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Relógios nas Rochas: testemunhamos um impacto de meteorito tão grande quanto o que deixou a cratera
mostrada na Figura 1.7. Do contrário, devemos confiar no registro geológico: as infor-
mações preservadas nas rochas que sobreviveram à erosão e à subducção. Quase toda
Datando o Registro a crosta oceânica com mais de 200 milhões de anos sofreu subducção, mergulhando
de volta para o manto, então a maior parte da história terrestre está documentada
apenas nas rochas mais antigas dos continentes. Os geólogos podem reconstruir a
O
s filósofos vêm se debatendo com a noção de tempo ao longo da história humana,
somente conseguiam determinar se um evento era ante-
mas até épocas bem recentes, eles tinham muito poucos dados para limitar suas Reconstrução da história rior ou posterior a outro, ou seja, suas idades relativas.
especulações. A imensidão do tempo – o “tempo profundo”, medido em bilhões geológica usando o Eles podiam dizer, por exemplo, que as espinhas de peixe
de anos – foi uma grande descoberta geológica que mudou nosso pensamento sobre foram depositadas pela primeira vez em sedimentos ma-
como a Terra opera em termos de um sistema.
registro estratigráfico rinhos antes do aparecimento dos primeiros ossos de ma-
Os geólogos pioneiros como James Hutton e Charles Lyell levaram-nos a compreen- Os geólogos falam cuidadosamente sobre o tempo. Para míferos na terra, mas não sabiam precisar há quantos mi-
der que o planeta não era modelado por uma série de eventos catastróficos que ocorriam eles, a datação não se refere a uma atividade social popu- lhões de anos surgiram os primeiros peixes ou mamíferos.
lar, mas à mensuração da idade absoluta de um evento As primeiras observações geológicas pertencentes à
por meros milhares de anos, como muitos acreditavam. Em vez disso, o que vemos hoje
no registro geológico: o número de anos transcorridos questão do tempo profundo vieram em meados do século
é o produto de processos geológicos comuns operando por intervalos de tempo muito XVII, com o estudo dos fósseis. Um fóssil é um artefato de
desse evento até os dias atuais. Antes do século XX, nin-
maiores. Hutton enunciou seu entendimento na forma do princípio do uniformitarismo, guém sabia muito sobre idades absolutas; os geólogos vida preservada no registro geológico (Figura 8.2). Porém,
descrito no Capítulo 1. O conhecimento do tempo geológico ajudou Charles Darwin a
formular sua teoria da evolução, levando a muitas outras observações sobre o funciona-
mento do sistema Terra, do sistema solar e do universo como um todo.
Os processos geológicos ocorrem em escalas de tempo que variam de segundos
(impactos de meteoritos, explosões vulcânicas, terremotos) a dezenas de milhões de
anos (reciclagem da litosfera oceânica) e até bilhões de anos (evolução tectônica dos
continentes). Se formos cuidadosos o bastante, podemos mensurar as taxas de pro-
cessos de curto prazo, como erosão de praias ou variações sazonais no transporte de
sedimentos por rios, em alguns anos. A avaliação precisa pode monitorar os movi-
mentos lentos das geleiras (metros por ano) e, com o Sistema de Posicionamento Glo-
bal, podemos acompanhar os movimentos ainda mais lentos das placas litosféricas
(centímetros por ano). Documentos históricos podem fornecer certos tipos de dados
geológicos, como as datas dos principais terremotos ou erupções vulcânicas, de cen-
tenas ou, em alguns casos, milhares de anos atrás.
FIGURA 8.1 䊏 As duas fotografias do Meandro de Bowknot, no rio Green, no Estado de Utah
(EUA), foram tomadas em um intervalo de quase 100 anos e mostram que pouco mudou na
Trilobitas preservados como fósseis em rochas de cerca de 365 milhões de anos. Ontário, Canadá. [William configuração destas rochas e formações no transcurso desse tempo. [esquerda: E. O. Beaman/USGS;
E. Ferguson] direita: H. G. Stevens/USGS]
poucas pessoas que viveram na Europa do século XVII te- 1. O princípio da horizontalidade original estabelece
riam compreendido essa definição. A maioria acreditava que os sedimentos são depositados sob a influência
que as conchas e outras formas de vida encontradas em ro- da gravidade como camadas quase horizontais. A ob-
chas datavam dos primórdios da Terra – aproximadamente servação de uma grande variedade de ambientes de
6 mil anos atrás – ou cresciam lá de forma espontânea. sedimentação suporta essa generalização. Se encon-
Em 1667, o cientista dinamarquês Nicolaus Steno, tramos estratos dobrados ou inclinados, sabemos que
que trabalhava para a corte real em Florença, Itália, de- as camadas foram deformadas por esforços tectônicos
monstrou que as “língua de pedra” encontradas em certas depois de seus sedimentos terem sido depositados.
