Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
42, e55,
Special Edition: 40 anos, p. 01-11, 2020
DOI:10.5902/2179460X40960
ISSN 2179-460X
40 years - anniversary Received: 06/11/2019 Accepted: 06/11/2020 Published: 03/09/2020
Artigo Original
Armando G. M. Neves
Resumo
Explicamos de maneira bastante introdutória alguns modelos matemáticos para fenômenos da Biologia, mostrando a importância
que a Matemática pode ter para o entendimento de algumas questões biológicas. Falamos em particular de modelos para
epidemias, crescimento populacional, interações ecológicas e a evolução da espécie humana. Na maior parte do artigo os modelos
ilustrados são determinísticos, mas também falamos um pouco sobre modelos estocásticos.
Palavras-chave: Modelos matemáticos. Equações diferenciais. Modelo de Wright-Fisher. Modelo SIR. Crescimento logístico.
Abstract
We explain in a rather introductory fashion some mathematical models for phenomena in Biology, highlighting the importance that
Mathematics may have for understanding some biological questions. We introduce, in particular, models for epidemics, population
growth, ecological interactions and the evolution of the human species. The models illustrated are mostly deterministic, but we
also talk about stochastic models.
Keywords: Mathematical models. Differential equations. Wright-Fisher model. SIR model. Logistic growth.
I
Universidade Federal de Minas Gerais, MG, Brasil - http://orcid.org/0000-0003-1602-6881 - armandogmneves@gmail.com
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Neves, A. G. M. 02
Ciência e Natura 2
1 Introdução
Este artigo é uma adaptação de uma palestra que apresentei na UFMG em 23/9/2019.
Vários fenômenos biológicos podem ser representados por modelos matemáticos. Queremos ilustrar aqui vários destes
fenômenos e modelos, explicando a utilidade da Matemática em cada um dos casos.
Além de divulgar em nível básico uma interessante área da pesquisa em Matemática, um segundo objetivo é o de incentivar
estudantes de cursos das áreas de Ciências Biológicas, Saúde e Ciências Humanas a estudarem mais matemática do que seus
currículos padrão pressupõem.
Na mesma linha, acho importante mostrar aos estudantes de Ciências Exatas e Engenharia aplicações interessantes e menos
conhecidas da matemática que estudam em seus cursos e também motivá-los a procurar mais conhecimentos matemáticos que os
de seus currículos padrão.
3 A derivada
A derivada de uma função f é uma nova função f que a cada ponto x do domínio de f associa o coeficiente angular (inclinação)
da reta tangente ao gráfico de f no ponto de abscissa x. A derivada f (x) representa no ponto de abscissa x a taxa de variação de
f . Em particular, f (x) ≥ 0 se f é crescente em x e f (x) ≤ 0 nos pontos x em que f decresce.
A Fig. 1 ilustra para uma mesma função a derivada em vários pontos do gráfico.
Na UFMG a derivada e o conceito correlato de integral são introduzidos na disciplina Cálculo I. O cálculo do valor da derivada
para uma função, por exemplo a ilustrada na Fig. 1, é aprendido nessa disciplina. Um maior desenvolvimento dos conceitos
aparecem nas disciplinas subsequentes de Cálculo II e III. Uma referência de boa qualidade para essas disciplinas são os dois
volumes de Stewart (2017).
Uma equação diferencial é uma equação em que se procura determinar uma função a partir de informações sobre sua derivada.
Veremos neste artigo alguns exemplos de equações diferenciais e sistemas de equações diferenciais com aplicações biológicas.
Equações diferenciais são fundamentais em várias outras áreas também, notadamente na Física e nas Engenharias. Na UFMG, as
disciplinas EDA, EDB e EDC são disciplinas básicas sobre equações diferenciais. Uma boa referência básica é Boyce e diPrima
(2015).
-4 -2 -5 -4 -2 -5 usamos2f (x)
33 Autores: Biomatemática
2 4 14 Biomatemática
Autores:
-10 -10
3 Figura 1: A reta tangente e a derivada f (x) para alguns valores de x. Nestes exemplos =
Autores:x 3
− 4x + 1.
2 Biomatemática
-15 -15
Inclinação
Inclinação da
da tangente:9.5
tangente:9.5 Inclinação
Inclinação da
da tangente:1.415
tangente:1.415
Inclinação da
Inclinação 15 tangente:9.5
da tangente:-2.5 Inclinação da tangente:1.415
Inclinação15da tangente:9.5
(S) Infecciosos (I) Recuperados (R)
15 15
Susceptíveis10 15 10
15
1015 10
15
5
105 5
105
10 10
-4
-4 -2
-2 -5 -4
-4 -2
-2 -5
5 5
-5 -5
5 22 44 5 22 44
-4 -2 -10 -5 -4 -2 -10 -5
-4 -2 -10-5Esquema das -4 -2 -10 -5modelo SIR.
2 4 2 4
-15
-10 -15
-10
2 transições
4 entre os compartimentos 2 4
-15
-10 -15
-10
Figura 2: no
-15 -15
-15que faremos, podemos dividir uma população em três
Inclinação
Do ponto de da
vista da modelagem tangente:-2.5
Inclinação da tangente:-2.5 Inclinação -15 daclasses
tangente:9.5
(compartimentos) de indivíduos:
Inclinação da tangente:9.5
Figura 1: Inclinação
A reta tangente eda tangente:-2.5
f (x) para alguns valoresInclinação da tangente:9.51 3
• Susceptíveis (S): os indivíduos que nunca tiveram a doença e podem adquirí-la.15
a15
15 derivada de x. Nestes exemplos 15 usamos f (x) = 2 x − 4x + 1.
• Infecciosos (I): os indivíduos 10
10 que estão no momento com a doença e que podem10
15 15
10 transmití-la aos susceptíveis.
1055 1055
• Recuperados (R): os indivíduos que já tiveram a doença e, ou se curaram, ou morreram. No caso de doenças que conferem
-4
-4 -2
-2 -5 -4
-4 -2
-2 -5
5 o sarampo, os indivíduos que se recuperam permanecem 5
tempo no futuro. Em outros-5casos, depois de algum tempo os recuperados podem-5
imunidade permanente, como nesse22 compartimento por todo o
(S) 4Infecciosos-4(I) (R)
22 44 44
-4 Susceptíveis -2 -10 -5 -2 -10 -5
voltar ao compartimento dos susceptíveis.
O modelo mais simples para-10 -10
2 Recuperados 2 4
-15 -15
mais conhecido como o modelo-10 -15 -10
-15 entre os compartimentos do modelo. A
a dinâmica de uma doença como o sarampo foi criado por Kermack e McKendrick em 1927 e é
Ciência e Natura 4
A variação temporal das funções acima é prescrita pelo seguinte sistema de equações diferenciais:
β
S (t) = −N S(t)I(t)
β
I (t) = N S(t)I(t) − γI(t)
R (t) = γI(t)
Figura 3: Os gráficos abaixo mostram soluções aproximadas das equações do modelo SIR em quatro situações de interesse.
Acima e à esquerda temos uma epidemia de sarampo (β = 2, γ = 1/7) em uma população totalmente susceptível e com 1% de
infecciosos no instante inicial. Acima e à direita, temos uma epidemia de influenza (gripe). Os valores iniciais de susceptíveis e
infecciosos são os mesmos do primeiro gráfico, assim como o valor γ = 1/7, mas para a influenza usamos β = 0.36. Abaixo e à
esquerda mostramos uma epidemia de influenza em uma população em que 40% dos indivíduos foram vacinados e 10% eram
5infecciosos no instante inicial. Finalmente, abaixo e à direita temos ainda a influenza, mas em uma população
Autores: Biomatemática
em que 65% foram
vacinados. Note que no último caso o número de infecciosos não cresce inicialmente. Não temos aí uma epidemia.
