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FAZENDA DENOMINADO (A) “ A.L.M.

COMERCIAL
, LDA”

PLANO DE EXPLORAÇÃO AGROPECUÁRIA

ELABORADO POR
Eng.º AFONSO LOPES CANDUNDU

ALDEIA DE COLEMBA – OMBALA DE CANJUNGUE / COMUNA SEDE/


MUNICIPIO DE CHICALA CHOLOANGA/ PROVINCIA DO HUAMBO/ MAIO
/2021
Índice
1.2- LOCALIZAÇÃO .................................................................................................................. 6
1.3- SITUAÇÃO GEOGRÁFICA .............................................................................................. 6
1.4- CONFRONTAÇÕES .......................................................................................................... 6
1.5- TER EM CONTA O POTENCIAL CONSTITUÍDO PELAS EXTERNALIDADES ... 6
I. CARACTERIZAÇÃO AGRO-ECOLOGICA DA REGIÃO ........................................... 7
2.1- CLIMA................................................................................................................................... 7
2.2- GEOMORFOLOGIA (hipsometria e relevo) ................................................................ 8
2.3- SOLOS ................................................................................................................................. 8
2.3.1- RELEVO ........................................................................................................................... 9
2.4- VEGETAÇÃO E FAUNA................................................................................................... 9
2.5- HIDROGRAFIA................................................................................................................. 10
I. OBJECTIVOS: .................................................................................................................. 10
GERAIS: .................................................................................................................................... 10
JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 11
II. CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO PREVISTA................................................ 12
IV-INFRAESTRUTURAS ........................................................................................................ 14
V- CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE .............................................................. 15
VI- DESCRIÇÃO DO NEGOCIO ...................................................................................... 16
VII- TECNOLOGIA UTILIZADA POR CADA CULTURA ............................................. 20
7.1-MECANIZAÇÃO E PREPARAÇÃO DE TERRAS ....................................................... 20
7.2- CULTURAS AGRÍCOLAS .............................................................................................. 21
7.3-ROTAÇÃO DE CULTURAS ............................................................................................ 21
7.4-AGRICULTURA DE SEQUEIRO E DE REGADIO EM PEQUENO ESCALA ........ 22
III. PROGRAMA DE EXPLORAÇÃO ............................................................................. 23
5. 1- MAQUINARIAS ............................................................................................................... 23
5.1.1- MAPA 1 – ZONAGEM AGRÍCOLA DE ANGOLA [MIAA] .................................... 25
7.5- EXPLORAÇÃO AGRICOLAS DO TIPO EMPRESARIAL ........................................ 25
8.1-ÁREA DE EXPLORAÇÃO ............................................................................................... 25
8.1.1-FLORICULTURA ........................................................................................................... 26
IX - CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO AGRICOLA .................................................. 27
9.1- CEREAIS ........................................................................................................................... 27
9.1.1.1.- QUADRO DEMOSTRATIVOS DA EVOLUÇÃO ANUAIS DAS CULTURAS
GRAMÍNEAS (CEREAIS) ....................................................................................................... 29
9.2-RAIZES E TUBERCULOS ............................................................................................... 30
9.2.1-CULTURA DE MANDIOCA.......................................................................................... 31

2
9.3- LEGUMINOSAS (PRODUÇÃO DE LEGUMINOSAS E OLEAGINOSAS) ............ 33
9.3.1-CULTUTURA DO FEIJOEIRO .................................................................................... 35
9.3.1.2-CULTURA DE SOJA ................................................................................................. 36
9.3.1.2.3-CULTURA DE GIRASSOL .................................................................................... 37
9.4- HORTOFRUTÍCOLAS (HORTÍCOLAS E FRUTAS).................................................. 39
9.4.1-QUADROS DEMONSTRATIVOS DE HORTICULTURA/ PRODUÇÃO
EMPRESARIAL ........................................................................................................................ 40
9.4.1- PRODUÇÃO DE CITRINOS (LIMÃO E LARANJA) ............................................... 41
9.4.1.1- ASPECTOS TÉCNICOS DE IMPLANTAÇÃO DO POMAR (COMPASSO) ... 42
9.4.1.2- QUADRO RESUMO DE PRODUÇÃO E ESTIMATIVA DO RENDIMENTO
ESPERADO POR HECTARES.............................................................................................. 48
9.5- CONSUMOS DE RECURSOS E MATÉRIAS-PRIMAS EXPECTÁVEIS NA ........ 49
INSTALAÇÃO AVÍCOLA EM A PREÇO ............................................................................. 49
9.6- CONSTRUÇÃO DA INSTALAÇÃO AVÍCOLA DE RECRIA DE GALINHAS
POEDEIRAS ............................................................................................................................. 49
9.6.1- ACTIVIDADES SILVÍCOLAS ..................................................................................... 50
9.7- PREPARAÇÃO DAS MUDAS EM ESTUFA DE EUCALIPTOS .............................. 51
9. 7-1- PECUÁRIA ................................................................................................................... 52
9.7.2- CRIAÇÃO DE SUÍNOS ................................................................................................ 52
9.7.3- BOVINOS E CAPRINOS ............................................................................................. 59
9.7.3.1-CONTROLO DE CRESCIMENTO DA MANADA E SUA LIMITAÇÃO ............. 59
BOVINOS .................................................................................................................................. 59
9.7.4- CULTURA DE ABACATEIRO .................................................................................... 60
9.7.5- AQUACULTURA/ PISCICULTURA........................................................................... 62
9.7.5.1- ANGOLA E O DESAFIO DE UMA AQUICULTURA MODERNA ....................... 62
9.7.5.2-TILÁPIA NO MUNDO ................................................................................................ 63
9.7.5.3- FÁBRICA DA RAÇÃO ANIMAL ............................................................................. 64
9.7.5.4- A CAPTURA OU PESCA E ABATE DO PEIXE ................................................. 64
9.7.5.5 – MODELO DE TANQUE MODERNO A IMPLEMENTAR (TANQUE DE
PISCICULTURA) ...................................................................................................................... 65
x- CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS ACTIVIDADES ........................................... 65
10.1- QUADRO DO CALENDÁRIO AGRÍCOLA DAS CULTURAS ................................. 65
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 68
ANEXOS:................................................................................................................................... 70

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A VISÃO

A visão do projecto é de tornar a exploração de agropecuária, um negócio estável


e competitiva no mercado.

MISSÃO DO PROJECTO
A missão do projecto ou finalidade é de fornecer ao mercado produtos alimentar
de alta qualidade e procurar aumentar cada vez mais o grau de satisfação dos
consumidores quer nacional e internacional dos nossos produtos produzido a
nível local como (Alimentos proteica, frutas, carne bovina, caprina, suína, peixe
e seus derivados).

ENQUADRAMENTO LEGAL

Este Projecto enquadra-se na política do Governo Angolano no concernente a


diversificação da economia onde o Sector privado é chamado a participar para
dar seu grande contributo na superação das dificuldades que assola a economia
do País, causada pela crise económica e financeira. E é sustentado pela
seguinte legislação: Lei 14/15 de 11 de Agosto (Lei do Investimento privado);
Decretos Presidenciais 181/15, 182/15, 184/15 ambos de 30 de Setembro e
185/15 de 2 de Outubro.

APRESENTAÇÃO DO NEGÓCIO

O presente projecto destina-se a implementação de uma unidade de exploração


agropecuária (criação e comercialização dos produtos agrícolas mecanizada,
madeira bem como a criação de aves poedeiras e aquicultura), sito no
setor/aldeia de Colemba – Ombala de Canjungue, Comuna Sede, Município de
Chicala Choloanga, Província do Huambo, pela Fazenda A.L.M. Comercial,
Lda, representado pelo Senhor Matos Sebastião, residente no Huambo, com a
finalidade de legalizar a Fazenda Agropecuária para assegurar a
operacionalidade do negócio.

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1-FICHA DO PROJECTO

Nome do Projecto: AGROPECUÁRIA

N/ORD Designação Dados


1. Nome da Empresa A.L.M.COMERCIAL, LIMITADA
2. Número de Identificação Fiscal 5000652695
(NIF)
3. Localização da Empresa LOSSAMBO
4. Sede Social da Empresa LOSSAMBO
5. Filiares --------
6. Nome do Responsável da Empresa MATOS SEBASTIÃO
7. Nacionalidade Angolano
8. Residência LOSSAMBO
9. Contactos telefónicos 923981455
10. Relatório de Avaliação de 50.000.000 AKZ (CINQUENTA MILHÕES DE
Imobiliária- Investimento- KWANZAS)
Agropecuária
11. Fonte de financiamento Banco
12. Data provável do arranque do Outubro De 2021/2026
Projecto
13. Duração do Projecto Indeterminada
14. Período proposto para recuperação 8-10 Anos
do capital do investimento
15. Período de carência 1 Anos
16. Executor do Projecto ” MATOS SEBASTIÃO”

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1.2- LOCALIZAÇÃO
Nome da Fazenda: Fazenda A.L.M.COMERCIAL, LIMITADA

Entidade proponente: Representante- MATOS SEBASTIÃO

Tipo de projecto: Novo

Título do Projecto: Implementação e Exploração Agropecuária


Categoria do Projecto: Produção e comercialização.
Experiencia profissional: 27 anos.
Outros intervenientes: Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas.
Local de Execução do Projecto: Aldeia de Colemba – Ombala de Canjungue,
Comuna Sede, Município de Chicala Choloanga, Província do Huambo.
Área total de hectares: 80,69 hectares;
DATA DE INÍCIO: 2021

DATA DO TÉRMINO: 2025

1.3- SITUAÇÃO GEOGRÁFICA


A referida parcela está localizada numa área denominada: Aldeia de
Colemba – Ombala de Canjungue, Comuna Sede, Município de Chicala
Choloanga, Província do Huambo
1.4- CONFRONTAÇÕES
A Norte: Com o rio Cubango;
A Sul: Com terrenos baldios do Estado ocupados por populares;
A Este: Com terrenos baldios do Estado ocupados por populares;
A Oeste: Com o riacho sem nome.

1.5- TER EM CONTA O POTENCIAL CONSTITUÍDO PELAS


EXTERNALIDADES

Todo o potencial gerador de impactos positivos (quando os demais agentes,


involuntariamente, se beneficiam investimentos privados em infraestrutura e
tecnologia, ou investigação), emprego, externalidades geradas será pelo
investimento da parceria público- privada, equipamentos, o potencial da economia
de desequilíbrio na distribuição de renda causada pelas externalidades produzidas
pela economia de natureza negativa, quando gera custos para os demais agentes

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(poluição atmosférica, de recursos hídricos, poluição sonora, sinistralidade
rodoviária), será bem controlada estes aspetos.

I. CARACTERIZAÇÃO AGRO-ECOLOGICA DA REGIÃO


2.1- CLIMA

O clima tropical é quente e temperado. Chove muito menos no inverno que no


verão. Segundo a Koppen e Geiger a classificação do clima é Cwb, a
temperatura média anual em Huambo é de 18,9ºC. A pluviosidade média anual
de 1366 mm. O mm é a precipitação do mês de Junho, que é o mês mais seco.
O mês de maior precipitação é Dezembro, com uma média de 244 mm. Gráfico
de temperatura do Huambo, o mês mais quente do ano é setembro com uma
temperatura de 20.7ºC. ao longo do ano Junho tem uma temperatura média de
15.9ºC. Durante o ano é a temperatura média mais baixa.

O planalto central encontra-se na zona tropical de alternância de climas húmida


e secos, mas atendendo à altitude a que se encontra, com uma temperatura
média anual, oscilando entre 19º C, 20ºC e os 23º C das máximas, poderá
considerar-se como um clima temperado quente, segundo a classificação de
Thornthwaite, toda a superfície fica envolvida em climas húmidos e
mesotérmicos; na classificação de Koppen é do tipo climático cwb ( clima
temperado com inverno seco e verão quente). A estação chuvosa em
coincidência com a época quente tem uma duração média de cerca de sete
meses, subindo um pouco acima deste período na metade norte e decrescendo
na metade sul, com início em fins de Setembro e prolongando-se até meados ou
mesmo finais de Abril (ligeiramente além desta data na periferia norte). Os
valores da precipitação oscilam desde os 1100 mm a 1400mm no topo planáltico
centro-oeste, envolvendo também desse mesmo lado o maciço montanhoso
mais elevado do território Angolano. Relativamente a grande parte da área, o
mês mais pluvioso é Dezembro e menos vezes Março. Dentro da época
nitidamente chuvosa há um decréscimo da precipitação em Fevereiro (mais
raramente em Janeiro), verificando-se quase sempre a ocorrência de um curto
período seco (pequeno cacimbo), que tende a atenuar-se nos limites
meridionais. Na estação seca, vulgarmente designada por cacimbo e que vai de
princípios de Maio até fins de Setembro, com aumento gradual para sul, não se

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registam precipitações e são muito raros os nevoeiros. Neste mesmo período
são elevados os valores do grau de insolação. Zona agrícola 24 de acordo com
a carta do posto meteorológico da Chianga /Huambo.

2.2- GEOMORFOLOGIA (hipsometria e relevo)


2.3- SOLOS
O Solo, do ponto de vista agrícola é uma mistura de materiais minerais e
orgânicos da superfície da terra que serve de ambiente para o crescimento das
plantas. O solo, como factor da produção agrícola, possui duas características
básicas que revelam o seu valor agronómico: fertilidade e produtividade.
O termo fertilidade refere-se à capacidade de um solo para fornecer nutrientes
às plantas em quantidades adequadas e proporções convenientes. Assim, a
fertilidade de um solo pode ser conduzida a condições ideias pela intervenção
do homem, através das práticas de calagem e adubação fundamentadas em
bases científicas.
A produtividade é relacionada com a capacidade de um solo em proporcionar
rendimento às culturas, podendo apenas ser melhorada pela intervenção do
homem, como, por exemplo, pela incorporação da matéria orgânica em solo
pobre nesse componente. A matéria orgânica, melhorando a estrutura do solo,
facilita as condições de desenvolvimento das raízes das plantas, permitindo,
portanto, a exploração de maior volume de solo. Contudo todo solo produtivo é
fértil, mas nem todo solo fértil é produtivo.
Para tal, o solo do planalto central do Huambo, na sua maioria é ferralítico,
apresentando uma camada de matéria orgânica (M.O) com espessura variável
e de cores que variam de cinzenta a castanha ou vermelha no alto e preto nas
zonas baixas. Os solos predominantes nesta região são o de ferralíticos e
paraferralíticos (Solos arenosos, argilosos e mistos). A redução dos teores de
matéria orgânica ao longo dos anos é um importante indicador de que as práticas
adotadas devem ser modificadas. Desta forma, monitorar o teor de matéria
orgânica de cada área de produção é fundamental para se obter maior produção
e produtividade das culturas.
A produtividade é relacionada com a capacidade de um solo em proporcionar
rendimento às culturas, podendo apenas ser melhorada pela intervenção do

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homem, como, por exemplo, pela incorporação da matéria orgânica em solo
pobre nesse componente. A matéria orgânica, melhorando a estrutura do solo,
facilita as condições de desenvolvimento das raízes das plantas, permitindo,
portanto, a exploração de maior volume de solo. Contudo todo solo produtivo é
fértil, mas nem todo solo fértil é produtivo.

2.3.1- RELEVO

A maior altitude do país situa-se no Morro Moco desta província, com mais de
dois mil metros de altitudes, e desta zona irradiam numerosos rios e riachos em
direção ao litoral e países vizinhos.

