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EQUIPAMENTOS DE

ESTERILIZAÇÃO, DIÁLISE E
CENTRO CIRÚRGICO
UNIDADE III
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO
CENTRO CIRÚRGICO
Elaboração
Jonas Magno dos Santos Cesário

Victor Hugo de Paula Flauzino

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE III
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO CENTRO CIRÚRGICO........................................................................................5

CAPÍTULO 1
CARRINHOS DE ANESTESIA........................................................................................................................................... 5

CAPÍTULO 2
ELETROCAUTÉRIO E ELETROCIRURGIA................................................................................................................. 17

CAPÍTULO 3
BOMBAS DE INFUSÃO................................................................................................................................................... 26

REFERÊNCIAS.........................................................................................................................................32
EQUIPAMENTOS
UTILIZADOS NO UNIDADE III
CENTRO CIRÚRGICO

Capítulo 1
CARRINHOS DE ANESTESIA

Atualmente, o equipamento de anestesia recebe o nome de estação de trabalho para


anestesia. Esse aparelho possui vários dispositivos integrados para administrar gases
durante o processo de anestesia inalatória. Os principais componentes de condução
de gases são: ventiladores, vaporizador, monitores, sistema de condução de gases
e de antipoluição. Esses dispositivos utilizados de forma simultânea permitem a
monitorização do fluxo de gases expirados e inspirados, com pressões, capacidades,
volumes respiratórios, corrente, amperagem e voltagem de alimentação elétrica (ARAI,
AZEVEDO, 2011).

Os diversos componentes do equipamento de anestesia possuem estruturas de


funcionamento eletrônica, mecânica, pneumáticas e componentes microprocessados.
Todos esses dispositivos foram criados para melhorar a segurança do paciente
anestesiado. Nos dias atuais, as estações de trabalho são desenvolvidas com software
de verificação de compensação e autoajuste.

A utilização da tecnologia nos aparelhos de anestesia, nem sempre foram disponíveis


para todos os carrinhos de anestesia no mercado de saúde. É extremamente essencial
o conhecimento do funcionamento do dispositivo de anestesia para a utilização
segura do equipamento. O equipamento de anestesia possui o seguinte conceito,
“equipamento voltado à administração de gases anestésicos para o paciente, constituído
de três componentes básicos como, a secção de fluxo contínuo, respirador e sistema
respiratório”.

O sistema respiratório é o conjunto de dispositivo com a finalidade de direcionar os


vapores ou gases anestésicos de forma controlada, por meio de componentes que estão
conectados com a via aérea do paciente anestesiado. O respirador ou ventilador possui
a finalidade de complementar a ventilação pulmonar (FONSECA, 2011)

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Nos hospitais brasileiros, são encontrados aparelhos com diferentes idades, procedências
e estágios tecnológicos. Os profissionais da engenharia biomédica necessitam do
conhecimento sobre o princípio geral de funcionamento, bem como a forma de
assistência técnica utilizada em cada dispositivo. A assistência técnica utilizada deve
cumprir as determinações e os critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), que estabelece definições e termos de segurança para cada dispositivo que
será exposto (ARAI; AZEVEDO, 2011).

1.1. Seção de fluxo contínuo


O equipamento de anestesia, conforme mostra a figura a seguir, possui diferentes
componente que estão inseridos na seção contínua, que serão explicados mais adiante.

Figura 14. Diagrama de um aparelho de anestesia.

CIRCUITO DE BAIXA PRESSÂO


Rede de N2O Vaporizadores
Fluxômentros calibrados
Válvula Indicador de

unidirecional pressão de
Indicador de
rede
pressão de
cilindro Valvula de
segurança
Válvula de controle de

Cilindro Regulador de Válvula de retrogrado (unidirecional)


pressão controle
reserva de
N2O de fluxo

2°Válvula
reguladora
de pressão
Cilindro
reserva de
O2 Flusch de Oxigênio

Saída comum
Rede de O2
de gases
Rede de O2

Fonte: Fonseca, 2011.

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1.1.1. Abastecimento de gases

O abastecimento de gases do equipamento de anestesia é realizado por cilindros ou


central de gases, com extensões conectadas e rosqueadas com diameter indexed safety
system (DISS) Ou non-inter changeable screw-threaded (NIST). Ambos os dispositivos
precisam obedecer de forma rigorosa as normas da ABNT para não permitir que os
conectores sejam trocados e fornecer os gases corretos. Geralmente, o fornecimento
de gases nos hospitais ocorre por meio de uma rede de gases com pressão nominal de
trabalho, que devem ser reguláveis com a pressão de 3,5 e 4,5 kgf.cm-2 (FONSECA, 2011).

Quando ocorrer falha no fornecimento de gases pela rede principal, o sistema poderá
utilizar cilindros acessórios como uma linha de segurança. Esse cilindro é alocado
geralmente na parte de trás do aparelho de anestesia e acoplado por pinos de segurança,
conforme está descrito na NBR 12510, ISO 2407. Para prevenir erros durante a instalação
do cilindro de gás, o encaixe é codificado, por meio do posicionamento de pinos com
furos de segurança (ARAI; AZEVEDO, 2011).

O sistema de distribuição de gás anestésico precisa de um conjunto de alarmes para


indicar falha no fornecimento de oxigênio. Conforme a NBR 60601:2004, o objetivo dos
alarmes são mostrar e alertar o operador sobre falhas do fornecimento de oxigênio
derivado de cilindros ou rede de gases.

A interligação que ocorre entre o equipamento e a rede de gases é feita por meio
de chicote de baixa pressão, que é formado por mangueiras flexíveis acopladas em
conectores de saída e entrada específicas para um determinado tipo de gás. Esses
dispositivos foram criados para conduzir gases com pressões menores de 1400 kpa,
com cor e símbolo específico, conforme mostra o quadro a seguir. Os conectores de
saída e entrada de gases são confeccionados com roscas diferentes conforme está
citado nas NBRs 11906:1992, 10337:1988 e 12188, conforme mostra no quadro 1 e na
figura 5 (FONSECA, 2011).

Quadro 2. Descrição dos gases conforme NBR 11906.

Gás Cor Símbolo


Oxigênio Verde O2
Ar comprimido Cinza claro/amarelo Ar
Nitrogênio Cinza claro N2
Dióxido de Carbono Alumínio CO2
Óxido nitroso Azul marinho N 2O

Fonte: elaborado pelos autores.

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Figura 15. Representação de conectores de engate rápido.

Anel "O"

Óxido nitroso

A1
B1

A1<A2

B1>B2

Oxigênio

A2
B2

Fonte: Fonseca, 2011.

1.1.2. As canalizações do aparelho

As canalizações do aparelho são formadas por conexões, tubos e válvulas de controle


de fluxo. A tubulação dos gases precisa ser identificada com a cor, símbolo e nome de
cada gás, conforme foi mostrado no quadro anterior. Quando os gases adentram o
dispositivo de anestesia, passa por um conjunto de canalização que controlará o fluxo
e o tipo de gás que será fornecido para o paciente (FONSECA, 2011).