100 100
% da população
% da população
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
50 25
% da população
% da população
40 20
30 15
20 10
10 5
0 0
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
Tabela 1: Valores de R0 para algumas doenças, adaptada de artigo em Wikipedia (Acessado em 23/10/2019)
Figura 3: Os gráficos abaixo mostram soluções aproximadas das equações do modelo SIR em quatro situações de interesse.
Acima e à esquerda temos uma epidemia de sarampo (β = 2, γ = 1/7) em
Doença R0uma população totalmente susceptível e com 1% de
infecciosos no instante inicial. Acima e à direita, temos uma epidemia de influenza (gripe). Os valores iniciais de susceptíveis e
Sarampo 12–18
infecciosos são os mesmos do primeiro gráfico, assim como o valor γ = 1/7, mas para a influenza usamos β = 0.36. Abaixo e à
Difteria 6–7
esquerda mostramos uma epidemia de influenza em uma população em que 40% dos indivíduos foram vacinados e 10% eram
Varíola 5–7
infecciosos no instante inicial. Finalmente, abaixo e à direita temos ainda a influenza, mas em uma população em que 65% foram
Poliomielite 5–7
vacinados. Note que no último caso o número de infecciosos não cresce inicialmente. Não temos aí uma epidemia.
Rubéola 5–7
Caxumba 4–7
HIV/AIDS 2–5
Coqueluche 5.5
SARS 2–5
Influenza
(pandemia de 1918) 2–3
Ebola
(surto de 2014) 1.5–2.5
infecciosos é β
> 1. A razão Ci. e Nat., Santa Maria, v. 42, e55 p. 1-11, 2020
γ
β
R0 =
Coqueluche 5.5
SARS 2–5
Influenza
Neves, A. G. M. 06
(pandemia de 1918) 2–3
Ebola
(surto de 2014) 1.5–2.5
β
infecciosos é γ > 1. A razão
β
R0 =
γ
pode ser interpretada como o número médio de infecções secundárias causadas por um único indivíduo infeccioso em uma
população inteiramente susceptível, antes que o indivíduo seja curado. Ela é chamada o número reprodutivo básico da infecção.
Uma doença que tenha uma duração muito curta (γ grande), ou que seja pouco contagiosa, ou que apareça em uma população
com poucos contatos entre os indivíduos (β pequeno em ambos os casos) terá R0 < 1 e não dará lugar a epidemias. Por outro
lado, sempre que tivermos R0 > 1 e uma população inteiramente susceptível, teremos ocorrência de epidemia e, quanto maior R0 ,
mais severa será a epidemia.
A Tabela 1 mostra os valores de R0 para algumas doenças. Conforme já argumentamos, R0 depende tanto do agente patógeno,
7quanto do número de contatos entre os indivíduos da população, quanto do tempo médio para recuperação. Autores: Biomatemática
Por este motivo, além
de incertezas experimentais, a tabela fornece faixas de valores para R0 . Por exemplo, o mesmo patógeno deve levar a um valor
maior de R0 em uma população mais concentrada (mais contatos entre os indivíduos) e a um valor menor em uma população mais
dispersa. Uma boa estrutura hospitalar, medicamentos melhores ou a adoção de medidas de isolamento diminuem o tempo de
1.2
recuperação, contribuindo também para a diminuição de R0 . Observe ainda que o valor de R0 não indica a gravidade de uma
doença, mas o quanto essa é contagiosa. Observe ainda que de todas as doenças mostradas na tabela, o sarampo, uma grande
preocupação de saúde pública no Brasil no momento em que este artigo é escrito, é exatamente a mais contagiosa.
1.0
Um dos ganhos consequências importantes do modelo simples que acabamos de descrever é entender o papel da vacinação na
prevenção e enfrentamento de uma epidemia e também o de estimar a porcentagem da população que deve ser atingida por uma
campanha de vacinação.
0.8
Do ponto de vista biológico, uma vacina é um preparado que induz a produção de anticorpos contra um patógeno no organismo
p(t)/K
do indivíduo que o recebe. Do ponto de vista matemático, segundo o modelo SIR, uma vacina é uma maneira de retirar da classe
0.6
dos susceptíveis, transformando-os em recuperados, indivíduos que nunca tenham tido a doença.
β
Lembramos que a condição para que o número de infecciosos não cresça é N S(t) < γ. Usando a definição acima de R0 , essa
condição torna-se R0 S(t)/N < 1. Caso uma fração suficiente da população seja vacinada, de modo a ter S(0)/N < 1/R0 , o
0.4 não irá crescer. Este é o objetivo de uma campanha de vacinação. No caso do sarampo, com R ≈ 15, a
número de infecciosos 0
fração da população a ser vacinada de modo a evitar uma epidemia, é portanto de 1 − 15 1
, que dá aproximadamente 93%. Para a
influenza, com R0 0.2
≈ 2.5, a proporção é de 60%.
5 Modelos0.0
para crescimento populacional
Considere uma população cujo tamanho no tempo t seja p(t). A equação diferencial que permite prever p(t) é
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
p (t) = R(t, p(t))p(t) ,
rt
onde R(t,p) é o número médio de descendentes por unidade de tempo de um indivíduo da população. É de se esperar que este
número4:médio
Figura dependa
Os gráficos tanto mostram
abaixo do tempo,soluções
quanto dodatamanho
equaçãodadepopulação.
crescimento logístico para alguns valores da população inicial.
A escolha mais simples possível é pensar que R(t,p) seja
Observe que em todos os casos p(t)/K se aproxima de 1 quando uma tconstante r independente do tempo e do tamanho da população.
fica grande.
Esta escolha nos leva ao chamado modelo de Malthus para o crescimento populacional, proposto em 1798.
Neste caso, é possível resolver facilmente a equação diferencial e obter p(t) = p0 ert . O economista Malthus, baseado na sua
hipótese simplista de que a população humana cresceria a uma taxa constante, previu que a população cresceria exponencialmente.
Como os recursos para manutenção da população dificilmente crescem assim tão rápido, ele próprio percebeu que nos estudos
econômicos é necessário levar em conta o tamanho da população.
Uma modificação simples e de grande alcance do modelo de Malthus é supor que, em vez de constante, R(t,p) seja ainda
independente de t, mas decrescente com p. O decrescimento de R com p representa a competição por recursos entre os indivíduos
na população. Uma maneira simples de realizar essa proposta é tomar R(p) um polinômio de 1o grau decrescente:
econômicos
Isto nos levaéao 0.6 levar
necessário
chamado em de
modelo conta o tamanho
Verhulst, da população.
ou logístico.
Uma modificação simples e de grande alcance
O parâmetro K na equação acima é chamado capacidade do modelode de Malthus
suporte é supor
do meio. que, emp vez
Enquanto de constante,
é muito menor queR(t,p)
K, R(p)seja≈ainda
rea
independente de t, mas decrescente com p. O decrescimento de R com p representa a competição por recursos entre
população cresce de forma praticamente exponencial, como em Malthus. Mas isto dura pouco e oà medida que a população cresce, os indivíduos
na população. Uma 0.4
maneira simples
o crescimento é desacelerado. quandodea realizar
população essafica
proposta
igual a éKtomar
a taxaR(p) um polinômio
decrescimento de 1 nula.
torna-se grauPode-se
decrescente:
resolver a equação
diferencial e provar que K é a população limite para grandes valores de t.
