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REDAÇÃO
TOTAL
PROFESSORA ADRIANA FIGUEIREDO
Acompanhe com
aGramática
Comentada
TIPOS DE REDAÇÃO
ÓTICA DAS PRINCIPAIS BANCAS
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Texto I
A violência contra as mulheres não é um fenômeno tópico, muito menos específico dos
espaços públicos, mas estrutural, multidimensional, disseminado, enraizado e,
correntemente, recôndito.
(FANINI, Michele Asmar. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br)
Texto II
Não se corrigem do dia para a noite preconceitos ou abusos relacionados a questões de
gênero e enraizados na sociedade. Enquanto isso, é importante que sejam oferecidas formas
de minorar o dano das vítimas. A respeito do vagão rosa, afirma Olgamir Amância, titular da
Secretaria da Mulher do DF: “Ele desperta a atenção da população. Mas certamente, como
somos a maioria, um vagão não é o suficiente”.
(Adaptado de: LEAL, Aline. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br)
Texto III
No conceito do “vagão rosa” as mulheres são colocadas na posição de objetos de desejo ou
objetos de posse. E os homens são vistos como vítimas do próprio desejo, sem a
necessidade de se responsabilizar por ele. Acho curioso que homens não façam protestos
contra o “vagão rosa”: a ideia nele embutida sobre o que é ser um homem é ofensiva ao
extremo.
(BRUM, Eliane. Disponível em: http://brasil.elpais.com)
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TEMA 1
Texto 1
O Marco Civil da Internet estabelece uma série de proteções a nossa privacidade na rede.
Embora não impeça a espionagem, coloca na ilegalidade a cooperação entre empresas e
governos no monitoramento massivo. A lei também não impedirá Google e Facebook de
venderem nossas informações, mas define que isso deve ser autorizado de maneira expressa
e informada.
(Adaptado de: EKMAN, Pedro. Intervozes-CartaCapital, 11.03.2014. Disponível em: <http://zip.net/bvmLsW>)
Texto 2
Há um debate hoje, em democracias consolidadas, sobre a inconveniência de se retirar
conteúdo jornalístico de circulação, um procedimento que pode ferir os princípios básicos da
liberdade de expressão. No Brasil, o Marco Civil da Internet permite que juízes de juizados
especiais, motivados por “interesse da coletividade” (um conceito vago e impreciso),
determinem liminarmente a retirada de conteúdo de um site.
(Adaptado de: RODRIGUES, Fernando. Uol Notícias, 26.03.2014. Disponível em: <http://zip.net/bgny9Y>)
A partir da reflexão suscitada pela leitura dos textos, escreva um texto dissertativo
argumentativo, a respeito do seguinte tema:
TEMA 2
Texto 1
A pressuposição do ser humano como completamente egoísta passou a imperar em grande
parte da teoria econômica dominante; contudo, essa visão nem sempre esteve presente. Os
primeiros autores sobre questões econômicas – como Aristóteles e Tomás de Aquino –
consideraram a ética como uma parte importante do comportamento humano. Ainda que,
hoje, a motivação de uma escolha seja caracterizada pela busca do autointeresse, não há nada
de errado em tomar decisões que sejam altruístas e ultrapassem as fronteiras estreitas da
busca exclusiva do autointeresse.
(Adaptado de: Amartya Sen. A ideia de justiça. São Paulo, Cia. das Letras, 2011)
Texto 2
Não escapou a Alexis de Tocqueville que o individualismo é também uma consequência direta,
e ao mesmo tempo nefasta, da democracia. Ele a diferencia do egoísmo, “vício tão antigo
quanto o mundo e que não pertence a uma forma de sociedade mais que a outra qualquer”.
(Adaptado de: ELIACHEFF, Caroline, LARIVIÈRE, Daniel Soulez. O Tempo das vítimas. São Paulo. FAP-UNIFESP, 2012)
Altruísmo e autointeresse
TEMA 3
TEXTO II
“Diga o que pensa. Seja você mesmo.” Assim começa a apresentação do Secret. Como
enviar uma mensagem em uma garrafa no meio do mar, o aplicativo convida a compartilhar
comentários e sensações de forma anônima. “Sabemos que muitos não se atrevem a dar sua
opinião no Facebook por temer represálias. Nem a colocar algo grave que ocorra em sua
empresa. Nos dois casos pode ser um conteúdo relevante que de outra maneira não viria à
tona”, sublinha Chrys Bader, um dos fundadores dessa rede social.
(Adaptado de: CANO, Rosa Jiménez. Secret, entre a liberdade de expressão e o insulto. Disponível em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/24/).
Em entrevista recente, o filósofo francês Alain Badiou explicou sua afirmação de que “a
ecologia é o ópio do povo”, feita anteriormente. Segundo ele, “a ecologia é hoje um misticismo
que não teme assumir tonalidades catastrofistas. Com o declínio das religiões históricas, a
ecologia, com o acento que ela coloca em questões como ‘a preservação da natureza’, ou
mesmo de uma relação perdida do homem com esta mesma natureza, parece-me uma nova
forma de messianismo. Eu não me preocupo exatamente com o destino da natureza, preocupo-
me com o destino dos homens. É essa preocupação que deveria pautar nossas ações atuais”.
(Folha de S.Paulo, 6/7/14, com adaptações)
Redija um texto dissertativo que contenha uma análise do resultado fiscal do governo no
período considerado no texto acima. Em seu texto, faça o que se pede a seguir.
Responda, fundamentadamente:
a. se a citação pode ser realizada em um domingo;
b. se pode ser efetivada após às 18h;
c. se é válida a citação na residência do representante legal ou se deve comparecer à
sede da empresa para concluir a diligência;
d. como deve o Oficial de Justiça proceder nessa situação.
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1. LER o tema da questão e ler os textos norteadores, sublinhando em cada um deles a ideia
central. Neste momento, relacione cada texto lido a uma palavra do tema.
2. Diante do tema, formule uma tese.
3. Diante da tese, gere ideias (tudo que você sabe em relação a esse assunto).
4. Das ideias geradas, selecione de duas a três, as outras ideias terão que se subordinar a
elas.
5. Elabore um roteiro.
6. Redija um rascunho
7. leia duas vezes a sua redação
8. Passe a limpo o seu rascunho
A DISSERTAÇÃO
Também chamado de opinativo, além de expor o que se sabe sobre um assunto – e muitas
vezes também informar – o texto dissertativo argumentativo tem por finalidade principal
persuadir o leitor sobre determinado assunto, modificar seu comportamento.
Exemplo: “Viver „plugado‟ a uma corrente de pessoas e informações pode ser divertido e útil.
Mas agride o que o ser humano tem de melhor e mais insubstituível: o seu gosto, o seu erro, a
sua miséria e sua glória.”
➢ Argumentar: apresentar fatos, ideias, razões lógicas, provas, etc., que comprovem uma
afirmação, uma tese.
Redação
conduta, uma diretriz fundamental. Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da
vontade: é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e surpreendente raça
brasileira.
Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório, do mesmo modo que
protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa frente um foco luminoso intenso. A coisa
deu em reflexo condicionado: proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto
com as palavras: logo à tarde, só à noite, amanhã, segunda-feira, depois do Carnaval, no ano
que vem.
Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes
se desemparelham. Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o
dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma
agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o
concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a
China, tudo. Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós.
Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma
instituição sacrossanta no Brasil.