rochas sedimentares do Mediterrâneo eram basicamente 2. O princípio da superposição estipula que, em uma
idênticas aos dentes dos tubarões modernos (Figura 8.3). sequência não perturbada tectonicamente, cada ca-
Ele concluiu que as línguas de pedra realmente eram an- mada de rocha sedimentar é mais nova que aquela
tigos dentes de tubarão preservados nas rochas e, mais sotoposta e mais antiga que a sobreposta. Uma ca-
genericamente, que os fósseis eram os remanescentes de mada mais nova não pode se alojar embaixo de uma
uma vida antiga depositados nos sedimentos. Para con- camada que já foi depositada. Assim, os estratos po-
vencer as pessoas de suas ideias, Steno escreveu um livro dem ser ordenados verticalmente no tempo da cama-
curto, mas brilhante, sobre a geologia da Toscana, no qual da mais inferior (mais antiga) à mais superior (mais (a) (b) (c)
assentou a base para a ciência moderna da estratigrafia – nova), como mostra a Figura 8.4. Uma sequência cro- FIGURA 8.3 䊏 Nicolaus Steno foi o primeiro a demonstrar que os fósseis são remanescentes
o estudo de estratos (camadas) nas rochas. nologicamente ordenada de estratos é chamada de da vida antiga. (a) Um retrato de Nicolaus Steno (1638-1686). [Conservado no presbitério de Santana,
sucessão estratigráfica. Schwerin, Alemanha/ Wikimedia] (b) “Línguas de pedra” do tipo encontrado em rochas sedimentares
Princípios da estratigrafia na região mediterrânica, onde Steno trabalhou. [CORBIS RF/Alamy] (c) Este diagrama é do livro de
Podemos aplicar os princípios de Steno no campo Steno de 1667, demonstrando que as línguas de pedra são os dentes fossilizados de antigos
Os geólogos ainda usam os princípios propostos por Ste- para determinar se uma formação sedimentar é mais tubarões. [Wikipedia Commons]
no para interpretar os estratos sedimentares. Duas de antiga do que outra. Depois, juntando as peças das for-
suas regras básicas são tão simples que parecem óbvias mações mostradas em diferentes exposições, podemos
hoje em dia: classificá-las em ordem cronológica e, com isso, cons- truir a sucessão estratigráfica de uma região – pelo me- cia de lamitos, digamos, na Toscana, era mais antiga, mais
nos em princípio. nova ou tinha a mesma idade de uma sequência seme-
Na prática, havia dois problemas com essa estratégia. lhante na Inglaterra. Era necessário expandir as ideias de
Em primeiro lugar, os geólogos quase sempre encontra- Steno sobre a origem biológica dos fósseis para solucionar
vam lacunas na sucessão estratigráfica de uma região, in- esses problemas.
dicando intervalos de tempo que passaram inteiramente
sem registro. Alguns desses intervalos eram curtos, como
períodos de seca entre inundações; outros duravam mi-
Os fósseis como marcadores
lhões de anos – por exemplo, períodos de soerguimento do tempo geológico
tectônico regional quando sequências espessas de rochas Em 1793, William Smith, um agrimensor que trabalhava
sedimentares eram removidas por erosão. Segundo, era na construção de canais no sul da Inglaterra, reconheceu
difícil determinar as idades relativas das duas formações que os fósseis poderiam ajudar os geólogos a determinar
que estavam amplamente separadas no espaço; a estrati- as idades relativas das rochas sedimentares. Smith era
grafia por si só não conseguia determinar se uma sequên- fascinado pela variedade de fósseis, coletando-os nos es-
Sedimentação
em um lago ou mar
Mais novo
Mais antigo
(a) (b)
(a) (b)
FIGURA 8.4 䊏 Os princípios de Steno guiam o estudo dos estratos sedimentares. (a) Os sedi-
FIGURA 8.2 䊏 Fósseis são traços de organismos vivos preservados no registro geológico. (a) mentos são depositados em camadas horizontais e lentamente transformados em rochas sedi-
Fósseis de amonite, exemplos antigos de um grande grupo de organismos invertebrados que mentares. Se não houver perturbação por processos tectônicos, as camadas mais novas perma-
estão agora, em grande parte, extintos. Seu único representante no mundo atual é o náutilo, necem no topo, e as mais antigas, na base. (b) O Cânion Marble, um braço do Grand Canyon,
cuja concha tem várias câmaras internas. (b) Floresta petrificada, Arizona (EUA). Estes troncos foi escavado pelo rio Colorado na região onde hoje se situa o norte do Arizona (EUA), revelando
têm milhões de anos. Seu lenho foi completamente substituído por sílica, a qual preservou to- esses estratos não perturbados, que registram milhões de anos de história geológica. [Fletcher and
dos os detalhes da forma original. [(a) Chip Clark; (b) Tom Bean] Baylis/Photo Researchers]
tratos expostos ao longo de cortes no canal. Ele observou ele resumiu a pesquisa de toda sua vida na publicação do coletou muitos fósseis incomuns em sua famosa viagem a
que diferentes camadas tinham diferentes tipos de fósseis Mapa Geral dos Estratos da Inglaterra e País de Gales, uma bordo do Beagle (1831-1836). Durante sua volta ao mundo,
e foi capaz de posicionar cada camada a partir da outra obra-prima colorida à mão, com 2,5 metros de altura e ele também teve oportunidade de observar uma imensa
pelas características dos fósseis que continham. Ele esta- quase 2 metros de largura – o primeiro mapa geológico de variedade de espécies animais e vegetais nada familiares