R(p) = r(1 − p/K) .
A Fig. 4 mostra0.2 alguns gráficos de soluções da equação de crescimento logístico, mostrando que quer a população inicial seja
menor
Isto nosque
levaK,aoquer seja maior,
chamado modelo depois de muitooutempo
de Verhulst, a população atinge o limite K.
logístico.
O parâmetro K
Ciência e Natura 0.0 na equação acima é chamado capacidade de suporte do meio. Enquanto p é muito menor que K, R(p) ≈ r e a8
população cresce de forma praticamente exponencial, como em Malthus. Mas isto dura pouco e à medida que a população cresce,
6 Modelos em Ecologia: populações em interação
o crescimento é desacelerado. quando a população fica igual a K a taxa decrescimento torna-se nula. Pode-se resolver a equação
diferencial e provar que0.0 K é a população0.5 limite para1.0 grandes valores 1.5 de t. 2.0 2.5 3.0
Há diversos modelos para as várias possibilidades de interação entre indivíduos em uma população, por exemplo predação,
A Fig. 4 mostra1.0alguns gráficos de soluções da equação de crescimento logístico, mostrando que quer a população
1.2 que acabamos de mostrar, inicial seja
competição, mutualismo, parasitismo, etc. Por ser uma extensão simples t odolimite
modelo logístico vamos
menor que K, quer0.8 seja maior, depois de muito tempo a população ratinge K. 1.0 competem por um mesmo recurso.
ilustrar o tipo de modelos que aparece em Ecologia com 1.2um modelo para duas populações que
Suponha que duas populações de tamanhos x(t)1.0
0.6abaixo e y(t) vivem em um mesmo habitat
0.8
0.8e competem por algum recurso ali
Figura 4: Os gráficos mostram soluções da equação
0.6 de crescimento logístico para alguns valores da população inicial.
0.6
6 Modelos emosEcologia: populações em interação
y
Observe 0.4
que em todos casos p(t)/K se aproxima de0.4 1 quando t fica grande.
0.2 0.4
0.2
x (t) de 0.0 x(t)+s2 y(t)
r1 1 − entre
= interação x(t) 0.2
Há diversos modelos para as várias possibilidades K1indivíduos em uma população, por exemplo predação,
competição,
Neste caso, 0.0 resolver
mutualismo,
é possível parasitismo, etc.Por
facilmente ser uma
ay equação 0.0 0.5simples
extensão
diferencial 1.0
e 1.5
obter
y(t)+s do
2.0
modelo
p(t)
1 x(t) = p e
.
rt
. O0.0
logístico que acabamos
economista de mostrar,
Malthus, baseado vamos
na sua
(t) = r2 1 − K2 y(t) 0
ilustrar osimplista
hipótese 0.0aque
tipo de modelos
de que 0.2 0.4 0.6humana
aparece
população 0.8
em 1.0
Ecologia comaum
cresceria umamodelo para
taxa constante,duaspreviu
populações 0.00.20.40.60.81.0
que competem
que a população por
cresceriaum mesmo recurso.
exponencialmente.
Suponha que duas populações xem assim
Como Osos recursos
parâmetros para
nestas equações,de
manutenção datamanhos
todospopulação
positivos, e y(t)
dificilmente
x(t)têm vivem
crescem
os seguintes um mesmo habitat
tão rápido,
significados: elee próprio
competem por algum
percebeu recurso
que nos ali
estudos
presente. Aséequações
econômicos necessárioque descrevem
levar emxconta essa interaçãodasão
o tamanho população. x
Uma modificação simples e de grandealcance do modelo de Malthus é supor que, em vez de constante, R(t,p) seja ainda
independente de t, mas decrescente com p.
x(t)+s2 y(t)
x (t) = r1 de1 R
O decrescimento − com p1representa
K x(t)a competição por recursos entre os indivíduos
Figura 5: Os gráficos exibem três situações distintas do de competição
modelo entre .espécies.o Em cada um dos quadros, a reta
na população. Uma maneira simples de realizar ayy = essa proposta é tomar R(p) um polinômio de 1 grau decrescente:
inclinada em traço contínuo é a isóclina x + (t)1 e=a reta 1 − y(t)+s
r2 tracejada K2
1 x(t)
é a isóclinay(t)
bx + y = 1. O quadro mais à esquerda ilustra as
soluções do modelo com a = 1.5 e b = 1.2. O quadro central
R(p) = r(1ilustra as soluções
− p/K) . com a = 0.8 e b = 0.5. O quadro a direita é a
Os parâmetros
ilustração nestas
de a = 0.8, b =equações,
1.5. todos positivos, têm os seguintes significados:
Isto nos leva ao chamado modelo de Verhulst, ou logístico.
O parâmetro K na equação acima é chamado capacidade de suporte do meio. Enquanto p é muito menor que K, R(p) ≈ r e a
• K1 ecresce
população K2 são
de as capacidades
forma de suporte
praticamente do ambiente
exponencial, como para cada umaMas
em Malthus. dasisto
duasdura
populações.
pouco e à medida que a população cresce,
o crescimento
• r1 e r2 são as taxas de crescimento das populações quando o ambiente é pouco povoado.nula. Pode-se resolver a equação
é desacelerado. quando a população fica igual a K a taxa decrescimento torna-se
diferencial e provar que K é a população limite para grandes valores de t.
A
• Fig. 4 mostra alguns
s2 representa gráficos
o número de soluções
de espaços da equação
do ambiente de crescimento
da população logístico,
x ocupados por ummostrando que quer
único indivíduo a população
da população y. inicial seja
Vice-versa,
menor sque K, quer seja
1 representa maior,dedepois
o número de do
espaços muito tempoda
ambiente a população
população atinge o limite
y ocupados porK.
um único indivíduo da população x. Podemos
pensar s2 como a agressividade dos indivíduos y para os x e, analogamente, s1 é a agressividade dos indivíduos x para os y.
6 AsModelos em Ecologia:
equações diferenciais populações
acima também não podem em interação
ser resolvidas exatamente. Podemos porém, assim como no caso do
modelo SIR, estudar de forma qualitativa o comportamento de suas soluções. Uma pequena simplificação que ajuda nisto é reduzir
o número
Há diversosdemodelos
parâmetros.
paraUm
as modelo simplificado, mantendo
várias possibilidades todas
de interação as características
entre indivíduos emdouma inicial, mas compor
população, menos parâmetros,
exemplo é
predação,
competição, mutualismo, parasitismo, etc.Por ser uma extensão simples do modelo logístico que acabamos de mostrar, vamos
x (t) com
ilustrar o tipo de modelos que aparece em Ecologia = um[1 − (x(t) +
modelo ay(t))]
para x(t)
duas populações
, que competem por um mesmo recurso.
y (t) = ρ [1 − (y(t)
Suponha que duas populações de tamanhos x(t) e y(t) vivem em um mesmo + bx(t))] y(t) habitat e competem por algum recurso ali
presente. As equações que descrevem essa interação são
onde agora as capacidades de suporte são ambas iguais a 1, a agressividade da espécie y é a e a da espécie x é b. O parâmetro ρ é
pouco povoado e, conforme se verá, não terá um papel importante
a taxa de crescimento da população y quando xo (t)ambiente está
= r1 1 − x(t)+s 2 y(t)
x(t)
no modelo. K1 .