Quanto à morte, não devem ser esquecidos dois poemas típicos do Romantismo na
Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que morra sem voltar para lá, isto é,
para cá. Já Álveres de Azevedo tem aquele famoso poema cujo refrão é sintomaticamente
brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”. Como se vê, nem os românticos aceitavam morrer hoje,
postulando a Deus prazos mais confortáveis.
Sim, adiamos por força dum incoercível destino nacional, do mesmo modo que, por obra
do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no Times, o português adora bacalhau, o
alemão trabalha com um furor disciplinado, o espanhol se excita, com a morte, o japonês
esconde o pensamento, o americano escolhe sempre a gravatas mais colorida.
O brasileiro adia, logo existe.
A divulgação de nossa capacidade autóctone para a incessante delonga transpõe as
fronteiras e o Atlãntico. A verdade é que já está nos manuais. Ainda há pouco, lendo um livro
francês sobre o Brasil, incluído numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do
volume algumas informações essenciais sobre nós e sobre a nossa terra. Entre poucos
endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações culinárias, o autor intercalou o
seguinte tópico:
Palavras
Hier: ontem Aujourd´hui: hoje Demain: amanhã.
A única palavra importante é amanhã”.
Ora, este francês agarrou-nos pela perna. O resto eu adio para a semana que vem.
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Utopias e distopias
Todas as utopias imaginadas até hoje acabaram em distopias, ou tinham na sua origem
um defeito que as condenava.
A primeira, que deu nome às várias fantasias de um mundo perfeito que viriam depois,
foi inventada por sir Thomas Morus em 1516.
Dizem que ele se inspirou nas descobertas recentes do Novo Mundo, e mais
especificamente do Brasil, para descrever sua sociedade ideal, que significaria um
renascimento para a humanidade, livre dos vícios do mundo antigo. Na Utopia de Morus o
direito à educação e à saúde seria universal, a diversidade religiosa seria tolerada e a
propriedade privada, proibida. O governo seria exercido por um príncipe eleito, que poderia ser
substituído se mostrasse alguma tendência para a tirania, e as leis seriam tão simples que
dispensariam a existência de advogados. Mas para que tudo isso funcionasse Morus
prescrevia dois escravos para cada família, recrutados entre criminosos e prisioneiros de
guerra. Além disso, o príncipe deveria ser sempre homem e as mulheres tinham menos direitos
que os homens. Morus tirou o nome da sua sociedade perfeita da palavra grega para “lugar
nenhum”, o que de saída já significava que ela só poderia existir mesmo na sua imaginação.
Platão imaginou uma república idílica em que os governantes seriam filósofos, ou os
filósofos governantes. Nem ele nem os outros filósofos gregos da sua época se importavam
muito com o fato de viverem numa sociedade escravocrata. Em “Candide”, Voltaire colocou sua
sociedade ideal, onde havia muitas escolas mas nenhuma prisão, em El Dorado, mas
“Candide” é menos uma visão de um mundo perfeito do que uma sátira da ingenuidade
humana. Marx e Engels e outros pensadores previram um futuro redentor em que a
emancipação da classe trabalhadora traria igualdade e justiça para todos. O sonho acabou no
totalitarismo soviético e na sua demolição. Até John Lennon, na canção “Imagine”, propôs sua
utopia, na qual não haveria, entre outros atrasos, violência e religião. Ele mesmo foi vítima da
violência, enquanto no mundo todo e cada vez mais as pessoas se entregam a religiões e se
matam por elas.
Quando surgiu e se popularizou o automóvel anunciouse uma utopia possível. No futuro
previsto os carros ofereceriam transporte rápido e lazer inédito em estradas magnetizadas para
guiálos mesmo sem motorista. Isso se os carros não voassem, ou se não houvesse um
helicóptero em cada garagem. Nada disso aconteceu. Foi outra utopia que pifou. Hoje vivemos
em meio à sua negação, em engarrafamentos intermináveis, em chacinas nas estradas e num
caos que só aumenta, sem solução à vista. Mais uma vez, deu distopia.
Faz hoje exatos 50 anos do chamado Comício da Central do Brasil, que funcionou como
acelerador para a conspiração já em andamento que acabaria por depor o presidente
constitucional João Belchior Marques Goulart, apenas 18 dias depois.
É bom olhar para trás para verificar que, pelo menos no terreno institucional, o país
progrediu bastante desde que chegou ao fim o ciclo militar, há 29 anos. É um dado positivo em
uma nação com tão formidável coleção de problemas e atraso em tantas áreas como o Brasil.
Ajuda-memória: o comício foi organizado pelo governo Goulart. Havia uma profusão de
bandeiras vermelhas pedindo a legalização do ainda banido Partido Comunista Brasileiro, o
que era o mesmo que acenar para o conservadorismo civil e militar com o pano vermelho com
que se atiça o touro na arena.
Se fosse pouco, havia também faixas cobrando a reforma agrária, anátema para os
poderosos latifundiários e seus representantes no mundo político.
Para completar, Jango aproveitou o comício para assinar dois decretos, ambos tomados
como “comunizantes” pelos seus adversários: o que desapropriava refinarias que ainda não
eram da Petrobrás e o que declarava de utilidade pública para fins de desapropriação terras
rurais subutilizadas.
Na visão dos conspiradores, eram dois claros atentados à propriedade privada e, como
tais, provas adicionais de que o governo preparava a comunização do país.
Cinquenta anos depois, é um tremendo progresso, do qual talvez nem nos damos conta, o fato
de que bandeiras vermelhas – ou azuis ou amarelas ou verdes ou brancas ou pretas – podem
ser tranquilamente exibidas em atos públicos sem que se considere estar ameaçada a ordem
estabelecida.
Reforma agrária deixou de ser um anátema, e a desapropriação de terras ociosas é
comum mesmo em governos que a esquerda considera de direita ou conservadores.
Continua, é verdade, a batalha ideológica entre ruralistas e o Movimento dos Trabalhadores
Sem Terra, mas ela se dá no campo das ideias, sem que se chame a tropa para resolvê-la.
Pena que ainda continuemos primitivos o suficiente para que haja mortes no campo (além de
trabalho escravo), mas, de todo modo, ninguém pensa em chamar o Exército por causa dessa
carência.
Nos quase 30 anos transcorridos desde o fim do ciclo militar, foi possível, dentro da mais
absoluta ordem e legalidade, promover o impeachment de um presidente, ao contrário do
ocorrido em 1964, ano em que Jango foi impedido à força de exercer o poder.
Votei pela primeira vez para presidente em 1989, quando já tinha 46 anos. Meus filhos também
votaram pela primeira vez naquela ocasião, o que significa que uma geração inteira teve
capada parte essencial de sua cidadania durante tempo demais.
Hoje, votar para presidente é tão rotineiro que ficou até meio monótono.
Democracia é assim mesmo.
Pena que esse avanço institucional inegável não tenha sido acompanhado por qualidade
das instituições. Espero que esse novo passo não leve 50 anos.
(Clovis Rossi, Folha de São Paulo, 13/03/2014)
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É a introdução mais comumente vista. Aqui, inicia-se com a declaração inicial a respeito do
tema – a tese – , apresentando-se os tópicos frasais.
Exemplos:
“Sabe-se que a qualidade de vida nas regiões rurais é, em alguns aspectos, superior à da zona
urbana. Esse fato ocorre porque no campo inexiste a agitação das grandes metrópoles, há
maiores possibilidades de se obterem alimentos adequados e as pessoas dispõem de maior
tempo para estabelecer relações humanas mais profundas e duradouras.”
