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Maçonaria, Segredo e História.

É cada vez maior a exploração do tema das sociedades secretas, iniciáticas e


irmandades, na mídia contemporânea. Alguns casos reacendem antigas polêmicas.
São livros best sellers, filmes, revistas, onde desfilam, dentre outros, Templários,
Illuminati, Opus Dei, Maçonaria. Esta última tem atraído crescentemente a atenção do
público ´profano´. Mas, apesar da literatura maçônica, matérias de capa em revistas
de cultura geral, de cultura histórica, e de curiosidades esotéricas, a maioria dos
brasileiros ainda desconhece o que seja a secular Maçonaria. Entre o início século
XVIII e início do XIX, os maçons lideraram movimentos liberais, constitucionais e
republicanos, inclusive com padres, gozando de alta consideração social. Porém, entre
o final do século XIX e primeira metade do século XX, a Maçonaria viveu um contexto
extremamente negativo, pelos preconceitos e perseguições movidos pela Igreja
Católica, por tradicionalistas, regimes autoritários e totalitários; todos contrários à
liberdade de pensamento, ao pluralismo religioso e à democracia.

O maçom era estigmatizado como conspirador, anticristão e inimigo da pátria.


Hoje, a identidade maçônica aparece positivada. Inspira mais curiosidade que medo,
mais simpatia que desconfiança. Além da presença na mídia, crescem as produções
acadêmicas de não-maçons em que a Maçonaria é destacada como instituição que
exerceu influência considerável na vida social, política e cultural na Historia brasileira
e mundial. Se, para o grande público, o mercado editorial e cinematográfico ainda
alimenta a curiosidade em torno do ´segredo´; nos ambientes acadêmicos a
Maçonaria emerge em estudos históricos, sociológicos e antropológicos, pelo viés das
sociabilidades, da cultura política, das representações e identidades.

O atual ambiente democrático, as novas perspectivas teóricas e metodológicas da


pesquisa social, somadas à crescente abertura e aproximação dos maçons brasileiros
aos pesquisadores universitários – como o fazem seus ´irmãos´ dos países
desenvolvidos – tem levado ao descortinamento gradual da Maçonaria no Brasil.
Artigo escrito por MARCOS JOSÉ DINIZ SILVA, Historiador e Professor

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