Papel fundamental na análise qualitativadesse
y (t)modelo
y(t)+s
= ré2 desempenhado
1− 1 x(t)
pelasy(t)
retas, ditas isóclinas, com equações x + ay = 1 e
K2
bx + y = 1. A primeira passa pelos pontos (0,1/a) e (1,0). A segunda passa pelos pontos (1/b,0) e (0,1). O leitor pode verificar
queOsas parâmetros nestas
isóclinas irão equações, em
se interceptar todos positivos,
algum Nat., têm
Ci. eponto osMaria,
seguintes
do primeiro
Santa 42,significados:
v.quadrante nas situações
e55 p. 1-11, 2020 a > 1 e b > 1, caso em que ambas as
agressividades são grandes, e 0 < a < 1 e 0 < b < 1, caso em que nenhuma das agressividades é grande.
o número de parâmetros. Um modelo simplificado, mantendo todas as características do inicial, mas com menos parâmetros, é
x (t) = [1 − (x(t) + ay(t))] x(t)
y (t) = Neves, M.bx(t))] y(t) ,
A. G. +
ρ [1 − (y(t) 08
onde agora as capacidades de suporte são ambas iguais a 1, a agressividade da espécie y é a e a da espécie x é b. O parâmetro ρ é
a taxa de crescimento da população y quando o ambiente está pouco povoado e, conforme se verá, não terá um papel importante
no modelo.
Papel fundamental na análise qualitativa desse modelo é desempenhado pelas retas, ditas isóclinas, com equações x + ay = 1 e
bx + y = 1. A primeira passa pelos pontos (0,1/a) e (1,0). A segunda passa pelos pontos (1/b,0) e (0,1). O leitor pode verificar
que as isóclinas irão se interceptar em algum ponto do primeiro quadrante nas situações a > 1 e b > 1, caso em que ambas as
agressividades são grandes, e 0 < a < 1 e 0 < b < 1, caso em que nenhuma das agressividades é grande.
A importância das isóclinas é que elas dividem o primeiro quadrante em regiões de crescimento e decrescimento das populações
x e y. Nos pontos à esquerda da isóclina x + ay = 1 tem-se x + ay < 1 e, portanto, pela primeira equação do sistema, x (t) > 0:
a população x cresce. À direita da mesma isóclina, tem-se o contrário: a população x decresce. Analogamente, pela segunda
equação do sistema, à esquerda da isóclina bx + y = 1 a população y cresce e à direita, decresce.
Os pontos (1,0) e (0,1) representam as possibilidades de ter uma das populações extinta, enquanto a outra está com valor igual
à capacidade de suporte. São pontos de equilíbrio da dinâmica populacional. Quando as isóclinas se interceptam no primeiro
Ciência e Natura 8
quadrante, esse ponto de interseção é também um equilíbrio da dinâmica em que ambas as populações estão presentes. Finalmente,
o ponto (0,0) é o equilíbrio em que ambas as populações foram extintas.
A Fig. 5 ilustra três situações desse modelo de competição. Nessa figura, a reta inclinada em traço contínuo é a isóclina
x + ay = 1 e a reta1.0
tracejada é a isóclina bx + y = 1. As curvas são as trajetórias de diversas1.2 soluções (x(t),y(t)) das equações
diferenciais do modelo.
0.8 1.2 1.0
Na situação mais à esquerda na Fig. 5, temos a = 1.5 1.0e b = 1.2. As espécies são ambas 0.8
muito agressivas. Como consequência,
0.6 mais à esquerda da figura, as trajetórias
como mostra o quadro 0.8 parecem evitar o ponto de equilíbrio na interseção das isóclinas e
0.6 0.6
y
y
y
Figura 5: Os gráficos exibem três situações distintas do modelo de competição entre espécies. Em cada um dos quadros, a reta
inclinada em traço0.8
contínuo é a isóclina x + ay = 1 e a reta tracejada é a isóclina bx + y = 1. O quadro mais à esquerda ilustra as
soluções do modelo com a = 1.5 e b = 1.2. O quadro central ilustra as soluções com a = 0.8 e b = 0.5. O quadro a direita é a
ilustração de a = 0.8, b = 1.5.
Ciência e Natura 0.6 8
r=0.5
ηr (x)
• K1 e K2 são0.4as capacidades de suporte do ambiente para cada uma das duas populações.
r=1
• r1 e r2 são as1.0
taxas de crescimento das populações quando o ambiente é pouco povoado. 1.2
r=3
0.8
0.2
• s2 representa o número de espaços do ambiente da população x ocupados por um único1.0
1.2 indivíduo da população y. Vice-versa,
1.0 0.8
s1 representa0.6
o número de espaços do ambiente da 0.8população y ocupados por um único indivíduo da população x. Podemos
0.6 0.6
y
y
y
pensar s2 como
0.4a agressividade dos indivíduos y0.4
0.0
para os x e, analogamente, s1 é a agressividade dos indivíduos x para os y.
0.2 0.4
0.20.0
As equações diferenciais acima0.2também não0.4 0.0 ser resolvidas
podem 0.6 exatamente.
0.8 Podemos
0.2 porém, assim como no caso do
1.0
modelo SIR, estudar de
0.0 forma qualitativa o comportamento de
0.0 suas
0.5 soluções.
1.0 1.5 Uma
2.0 pequena simplificação
0.0 que ajuda nisto é reduzir
o número de parâmetros. Um modelo simplificado, mantendo x todas as características do inicial, mas com menos parâmetros, é
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.00.20.40.60.81.0
x
Figura 6: Gráficos da função ηr (x) para trêsxvalores
(t) = de[1 r. − (x(t)
Note + oay(t))]
que gráficox(t)
retilíneo, é o do caso r = 1, em que η1 (x) = x.
x y (t) = ρ [1 − (y(t) + bx(t))] y(t) x
ondeNo agora as capacidades
quadro mais à exibem de na
direita suporte
Fig. são
5, ambas
temos iguais a 1,
a situação a= a agressividade
0.8 de = 1.5.daAespécie
e bcompetição espécie yyééapouco
e a daagressiva
espécie xeéab.espécie
O parâmetro ρé
x é muito
Figura
aagressiva.
taxa de 5: Os gráficos
crescimento da três
população situações
y quando distintas
o ambientedo modelo
está pouco povoado e, entre
conformeespécies.
se Emnão
verá, cada umum
terá dos quadros,
papel a reta
importante
inclinada Não
em existe
traço aqui oéponto
contínuo de equilíbrio
a isóclina x + ay =na1interseção das isóclinas
e a reta tracejada no primeiro
é a isóclina bx + y quadrante.
= 1. O quadro Vê-se queà todas
mais as trajetórias
esquerda ilustra as
no modelo.
levam à extinção da espécie y, pouco agressiva, e à sobrevivência da espécie x.
soluções
Papel fundamental na análise qualitativa desse modelo é desempenhado pelas retas, ditas isóclinas, com equações x + ay = 1é ae
do modelo com a = 1.5 e b = 1.2. O quadro central ilustra as soluções com a = 0.8 e b = 0.5. O quadro a direita
ilustração
bx + y = 1. de Aa primeira
= 0.8, b = 1.5.pelos pontos (0,1/a) e (1,0). A segunda passa pelos pontos (1/b,0) e (0,1). O leitor pode verificar
passa
7 asModelos
que isóclinas irão estocásticos
se interceptar em algum ponto do primeiro quadrante nas situações a > 1 e b > 1, caso em que ambas as
agressividades são grandes,
• K1 e K2 são as capacidades e 0 < ade<suporte
1 e 0 <do b< 1, caso para
ambiente em que cada nenhuma
uma dasdas duasagressividades
populações. é grande.