O relevo é caracterizado por uma série de planaltos que do interior descem para
leste e sudeste e da faixa litoral para o oceano. Alguns destes planaltos atingem
altitudes superiores a 1.500 m.

2.4- VEGETAÇÃO E FAUNA

No aspecto florestal é de referir que a mata natural, que primitivamente ocupava


todas as situações morfológicas com excepções das superfícies mal drenadas,
cedeu lugar, em grande parte, a comunidade vegetativa savanizada, por
influência da ocupação humana. As áreas ainda preservadas da floresta aberta,
revestindo por vezes extensões importantes do território.

Por outro lado, nas extensas florestas abundam predominantemente árvores de


médio porte, que não alimentam a indústria da madeira e derivados, grande
plantação de árvores xerófilas, com relevo para o eucalipto, cedro, pinheiro,
muitas flores de rara beleza, plantas comestíveis, medicamentosas e de adorno
e frutos silvestres muitos apreciados pelas populações locais.

A fauna não é bastante diversificada com relevo para os animais de grande porte
como o elefante, o hipopótamo, o rinoceronte, a girafa, os felinos como o leão, a
onça, e os gatos selvagens, e sem número de antílopes de grande, medio e
pequeno portes, lebres, etc., porém, atualmente, devido à devastação causada
pela guerra esses animais não existem mais na região, somente os répteis que
fazem a decomposição a matéria orgânica.

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2.5- HIDROGRAFIA

A parcela é servida pelo um rio, com caudal muito reduzido, importa salientar
que será necessário a utilização do sistema de rega gota a gota ou por sistema
de rega por aspersões, bem como a construção de uma represa no local do
projecto para que haja abundância da água para a irrigação das culturas.

I. OBJECTIVOS:
GERAIS:
Legalizar a Fazenda e o aproveitamento das áreas cultivadas bem como o
Produção e a produtividade com a exploração das actividades agropecuária,
bem como Analisar economicamente este projeto com uma área total de 80,69
hectares, em propriedade rural localizada nas Colemba – Ombala de
Canjungue.
Os objectivos globais do projecto serão a motivação da actividade no tecido
económico produtivo empresarial da região e o seu concurso para satisfazer a
procura de produtos de origem agrícola Nacional. Concorrerá ainda com o
desenvolvimento da sua actividade para a materialização das políticas de
desenvolvimento do Governo e para a implementação das políticas sectoriais do
Ministério da Agricultura e das Florestas.
Constitui objectivos específicos:

- Produção em grande escala de milho SAM3, feijão, soja e Girassol;

- Produção de tomate, cebola e alho nos períodos de carência principalmente;

- Criação de animais de grande e pequeno porte;

- Criação de galinhas de capoeira;

- Criação de peixe;

- Caracterizar a demanda nutricional de macronutrientes e micronutrientes para


a silvicultura com eucalipto;

- Quantificar a composição de adubos com menor custo possível utilizando o


software

- Levantar o custo de produção do projeto;

- Realizar análise econômica do projeto.

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JUSTIFICATIVA

Existem a intenção da implantação de um aviário para produção de ovos de


galinha numa pequena propriedade rural no setor do agronegócio. Pretende-se,
com este projeto, analisar a viabilidade física, estrutural e económica para a
execução do intento e compreender a importância do Planejamento Estratégico
dentro de uma propriedade rural para o sucesso do negócio e a manutenção do
pequeno agricultor no campo.
De acordo com “a agricultura familiar consiste em unidades de produção, cuja
base produtiva baseia-se na mão-de-obra familiar; com a mão-de-obra
assalariada, ocorrendo de forma ocasional ou em quantidade inferior a familiar”.
Desenvolve, em geral, sistemas complexos de produção, combinando diversas
culturas, criações animais e transformações primarias, determinados por fatores
como preço e lucro, porem, distinta da logica de mercado, visto que “a agricultura
familiar tem como objetivo principal atender as necessidades da família”,
A avicultura apresenta-se como uma atividade que pode ser desenvolvida numa
pequena propriedade rural, ate mesmo em locais onde não há condições de
plantio mecanizado. Caracteriza-se também pela pouca influência das condições
climáticas no seu desenvolvimento.
O planejamento estratégico e requisito para o sucesso do negócio e deve ser
feito para o curto, medio e longo prazo. Devem ser definidas metas e estratégias
para alcançá-las. Sem planejamento não se sabe se realmente chegou-se onde
era preciso. O planejamento estratégico e obtido com esforço concentrado da
direção da empresa, tendo como fundamenta a sua missão e sua definição de
negócio considerando-se o levantamento, analise e proposição de soluções
mediante um plano de ação que objetive garantir a qualidade desejada pelos
clientes da organização.
Assim, pesquisou-se e elaborou-se este projeto através de um planejamento
estratégico para a obtenção de resultados positivos com a implantação de um
aviário dentro do projecto, para produção de ovos de galinha numa pequena
propriedade rural para manutenção do homem do campo no campo.

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Fonte: imagem 3D de um aviário

II. CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO PREVISTA

O presente projecto versa sobre a construção de uma nova instalação avícola,


do sector de actividade de recria de galinhas poedeiras. Nesta instalação
ocorrerá o crescimento das pintas até à idade da postura, sendo então
transferidas para as instalações de postura de ovos.
A instalação avícola da área apresentará uma capacidade para alojar um efectivo
de 150 000 aves (galinhas poedeiras em recria).
O projecto da nova instalação obriga às seguintes intervenções a efectuar no
local:
1 – Desmatação da zona de implantação das edificações e infraestruturas de
apoio;
2 – Movimentações de terras param a construção das edificações e
infraestruturas de apoio;
3 – Construção de dois pavilhões de produção avícola (de recria de galinhas
poedeiras);
4 – Construção de um armazém de estrume.

Como infraestruturas associadas à produção, o projecto prevê ainda a instalação


de:
- Instalações sanitárias com balneário e cacifo (capacidade para 1 funcionário);
- 2 Conjuntos de silos (duplos) de ração, dispostos nas partes laterais de cada
um dos pavilhões de produção. A capacidade dos silos será de 45 toneladas
cada conjunto, perfazendo assim uma capacidade total de armazenamento de
90 toneladas de ração;

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- Zonas de acessos, circulação e manobra, não havendo delimitação física de
zonas de circulação, o projecto preveem que toda a zona compreendida entre a
entrada da instalação e os edifícios de produção e armazém de estrume,
constituam zona de acesso, circulação e manobra.
- 1 Depósito de gás (a licenciar posteriormente), que será instalado junto ao
acesso principal na zona Sul do recinto. Este depósito, que se prevê com uma
capacidade de 0,125 m3;
- 1 Captação de água subterrânea (no recinto da instalação);
No quadro seguinte, apresentam-se as áreas de implantação, construção, úteis
e cobertas de cada um dos edifícios a construir, no âmbito do projecto – objecto
do presente estudo.
– Áreas de implantação, de construção, úteis e cobertas dos edifícios a construir
na instalação avícola.
Para fazer face a tais reduções e dar resposta às crescentes necessidades de
mercado em termos de ovos para o comércio a retalho e indústria alimentar, tem
ampliado a respectiva capacidade de produção no sector da postura, decorrendo
daí a necessidade de garantir maior efectivo de aves de recria (com vista a
garantir a produção própria das jovens galinhas poedeiras que passarão depois
a instalações de postura). Com a implementação do projecto – objecto do
presente - o proponente garantirá todo o ciclo de produção de ovos sem ter de
recorrer ao fornecimento externo, reforçando a importância económica da
empresa.
Com núcleos de produção de elevada dimensão, o proponente poderá
permanecer num mercado tão competitivo como o dos ovos e instalar
tecnologias e equipamentos, que permitam rentabilizar todo o investimento e ao
mesmo tempo melhorar todas as condições de produção, quer em termos de
bem-estar animal, quer do ponto de vista sanitário, económico, social e
ambiental.

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Fonte: foto criado em 3D

IV-INFRAESTRUTURAS
Neste capítulo prevê-se a construção das seguintes infraestruturas:

 Não existem nenhuma residência de caracter definitiva;


 Precisa-se edificar e instalações de infraestruturas sociais (moradia que
contempla a área de serviços como: escritório e dormitórios para técnicos, casa
residencial, etc);
 Infraestrutura de produção (armazém com unidade de produção, armazém para
ração animal, aviário, pontos de energia, pontos de agua, parque de maquinas).
 Fábrica de embalagem de ovos e processamentos dos produtos alimentares
(conservação de produtos);
 Construção de um aviário;
 Área plantada (perímetro florestal, cortina quebra ventos)

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Fonte: Foto criada em 3D
V- CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE

A propriedade localiza-se na aldeia de Colemba – Ombala de Canjungue,


Município de Chicala Choloanga, Província do Huambo e composta por 80,69
hectares de terra aráveis, sendo que 70 há de terra plana e 10,69 há de terra
sem acentuada.

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VI- DESCRIÇÃO DO NEGOCIO

A ideia do negócio começou com a necessidade da sobrevivência no campo de


uma família com uma pequena propriedade de terra. A mesma vem de um
processo de descapitalização e perda de espaço físico devido a frustrações
sequências de safras de trigo e soja e endividamento bancário. Devido a esse
contexto, pesquisou-se varias alternativas de produções agrícolas e,
considerando-se a pequena área de terra, percebe-se que a atividade mais
apropriada para o caso e a produção de aves (galinhas) para postura. Assim,
para implantação do aviário foi preciso escolher o espaço físico adequado para
a construção do galpão.
Tendo em vista as necessidades físicas e a oferta de um terreno apropriado,
escolheu-se uma área plana para a construção do galpão.
Apos a adequação e construção dos galpões, para iniciar a criação das aves
Poedeiras, as pintainhas serão adquiridas de um fornecedor certificado.
As aves serão tratadas com ração apropriada para postura. Serão escolhidas
aves vermelhas que oferecem uma melhor qualidade dos ovos e preço no
mercado.
Apos 18 semanas de criação coletar-se-á os ovos para se procederem as
primeiras vendas.
Também, como fontes de renda serão feitos os descartes das galinhas que
passaram do ciclo de postura e, será a feita a venda do esterco.

Aviário com capacidade de 79 mil.

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ASPECTOS MERCADOLÓGICOS

Nos últimos anos, o Angola atingiu uma marca histórica de consumo de ovos,
Registrando 180 ovos para cada Angolano. Esse avanço satisfatório para o
criador de galinhas poedeiras também se deve especialmente a derrubada do
mito dos malefícios do ovo para a saúde. Segundo pesquisas realizadas nos
últimos 30 anos, foi comprovado que o consumo diário de ovo não aumenta o
risco de doenças do coração em pessoas saudáveis. Conforme site
http://www.saudedica.com.br pesquisas recentes mostram que consumir ovos
trazem os seguintes benefícios para a saúde:
- Os ovos têm grandes benefícios para os olhos. De acordo com um estudo, um
ovo por dia pode prevenir degeneração ocular devido ao conteúdo de
carotenoides, especialmente a luteína e zeaxantina.
- Em outro estudo, os pesquisadores descobriram que pessoas que comem ovos
todos os dias reduzem o risco de desenvolver cataratas, por causa da luteína e
zeaxantina em ovos.
- Um ovo contém 6 gramas de proteína de alta qualidade e todos os nove
aminoácidos essenciais para a saúde humana.
- De acordo com um estudo da Harvard School of Public Health, não há nenhuma
ligação significativa entre o consumo de ovo e doenças cardíacas. Na verdade,
de acordo com o estudo, o consumo regular de ovos pode ajudar a prevenir
coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral e ataques cardíacos.
- Eles são uma boa fonte de colina. Uma gema tem cerca de 300 microgramas
de colina. A colina e um nutriente importante que ajuda a regularem o cérebro,
sistema nervoso e sistema cardiovascular.
- Eles contem o tipo certo de gordura. Um ovo contém apenas 5 gramas de
gordura e apenas 1,5 gramas de gordura saturada.
- Nova pesquisa mostra que o consumo moderado de ovos não tem um impacto
negativo sobre o colesterol. De fato, estudos recentes tem demonstrado que o
consumo regular de dois ovos por dia não afeta o perfil lipídico de uma pessoa
e podem, de fato, melhora-lo.
- Os ovos são um dos únicos alimentos que contem naturalmente a Vitamina

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D.
- Os ovos podem prevenir o câncer de mama. Em um estudo, as mulheres que
consumiam pelo menos seis ovos por semana reduziram o risco de câncer de
mama em 44%.
- Ovos ajudam na saúde do cabelo e unhas por causa do seu elevado teor de
enxofre e grande variedade de vitaminas e minerais.
- Em média são 380 ovos por ano que dam as galinha poedeiras.
Apos pesquisa nos mercados e padarias de Três de Maio (publico alvo),
concluiu-se que os mesmos se abastecem de fornecedores de algumas áreas
do município. Percebeu-se, a partir dessa realidade, que há um grande espaço
no mercado para a oferta do produto pretendido.
Optou-se a venda dos produtos no município, em supermercados e padarias,
porque há mercado para o consumo, carência na oferta do produto, facilidade de
deslocamento e entrega e, pela venda com nota fiscal de produtor rural, que
proporciona redução do pagamento de impostos.

Cliente/Consumidor
Para implementação do projeto foi feita visitação aos mercados e padarias do
município, para verificar a necessidade do produto ovos de galinha pelos
mesmos. Assim, obteve-se uma proposta de compra:
- Supermercado: 70% da produção.
- Super e loja: 15% da produção.
- Mercado e pessoais singulares: 9% da produção.
- Padaria: 2%

- Agricultores do município: 2%

Devido a demanda ser maior de que a oferta do produto do município e outros a


concorrência torna-se quase nula. Como a área esta localizado próximo da
cidade, tem-se a vantagem de diminuir o custo em gastos com transporte para a
entrega em relação da zona.

FORNECEDORES

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Apos pesquisa de mercado, percebeu-se que os prováveis fornecedores, pela
viabilidade qualitativa e económica serão:
- Agropecuário – fornecedor de rações, remédios e insumos para produção e
manutenção do aviário, mercado e lojas.
- Pintos – fornecedor das pintainhas IMA e FCA.
– Fornecedor das gaiolas, comedouros, bebedouros e sistemas de cortina.
- Postos de Serviços do Sonangol – fornecedor de combustível.
- Cerâmica e Madeireira – fornecedor de telhas, tijolos e madeiras para
construção do galpão.
- Materiais de Construção – fornecedor de cimento e areia.
- Siluz – fornecedor de matéria de eletricidade.
- Gabinete do ambiente- fornecedor das Licenças Ambientais e água potável.
- Sanovo – fornecedor de embalagens.
- Toyota Automóveis – fornecedor do veículo.
- Mao-de-Obra – familiar e outros particulares.