Esse conjunto de dispositivos apresenta válvulas reguladoras de pressão, que possuem a


finalidade de manter a pressão nominal de trabalho estável. A utilização dos reguladores
de pressão é muito utilizada, pois a pressão da rede é muito alta e pode provocar
acidentes graves com o operador e paciente. Caso a pressão não reduza, o ajuste e
o controle fino de fluxo seriam realizados pelos fluxômetros, o que comprometeria
o controle fidedigno do e acurado do fluxo de gases e perca da pressão nominal de
trabalho (ARAI; AZEVEDO, 2011).

Os equipamentos modernos de anestesia apresentam reguladores primários de


pressão específico para cada tipo de gás, mas a sua principal finalidade é reduzir as

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altas pressão da rede e dos cilindros. Os reguladores secundários são usados de forma
intermitente com a finalidade de planificar o fornecimento de gases, especialmente na
saída auxiliar do equipamento de anestesia para controlar uma grande demanda de
gases intermitentes, além de evitar as flutuações paralelas que podem ocorrer com os
fluxômetros. Essa forma de controle pode ser realizada de forma manual ou pré-ajustada
conforme o fabricante. O controle é pneumático com limitador que pode ser ajustável
entre as câmaras de baixa e alta pressão (FONSECA, 2011).

1.1.3. Sistemas de controle de fluxo

A estação de trabalho de anestesia necessita de um sistema de controle de fluxo para


cada tipo de gás. A válvula de controle de fluxo é componente extremamente importante
no aparelho de anestesia para dividir o sistema em duas partes de baixa e alta pressão.
Esse sistema realiza o controle de fluxo de gás no circuito. Os gases dos cilindros ou
das linhas de fornecimento, após passarem pelo processo de regulação e tiverem
com uma pressão segura, passam pelos fluxômetros para controlar o fluxo de gás nos
equipamentos de anestesia, que possuem um conjunto de diversos fluxômetros para
vários gases (FONSECA, 2011).

Figura 16. Representação da válvula reguladora de pressão.

Parafuso de ajuste

Diafragma Mola

Regulador de

baixa pressão

Câmara de
baixa pressão
Válvula

de engate
Válvula

de engate

Fonte: Fonseca, 2011.

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Os fluxômetros são formados por uma válvula de selamento e outra em agulha, com
um tubo graduado e calibrado por um rotâmetro. Segundo a NBR 60601:2004, todos os
sistemas de controle de fluxo e fluxômetros devem ser independentes, únicos, graduados
em litros por minuto e possuir exatidão com um erro de até 10% do valor mostrado. O
controle de fluxo com estilo rotatório do oxigênio precisa apresentar forma diferente
dos demais gases conforme a figura a seguir.

Os botões que ajustam o fluxo de diferentes gases devem ser redondos e possuir
ranhuras na superfície e não podem exceder 1 mm de profundidade. A norma supracitada
determina que a rotação do botão deve ser no sentido anti-horário para aumentar o
fluxo e estar claramente identificado com nome e cor do gás (ARAI; AZEVEDO, 2011).

1.2. Fluxômetros
No momento em que o gás adentra o tubo sinalizado, o flutuador possui variação
de movimento para indicar o volume, conforme o fluxo de gás. Os fluxômetros que
apresenta pressões diferenciais de forma contínua possui uma área variável, de acordo
com o tamanho das aberturas para controlar a velocidade do fluxo e manter o diferencial
da pressão, esse processo de controle é realizado por meio de um flutuador que está
inserido no interior do fluxômetro, o qual se move conforme alteração de velocidade
do fluxo. Para selecionar a velocidade de fluxo, o flutuador permanecerá parado em
uma medida, desde que as forças da gravidade, pressão, flutuação e densidade seja
balanceada (FONSECA, 2011).

No momento em que o gás é inserido dentro da base, o flutuador se deslocará devido


a força do gás, e esse processo permite que o fluxo contínuo dos gases crie uma
área anular entre a parede do fluxômetro e o flutuador. Os fluxos em alta intensidade
precisam de espaços anulares maiores, ao contrário dos pequenos fluxos que precisam
de áreas menores. Por meio desse processo, podemos avaliar a passagem do gás pelo
fluxômetro; mas, para isso acontecer, é necessário que o flutuador esteja na posição
vertical para que ele possa se deslocar para aferir o fluxo correto.

Alguns aparelhos usam informação de fluxo, por meio do princípio fluídico, no qual
os gases criam oscilações, em que a frequência deve ser proporcional ao fluxo. A
oscilação criada pode ser captada pela rotação de uma ventoinha que trabalha de
forma proporcional ao fluxo de gases. Esse processo ocorre após a passagem de um
fluxo laminar de gases ao longo de um tubo com o corpo liso para um desviador, que
causa uma pequena resistência para criar e captar a taxa de fluxo. Durante a prática

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da anestesia, os redemoinhos de gases são captados pelas interrupções do sensor


ultrassônico. Os fluxômetros dos equipamentos de anestesia são compactados em um
bloco, na qual o fluxo de oxigênio é o último gás a ser fornecido, com a finalidade de
prevenir que ocorra a mistura hipóxica no caso em que há interrupção no fluxo anterior.
Os blocos são montados próximos para formar uma única tubulação (ARAI; AZEVEDO,
2011).

Figura 17. Tubo de um fluxômetro e botão de controle de fluxo de oxigênio.

Botão de controle de fluxo de oxigênio


0,35 D
Tubo de um fluxômetro

10 litros

8 litros

45°
6 litros

4 litros
3 litros
2 litros

1500

1000
D
800
600
1,20 D
400
200

Fonte: adaptado de Fonseca, 2011.

1.2.1. Oxigênio direto

O equipamento de anestesia precisa de uma válvula de fluxo independente, que, em


caso de pane no equipamento, seja operada de forma manual para fornecer oxigênio
direto para o paciente. Essa válvula deve ser fechada de forma automática, quando for
desativada, além de ser identificada segundo as normas da NBR 60601:2004 em fluxo
direto de oxigênio, O2+ e oxigênio direto. Este componente deve estar situado entre
a saída comum e válvula unidirecional de gases, no final do sistema pneumático no
equipamento de anestesia. Esse dispositivo possui objetivo de fornecer oxigênio puro
em alto fluxo para preencher o sistema respiratório de forma rápida, em uma taxa de
60 a 100l/min.

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A utilização inapropriada desse componente pode ocasionar um barotrauma, como


exemplo, utilizar o dispositivo na fase inspiratória, quando a válvula de liberação de gases
está desativada. Esse momento é crítico, pois durante o ciclo inspiratório é acrescentado
o fluxo de pelo menos 1l.seg -1. Quando ocorrer o flush da válvula, o ventilador é ativado
com alto volume e pode ocasionar lesão nos pulmões. A utilização em excesso deste
componente pode comprometer a concentração do agente anestésico nos pulmões,
pois o oxigênio que será ofertado ele estará puro (FONSECA, 2011).