A importância das isóclinas é que elas dividem o primeiro quadrante
Os modelos ilustrados até agora são todos baseados em equações diferenciais e são, portanto, em regiões de crescimento e decrescimento
determinísticos. Istodas
querpopulações
dizer que
x e •y. rNose r são
pontos as
à taxas
esquerda de crescimento
da isóclina x das
+ populações
ay = 1 tem-se quando
x + ayo ambiente
< 1 e,
o resultado final do modelo depende somente das condições iniciais, sem interveniência de nenhum fator fortuito.
1 2 é pouco
portanto, povoado.
pela primeira equação do sistema, x (t) > 0:
a população cresce.
xporém Àprocessos
direita dabiológicos
mesma isóclina, tem-se o contrário: a população xEm decresce. Analogamente, pela evolução
segunda
•Sabemos
equação representa
s2 do sistema, oque
ànúmero
esquerda de daespaços do bx
isóclina
podemda
ambiente
+ y =
depender
1 população
a população
de variáveis
x yocupados
cresce
aleatórias.
e por
à um único
direita,
modelos,
indivíduopor
decresce.
exemplo, para
da população y. Vice-versa,
genética de populações, isto é de comum.
espaçosEm geral, mutações genéticas aparecem por – em tempos aleatórios da– em um único indivíduo
1 representa
Osspontos (1,0) oeCaso número
(0,1) representam asdo ambiente
possibilidades da população
de ter uma ocupados
ydas populações um únicoenquanto
extinta, indivíduo população
a outra está com Podemos
x.valor igualé
em uma população.
pensar s como a a mutação
agressividade seja
dos benéfica,
indivíduos os ymutantes
para os x terão
e, mais descendentes
analogamente, s é a que os não-mutantes.
agressividade dos Se este
indivíduos xé o caso,
para os y.
àdecapacidade de
2 suporte. São pontos de equilíbrio da dinâmica populacional. Quando
se esperar que em algum tempo os mutantes, inicialmente uma minoria, irão dominar a população. Mas isto pode não acontecer
1 as isóclinas se interceptam no primeiro
quadrante, esse iniciais
se osAsmutantes
equações ponto denão
interseção
diferenciais tiverem é também
também
acimasorte. Elesum podem
não equilíbrio
morrer
podem daantes
ser dinâmica
de terem
resolvidas em que ambas Podemos
descendentes
exatamente. as populações
e a mutação, estão
porém, mesmopresentes.
assim como Finalmente,
benéfica,no pode
caso ser
do
o ponto
modelo (0,0)
perdida.SIR,Da mesmaé o equilíbrio
estudar forma,de forma em que
mutações ambas
qualitativa as
deletérias populações
podem também,
o comportamento foram
de suas extintas.
por sorte, seUma
soluções. espalhar por uma
pequena população
simplificação quee dominá-la.
ajuda nisto é reduzir
A
o número Fig.de5 parâmetros.
Portanto, ailustra três situações
sobrevivência Umou nãodesse
modelo modelo
desimplificado,
uma mutação demantendo
competição. todasNessa
em uma população éfigura,
as característicasa retadoinclinada
um fenômeno inicial,
que em
ser traço
devemas com contínuo
menos
estudado é aemisóclina
parâmetros,
levando é
conta
x + ay = 1 e a reta tracejada
fatores aleatórios. Uma boa referência para é a isóclina bx + y
Ci.modelos = 1. As curvas
paraMaria,
e Na., Santa evolução são
v. 42, as trajetórias
genética de uma
e55 p. 1-11, de diversas soluções (x(t),y(t))
2020população é o livro de Ewens (1979). das equações
diferenciais
Um exemplo do modelo.
simples para modelar a evolução x (t) genética
= [1 de − uma
(x(t)população
+ ay(t))] éx(t) o processo
, estocástico de Wright-Fisher. Suponha
Na situação mais à esquerda na Fig. 5, temos
uma população com tamanho fixo igual a N indivíduos. Cada indivíduo y (t)
a = =1.5 e
ρ [1
b =− (y(t)
1.2. As +espécies
bx(t))] são
umaambas
é, para y(t) muito agressivas.
determinada Como
característica consequência,
genética, de tipo
o resultado final do modelo depende somente das condições iniciais, sem interveniência de nenhum fator fortuito.
Sabemos porém que processos biológicos podem depender de variáveis aleatórias. Em modelos, por exemplo, para evolução
100 isto é comum. Em Biomatemática:
genética de populações, que mistura
geral, mutações genéticas – em tempos aleatórios – em um único indivíduo 09
é essa?
aparecem
em uma população. Caso a mutação seja benéfica, os mutantes terão mais descendentes que os não-mutantes. Se este é o caso, é
de se esperar que em algum tempo os mutantes, inicialmente uma minoria, irão dominar a população. Mas isto pode não acontecer
tempo (gerações)
probabilidade de que um indivíduo sorteie um ancestral de tipo A será
0.6
r=0.5
ηr (x)
rx
ηr (x) = .
100 rx + 1 − x
Figura 7: Gráfico de uma simulação do processo de Wright-Fisher em uma população de 100 indivíduos der=1
0.4
tipo A. Supomos que
Caso
no não inicial
tempo sorteiehá um10ancestral
indivíduos de tipo
A e A, queorindivíduo
= 1.1, outerá seja,umem ancestral
média os deAtipo
têmB.10% mais descendentes que os B.
O número esperado de indivíduos A na próxima geração é N ηr (x), mas o resultado do sorteio de uma r=3
número de indivíduos tipo A
geração é aleatório. A
0.2
Fig. 6 ilustra o gráfico 80 da função ηr para alguns valores de r. Caso r > 1, ηr (x) > x para cada x entre 0 e 1, significando que os
indivíduos de tipo A são selecionados com mais peso que os de tipo B no sorteio que irá formar a nova geração e provavelmente
a proporção x de 0.0 indivíduos A crescerá a cada nova geração. Observe-se, porém, que mesmo que r seja maior que 1, se x for
pequeno ηr (x) será 60 pequeno
0.0 também, 0.2 indicando0.4 que o número 0.6de indivíduos 0.8de tipo A na 1.0geração seguinte será provavelmente
pequeno. Ou seja, mesmo que sejam mais aptos que os de tipo B, o processo de Wright-Fisher corretamente prescreve que o
número de indivíduos de tipo A muito provavelmente não x irá aumentar de maneira súbita entre uma geração e outra.
A Fig. 7 mostra um exemplo de simulação do processo de Wright-Fisher com r = 1.1 em uma população com 100 indivíduos.
9Figura 40 Autores:
O número inicial deda
6: Gráficos indivíduos
função ηrde (x)tipopara A três
é igual a 10.deObserve
valores r. Noteque, que apesar
o gráfico deretilíneo
os A serem é o mais
do caso aptosr =que
1, os Bque
em e Biomatemática
os
η1B (x)acabarem
= x.
extintos após cerca 60 gerações, por causa dos fatores aleatórios, às vezes o número de indivíduos A decresce de uma geração para
outra.
No
Noquadro
caso neutro maisrà20 =direita
1, quandona Fig. 5, temos
a seleção a situação
natural a = 0.8
não prefere neme bA, =nem1.5. B,A pode-se
espécie ver y é facilmente
pouco agressiva que ηre(x)a espécie x é muito
= x, significando
1.0
agressiva. Não existe aqui o ponto de equilíbrio na interseção
que a proporção provável de indivíduos A na próxima geração é a mesma da geração atual. das isóclinas no primeiro quadrante. Vê-se que todas as trajetórias
levam O àprocesso
extinçãodedaWright-Fisher
espécie y, pouco agressiva,
faz parte de uma e àclasse
sobrevivência
maior deda espécie estocásticos
processos x. chamados cadeias de Markov. Da teoria
das cadeias de Markov 0.8 pode-se provar que com probabilidade 1, depois de um tempo aleatório, a população será toda do tipo A ou
0
toda do tipo B. Diremos que haverá fixação do tipo A ou do tipo B.