beleceu uma ordem geral para a sequência de fósseis e um país inteiro. O original ainda está pendurado em uma em seus hábitats naturais. Darwin ponderou sobre o que
estratos, desde a camada mais inferior (mais antiga) até sala da Sociedade Geológica de Londres. havia visto até 1859, quando propôs sua teoria da evolu- D
a mais superior (mais nova). Independentemente de sua Os geólogos que seguiram os passos de Steno e Smith ção por seleção natural. Sua teoria revolucionou a ciência C
localização, Smith podia predizer a posição estratigráfica descreveram e catalogaram centenas de fósseis e suas rela- da biologia e forneceu um seguro arcabouço teórico para B
de qualquer camada individual, ou conjunto de camadas, ções com os organismos modernos, estabelecendo a nova a Paleontologia: se os organismos evoluem progressiva- A
de qualquer afloramento do sul da Inglaterra apenas com ciência da Paleontologia: o estudo da história de antigas for- mente com o tempo, então os fósseis em cada camada
base na associação de fósseis que continham. Essa ordem mas de vida. Os fósseis mais comuns foram as conchas de sedimentar devem representar os organismos que viviam TEMPO 1
estratigráfica de fósseis de espécies animais (fauna) pro- invertebrados. Alguns eram semelhantes a mariscos, ostras quando essa camada foi depositada. Os sedimentos acumulam-se,
duz uma sequência conhecida como sucessão faunística. e outras conchas vivas; outros representavam espécies es- sob o mar, nas camadas A-D.
O princípio de sucessão faunística de Smith afirma tranhas sem exemplos vivos, como os trilobitas mostrados
que os estratos sedimentares em um afloramento contêm na foto de abertura do capítulo. Menos comuns eram os Discordâncias: lacunas no
fósseis em uma sequência definida. A mesma sequência ossos de vertebrados, como mamíferos, aves e os enormes registro geológico
pode ser encontrada em afloramentos em outras locali- répteis extintos aos quais chamavam de dinossauros. Fo-
Ao compilar a sucessão estratigráfica de uma região, os
zações, de forma que os estratos de um local podem ser ram encontradas plantas fósseis abundantes em algumas D
correlacionados com os de outro. rochas, particularmente em camadas de carvão, onde fo- geólogos frequentemente encontram lugares no registro
C
Usando sucessões faunísticas, Smith conseguiu iden- lhas, brotos, ramos e mesmo troncos inteiros de árvores geológico onde está faltando uma formação. Nenhuma
B
tificar as formações de idades similares encontradas em podem ser reconhecidos. Os fósseis não foram encontra- rocha foi depositada ou ela sofreu erosão antes que os
próximos estratos fossem depositados. A superfície entre TEMPO 2 A
diferentes afloramentos. Pela observação da ordem verti- dos em rochas ígneas intrusivas, o que não surpreende,
cal em que as formações eram encontradas em cada lugar, porque qualquer material biológico seria perdido na fusão duas camadas que foram depositadas com um intervalo Posteriormente, as forças
de tempo entre elas – o limite ao longo do qual as duas tectônicas causam o soergui-
compilou uma sucessão estratigráfica composta para toda quente. Também não havia fósseis em rochas metamórficas mento das camadas acima do
a região. Sua série composta mostrava como a sucessão de alto grau, pois quaisquer remanescentes de organismos formações existentes encontram-se – é chamada de dis- nível do mar, expondo-as à Soerguimento
completa seria observável se as formações dos diferentes encontram-se quase sempre tão transformados e deforma- cordância (Figura 8.6). A sequência sedimentar é uma série erosão.
níveis de todos os afloramentos pudessem ser vistas reu- dos que dificilmente podem ser reconhecidos. de camadas delimitadas acima e abaixo por discordâncias.
nidas em um único perfil. A Figura 8.5 mostra tal compo- No início do século XIX, a Paleontologia havia se tor- Uma discordância, assim como uma sequência sedimen-
sição para uma série de duas formações. nado a mais importante fonte de informação sobre a his- tar, representa a passagem do tempo.
Smith monitorava seu trabalho mapeando aflora- tória geológica. Contudo, o estudo sistemático dos fósseis Uma discordância pode implicar que forças tectôni-
mentos com cores atribuídas a formações específicas, afetou a ciência muito além da Geologia. Charles Darwin cas soergueram a rocha acima do nível do mar, onde a C
inventando o mapa geológico (ver Figura 7.4). Em 1815, estudou Paleontologia quando era um jovem cientista e erosão removeu algumas camadas rochosas. Alternativa- B
mente, a discordância pode ter sido produzida pela erosão A
de uma rocha recém-exposta, enquanto o nível do mar TEMPO 3
descia. Como veremos no Capítulo 21, o nível do mar A erosão remove a camada
1 Os fósseis encontrados em algumas camadas pode baixar em centenas de metros durante as idades do D e parte da C, deixando uma
rochosas no afloramento A são os mesmos superfície irregular de morros
daqueles encontrados em algumas camadas
gelo, devido à retirada de água dos oceanos para formar
e vales.
do afloramento B, mais distante. os mantos de gelo continental.