1.2.2. Sistema de segurança

A criação dos aparelhos de anestesia deve obedecer aos critérios de segurança que
foram estabelecidos pelas Normas Técnicas Brasileiras (NBR), as quais padronizam e
previnem eventos adverso durante o processo anestésico. Os alarmes são inseridos nos
aparelhos de anestesia. Conforme é definido pela NBR, cada alarme é utilizado para
avisar erros ou alguma prioridade (ARAI; AZEVEDO, 2011).

As prioridades são definidas remota, média e alta, conforme o risco apresentado


pelo indivíduo. Alguns estudos recentes preocuparam em melhorar o desempenho
dos alarmes para fornecer segurança para o paciente e operador no momento da
anestesia. Foi desenvolvido 6 tipos de alarmes com capacidades e sons diferente para
o reconhecimento humano aos sons gerados por alarmes.

O projeto da ABNT 26:002.02-013/2 especifica que o instrumento sonoro do sistema de


alarme possui características do trem de pulso e temporal, que limita em 120 segundos o
tempo de acionamento do alarme; após esse período, permite que a função de desligar
o alarme seja habilitada. Essa norma trouxe mudanças de comportamento, pois os
alarmes trazem grande benefícios e segurança para o paciente e operador, maior que
a confusão ou irritabilidade que ele possa ocasionar (FONSECA, 2011).

O equipamento de anestesia precisa de um sistema que possa interromper o fluxo de


todos os outros gases, quando o nível de oxigênio estiver baixo. O fluxo contínuo de
outros gases pode apresentar redução proporcional a diminuição do nível de oxigênio.
O sistema de proporção utiliza a interface entre o óxido nitroso e oxigênio, para prevenir
a hipoxia, enquanto ocorre a mistura dos gases. Segundo a NBR 60601:2004, os sistemas
de distribuição de gases anestésicos são fornecidos para que não ocorra uma mistura
gasosa com nível de oxigênio inferior ao ar ambiente.

1.2.3. Vaporizadores

Os vaporizados são utilizados para realizar a mudança do estado líquido para vapor
dos anestésicos inalatórios, e quantificar o fluxo de gazes fornecido para o paciente

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durante o procedimento anestésico. Os vaporizadores possuem vários tipos, como:


borbulha, universal, calibrado semieletrônico, calibrado pneumático, calibrado universal
com fluxômetro e calibrado eletrônico. Os dois primeiros modelos são usados em todo
território nacional, pois ambos são baratos e podem ser utilizados com diversos tipos
de anestésicos disponíveis.

Os vaporizados calibrados como o Dräger Vapor 19n ou 20n, Tec-4 eTec-5, são
categorizados como pneumáticos de Bypass variável, no Brasil, pois permite o operador
estabelecer o nível de concentração de anestésicos. Esse dispositivo usa o método
de desvio variável e arrastamento para regular a concentração. O fluxo total que é
controlado pelos fluxômetros do equipamento de anestesia passa pelo vaporizador,
que divide em duas partes, uma se dirige para a saída do vaporizador, e outra atravessa
a câmara de vaporização. O gás carreador que vai sair da câmara de vaporização, está
saturado com vapor e passa por um processo de diluição variável do fluxo de gás,
que será desviado antes de sair do vaporizados. A denominação de bypass, ocorre na
proporção que esse gás sofre o desvio e altera de forma manual a manipulação do dial
como mostra a figura a seguir. Alguns fatores podem afetar o funcionamento desse
tipo de vaporizador, como a pressão barométrica, temperatura extrema, direção do
gás, efeito bombeamento, níveis do agente anestésico e composição do gás alveolar.

Os vaporizadores pneumáticos sofisticados apresentam um sistema moderno de


compensação de temperatura, que auxilia no aumento do fluxo de gás no interior da
câmara de vaporização em temperatura baixa para manter o nível de concentra que foi
pré-estabelecido. Algumas propriedades dos agentes anestésicos inalatórios, como a
temperatura e a curva de pressão de vapor, podem interferir na ação dos anestésicos
voláteis, por isso as empresas desenvolvem vaporizadores específicos para cada agente
anestésico.

Quando ocorre o efeito de bombeamento, é por causa de uma resistência aplicada


na saído do equipamento de anestesia, que pode ser igual, ao momento em que uma
ventilação impulsiona gases fresco em ventiladores ciclados a volume. Nesse processo,
ocorre a elevação da pressão dos gases anestésico, que são enviadas para a parte de trás
da câmara do vaporizador, com a finalidade de manter o ambiente interno comprimido
(ARAI; AZEVEDO, 2011).

No momento em que a pressão transmitida é liberada, o gás que está saturado pelo
vapor anestésico é expandido para criar um sistema de vaporização de saída e entrada,
que aumenta a pressão final do vapor. Alguns vaporizadores pneumáticos modernos
possuem dispositivos de segurança compostas por válvulas unidirecionais, que oferecem
segurança e previnem os fenômenos de contrapressão dentro da câmara de vaporização.

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Figura 18. Esquema simplificado do vaporizador by-pass.

Saída
Entrada

Frio Quente

Mecha Válvula compensadora Dial de

Sistema de de temperatura controle de

alongamento Válvula
concentração
unidirecional
Líquido
anestésico de saída

Fonte: Fonseca, 2011


de gases
O nível de líquido no interior do vaporizador calibrado pneumático pode atrapalhar o
desempenho, pois quando está muito baixo, ocorre a diminuição da área de exposição e
pode afetar a concentração de vapor. Em contrapartida, o excesso de agente anestésico
pode derramar o líquido para o interior da câmara bypass e danificar o equipamento.

O vaporizador calibrado pneumático está em processo de substituição há 10 anos


pelos vaporizadores de injeção de vapor, esse sistema eletrônico realiza a estabilização
e aquecimento da temperatura interna, além de controlar o sistema de compensação
de injeção de vapor. Esses dispositivos foram criados em 1992, por meio do aparelho
Tec-6 que realizava o controle de vaporização do agente anestésico desflurano. Este
vaporizador foi desenvolvido com um microprocessado de aquecimento elétrico com
sistema termostático para controlar a saída de vapor anestésico. O Tec-6 possui um
reservatório com aquecimento elétrico em aproximadamente de 39 °C para criar a curva
de pressão do vapor.

O desflurano passa pelo aquecimento que está acima do ponto de ebulição e o


vapor é liberado conforme a concentração pré-estabelecida pelo operador. Quando
o gás atinge o vaporizador, este passa por um limitador de fluxo para criar a pressão
retrograda que depende da composição e a quantidade de gás. A pressão criada pelo
transdutor diferencial de pressão é medida pelo controle eletrônico do vaporizador.

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Essa pressão na unidade de processamento central do vaporizador é responsável


por regular a válvula interna do vaporizador, para que a pressão do vaporizador seja
igual a pressão de trabalho (ARAI, AZEVEDO, 2011).

O segundo limitador é configurado pelo dial de controle de concentração para


controlar a quantidade de anestésico fornecido. O vaporizador calibrado eletrônico
foi desenvolvido recentemente e constituído por componente externo e interno. O
componente interno possui a finalidade de avaliar o nível de concentração de vapor que
será entregue no circuito respiratório, por meio de um microprocessado que quantifica
a temperatura, o fluxo e a pressão no interior do vaporizador.