Tamanho e localização
A localização dos galpões e de suma importância para a obtenção de resultados
satisfatórios no desenvolvimento da atividade. Em qualquer circunstância, para
a instalação de novos complexos avícolas, sempre e preciso um estudo prévio
ou planejamento das condições mínimas necessárias ao bom funcionamento
das instalações. Convém atentar para o facto de que ao se planejar uma obra,
deve-se evitar terrenos de baixada, evitando problemas com alta umidade, baixa
movimentação de ar e insuficiente insolação higiénica no inverno. Deve-se estar
atento também a possível obstrução do ar por outras construções e barreiras
naturais e artificiais próximas aos galpões avícolas, o que dificultaria a ventilação
natural, trazendo prejuízos ao conforto térmico no verão.
A largura a ser considerada para o galpão está relacionada ao clima da região
onde o mesmo será construído e ao projeto de organização das gaiolas.
Normalmente recomenda-se como limites máximos:
- Larguras até 8,00 a 10,00 m – clima frio e húmido
- Larguras até 10,00 a 14,00 m – clima quente e seco
No que diz respeito ao pé-direito, verificou que, “a medida que se aumenta o pé-
direito de uma cobertura, não se altera o tamanho da sombra, mas diminui a

19
temperatura do solo, porque a sombra se move mais rapidamente”. Segundo
esses autores, em locais onde há ocorrência de céu descoberto, altas
temperaturas, baixa precipitação e a baixa umidade são constantes, coberturas
com pé-direito variando de 3,00 a 4,00 m são recomendadas, pois possibilitam
maior exposição dos animais ao céu, que geralmente e mais frio do que a
superfície animal. Esses autores mostraram em seus estudos que, aumentando-
se a altura do abrigo, os animais na sombra ficam expostos a maior exposição
do céu frio, possibilitando, assim, aumento do efeito de arrefecimento térmico
ambiente.
“Em locais onde o céu se apresenta total ou parcialmente encoberto e com alta
umidade relativa, instalações com pé-direito alto não são recomendadas, pois
expõem o animal a maior carga térmica de radiação”.
“Pé-direito alto e recomendado para áreas com céu claro e baixa umidade
relativa do ar”. Considerando as recomendações do EMBRAPA e aproveitando
a disponibilidade física da propriedade que já dispõe de um galpão com as
características semelhantes as indicadas, optou-se em adapta-lo, tornando-o
viável para o recebimento das pintainhas. Nesse espaço será feita a cria e a
recria das aves. Assim, esse espaço físico será utilizado por 17 semanas. Segue
foto do galpão que será adaptado.
Resistência a doenças, alta taxa de eclosão, fertilidade, qualidade interna do ovo,
maturidade sexual precoce e baixa incidência de manchas no seu interior.
Os elementos citados acima são imprescindíveis para se evitar a vulnerabilidade
do negócio.

VII- TECNOLOGIA UTILIZADA POR CADA CULTURA

7.1-MECANIZAÇÃO E PREPARAÇÃO DE TERRAS

A preparação do solo será feita de forma gradual, em função das épocas e tipo
de culturas a ser utilizada e, será antecedida pelas operações preliminares
(desbravamento) consubstanciadas em derrube, extirpação de socas e raízes,
seguida de uma lavoura profunda. As demais intervenções de lavouras serão
definidas e implementadas em função das necessidades relacionadas á tipo de
culturas, época do ano, bem como aplicação de correção solo ou analise do

20
mesmo, trabalhos fitossanitários (Fungicidas, herbicida, e pesticidas), sistema
de rega, aplicação de semente melhorada como os híbridos de altas
produtividades e não só, etc.

7.2- CULTURAS AGRÍCOLAS

As culturas agrícolas são todas as culturas que cultivamos nos chumbos, ou


ainda no ongongo nas zonas altos (Ongongo-lavra) e que servem para a nossa
alimentação, venda e alimentação dos animais.
Podemos classificar as culturas agrícolas em diferentes grupos, como, por
exemplo: cereais, leguminosas, oleaginosas e hortícolas.
Cereais são culturas de grão que fornecem farinha para a nossa alimentação.
São, geralmente, ricos em hidratos de carbono (fonte de energia), necessários
para repor as energias gastas no trabalho diário. Fazem parte deste grupo o
trigo, a cevada, a aveia, o centeio, o milho, a mapira, ameixoeira e o arroz.
Leguminosas são culturas que fornecem excelentes nutrientes na nossa
alimentação e enriquecem o solo. São, geralmente, ricas em proteínas,
necessárias para a construção e crescimento do corpo humano. Fazem parte
deste grupo as culturas como o amendoim e os feijões, incluindo o feijão, a soja
e a ervilha. A leucaena muitas vezes usada para servir de barreira contra os
ventos e melhorar a fertilidade do solo, também pertence a este grupo.
Oleaginosas são culturas cujas sementes ou frutos fornecem o óleo para a
alimentação. São geralmente ricas em gorduras que são necessárias para
fornecer energia ao nosso corpo. Fazem parte deste grupo as culturas como o
girassol, o rícino, a soja e o amendoim.
Hortícolas são culturas geralmente herbáceas e anuais que exigem grande
quantidade de mão-de- obra e são utilizadas sobretudo na alimentação humana,
como o tomate, a abóbora, a cebola, o repolho e o pimento. São ricos em
vitaminas e minerais, necessários para prevenir e ajudar o organismo a combater
as doenças e infeções.

7.3-ROTAÇÃO DE CULTURAS

A rotação de culturas consiste em não plantar no mesmo terreno, em anos


seguidos, culturas que partilham as mesmas pragas e doenças. Uma boa

21
rotação de culturas é aquela que evita um aumento de pragas e doenças e
permite um bom aproveitamento da adubação da cultura anterior, isto é, a seguir
a uma cultura de raiz pouco profunda deve-se cultivar uma com raiz profunda
para aproveitar os nutrientes que a cultura anterior não usou. Quando estiver a
planificar a campanha seguinte, tenha em conta estes aspectos.
A seguir, apresentam-se alguns exemplos de rotação de culturas para quatro
anos. Eis o que deve fazer:
Em cada área irá produzir apenas uma cultura, o que significa que cada cultura
só volta a ser cultivada na mesma área passados quatro anos, isto é, no quinto
ano.

ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA 3 ÁREA 4


1º. ANO Milho Feijão Repolho Cebola
2º. ANO Cebola Milho Feijão Repolho
3º. ANO Repolho Cebola Milho Feijão

4º. ANO Feijão Repolho Cebola Milho


5º. ANO Milho Feijão Repolho Cebola

1º. ANO Feijão Mandioca Milho Quiabo


2º. ANO Quiabo Feijão Mandioca Milho

7.4-AGRICULTURA DE SEQUEIRO E DE REGADIO EM PEQUENO ESCALA

Agricultura de sequeiro é aquela em que a cultura depende somente da água


fornecida pela chuva. Agricultura de Sequeiro: quando as culturas se
desenvolvem apenas com a água das chuvas nos meses de Outubro/Março.

A sementeira é feita no início da época das chuvas. Culturas de sequeiro podem


ser milho, feijão-, mandioca, mapira e amendoim etc.

Normalmente, em Angola, a época chuvosa é nos meses de Setembro a


Outubro, dependendo da região. Agricultura de Regadio: quando as culturas são
regadas pelo Homem para satisfazem as suas necessidades nos meses de
Maio/Setembro.

22
Agricultura de regadio é aquela em que a cultura usa a água fornecida pela
rega e que não depende da época chuvosa. A sementeira pode ser feita em
diferentes épocas do ano. As culturas de regadio são, normalmente, as
hortícolas, como tomate, alface, pimento, cebola e alho.

III. PROGRAMA DE EXPLORAÇÃO


As tarefas prioritárias a cumprir durantes a implementação do plano de
exploração de actividades agropecuário são:
 Perspetiva do calendário agrícola da região do planalto central do
Huambo na zona agrícola 24 de acordo com o posto mateológico da Chianga;
 Construção de cercas e portões;
 Construções e aberturas de novas picadas e estradas;
 Implantações de cortinas de proteção contra as quebras ventos;
 Adaptação do terreno às culturas;
 Divisão das áreas de exploração agrícola em quarteirões;
 Operações culturais (preparação do solo, gradagem e lavoura, correção
do solo aplicando calcário dolomítico)
 Aberturas das covas ou covachos (colocação de matéria orgânica-M. O)
para a plantação dos citrinos (fruteiras);
 Instalação das culturas que melhor se adaptam as condições locais da
região;
 Povoamento da fazendola com os animais (aves poedeiras reprodutores

5. 1- MAQUINARIAS
O projecto, pretende-se adquirir os equipamentos a baixos descriminados:

Equipamentos tecnológicos e não tecnológicos


N/ORD

DESIGNAÇÃO QUANTIDADES
01 Máquina de serração/moto serra para madeira e corte 4
02 Máquina de limpeza 2
03 Grupo gerador de 250 KWs para servir de fontes 1
alternativas
04 Camião articulados de 30 Ton 1

23
05 Contentores de 40 pés 4
06 Camião sistema para combustível com 30m3; 1
07 Camião basculante de 20m3 1
08 Máquina pá-carregadora 1
09 Empilhadora 1
10 Carinha de 3,5 Ton 1
11 Carinha Toyota Hilux 1
12 Balança industrial com capacidade de 30 Ton 1
13 Debulhadora 1
14 Tractores agrícolas e os seus componentes 1
15 Sulcadores 1
16 Grade arreadora intermédia 12 DS 1
17 Grade niveladora mecânica 36 DS 1
18 Forrageiras 1
19 Semeadora adubadora de grãos 1
20 Ceifeira-debulhadora de milho e de trigo 1
21 Colhedora debulhadora de leguminosas 1
22 Enfardadeira 13 entradas 1
23 Motobomba de 200 cilindro 1
24 Sistema de regador de aspiração 1
25 Máquina combinada 1
26 Atrelados-a copulador 2
27 Atomizadores 1
28 Autopublitos - kit 1
29 Pivôr 1
30 Moageiro industrial 1
31 Booldoze 1
32 Giratória 1
33 Electroescavadora 1
34 Maquina seriff de madeira 2

24
5.1.1- MAPA 1 – ZONAGEM AGRÍCOLA DE ANGOLA [MIAA]

Fonte: Diniz, 1973.

7.5- EXPLORAÇÃO AGRICOLAS DO TIPO EMPRESARIAL


O rendimento do capital de empresa é o resultado de exploração anual que
deverá ser utilizado neste caso como base para o estabelecimento de critério de
avaliação de projectos. Este resultado traduz a remuneração do conjunto dos
capitais da empresa, servindo de base para a comparação da remuneração
média dos capitais investidos com outro tipo de aplicações alternativas em iguais
condições de duração e de risco.
Para efeito de análise da rendibilidade empresarial é neste tipo de resultado
anual da exploração que assenta o estabelecimento do critério rácio benéfico-
custo (RBC).

8.1-ÁREA DE EXPLORAÇÃO
Prevê-se explorar uma área de aproximadamente de 80,69 hectares de terra,
sendo distribuído da seguinte forma:

25
N/O DESIGNAÇÃO AREA (há)
01 Área total da exploração 80,69 há
02 Área Agrícola Útil 52,69 ha
03 Área para instalações (infraestrutura) 2há
04 Área para fruteiras 3 ha
05 Área para repovoamento florestal 1ha
06 Área para pasto 20 ha
07 Área para reserva natural 1ha
08 Área de pousio e rotação de culturas 1ha
09 Área total 80,69Hectares

8.1.1-FLORICULTURA
O termo floricultura designa um ramo da horticultura focado no cultivo de plantas
floríferas e ornamentais de forma industrializada, destinadas a jardins e ao
comércio. As floriculturas vendem diversos tipos de flores, de corte, quando são
comercializadas sem raízes e em vaso, quando possuem recipiente com
substrato.
Também faz parte da rotina da floricultura a confeção de arranjos e buquês, que
são montagens de flores, para presentear alguém. Hoje, a floricultura tomou
outros rumos, sendo que actualmente é amplamente utilizado para
comercialização de flores e outros tipos de presente. As floriculturas se uniram
formando uma rede comercial que proporciona aquisição de flores e outros
presentes em sua cidade para serem entregues em qualquer lugar do mundo.
Aos empresários ligados à floricultura a apostam na produção em grande escala
da rosa de porcelana, African violet, livelnternet, geranium-multibloom red,
Amaryllis- wedding dance, pink fly, violet, e outras variedades para posterior
exportação. A Criação de plano de negocio de plantas ornamentais e viveiros de
árvores haver grande necessidade de se apostar nesta área, tudo no âmbito da
diversificação da economia, pois é uma actividade que gera muitas receitas.
O interesse do empresariado nacional nesta área tem a ver com o facto de, há
algum tempo, no país, só se fazia negócios que geravam lucros imediatos, mas,
com a realidade actual, abre-se um novo campo de investimento.
O investimento na floricultura seria uma grande oportunidade para o sector
empresarial, com benefícios para o consumidor final, com preços justos.
O solo da região, tem tudo para produção de flores, tanto para a venda aqui no
país como para exportação. Realmente dá muito trabalho e também há riscos,

26
como qualquer negócio, mas nós não podemos somente nos apegar às
desvantagens, pois também há vantagens" – de acordo com os ambientalistas,
realçando que no exterior do país essa rosa, sem decoração, é comercializada
à volta de cinco a dez dólares por pé.
As rosas em Angola são muito caras, por falta de produção nacional. As flores
vêm na sua grande maioria do exterior do país, o que torna elevado os preços
para o bolso do consumidor.

IX - CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO AGRICOLA


9.1- CEREAIS
9.1.1- ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DA CULTURA DO MILHO
Milho (Zea mays L) será utilizado 3 hectares distribuídos em diversas áreas:
(gramíneas e leguminosas, Hortofrutícolas etc. Durante 5 anos).
A produção mundial de milho encontra-se, hoje, por volta de 555 milhões de
toneladas. Desse total, 45,76% provêm dos Estados Unidos, maior produtor,
produzindo duas e meias vezes mais que a China, segundo maior produtor, e
oito vezes mais que o Brasil, terceiro maior produtor. Esses três países
contribuem com 70% da produção mundial. Os Estados Unidos também
alcançam o mais alto índice de produtividade (8.685 kg/ha), sendo esse quatro
vezes maiores que o do Brasil (2.143 kg/ha). Os principais países exportadores
de milho são pela ordem:
Estados Unidos, China, Argentina, África do Sul e Tailândia. Vale notar que a
quantidade exportada pelo primeiro chega a ser nove vezes maior que a do
segundo. Os principais importadores são: Japão, Coreia do Sul, Taiwan, México,
países da União Europeia e URSS. O Brasil tem sua produção ajustada ao
consumo, não podendo ser classificado como exportador ou importador,
ocorrendo, vez por outra, pequenas importações estratégicas, e exportando,
eventualmente, quantidades pouco significativas.
No âmbito nacional, a cultura do milho pode ser considerada a mais importante,
tanto sob o aspecto econômico quanto sob o social. No econômico, destaca-se
por apresentar a maior área cultivada entre os principais grãos (14,0 milhões de
hectares), bem como a maior produção (36,3 milhões de toneladas). Sua
importância social respalda-se, basicamente, em duas evidências. A primeira,

27
por ser componente básico da dieta, principalmente entre a camada mais pobre
da população; a segunda, por ser produto típico do pequeno produtor rural.
Em angola embora este cereal seja cultivado em todas as regiões do país, é na
província de Malanje, nos planaltos centrais e Huíla que a cultura se reveste de
importância fundamental. Os maiores produtores africanos são a África do Sul e
o Zimbabwe.
Na alimentação humana o milho é utilizado ou fresco, colhido na fase da
maturação leitosa ou moído e transformado em farinha (quando colhido
completamente sazonado). Secundariamente pode ser comido sob forma de
pipoca. Por outro lado, o milho utilizado na fabricação de bebidas alcoólicas
podendo substituir a cevada no fabrico industrial da cerveja. O germe do milho é
muito rico em óleo, que pode ser facilmente extraído, ser vindo para a
alimentação humana ou da população sendo o bagaço destinado ao gado.
Industrialmente o milho pode ser utilizado como componente no fabrico de
rações para alimentação animal ou para extração do amido. O milho é também
muito utilizado como planta forrageira podendo ser consumido fresco ou
ensilado.
As variedades a ser utilizadas preferencialmente serão os híbridos produtivos
em condições climatéricas favoráveis e de técnicas de cultivo apurada para dar
o máximo de rendimento por hectares recomendadas. O regime a ser utilizado
será de regime de sequeiro (Outubro/Novembro) e em regime de regadio
(Fevereiro, Março e Agosto) com rotações de considera-se útil a inclusão de
leguminosa, pelo menos numa rotação bienal. Por exemplo: milho-feijão ou
milho-milho-feijão ou ainda milho-feijão, bem como aplicação das plantas
melhoradores do solo: Mucuna-milho-feijão.
Preparação do solo deverá constar de uma lavoura a 20-25 cm de profundidade,
executada depois das primeiras chuvas. Se possível deverão ser executadas
duas gradagens para deixar a superfície lisa e limpa sem ervas ou resíduos dos
cultivos anteriores.
No caso da sementeira será mecanizada semeia-se em linhas, com distâncias
entre as linhas de 80-90 cm e a distância na linha de 20-30cm. Deste modo
obtém-se uma densidade que varia entre 40-60.000 planta por hectares
gastando 20-25 kgs de sementes. No caso de semente manual, semeia-se em

28
covachos ou covas que normalmente estão distanciados de 80 x 40 deixando
duas plantas por cova.
Operações de granjeio ou amanho culturais (sachas, amontoa, desbaste ou
desfolhamento, retancha) serão feitos em todo o período sempre que se deseja
na sua necessidade.
A fertilização: o milho responde bem aos adubos e os limites destes dependem
mais da disponibilidade hídrica do que da resposta biológica da planta. O milho
prefere terrenos ricos em substâncias orgânicas e por isso é aconselhável
enterrar estrume e resíduos orgânicos durante a lavoura. As doses aplicados por
hectares poderá ser variada entre 20 e 150 kgs por/há conforme a fertilização do
solo, a variedade escolhida e as condições climáticas.