Afloramento A
As discordâncias são classificadas de acordo com as
Afloramento B Sucessão estratigráfica
relações entre o pacote superior e o inferior de camadas.
Uma discordância em que o conjunto superior de cama-
Rochas mais novas das assenta-se em uma superfície erosiva desenvolvida
I sobre um pacote de camadas não deformado e ainda E
I disposto na posição horizontal é chamada de desconfor-
II C
midade (ver Figura 8.6). Quedas no nível do mar e amplos
TEMPO 4 B
II soerguimentos tectônicos geralmente criam desconfor- Com a subsidência da A
2 Camadas com os mesmos midades. Uma discordância em que o pacote superior de região, o nível do mar sobe,
fósseis são de mesma idade. camadas recobre rochas metamórficas ou ígneas intrusi- permitindo que uma nova
II 1 camada, E, se deposite sobre
III vas é uma não conformidade (veja um exemplo no Jornal
a C. A superfície irregular no Subsidência
da Terra 8.1, páginas 208-209). Uma discordância em que topo de C é preservada como
o pacote superior de camadas sobrepõe-se a um inferior uma discordância. Discordância
cujas camadas foram dobradas por processos tectônicos e,
III
depois, sofreram erosão em uma superfície mais ou me- FIGURA 8.6 䊏 Uma discordância é uma superfície entre
Rochas mais antigas nos plana é denominada discordância angular. Em uma duas camadas rochosas que representa uma camada nunca
discordância angular, os planos de acamamento dos dois formada ou que sofreu erosão. O tipo de discordância repre-
pacotes de camadas não são paralelos. A Figura 8.7 repre- sentado aqui, criado por meio de soerguimento e erosão,
3 Uma composição dos dois afloramentos senta uma impressionante discordância angular encon- seguidos de subsidência e outro ciclo de sedimentação so-
poderia mostrar as formações I e II trada no Grand Canyon. A Figura 8.8 ilustra os processos bre o topo de uma superfície não deformada, é chamado de
FIGURA 8.5 䊏 O princípio de sucessão faunística pode ser usado para correlacionar
sobrepondo-se à formação III.
formações rochosas em diferentes afloramentos. pelos quais uma discordância angular pode se formar. desconformidade.
F
Arenito contendo fósseis continentais
Os geólogos usam seções transversais E
com base em mapas de campo para
entender as características dos estratos
D Discordância angular E Jornal da Terra
e das relações entre eles. C
Arenitos, calcários e folhelhos O próximo pacote de estratos, em direção ao topo da pa-
A contendo fósseis marinhos
8.1 Estratigrafia do Planalto do Colorado:
B rede do cânion, é o Grupo Supai (Carbonífero e Permiano), que
um exercício de datação relativa
Discordância C
reúne formações que contêm fósseis de vegetação terrestre,
Intrusão granítica
Os estratos expostos no Grand Canyon e em outras partes do como aqueles encontrados em camadas de carvão na América
Rochas sedimentares Planalto do Colorado podem ser usados para ilustrar como do Norte e em outros continentes. Sobrepondo-se ao Grupo
metamorfizadas e deformadas funciona a datação relativa. Essas camadas registram uma Supai, está o Hermit, um folhelho arenítico vermelho.
longa história de sedimentação em uma variedade de am- Continuando em direção ao topo, encontramos outro
bientes, algumas vezes continentais e, outras, marinhos. Pela depósito continental, o Arenito Coconino, o qual contém
correlação de formações rochosas expostas em diferentes rastros de animais vertebrados. Os rastros desses animais
localidades, os geólogos construíram uma sucessão estra- sugerem que o Coconino foi formado em um ambiente ter-
6 Durante um período de compressão tigráfica de um intervalo de mais de 1 bilhão de anos, que restre durante o Período Permiano. No topo dos penhascos
tectônica, as novas camadas abrange as eras Paleozoica e Mesozoica.
1 Camadas sedimentares na borda do cânion, estão mais duas formações de idade
marinhas são basculadas e
são depositadas em
soerguidas, iniciando o processo As rochas expostas mais basais e, portanto, as mais an- permiana: a Toroweap, constituída predominantemente de
um leito plano e horizontal. tigas do Grand Canyon são as rochas ígneas e metamórficas
de erosão. calcário, sobreposta pela Kaibab, uma camada maciça de cal-
A escuras do Grupo Vishnu, um grupo de formações com idade cário arenoso contendo sílex. Essas duas formações registram
de cerca de 1,8 bilhão de anos. a subsidência da região sob o nível do mar e a deposição de
Camadas
sedimentares Sobrepostas ao Grupo Vishnu, e mais novas, portanto, es- sedimentos marinhos.