“Muito se tem discutido sobre os fatores que induzem os jovens a consumirem drogas. Em
busca de auto-afirmação, fuga da realidade ou devido à falta de uma atuação familiar firme, a
juventude está consumindo entorpecentes abusivamente.”
Nesse caso, escolhe-se uma palavra-chave do tema e formula-se um período com a definição
dessa palavra ou com uma generalização a respeito dela.
Apresentação da tese
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Exemplo: Menor: um ser que é, de alguma forma, inferior, aquele que não atingiu a maioridade.
O uso da palavra “menor” para se referir às crianças no Brasil já demonstra como são tratadas:
em segundo plano.
Nesse caso, inicia-se a introdução com uma afirmação de cunho geral e, a seguir, apresenta-se
a tese, que será uma oposição à primeira afirmação.
Exemplo: Embora o Brasil tenha evoluído muito em educação, ainda há muito o que ser feito
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Texto comentado
QUALIDADE DE VIDA
Estudo de uma tipologia textual – Educação/UFRJ
É de conhecimento geral que a qualidade de vida nas regiões rurais é, em alguns aspectos,
superior à da zona urbana (1), porque no campo inexiste a agitação das grandes metrópoles (2),
há maiores possibilidades de se obterem alimentos adequados (3) e, além do mais, as pessoas
dispõem de maior tempo para estabelecer relações humanas mais profundas e duradouras (4).
Ninguém desconhece que o ritmo de trabalho de uma metrópole é intenso (5)
O espírito de concorrência, a busca de se obter uma melhor qualificação profissional, enfim, a
conquista de novos espaços lança o ambiente urbano em meio a um turbilhão de constantes
solicitações. Esse ritmo excessivamente intenso torna a vida bastante agitada, ao contrário do
que se poderia dizer sobre os moradores da zona rural.
Por outro lado, nas áreas campestres há maior qualidade de alimentos saudáveis (6). Em
contrapartida, o homem da cidade costuma receber gêneros alimentícios colhidos antes do
tempo de maturação, para garantir maior durabilidade durante o período de transporte e
comercialização.
Ainda convém lembrar a maneira como as pessoas se relacionam nas zonas rurais (7). Ela
difere da convivência habitual estabelecida pelos habitantes metropolitanos. Os moradores das
grandes cidades, pelos fatos já expostos, de pouco tempo dispõem para alimentar relações
humanas mais profundas.
Por isso tudo, entendemos que a zona rural proporciona a seus habitantes maiores
possibilidades de viver com tranquilidade (8). Só nos resta esperar que as dificuldades que
afligem os habitantes metropolitanos não venham a se agravar com o passar do tempo (9).
O parágrafo argumentativo
Segundo Othon M. Garcia, “o parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou
mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se
agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrente
dela”.
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O tópico frasal
Inicialmente, vale lembrar que tópico frasal é a ideia ou argumento central do parágrafo,
apresentada de forma genérica. É a ideia-chave, a síntese do pensamento, a essência do
parágrafo. Tudo que se afirma no parágrafo girará, portanto, em torno da fundamentação do
tópico frasal.
No texto padrão, o tópico frasal inicia o parágrafo e na sequência vem a sua fundamentação.
Esse é o método dedutivo de raciocínio, em que o autor parte da generalização para o seu
detalhamento (GERAL → ESPECÍFICO).
Ex.: Conclui-se, sem esforço e sem exagero, que, no Brasil, registram-se duas grandes falhas:
Neste caso, elucida-se o tópico frasal, quando este apresenta certa obscuridade, uma
necessidade de maior clareza.
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Utilização de exemplos
Os exemplos caracterizam-se como uma maneira bem elucidativa de concretizar o que há de
abstrato no tópico frasal. Seguindo esse critério, o parágrafo se desenvolve por meio da
ilustração da ideia-núcleo, constituindo-se em uma das formas mais simples de se demonstrar
aquilo que se afirma.
Ex.: Dependendo das circunstâncias, as espécies invasoras podem ser meras “imigrantes”
inofensivas ou invasoras altamente nocivas (tópico frasal). Dentro do sistema produtivo, por
exemplo, o búfalo e o pinus são apenas espécies exóticas. Quando escapam para a natureza,
entretanto, muitas vezes tornam-se organismos nocivos aos ecossistemas “naturais”.
Ex.: As cidades em processo rápido de crescimento no Brasil indicam pelo menos três
modalidades de crescimento dos organismos urbanos (tópico frasal): um crescimento
horizontal por partilha de espaços de antigas chácaras ou glebas congeladas para
especulação, de dinâmica similar a uma mancha de óleo em expansão; um crescimento
vertical, à custa de edifícios de muitos andares, aproveitando as facilidades aparentes dos
espaços centrais e subcentrais das cidades de porte médio, acumulando funções residenciais
em uma área de permanência duvidosa para tais funções; e, por fim, mecanismo de maior
gravidade, a partilha de glebas situadas em posições descontínuas, a quilômetros de distância
da área central, inicialmente semi-isoladas no meio de sítios e fazendas, os quais, por sua
vez, são espaços potenciais para loteamentos ulteriores e
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instalações de unidades industriais, com eliminação quase total das funções agrárias que
responderam pelo crescimento e a riqueza iniciais da própria cidade.
(...) O sermão há de ser duma só cor, há de ter um só objeto, um só assunto, uma só matéria.
Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la
para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de
confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as
circunstâncias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se há
de evitar, há de responder às dúvidas, há de satisfazer às dificuldades, há de impugnar e
refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e depois disto há de colher,
há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é sermão, isto é pregar, e o
que não é isto, é falar de mais alto. Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter
variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar e
acabar nela.
(Sermão da Sexagésima. In: – Os sermões. São Paulo, Difel, 1698, VI, p. 99.)
EXEMPLOS COMENTADOS
Em cada parágrafo de desenvolvimento a seguir, destaque seu tópico frasal, indicando o seu
desenvolvimento e, caso haja, sua conclusão. Analise também a(s) forma(s) como foram
desenvolvidos os tópicos frasais ao longo dos parágrafos.
1. Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem
esse modo de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza
humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa
muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de
alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo
a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e trocar ideias, necessitar e dar
afeto.
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5. Há muitos tipos de líder, e gosto de destacar três. A primeira categoria é dos líderes que
marcam diferença por serem grande estrategistas, objetivos e com visão de futuro. O legado
deles é o método. O segundo tipo tem forte poder intelectual, mergulha com intensidade nas
questões teóricas, disseca e diagnostica problemas como ninguém. São líderes que deixam
ideias originais, com marca própria. E um terceiro tipo chamo de líderes inspiradores. Eles
entendem as demandas do povo, suas paixões, conseguem entender emocionalmente as
pessoas. Os maiores líderes da história têm força porque reúnem método, intelecto e
habilidade de tocar nos sentimentos de seus liderados.
6. O homem hoje em dia desenvolveu para tudo que costumava fazer com o próprio corpo,
extensões ou prolongamentos desse mesmo corpo. A evolução de suas armas começa pelos
dentes e punhos e termina com a bomba atômica. Indumentária e casas são extensões dos
mecanismos biológicos de controle da temperatura do corpo. A mobília substitui o acocorar-se
e sentar-se no chão. Instrumentos mecânicos, lentes, televisão, telefones e livros que levam a
voz através do tempo e do espaço constituem exemplos de extensões materiais. Dinheiro é
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8. Inúmeras hordas “primitivas” se encontram, ainda hoje, nesse “grau zero” – se assim
podemos dizer – quanto ao conhecimento dos números. É, por exemplo, o caso dos zulus e
dos pigmeus, da África, dos aranda e dos kamilarai, da Austrália, dos aborígenes das Ilhas
Murray e dos botocudos, do Brasil. “Um”, “dois” e... “muitos” constituem as únicas grandezas
numéricas desses indígenas que ainda vivem na Idade da Pedra.