A válvula eletromecânica de proporção de fluxo possibilita que o gás fresco ultrapasse


para o interior do depósito, com a finalidade de levar o vapor para o paciente com a
quantidade que foi pré-estabelecida por um display pelo operador. O componente
externo serve de depósito de armazenamento de agente anestésico volátil, e o dispositivo
possui um tampão e uma entrada para alimentar o vaporizador com anestésicos
inalatórios. Cada depósito deve ser específico para cada agente inalatório diferente,
além de estar identificado com o nome, cor e símbolo do anestésico.

1.2.4. Sistema respiratório do carrinho de anestesia

O sistema circular da estação de trabalho é utilizado em conjunto com o sistema


respiratório dos aparelhos de anestesia. Esses dispositivos se tornaram popular pelo
funcionamento eficaz e ser fácil de manusear, além de apresentar vantagens como
a baixa poluição do ambiente, economia de anestésicos, umidificação, estabilidade
e aquecimento da concentração dos níveis dos agentes anestésicos. Os sistemas
respiratórios dos carrinhos de anestesia são criados conforme as normas técnicas da
NBR 10012, que insere nos sistemas o absorvedor de CO2, avalvulares ou válvulares.
Alguns pesquisadores classificaram o funcionamento do sistema respiratório do carrinho
de anestesia, conforme a quantidade de gases fornecidos durante anestesia, os sistemas
foram denominados de fechado, semi-aberto ou semi-fechado (FONSECA, 2011).

No sistema respiratório do carrinho de anestesia considerado fechado, o gás fresco que


adentra o sistema deve possuir a mesma quantidade que será consumida pelo paciente.
Para que esse processo funcione, é necessário que o absorvedor de CO2 (cal sodada)
seja utilizado para evitar a hipercabia (é a elevação da pressão do CO2 (dióxido de
Carbono) no sangue circulante). O sistema circular da estação de trabalho é composto
dos seguintes dispositivos: válvula unidirecional, entrada de gás, bolsa reservatória
de gás, conector em Y, inspiratória e expiratória, válvula de escape de gás (“pop-off”),
canister (filtro) com absorvedor de CO2, ramo inspiratório e expiratório.

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Figura 19. Componentes do sistema circular.

Válvula inspiratória Entrada de gases

Canister de
absorvedor
de CO2

Peça Y

Ventilador

Válvula
Seletor de
expiratória Válvula
balão ou
limitadora
pressão Balãoventilador
reservatório

Fonte: Fonseca, 2011.

O sistema circulatório possui uma variedade de configurações, mas o arranjo mais


eficiente é aquele capaz de conservar gás fresco em grande quantidade. Esse processo é
possível quando as válvulas unidirecionais ficam fechadas para o paciente; esse sistema
diminui o espaço morto e melhora a ventilação alveolar (FONSECA, 2011).

A desvantagem do sistema circular está no grande número de dispositivo que compõem


todo o circuito respiratório. No total, são 10 locais que podem apresentar falhas, como
exemplo desconexões durante anestesia. A avaliação de integridade do sistema de
anestesia é uma etapa crítica no momento pré, intra e pós-operatório, e os testes
realizados servem para certificar que não há vazamento no sistema. As válvulas devem
trabalhar em perfeita harmonia para o funcionamento do componente pneumático
nos aparelhos de anestesia. As membranas em disco são utilizadas em conjunto com
as válvulas pois apresentam boa vedação e baixa resistência (ARAI; AZEVEDO, 2011).

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Capítulo 2
ELETROCAUTÉRIO E ELETROCIRURGIA

A eletrocirúrgia é a aplicação de uma polaridade alternada de alta frequência


(radiofrequência), corrente elétrica, ao tecido biológico como meio de cortar, coagular,
desidratar ou fulgurar o tecido. Seus benefícios incluem a capacidade de fazer
cortes precisos com perda de sangue limitada. Os dispositivos eletro cirúrgicos são
frequentemente usados durante as cirurgias.

Nos procedimentos eletrocirúrgicos, o tecido é aquecido por uma corrente elétrica.


Embora os dispositivos elétricos que criam uma sonda aquecida possam ser usados para
a cauterização de tecidos em algumas aplicações, a eletrocirúrgia se refere a um método
diferente do eletrocautério. O eletrocautério usa a condução de calor da sonda aquecida em
alta temperatura por uma corrente elétrica direta. Isso pode ser feito por corrente contínua
de células secas em um dispositivo do tipo lanterna (AFONSO et al., 2010).

A eletrocirúrgia usa corrente alternada de radiofrequência (RF) para aquecer o tecido


por oscilação intracelular induzida por RF de moléculas ionizadas que resultam em
uma elevação da temperatura intracelular. Quando a temperatura intracelular atinge
60 ºC, ocorre a morte celular instantânea. Se o tecido for aquecido a 60-99 °C, ocorrem
os processos simultâneos de dissecção dos tecidos (desidratação) e coagulação das
proteínas. Se a temperatura intracelular atingir rapidamente 100 ºC, o conteúdo
intracelular sofre a conversão de líquido para gás, resultante da expansão volumétrica
maciça e vaporização explosiva.

A dessecação e a coagulação resultam na oclusão dos vasos sanguíneos e na interrupção


do sangramento. O processo de vaporização pode ser usado para remover e cortar
tecidos. Os processos de vaporização, corte, dessecação e coagulação são realizados
por meio de ondas de baixa voltagem de forma contínua, e o processo de fulguração
é realizado com ondas de forma moduladas em alta tensão. A fulguração superficial de
coagulação é criada pela a formação de corrente de alta tensão modulada no tecido
rapidamente dessecado e coagulado.

Figura 20. Bisturi elétrico.

Fonte: Clinirio, 2020.

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UNIDADE iii | Equipamentos Utilizados No Centro Cirúrgico

A diatermia é usada por alguns como sinônimo de eletrocirúrgia, mas, em outros


contextos, significa aquecimento dielétrico, produzido pela rotação de dipolos
moleculares em um campo eletromagnético de alta frequência. Esse efeito é amplamente
utilizado em fornos de micro-ondas ou em alguns dispositivos ablativos de tecido que
operam em frequências de giga-hertz.

A eletrocirúrgia é utilizada em praticamente todas as cirurgias, incluindo


procedimentos dermatológicos, ginecológicos, cardíacos, plásticos, oculares, da coluna,
otorrinolaringologia, maxilofacial, ortopédicos, urológicos, neurológicos e cirúrgicos
gerais, bem como certos procedimentos odontológicos.

A eletrocirúrgia é realizada por meio de gerador eletrocirúrgico (também chamado


de unidade eletrocirúrgico ou ESU), que é uma peça de mão que inclui um ou dois
eletrodos – um instrumento monopolar ou bipolar. Toda a eletrocirúrgia de RF é bipolar,
então, a diferença entre os instrumentos monopolar e bipolar é que os instrumentos
monopolares compreendem apenas um eletrodo, enquanto os instrumentos bipolares
incluem os dois eletrodos.