D tão as Camadas Grand Canyon. Embora essas rochas sedimen- Acima do calcário Kaibab e da própria borda do cânion,
C tares contenham fósseis de microrganismos unicelulares que mas exposta no Parque Nacional Grand Canyon, está a forma-
2 A deformação e o meta- A oferecem evidências de vida anterior, elas não contêm os fósseis
morfismo das camadas ção Moenkopi, um arenito vermelho do Período Triássico – a
sedimentares ocorrem B de conchas distintivos do Cambriano e de períodos posteriores primeira aparição de rochas da Era Mesozoica nessa sucessão
durante o soerguimento e Camadas e, por essa razão, são classificadas como rochas pré-cambrianas. estratigráfica.
a compressão tectônicos. Basculamento
sedimentares Uma não conformidade separa as camadas do Grupo A sucessão de estratos no Grand Canyon, embora pito-
com fósseis Vishnu e as do Grand Canyon, representando um período de
A
marinhos resca e instrutiva, representa uma imagem incompleta da his-
deformação estrutural que acompanhou o metamorfismo tória da Terra. Períodos mais novos do tempo geológico não
3 A intrusão de magma
líquido corta as camadas 7 A erosão aplaina as desse grupo e, depois, de erosão, antes da deposição das ca- estão preservados, e devemos nos deslocar para lugares em
B camadas basculadas.
sedimentares previamente madas mais novas. A inclinação das Camadas Grand Canyon, Utah, nos parques nacionais dos cânions Zion e Bryce, para
deformadas. formando um ângulo em relação à posição horizontal de completar os últimos eventos dessa história. Em Zion, encon-
quando foram geradas, mostra que elas também foram do- tramos as unidades equivalentes de Kaibab e Moenkopi, que
bradas depois da deposição e do soterramento. nos permitem estabelecer uma correlação com a região do
C E Uma discordância angular separa as Camadas Grand
D Grand Canyon e encadear a história dessas regiões. Diferen-
4 Uma superfície de Canyon das camadas horizontais sobrepostas do Arenito Ta-
erosão desenvolve-se nas C temente da área do Grand Canyon, entretanto, as rochas em
camadas deformadas. A peats (ver Figura 8.7). Essa discordância indica um longo perí- Zion estendem-se, em direção ao topo, até o tempo jurássico,
B odo de erosão depois do basculamento das rochas inferiores. incluindo dunas arenosas antigas representadas pelos are-
A O Arenito Tapeats e o Folhelho Bright Angel podem ser data- nitos da Formação Navajo. No Cânion Bryce, a leste de Zion,
dos como do Cambriano pelos seus fósseis, muitos dos quais encontra-se novamente o arenito Navajo, assim como os es-
B são de trilobitas. tratos que se empilham em direção ao topo até a formação
8 Finalmente, a deposição de sedimentos arenosos sobre Sobreposto ao Folhelho Bright Angel está um grupo de Wasatch, de idade terciária.
a discordância angular ocorre em um ambiente formações horizontais de calcário e folhelho (Calcário Muav, A correlação dos estratos dessas três áreas do Planalto do
continental – evidenciado pelos fósseis Calcário Temple Butte e Calcário Redwall) que representam Colorado mostra como as sequências de lugares bastante se-
continentais. cerca de 200 milhões de anos, desde o final do Período Cam- parados – cada qual com um registro incompleto do tempo
briano até o Período Carbonífero. Existe um lapso de tempo geológico – podem ser empilhadas para construir um regis-
5 Novas camadas de sedimentos
marinhos formam-se na muito longo representado pelas discordâncias dessa sequên- tro composto da história da Terra.
superfície de erosão durante cia, sendo que os estratos das rochas materializam realmente
a subsidência sob o nível do
Discordância menos de 40% do Paleozoico (ver Exercício 4).
mar, resultando em uma D E D
C angular F
discordância.
Camadas sedimentares C
A com fósseis continentais A
Discordância B Sucessão estratigráfica do Planalto do Colorado, reconstruída a
B
partir de estratos expostos no Grand Canyon, no Cânion Zion e
no Cânion Bryce. [Grand Canyon: John Wang/Photo Disc/Getty Images; Câ-
nion Zion: David Muench/CORBIS; Cânion Bryce: Tim Davis/Photo Researchers]
Tempo
Terciário Fm Wasatch
Extinção em massa
Extinção em massa
Extinção em massa
Extinção em massa
Extinção em massa
Ordiviciano
Cambriano
Fm Kaiparowits
Devoniano
Carbonífero
Permiano
Jurássico
Neógeno
Siluriano
Cretáceo
Terciário
Triássico
Ar Wahweap PERÍODO
Cretáceo Ar Straight Cliffs
Folhelho Tropic
Ar Dakota
Parque Nacional Zion
Pleistoceno
Paleoceno
Oligoceno
Holoceno
Fm Winsor
Mioceno
Plioceno
Eoceno
ÉPOCA
Ar Curtis
Jurássico Ar Entrada
Fm Carmel Fm Carmel
Fm Kayenta
Ar Wingate
Rochas mais antigas não expostas
Triássico Fm Chinle
Fm Moenkopi
Fm Moenkopi
Cc Kaibab Cc Kaibab
Rochas mais antigas não expostas
FIGURA 8.11 䊏 A escala de tempo geológico, mostrando eras, períodos e épocas, diferencia-
Permiano Fm Toroweap
Parque Nacional do Cânion Bryce dos por assembleias de fósseis. Os limites desses intervalos são marcados pelo desaparecimento
Ar Coconino abrupto de algumas formas de vida e o surgimento de novas formas. As cinco extinções em
Folhelho Hermit
massa mais dramáticas estão indicadas. Note que este diagrama mostra apenas as idades rela-
Fm Supai tivas dos intervalos.
