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Universidade Lusíada Norte – Vila Nova de Famalicão

FAA – Faculdade de arquitetura e artes

U.C: História da Arquitetura


Regente: Prof. Doutora Assução Lemos

Ludwig Mies Van Der Rohe

Casa Lemke, Berlim, Alemanha

Mariana Costa
Arquitetura – 3º ano, 03 de novembro de 2022
Índice
Introdução …………………………………………………………………………………………………………………………. 3
Ludwig Mies Van Der Rohe …………………………………………………………………………………………. 4
Casa Lemke, Berlim, Alemanha ……………………………………………………………………………………
Introdução
Neste trabalho irei inicialmente falar de Ludwing Mies Van Der Rohe, abornando o seu percuso ao longo
da sua carreira e retratar algumas das sua obras, essenciais para entender a grandiosidade de Mies Van
Der Rohe.
Por fim irei abordar a casa de Lemke, em Berlim na Alemanha, projectada por Mies Van Der Rohe.
Ludwig Mies Van Der Rohe
Ludwing Mies Van Der Rohe nasceu a 27 de março de 1886
em Aachem, na Alemanha.
Inicialmente este trabalhou na empresa de esculturas de pedra
do pai, mas, entretanto, em 1905 mudou-se para Berlim onde
começou a trabalhar com o designer de interiores Bruno Paul.
Três anos depois, acabou por ingressar no estúdio de Peter
Behrens, um arquiteto e designer alemão, do qual acabou por
se tornar num discípulo e onde conheceu Le Corbusier e
Walter Gropius. Aqui permaneceu até 1912 e acabou assim por
entrar em contacto com as teorias de design em voga, e abriu
o seu próprio escritório de arquitetura.
Apesar de não ter graduação académica formal, o seu talento
rapidamente foi reconhecido e assim começaram as
encomendas. No início começou por projetar casas para
clientes de classes baixas. O estilo medieval da tradição alemã
era notório, demonstrando influências do mestre do
neoclassicismo prussiano do início do século XIX, Karl
Friedrich Schinkel, de quem admirava as grandes proporções e
volumes complexos e radiais, mas ao mesmo tempo tentava
controlar as novas possibilidades estruturais que decorriam do
avanço da tecnológica e se libertava dos tique ecléticos e
desordenados do classicismo, bastante próprios na passagem do Fig.1 – Ludwing Mies Van Der Rohe
século XIX para o século XX.Após a Primeira Guerra Mundial, Mies começou a afastar-se dos estilos
tradicionais e passou a receber influências do neoplasticismo e do construtivismo russo, e dele surge o
espirito modernista, em busca de um novo estilo arquitetónico para a era industrial.
Este abandonou por completo a dependência de
qualquer ornamentação e em 1921 projetou um
impressionante arranha-céus de vidro e metal, e
posteriormente surgiram uma série de projetos
pioneiros que culminaram no Pavilhão Alemão
na Feira Universal de Barcelona, com uma
estrutura temporária para a exposição de 1929,
este é o seu projeto mais famoso dessa época,
com uma estrutura pesada, suportada por uns
pilares delgados metálicos e baseada em planos
verticais e horizontais. Infelizmente, após a
exposição o pavilhão foi demolido, mas este foi
de tal modo importante que foi de novo
construído em 1990, como forma de
homenagear Mies Van Der Rohe e como um
símbolo distinto do modernismo.
Já familiarizado com as novas tendências da Fig.2 – Pavilhão Alemão na -feira Universal de Barcelona
arquitetura, Mies Van Der Rohe é convidado a dar aulas na escola vanguardista de arquitetura Bauhaus,
fundada pelo seu colega Walter Gropius. A famosa e particularmente popular “cadeira Barcelona” é uma
das várias peças de mobiliário onde foram aplicadas as antigas tecnologias artesanais que se mantêm
popular até aos dias de hoje.
Em 1930, Mies foi, a pedido de Gropius o último diretor da Bauhaus, por um breve período de tempo. A
escola, que era financiada pelo governo, foi forçada a fechar as portas devido às pressões políticas do
partido Nazista que a identificava com ideologias antagônicas ao nazismo, como o socialismo e o
comunismo.
A arquitetura que Mies praticava foi igualmente rejeitada por não representar o espírito do nacionalista
alemão. Essa década foi, pouco proficiente, ressaltado pouco mais do que a encomenda do apartamento
de Philip Johnson, em Nova Iorque.
Em 1933 Mies Van Der Rohe abandona a sua prátia, indo para os Estados Unidos da América, ao fim de
30 anos de prática na Alemanha, já era considerado pelos americanos um grande nome do “estilo
internacional”.
Pouco depois de projetar um complexo residencial no Wyoming, este recebeu uma oferta para dirigir a
escola de arquitetura do Chicago's Armour Institute of Technology, mais tarde renomeado como Illinois
Institute of Technology - IIT ("Instituto de Tecnologia de Illinois").
Para aceitar o cargo de diretor uma das condições era que lhe fosse adjudicado o projeto para os novos
edifícios do campus da universidade. Acabou por dar aulas na mesma tornando-se assim responsável pela
gênese de toda uma geração de arquitetos norte-americanos funcionalista, em específico aqueles que
estão mais voltados para a construção de arranha-
céus comandados pelas empresas do país. Em 1949
Mies tornou-se cidadão dos Estados Unidos,
acabando assim por romper os laços com a
Alemanha. Os trinta anos seguintes da sua carreira
são considerados os anos da sua maturidade e
criatividade, sendo este o período em que
desenvolveu esforço mais consistentes na
prossecução dos seus objetivos para uma nova
arquitetura do século XX.
Entre 1946 e 1952, Mies Van Der Rohe projetou e
acabou por construir a icónica casa Farnsworth, Fig.3 – Casa Farnsworth, em Illinois, Estados Unidos
uma casa de fim de semana que tinah como principal função servir de retiro nos arredores de Chicago,
para a médica Edith Farnsworth tornando-se assim uma das principais obras de referência da arquitetura
moderna. Nesta casa, Mies pode assim explorar a relação entre o indivíduo, o seu abrigo e a natureza.
Esta casa acaba assim por concretizar uma visão mais amadurecida de
Mies para o que deveria assim ser a arquitetura da época, uma
estrutura minimalista.
Em 1958 Mies projetou o que veio a ser considerado por muitos como o
auge da arquitetura funcionalista para um arranha-céus, o edifício
Seagram em Nova Iorque.
Numa decisão de audácia e inovadora, Mies acabava assim por
revolucionar o padrão construtivo novaiorquino ao deixar livre
metade do terreno que era dedicado para a obram definindo assim
uma praça com fonte para usufruto público em Park Avenue em
frente ao edifício que se assumia assim como uma leve estrutura de
metal e vidro.
Mies Van Der Rohe projetou ainda uma outra série de apartamentos,
em que estes eram destinados a famílias de classe média, para o
construtor Herb Greenwald e seus herdeiros, após a sua morte prematura e trágica queda de avião.
Fig.4 – Edífico Seagram, Nova Iorque
De 1951 a 1952 o atelier foi assim responsável pela construção da casa McCormick, uma estrutura de
tijolo, aço e vidro, localizada em Elmhurts, Illinois, a cerca de
15 milhas a oeste de Chicago Loop, sendo este para o
construtor Robert Hall McCormick Jr.
Por fim o último trablho de relevo de Mies Van Der Rohe foi
a Neue Nationalgaleria em Berlim, sua terra natal.
Mies acabou por falecer a 17 de Agosto de 1969 em Chicago,
nos E.U.A.

