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Política

STF não inocentou Lula,


diz Fazenda Nacional ao
cobrar R$ 18 mi de petista
TRF acolheu argumentos de procurador e não
aceitou decisão do Supremo para perdoar dívida
milionária do ex-presidente
Por Hugo Marques Atualizado em 20 set 2022, 14h34 - Publicado em
19 set 2022, 11h35

A Procuradoria-geral da Fazenda
Nacional, responsável por cobrar
tributos, tenta receber na Justiça um
passivo de 18 milhões de reais do ex-
presidente Lula (PT) e de empresas dele
com o argumento de que, embora o
Supremo Tribunal Federal (STF) tenha
anulado as condenações impostas ao
petista pelo então juiz Sergio Moro, ele
não está livre de ser cobrado por
impostos supostamente não pagos.
Em petição apresentada ao Tribunal
Regional Federal da 3ª Região (TRF3), o
procurador da Fazenda Nacional Daniel
Wagner Gamboa afirma que “o STF não
inocentou o réu Luiz Inácio Lula da Silva”.
A avaliação coincide com recente
propaganda partidária da campanha de
Jair Bolsonaro (PL), que expôs na TV
uma peça publicitária afirmando que a
anulação do caso pelo STF não transforma
o ex-presidente em “inocente”.

“O STF não inocentou o réu Luiz Inácio


Lula da Silva. Ele não tratou do mérito da
condenação. Não foi afirmado, em hora
nenhuma, que o réu é inocente, mas
considerou-se que não cabia à Justiça
Federal do Paraná julgá-lo naqueles
processos específicos”, diz Gamboa na
petição em que insiste para que Lula e suas
empresas, alvos da Lava-Jato, acertem as
contas com o Fisco.

TRECHO DA PETIÇÃO DA PGFN NO PROCESSO DE LULA NO TRF3

– reprodução PGFN/Reprodução

Conforme revelou VEJA, a estratégia


jurídica de Lula é recorrer ao Supremo sob
a alegação de que qualquer desdobramento
da Lava-Jato envolvendo o ex-presidente
tem de ser anulado. Os advogados dele
sustentam nos recursos junto ao TRF3 que
os processos de cobrança tiveram como
ponto central a Operação Alethea, uma das
fases da Operação Lava-Jato, já declarada
nula pelo STF. “O lançamento tributário
decorrente da afirmada confusão
patrimonial e operacional entre o Instituto
Lula e os apelantes encontra-se, portanto,
totalmente maculado pelo insanável vício
material que o reveste”, disse o advogado
Cristiano Zanin em manifestação ao
tribunal.

Na contenda judicial, os procuradores da


União entenderam que o Instituto Lula se
declarava sem fins lucrativos, mas não
cumpriu os requisitos de isenção tributária
e, por isso, deve recolher os impostos
atrasados. O ex-presidente Lula tenta há
quatro anos derrubar na Justiça a ação de
cobrança de dívidas. Ele perdeu a causa em
primeira instância da Justiça Federal e
recorreu ao TRF3, onde também foi
derrotado.

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de setembro
Nova pesquisa Genial/Quaest e
desdobramentos nas campanhas
presidenciais são os destaques do dia

Com várias das últimas pesquisas de


intenção consolidando a dianteira do ex-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
aumentaram nos últimos dias as pressões
sobre a campanha do presidente Jair
Bolsonaro. Oficialmente, o discurso
continua sendo o de descreditar os
levantamentos que dão vantagem ao
petista. Mas, nos bastidores, a campanha
de reeleição do presidente age para tentar
fazer frente a uma "onda Lula" na reta final
da campanha do primeiro turno.

BASTIDORES DE BRASÍLIA FRAUDE JUSTIÇA

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA OPERAÇÃO LAVA JATO

RECEITA FEDERAL

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF

TRF - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL

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