Caso se pretenda trabalhar com os adubos compostos aplica-se 300-400 kg/há


de 12-24-12, seguido por uma adubação de cobertura fornecendo todos os
elementos necessários.
A colheita é feita da seguinte forma: Para consumo directo em grão, ante da
maturação fisiológica, no estado de maturação leitoso- cerosa.
Para a produção da foragem, ou ensilagem a colheita é efectuada na fase da
maturação cerosa neste caso corta-se a planta inteira.
Normalmente a colheita é efetuada quando as maçarocas estiverem
convenientemente maduras e secas.
O rendimento medio é de 500-1.000 kg/há ou 1.500-2.000 por/há até mesmo
pode atingir nos valores mais elevado de 3-7 tonelada por hectares quando as
condições climáticas são favoráveis.

9.1.1.1.- QUADRO DEMOSTRATIVOS DA EVOLUÇÃO ANUAIS DAS


CULTURAS GRAMÍNEAS (CEREAIS)

CULTURA DE MILHO

Evolução anual da cultura do milho


N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 50 há 20 25 30 40 50
cultivar (50)
Rendimento 600 1.500 2.000 3.000 4.000
02 previsto Kg/há

29
03 Produção Ton/ha 12 37,5 60 120 200

OBS: No primeiro e segundo ano utilizarei variedade regional e 3º a 5º ano


aplicará variedades hibridas de alta produção, acordo com a produção e a
produtividades, utilizando também a correção do solo na aplicação de calcário
dolomítico (CaCO3) no primeiro ano. Uso de fertirrigação e produtos
fitossanitários como: pesticidas, herbicidas e fungicidas. O período que vai de
cerca de dez dias antes do apendoamento até cerca de 25-30 dias após,
compreende a fase do desenvolvimento do milho de maior exigência nutricional
com objectivo de formação de grãos e armazenamento de tecidos é translocada
para os grãos das partes vegetativas. Variedades: milho branco, amarela.
CULTURA DE TRIGO
Evolução anual da cultura do Trigo
N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 50 há 20 25 30 40 50
cultivar (50)
Rendimento 800 1000 1300 1500 2000
02 previsto Kg/há
03 Produção Ton/ha 16 25 39 60 100

9.2-RAIZES E TUBERCULOS
Na produção de raízes e tubérculos, a mandioca, a batata-doce e a batata rena,
continuam a manifestar crescimento, apesar de este facto não ser constante ou
progressivo, sendo mais acentuado nuns anos do que em outros.
A batata e a mandioca são culturas que se desenvolvem bem em solos pobres,
como é o caso das regiões centro e sul do país, onde também se verifica a
predominância das culturas de milho, massango e massambala.
Uma vez que nos últimos anos tem havido uma diminuição no crescimento da
produção de raízes e tubérculos, presume-se que tenha havido um esforço no
sentido de equilibrar os tipos de produções com a procura e a oferta.
A produção interna de mandioca e batata-doce já satisfaz as necessidades de
consumo nacional, mas a produção de cereais, flutua bastante devido à elevada
exigência do milho relativamente aos níveis adequados de fertilização e
regularidade de chuvas, justificando assim o esforço de balanceamento da

30
produção, no sentido da produção de certas culturas poderem colmatar e
complementar a irregularidade de produção de outras.

9.2.1-CULTURA DE MANDIOCA

Evolução anual da cultura da Mandioca


N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 5 5 5 5
cultivar de
Mandioca
(5)
Rendimento Kg/há 20 26 30
02 previsto
03 Produção Ton/há 100 130 150

OBS: Uso de variedade muito resistente as pragas e doenças, aplicação de


agrotóxicos no campo para evitar os roedouro invada a cultura prejudicando
assim o rendimento. Fertilização nitrogenada, não há necessidade de fazer
aplicações de fertilização no plantio. Recebendo os macronutrientes principais
(nitrogénio ou azoto -N, fosforo- P e potássio-K) e macronutrientes secundários
(cálcio- Ca, magnésio-Mg e enxofre-S).
Na adubação de cobertura empregam-se a quantidade de nitrogénio (N-kg/há)
apontada entre 40 a 50 dias após a brotação. A fertilização fosfatada (P2O5-
Kg/ha) e potássica (K2O-kg/ha) aplicar, no sulco de plantio as doses
recomendada.

CULTURA DE BATATA-DOCE

Evolução anual da cultura batata-doce


N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 2 2 2 2 2 2
cultivar de
batata-doce
Rendimento Kg/há 10 15 17 20 30
02 previsto
03 Produção Ton/há 20 30 34 40 60

OBS: No 1º ano não haverá rendimento de acordo com as exigências da cultura,


somente teremos partir do 2º ano até o 5º sem fazer a monocultura fazenda

31
assim a rotação de cultura. Recebendo os macronutrientes principais (nitrogénio
ou azoto -N, fosforo- P e potássio-K) e macronutrientes secundários (cálcio- Ca,
magnésio-Mg e enxofre-S).
Cultura de Batatinha (Batata-rena)

Evolução anual da cultura batata-rena


N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 20ha 10 15 20 20 20
cultivar de
batata-rena
(20)
Rendimento Kg/há 3 5 8 9 10
02 previsto
03 Produção Ton/há 30 75 160 180 200

OBS: Desde o 1º a 5º haverá um rendimento na ordem aceitável desta cultura


estará em função de operações culturais, com rotação de cultura, preparação do
solo, adubação, produtos fitossanitária (fungicidas, herbicida e pesticidas),
correção do solo com cal viva ou dolomítico. Recebendo os macronutrientes
principais (nitrogénio ou azoto -N, fosforo- P e potássio-K) e macronutrientes
secundários (cálcio- Ca, magnésio-Mg e enxofre-S)
Tipo de variedade a ser utilizada: zapa5 e Boa de alta produção da região ou
localidade-comunidade.
Embora seja cultivada nos mais diversos tipos de solos, aqueles que apresentam
boa textura, como os areno-argilosos, são os mais propícios para a cultura.
Raramente se desenvolver bem em solos pesados, porém nos frouxos bem
arejados, podem-se obter boas produções. Em relação ao pH do solo, a faixa
mais adequada é entre 5,00 e 6,00, já que em condições de pH mais elevado há
propensão ao desenvolvimento de moléstias, como por exemplo, a sarna
comum. O conteúdo de matéria orgânica do solo é a base para obtenção de
rendimento elevados, sendo efectiva no armazenamento de água e suprimento
de nutriente. A batata cresce melhor onde a temperaturas média se situa entre
16 e 20ºC, sendo injuriada por temperaturas muito baixas, principalmente na
maturação. Devem ser evitados lugares sujeitos a geadas. Regiões de umidade

32
atmosférica elevada favorecem muito o desenvolvimento de moléstias, mas não
o caso do perímetro.
A quantidade de esterco a empregar varia de 4 a 8 tonelada por hectares e se
for de galinha de 400 a 800 kg por hectares, tendo-se o cuidado de aplica-los
com algum tempo de antecedência na/e ao plantação/ plantio, para evitar
prejuízo na brotação da batata-semente e depreciação na qualidade do produto.
Um excesso de fertilizante nitrogenado, além do perigo de acarretar a queima
dos brotos e raízes, provoca um acamamento das plantas e aumenta a
suscetibilidade às moléstias.
A época e o método de aplicação dos fertilizantes são de muita importância no
sucesso da cultura, variando a quantidade a aplicar com o tipo de solo. Em geral,
os fertilizantes fosfatados e potássicos são aplicados antes ou na época da
plantação. Parte do nitrogénio é empregada junto com o fosforo e o potássio e,
o restante, em cobertura, em determinado período de desenvolvimento das
plantas. Em solos muito sujeito à lixiviação, como nos arenosos, é preferível
aplicar a maior parte do fertilizante nitrogenado em uma ou mais vezes, em
cobertura, durante o período de maior desenvolvimento vegetativo das culturas.
Desde que a cultura da batata requer grandes quantidades de fertilizantes,
atenção especial deve ser dada à localização deles em relação à batata-
semente, a fim de eliminar a possibilidade de concentração salina prejudicial à
brotação da batata e desenvolvimento inicial das plantas.
Aplicação de fertilizantes junto à batata-semente nunca deve ser superior a
2gramas de nitrogénio (N), 6 gramas de fosforo (P2O5) e 2 gramas de potássio
(K2 O) por cada 10 metro lineares de sulco, para se ter segurança de que as
plantas não vão ser danificadas. No caso de altas aplicações de fertilizantes,
estes devem ser colocados a 5 centímetros abaixo e 5 centímetros lateralmente
em relação à batata-semente.

9.3- LEGUMINOSAS (PRODUÇÃO DE LEGUMINOSAS E OLEAGINOSAS)


Nas culturas alimentares leguminosas e oleaginosas, o feijão, a soja e o
amendoim foram as que mais aumentaram, registando uma taxa de crescimento
de 27,2%.
Este facto foi impulsionado - principalmente no caso do feijão- pelo facto do preço
no mercado angolano se ter tornado bastante atrativo, o que naturalmente faz
aumentar a sua produção.

33
Cultura de feijão (Phaseolus vulgaris L.)

O feijão é uma planta provavelmente de origem asiática, sendo hoje em dia


cosmopolita. É cultivado, sobretudo para uso alimentar porque sendo muito rico
em proteica é um substituto barato da carne.
Em Angola o feijão é cultivado um pouco por todo o País mas é muito comum
sobretudo nas Província do Norte (Malanje, Uíge, Cuanza-Norte) e do Centro-
Sul (Cuanza-Sul, Huambo, Bié e terras altas de Huila).
Quanto as variedades, existem inúmeras e espécies de feijão, mas actualmente
em angola os camponeses cultivam prevalentemente variedades locais, sendo
as mais apreciadas pelos consumidores o feijão manteiga, feijão chumbo, feijão
branco grado, ou raiado. Mas ainda precisamos as variedades hibridas de alta
produtividade.
Clima: A temperatura ideal para o feijão situa-se entre 10-25ºC sendo prejudiciais
as temperaturas muitos elevados, assim como as geadas. O feijão resiste à seca,
necessitando de chuvas ou de rega bem distribuídas ao longo do seu ciclo, que
sendo breve, cerca de 3-4 meses, precisa normalmente de 2-3 meses de chuvas.
Um período de seca é essencial para a maturação das vagens.
Solos: o feijão prefere solos ricos em matéria orgânica, com PH de 6,5-7, soltos
e leves, sendo muito sensível ao encharcamento. Os terrenos arenoso-argilosos
com boa drenagem e férteis são os mais indicados.
Rotação: o feijão normalmente é cultivado juntamente com o milho ou com milho
e abóbora, mas pode também ser cultivado sozinho em rotação com o milho. Por
exemplo: milho-feijão-mandioca-sideração.
Sementeira: Outubro/Novembro ou Fevereiro/ Março.
No caso de sementeira mecânica, o compasso aconselhável é de 60 x 20-15 cm,
utilizando-se 40- 50 kg de sementes por hectares. Utilizando variedades mais
precoces pode-se fazer um compasso de 50x20 ou 60 x15; é recomendável a
prática da inoculação da semente e o seu tratamento com fungicidas. A
profundidade de sementeira é de 4-10 cm ocorrendo a germinação em 7-8 dias.

34
Amanhos culturais (sachas é recomendável uma sacha 3-4 semanas após a
sementeira e uma segunda conforme as necessidades).
A tutoragem deverá ser feita a partir das primeiras 4-5 semanas da vida da
planta.
Fertilização, o feijão produz mal nos solos ácidos; para este tipo de solo será
necessário uma calagem efectuada pelo menos um mês antes da sementeira.
Aplicando as adubações azotadas, aconselhando-se:
20-30 kg/há (N-azoto ou nitrogénio); 40-60kg/há (P2O6- Oxido de Fosforo) e 20-
30 kg/há (Oxido de Potássio).
Rendimento por hectares esta na ordem de 200-300 kg/há, 600-800 kg/há e pode
atingir na ordem de 10ton/ há.

9.3.1-CULTUTURA DO FEIJOEIRO

Evolução anual da cultura de feijão


N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 50 20 30 35 40 50
cultivar de
feijão (50)
Rendimento Kg/há 200 300 600 800 10
02 previsto
03 Produção Ton/ha 4 9 21 32 500

Obs: Preparação do solo para garantir o normal crescimento da cultura no 1º e


2º ano usar variedades produtivas, aplicação de adubação, compasso
recomendável de e 3º a 5º ano haverá uma produção satisfatória, em preferência
aplicação de 2ª época do cultivo adequada, bem como as irrigações. Uso de
tecnologias, herbicidas, fungicida, pesticidas. A nutrição das plantas de feijão,
durante as duas primeiras semanas de idade, absorve muito pequena de
nutrientes. Dessa fase até mais ou menos 60 dias de idade, absorvem a quase
totalidade dos nutrientes exigidos para seu desenvolvimento e produção o
fosforo é absorvido até o fim do ciclo vegetativo. Recebendo os macronutrientes
principais (nitrogénio ou azoto -N, fosforo- P e potássio-K) e macronutrientes
secundários (cálcio- Ca, magnésio-Mg e enxofre-S). A fertilização nitrogenada
(sulfato de amónio-Kg/ha) para o feijão é aplicada de 10 a 15 dias após a

35
germinação, em cobertura, na quantidade indicada. Variedades: Catarina e
manteiga muito produtivo na comunidade.