2.1. Cauterização
A cauterização (ou cautério) é uma prática médica ou técnica de queima para realizar
a hemostasia de qualquer parte do corpo. Durante a cauterização, ocorre a destruição
de tecidos biológicos para mitigar sangramentos, danos, remover tumores indesejados
e prevenir infecções.

Acreditava-se historicamente que a cauterização prevenia a infecção, mas pesquisas


atuais mostram que ela realmente aumenta o risco de infecção, causando mais danos
aos tecidos e proporcionando o crescimento bacteriano. A cauterização refere-se ao
dispositivo de metal, utilizado por médicos durante a cirurgia para produzir bolhas com
a finalidade de cessar o sangramento de vasos sanguíneo.

As principais formas de cauterização utilizadas atualmente são a eletrocauterização e


a cauterização química, ambos os procedimentos podem ser utilizados na remoção
de verrugas inestéticas e na paralisação das hemorragias nasais (AFONSO et al., 2010).

2.2. História do eletrocautério


Os cauterizadores quentes foram aplicados nos tecidos ou artérias para impedir
o sangramento. A cauterização tem sido usada para parar o sangramento pesado

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Equipamentos Utilizados No Centro Cirúrgico | UNIDADE iii

desde a antiguidade. O processo foi descrito nos estudos de Edwin Smith e no


Corpus Hipocrático. Foram utilizados na Grécia antiga, principalmente para controlar
hemorragias, especialmente aquelas resultantes de cirurgia.

Archigenes recomendou a cauterização em caso de ferimentos hemorrágicos, e Leonides


de Alexandria descreveu a extirpação dos tumores de mama e a cauterização da ferida
para controlar o sangramento. O chinês Su wen recomenda a cauterização como um
tratamento para várias doenças, incluindo mordidas de cães. Povos indígenas das
Américas, árabes e persas também usaram a técnica.

As ferramentas usadas antigamente no processo de cauterização variavam de lanças


aquecidas a facas. O pedaço de metal foi aquecido sobre fogo e aplicado à ferida. Isso
fez com que tecidos e sangue aquecessem rapidamente a temperaturas extremas,
causando coagulação do sangue e, assim, controlando o sangramento, ao custo de
danos extensos nos tecidos. Em casos mais raros, a cauterização foi realizada por meio
de aplicação de produtos químicos.

A cauterização foi utilizada como tratamento nos tempos medievais para impedir a
perda de sangue, extração dentária e tratamento de doenças mentais. Na Arábia, os
estudiosos Al-Zahrawi e Avicena escreveram sobre técnicas e instrumentos usados
na coagulação. A técnica de ligadura das artérias foi realizada como alternativa para
estancar sangramentos.

2.3. Eletrocautério
A eletrocauterização não deve ser confundida com eletrocirúrgia. A cauterização é o
processo no qual ocorre a destruição dos tecidos biológicos, por meio da condução
de calor por sonda de metal aquecida por corrente elétrica. O procedimento coagula
o sangramento de pequenos vasos. O eletrocautério aplica corrente alternada de alta
frequência por um método unipolar ou bipolar. Pode ser uma forma de onda contínua
para cortar ou coagular tecidos do corpo humano.

O eletrocautério produz calor de forma elétrica e cria várias formas de ondas


com potências diferentes para poder realizar a cauterização, coagulação, corte e
dessecação de estruturas morfológicas. Assim, o eletrocautério, a eletrocoagulação,
a eletrodissecação e a eletrocuretura estão intimamente relacionados e podem ser
realizadas durante o mesmo procedimento cirúrgico.

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2.4. Estimulação elétrica de células neurais e


musculares
As células neurais e musculares são eletricamente excitáveis, isto é, podem ser
estimuladas por corrente elétrica. Nos seres humanos, essa estimulação pode causar
dor aguda, espasmos musculares e até parada cardíaca. A sensibilidade das células
nervosas e musculares ao campo elétrico ocorre devido aos canais iônicos dependentes
de voltagem presente em suas membranas celulares. O limiar de estimulação não varia
muito em baixas frequências (o chamado nível de constante de reobase). No entanto,
o limiar começa a aumentar com a diminuição da duração do pulso ou ciclo, quando o
nível está abaixo é chamado de cronaxia.

Normalmente, a cronaxia de células neurais está na faixa de 0,1 a 10 ms, então, a


sensibilidade à estimulação elétrica (inversa do limiar de estimulação) diminui com o
aumento da frequência na faixa de kHz (observe que a frequência da corrente elétrica
alternada é o inverso da duração de um único ciclo). Para minimizar os efeitos da
estimulação muscular e neural, o equipamento eletrocirúrgico normalmente opera na
faixa de rádio frequência (RF) de 100 kHz a 5 MHz.

Quando o instrumento eletrocirúrgico opera em alta frequência ajuda a minimizar a


quantidade de hidrogênio e oxigênio gerada pela eletrólise da água. Essa consideração
é especialmente importante para aplicações em meio líquido em compartimentos
fechados, nos quais a geração de bolhas de gás pode interferir no procedimento.

2.5. Configurações comuns de eletrodos para


dispositivos com circuitos isolados
A corrente elétrica oscila entre o eletrodo ativo e o eletrodo dispersivo pelo o corpo
do paciente. Como a concentração da corrente RF diminui com a distância do eletrodo
ativo, a densidade de corrente rapidamente diminui. Como a taxa de aquecimento dos
tecidos é proporcional ao quadrado da densidade de corrente, o aquecimento ocorre
perto do contato do eletrodo com o tecido vivo.

O outro instrumento utilizado é o bipolar, caracterizado por apresentar dois eletrodos:


o dispersivo maior que o ativo. Como a densidade de corrente é maior na frente do
condutor menor, o aquecimento e os efeitos dos tecidos associados ocorrem apenas
na parte ativa da pinça bipolar. Às vezes, essa configuração é chamada “sesquipolar”,
embora a origem deste termo em latim (sesqui) signifique uma proporção de 1,5.

20
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2.6. Máquinas não aterradas dedicadas sem um


eletrodo dispersivo
A eletrocirúrgia de alta frequência com baixa potência pode ser realizada no paciente
sem a presença do eletrodo dispersivo. Isto ocorre por meio das frequências médias
de RF (geralmente 100-500 kHz) geradas por equipamentos de eletrocirúrgia bipolar,
que faz com que a corrente de deslocamento resultante atue como um “caminho de
completação do circuito” (AFONSO et al., 2010).

Os principais exemplos são as máquinas de hyfrecator. Este termo começou a ser usado
em 1940 como marca de aparelhos com erradicador de alta frequência. Atualmente, esta
definição serve para descrever genericamente a classe geral dos bipolares, conhecido
como máquina de eletrocirúrgia com baixa potência não isolada (referenciando o fio
terra). O caminho acidental da corrente de completação do circuito por aterramento
pode gerar queimaduras no paciente.

Figura 21. Placa de bisturi elétrico.

Fonte: Tecnoclin, 2018.

Em tal cenário, as hyfrecator não são usadas para cortar tecido, mas para destruir lesões
relativamente pequenas e também para parar o sangramento em incisões cirúrgicas
feitas por instrumentos de lâmina.