9. Vários fatores criaram o espaço social necessário para transformar certo número de
pessoas associadas a certas práticas sociais em leitores: o individualismo da sociedade
burguesa, a visão de mundo antropocêntrica estimulada pela Renascença e difundida pela
filosofia humanista, o progresso tecnológico que facultou o desenvolvimento da imprensa, a
expansão da escola e do pensamento pedagógico apoiado na alfabetização, o fortalecimento
de instituições culturais como as universidades, as bibliotecas e as academias de escritores.
10. Disso resultaram duas noções: de um lado, a noção de público, massa coletiva e
anônima que, não obstante o anonimato, pode ter vontade própria e direção definida, incidindo
em linhas de ação que a literatura, em parte ou no todo, acata ou não; de outro, a noção de
leitor, indivíduo habilitado à leitura, com preferências demarcadas, figura que o escritor busca
seduzir, lançando mão de técnicas e de artifícios contabilizados pela crítica e história da
literatura.
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13. Talvez não haja algum fenômeno social que assalte de forma tão brusca os direitos
humanos como a pobreza o faz, por desgastar ou anular os direitos econômicos e sociais,
como: direito à alimentação, à água potável, à saúde, à educação, à habitação, à segurança
pessoal, à justiça e à dignidade. Embora todos esses direitos sejam interligados e
interdependentes, observa-se que, para as pessoas que vivem na pobreza, talvez eles não
passem de um sonho muito distante de se tornar realidade.
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A seguir algumas dicas que podem ser úteis na elaboração da conclusão de uma
redação:
✓ Reserve dois períodos para a sua conclusão: um para a retomada da tese, outro para
acréscimo.
✓ No acréscimo, procure apresentar soluções específicas ao tema sobre o qual se
discorreu ou simplesmente expor consequências, implicações do tema discutido.
Seja qual for a técnica escolhida para sua conclusão, lembre-se de que será ela o trecho da
redação mais lembrado pelo leitor, simplesmente por ser aquele que se coloca ao final da
discussão.
Analise cada texto a seguir, verificando se eles têm conclusão ou não, e caso haja, a
maneira como a conclusão foi estruturada.
Texto 1
IGNORÂNCIA E PRECONCEITO
Lya Luft
(...) O preconceito, doença que turva nosso olhar e entorta nossa alma, que nos diminui
e nos emburrece, é uma das enfermidades mais sérias deste nosso mundo. E, atenção, não
falo apenas do preconceito contra deficientes nem do preconceito contra muçulmanos, cristãos,
negros, índios ou brancos. Não me refiro apenas ao preconceito contra pobres ou ricos, mas
também ao lamentável preconceito contra a classe média. Contra isso que os promotores do
ódio de classes chamam indiscriminadamente “as elites”. Que incluem bancários, professores,
auxiliares de escritório, motoristas, domésticas, balconistas, trabalhadores em geral. Isto é, os
que não dependem totalmente da ajuda dos governos.
Essa postura criminosa tanto perturba a mente das pessoas que numa manifestação de
parentes de vítimas dos dois acidentes aéreos recentes, que envergonham este país, houve
quem gritasse que aquela era uma manifestação “da elite”. Tal intervenção, movida pelo ódio
insensato e nascida da brutalidade, mostra que estamos seguindo um caminho muito perigoso.
Estamos chegando a um ponto em que os que perderam mãe, pai, filho, marido ou esposa, por
não serem realmente pobres, não têm direito nem de sofrer.
Quem sabe acabaremos como uma sociedade em que bancários, médicos, professores,
balconistas, operários devem se esconder de vergonha por não pedir esmola na rua ou não
viver de doações públicas? Alguém começa a acreditar que a classe média hoje tachada de
“elite”, os que com seu trabalho conseguem comer, morar, estudar, é exploradora e quer a
desgraça dos demais? Se for assim, estamos tragicamente desorientados por aqui,
confundindo perigosamente as coisas. Há no ar um tipo de estímulo a esse ódio de classes
destrutivo e antidemocrático. Que censura até os que, às vezes com incalculável sacrifício,
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entram numa universidade, fazem seu mestrado, quem sabe seu doutorado no exterior – com
bolsa de estudos, sim, porque com isso ajudam grandemente a melhorar as condições de vida
dos mais desprotegidos em nosso país.
Se permitirmos que essa doença maligna – o preconceito, pai do ódio e filho da
ignorância – nos domine, seremos em breve o mais atrasado no círculo dos povos atrasados,
uma manada confusa obedecendo a qualquer chibata ideológica.
Texto 2
FRONTEIRAS
Heloísa Seixas
Tenho refletido sobre fronteiras. Sobre a linha tênue e imprecisa que divide realidade e
sonho, sanidade e loucura. E me vem à mente história narrada por Otto Friedrich em seu livro
Going Crazy (Enlouquecendo). Ele diz que andava um dia pelas ruas de Nova York a caminho
do trabalho – como fazia todas as manhãs – quando de repente, diante de um cruzamento,
parou, assaltado por uma sensação desconhecida. Era algo avassalador, a impressão exata de
que algo se rompera, seguida de uma sensação de impotência e pânico.Ficou ali na calçada,
paralisado, sem saber o que se passava.
Demorou alguns segundos até compreender. Como fazia o mesmo percurso todos os
dias, costumava andar totalmente desligado, imerso em seus pensamentos, o “piloto
automático”. Ocorre que, naquele dia, se deparava de repente com um sinal de trânsito
quebrado – um elemento estranho à sua rotina. E aquela “ruptura” provocara uma espécie de
curto-circuito em seu cérebro, justamente por estar num estágio de semiconsciência, tal a sua
disposição. O sinal quebrado provocara uma pane em seu sistema de percepção. Fora coisa
rápida, não mais do que alguns segundos. Mas o que perturbava era perceber que, naqueles
instantes, vivera numa fronteira: estivera à beira do que se convencionou chamar “loucura”.
Texto 3
que de fato despertou minha atenção foi a relativização do racismo presente no futebol
brasileiro. Os cronistas utilizavam a todo tempo a expressão preconceito, quando as situações
em foco constituíam, na verdade, práticas de discriminação racial. Depois de feita essa
constatação, procurei explicar para mim mesma porque existe tanta confusão em torno das
palavras preconceito, discriminação racial e racismo. É preciso entender exatamente o
significado de cada uma dessas expressões.
Estabelecendo diferenças
O preconceito é basicamente um sentimento negativo (é necessário que haja alguma
possibilidade de comparação), um estado de espírito negativamente determinado com relação
a um grupo ou pessoa. Ele é fruto da ignorância, de opiniões inexatas e de estereótipos. Os
preconceitos são muito genéricos e disseminados. Em todas as épocas e em todo o mundo, os
grupos humanos alimentaram preconceitos uns em relação aos outros. Diariamente,
enfrentamos inúmeros preconceitos. O racial é um deles.
A discriminação é a materialização dos preconceitos. São as atitudes práticas que dão
corpo e ação à disposição psicológica dos preconceitos. No caso específico da discriminação
racial são as atitudes de vetar, impedir, dificultar, preterir pessoas (predominantemente negras,
no caso brasileiro) em seu processo de desenvolvimento pleno como seres humanos.