9.3.1.2-CULTURA DE SOJA
Evolução anual da cultura de soja
N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 50 15 20 30 40 50
cultivar de
soja (50)
Rendimento Kg/há 500 1000 1100 1500 3000
02 previsto
03 Produção Ton/ha 7,5 20 33 60 150

NOTA: Deve ser aplicada as técnicas de cultivo desde a preparação do solo,


gradagem, compasso, adubação, variedades hibridas, não usando a
monocultura evitando assim as incidências de pragas e doenças para que se
obtém boa colheita.
Desde que não haja limitação do suprimento de nutrientes e água, a soja se
desenvolve bem em qualquer tipo de solos, porém eles não devem ser
encharcados e nem demasiado rasos. Graças ao seu sistema radicular vigoroso
e profundo, a soja fornece altas produções em solos de média fertilidade. A faixa
de pH mais adequada situa-se na ordem entre 5,7 e 6,2. Quanto a nutrição, a
soja não apresenta fases distintas de absorção de nutrientes. Devido ao facto de
ser uma leguminosa, a soja, quando inoculada, tem capacidade de promover
fixação de nitrogénio do ar através das bactérias que vivem em suas raízes,
podendo prover sua nutrição nitrogenada para o crescimento mesmo em solos
esgotados. Recebendo os macronutrientes principais (nitrogénio ou azoto -N,
fosforo- P e potássio-K), macronutrientes secundários (cálcio- Ca, magnésio-Mg
e enxofre-S) e micronutrientes (ferro-Fe, mangones-me, cobre-Cu, zinco-Zn,
boro-B, molibdénio).

36
A soja quando adequadamente inoculada, não requer fertilização nitrogenada

9.3.1.2.3-CULTURA DE GIRASSOL

Actualmente em Angola o girassol é pouco cultivado, sobretudo devido às


dificuldades de comercialização da produção. Contudo, esta oleaginosa poderia
ser útil para reduzir a falta de oleaginosas do País, fornecendo matéria-prima às
fábricas nacionais e ser uma alternativa ao milho em todas as áreas onde a
estação das chuvas é reduzida ou irregular. Os grãos de girassol podem ser
utilizados industrialmente para a extração de óleo, produção de margarina,
sabões e vernizes. O bagaço da extração são utilizados como componente das
rações para o gado bovino e as sementes pequenas são utilizadas para a
alimentação de espécies avículas. A planta inteira pode ser utilizada verde ou
ensilada como forragem para o gado.
As variedades com elevado teor em óleo, cerca de 40- 50% enquanto que as
variedades que se encontram em uso em Angola, alem de possuírem um teor
em óleo de 25- 30%, são muito altas e facilmente sujeitas a acamar. O objectivos
dos programas de melhoramento do girassol é o de obter plantas produtivas de
porte baixos, resistentes às doenças e à acama, com elevado teor em óleo. As
variedades altamente produtivas: CCA75, CCA81 e Panadovic.
Quanto a precipitação: o girassol precisa de receber pelo menos 500- 600 mm
de chuvas ao longo do seu ciclo vegetativo e, particularmente, nos primeiros 60-
70 dias, durante a fase de floração e formação dos grãos, precisando pelo
contrário de tempo seco durante a maturação.
A melhor época para a sementeiras, utilizando variedade tardias, pode-se
semear em Novembro, colhendo-se a primeira sementeira em Abril/Maio e a
segundo em Fevereiro/Março.
Quanto a adubação são utilizados adubos minerais de cobertura e também
prefere adubos orgânicos. O rendimento médio é de 800- 1.000 kg/há.
Evolução anual da cultura de girassol
N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 50 15 20 30 40 50
cultivar de
girassol (50)
Rendimento Kg/há 800 879 900 965 1000
02 previsto
03 Produção Ton/ha 12 17,6 27 38,6 50

37
CULTURA DE AMENDOIM OU GINGUBA

Evolução anual da cultura de Amendoim


N/ord Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
01 Área a 10 5 7 8 9 10
cultivar de
amendoim
(10)
Rendimento Kg/há 1000 1500 2000 2500 12
02 previsto
03 Produção Ton/ha 5 10,5 16 22,5 120

OBS: Para que haja uma boa produção a cultura exigem solos ligeiros e bem
mobilizados utilizando uma lavoura, usando variedades precoces ou tardias e
altamente produtivas. Uso de tecnologias com os produtos fitossanitários,
herbicidas, fungicida, pesticidas entre outros porque a cultura exige em semear
logo das primeiras chuvas entre os meses de setembro e outubro.
Solos leves e bem drenados propiciam as melhores condições para o
desenvolvimento e produção. Geralmente, os arenosos e os de estrutura frouxa
são adequados a seu cultivo.
Quanto absorção de nutrientes, é influenciada pela época de seu cultivo. Da
germinação ao início da frutificação, as plantas absorvem de 20 a 30% da
exigência total em nutrientes, da frutificação até o início da maturação, de 74 a
80% da quantidade total de nutrientes extraídas pela cultura. Durante o
desenvolvimento e maturação dos frutos, ocorre translocação de nutrientes,
notadamente de nitrogénio e fosforo, da parte vegetativa para os frutos.
A fertilização nitrogenada (plantio- aplicar 10 kg de nitrogénio (N) por hectar, o
que corresponde a 50 kg de sulfato de amónio, no sulco de plantio. E de
cobertura empregar a quantidade de sulfato de amónio indicada, ao lado das
plantas, no inicio do florescimento, cerca de 30 dias após a germinação.
Adubo orgânicos como o amendoim é, geralmente, plantado em solos leves,
arenosos, com baixo conteúdo de matéria orgânica, a aplicação de adubo
orgânico traz benefícios para a cultura, principalmente aumentando a

38
capacidade de armazenamento de água e retenção de nutrientes. Em solo com
teor de carbono inferior a 1,50%, é recomendável a aplicação de adubos
orgânicos, 30 dias antes do plantio, nas seguintes quantidade:

Adubos orgânicos
Esterco de galinha 500 à 1500 kg/ ha
Esterco de curral 1500 à 3000 kg/ha

9.4- HORTOFRUTÍCOLAS (HORTÍCOLAS E FRUTAS)

As culturas hortícolas, nomeadamente, a cebola, o tomate, a couve, o repolho,


o alho, cenoura, o pimento, a beringela e frutas -onde se destaca a produção de
citrinos, abacaxi, banana, manga, abacate- têm observado crescimentos
significativos, contribuindo para este facto, o aumento da procura que
gradualmente começa a ser satisfeita pela produção interna.
Trata-se de produtos altamente perecíveis, em que a sua produção está
fortemente condicionada pela estrutura logística (ou pela ausência dela)
traduzida na insuficiência de entrepostos frigoríficos, ou outras unidades
vocacionadas para a sua conservação ou transformação.
Para fazer face à situação, está em curso a construção de 8 entrepostos
frigoríficos localizados junto aos principais perímetros irrigados do país, e a
construção de outros entrepostos na periferia dos principais centros urbanos
onde se localizam cinturas verdes.
A industrialização das culturas hortícolas e frutícolas poderá contribuir
significativamente para o crescimento dos rendimentos das explorações
agrícolas.
Está também em fase de conclusão uma fábrica de processamento de tomate e
outra dedicada ao processamento de banana.
Enquanto a linha de transformação de banana está projetada para uma produção
de 800 quilos/hora, a linha de transformados de tomate vai produzir cerca de 4
toneladas/hora de concentrado e massa de tomate.
No que tange a este capitulo será usado todos os parâmetro correspondente
nesta unidade de produção começando com preparação de terreno até a
plantação, utilizando as técnicas do padrão internacional, bem como outras
ferramenta que proporciona a produção e a produtividade dando um rendimento

39
salutar nos amanhos culturas e as operações complementares (viveiros,
preparação, cuidados fitossanitários, adubações ou fertilizações- de fundo e de
cobertura, época de semente que corresponde a cada cultura, maturação e
colheita, irrigações, compasso e as respetivas sachas).
O objetivo do projeto visam proporcionar assistência técnica, incentivando uma
produção variada de hortaliças buscando a rentabilização e maximizando o
lucro, aplicando as técnicas de cultivo sustentáveis e o uso racional dos recursos
naturais utilizando-se dos princípios da Agricultura Familiar e de ações relativas
ao manejo de solo, buscando uma melhor produtividade.
Outrossim, a fruticultura irá de utilizar as plantas enxertadas numa extensão que
garante a sua produção dando rendimento adequado, em primeira instancia
preparar as mudas em viveiros colocando nos sacos de polietilenos, com
objectivos de melhor crescimento das mesmas, para após que depois das
plantas atingirem uma boa altura e vigorocidade proceder-se-á a sua plantação
nos locais definitivos.
As variedades ou espécies dos citrinos que serão utilizados são também
conhecidas como: limoeiros, laranjeiras, abacateiros, tangerineiras, cana-de-
açúcar, abacaxi, ananaseiros e bananeiras entre outras.
Esperamos que a primeira colheita dois anos depois da sua plantação definitiva
e com acompanhamento milimétrica dos técnicos dará uma evolução enorme
assim como os tratamentos a serem feitos.

9.4.1-QUADROS DEMONSTRATIVOS DE HORTICULTURA/ PRODUÇÃO


EMPRESARIAL

CULTURA DE ANANAZEIRO/ ABACAXI

Evolução anual da cultura de ananaseiro


Produção Área
agrícola (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 10 7 8 9 10
de ananaseiro
(10)
Rendimento Kg/há 30000 40000 50000 60000
previsto
Produção Ton/ha 210 320 450 600

40
CULTURA DE BANANEIRA OU BANANAL

Evolução anual da cultura de bananeira


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 5 5 5 5
de bananeira
(5)
Rendimento Kg/há 30000 40000 80000
previsto
Produção Ton/ha 150 200 400

9.4.1- PRODUÇÃO DE CITRINOS (LIMÃO E LARANJA)

A localidade possui condições climáticas e solos aráveis para a produção


massiva da laranja, lima, limão e tangerina, mas, apesar disso, o cultivo de
citrinos ainda é feito de forma não padronizada. Em média, a província produz
anualmente entre 60 e 70 toneladas, consideradas insuficientes para a abertura
de uma indústria de sumos, compotas e outros derivados, na sua maioria
comercialização é feita em qualquer ponto do país, devido a demanda da
população.

Uma fazenda, que será a maior produtora a nível da província, que usará as
técnicas correctas de cultivo, numa área com cerca de 20 hectares.
No referido espaço, disse, estarão plantadas milhares de laranjeiras e cada
árvore produz até 30 ou 40 quilos de laranja, para além de banana e hortaliças
que também são ali cultivadas.

A maior parte dos citrinos consumidos a nível da província estarem sem a


qualidade nutricional desejada, uma vez que são produzidos por árvores com
mais de 20 anos de existência. Além deste aspecto, a ausência do rigor técnico
durante a fase de crescimento do produto, com destaque para a rega regular,
poda e eliminação de pesticidas de vários géneros.

41
a falta de incentivos bancários tem sido o maior problema para a cultura de
citrinos, associada ao imediatismo dos camponeses que optam por cultivar
feijão, milho, ginguba e batata-doce.
Explicou que estes produtos têm uma periodicidade de amadurecimento de
cerca de 90 dias, ao contrário dos citrinos, que demoram no mínimo três anos
para apresentarem os primeiros frutos, apesar dos poucos investimentos a nível
do sector, as fazendas de citrino existentes contribuem de forma positiva para as
comunidades, principalmente no que diz respeito à criação de pequenos
empregos durante as fases de colheita, transporte, venda e revenda de laranjas,
limão e tangerinas. “Temos conhecimento da existência de postos de trabalho
periódicos, criados por alguns produtores, que, em média, rondam os dez a 30
empregos, por fazenda”.

O projecto de produção e processamento de citrinos em grande escala estão a


ser desenvolvido pelo grupo empresarial no município, com propósito de
abastecer o mercado nacional e contribuir no processo de diversificação da
economia, para o sucesso do projecto dispõem de um espaço de 20 hectares de
terras aráveis onde estão a serão plantadas duzentos pés de citrinos, entre
laranjeiras, limoeiros e tangerineiras. Sem revelar o valor que será investido no
projecto, o processo de plantação de fruteiras terá o seu início no segundo
trimestre e deve se estender até o final do ano em curso, esperando que o
mesmo comece a dar os primeiros frutos dentro de três anos.

9.4.1.1- ASPECTOS TÉCNICOS DE IMPLANTAÇÃO DO POMAR


(COMPASSO)

O pomar será implantado com um compasso de 6/4 metros usando duas formas,
nomeadamente forma rectangular para as laranjeiras e limoeiros e, forma
triangular para tangerineiras, conforme as ilustrações que se seguem.

42
Forma rectangular para as laranjeiras e limoeiros(liso)

Compasso ou densidade de 6 metros entre linhas (L) x 4 metros entre plantas


na linha (I). Número de Plantas = 10.000m2 ( hectare) /24m2= 417
plantas/hectare.

Forma triangular para as tangerineiras

Compasso ou densidade de 4 metros entre linhas x 4 metros entre plantas na


linha (I). Número de Plantas = 10.000m2 ( hectare) /16m2= 625
plantas/hectares.

1. NECESSIDADES EM ATM

a) PLANTAS
Nº O. Mudas Super/ha Densidade/ha Qtdde OBS
total

43
1. Laranjeiras 3 417 1251 Acrescer
2. Limoeiro 3 417 1251 10% de
3. Tangerineiras 2 625 1250 cada
4. Abacaxi 2 51.200 102,400 cultura
5. Bananeira 2 3000 6000
6. Total 3752
7. 10 % 375
8. Total geral 112.527

b) FERTILIZAÇÃO QUÍMICA E ORGÂNICA


Nº O. Fertilizantes Sup/ha Ton/ha Qntdd total
1. Estrume 8 5 25
2. Adubo composto Todos Não recomendo Não recomendo sem
sem análise do análise do solo
solo
3. Adubo composto Todos Não recomendo Não recomendo sem
sem análise do análise do solo
solo
4. Adubo Simples Todos Não recomendo Não recomendo sem
sem análise do análise do solo
solo
5. Total 8 5 25

c) PESTICIDAS
Nº Ordem Designação S/ ha Quant/há/ Qntdd/ Lt Obs
Kg e Lt.
3 Insecticidas 8 1 8 Considerar a
4 Fungicidas 8 1 8 relatividade
5 Herbicidas 8 1 8 infestação
6 Aderente 8 1 8

2. PERSPECTIVAS DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO ACTIVA POR CADA


CULTURA
Nº Ordem Cultura Super/ha Prod/ha Total Observação
1 Laranjeiras 3 10 30
2 Limoeiro 3 10 30
3 Tangerineiras 2 10 20
4 Abacaxi 2 50 100
5 Bananeira 2 52 104
Total 8 284

44
CULTURA DE REPOLHO
Evolução anual da cultura de Repolho
Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 5 2 2.5 3 4 5
de Repolho (5)
Rendimento Kg/há 40000 43000 45000 47000 50000
previsto
Produção Ton/ha 80 107,5 135 188 250

As variedades são (Marcante, mercado Copenhaga, coração de boi,


variedades híbridos k.k e k.y cross). Rendimento oscila a volta de 12- 15 t/há.