Carbonífero
Cc Redwall Fm = Formação
Ar = Arenito
Devoniano Cc Temple Butte
Cc = Calcário
Fm Moav
Cambriano
Folhelho Bright Angel descobriram. A teoria da evolução de Darwin explicava eras, períodos e épocas. Estimativas do tempo necessário
Ar Tapeat
como as novas espécies conseguiam evoluir, mas o que para haver erosão de montanhas e acúmulo de sedimentos
Ca
Rio Colo-
havia causado as extinções em massa? sugeriram que a maior parte dos períodos geológicos havia
m
rado
ad
as
Em alguns casos, pensamos ter a resposta. A extinção durado milhões de anos, mas os geólogos do século XIX
do
Pré-Cambriano
Gr
em massa no final do Período Cretáceo, que dizimou 75% não sabiam se a duração de qualquer período específico era
an
Xisto
d
Ca
Vishnu das espécies vivas, inclusive todos os dinossauros, foi quase de 10 ou 100 milhões de anos ou mesmo mais do que isso.
ny
on
com certeza o resultado do impacto de um grande mete- Eles não sabiam que a escala de tempo geológico es-
Localização da secção (abaixo) orito que escureceu e envenenou a atmosfera e imergiu a tava incompleta. O período mais recente da história geo-
Parque Parque Terra em muitos anos de clima extremamente frio. Esse de- lógica registrado por sucessões faunísticas era o Cambria-
B no, quando a vida animal, na forma de fósseis de conchas,
Nacional C Nacional sastre marcou o fim da Era Mesozoica e o início da Ceno-
Zion do Cânion zoica. Em outros casos, ainda não temos certeza. A maior apareceu subitamente no registro geológico. No entanto,
Nevada
A C A escala do tempo geológico, baseada em estratigrafia e corretos) para deduzir uma idade máxima menor do que
em sucessões faunísticas, é relativa. Com ela, os geólogos 100 milhões de anos, mas a maioria dos geólogos consi-
podem dizer se uma formação ou assembleia de fósseis é derava essa idade recente demais, embora não houvesse
mais antiga que outra, mas não a duração real, em anos, de dados precisos para respaldá-los.
Um elemento útil para a datação isotópica é o rubí- práticos: formações rochosas na busca de minerais e grão em T = 0, então o número de átomos-filho aumen-
dio, que tem 37 prótons e dois isótopos de ocorrência na- petróleo; amostras de água para entender a circulação taria para 500 100 = 600 após uma meia-vida; para
tural: o rubídio-85, que tem 48 nêutrons e é estável, e o oceânica; núcleos de gelo para criar gráficos de variações 750 100 = 850 após duas meias-vidas; e para 875
rubídio-87, que tem 50 nêutrons e é radioativo. Um nêu- 1/2 climáticas; e até bolhas de ar presas em rochas e no gelo 100 = 975 após três meias-vidas. Portanto, a expressão
tron no núcleo de um átomo de rubídio-87 pode ejetar para medir mudanças na composição da atmosfera. Por- geral para o número total de átomos-filho é:
um elétron de forma espontânea, assim transformando- tanto, vale a pena entender em maior detalhe como os
-se em próton, que permanece no núcleo. O isótopo-pai 1/4 geólogos realmente determinam as idades de materiais número de filhos = (2T 1) número de pais
rubídio-87, então, forma um isótopo-filho estável, o es- 1/8 usando isótopos. remanescentes número de filhos iniciais
trôncio-87, com 38 prótons e 49 nêutrons (Figura 8.12). 1/16 1/32 Considere um grão de mineral que se formou no tem- Talvez você tenha notado que esta é uma equação para
Um isótopo-pai forma um isótopo-filho por decaimen- 0 po T = 0 e contém uma determinada quantidade de isó- linha reta com inclinação de (2T 1) e intercepção igual
0 1 2 3 4 5
to a uma taxa constante. As taxas de decaimento radioati- topo-pai, digamos, 1.000 átomos. Se medirmos a idade do ao número inicial de átomos-filho, conforme ilustrado
Tempo, em meias-vidas
vo são estabelecidas em termos da meia-vida de um ele- grão de mineral nas meias-vidas do isótopo-pai, a quanti- na parte (a) da ilustração.