7 MesmoModelos estocásticos
0 20 40 60 80
(gerações)
no caso neutro a fixação irá ocorrer com probabilidade 1. Este fenômeno é conhecido como deriva genética. Pode-se
0.6
mostrar que para populações grandes, o tempo médio de fixação
Os modelos ilustrados até agora são todos baseados em equações tempo no caso
e são, portanto, determinísticos.r=0.5
neutro será substancialmente maior que
diferenciais
no caso não-neutro.
Isto quer dizer que
ηr (x)
A ocorrência de deriva genética é um fenômeno pouco intuitivo: se nem o tipo A é privilegiado sobre o tipo B, nem o contrário,
o resultado final do modelo depende somente das condições iniciais, sem interveniência de nenhum fator fortuito.
de r=1
por que um deles deverá ser extinto? No entanto, o modelo matemático descreve esta situação e ela é apontada como a explicação
Sabemos
Figura porém0.4 que
umaprocessos biológicos podem depender de variáveis aleatórias. de Em100 modelos, por exemplo,
tipo A.para evolução
natural7: deGráfico
grandesdevariações simulação
genéticas do observadas
processo deem Wright-Fisher
populações em uma população
pequenas que ficam isoladas indivíduos
de uma população Supomos
principal, quepor
genética
no tempo deinicial
populações,
há 10 isto é comum.
indivíduos A e Em rgeral,
que = mutações
1.1, ou seja, genéticas
em média aparecem
os A têm –10%
em tempos
mais aleatórios – que
descendentes em um os único indivíduo
B.
exemplo em ilhas. r=3
em uma população.0.2 Caso a mutação seja benéfica, os mutantes terão mais descendentes que os não-mutantes. Se este é o caso, é
A Fig. 8 ilustra duas simulações do processo de Wright-Fisher neutro
de se esperar que em algum tempo os mutantes, inicialmente uma minoria, irão dominar a população. Mas isto pode em populações com 100 indivíduos. Em ambos os casos
não acontecer
há
se inicialmente
os mutantes
indivíduos 50 indivíduos
iniciais
de tipo A são de
nãoselecionados tipo
tiverem sorte. Acome 50
Eles de tipo
podem
mais B.
pesomorrerNo quadro
que osantesde tipo da esquerda
deBterem o tipo
descendentes
no sorteio A foi fixado,
e a mutação,
que irá formar enquanto
a novamesmogeração no da direita,
benéfica, pode
e provavelmenteo tipo
ser
fixado
perdida. foi
a proporção o B.
Da mesma 0.0
forma, mutações
x de indivíduos A crescerá deletérias
a cadapodem também,Observe-se,
nova geração. por sorte, seporém, espalhar que pormesmo
uma população
que r sejae maior
dominá-la.que 1, se x for
Uma ηreferência
pequeno
Portanto, será razoavelmente
pequeno
a sobrevivência
r (x) ou nãoelementar
também, de indicando sobre
uma mutação quecadeias
em umadepopulação
o número Markov eé suas
de indivíduos um0.8 aplicações
de tipo A que
fenômeno naem Biologia
geração
deve é meuserá
serseguinte
estudado livro Neves em(2014).
provavelmente
levando conta
0.0 0.2 0.4 0.6 1.0
Também
pequeno.
fatores nesse livro
Ou seja,Uma
aleatórios. encontram-se
mesmo boa que mais
sejam para
referência detalhes
maismodelos
aptos queque os
para que daremos
os evolução
de tipo B,genética aqui
o processo sobre
de uma uma aplicação
de Wright-Fisher recente
população é o corretamente do processo
livro de Ewensprescreve(1979).Wright-
de que o
Fisher
Umàexemplo
número evolução
de indivíduos da espécie
simples tipohumana.
depara A muitoNessa
modelar aplicação,
aprovavelmente
evolução o xque
não
genética se
iráuma
de quer
aumentar entender
população é éo oprocesso
de maneira papel
súbita dos Neandertais
entre uma geração
estocástico na composição
e outra. Suponha
de Wright-Fisher. moderna
da humanidade
uma Apopulação
Fig. 7 mostra e explicar
com tamanho
um a sua
exemplo extinção.
fixodeigual a N indivíduos.
simulação do processo Cada indivíduo é, para
de Wright-Fisher comuma r =determinada
1.1 em uma característica
população com genética, de tipo
100 indivíduos.
Até
AOFigura
ou
número 2010
de tipo
6:iniciala imensa
B. Consideramos
Gráficos maioria
da função ηque
de indivíduos dos
de pesquisadores
ospara
tipo indivíduos
A étrês
igual acreditava
ade
valores10.tipo
Observe
de na que,
B Note chamada
possuem queapesar Teoria
oaptidão
gráficodeigual
os daA Origem
aserem
retilíneo 1 eé que Única
omais
dooscaso Africana:
indivíduos
aptos que1,osem aBhumanidade
de tipo
e osηA
que B =atual
possuem
acabarem
r (x) r. r= 1 (x) x.
descendia
aptidão
extintosrapós unicamente
> 0.cerca Isto 60 de
significaum
gerações, pequeno
queporos causagrupo
indivíduos africano.
A possuem
dos fatores A teoria,
aleatórios, baseada
em média
às vezes principalmente
r vezes
o número em
maisdedescendentes dados
indivíduos Aque experimentais
os de de
decresce tipo relativos
uma Se r > DNA
B. geraçãoao o
para
1,
mitocondrial,
tipo A é favorecido
outra. dizia pela
que nãoseleçãoterianatural
havidocom mistura
relaçãogenética
ao tipo desse
B e grupo africano sua
deve aumentar comproporção
outros grupos, por exemplo
na população ao longoos Neandertais.
do tempo.
Se 0NoNo rquadro
< caso 1, amais
< neutro r à=direita
característica
1, quando naAFig. 5, temos
éa deletéria
seleção a situação
com
natural relação aa =
não prefere B 0.8
enem e A,
tende a 1.5.
b =nem serB, Apode-se
espécie
extinta com y aéfacilmente
ver pouco agressiva
passagem e a espécie
do tempo.
que ηr (x) =Caso rx=é muito
1, os
x, significando
agressiva.
indivíduos
que a proporçãoNão existe
de tipoprovável aqui
A e B possuem o ponto
de indivíduos de equilíbrio
em média A naopróximana interseção
mesmo número geraçãode das isóclinas
é adescendentes no
mesma da geração primeiro
e dizemos atual.que a característica é neutra.trajetórias
quadrante. Vê-se que todas as
levam
A à extinção
O versão
processo mais deda espécie
simples
Wright-Fisher pouco
doy,processo agressiva,
faz parte de de umae classe
à sobrevivência
Wright-Fisher, em que
maior da espécieque
de supomos
processos x. a reprodução
estocásticos é assexuada,
chamados cadeias funciona
de Markov. da Daseguinte
teoria
maneira.
das cadeias AodefinalMarkovde uma geração
pode-se provar sorteia-se
que coma probabilidade
composição da 1, geração
depois deseguinte.
