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6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

ARTE - CARGA HORÁRIA

Código das habilidades Objetivos de conhecimento


Arte moderna: desafiando o bom gosto A Semana de Arte Moderna: uma
semana de provocações artísticas Legado do Modernismo: novos caminhos
para a arte brasileira A moderna arquitetura brasileira

Nome da escola:_______________________________________________________________________
Nome do professor: Rogério Nunes
Nome do aluno: _______________________________________________________________________
Período ( ) Matutino ( ) Verpertino ( ) Noturno
Turma:______________________________

Orientações:
Aula 01
Modernismo no Brasil Cenário histórico

No início da década de 1910, o fluxo


migratório da Europa para o Brasil se
intensificou. Fugindo da guerra, muitos
imigrantes europeus se estabeleceram no
estado de São Paulo. Os acontecimentos mais
importantes do Modernismo no Brasil se
desenrolaram na capital paulista, que passou
a disputar com o Rio de Janeiro, então capital
federal, a posição de centro cultural do país.

A Semana de Arte Moderna

O meio intelectual brasileiro planejava um evento para renovar o cenário cultural


durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil, em 1922. O
carioca Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) procurou o industrial e mecenas Paulo
Prado, que se empolgou com a ideia de um festival reunindo artistas, poetas e
músicos. Na exposição montada no Teatro Municipal de São Paulo, havia pinturas
de Anita Malfatti, de Di Cavalcanti e do pernambucano Vicente do Rego Monteiro
(1899-1970), além de esculturas de Victor Brecheret (1894-1955), entre outros. A
programação musical contou com a participação do compositor Heitor Villa-Lobos
(1887-1959). Entre escritores e poetas, estavam Mário de Andrade e Oswald de

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Andrade. Em comum os artistas tinham a rejeição ao espírito
conservador que tomava conta da produção literária, musical e
visual do país. Todos clamaram em seus discursos por liberdade de
expressão. A importância da Semana de Arte Moderna de 1922
está nos desdobramentos que ocorreram nas obras de alguns de
seus participantes.

Aula 02

Depois da Semana de Arte

Poucos meses depois da Semana de Arte Moderna, a


pintora Tarsila do Amaral (1886-1973), que estava na
França, voltou a São Paulo. Ela logo aderiu ao grupo dos
modernistas, que trabalhavam então na publicação da
revista Klaxon – palavra inglesa que significa ‘buzina’.
Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade tornaram-se o
centro do movimento modernista nos anos que se
seguiram. Em 1924, Mário de Andrade, Tarsila e Oswald
visitaram o Rio de Janeiro durante o
Carnaval e também as cidades
históricas de Minas Gerais. A
arquitetura colonial, a obra de
Aleijadinho (Capítulo 13), as
festas, as músicas e as danças
populares tocaram os
modernistas, que reafirmaram
seu interesse pela cultura
popular brasileira. Para frisar a
importância de nossas raízes culturais, Oswald de Andrade redigiu o Manifesto Pau-
Brasil.

Nas pinturas dessa fase, Tarsila realizou uma fusão entre a estética cubista e a cultura popular brasileira,
representando personagens e paisagens tropicais. Em 1928, Oswald publicou seu Manifesto antropofágico. O texto
propunha o termo ‘antropofagia’ como designação para o processo de formação da cultura brasileira. Segundo o
autor, a nós, os brasileiros, “selvagens e com índole canibal”, cabia deglutir a estética da cultura europeia e as

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influências culturais dos negros e dos indígenas para, a partir desse “banquete”, produzir algo genuinamente
brasileiro

Outras artes modernistas Os projetos arquitetônicos apresentados na Semana de Arte Moderna ainda tinham
características do estilo eclético (Capítulo 15). Somente em 1928 o arquiteto russo Gregori Warchavchik (1896- -
1972) conseguiu concluir a residência modernista que projetara. O grande designer gráfico da época foi o carioca J.
Carlos (1884-1950), responsável pela produção de semanários ilustrados como O Malho, Para todos, e a primeira
revista infantil do país: O tico-tico, no Rio de Janeiro. Além de dirigir o projeto gráfico dessas publicações, produzia
ilustrações para muitas delas. Com seu desenho simples e seus personagens cheios de charme, J. Carlos foi um dos
maiores cronistas visuais de sua época.