2.7. Modalidades eletrocirúrgicas


A eletrocirúrgia, quando utilizada no modo de corte, o eletrodo tocará a superfície
a ser cortada com bastante potência elétrica para vaporizar o conteúdo líquido do
tecido biológico, gerando vapor. A energia elétrica aplicada apresenta alta tensão (>
+/- 200 V) para ionizar o vapor e convertê-lo em plasma. A superfície do dispositivo
de ressecção tem o fio de corte fino com lâmina plana de superfície arredondada. A
coagulação é realizada por meio de energia elétrica, utilizando ondas de baixa potência,

21
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gerando o calor insuficiente para vaporização explosiva, produzindo o coágulo térmico.


A dessecação por eletrocirurgia ocorre quando o eletrodo toca o tecido aberto e a
quantidade de calor gerada é menor do que a necessária para o corte. Essa técnica
pode ser usada para tratar nódulos sob a pele, para ocasionar o mínimo de dano ao
tecido epitelial do paciente.

No modo de fulguração, o eletrodo é mantido afastado do tecido, de forma que o


espaço entre o eletrodo e o tecido é ionizado para desenvolver a descarga de arco
elétrico. Nessa abordagem, a queima do tecido é mais superficial, porque a corrente
está concentrada na ponta do eletrodo. Sob essas condições, a carbonização total ou
superficial da pele é vista em área ampla, e essa técnica é utilizada para lesões muito
superficiais ou protrusivas, como cicatrizes na pele. A ionização do espaço requer tensão
na faixa de kV. Além dos efeitos térmicos no tecido, o campo elétrico pode produzir
poros nas membranas celulares. Este fenômeno é chamado de eletroporação (MELO,
2005).

2.8. Eletrocirurgia em campo molhado


Existem aparelhos eletrocirúrgicos de campos úmidos e secos. Dispositivos de campo
molhado operam em solução de salina ou em ferida aberta. O aquecimento é resultado
da corrente alternada que passa entre dois eletrodos.

Corte/Coag: a maioria dos sistemas eletrocirúrgicos de campo úmido opera em dois


modos: “Corte”, que faz com que uma pequena área do tecido seja vaporizada, e
“Coag”, que faz com que o tecido “seque” (no sentido de parar o sangramento). Os
tecidos “secos” são mortos (e serão posteriormente desidratados ou substituídos por
tecido fibrótico), mas estão temporariamente e fisicamente intactos após a aplicação
eletrocirúrgica.

Corte: se o nível de tensão for alto o suficiente, o calor gerado pode criar uma bolsa de
vapor. A bolsa de vapor normalmente atinge temperaturas de aproximadamente 400 ºC,
que vaporiza e explode uma pequena seção de tecidomole, resultando em uma incisão.

Coag: quando o sistema está operando em “modo coag”, a saída de tensão é geralmente
maior do que no modo de corte. O tecido permanece grosseiramente intacto, mas as
células são destruídas no ponto de contato, e vasos menores são destruídos e selados,
interrompendo o sangramento.

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2.9. Formas de onda eletrocirúrgica


As diferentes formas de onda podem ser usadas para vários procedimentos
eletrocirúrgicos. Para o corte, uma onda senoidal de frequência única contínua é
frequentemente empregada. O aquecimento rápido dos tecidos leva à vaporização
explosiva do fluido intersticial. Se a tensão for suficientemente alta (> 400 V pico-a-pico),
bainha de vapor é ionizada, formando plasma condutor. A corrente elétrica continua a
fluir do eletrodo de metal por meio do gás ionizado para o tecido. O sobreaquecimento
rápido do tecido resulta na sua vaporização, fragmentação e ejecção de fragmentos,
permitindo o corte de tecidos. Nas aplicações de uma onda contínua, a difusão do calor
leva tipicamente à formação de uma zona de danos térmicos significativa nas bordas
da lesão. A tensão de circuito aberto em formas de onda eletrocirúrgicas é tipicamente
na faixa de 300-10.000 V pico a pico.

Maior precisão pode ser obtida com formas de ondas pulsadas no tecido ser cortado,
enquanto o tamanho da zona de difusão de calor não excede a escala celular. O acúmulo
de calor durante a aplicação repetitiva deve ser evitado se houver no caso de falha no
dispositivo. A proporção do tempo ON para o tempo OFF pode ser variada para permitir
o controle da taxa de aquecimento. O parâmetro relacionado com o ciclo de trabalho é
definido como a relação entre o tempo ON e o período (o tempo de um único ciclo ON-
OFF). Na terminologia da engenharia elétrica, o processo de alterar essa proporção para
alcançar uma amplitude média, em vez de alterar a amplitude diretamente, é chamado
de modulação por largura de pulso (MELO, 2005).

Para a coagulação, a potência média é tipicamente reduzida abaixo do limite de corte.


Normalmente, a onda senoidal é ativada e desativada em rápida sucessão. O efeito
geral é o processo de aquecimento mais lento, que faz com que o tecido coagule. Em
máquinas simples de modo de coagulação/corte, o ciclo de trabalho mais baixo é típico
do modo de coagulação e normalmente tem a frequência baixa. Muitos geradores
eletrocirúrgicos modernos fornecem ondas sofisticadas com potência ajustada em
tempo real, com base nas alterações da impedância do tecido.

2.9.1. Unipolar

Na cauterização unipolar, o médico entra em contato com o tecido, por meio de um


único eletrodo pequeno. O ponto de saída do circuito deve ser em uma grande área de
superfície, como as nádegas, para evitar queimaduras elétricas. A quantidade de calor
gerado depende do tamanho da área de contato, ajuste de energia ou frequência de
corrente, duração da aplicação e forma de onda. A frequência usada no corte do tecido
é maior do que no modo de coagulação.

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Na configuração monopolar, o paciente é ligado a placa de metal relativamente grande


ou uma almofada de plástico metalizada flexível que é conectada ao gerador de RF ou a
unidade eletrocirúrgica. O cirurgião usa o eletrodo pontiagudo ou em forma de lâmina
chamado de “eletrodo ativo” para fazer contato com o tecido e exercer o efeito de
vaporização, e sua propagação linear, chamada de corte eletrocirúrgico, ou a combinação
de dessecação e coagulação de proteína, usadas para selar vasos sanguíneos para fins
de hemostasia.

2.9.2. Bipolar

O eletrocautério bipolar passa a corrente entre as duas pontas do eletrodo. Tem a


vantagem de não perturbar outras correntes elétricas fisiológicas (como o coração) e
coagula o tecido por pressão. A lesão térmica lateral é maior em dispositivos unipolares
que bipolares.

A cauterização química é melhor que a eletrocauterização, porque os produtos químicos


podem infiltrar-se no tecido vizinho e cauterizar fora dos limites pretendidos. Também
foi levantada preocupação quanto à toxicidade do eletrocautério produzido pela fumaça
cirúrgica, pois contém substâncias químicas que, por inalação, podem prejudicar os
pacientes ou a equipe médica. Nos instrumentos “bipolares”, a corrente é aplicada ao
paciente usando um par de eletrodos de tamanho similar. Por exemplo, um fórceps
especial, com um dente conectado a um polo do gerador de RF e o outro ligado ao
outro polo do gerador.

