pessoais

Nasceu em 6 de março de 1898


Mineira de Juiz de Fora
Seu nome de batismo era Eugênia Armond Gomes Brandão

 Origem – família

Vêm de uma família bastante tradicional de Minas Gerais, neta de um Barão, o Barão de
Pintagui e filha de um doutor, ela teve uma infância bastante confortável em Minas.
Com a morte de seu pai, quando tinha apenas 10 anos, começou a passar mais
dificuldades, e sua mãe não conseguiu requerer a herança por problemas burocráticos
(por lei deveria ficar com filhos homens).
Então, por volta de 1910, Eugênia e sua mãe, Maria Antonieta, mudam-se para o Rio de
Janeiro. Eugênia, aos 15 anos, consegue um emprego como vendedora da loja “Magazin
Parc Royal”, loja de departamento bastante grande na época. Mas logo passa a trabalhar
na livraria Freitas Bastos, no Largo Carioca.
Essa experiência que teria aproximado ela da literatura e do teatro.
Nessa mesma livraria em que ocasionalmente conheceu seu futuro marido, Álvaro
Moreyra, por volta de 1914.

 Formação

Não existem registros sobre sua trajetória escolar, então afirma-se que Eugênia foi
autodidata, como dito anteriormente. Trecho do livro “Metrópole à Beira Mar”, sobre a
educação de Eugênia: “(...) fora trabalhar numa livraria, cujos livros – inclusive
franceses, que levava para ler em casa à noite, com a ajuda de dicionários, e depois
devolvia – a ajudara, a completar a única educação que recebera: a de sua mãe”. O que
era algo comum da época, as meninas serem educadas em casa, os colégios públicos não
eram muitos e os particulares eram predominantemente masculinos.

 Um comentário mais pessoal que eu faria sobre a Eugênia como pessoa, é que me
parece que ela tinha uma predisposição natural, algo intrínseco a ela, pra ser uma
grande mulher, uma mulher de fato revolucionária. E esse ponto é confirmado em
muitos momentos da vida dela. Tanto no ser autodidata, de ser uma mulher bem
instruída, como em querer ser jornalista, em toda luta política dela, no visual que ela
carregava. Muitas das fontes que eu li mostravam ela como uma pessoa de
personalidade anticonvencional e transgressora, e tendo essa personalidade desde
muito jovem.

 Sobre sua carreira como Jornalista:

Eugênia começou sua carreira escrevendo uma reportagem pra primeira página do
jornal Última Hora. Nessa época, as mulheres que trabalhavam na imprensa
costumavam escrever poesias, crônicas ou até caricaturas, tinham isso como um hobby,
mas as reportagens “sérias” eram exclusivamente masculinas. Inclusive, a primeira
dama da época, esposa do marechal Hermes da Fonseca, Nair de Teffá, escrevia poesias
e crônicas. Então, a Eugênia é considerada por muitas fontes a primeira mulher repórter.
Mas tarde, depois do fechamento do Última Hora, consegue um emprego no jornal A
Rua, quando tinha apenas 16 anos, como de fato repórter de rua, atividade que não era
muito comum nem para os homens, tão incomum que não se tinha um termo pra
designar uma mulher repórter, e assim surgiu o termo “reportisa”. Então, pelo fato de
ser mulher, ser extremamente jovem e estar desempenhando uma tarefa exótica, isso
chamou bastante atenção na época. E isso foi algo que agradou bastante o diretor do
jornal (Viriato Corrêa), por ser um jornal de oposição ao governo, e estar lutando pra
sobreviver, essa atenção voltada pra ele foi bastante benéfica.
No jornal A Rua ela fez uma reportagem, considerada o maior trabalho de sua carreira,
sobre um caso de assassinato que tinha acontecido há pouco no Rio de Janeiro,
conhecido como "A tragédia da rua Dr. Januzzi, 13". A ideia de Eugênia foi entrar em
um convento, o Asilo Bom Pastor, em busca da irmã da mulher assassinada nesse crime.
A noticia de Eugênia entrar em um convento por si só já fez bastante alarde na
imprensa, muitos acharam que era por depressão, por alguma relação malsucedida,
então quando Eugênia deixou o convento foi uma grande surpresa;
Infelizmente, a mulher pela qual Eugênia foi em busca já tinha deixado o asilo, mas
Eugênia permaneceu durante uma noite no asilo (logo foi descoberta com a câmera e
um rolo de filme, além de fazer muitas perguntas para as internas) na tentativa de
alguma outra informação, ou algum outro tema para as reportagens, então ela teve a
ideia de relatar o cotidiano no asilo, bastante enclausurado e restritivo. Essa reportagem
então é publicada no jornal em capítulos, durante 5 dias seguidos e dá a Eugênia
bastante visibilidade dentro da profissão, bastante reconhecimento e legitimação.
Trabalhando ainda em A Notícia e em O País - deixou a carreira jornalística de lado
para se dedicar à nova família (o casal teve 6 filhos) e ela também sofreu com uma
cultura bastante machista da época, recebendo várias criticas de homens que
provavelmente a invejavam.

 Relacionamentos

Por volta dos 20 anos, ela se casou com o Alvaro Moreyra, de quem ela decidiu adotar o
nome, ele além de escritor, também era jornalista assim como ela. É importante essa
relação, porque como os dois estavam inseridos no meio artístico, político e modernista
da época, eles acabam recendo em casa e reunindo muitas personalidades da época,
intelectuais, militantes, artistas, e a Eugênia então, passa a ser uma das musas do
movimento modernista carioca.”
Para o romancista Jorge Amado: “essa casa, na rua Xavier da Silveira, número 99, era
uma espécie de estuário onde desembocavam as inquietações culturais da época,
sobretudo na literatura [...] se falava muito em política, o que era próprio da época. Para
se ter uma ideia, basta lembrar que grande parte dos projetos de lançamento da Aliança
Nacional Libertadora foram esboçados lá”.
“(...) Xavier da Silveira, 99, se tornaria um endereço fundamental da vida cultural
brasileira. Nele, pelo decorrer daquela década e da seguinte, seriam decididos muitos
dos novos rumos da imprensa, do teatro, da literatura e ate da política do país”.

Referências:
Eugênia Brandão. Famosos que partiram, 2013. Disponível em:
<http://www.famososquepartiram.com/2013/03/eugenia-brandao.html>. Acesso em: 4
de abril de 2021.
Uma Mulher Revolucionária. Carlos Homero, 2021. Disponível em:
<https://Www.carlosromero.com.br/2021/01/eugenia-alvaro-moreyra.html>. Acesso
em: 4 de abril de 2021.
Eugênia Brandão (Moreyra): a primeira repórter do Brasil. Memorial do Jornalismo,
2017. Disponível em: <https://jornalismobrasil.wordpress.com/2017/04/05/a-primeira-
reporter-do-brasil-uma-mulher-alem-do-tempo/>. Acesso em: 7 de abril de 2021.
A Sapiência de Eugênia Brandão. Vix, 2005. Disponível em:
<https://www.vix.com/pt/bdm/estilo/a-sapiencia-de-eugenia-brandao>. Acesso em: 8 de
abril de 2021.

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