dade deixada em qualquer idade T será 1.000 1/2 . Em
T
mento – o tempo requerido para que a metade do número FIGURA 8.13 䊏 O número de átomos de um isótopo radioati- Embora seja possível mensurar apenas a quanti-
inicial de átomos transforme-se em átomos-filho. No final vo em qualquer mineral declina numa taxa precisa ao longo do outras palavras, em uma meia-vida, ou seja, quando T = dade total do isótopo-filho, podemos, com frequência,
do período da primeira meia-vida, a metade do número de tempo. Essa taxa de decaimento é estabelecida pela meia-vida 1, a quantidade inicial do isótopo-pai será reduzida para inferir a quantidade inicial de outro isótopo do mesmo
2
átomos-pais ainda permanece. No final do período da se- do isótopo. 1/21 = 1/2 (500 átomos); em duas meias-vidas, para 1/2 = elemento. Por exemplo, o estrôncio-87 é criado pelo
(a) Como os isótopos pai e filho evoluem ao longo do tempo decaimento do rubídio-87 (ver Figura 8.12), mas outro Usando uma calculadora científica (provavelmente seu carbono-14) para comparar a razão na atmosfera quando
isótopo, o estrôncio-86, não é produzido por decaimen- computador tem uma), descobrimos que log(1,067) = o vegetal morreu. Essa razão pode ser estimada a partir das
975 filhos to radioativo e não é, em si, radioativo. Desta forma, se 0,0282 e log(2) = 0,301, o que resulta em idades do carbono-14 calibradas com a utilização de ou-
125 pais
um grão mineral permanecer um sistema fechado após tras medidas de tempo absoluto, como a dendrocronologia
1000 850 filhos a cristalização, o número de átomos de estrôncio-86 não (contagem dos anéis de árvores).
T=3
900
250 pais será alterado com a idade. O truque é dividir a relação Um dos métodos mais precisos de datação para ro-
T=2 entre filhos e pais pela quantidade de estrôncio-86: A multiplicação do número de meias-vidas pela meia- chas antigas baseia-se no decaimento de dois isótopos
800 -vida do rubídio-87, 49 bilhões de anos (ver Quadro relacionados: o decaimento do urânio-238 para chum-
Número de átomos-filho
600 filhos
700 500 pais 8.1), gera uma idade do meteorito de bo-206 e o decaimento do urânio-235 para chumbo-207.
600 0,094 49 bilhões de anos = 4,59 bilhões de anos Isótopos do mesmo elemento comportam-se de modo
T=1
semelhante nas reações químicas que alteram as rochas
–1
500 T
2 O erro dessa estimativa é de aproximadamente 0,07 bi- porque a química de um elemento depende basicamente
=
400 çã
o Te 100 filhos lhão de anos, então é consistente com a idade de 4,56 de seu número atômico, e não de sua massa atômica. Po-
na m 1000 pais
cli
po bilhões de anos obtida pela primeira vez para a Terra por rém, os dois isótopos de urânio têm meias-vidas diferen-
300 In Patterson em 1956.
Diferentes grãos minerais em uma rocha serão tes, o que significa que, juntos, oferecem uma verificação
200
cristalizados com quantidades iniciais diferentes de es- PROBLEMA EXTRA: Quando representadas em um dia- de consistência que auxilia os geólogos a compensar os
100 Número inicial de átomos-filho = 100 T=0 trôncio e rubídio. No entanto, como os dois isótopos de grama como a parte (b) da figura, as razões dos isótopos problemas do intemperismo, da contaminação e do me-
estrôncio comportam-se de modo similar nas reações de rubídio e estrôncio de diversos grãos minerais cole- tamorfismo discutidos anteriormente. Os espectrômetros
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 químicas que ocorrem antes da cristalização, a razão tados da mesma rocha estão sobre uma linha com incli- de massa modernos são tão precisos que os isótopos de
Número de átomos-pai restantes entre estrôncio-87 e estrôncio-86 na cristalização será a nação de 0,0143. Presumindo que esses grãos minerais chumbo de um único cristal de zircão – silicato de zircônio,
mesma para todos os grãos na mesma rocha. Portanto, foram sistemas fechados desde sua cristalização, calcule um mineral crustal com concentração relativamente alta
encaixando uma linha aos dados de diversos grãos mi- a idade da rocha. Dica: log(1,0143) = 0,00617. de urânio – podem ser usados para datar as rochas mais
(b) Datação do meteorito Juvinas nerais, podemos determinar a razão inicial entre estrôn- antigas na Terra com um erro menor do que 1%.
cio-87 e estrôncio-86, bem como a idade T.