O racismo. Ah, o racismo... tão presente em nossas vidas, nas instituições, na cultura e
nas relações pessoais e tão ausente do rol de preocupações da intelectualidade brasileira e
dos veículos formadores de opinião. A dificuldade de defini-lo – e assumir sua existência entre
nós – vem do fato de o racismo constituir-se numa prática social negativa, cruel, humanamente
repreensível, com a qual, ninguém, em sã consciência (afora os racistas declarados), deseja se
identificar.
Revista Raça Brasil. São Paulo: Símbolo, ano 4, n. 39, nov. 1999, p. 51.
Texto 4
Texto 5
Texto 6
FALSA HARMONIA
Wellington Silva
Um dos principais argumentos dos que se opõem à adoção de políticas de ação
afirmativas é a pretensa harmonia com que negros e brancos sempre conviveram no Brasil. Os
defensores da adoção de cotas nas universidades federais estariam importando um remédio
feito sob medida para a racista sociedade americana, o que provoca no doente um efeito
colateral grave: o surgimento de conflitos entre negros beneficiados pelas cotas e brancos
“excluídos”. Diferentemente dos EUA, onde ocorreram e ocorrem manifestações explícitas de
segregação, no Brasil negros e pardos não são vítimas de preconceito racial: aqui não existem
guetos, e negros e brancos circulam livremente em todos os aspectos sociais. A cota seria um
perigo, pois poderíamos transformar o país em um barril de pólvora com a criação de um
fenômeno até então inexistente: o preconceito racial.
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Texto 7
Texto 8
UM JOGO, OS JOGOS
Toda interação pressupõe uma relação de reciprocidade, uma relação mútua entre dois
ou mais objetos, entre duas ou mais pessoas. Multiplicam-se, atualmente, os programas
interativos nos espetáculos de variedades da TV, surgem os primeiros filmes e as primeiras
peças de teatro interativas, exigindo do espectador uma atitude crítica ao lidar com as diversas
questões apresentadas e uma postura mais ativa ao intervir no desdobramento do que é visto
nas telas, nos palcos e nos salões.
Ao dirigirmos um olhar atento às manifestações mais recentes da arte interacional,
verificamos a expressiva tendência à utilização, em uma única obra, da combinação das
variadas formas artísticas. É comum, por exemplo, atualmente, ouvir referências não a
exposições de trabalho, mas a performances, instalações, instalações multimídias ou termos
equivalentes. A eletrônica define o futuro da arte interacional e revela uma nova consciência da
evolução da arte, inserida em uma era voltada para a interatividade e a realidade virtual.
A arte contemporânea busca, intencionalmente, uma multiplicação de significados. Em
um único livro, o leitor é convidado a conviver com uma pluralidade de histórias, de gêneros e
de direções de leitura. Ocorre um movimento de desindividualização dos gêneros de arte. A
literatura se associa aos roteiros de TV, à pintura, à escultura, à música, ao cinema,
inaugurando, em sua estruturação original, um amplo e inequívoco projeto interativo, não fora
esse o seu maior desafio.
(Maria Angélica Alves. Leitura e literatura infantil; a questão do ser, do fazer e do sentir, Brasília, 2000)
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b) Em síntese, o narrador e o leitor dos livros interativos reconhecem que, para vencer todos
os obstáculos e cumprir a missão proposta no início da narrativa, é preciso utilizar a esperteza
e o conhecimento.
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TIPOS DE REDAÇÃO
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Texto 1: A ONU Mulheres é a nova liderança global em prol das mulheres. A sua criação, em
2010, proporciona a oportunidade histórica de um rápido progresso para as mulheres e a
sociedade. A ONU Mulheres trabalha com as premissas fundamentais de que as mulheres têm
o direito a uma vida livre de discriminação, violência e pobreza, e de que a igualdade de gênero
é requisito central para se alcançar o desenvolvimento.
Não se pode negar que a equiparação de direitos e a colaboração da mulher são quesitos
fundamentais para o desenvolvimento da sociedade. Essa evolução social é possível não só
pela árdua batalha feminina em busca da conquista de seus direitos, mas também devido à
necessidade da presença da mulher no mercado de trabalho.
Sabe-se que as vitórias femininas na luta por seus direitos não são recentes. De fato, muitos
obstáculos foram superados pelo sexo aparentemente frágil, com paciência, trabalho e
determinação ao longo de séculos. Exemplo de conquista política feminina é a aquisição do
direito ao voto que, no passado, era uma restrição apenas aos homens. Como consequência
desse avanço, houve a valorização do eleitorado feminino, gerando, assim, uma participação
política ativa.
Outro fator importante para inclusão feminina no processo de evolução social é a
necessidade da presença desse gênero no mercado de trabalho. De fato, diante da
diversidade das atividades, o mercado de trabalho prima por diferentes perfis. Basta observar
as profissões que, outrora, eram exclusivamente masculinas e, atualmente, são ocupadas,
também, por mulheres, como acontece no ramo da construção civil. Tantas transformações
geram uma crescente valorização da mão de obra feminina, pois a mulher agora passa a ser
presença indispensável no meio corporativo.
Por todos esses aspectos, o reconhecimento da igualdade entre homens e mulheres
capacita-as para atuar de forma proativa em favor da sociedade. Sendo assim, melhor ainda
seria que o governo promovesse incentivos fiscais às empresas para contratação de mão de
obra feminina, a fim de proporcionar um acelerado desenvolvimento social.
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DISCURSIVA – REDAÇÃO
Atenção:
- Deverão ser rigorosamente observados os limites mínimos de 20 (vinte) linhas e máximo de
30 (trinta) linhas.
- Em hipótese alguma o rascunho elaborado pelo candidato será considerado na correção pela
banca examinadora.
Para Irma Passolini, gerente executiva do Instituto de Tecnologia Social (ITS), “a participação
das ONGs (Organizações não governamentais) no cenário político é uma questão de
princípios. É preciso que tenhamos organizações intermediárias entre os três poderes
constituídos: o poder da sociedade civil organizada.”
(Adaptado de WWW.fonte.org.br/reportagem-ong‟s-e-novos-governos-diálogo-possível)
Considerando o que está transcrito acima, redija um texto dissertativo- argumentativo sobre o
seguinte tema:
Muito se discute sobre a superação dos inúmeros obstáculos pelas organizações não
governamentais (ONG) na realidade política contemporânea. Verifica-se que tal fato ocorre não
só no âmbito social, mas também no meio ambiente.
Sabe-se que as ONGs realizam o que o Estado não consegue fazer, atuando em
âmbitos de suma importância como o social. Exemplo dessa desafiadora missão é a
ressocialização dos presos, pois há organizações que auxiliam na inclusão dos ex detentos no
mercado de trabalho. Como consequência dessa inserção de ex presidiários na sociedade,
esses terão a oportunidade de recomeçar suas vidas com mais dignidade.
Outro âmbito de atuação importante das ONGs é o do meio ambiente, pois esses organismos
atuam de forma decisiva na conscientização social. Observa-se a organização global e
independente
‟Greenpeace‟, que atua para defender o ambiente e promover a paz. Nesse contexto,
ela inspira pessoas a mudarem suas atitudes e comportamentos, pois seus valores são
independência, confronto pacífico e engajamento. Assim, com tal trabalho essa séria estrutura
ganhou o respeito social.
Portanto, é-se levado a acreditar que são incontáveis os desafios a serem superados pelas
ONGs no contexto político atual. Sendo assim, para que tais organismos conquistem a
credibilidade da sociedade é imprescindível que apresentem um trabalho sério, ratificado pela
transparência de suas contas.