A
primeira obra cinematográfica modernista no Brasil foi o documentário São Paulo, sinfonia da metrópole, realizado
em 1929 por dois imigrantes húngaros: Adalberto Kemeny (1901-1969) e Rodolfo Rex Lustig (1901-1970). O
documentário buscava mostrar a cidade segundo uma perspectiva futurista. No ano seguinte, Mário Peixoto (1908-
1992), então com 22 anos, realizou Limite, um filme que se propôs a explorar as técnicas experimentais e as
variações rítmicas do cinema.

Aula 03 –

Popular e erudito

Depois de séculos de escravidão, negros e mestiços não dispunham de educação formal e contavam com poucas
oportunidades de emprego. Mesmo após a Lei Áurea, continuaram a ter sua vida vigiada pelas autoridades. O
simples ato de andar com um violão pela rua podia ser motivo de cadeia, pois esse instrumento era associado à
vadiagem. O que não se previa é que o violão seria mais tarde aclamado como um símbolo da musicalidade
brasileira. Os ritmos apreciados nos salões da elite e da classe média – polcas, valsas, mazurcas: música para dançar
ao som de pequenas orquestras – eram importados da Europa, assim como a maioria dos costumes. A música negra
e mestiça não entrava nos salões: podia apenas ser ouvida nas ruas, principalmente em festejos religiosos, na forma
de percussão, palmas, coro e acompanhamento de viola. Do encontro entre essas realidades musicais, nasceu o
“choro”. O termo serviu primeiro para nomear uma reunião informal entre os músicos, para só depois batizar um
gênero: um jeito abrasileirado de tocar polcas, valsas e mazurcas, em que o músico interpretava acrescentando seu
tempero, sua malícia, seu estilo. O choro logo ganhou intimidade com o povo, que o apelidou de “chorinho”.
Sentimental e estimulante, o chorinho uniu a riqueza rítmica da música negra à riqueza harmônica das músicas
europeias de salão. Interpretar o choro exige grande habilidade do instrumentista, que deve ter disciplina para
acompanhar o desenho harmônico-melódico e jogo de cintura para não perder o andamento. Tal como no jazz
norte-americano, no choro são muito comuns as improvisações musicais. A união entre flauta, violão e cavaquinho

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foi determinante para a identidade sonora desse gênero nascente. Em sua maioria, os choros são instrumentais.
Pixinguinha, ou Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973), um dos mais importantes músicos brasileiros, era filho
de um “chorão” que promovia reuniões de músicos em sua casa. Aos 15 anos, Pixinguinha já era um dos maiores
flautistas brasileiros. Compôs mais de mil músicas, entre elas Carinhoso, que recebeu letra de João de Barro (1907-
2006), o Braguinha: “Meu coração, / não sei por quê, / bate feliz /quando te vê...”

Aula 04

Para além da Semana de 22 Durante as décadas de 1930 e


1940, alguns artistas brasileiros criaram obras que não se
alinhavam com a produção do Movimento Antropofágico.
Seu interesse estava em outras questões, relacionadas à
mente, aos sonhos, ao corpo e ao comportamento.
Influenciados pelos estudos da psicanálise e preocupados
com a valorização do processo artístico, Flávio de Carvalho
(1899- -1973) e Ismael Nery (1900-1934) produziram
trabalhos que se aproximavam de temas trazidos pelo
Dadaísmo e Surrealismo europeus, mas com os pés
fincados no Brasil. Flávio de Carvalho utilizou a arte como
meio de experimentação e conhecimento. Através do seu
trabalho apontou para o potencial transformador da arte
na sociedade e na vida. Inquieto e multidisciplinar,
explorou o campo do teatro e da arquitetura, mas foi
inovador nas atividades que chamou de “experiências”. A
primeira delas, realizada em 1931, consistiu em uma intervenção
provocativa durante uma procissão religiosa, em que o artista, usando
chapéu, caminhou em direção contrária ao fluxo de fiéis. A última
experiência envolveu a criação de uma ousada roupa masculina para o
verão tropical. Com um trabalho de teor político, Flávio de Carvalho
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utilizou o corpo como suporte, criticando os padrões da sociedade de sua época. Suas atitudes múltiplas e nada
institucionais se assemelham às performances dos dadaístas na Europa. Pensando o teatro como um veículo para
mesclar a tecnologia moderna e o instinto, Flávio de Carvalho criou o grupo Teatro da Experiência. No cenário,
combinava tubos de alumínio com um pano de boca transparente. Segundo o artista, “o bailado é o movimento sem
destino”.