CULTURA DE TOMATEIRO

Evolução anual da cultura de Tomateiro


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Tomateiro
(3)
Rendimento Kg/há 5000 15000 25000 28000 30000
previsto
Produção Ton/ha 5 30 62,5 84 90

CULTURA DE CEBOLA

Evolução anual da cultura de Cebola


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Cebola (3)
Rendimento Kg/há 10000 14000 15000 30000 40000
previsto
Produção Ton/ha 10 28 37,5 90 120

OBS: As variedades a serem utilizadas: Entre as amarelas,temos: Texas early


grano, 502, Setúbal, Bermuda excell e a cebola da Ilha da Madeira, das
vermelhas, destaca-se Red criole e saloia (rustica)

CULTURA DE PIMENTOS E MALAGUETA

45
Evolução anual da cultura de Pimentos
Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Pimentos
(3)
Rendimento Kg/há 4000 7000 8000 9000 10000
previsto
Produção Ton/ha 4 14 20 27 30

CULTURA DE ABÓBORA OU ABOBORINHA

Evolução anual da cultura de Abóbora


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Abóbora (3)
Rendimento Kg/há 8000 16000 20000 50000 60000
previsto
Produção Ton/ha 8 32 50 150 180

CULTURA DE MELÃNCIA

Evolução anual da cultura de Melânica


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Melânica (3)
Rendimento Kg/há 50000 60000 700000 80000 90000
previsto
Produção Ton/ha 50 120 175 240 270

CULTURA DE PEPINO

Evolução anual da cultura de Pepino


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Pepino(3)

46
Rendimento Kg/há 7000 8000 10000 20000 30000
previsto
Produção Ton/ha 7 16 25 60 90

CULTURA DE ALHO

Evolução anual da cultura de Alho


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Alho (3)
Rendimento Kg/há 3000 4000 5000 8000 10000
previsto
Produção Ton/ha 3 8 12,5 24 30

CULTURA DE QUIABO

Evolução anual da cultura de Quiabo


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Quiabo (3)
Rendimento Kg/há 4000 5000 8000 15000 20000
previsto
Produção Ton/ha 4 10 20 45 60

CULTURA DE MORANGO

Evolução anual da cultura de Morango


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Morango (3)
Rendimento Kg/há 8000 10000 20000 25000 30000
previsto
Produção Ton/ha 8 20 50 75 90

CULTURA DE BERINGELAS

Evolução anual da cultura de Beringelas


Produção Área
agrícolas (há) 1ºAno 2º Ano 3ºAno 4ºAno 5ºAno Total

47
Área a cultivar 3 1 2 2,5 3 3
de Beringelas
(3)
Rendimento Kg/há 25000 30000 40000 50000 60000
previsto
Produção Ton/ha 25 60 100 150 180

NOTA: Hortaliças; estimativa de rendimento dos quadros acima referenciados,


em termos de oscilações de rendimentos, dependerá do uso adequada das
tecnologia em função do técnico a ser colocado, usando todas as ferramentas
possíveis como: Lavoura, gradagem, tipo de solo, correção de análise do solo,
alfobres ou viveiros, pH óptimo o recomendados nas culturas, aplicação de
calcário no solo, aplicação de esterco do curral bem curtidos/estrume, densidade
das plantas, compassos recomendados, a profundidade da semente, variedade
da semente (semente melhorada- híbridos), época de sementeira/plantio,
rotação de culturas (não usar monocultura), a fertirrigação bem controlada
(sistema de rega moderno- gota a gota, por aspersão, por sulco, entre outros),
adubação/fertilizantes simples ou compostos (de fundo e de cobertura), uso dos
produtos fitossanitários (fungicidas, pesticidas e herbicidas; para o combate de
pragas e doenças), para que haja a produção e a produtividade.

9.4.1.2- QUADRO RESUMO DE PRODUÇÃO E ESTIMATIVA DO


RENDIMENTO ESPERADO POR HECTARES

Produção prevista Anos/toneladas Estimativa de vendas

Culturas Área Pro. Prevista 1º 2º 3º 4º 5º Preço (kz) Total


(há) /há
Cereais
Milho 10 4 40 40 40 40 40 70,00 14.000.000,00
Leguminosas
Soja 5 1 5 5 5 5 5 250,00 6.250.000,00
Feijão 8 1,5 12 12 12 12 12 300,00 18.000.000,00
Hortícolas
Alho 1 4 4 4 4 4 4 600,00 12.000.000,00
Cebola 1 7 7 7 7 7 7 300,00 10.500.000,00
Pimenta 1 20 20 20 20 20 20 200,00 20.000.000,00
Couves 1 10 10 10 10 10 10 100,00 5.000.000,00
Tomate 1 15 15 15 15 15 15 300,00 22.500.000,00
Repolho 1 10 10 10 10 10 10 100,00 5.000.000,00
Cenoura 1 20 20 20 20 20 20 100,00 10.000.000,00
R e tubérculos
Mandioca 6 15 90 90 90 90 90 150,00 67.500.000,00
Batata rena 2 10 20 20 20 20 20 200,00 20.000.000,00
Batata-doce 2 20 40 40 40 40 40 100,00 20.000.000,00
Fruteiras

48
Bananeiras 3 40 120 120 120 120 120 100,00 60.000.000,00
Laranjeiras 1 7 7 7 7 7 7 150,00 5.250.000,00
Limoeiro 1 7 7 7 7 7 7 100,00 3.500.000,00
Total 45 299.500.000,00

9.5- CONSUMOS DE RECURSOS E MATÉRIAS-PRIMAS EXPECTÁVEIS NA

INSTALAÇÃO AVÍCOLA EM A PREÇO

Na instalação avícola em apreço, a utilização de água destinar-se-á aos


seguintes fins:
- Nas instalações sanitárias;
- Para o abeberamento dos animais;
- Nos painéis de refrigeração dos pavilhões de produção.
Importa notar que por questões higiene-sanitárias, as limpezas dos pavilhões,
realizadas após a saída de cada bando, serão efectuadas a seco, não se
efectuando qualquer lavagem.
No quadro seguinte apresenta-se uma estimativa dos consumos de água, na
instalação avícola em projecto.
Em termos de usos de água, as águas superficiais da localidade são utilizadas
para rega, para fins industriais e para consumo humano.
Em termos de abastecimento de águas, a zona em estudo é não servida pelo
Subsistema será necessário a perfuração do furo de água para a abastecimento
do aviário.
Na área de inserção do projecto é também patente um elevado grau de
humanização, responsável pela presença de um mosaico agroflorestal, entre as
povoações de carácter rural. Os aproveitamentos agrícolas correspondem a
culturas extensivas ao longo das linhas de água, a pomares, destacando-se a
predominância do local e algumas parcelas. Apesar de na área envolvente se
observarem diferentes tipos de vegetação natural, seminatural ou introduzida, de
facto a área de projecto é relativamente homogénea.

9.6- CONSTRUÇÃO DA INSTALAÇÃO AVÍCOLA DE RECRIA DE


GALINHAS POEDEIRAS

De realçar que a instalação avícola em apreço (integrada num grupo de


empresas de elevada importância para o município e para a região) está

49
associada à ocorrência de impactes positivos significativos, durante a respectiva
fase de exploração, que se farão sentir maioritariamente ao nível dos aspectos
socioeconómicos. Estes impactes estão associados essencialmente à
valorização e emprego de mão-de-obra local.
Conclui-se assim que apesar dos impactes negativos identificados, considera-se
que os mesmos não serão inibidores da construção e da exploração da
instalação avícola em apreço, dada a pouca relevância dos impactes negativos
identificados e dada a importância das situações positivas que apoiam a
viabilização da instalação.
De salientar ainda que os impactes negativos previstos no presente plano Não
Técnico serão passíveis de minimização ou compensação através da
implementação das medidas preconizadas para os vários descritores
ambientais.

9.6.1- ACTIVIDADES SILVÍCOLAS

A silvicultura com eucalipto (Eucalyptus spp) é considerada uma atividade


econômica interessante para a região dos Cerrados brasileiros por possuir rápido
crescimento e ser adaptada para as condições edafoclimáticas e fisiográficas da
região.
A madeira de eucalipto pode ser destinada para a produção de energia (lenha e
carvão vegetal), construção rural e civil (estacas, mourões, toretes, postes,
escoras, estrutura de estufas), madeira serrada, entre outros, tendo, por
conseguinte, um importante papel na geração de renda e empregos na região
do planalto central e não só.
A silvicultura com eucalipto envolve, entre outros, o planejamento e
administração racional de insumos, máquinas, ferramentas, mão-de-obra,
logística de colheita e transporte, visando qualidade do produto para o mercado
consumidor
Em qualquer actividade que empregue a madeira como matéria-prima é de
fundamental importância que se faça um planejamento florestal minucioso de
todas as atividades envolvidas no processo de produção para que resulte em
menor custo de risco, minimização dos custos operacionais, melhoria da

50
produtividade de trabalho, racionalização do fluxo de produção e aumento de
rentabilidade.
Neste contexto, os estudos de custos e rendimentos de projetos florestais são
fundamentais para a tomada de decisão pelos produtores e gestores florestais,
sendo que na região, estes ainda não são escassos. Os projetos florestais
fornecem estimativas dos preços de insumos-serviços, produtividade e produção
por um determinado pacote tecnológico, diferentes cenários futuros para a
comercialização, fluxo de caixa financeiro, entre outros indicadores que
permitem a racionalização da produção florestal e a análise de viabilidades
técnica e econômica por pequenos e médios produtores rurais.
A utilização da ferramenta da programação linear para o cálculo da adubação é
eficiente para a redução dos custos de produção em geral, com ganhos positivos
na rentabilidade final das actividades.

COMPASSO SILVICOLA DE EUCALIPTO

O compasso ideal de eucalipto é de proporção de 1100 plantas/hectares e 1400


plantas/hectares, no compasso de entre linha e plantas na ordem de 3 x 3 m, 4
x 2,5 metros e 3,5 x 2 metros, obtendo volume total (m3/há). A sua madeira é
dura, o que a torna ideal para sua comercialização.

MERCADO

A idade ideal de corte da árvore do eucalipto para a produção de celulose ocorre


entre seis a sete anos de plantação. Já para utilização como madeira sólida, o
ideal é que o corte ocorra entre 12 e 16 anos.

No local a área destinada a esta cultura do eucalipto são grandes e pequenas


as áreas de cultura destinada a produção de gramínea e leguminosa como, a
soja, milho, cana-de- açúcar e pastagens.

9.7- PREPARAÇÃO DAS MUDAS EM ESTUFA DE EUCALIPTOS

Preparo do Solo

Nesta operação incidem o preparo do solo propriamente dito e as operações de


sua conservação. O preparo tem por objetivo potencializar as condições
ambientais para o máximo aproveitamento de todos os recursos disponíveis ao

51
crescimento das mudas. O preparo do solo com ênfase à conservação é feito
com intuito da preservação contra erosões, perda de nutrientes e retenção da
água e matéria orgânica, fundamentais e indispensáveis para a perpetuação da
produtividade florestal. Nesse caso, tanto o preparo quanto o plantio deverão ser
efetuados preferencialmente em curvas de nível.

Uma ampla variedade de máquinas e equipamentos é utilizada na efetivação


desta operação, normalmente máquinas mais pesadas são as preferidas em
solos mais argilosos e agregados, e máquinas mais leves ou de menor potência
para solos arenosos e com baixa estruturação.

Os custos desta operação são dependentes diretos do tipo de máquina a ser


usada e do grau de preparo necessário. Preparos manuais também podem ser
executados em situações nas quais a viabilização de máquinas
fica comprometida.

9. 7-1- PECUÁRIA

9.7.2- CRIAÇÃO DE SUÍNOS

A elaboração deste projecto de investimento completo é credível e objectiva,


tratar um estudo complexo, que obedece a uma estrutura específica, que está
preparada e elaborada de forma cuidada e pensada.

É um projecto de investimento sustentado com uma investigação e pesquisa


aprofundada a fim de transmitir a credibilidade desejada a um potencial
investidor e entidades financiadoras como uma sociedade de capital de risco, um
business na banca comercial.

Presentemente, se pretende criar uma nova empresa com parcerias de


investimentos tendo-se a necessidade de recorrer a um capital alheio,
indispensável a realização deste projecto de investimento, para obtenção do
financiamento desejado.

Com está ideia apresentamos em seguida estrutura e o plano de investimento.

A produção suinicultura Nacional é um dos sectores que apresenta um certo


destaque na actividade pecuária. Esta actividade está distribuída por todo o País,

52
principalmente nas províncias da Huila e Huambo

É caracterizada por ser uma produção baseada no sistema de produção em ciclo


fechado, onde há um controlo constante de todos os parâmetros zootécnicos
através da estabulação dos animais, originando uma fileira de carne
vocacionada para o mercado de consumo em verde ou transformação.

Contudo, devido aos encargos crescentes com alimentação, da falta das regras
comunitárias e de um mercado cada vez mais fragilizado, este sistema de
produção vem impulsionar o processo de suiniculturas mais vulneráveis. Em
alternativa a este regime de produção e destacando-se a obtenção de um
produto de qualidade e diferenciado, a produção de suínos ao ar-livre vem
contribuir para quem quer ingressar nesta área sem ter que recorrer a grandes
investimentos, conjugada com uma rápida execução de implantação. Este
trabalho tem como objectivo, a execução pensada e fundamentada de um
projecto de uma unidade de produção de suínos ao ar-livre, que virá a ser posto
em prática num futuro próximo. Houve a necessidade de abordar as suas
particularidades mais notórias refletindo-se numa aprendizagem contínua, de
diversas ferramentas, de um assunto relativamente pouco estudado e divulgado
em Angola.

O esterco (o produto das suas dejeções líquidos e sólidos) constitui um adubo


de alta qualidade para o melhoramento da fertilidade de solos. Do estomago se
extrai a pepsina, que é retirada do suco gástrico, matéria-prima para elaboração
nos laboratórios de medicamentos.

Os porcos são animais de crescimento rápido e atingem o estado de adulto muito


rápido. As fêmeas, com nove meses de idade, quando de boa criação e bem
desenvolvidas, já podem ser acasaladas, e fecundadas, dando a primeira cria,
aproximadamente aos 13 meses de idade. É esta espécie muito prolífica (as
fêmeas produzem muitos leitões em um só parto) eles são capazes de dar a
primeira cria, 5, 6, e até mais leitões, aumentando em cada parto seguinte
próximo da duplicação, 10, 12, até e certos casos 18 leitões, numa só parturição,
quando se trata de raças selecionadas.

53
As fêmeas, normalmente dão dois partos por ano: os leitões, ao nascer, pesam
de 0,7 kg a 1,5 kg (isto para as raças boas selecionadas). Com dois meses de
idade, atingem 10, 12, 16 e até 20 kg. De peso vivo, conforme a raça e o sistema
de criação. Com menos de um ano de idade (9 a 10 meses) atingem 80 a 120
kg, conforme também raça e o sistema de criação.

O desenvolvimento, comparativamente com o dos bezerros e dos potros, é que


estes nascem com 30kg. Ou mais e atingem 200kg, com um ano, nas suas raças
mais precoces para corte, portanto, com menor velocidade de crescimento que
os porcos.