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COESÃO E COERÊNCIA
➢ Realce / relevância
Vale lembrar, de modo geral, é inegável, é certo, de certo, sem dúvida, com toda a certeza, por
certo,
certamente.
➢ Atenuadores de opinião
Muitas vezes, em muitos casos, de certa forma, pode-se dizer, provavelmente, possivelmente,
é provável, de certo modo.
➢ Enumeração / prioridade
Em primeiro plano/lugar/momento, a princípio, antes de tudo, desde logo.
➢ Adição
Além disso, Por outro lado, Ademais, Soma-se a isso (retomada do parágrafo anterior).
➢ Explicação
Em verdade, Com efeito, De fato, Realmente.
➢ Semelhança / comparação
Igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente,
semelhantemente, analogamente.
➢ Conformidade
Segundo, conforme, de acordo com, de conformidade com.
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➢ Exemplificação
É o que se vê em, é o que se observa em, prova disso é, basta observar, exemplo disso é.
➢ Causa
Isso ocorre em função de, graças a, em virtude de, devido a, porque, já que, uma vez que, visto
que.
➢ Consequência / conclusão
Consequentemente, em decorrência disso, em consequência, por consequência, por
conseguinte, como resultado.
➢ Fecho / conclusão
Por conseguinte, por fim, finalmente, por tais razões, por tudo isso, em razão disso, diante
disso, assim, enfim, sendo assim, dessa forma.
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Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do seguinte tema.
Tema 2
(CESPE/UnB – ICMBio – 2014)
Redija um texto dissertativo acerca do aquecimento global e suas implicações para o meio
ambiente brasileiro. Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
Tema 3
(TRT 3ª - Técnico Judiciário – FCC – Julho/2015)
II
Ponto de vista não é apenas a opinião que desenvolvemos sobre determinado assunto, mas
também o lugar a partir de onde consideramos o mundo e que influencia de maneira cabal
nossas percepções e ações.
III
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. “A flor e a náusea”)
Tema 4
(TRT 2ª - Técnico Judiciário – FCC – Fevereiro/2014)
As pessoas vão às ruas protestar por vários motivos, exercendo um direito que é
legítimo, mas é preciso considerar alguns limites, sem os quais suas manifestações
perdem a legitimidade.
Tema 5
(TRT 16ª - Técnico Judiciário – FCC – Junho/2014)
I
Venham de onde venham, imigrantes, emigrantes e refugiados, cada vez mais unidos em
redes sociais, estão aumentando sua capacidade de incidência política sobre uma
reivindicação fundamental: serem tratados como cidadãos, em vez de apenas como mão
de obra (barata ou de elite).
(Adaptado de: http://observatoriodadiversidade.org.br)
II
A intensificação dos fluxos migratórios internacionais das últimas décadas provocou o
aumento do número de países orientados a regulamentar a imigração. Os argumentos
alegados não são novos: o medo de uma “invasão migratória”, os riscos de desemprego
para os trabalhadores autóctones, a perda da identidade nacional.
III
Ainda não existe uma legislação internacional sólida sobre as migrações internacionais.
Assim, enquanto que os direitos relativos ao investimento estrangeiro foram se
reforçando cada vez mais nas regras estabelecidas para a economia global, pouca
atenção vem sendo dada aos direitos dos trabalhadores.
(II e III adaptados de: http://www.migrante.org.br)
Tema 6
(TRT 23ª - Técnico Judiciário – FCC – Fevereiro/2016)
Tema 7
(TRT 19ª - Técnico Judiciário – FCC – Janeiro/2014)
Texto I
Uma coisa é o trabalho da pesquisa na medicina, outra coisa é a apropriação da medicina e da
pesquisa para fins de mercado. Não obstante, mesmo na apropriação do mercado é preciso
distinguir aqueles que o fazem dentro de limites éticos e os que não têm esses limites.
(Adaptado de: ROMANO, Roberto. Jovem para Sempre, em Polêmicas Contemporâneas, São Paulo, Sesc/Lazuli, 2004, p. 38)
Texto II
Gastrite, laringite, otite, diabete, artrose são termos bastante conhecidos. Os sufixos “ose” e
“(vogal)te” são utilizados no jargão técnico das ciências médicas para designar patologias ou
morbidades, infecções e inflamações, doenças e desordens. No entanto, como ocorre com o
termo “celulite”, esses mesmos sufixos têm sido usados para nomear condições normais do
corpo humano.
(Adaptado de: COUTINHO, Marília. Série Açougue, disponível em: http://blogueirasfeministas.com)
Com base nos textos acima, elabore um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:
Tema 8
(TRT 23ª - Analista Judiciário – FCC –Fevereiro/2016)
Não é de hoje que se pergunta se a existência do museu ainda faz sentido, por mais que os
antigos e tradicionais museus continuem atraindo um bom público, ao passo que novos
espaços não deixam de ser construídos. Contudo, à medida que a própria arte se modifica,
com os quadros tradicionais cada vez mais dando lugar a instalações, a performances e aos
grafites, parece crescer o número daqueles para quem, segundo Hal Foster, no artigo “Museus
sem fim” (revista Piauí, edição 105, Junho/2015), “a contemplação estética é tediosa, a
compreensão histórica é elitista e, mais do que isso, o museu é um lugar morto, um mausoléu”.
Foster discorda: “Quando bem projetados e dotados de programação inteligente, os museus
admitem tanto entretenimento quanto contemplação, e nesse processo promovem também
alguma compreensão.” Assim, em lugar de propor que os museus permaneçam intocados, o
que o historiador e crítico norte-americano propõe é torná-los capazes de nos transportar “para
diferentes períodos e culturas − para diversos modos de perceber, pensar, representar e ser −,
a fim de que possamos testá- los em relação a nossas próprias época e cultura, e vice-versa,
e, nesse processo, quem sabe transformarmo-nos um pouco.”
Tema 9
(TRT 2ª - Analista Judiciário – FCC – Fevereiro/2014)
Há quem acredite que, ao noticiar um fato, o jornalista deve ater-se à objetividade desse fato,
sem submetê-lo a uma perspectiva mais pessoal. Mas há também quem creia que nenhum fato
existe fora de alguma perspectiva pessoal e, nesse caso, a objetividade plena de uma notícia é
apenas ilusória.
Escreva uma dissertação em prosa posicionando-se quanto a uma das duas convicções
apresentadas ou ponderando sobre ambas. Justifique amplamente seu ponto de vista.
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Tema 10
(TRT 15ª - Técnico Judiciário – FCC – Dezembro/2013)
Texto I
“Rindo corrigem-se os costumes” − este era o lema em que se pautava, na antiguidade
clássica, grande parte das sátiras.
Texto II
O maior inimigo do riso é a emoção. A indiferença é seu ambiente natural. Isso não significa
negar, por exemplo, que não se possa rir de alguém que nos inspire piedade, ou mesmo
afeição: apenas, no caso, será preciso esquecer por alguns instantes essa afeição, ou
emudecer essa piedade.