0,706
Na parte (b) da figura, aplicamos esse método às
medidas de estrôncio e rubídio de um famoso meteorito Métodos de datação isotópica A escala do tempo geológico:
0,705 pétreo, chamado de Juvinas, que caiu no sul da França
Vidro em 1821. Acredita-se que o meteorito Juvinas, que é se- A datação isotópica é possível somente se uma quanti- idades absolutas
Estrôncio-87/Estrôncio-86
0,704
7 melhante ao mostrado na Figura 1.10a, tenha vindo de dade mensurável de átomos-pais e filhos permanecer na
,06 rocha. Por exemplo, se a rocha é muito antiga e a taxa de Armados com técnicas de datação isotópica, os geólogos
0,703 =0 um corpo planetário formado ao mesmo tempo em que
T –1 decaimento muito rápida, quase todos os átomos-pais já do século XX conseguiram definir com exatidão as idades
2 a Terra, mas que foi subsequentemente destruído por
0,702 ã o= foram transformados. Nesse caso, poderíamos concluir absolutas dos principais eventos sobre os quais seus an-
na
ç colisões planetárias (ver Capítulo 9). Usando medidas
li que a pilha do relógio isotópico acabou, mas não sabe- tecessores haviam baseado a escala do tempo geológico.
Inc com espectrômetro de massa de quatro amostras, po-
0,701 ríamos dizer há quanto tempo ele parou. Assim, aqueles Mais importante ainda, puderam explorar a história inicial
demos criar um gráfico das razões entre o estrôncio-87
Quartzo e o estrôncio-86 e entre o rubídio-87 e o estrôncio-86 que decaem lentamente durante bilhões de anos, como do planeta registrada nas rochas pré-cambrianas. A Figura
0,700
ao longo de uma linha cuja intercepção dá uma razão o rubídio-87, são utilizados para medir a idade de rochas 8.14 apresenta os resultados desse esforço de um século
Piroxênio
0,699 Taxa inicial = 0,699 inicial entre estrôncio-87 e estrôncio-86 de 0,699. Essa antigas, enquanto os que decaem rapidamente, como o de duração.
Plagioclásio carbono-14, são úteis para determinar as idades de rochas A atribuição de idades absolutas à escala do tempo
0,698 linha é uma isócrona (um local de mesmo tempo) com
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 inclinação de 0,067. muito novas (ver Quadro 8.1). geológico revela enormes diferenças nos intervalos de
Rubídio-87/ Estrôncio-86 Para solucionar T, começamos com O carbono-14, que tem uma meia-vida em torno de tempo dos períodos geológicos. O Período Cretáceo (que
5.700 anos, é especialmente importante para datar ossos abrange 80 milhões de anos) é três vezes maior do que o
(2 1) 0,067
T
fósseis, conchas, madeira e outros materiais orgânicos em Período Quaternário (apenas 23 milhões de anos), e a Era
Vidro sedimentos muito novos com algumas dezenas de milha-
Meteorito Juvinas Adicionando 1 e obtendo logaritmos de base 10 nos dois Paleozoica (291 milhões de anos) durou mais tempo do
lados dessa equação, temos res de anos. O carbono é um elemento essencial nas células que as eras Mesozoica e Cenozoica juntas. A maior sur-
Quartzo vivas de todos os organismos. Quando os vegetais verdes presa é o Pré-Cambriano, que teve duração de mais de
T log(2) log(1,067) crescem, eles continuamente incorporam carbono em seus 4.000 milhões de anos – quase nove décimos da histó-
ou tecidos a partir do dióxido de carbono da atmosfera. Porém, ria terrestre!
quando um vegetal morre, ele para de absorver dióxido de
carbono. No momento da morte, a quantidade de carbo-
Piroxênio no-14 em relação aos isótopos estáveis de carbono-12 no Éons: os maiores intervalos
Plagioclásio
vegetal é idêntica àquela da atmosfera. Entretanto, a quan- do tempo geológico
tidade decresce à medida que o carbono-14 no tecido mor-
Para representar a rica história do Pré-Cambriano, foi
(a) O número de átomos-pai em um grão mineral diminui, e o número de átomos-filho aumenta to se desintegra. O nitrogênio-14, que é o isótopo-filho do
introduzida uma divisão da escala do tempo geológico
durante o decaimento radioativo. Conforme o grão mineral envelhece, sua representação nes- carbono-14, é gasoso e, assim, abandona o sedimento, de
maior do que a era, chamada de éon. Quatro éons, com
te gráfico move-se continuamente para cima e para a esquerda, ao longo da linha vermelha. modo que não pode ser medido para determinar o tempo
base nas idades isotópicas de rochas e meteoritos terres-
Os pontos representam 0, 1, 2 e 3 meias-vidas. (b) Um gráfico das razões entre estrôncio-87 e transcorrido desde que o vegetal morreu. Contudo, pode-
tres, são agora reconhecidos.
estrôncio-86 versus rubídio-87 e estrôncio-86 para o meteorito Juvinas. Os dados são obtidos a mos estimar a idade absoluta do material vegetal extrapo-
partir de medidas com espectrômetro de massa de diferentes minerais do meteorito. [Dados de C. lando a razão entre o carbono-14 e o carbono-12 medida ÉON HADEANO O éon mais antigo, cujo nome deriva de
2
Allègre et al., Science 187 (1975): 436. Foto de Martin Prinz, American Museum of Natural History] no material voltando no tempo (usando a meia-vida do Hades (a palavra grega para “inferno”), começou com a
ÉON FANEROZOICO
ERA CENOZOICA
Terciário Quaternário
60 50 40 30 20 10 5