CÁLCULO DO NÚMERO ESPERADO DE PARIÇÕES POR PORCA/ANO (NPP A)

Este valor é obtido pela divisão dos dias totais num ano (365 dias) pelo Intervalo entre
partos (IEP 166 dias).

365
NPPA= IEP

365
NPPA= =2,19 Partos/ano 166.

DESCRIÇÃO GERAL DA EXPLORAÇÃO AGROPECUÁRIA

Pretende-se com este trabalho elaborar um projecto de construção de uma


unidade de produção de suínos intensivo ao ar-livre, onde os animais estarão
em parques com cobertura vegetal, delimitados apenas por vedações,
proporcionando assim para cada animal, uma área que lhes facultará um
desenvolvimento mais natural.

Os parques são ligados a corredores de maneio, que possuem largura suficiente


para possibilitar o trânsito de máquinas e animais. Os abrigos serão totalmente
móveis, de modo a poderem ser transportados para outros parques ou para
diferentes terrenos tendo todos ao seu dispor água e sombra natural ou artificial.

Será um projecto que virá a ser posto em prática num futuro próximo, mais
exactamente de maneira a concretizar objectivos pessoais e originar uma fonte
de rendimento. É ainda importante referir que os terrenos onde será implantado
o projecto não serão alugados. Permitindo de construções em alvenaria sem
limitação.

54
Existe assim no mercado uma vasta gama de produtos especializados para
quem quer desenvolver uma suinicultura no sistema camping. A escolha dos
equipamentos deve obedecer a alguns requisitos essenciais, visto que vão ser
submetidos a um conjunto de condições adversas, como o clima e a própria
deterioração causada pelos animais ao longo do tempo. Factores como o clima,
o preço, a durabilidade, a sua fácil substituição/reconstrução e conforto são
algumas das características que o material a ser comprado deve obedecer.

MÃO-DE-OBRA REQUERIDA

Encontrar e manter trabalhadores com boas qualidades para um sistema de


produção deste tipo, muitas vezes em condições exigentes, dado estar à mercê
das condições climatéricas, é um factor limitante, tanto para o crescimento da
exploração como para manutenção do sistema. Algumas características são
muito importantes, como a experiência, a iniciativa, aptidões mecânicas,
manutenção de registos, trabalho em equipa e aptidão física. Portanto, o número
de trabalhadores vai depender de diversos factores, como o grau de
mecanização, tipo de produção e até dos níveis de desempenho produtivo da
exploração.

Segundo Thornton (1988) na generalidade um trabalhador consegue tratar até


200 porcas e a sua descendência até aos 30 kg de peso vivo. Assim sendo, será
preciso apenas uma unidade homem trabalho para efectuar todo o maneio
inerente à exploração em causa.

Tabela 1- Quantidade de alimento requeridas para suínos ao ar-livre.

Fase de produção Peso vivo Qt. requerida administrada


(kg) (kg/porco/dia) Lei
Leitões 7 a 12 0,25-05
Leitões 12 a 17 0,6
Leitões 17 a 25 1
Engorda 25 a 40 1,3
Engorda 40 a 60 1,85
Engorda 60 a 80 2,4

55
acabamento 80 a 100 2,8-3,0
Porcas de reposição 2,5-3,5
Porcas gestantes 2,5-3,0
Varrascos 2,5-3,0
Porcas de lactação 3,5
Porcas de lactação 3,5+0,5/por leitão
com leitões

EXIGÊNCIA DE CONSUMO DE ÁGUA

A água é vital para a uma boa produtividade e saúde. Esta deve ser acessível a
todos e de boa qualidade. O tecido muscular contém 78 % de água realçando
assim este importante recurso para o desenvolvimento de um rápido
crescimento, uma boa carcaça e permitindo uma boa lactação na porca.

Para tal, os bebedouros devem ser verificados diariamente para garantir a sua
distribuição correcta e verificar se não há fugas. A tabela abaixo ilustra o
consumo diário de água consoante as classes de peso dos suínos.

Consumo kg/dia Energia Metabolizável Taxa de crescimento


(Kcal/kg) (g/dia)
0,95 13,3 0
1 14 43
1,5 21 472
2 28 902
2.5 35 1331
3 42 1760

Faixa Etária Consumo diário de Agua (I)


-- 10 kg 1,2 - 1,5
11 – 25 kg 2,3 – 2,5
26 – 50 kg 3.0 – 5,0

56
51 – 120 kg 6,0 – 8,0
Varrascos 5,0 – 10,0
Porcas de reposição 5,0 – 8,0
Porcas de gestação 5,0 – 10,0
Porcas em lactação 15,0 – 50,0

BIO-SEGURANÇA NO SISTEMA INTENSIVO DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS


AO AR-LIVRE

Práticas de biossegurança são uma componente importante da área da


suinicultura reduzindo os riscos de agentes de doenças introduzidas por outra
exploração ou por qualquer outro organismo.

Assim sendo a biossegurança para sistemas de produção ao ar-livre precisa de


se concentrar principalmente na manipulação dos alimentos e o seu controlo,
água de bebida, contaminação de pastagens, animais alheios à exploração,
pessoal desconhecido a esta e até a recepção de palha também deve ser
considerada.

Contudo, em sistemas de ar-livre, há uma menor capacidade de proteger os


animais. Portanto medidas, muitas delas sem qualquer custo económico, devem
ser implementadas. Refletindo-se, depois, na prática o seu sucesso.
Quarentena, veículos, avisos, portões e vedações, vestuários para visitantes são
algumas das medidas que podem ser tomadas neste sentido.

QUARENTENA / RECEPÇÃO DE NOVOS ANIMAIS

Sempre que seja necessário comprar animais, estes devem colocados em


quarentena, ou, pelo menos, separados fisicamente dos outros porcos, durante
pelo menos um mês.

NORMAS DE BEM-ESTAR PARA SUÍNOS SEGUNDO A RSPCA

A Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals- Real Sociedade para a
Prevenção do Crueldade para Animais (RSPCA), trabalha continuadamente para
o desenvolvimento e o melhoramento de padrões de bem-estar, utilizando

57
informações, resultantes de pesquisas e investigação científicas. Com isto, a
RSPCA, vem ajudar a assegurar que através das aplicações das normas,
qualquer exploração de produção animal esteja na vanguarda do bem-estar
animal.

Segundo o documento designado “RSPCA welfare standarts for pigs May- Bem
estar standarts para porcos pode, 2012”, serão abordados temas que
intervenham directamente com o sistema de maneio de animais bem como
algumas práticas específicas deste modo de produção.

Estas indicações não são obrigatórias para serem seguidas, contudo se forem
aplicadas às normas existentes nos decretos-lei Portugueses, traduzir-se-ão
como uma referência para envergar para uma melhor prática de bem-estar
animal.

Ao nível do espaçamento adequado para cada animal, a área ocupada pelo

animal em repouso nos abrigos deve ter um mínimo de 1,5 m 2 para cada porca

reprodutora adulta e 1 m2 para porcas reprodutoras jovens que só tenham parido


uma ou duas vezes. A densidade animal no parque deve permitir que os animais
exerçam o seu comportamento exploratório, natural e social conciliando com a
manutenção adequada e satisfatória do solo.

ESQUEMA DE CRUZAMENTO

A utilização específica de diferentes raças com vista ao melhoramento genético


é a maneira mais concreta de tornar uma suinicultura mais produtiva em todos
os aspectos. O uso de diferentes tipologias genéticas vai levar à incorporação
de características desejáveis de uma, duas ou mais raças diferentes no animal
a ser produzido, beneficiando assim das diferenças genéticas (potenciação da
variabilidade genética).

Para tal, o cruzamento para obtenção da fêmea F1, será feito com machos Large
White e com fêmeas Landrace. Pretende-se obter assim porcas reprodutoras
com óptimas características produtivas e reprodutivas a fim de alcançar o
cruzamento final com machos Duroc ou Pietrain. Esta F1 será, numa situação

58
inicial, adquirida a um centro reprodutor certificado para posteriormente processo
do cruzamento final.

Para contornar possíveis gastos com a aquisição de fêmeas F1’s novas, que
possam advir da sua natural reposição, será incorporado dentro do lote inicial de
fêmeas reprodutoras a adquirir, um pequeno sub-lote, de raça pura, respeitantes
a Landrace (Linha mãe) que funcionarão de igual modo às F1’S ao nível do
maneio produtivo e reprodutivo tirando partido de conseguir ter sempre uma
reposição de porcas com as características pretendidas. De igual modo e para
completar o processo de produção de F1’s na exploração, será preciso pelo
menos um varrasco de raça pura (Large White – Linha pai) para que o
procedimento da reposição seja completo sem ter que recorrer a aquisições de
animais ao exterior.

Assim, com uma F1 pronta para reprodução, daqui poderão resultar dois
cruzamentos específicos derivando para o que o mercado consumidor o ditará.
Se houver a intenção de produzir carne com características organoléticas
vincadas e com mais gordura, serão feitos cruzamentos com Duroc.

9.7.3- BOVINOS E CAPRINOS

9.7.3.1-CONTROLO DE CRESCIMENTO DA MANADA E SUA LIMITAÇÃO

26 Bovinos e 20 Caprinos, é considerada como carga máxima para os 65


hectares, tendo em conta a natureza do tipo de Pasto (Pasto Acre no caso) ali
existente, o crescimento da Manada, será de forma gradual ao longo do
primeiros ano e segundo a quinto ou sexto ano entre raças, pois as vendas terão
seu início 24 meses após o início da implementação do Projecto, selecionando
proporcionalmente o número de animais nascidos em cada ano, sua robustez,
condições de Pasto disponível e outras, ou seja, dos animais nascidos em cada
ano, 50% serão destinados para vendas e outros 50% para crescimento da
evolução da manada a depender pelo proprietário.

BOVINOS

59
O ciclo de Produção em Bovinos é de 24 Meses. Este período corresponde o
intervalo entre um e outro Parto.

9.7.3.2- QUADRO RESUMO DE ESTIMATIVA DA PRODUÇÃO PECUÁRIA


ESPERADA

O crescimento do efectivo foi programado com a taxa de natalidade de 70% e


com as seguintes taxas de mortalidade: 4,5% para os jovens até ao desmame.
Os indicadores da dinâmica da manada e as perspectivas de produção são
apresentados no quadro a baixo.

Gado Quantidade Produção prevista Estimativa de vendas


de cabeças
1º Ano 5º Ano Kz/cabeça Total

Bovinos 26 18x1 cria=18 90 Animais


100 para venda 125.000,00 6.250.000,00
Caprino 30 24x4 crias=96 480x10=4.800
4.500 - Venda 7.500,00 33.750.000,00
Suíno 10 8x8 crias=64 320x10=3.200
3.000 – Venda 7.000,00 21.000.000,00
Total 61.000.000,00

9.7.4- CULTURA DE ABACATEIRO

O abacate (Persea americana) é fruta da família Lauraceae, que possui 3


variedades: antilhana (Persea americana var. americana), guatemalense
(Persea americana var. guatemalensis) e mexicana (Persea
americana var. drymifolia).

É uma planta de origem na América Central, mais precisamente da região entre


o Peru e o México. Existem registros de cultivo que datam cerca de 10 mil anos.
Foi difundido no Brasil em 1809 que hoje é o quarto maior produtor no mundo.

O abacateiro é uma árvore de porte médio a alto, variando de 7 a 20 metros, com


folhas verdes escuras, simples, flores pequenas verde amarelada e perfumada.
O fruto é em formato de pera, com polpa carnosa verde amarelada, podendo
chegar até 1 kg, contendo uma única e grande semente.

60
Apesar de ser uma planta de clima tropical, é sensível ao sol direto. Por isso, seu
cultivo é feito em áreas de sombra em terrenos permeáveis profundos e
adubados. E o plantação é feito preferencialmente no início das estações
chuvosas e frutifica o ano inteiro.

Considerado um das frutas tropicais mais valiosas, o abacateiro é cultivado na


maioria das regiões tropicais e subtropicais, principalmente no México, América
Central, partes das América do Sul, nas Índias Ocidentais, África do Sul, Israel e
no Havaí; e em menor proporção, na Índia, República Malgache, Reunião,
Madeira, Samoa, Taiti, Argélia, Austrália, EUA (Flórida e Califórnia), entre
outros.

O abacate é consumido como alimento de diversas formas no Norte da América


do Sul, América Central e México, como purê, saladas, temperado com sal,
pimenta, vinagre, além de outros pratos, nas diversas refeições do dia. Além do
seu valor na alimentação, o abacate tem sido aproveitado para várias outras
aplicações: da polpa obtêm-se óleos comerciais muito utilizados na indústria
farmacêutica e de cosméticos; da semente produz-se uma tinta castanho-
arroxeada, e outras partes da planta, tais como folhas, caroços, casca dos frutos
e casca do tronco, têm sido utilizadas pela medicina popular.

Com excepção da banana, o abacate tem quatro (4) vezes mais valor nutritivo
do que qualquer outra fruta. É a fruta que possui maior quantidade de proteína e
é rico em vitaminas C e E, ácido fólico, e potássio. Contém também boa
quantidade de ferro, magnésio e vitamina B6, além de beta-sistotinol (que pode
ajudar a baixar o colesterol do sangue) e glutationa, um excelente antioxidante.
Possui alta taxa de gordura, tornando-o muito rico em calorias, o que fez com
que os especialistas em dietas abolissem o consumo desta fruta. No entanto, a
maior parte da gordura no abacate é a monoinsaturada, ou seja, a gordura
saudável.

É uma fruta excelente no combate de dores de cabeça, dores reumáticas,


diarreias, excesso de ureia, insuficiência hepática, pele seca, ressecamento de
cabelo, retenção da secreção biliar, verminoses e é um ótimo diurético.

61
O abacate é um fruto muito rico em potássio assim como outros nutrientes, o que
o torna um alimento muito nutritivo e completo. Por outro lado, trás inúmeros
benefícios para a sua saúde tais como: redução do colesterol mau e pode ser
um bom aliado num estilo de vida saudável. Devido à dimensão das suas folhas,
pode também ser usado como planta ornamental.

Quando o caroço que esteve no copo de água começar a ganhar algumas raízes
e o caule, bem como as suas folhas e planta tiverem atingido cerca de 20 a 30
cm, chegou o momento de passar a planta para o solo.
A cultura do abacate gosta de solos férteis, ricos em matéria orgânica e com uma
boa drenagem. Por essa razão, e para garantir que terá bons resultados com
esta plantação deve garantir essas condições.
A mini-planta de abacate pode ser plantada na sua horta ou num vaso
grande pois o abacateiro pode ocupar algum espaço. Ao colocar o caroço na
terra, garanta que este não fica totalmente enterrado.

A planta de abacate gosta de água, e por essa razão, deve regá-la diariamente
de modo a que a terra esteja sempre húmida. As folhas desta planta devem estar
sempre verdes, e caso isto não se verifique (folhas castanhas) é sinal de que a
planta precisa de mais água. Caso as folhas da planta de abacate estejam
amarelas, é sinal que está a dar água à planta em demasia e se isso acontecer,
faça uma pausa na rega. A cor das folhas da abacateira é assim um excelente
indicador da necessidade de água desta planta.

A planta do abacate começa a dar fruto mais ou menos dois anos após a sua
plantação. Quando estes frutos estiverem maduros, deve retirá-los da planta e
consumi-los. Se seguir estes conselhos, terá certamente uma linda planta para
a embelezar o seu jardim ou horta.