(Henri Bergson. O Riso. Rio de Janeiro, Zahar Editores, p. 6)
Com base nos textos acima, redija um texto dissertativo- argumentativo a respeito do seguinte
tema:
TEMAS DE REDAÇÃO
QUESTÃO Nº 4
Discorra, em um mínimo de 20 (vinte) e em um máximo de 40 (quarenta) linhas, sobre o
Simples Nacional, abordando os seguintes tópicos:
a) O que é, quem pode e quem não pode optar por este regime (quais os parâmetros legais);
de que forma se dá essa opção; quem possui a competência para regulamentá-lo; o que se
considera receita bruta para fins de aplicação do simples nacional.
b) Quais os tributos que têm seu recolhimento unificado abrangido pelo Simples Nacional; se
o Simples Nacional é facultativo para Estados e Municípios.
c) Como deverá proceder o contribuinte optante pelo Simples Nacional que auferir receitas
sujeitas a substituição tributária ou decorrentes de exportação; se há alguma distinção, no
tocante às obrigações acessórias, entre optantes do Simples Nacional e os demais
contribuintes.
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, elabore um texto
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A partir dessas informações, redija um texto dissertativo, atendendo ao que se pede a seguir.
QUESTÃO 2
Suponha que determinada organização esteja prestes a iniciar um ciclo de aperfeiçoamento e
redirecionamento de sua atuação, o qual demandará grande envolvimento de seus funcionários
e, possivelmente, o recrutamento e seleção de novos colaboradores. Com base nos conceitos
correntes da doutrina especializada, discorra, fundamentadamente, sobre as metodologias e
ferramentas que podem ser utilizadas pela organização para a consecução dos objetivos
almejados, de acordo com as seguintes abordagens:
a. Gestão por Competências.
b. Planejamento Estratégico e Avaliação de Desempenho (descreva, ao menos, 2 (dois)
métodos consagrados).
c. Técnicas de Gestão e Resolução de Conflitos.
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Na condição de contador da Cia. Beta responsável pelo estudo do caso hipotético acima
descrito, redija um texto dissertativo composto das seguintes partes:
TEMAS ATUALIZADOS
À proporção em que aumenta o número de habitantes nas cidades, cresce a geração de lixo.
Observa-se que as cidades, cada vez mais, apresentam dificuldades para implantar, ordenar e
gerenciar de modo sustentável os resíduos por elas gerados. Nesse contexto, em 12/8/2010
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foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), pela Lei n.º 12.305/2010, que
definiu princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativos à gestão e ao gerenciamento de
resíduos sólidos, incluídos os perigosos, em âmbito nacional.
Entre os conceitos introduzidos está o de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos: “conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de
resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde
humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta
Lei”. Isso quer dizer que a lei exige que as empresas assumam o retorno de seus produtos
descartados e cuidem da adequada destinação ao final de seu ciclo de vida útil.
Internet: (com adaptações).
Cerca de 80% do impacto de um produto na natureza está relacionado ao seu design e a toda
a cadeia logística. Assim, torna-se necessário rever os tipos de materiais produzidos e
repensar suas formas de produção, para que seu destino final seja o começo de um novo ciclo,
e não os aterros sanitários e os oceanos. O principal objetivo da economia circular é acabar
com os resíduos, ou seja, não gerar desperdício.
Internet: (com adaptações)
Considerando que os fragmentos de texto precedentes têm caráter motivador, redija um texto
dissertativo sobre o seguinte tema.
TEMA 12. Prova CESPE / CEBRASPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial - Serviço
Social
A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou projeto de lei que altera o art. 4.º da Lei n.º
15.718/2014, elaborada conforme recomendação do CNJ. O projeto de lei torna expressa a
possibilidade da leitura de livros religiosos proporcionarem a remição da pena em execução
penal. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), atualmente, no projeto
Livro Aberto, são 5.100 detentos que leem mensalmente em 17 unidades prisionais do Ceará.
O preso escolhe, a cada mês, uma obra literária dentre os títulos selecionados para a leitura, o
que agora poderá incluir livros religiosos. Em seguida, o apenado redigirá relatório de leitura ou
resenha — a ser elaborados de forma individual, presencial e em local adequado —, devendo
atingir nota igual ou superior a 6,0 para ser aprovado pela Secretaria de Educação do Estado
do Ceará (SEDUC). Depois, isso é levado para a vara judicial, para ser avaliada a redução da
pena.
É indiscutível que a obra literária tem o poder de reorganizar a nossa visão de mundo, nossa
mente e nossos sentimentos, tocando nosso espírito por meio das palavras, que não são
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apenas a forte presença do nosso código; elas comunicam sempre alguma coisa que nos toca,
porque obedece a certa ordem. O caos originário dá lugar à ordem e, por conseguinte, a
mensagem pode atuar. Uma boa notícia é que toda obra literária pressupõe essa superação do
caos, determinada por um arranjo especial das palavras, fazendo uma proposta de sentido
Maria Luzineide P. da C. Ribeiro e Maria do Rosário C. Rocha. Olhando pelo avesso: reflexões sobre a remição de pena pela
leitura e a escolarização nas prisões brasileiras. In: Fernanda Marsaro dos Santos et al. (Org.). Educação nas prisões. 1.ª ed.
Jundiaí: Paco, 2019, p. 203 (com adaptações).
Fernanda M. dos Santos, Gesuína de F. E. Leclerc e Luciano C. Barbosa. Leitura que liberta: uma experiência para remição de
pena no Distrito Federal. In: Fernanda Marsaro dos Santos et al. (Org.). Educação nas prisões. 1.ª ed. Jundiaí: Paco, 2019, p.
21.
TEMA 13. Prova CESPE / CEBRASPE - 2020 - TJ-PA - Analista Judiciário – Psicologia
O que o seu computador ou celular diz sobre você? Mesmo que a gente não perceba, o uso da
Internet deixa pegadas e rastros no mundo virtual. Quando você acessa plataformas de jogos
online, interage em redes sociais, usa aplicativos, compra em uma loja virtual, lê notícias ou se
cadastra em um sistema, alguma empresa pode ter acesso a um dado seu. Quase todo clique
ou movimento é passível de rastreamento. A maioria dos websites possuem cookies,
pequenos arquivos que armazenam nossa informação cada vez que acessamos um site pela
primeira vez — descarregados em nosso aparelho incluem rastreadores que servem para
configurar um perfil nosso em função das buscas que fazemos. Já os aplicativos possuem
opções de cadastro com redes sociais, que possuem dados pessoais armazenados. O mundo
digital criou novas formas de comunicação e interação. Mas você tem cuidado com seus dados
pessoais e costuma ler as políticas de privacidade das páginas e aplicativos que utiliza?
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Carolina Cunha. Proteção de dados — a questão da privacidade dos cidadãos na Internet. Internet: (com adaptações).
O uso legal da Internet traz consigo a preocupação à obediência dos princípios básicos e
interesses do consumidor, do cidadão, das empresas e do poder público, como a livre
concorrência, a liberdade de expressão e a proteção da privacidade. O uso da Internet é
considerado essencial ao exercício da cidadania e as leis são de obediência obrigatória por
todos os usuários, inclusive por aqueles que a utilizam para a efetivação de seus interesses,
sejam eles pessoais, sociais ou comerciais. Dessa forma, estejamos sempre conscientes: o
mau uso da Internet, o desconhecimento das legislações específicas e o fato de permanecer
alheio a tudo isso é estar evidentemente exposto aos prejuízos que podem advir do meio
informático.
Lauren J.L. Teixeira Alves. O uso da Internet e a proteção dos dados pessoais. Internet: (com adaptações)
TEMA 14. Prova CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal – Discursiva
A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, por reduzir a tolerância com motoristas que
dirigem embriagados, colocou o Brasil entre os países com legislação mais severa sobre o
tema. No entanto, a atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez anos. Um levantamento,
por meio da Lei de Acesso à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de autuações, com
crescimento contínuo desde 2008. O avanço das infrações nos últimos cinco anos ficou acima
do aumento da frota de veículos e de pessoas habilitadas: o número de motoristas flagrados
bêbados continua crescendo, em vez de diminuir com o endurecimento das punições ao longo
desses anos.