um tempo O aleatório,
processo aé população
que cada um serádos todaNdo indivíduos
tipo A ou
da nova
toda do geração irá sortear
tipo B. Diremos quedehaverá
formafixação
independente
do tipo seu A ou ancestral
do tipo na B. geração anterior e herdará desse ancestral o tipo A ou B. O
7 Mesmo
sorteio Modelos
não énocom estocásticos
iguais probabilidades: queremos que
caso neutro a fixação irá ocorrer com probabilidade 1. Este os indivíduos do tipo mais apto
fenômeno tenham maior
é conhecido probabilidade
como deriva genética.dePode-se
serem
sorteados
mostrar como
que para ancestrais.
populações A maneira
grandes, exata
o tempo de atribuir
médio em pesos
de fixação aos tipos é a
no diferenciais seguinte:
caso neutro será se x é a proporção
substancialmente de indivíduos
maior que no de tipo A, a
Os modelos
probabilidade ilustrados
de que um atéindivíduo
agora sãosorteie
todos baseados
um ancestral equações
de tipo A será e são, portanto, determinísticos. Istocaso
quernão-neutro.
dizer que
A ocorrênciafinal
o resultado de deriva
do modelo genética é umsomente
depende fenômeno daspouco intuitivo:
condições se nem
iniciais, semop. tipo A é privilegiado
interveniência de nenhum sobre o tipo
fator B, nem o contrário,
fortuito.
por que um deles deverá ser extinto? No Ci. e Nat.,
entanto, o Santa Maria,
modelo v. 42, e55
matemático descreve1-11,esta
2020 situação e ela é apontada comopara a explicação
Sabemos porém que processos biológicos podemη depender rx
natural de grandes variações genéticas observadas em (x) = de variáveis
r populações pequenas . aleatórias.
que ficam
Em modelos, por exemplo,
isoladas de uma população
evolução
principal, por
genética de populações, isto é comum. Em geral, mutações genéticas rx + 1 − aparecem
x – em tempos aleatórios – em um único indivíduo
No caso neutro r40 60= 1, quando a seleção natural não prefere nem A, nem B, pode-se ver facilmente que ηr (x) = x, significando
de indivíd
de
que a proporção provável de indivíduos A na próxima geração é a mesma da geração atual.
númeronúmero
O processo de Wright-Fisher faz parte de uma classe maior A.
Neves, de G.processos
M. estocásticos chamados cadeias de Markov. Da teoria 10
das cadeias de Markov pode-se provar que com probabilidade 1, depois de um tempo aleatório, a população será toda do tipo A ou
40
20
toda do tipo B. Diremos que haverá fixação do tipo A ou do tipo B.
Mesmo no caso neutro a fixação irá ocorrer com probabilidade 1. Este fenômeno é conhecido como deriva genética. Pode-se
mostrar que para populações grandes, o tempo médio de fixação no caso neutro será substancialmente maior que no caso não-neutro.
A ocorrência de deriva 200 genética é um fenômeno pouco intuitivo: se nem o tipo A é privilegiado sobre o tipo B, nem o contrário,
por que um deles deverá 0ser extinto? No entanto, 20 o modelo matemático 40 descreve esta situação 60 e ela é apontada como 80 a explicação
tempo (gerações)
natural de grandes variações genéticas observadas em populações pequenas que ficam isoladas de uma população principal, por
exemplo em ilhas. 0
A Fig. 8 ilustra duas simulações do processo de Wright-Fisher neutro em populações com 100 indivíduos. Em ambos os casos
0 20 40 60 80
(gerações)
há inicialmente
Figura 7: Gráfico 50
de indivíduos
uma de tipo
simulação do Aprocesso
e 50 de tipode B. No quadroem
Wright-Fisher da uma
esquerda o tipo de
população A foi
100 fixado, enquanto
indivíduos de noA.
tipo daSupomos
direita, o que
tipo
Ciência
fixado e Natura
foi o B. 10
no tempo inicial há 10 indivíduos A e que r = 1.1, ou seja, tempo
em média os A têm 10% mais descendentes que os B.
Uma referência razoavelmente elementar sobre cadeias de Markov e suas aplicações em Biologia é meu livro Neves (2014).
Também nesse livro encontram-se mais detalhes que os que daremos aqui sobre uma aplicação recente do processo de Wright-
Figura
Fisher 7: Gráfico de
à evolução da uma
espéciesimulação
humana. doNessa
processo de Wright-Fisher
aplicação, o que setipo ementender
quer uma populaçãoé oque
papelde 100Neandertais
indivíduos de na tipo A. Supomos que
indivíduos de tipo A 100são selecionados com mais peso que os de B no sorteio irá dos
formar a nova geração composição moderna
e provavelmente
no tempo inicial há 10 indivíduos A e que r = 1.1, ou seja, em média os A têm 10% mais descendentes que os B.
ada humanidade
proporção x dee indivíduos
explicar a sua extinção.a cada nova geração. Observe-se, porém, que mesmo que r seja maior que 1, se x for
A crescerá
Até 2010 a imensa
pequeno ηr (x) será pequeno também,maioria dos pesquisadores
indicando que acreditava
o número nadechamada
indivíduosTeoria da Origem
de tipo Única Africana:
A na geração seguinte será a humanidade
provavelmente atual
número de indivíduos tipo A
descendia
pequeno.
indivíduosOu unicamente
de seja,
tipo A mesmode um pequeno
que sejam mais
são selecionados grupo
com mais africano.
aptospeso A
que que teoria,
os de ostipo baseada principalmente
B, oBprocesso
de tipo no sorteiodeque em dados
Wright-Fisher experimentais
irá formar a corretamente relativos
nova geração eprescreve ao DNA
que o
provavelmente
mitocondrial,
número de dizia
indivíduos 80
quede não
tipo teria
A havido
muito mistura
provavelmente genética
não desse
irá grupo
aumentar africano
de maneira com outros
súbita grupos,
entre uma por exemplo
geração e os
outra. Neandertais.
a proporção x de indivíduos A crescerá a cada nova geração. Observe-se, porém, que mesmo que r seja maior que 1, se x for
A Fig.ηr7(x)
pequeno mostra
será um exemplo
pequeno de simulação
também, indicando do processo
que o número de Wright-Fisher
de indivíduos com de rtipo
= 1.1
A na emgeração
uma população
seguinte comserá 100 indivíduos.
provavelmente
O número inicial de indivíduos de tipo A é igual a 10. Observe que, apesar
pequeno. Ou seja, mesmo que sejam mais aptos que os de tipo B, o processo de Wright-Fisher corretamente prescreve de os A serem mais aptos que os B e os B acabarem
que o
extintos após cerca 6060 gerações, por causa dos fatores aleatórios, às vezes o
número de indivíduos de tipo A muito provavelmente não irá aumentar de maneira súbita entre uma geração e outra. número de indivíduos A decresce de uma geração para
outra.A Fig. 7 mostra um exemplo de simulação do processo de Wright-Fisher com r = 1.1 em uma população com 100 indivíduos.
No casoinicial
O número neutroder indivíduos
= 1, quandodea tipo seleçãoA énatural
igual anão 10. prefere
Observe nemque,A,apesar
nem B,depode-se
os A seremver facilmente
mais aptos quequeηros
(x)B=e x, os significando
B acabarem
que a proporção provável de indivíduos A na próxima geração é a mesma da geração atual.
extintos após cerca 6040gerações, por causa dos fatores aleatórios, às vezes o número de indivíduos A decresce de uma geração para
outra.O processo de Wright-Fisher faz parte de uma classe maior de processos estocásticos chamados cadeias de Markov. Da teoria
11
das cadeias
No casode Markov
neutro r =pode-se
1, quando provar que com
a seleção probabilidade
natural não prefere1,nem depois de um
A, nem B, tempo
pode-se aleatório, queAutores:
a população
ver facilmente ηrserá =Biomatemática
(x) toda x,do tipo A ou
significando
toda do tipo B. Diremos que haverá fixação do tipo A ou
que a proporção provável de indivíduos A na próxima geração é a mesma da geração atual. do tipo B.