Atividades:

1 - A remodelação estética do Brasil iniciada na música de Villa-Lobos, na escultura de Brecheret, na pintura de Di


Cavalcanti, Anita Malfati, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, e na jovem e ousada poesia, será a libertação da arte
dos perigos que a ameaçam, do inoportuno arcadismo, do academismo e do provincialismo.

(Graça Aranha, 1922.)

Neste trecho, o autor

A) indica os limites da arte brasileira e menciona nominalmente seus expoentes.

B) defende a estética modernista, sem menosprezar a contribuição do arcadismo.

C) expressa seu inconformismo com a arte nacional e elogia o seu academismo.

D) celebra os artistas modernistas e destaca o caráter renovador do movimento.

E) posiciona-se contra as inovações em curso e aponta seu caráter provinciano.

2 - Responder à questão associando os nomes dos artistas modernistas brasileiros (Coluna A) às respectivas
características das suas obras (Coluna B).
Coluna A
1- Anita Malfatti
2- Di Cavalcanti
3- Portinari
4- Tarsila do Amaral

Coluna B
[ ] produziu uma série de quadros de influência expressionista sobre a seca no Nordeste, como os
"Retirantes".
[ ] provocou a ira de Monteiro Lobato ao romper com o realismo em obras como o "Homem Amarelo".
[ ] expressou e sintetizou conceitos do Manifesto Antropofágico em quadros como o "Abaporu".
[ ] representou os diferentes grupos étnicos que formaram a sociedade brasileira, utilizando, entre outros, o
tema da sensualidade da mulher mestiça brasileira.

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3 - A obra Antropofagia, de Tarsila do Amaral, sintetiza uma das
características dos modernistas, em 1922, ou seja,

A) renovação artística de inspiração europeia, voltada aos


padrões externos, negando em definitivo a temática nacional.
B) ufanismo brasileiro, expresso nas cores, formas e conteúdos, de
inspiração nacionalista e de culto ao herói.
C) renovação artística quanto à forma e conteúdo, repensando a
cultura brasileira e a realidade nacional.
D) revisão da temática brasileira, reavaliando os conteúdos artístico-culturais, impregnados da ideologia
socialista e da estética surrealista.
E) reprodução da estética europeia, incorporando cenas do cotidiano, porém sem liberdade de
linguagem pictórica e literária.
4 - A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco cultural e a expressão da busca de um novo Brasil que
conseguisse superar suas características arcaicas, refletindo mudanças em todas as áreas de nosso país. Em
1928, Oswald de Andrade publicou o Manifesto Antropofágico, que procurou “traduzir” o espírito da cultura
nacional. A respeito do contexto histórico e cultural da época, é correto afirmar que:
A) Como proposta de mudança para a Arte do século XX, ao se aceitarem as influências estrangeiras,
sem se menosprezar a identidade nacional, e sim reforçando-a, retoma-se a proposta da antropofagia
como “ferramenta” na elaboração da verdadeira cultura nacional.
B) Todas as novas correntes artísticas advindas da Europa, no início do século XX, são fundamentais
para a elaboração de uma cultura verdadeiramente nacional, pois estavam engajadas na preocupação
de favorecer as classes trabalhadoras dentro da nova sociedade moderna mundial.
C) O Modernismo brasileiro surgiu com a intenção de promover uma atualização da arte brasileira,
capaz de ajudar na consolidação da identidade nacional de tal forma que tiveram de se desligar da
influência cultural externa para a dedicação única da arte, considerada nacional e genuína.
D) Reflete um novo posicionamento em relação à Arte no Brasil, reproduzindo as ideias que, no plano
político, eram defendidas pelo movimento Verde-Amarelismo de Plínio Salgado que defendia a
presença de estrangeirismos em nossa cultura.
E) Mostra o rompimento de vários artistas nacionais, como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, com as
influências externas, principalmente com o movimento futurista italiano, profundamente aliado aos
ideais fascistas e autoritários.
5 - Com relação ao Modernismo brasileiro, ocorrido entre meados da década de 1917 e da década de 1930, é
correto afirmar que sua gênese sofreu influências dos seguintes movimentos artísticos internacionais:
A) pintura metafísica italiana, neoexpressionismo e dadaísmo.
B) surrealismo, expressionismo e cubismo.
C) neoclassicismo, futurismo e a arte naïf.
D) arte grega e egípcia, assim como a pintura rupestre.
E) concretismo, neoconcretismo e vanguardas russas.

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