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traz da História
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O surgimento da Ordem é incerto. Os próprios maçons divergem quanto às
explicações para sua origem defendendo quatro grandes teorias: a Megalítica, a
Iniciática, a Medieval, Templária e a Egípcia, sendo as três primeiras de debates mais
relevantes, o que não significa que tenham um embasamento histórico necessariamente
mais coerente.
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Já a Teoria Iniciática, defendida, dentre outros maçons, por Thomas Paine -
político e revolucionário britânico, que participou das Revoluções Americana e
Francesa e é considerado um dos Pais dos Estados Unidos da América -, afirma ser a
Maçonaria um culto solar de origem em um conjunto de religiões pagãs e cultos
esotéricos. A Ordem teria nascido na Antiguidade e se difundido pelo mundo, entre os
Babilônios, os Egípcios e chegado à Europa, primeiramente, na Grécia de Pitágoras. Em
1030 a.C., finalmente, teria penetrado na Inglaterra.
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debaterem sobre as chamadas “Old Charges”, que fixavam lucros máximos pelo
trabalho de construção.
Mais tarde, no século XVIII, as primeiras lojas Maçônicas (nome que se dá aos
centros de discussão da Ordem) são fundadas na Inglaterra, formadas por artesãos,
burgueses e membros da aristocracia:
“(...) tanto os irmãos de origem humilde quanto os aristocratas passavam a ter, na teoria, a
possibilidade de acesso a um conhecimento supostamente oculto e secreto. Finalmente, o
conhecimento estabelecido no seio da loja propiciava a criação de relações privilegiadas em
terrenos tão atraentes quanto os negócios, a política ou a influência social”. (2)
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Esses elementos atrativos permitiram a rápida expansão das lojas maçônicas ao
longo da Europa: Estados alemães, França, Holanda e Império Austríaco. Na Prússia,
seu Rei, Frederico, ingressou na Maçonaria em 1733. Intelectual e gênio militar,
Frederico se tornou referência para os maçons da sua época, apesar de suas manobras de
governo de “esquartejamento” das nações vizinhas – levando em consideração o caráter
filantrópico (benéfico) da Ordem. Seu exemplo incentivou, na França de Luís XV, a
criação de uma política de tolerância, em resposta à bula papal de 1739, que condenava
a Maçonaria, o que estimulou o crescimento da Ordem no país.
Enquanto isso, aos olhos da Igreja Católica, os novos valores morais e mentais
sobre o indivíduo e a natureza humana surgidos na época, especialmente os
relacionados aos preceitos maçônicos, eram expressão de irreligiosidade, imoralidade e
libertinagem - libertinos eram todos aqueles que ameaçassem o trono e criticassem o
estado absolutista com as idéias políticas revolucionárias francesas.
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Isto porque, para se tornar um maçom, não é necessário seguir uma religião, mas
acreditar, contudo, em dois “artigos de fé”: a Existência de Deus e a Imortalidade da
Alma. Isto é, a Maçonaria nada tem de religioso, mas de filosófico, educativo,
progressista e filantrópico:
“(...) É fundada no Amor Fraternal e na esperança de quem, com amor a Deus, à pátria, à
família e ao próximo, com tolerância e sabedoria, com a Constante e livre investigação da
Verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia, as ciências e as artes, sob
a tríade da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e dentro dos Princípios da Moral, da Razão
e da Justiça, o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal”. (4)
Além disso, apesar de a maioria dos iniciados ser, desde os primórdios da Ordem
até hoje, composta por homens, as mulheres nunca foram expressamente proibidas de
ingressar na sociedade. A chamada Maçonaria Mista, assim, era, naturalmente, mal vista
pelos setores sociais conservadores, especialmente pela Igreja.
“Dificilmente pode-se dizer que Napoleão fosse defensor da liberdade, mas ele era, sim,
consciente da utilidade da Maçonaria. Esta lhe permitia – como manifestaria no seu
Memorial de Santa Elena – contar com um exército que lutava “contra o papa”, manter,
com vigor, as forças armadas sob controle e a política em suas mãos, além de proporcionar-
lhe um instrumento de captação e propaganda favorável ao domínio francês da Europa”. (5)
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. Escultura e escudo do GDOF – Grande Oriente Francês, na cidade de Lyon
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. Monumento à Maçonaria em Florianópolis
Nesse início do século XIX, D. Pedro I assumiu papel crucial para os rumos da
política nacional, agindo como uma verdadeira peça ‘rei’ de um tabuleiro de xadrez. Era
em torno da figura dele que se desenrolou toda a questão política do país até a
Independência. Mesmo a imprensa nacional da época evitava criticar o Príncipe, apesar
de suas atitudes arbitrárias. Isso porque, a partir de 1821, havia uma mobilização dentro
da colônia contra as Cortes Portuguesas, devido a um quadro político nacional frágil e
instável que sofria com a falta de uma liderança e de um programa político bem
definido. Era ele mais uma bandeira a ser conquistada que um “foco de autoridade”. (6)
E tão decisivo para a política nacional quanto o Príncipe eram as duas vertentes da
Maçonaria no país, atuando ambas em prol da Independência – a vertente “Azul”,
favorável à instituição de uma Independência com Monarquia Constitucional e a outra,
“Vermelha”, em harmonia com as Cortes de Lisboa e a favor da República. Pretendiam
as Cortes, com uma orientação republicana, anular mais um elemento da Casa de
Bragança, na colônia - D. Pedro. Contudo, o Príncipe, naturalmente, se declara ao lado
da primeira ala, forçando sua permanência no território no DIA DO “FICO”, em 9 de
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Janeiro. Assim, apesar da Independência, seria possível manter o Reino do Brasil unido
ao de Portugal, justamente o que objetivava a Maçonaria “Azul”.
Uma terceira carta foi enviada, por D. João VI ao Príncipe, em que o Rei
aconselhava seu filho a ter cautela nesse complicado jogo político. Ao Príncipe
restavam duas opções: entregar-se para as Cortes de Lisboa, voltando para Portugal, ou
permanecer no Brasil e proclamar a Independência. Escolhendo a segunda opção, é
dado o Grito do Ipiranga e consolidada a independência em 12 de Outubro de 1822,
com a aclamação do príncipe regente como Imperador do Brasil.
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Notas bibliográficas:
(2) “Os Maçons: A Sociedade Secreta mais influente da História”; VIDAL, Cesar;
Rio de Janeiro: Relume Dumará; [2006], p. 35
(5) “Os Maçons: A Sociedade Secreta mais influente da História”; VIDAL, Cesar;
Rio de Janeiro: Relume Dumará; [2006], p. 80
Bibliografia:
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Filmografia:
Informações Técnicas:
Informações Técnicas:
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Ano: 1999
Direção: Sérgio Resende
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