Internet: (com adaptações).
Nas estradas federais que cortam o estado de Pernambuco, durante o feriadão de Natal, a PRF
registrou cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e dois feridos e sete mortos.
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Segundo a corporação, seis motoristas foram presos por dirigir bêbados e houve oitenta e sete
autuações pela Lei Seca. Os números são parte da Operação Integrada Rodovia, deflagrada
pela PRF. Em 2017, foram registrados noventa acidentes. No ano passado, a ação da polícia
teve um dia a menos.
Internet: (com adaptações).
Considerando que os fragmentos de texto acima têm caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do seguinte tema.
Art. 3.º A execução das medidas privativas da liberdade visa à reparação social pelo crime
cometido e deve orientar-se à reintegração da pessoa privada de liberdade à sociedade,
preparando-a para conduzir a sua vida de modo socialmente responsável.
§ 2.º A pessoa privada de liberdade mantém a titularidade dos seus direitos fundamentais,
salvo as limitações inerentes ao sentido da condenação e as exigências próprias da respectiva
execução.
A Assembleia Geral,
(...)
Considerando que mulheres presas são um dos grupos vulneráveis com necessidades e
exigências específicas, Consciente de que muitas instalações penitenciárias existentes no
mundo foram concebidas primordialmente para presos do sexo masculino, enquanto o número
de presas tem aumentado significativamente ao longo dos anos,
Reconhecendo que uma parcela das mulheres infratoras não representa risco à sociedade e,
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tal como ocorre com todos os infratores, seu encarceramento pode dificultar sua reinserção
social,
(...)
7. Convida os Estados-membros a considerarem as necessidades e realidades específicas das
mulheres presas ao desenvolver leis, procedimentos, políticas e planos de ação relevantes e a
se inspirarem, conforme seja apropriado, nas Regras de Bangkok;
8. Também convida os Estados membros a reunir, manter, analisar e publicar, oportunamente,
dados específicos sobre mulheres presas e infratoras;
9. Enfatiza que, ao sentenciar ou aplicar medidas cautelares a uma mulher gestante ou a
pessoa que seja fonte principal ou única de cuidado de uma criança, medidas não privativas de
liberdade devem ser preferidas sempre que possível e apropriado, e que se considere impor
penas privativas de liberdade apenas a casos de crimes graves ou violentos.
Conselho Nacional de Justiça. Regras de Bangkok: regras das Nações Unidas para o tratamento de mulheres
presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras. Brasília, 2016 (com adaptações).
Considerando que os textos precedentes têm caráter unicamente motivador, redija um texto
dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema.
Em seu texto, posicione-se claramente em relação à pergunta constante no tema [valor: 1,00
ponto] e aborde os seguintes aspectos:
1 o encarceramento como reparação social pelo crime cometido e oportunidade de
reintegração social; [valor: 8,00 pontos]
2 o atendimento das demandas específicas das mulheres e a garantia da segurança nas
unidades prisionais; [valor: 8,00 pontos]
3 o papel da mulher na sociedade e na família no Brasil: participação no mercado de trabalho e
responsabilidade pelos filhos. [valor: 2,00 pontos]
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TEMA 16. Prova CESPE - 2017 - SEDF - Professor de Educação Básica - Atividades –
Discursiva
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do seguinte tema.
O cubano Fidel Castro, que, por cinco décadas, desafiou o poder norte-americano com a
criação de um Estado comunista às portas dos Estados Unidos da América, morreu aos
noventa anos de idade, em Havana. O anúncio provocou festa entre exilados cubanos em
Miami e manifestações de pesar de grande parte da comunidade internacional. Em Cuba,
enquanto alguns comemoravam pelas ruas, muitos lamentavam a morte de Fidel, visto como
herói por parte da população. A saída dele do poder, em 2006, não significou o fim do regime,
que, com cinquenta e sete anos, é a ditadura de mais longa duração da história latino-
americana e a única que perdura na região. Com exceção da rainha Elizabeth II, ele era o líder
vivo há mais tempo no poder.
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do seguinte tema.
Novos dados mostram que a saúde mental dos adolescentes deve ser foco importante das
autoridades dos Estados Unidos da América (EUA) nos próximos anos. Depressão, problemas
com uso de substâncias tóxicas e taxas de suicídio estão em alta. Entre os adultos jovens, a
faixa etária em que se nota um aumento mais nítido da depressão está entre os dezoito e os
vinte anos. Especialistas acreditam que o crescimento do cyberbullying pode ser uma das
razões do problema. Não estar na escola, estar desempregado e o abuso de substâncias
tóxicas apareceram como fatores de risco para a depressão. Para terminar, fica o alerta de que
muitos jovens “sofrem em silêncio” com depressão, consumo de drogas ou ideias de suicídio.
Os números revelam a importância de profissionais, pais e escolas estarem mais atentos para
a saúde mental dos mais novos. E o que vale para os EUA em parte também vale por aqui.
Jairo Bouer. Depressão entre jovens. In: O Estado de S.Paulo, 20/11/2016, p. A28 (com adaptações).
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do seguinte tema.
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do seguinte tema.
QUESTÃO DISSERTATIVA 1
Otávio, maior e capaz, frequentava determinado bar e, regularmente, jogava sinuca com
Carlos, também maior e capaz. Em uma das partidas, eles se desentenderam e Otávio, com a
intenção de matar Carlos, aplicou-lhe dois golpes com uma faca, ferindo-o e fazendo-o
sangrar. Imediatamente, o dono do bar e outras pessoas presentes no estabelecimento
detiveram o autor do delito, acionaram a polícia e chamaram uma ambulância, que conduziu o
ferido após os primeiros socorros terem sido prestados. No deslocamento para o hospital, a
ambulância colidiu com um caminhão e, em razão exclusivamente da colisão, todas as
pessoas que estavam na ambulância faleceram instantaneamente.
QUESTÃO 2
Em uma ação de combate ao tráfico de drogas em determinada cidade, a polícia civil, por meio de
departamento especializado em repressão ao narcotráfico, prendeu um homem que portava vinte
quilos de entorpecentes, balança de precisão e certa quantia em dinheiro, em cédulas trocadas. Esse
indivíduo foi encontrado em um bar de sua propriedade, oportunidade na qual foi algemado e
conduzido à delegacia. A operação deflagrada foi possível após a prisão de outro traficante, que
forneceu as informações em confissão extrajudicial realizada em sede inquisitorial após a utilização de
meios de tortura.
Considerando essa situação hipotética, disserte sobre o princípio da proibição à tortura, à luz da
Constituição Federal de 1988, da doutrina e do entendimento do STF. Em seu texto, aborde,
fundamentadamente, os seguintes aspectos:
1 proibição à tortura como direito fundamental e efeitos jurídicos de eventual violação a esse direito;
[valor: 5,00 pontos]
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2 extensão dos efeitos da violação ao princípio fundamental da proibição à tortura, no que se refere aos
sujeitos; [valor: 5,00 pontos]
3 limites para o uso de algemas em operações policiais. [valor: 4,25 pontos]
QUESTÃO 8
A Lei n.º 11.340/2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, criou mecanismos para
coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, estabelecendo, entre outras,
medidas de proteção às mulheres em situações de abuso e de agressões.
professoraadrianafigueiredo