Quando um pedaço de tecido é tocado pela pinça, a corrente elétrica de polaridade


alternada de RF oscila entre os dois eletrodos, aquecendo o tecido interveniente pela
oscilação síncrona anteriormente descrita de íons intracelulares (MELO, 2005).

Figura 22. Bipolar.

Fonte:Tecnoclin, 2019.

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2.10. Prevenção de danos não intencionais


Para utilizar a eletrocirúrgia de alta potência durante a anestesia, a modalidade
monopolar depende de um bom contato elétrico entre uma grande área do corpo (pelo
menos toda a parte de trás do paciente) e o eletrodo ou almofada de retorno (também
conhecido como almofada dispersiva ou placa do paciente). Graves queimaduras (3o
grau) podem ocorrer se o contato com o eletrodo de retorno for insuficiente, ou quando
um paciente entrar em contato com objetos de metal servindo como um caminho de
fuga não intencional.

Para evitar queimaduras não intencionais, a pele é limpa e um gel condutor é usado para
melhorar o contato com o eletrodo de retorno. Práticas apropriadas de aterramento
elétrico devem ser seguidas na fiação elétrica do prédio. Também é recomendado o
uso de uma unidade eletrocirúrgica moderna que inclua um sistema de monitoramento
de eletrodos de retorno que testa continuamente o contato seguro e confiável do
paciente. Esses sistemas interrogam a impedância de um eletrodo de retorno dividido
ou duplo que disparam o alarme, desabilitando a saída do gerador em caso de falha. Os
geradores anteriores contavam com eletrodos de retorno de um único bloco e, portanto,
não tinham meios de verificar a conexão segura do paciente. Os eletrodos de retorno
devem sempre ter contato total com a pele e ser colocados no mesmo lado do corpo
que o procedimento está ocorrendo (MELO, 2005).

25
Capítulo 3
BOMBAS DE INFUSÃO

A bomba de infusão infunde fluidos, medicamentos ou nutrientes no sistema circulatório


do paciente. É geralmente usada por via intravenosa, embora infusões subcutâneas,
arteriais e epidurais sejam usadas ocasionalmente.

As bombas de infusão podem administrar fluidos que seriam impraticavelmente caras


ou não confiáveis, quando executadas manualmente pela equipe de enfermagem.
Alguns agentes farmacológicos, como a heparina, requerem métodos precisos para
a administração de quantidades determinadas do medicamento durante um período
muito específico.

Além disso, as bombas de infusão ajudam a evitar a sobrecarga de medicamento,


limitando a quantidade de fluido administrado. Elas contêm alarmes que alertam o
paramédico para potenciais problemas, tais como um fluxo reduzido, oclusões ou
bateria fraca.

Figura 23. Bomba de infusão.

Fonte: Webambulancias, 2021.

As bombas de infusão auxiliam na administração de medicamentos por via endovenosa,


além de superar qualquer resistência em potencial dos cateteres venosos. A resistência
ocorre nas terapias endovenosas com bastante frequência, devido a diminuição do
diâmetro do cateter durante a infusão de medicamentos ou dietas. Existem vários
tipos de bombas de infusão no mercado, porém as principais utilizadas são as bombas
peristálticas ou bombas orientadas por êmbolo.

3.1. Tipos de infusão


As bombas de infusão geralmente são configuradas por enfermeiros ou técnicos de
enfermagem como:

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» A infusão continua que consiste em pequenos pulsos de infusão, geralmente entre


500 nanolitros e 10 mililitros, dependendo do projeto da bomba. A velocidade de
infusão depende da programação inicial configurada na bomba de infusão.

» A infusão intermitente de fluidos tem a alta taxa de administração de medicamentos


ou dietas e pode ser controlada para infusões em pequenas quantidades. A bomba
de infusão pode ser utilizada na administração de antibióticos ou outras drogas
que podem irritar o vaso sanguíneo.

» A infusão controlada pelo paciente é a sob demanda, geralmente com um teto


pré-programado para evitar a intoxicação. A taxa é controlada por uma almofada
de pressão ou botão que pode ser ativado pelo paciente. É o método de escolha
para analgesia controlada pelo paciente (PCA), em que são administradas pequenas
doses repetidas de analgésicos opioides. São administradas com o dispositivo
codificado para pausar a administração em excesso.

» A nutrição parenteral total, geralmente, requer uma curva de infusão semelhante


às refeições normais.

» Algumas bombas de infusão oferecem programações que podem ser


dimensionadas ou controladas com base no dia e na hora. Isto permite ciclos
circadianos, que podem ser necessários para certos tipos de medicação
(HOLSBACH; HOLSBACH, 2013).

3.2. Tipos de bomba


Existem duas classes básicas de bombas de infusão. A primeira classe é composta por
bombas de infusão de grande volume e tem a finalidade de bombear soluções nutritivas
para alimentar uma pessoa. As bombas de infusão de baixo volume infundem hormônios
ou medicamentos. Dentro dessas classes, algumas bombas são projetadas para serem
portáteis, utilizadas em hospitais e para o campo de batalha. As bombas de infusão
para grandes volumes geralmente são compostas por dispositivos peristálticos com
rolos controlados por computador, realizam a compressão do equipo de infusão para
administração de medicamento.

As bombas de infusão para pequenos volumes geralmente usam um motor


controlado por computador, girando um parafuso que empurra o êmbolo da seringa.
A improvisação clássica na enfermagem é colocar um manguito de pressão arterial
em torno de um saco de soro insuflando aumentando conforme a compressão do
manguito. Em alguns hospitais, devido à escassez de verba, utiliza-se o sistema
pressurizado conhecido como a “garrafa de pressão” de plástico, pressurizada com
uma grande seringa de plástico descartável.

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As bombas de infusão são compostas por peças de plástico reutilizável, e podem ser
produzidas em massa por máquinas que fabricam garrafas pets. A garrafa de pressão,
restritor e câmara requerem mais atenção da enfermagem do que as bombas controladas
eletronicamente.

O restritor de alta pressão ajuda a controlar melhor o fluxo do que os esquemas


improvisados, porque a alta pressão pelo pequeno orifício restritor reduz a variação do
fluxo causada pela pressão sanguínea dos pacientes. O filtro de ar é um dispositivo de
segurança essencial no infusor de pressão, para manter o ar fora das veias dos pacientes.
O filtro de ar é apenas uma membrana que passa gás, mas não fluido ou patógenos.
(WILSON et al., 2016).

Algumas das bombas de infusão usam energia osmótica. Basicamente, um saco de


solução salina absorve água por uma membrana, aumentando seu volume. A bolsa
pressiona a medicação. A taxa é controlada com precisão pelas concentrações de sal e
volume da bomba. Bombas osmóticas são geralmente recarregadas com uma seringa.

As bombas de infusão de relógio são acionadas por mola e foram desenvolvidas para
veterinário utilizar em animais. Elas geralmente têm uma mola para alimentar a infusão
e outra para o alarme quando a infusão é concluída. No ambiente hospitalar, muitas
vezes, têm-se a necessidade de infundir grandes quantidades de fluido rapidamente,
alterando drasticamente a pressão arterial e a condição do paciente. Bombas de infusão
especializadas foram projetadas para essa finalidade (HOLSBACH; HOLSBACH, 2013).