9.7.5- AQUACULTURA/ PISCICULTURA

9.7.5.1- ANGOLA E O DESAFIO DE UMA AQUICULTURA MODERNA

Angola é um país “novo “e, assim como o Brasil, foi colonizado por Portugal
desde o início das grandes navegações. O progresso chegou lentamente e sua
independência se deu apenas em 1975. Anos de conflito interno demoliram a
organização e a infraestrutura do país, paralisando o seu potencial produtivo,

62
que ficou debilitado até 2002. Desde então, avanços têm sido feitos de maneira
paulatina e, ainda hoje, conta com pouca infraestrutura.
O desenvolvimento da aquicultura em Angola surge como uma possibilidade e
mesmo uma necessidade, para suprir a demanda de pescado e assegurar a
alimentação no país. Existem pisciculturas produzindo bem em tanques-rede,
aproveitando os represamentos de hidroelétricas, ou em lagos naturais nas
baixadas logo ao sul do rio Catoio e Cucate para ser implementados na zona.

Existem um açude (albufeiras) construídos há décadas para garantir água aos


rebanhos ovinos e caprinos.
Existem também os tradicionais tanques de terra escavados, dotados de
sistemas de adução e controle de nível d’água, que se beneficiam dos esquemas
de irrigação do país, que oferecem bom potencial de fornecimento de água em
regiões planas. Há ainda outros projetos arrojados que desenvolvem os cultivos
em tanques de concreto ou mesmo de lona plástica, usando tecnologia
israelense de circulação fechada. A maioria desses projetos utiliza a tilápia do
Nilo, porém alguns utilizam o bagre Clárias gariepinus - uma espécie nativa- ou
mesmo outras espécies de tilápia como a O. andersonii, cujos os alevinos são
capturados nos rios locais, como o Cunene, no sul do país.
Sua aquicultura ainda é incipiente, porém, o país tem condições climáticas e
recursos hídricos suficientes para produzir abundantemente peixes de água
doce em sistemas de cultivo.
A aquacultura desenvolveu-se a partir de uma actividade praticada
essencialmente na Ásia e centrada nos peixes de água doce, quase
exclusivamente ciprinídeos. Hoje em dia, essa actividade representa uma
actividade presente em todos os continentes, que engloba todos os ambientes
aquáticos e que cultiva um número cada vez maior de espécies aquáticas.
(fonte: FAO 2006) A aquacultura mundial teve um crescimento muito acentuado
nas últimas cinco décadas.

Verificamos que no início dos anos cinquenta, a produção mundial de peixe em


aquacultura era inferior a um milhão de toneladas. Actualmente, esta indústria,
No que concerne aos principais produtores desta indústria, a China destaca-se
como o maior produtor mundial, representando 69.6% do total da produção a
nível mundial. Seguem-se claramente distanciados a Índia, com 4.2% do volume
de produção e as Filipinas com 2.9% (FAO, 2006).

Podemos constatar a predominância de países asiáticos nos dez países com


maior produção em aquacultura. As razões para este desequilíbrio podem ser
explicadas por razões de carácter histórico, cultural, económico e ambiental.

9.7.5.2-TILÁPIA NO MUNDO

A aquiscicultura, um dos sistemas de produção de alimentos que mais cresce no


mundo, sendo a piscicultura de água doce a actividade que vem se mostrando
mais promissora, principalmente no que diz respeito ao cultivo de tilápia
As tilápias, espécies de origem africana (com identificação de aproximadamente
70 espécies),estão entre os peixes mais indicados para a criação em regiões
tropicais. Foi introduzida no Brasil a partir de 1953, com a importação da tilápia
rendilli, proveniente do Congo Belga. Em 1971, foram importadas as espécies

63
tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) e a tilápia Zanzibar (Oreochromis
hornorum), que apresentam características essenciais para a piscicultura, como
rusticidade, precocidade, hábito alimentar omnívoro, boa aceitação, pelo
consumidor e alto valor de mercado.
A aquicultura comercial desenvolveu-se no mundo, acompanhando alguns
incentivos esporádicos, mas principalmente impulsionada pela iniciativa privada
empresarial em busca de novas alternativas de investimento no sector produtivo
agropecuária.
As espécies cultivadas, as tilápias constituem a ordem dos perciformes, família
Ciclídae, divididas em várias centenas de espécies. A espécie oreochromis
niloticus é nativa da África. É a espécie de tilápia mais cultivada no mundo e se
destaca das de mais pelo crescimento mais rápido, reprodução mais tardia
(permitindo alcançar maior tamanho antes da primeira reprodução) e alta
prolificidade (possibilitando produção de grandes quantidades de ovos e
alevinos). A tilápia do Nilo apresenta grande habilidade em se alimentar do
plâncton. Assim, quando cultivada em viveiros de água verdes, supera em
crescimento e conversão alimentar as demais espécies de Tilápias.

9.7.5.3- FÁBRICA DA RAÇÃO ANIMAL

Na primeira fase será construída um armazém para ou fábrica de ração para


diferentes espécies animais conforme as ideias implantadas no plano de
exploração agropecuária, no entanto haverá um acondicionar todos os seus
ingredientes ração para peixe, já moídos e padronizados em silos específicos
que alimentarão uma balança de produção, na fábrica de ração.

Pesar cada ingrediente de acordo com a formulação. Completar a batida e


encaminhar esta batida (normalmente de 500 kg ou 1000 Kg), para o misturador.
O misturador deve ser de duplo helicoide com tempo de mistura de 4 a 5 minutos.
Após a mistura a ração é encaminhada para silos de expedição (se farelada) ou
seguirá para as máquinas peletizadoras (se granulada) e daí para resfriamento
e
em seguida para os silos de expedição.

É muito importante a qualidade e a padronização de todos os ingredientes da


dieta. A ração será tão boa quanto à qualidade dos ingredientes que a comporão.
O aspecto físico da ração é definição do proprietário rural e eu sempre defendo
o uso de rações peletizadas (granuladas) porque este processo agrega muitos
benefícios. Entretanto, em nível de propriedade rural, é mais comum o uso de
rações fareladas, pela sua praticidade.

9.7.5.4- A CAPTURA OU PESCA E ABATE DO PEIXE

Antes de se proceder à pesca, os animais devem passar por um período de jejum


de pelo menos 24 horas, o que irá reduzir as fontes de contaminação do pescado
após o abate.

64
Este trabalho será realizado por um mínimo de três pessoas através de redes de
pesca tradicionais, e rapidamente, de forma a evitar a perda de qualidade do
produto final. O stress induzido nos animais antes do abate provoca uma
diminuição das reservas energéticas (ATP) e um aumento do ácido láctico no
músculo do peixe, resultando numa diminuição pós-morte do pH dos tecidos.
Assim, um animal que se debata antes de morrer irá dar origem a um produto
final com uma consistência mole (Giuffrida, Pennisi, Ziino, Fortino, Valvo, Marino
& Panebianco, 2007).

Os peixes são retirados de dentro de água com o auxílio de camaroeiros e são


rapidamente transportados para o interior de contentores com água e gelo. Neste
método de abate, o peixe irá morrer em água gelada. À semelhança do que
acontece com animais terrestres, a técnica de abate deve resultar numa perda
de consciência rápida e irreversível, reduzindo ao mínimo o sofrimento dos
animais. Adicionalmente, deve evitar-se sobrecarregar os contentores, uma vez
que o peso do peixe acaba, invariavelmente, por esmagar o peixe que está em
baixo, provocando uma perda de qualidade do produto final.

9.7.5.5 – MODELO DE TANQUE MODERNO A IMPLEMENTAR (TANQUE DE


PISCICULTURA)

Capacidade do tangue é de 1000 peixes, largura: 2,50 M e comprimento:


4Metros.

Total de tangues: 27

x- CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS ACTIVIDADES


10.1- QUADRO DO CALENDÁRIO AGRÍCOLA DAS CULTURAS

65
10.1.2-Quadro do calendário agrícola das culturas
Meses do Ano Agrícolas
CULTURA ACTIVIDADES S O N D J F M A M J J A
Preparação do solo e adubação de fundo x x x x
Plantação/sementeira x x x x
Milho Sacha x x x x x x
(sequeiro) Adubação/ cobertura x x x x x
Pulverização/assistência técnicas x x x x x x x
Colheita x x x x
Preparação do solo e adubação de fundo x
Mandioca Plantação x x
(sequeiro) Sacha x x x x x x
Adubação/ cobertura x x x
Pulverização/assistência técnicas x x x x x x x x x
Colheita x x x x
Batata- Preparação do solo e adubação de fundo x x x x
doce Plantação/sementeira x x x x
(sequeiro)
Sacha x x x x x
Adubação/ cobertura x x x x
Pulverização/assistência técnicas x x x x x x
Colheita x x x x x
Quiabo Preparação do solo e adubação de fundo x x x x x x
(sequeiro) Plantação/sementeira x x x x x x x
Sacha x x x x x x x
Adubação/ cobertura x x x x x x x
Pulverização/assistência técnicas x x x x x x x
Colheita x x x x x x x x x
Amendoim Preparação do solo e adubação de fundo x x x
(sequeiro) Plantação/sementeira x x x
Sacha x x x x x
Adubação/ cobertura x x x x
Pulverização/assistência técnicas x x x x
Colheita x x x x
Feijão Preparação do solo e adubação de fundo x x x x
(sequeiro) Sementeira x x x x
Sacha x x x x x
Pulverização x x x x x
Colheita x x x x
Abóbora Preparação do solo e adubação de fundo x x x x x x x
(regadio e Sementeira x x x x x x x
Sequeiro)
Sacha x x x x x x x
Adubação/ cobertura x x x x x x x
Pulverização/assistência técnicas x x x x x x x x
Colheita x x x x x x x x x x
Arroz Preparação do solo e adubação de fundo x x x
(regadio) Sementeira x x
Monda x x
Adubação/ cobertura x x x
Pulverização/assistência técnicas x x x x

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Colheita x x x
Beringela Sementeira (viveiro) x x x x x x x x x x x
(regadio) Preparação do solo e adubação de fundo x x x x x x x x x x x
Transplantação x x x x x x x x x x x
Sacha x x x x x x x x x x x
Adubação I cobertura x x x x x x x x x x x
Pulverização x x x x x x x x x x x
Colheita x x x x x x x x x x x
Tomate Sementeira (viveiro) x x x x x x x x
(regadio) Preparação do solo e adubação de fundo x x x x x x x x
Transplantação x x x x x x x x
Sacha e amontoa x x x x x x x x x
Adubação I cobertura x x x x x x x x x
Pulverização x x x x x x x x x x
Colheita x x x x x x x x x
Feijão- Preparação do solo e adubação de fundo x x x x x x x
-verde Sementeira x x x x x x x
(regadio Sacha x x x x x x x x
Pulverização x x x x x x x x
Colheita x x x x x x x x
Couve Sementeira (viveiro) x x x x x x
(regadio) Preparação do solo e adubação de fundo x x x x x x
Transplantação x x x x x x
Sacha x x x x x x x
Adubação I cobertura x x x x x x
Pulverização x x x x x x x
Colheita x x x x x x x
Cebola Sementeira (viveiro) x x x x x
(regadio) Preparação do solo e adubação de fundo x x x x x
Transplantação x x x x x x
Sacha x x x x x x x
Adubação I cobertura x x x x x x
Pulverização x x x x x x x
Colheita x x x x x x x x
Cenoura Preparação do solo e adubação de fundo x x x x x x x x
(regadio) Sementeira x x
Desbaste x x x x x x x
Sacha e amontoa ligeira x x x x x x x x
Adubação I cobertura x x x x x x x x
Pulverização x x x x x x x x
Colheita x x x x x x x x
Batata- Preparação do solo e adubação de fundo x x x x
rena -i Plantação x x x x
(regadio) Sacha e amontoa x x x x x x
Adubação I cobertura x x x x
Pulverização x x x x x x
Colheita x x x x x
Preparação do solo e adubação de fundo x x x x
Soja Sementeira x x x x

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(Sequeiro) Sacha x x x x x
Pulverização x x x x x
Colheita x x x x
Preparação do solo e adubação de fundo x x x x
Sementeira x x x x
Ginguba
Sacha x x x x x
(Sequeiro)
Pulverização x x x x x
Colheita x x x x

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS


O executivo no plano de desenvolvimento salientou que é importante que as
empresas agrícolas privadas e não só, aumentando as suas parcerias público-
privadas, quer nacional e internacional para garantir a capacidade de
autofinanciarem no sentido de reduzir o desemprego dos jovens, para que
Angola venha a fazer a sua renovação e autofinanciamento assim como, a
transformação na continuidade do projecto agropecuária.

Este projeto foi pensado para atender a necessidade dos associados,


proprietário de uma área rural para que a mesma permaneça no campo com
qualidade de vida. No decorrer histórico do agronegócio em Angola, os
minifundiários foram se descapitalizando.
A referida fazenda, precisa produzir as culturas de plantação de milho, soja,
feijão, na última década, foi se descapitalizando devido a concorrência com os
latifundiários, perdas por intempéries, falta de investimento tecnológico, até
chegar numa área mínima de terra.
Para Implantação de um Aviário Para Produção de Ovos de Galinha nesta
propriedade rural e aquicultura.
Embasado nas teorias sobre planejamento estratégico, aspectos
mercadológicos e financeiros de um negócio, investimento e custo,
financiamento e riscos, levantamento e estudos de dados sobre a atividade
avícola de postura, avaliou-se a implementação do projeto.
Assim, concluiu-se que a implantação deste projeto de um aviário para produção
de ovos de galinha nesta fazenda a propriedade torna-se viável e muito atrativo
visto que em menos de 4 anos retira-se o capital investido, sendo que o prazo
para pagamento do financiamento pode ser de até 5 - 10 anos. Espero que este

68
projeto seja realmente implementado e aperfeiçoado para que o homem do
campo permaneça no campo com qualidade de vida e satisfação.
Outras considerações a suinicultura intensiva convencional acarretam um grau
elevado de sofisticação, de modo a conseguir um maior número de animais num
menor espaço de tempo. Com os encargos da exploração suinícola cada vez
maiores, sendo 70 a 80% dos custos associados à alimentação, a suinicultura
intensiva convencional fica cada vez mais exposta a possíveis fragilidades caso
tenham que enfrentar qualquer adversidade.

A suinicultura intensiva ao ar-livre pode ser uma interessante alternativa


principalmente pelo baixo investimento inicial comparado com a suinicultura
intensiva convencional.

Com a realização deste projecto, tive a oportunidade de aprofundar uma área de


interesse dos fazendeiros, abordando assim, todos os aspectos da suinicultura,
e acima de tudo planificar uma actividade que poderá ser exercida num futuro
que se avizinha.

Contudo, a fertilização florestal do projeto em estudo, utilizando alta tecnologia e


visando altas produtividades, exige quantidades elevadas de óxido de cálcio (CaO),
nitrogênio (N), fósforo (P2O5), potássio (K2O), zinco (Zn) e boro (B) com objectivo de
concretiza-los para o mercado.

HUAMBO, 17 DE MAIO DE 2021

O Projectista Pela Fazenda


Eng.º Afonso Lopes Candundu Representante- Matos Sebastião

(Membro da OEA.Céd.nº. 5042)

69
ANEXOS: MODELOS DE TANGUES DE PEIXES

TOTAL DE 54.

ARMAZÉN DE RAÇÃO.

AVIÁRIO

70
71

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