Mesmo no caso 20 a fixação irá ocorrer com probabilidade 1. Este fenômeno é conhecido como deriva genética. Pode-se
neutro
O processo de Wright-Fisher faz parte de uma classe maior de processos estocásticos chamados cadeias de Markov. Da teoria
mostrar
das cadeiasque depara populações
Markov pode-se grandes,
provaroque tempo commédio de fixação1,nodepois
probabilidade caso neutro
de um serátempo substancialmente
aleatório, a populaçãomaior queseránotoda
casodonão-neutro.
tipo A ou
A ocorrência
toda do tipo B.
100
deDiremos
deriva genética
que haverá é umfixação
fenômeno do tipopoucoA ou intuitivo:
do tipo B. se nem o tipo A é100 privilegiado sobre o tipo B, nem o contrário,
por que um deles deverá 0 seraextinto?
80neutro No ocorrer
entanto,com o modelo matemático descreve esta 80situação e elacomo
é apontada
derivacomo a explicação
número de
número de
Mesmo no caso fixação irá probabilidade 1. Este fenômeno é conhecido genética. Pode-se
natural de grandes variações genéticas observadas em populações pequenas que ficam isoladas de uma população principal, por
tipo A
tipo A
(gerações)
mostrar que para populações maior que no caso
exemplo em ilhas. 60
A ocorrência de deriva genética é um fenômeno pouco intuitivo: se nem o tipo A é privilegiado sobre o tipo B, nem o contrário,
60
por A Fig.
que um8 deles
ilustra40 duas simulações
deverá ser extinto?do Noprocesso
entanto,de o modelo tempo
Wright-Fisher
matemático neutro em populações
descreve esta40 com 100
situação e elaindivíduos.
é apontadaEm comoambos os casos
a explicação
há inicialmente 50 indivíduos de tipo A e 50 de tipo B. No quadro da esquerda
natural de grandes variações genéticas observadas em populações pequenas que ficam isoladas de uma população principal, o tipo A foi fixado, enquanto no da direita, o tipo
por
fixado
exemplo foi
Figura 7:em
o B. 20 20
ilhas.de uma simulação do processo de Wright-Fisher em uma população de 100 indivíduos de tipo A. Supomos que
Gráfico
Uma
A Fig.referência
no tempo 8 ilustra
inicial há0razoavelmente
duas simulaçõesAelementar
10 indivíduos do r =sobre
processo
e que cadeias
ou seja, de
de Wright-Fisher
1.1, emMarkov neutro
média e em
os suas aplicações
populações
A têm 10% mais0 com em Biologia é meu
100 indivíduos.
descendentes que oslivro Nevesos(2014).
EmB.ambos casos
Também nesse livro encontram-se mais detalhes que os que daremos aqui sobre uma aplicação recente do processo de Wright-
há inicialmente 50 indivíduos 0 100
de tipo 200 A e 50 de300 tipo B. 400No quadro da esquerda o tipo A foi 0 fixado, 20 enquanto40 no60 80 o tipo
da direita,
Figura 8: Duas simulações do processo de Wright-Fisher neutro em populações com 100 indivíduos, sendo inicialmente 50 de tipo
A e 50 8:
Figura de Duas
tipo B.
simulações do processo de Wright-Fisher neutro em populações com 100 indivíduos, sendo inicialmente 50 de tipo
11
A e 50 de tipo B. Autores: Biomatemática
Em Neves e Moreira (2006), eu e Carlos H. C. Moreira, da UFMG, afirmávamos que os dados de DNA mitocondrial não eram
suficientes
Em Neves epara se afirmar
Moreira queeu
(2006), não teria havido
e Carlos H. C.mistura
Moreira, genética
da UFMG,com os Neandertais.
afirmávamos Outro
que pesquisador
os dados de DNAque trabalhava na
mitocondrial nãomesma
eram
linha era Maurizio
suficientes para 100 Serva da Università dell’Aquila, Itália.
se afirmar que não teria havido mistura genética com os Neandertais. 100
Outro pesquisador que trabalhava na mesma
linhaEmeraGreen et al Serva
Maurizio (2010)dafoiUniversità
publicadodell’Aquila,
um primeiroItália.
rascunho do DNA nuclear de um fóssil Neandertal e concluiu-se que cerca
80 80
número de
número de
de 1Ema 4% dos genes dos humanos atuais não-africanos
Green et al (2010) foi publicado um primeiro rascunho são de origem
do DNA Neandertal.
nuclear deTal
umartigo
fóssiljogou por terra
Neandertal a proposta radical
e concluiu-se da
que cerca
tipo A
tipo A
Teoria da Origem Única Africana e mudou o papel atribuído aos Neandertais na composição da humanidade atual. Além dos
de 1 a 4% dos genes
Neandertais,
60dos humanos
descobriu-se
atuais não-africanos são de origem Neandertal. Tal60
mais adiante que um outro atribuído
grupo menos
artigo jogou por terra a proposta radical da
Teoria da Origem Única Africana e mudou o papel aos conhecido,
NeandertaisosnaDenisovanos,
composiçãotambém participouatual.
da humanidade na composição
Além dos
genética dos 40
humanos
Neandertais, descobriu-se atuais.
mais adiante que um outro grupo menos conhecido, os Denisovanos, 40 também participou na composição
Em Neves e Serva atuais.
(2012), eu e Serva descrevemos um modelo para a mistura genética entre uma população de africanos
genética 20
dos humanos
anatomicamente modernos ancestrais dos humanos atuaisum e uma população 20 Usamos o processo de Wright-Fisher
Em Neves e Serva (2012), eu e Serva descrevemos modelo para ade Neandertais.
mistura genética entre uma população de africanos
neutro como um modelo
anatomicamente 0 paraancestrais
modernos a extinçãodos
doshumanos
Neandertais
atuais nesse
e umaencontro. Comdeeste
população 0 partindo
modelo,
Neandertais. Usamosdoopressuposto
processo dede neutralidade
Wright-Fisher
entre africanos e 0 para 100
Neandertais a extinção200
e do dado 300 400
experimental denesse encontro. Com este modelo,0partindo
que os humanos atuais não-africanos 20do pressuposto
possuem 40 60de neutralidade
entre 1 e de80genes de
Referências
Wikipedia (Acessado em 23/10/2019). Basic reproduction number. , URL https://en.wikipedia.org/wiki/Basic_
reproduction_number.
Green et al, R. E. (2010). A draft sequence of the Neandertal genome. Science, 328, 710–722.
Boyce, W. E., diPrima, R. C. (2015). Equações Diferneciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno, 10o edn. LTC.
Edelstein-Keshet, L. (2005). Mathematical Models in Biology. Society for Industrial and Applied Mathematics, Philadelphia, PA,
USA.
Neves, A. G. M. (2014). Aplicações biológicas de cadeias de Markov. III Colóquio de Matemática da Região Norte.
Neves, A. G. M., Moreira, C. H. C. (2006). Applications of the galton-watson process to human dna evolution and demography.
Physica A, 368, 132. Ci. e Nat., Santa Maria, v. 42, e55 p. 1-11, 2020