Muitas bombas de infusão são controladas por um pequeno sistema embarcado. Elas
são cuidadosamente projetadas para que nenhuma falha possa prejudicar o paciente.
Por exemplo, a maioria das bombas de infusão tem baterias para prevenir a queda
de energia. Outros perigos são o fluxo descontrolado, que pode levar o paciente há
overdose; diminuição da administração de medicação, ocasionando subdosagem; fluxo
reverso, suga sangue do um paciente; e ar na linha leva o paciente apresentar embolia
gasosa.

3.2.1. Bombas de infusão peristáltica endovenosa (EV)

As bombas peristálticas têm um tubo de administração ligado a bomba de pressão, que


é exercida por meio de uma roda rotativa, que aperta o fluido por meio do conjunto de
infusão. A ação do peristaltismo é muito semelhante ao que ocorre nos intestinos. As
bombas de infusão peristálticas são dispositivos precisos, no entanto, devido à pressão
exercida no fluido, não é aconselhável a administração de hemocomponentes.

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3.2.2. Bombas conduzida a pistão

As bombas de infusão conduzidas a pistão são semelhantes à ação dos eixos


seccionadores dos automóveis. À medida que o pistão ou êmbolo se move para a
frente, é fornecido uma quantidade específica de medicamento. As bombas de pistão
são acionadas por um tubo contendo um cartucho com êmbolo.

3.2.3. Bomba de seringa

A bomba de seringa é utilizada para administrar pequenas quantidades de fluido (com ou


sem medicação) a um paciente ou para pesquisa. As aplicações incluem electrospinning,
electrospraying, microdiálise, microfluídica, distribuição/diluição, perfusão de órgãos/
tecidos e circulação de fluidos.

As bombas de infusão por seringa são dispositivos portáteis de plástico compostos de


seringa descartável; reservatório de bolsa; mecanismo para impulsionar ou infundir;
mecanismo de controle de fluxo; e meio de exibir condições de alarme e/ou prompts de
usuário. O conjunto de infusão é composto por tubulações que conectam a bomba ao
paciente. Os modelos eletrônicos são alimentados por baterias; alguns incluem softwares
para ajudar a evitar erros durante a infusão de medicação.

As bombas de seringas são utilizadas nos cuidados paliativos para administrar as


medicações e têm a finalidade de evitar que os níveis de medicações se elevem ou
fiquem baixos durante a terapia. Os drivers de seringa também são úteis para a infusão
de medicamentos endovenosos. Os medicamentos devem ser administrados lentamente.
Quando infundido pelas bombas de seringa, esse dispositivo economiza tempo da
equipe e reduz erros.

As bombas de seringa também são úteis em aplicações microfluídicas, como projeto


e teste de microrreatores e em química para incorporação lenta de um volume fixo de
fluido em uma solução. Na cinética enzimática, os acionadores de seringas podem ser
usados para observar a cinética rápida como parte do aparato de fluxo interrompido.
Eles também são usados como dispensadores de mídia laboratorial.

3.3. Princípios de operação da bomba de seringa


A maioria das bombas de seringa é controlada por microprocessador. As bombas
peristálticas apertam e liberam sucessivamente os tubos, movendo o fluido para o
cateter do paciente. A velocidade de um motor stepper determina a taxa de ciclagem
do mecanismo peristáltico, controlando, assim, o fluxo de infusão. Essas bombas
entregam cerca de 0,01 e 999 ml/h. As bombas de seringa servem como reservatório

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de drogas, impulsionando o fluido forçando o êmbolo no corpo da seringa, por meio da


utilização de mecanismos movidos a mola ou a gás, que fornecerão uma força constante
para o êmbolo, criando uma pressão constante para a infusão do fluído (HOLSBACH;
HOLSBACH, 2013).

3.4. Recursos de segurança disponíveis em algumas


bombas
A gama de recursos de segurança varia muito com a idade e a fabricação da bomba.
Uma bomba de última geração pode ter os seguintes recursos de segurança:

» Certificado: para não ter um único ponto de falha, ou seja, nenhuma causa de
falha deve fazer com que a bomba falhe silenciosamente. Deve pelo menos parar
de bombear e fazer a indicação do erro por meio de alarme audível. Esse é um
requisito mínimo em todas as bombas de infusão utilizadas em seres humanos.
Não é necessário para bombas de infusão veterinárias.

» Baterias: servem para que a bomba possa operar sem o abastecimento de energia
elétrica.

» Dispositivos antifluxo livre: impedem a drenagem do sangue do paciente, ou a


infusão de qualquer substância no momento que a bomba de infusão está sendo
configurada.

» Sensor de “pressão baixa”: detectará quando a veia do paciente está bloqueada,


ou a linha para o paciente está dobrada. Isso pode ser configurável para aplicações
altas (subcutânea e epidural) ou baixas (venosas).

» Detector de ar: um detector típico usará um transmissor e receptor ultrassônico


para detectar quando o ar está sendo bombeado. Algumas bombas realmente
medem o volume e podem até ter volumes configuráveis, de 0,1 a 2 ml de ar.
Nenhuma dessas quantidades pode causar danos, mas às vezes o ar pode interferir
com a infusão de um medicamento de baixa dose.

» Sensor de “pressão para cima”: pode detectar quando a bolsa ou a seringa está
vazia, ou mesmo quando a bolsa ou seringa estiver sendo comprimida.

» Biblioteca de medicamentos com limites programáveis personalizáveis para


medicamentos individuais que ajudam a evitar erros de medicação.

» Mecanismos para evitar o fluxo descontrolado de fármacos em bombas de grande


volume (frequentemente em combinação com um grampo de fluxo livre baseado
no cedro) em bombas de seringa (pistões-travão) (HOLSBACH; HOLSBACH, 2013).

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Figura 24. Dispositivo de segurança bomba de infusão.

Fonte: suprimedms, 2018.

Muitas bombas têm o registro eletrônico interno das infusões realizadas. Esses registros
geralmente são marcados com a hora e a data no relógio da bomba. Muitas marcas de
bomba de infusão podem ser configuradas para exibir apenas um pequeno subconjunto
de recursos enquanto estão em operação, a fim de evitar adulterações por parte de
pacientes, funcionários não treinados e visitantes.

3.5. Questões de segurança


As bombas de infusão têm sido fonte de múltiplas preocupações e receberam mais
de 56.000 relatórios de eventos adversos entre os anos de 2005 a 2009, incluindo pelo
menos 500 mortes. Como resultado, a Food and Drink administration, dos EUA (FDA)
lançou uma iniciativa abrangente para melhorar a segurança, chamada Iniciativa de
Melhoria da Bomba de Infusão. A iniciativa propôs uma regulamentação mais rigorosa
das bombas de infusão. Citou defeitos de software, problemas de interface com o
usuário e falhas mecânicas ou elétricas como as principais causas de eventos adversos
(WILSON et al., 2016).

31
REFERÊNCIAS

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