Fig.5 – Casa McCormick, Elmhurts, Illinois

Fig.6 – Neue Nationalgaleria, Berlim.


Casa Lemke, Berlim, Alemanha
Em 1932 Ludwing Mies Van Der Rohe foi convidado por Karl Lemke a projetar a sua nova residência nas
margens do lago Obersee na zona leste de Berlim. Karl era proprietário de uma gráfica e esta dedicava-se
a trabalhar para museus, instituições artísticas e artistas, assim sendo este optou por uma casa
relativamente simples para os padrões burgueses da época, com uma sela de estar, um quarto de dormir,
uma sala para escritório, um quarto para a sua esposa, um quarto de hospedes, uma cozinha mais uma
área de serviço. Mas como Lemke se interessava bastante por arte e por arquitetura este, desejava assim
uma casa representativa onde este pode receber os seus clientes.
Mies Van Der Rohe cria assim uma casa em dois “L’s” que se encaixavam.
O quarto de dormir e a sala de estar estão assim separados por um amplo hall, sendo este central e
expressivo da casa.

Sua vedação para o exterior em esquadrias de vidro do chão ao teto, sugere a extensão do interior da casa para o
jardim e vice e versa. O recuo desta parede de vidro em relação ao quarto de dormir reforça essa sensação de que
o exterior se expande para o interior do hall. Esta pequena casa expõe a teoria de Mies van der Rohe da
maximização da qualidade através da simplicidade. Esta foi a última casa construída por ele antes que, em 1938,
emigrasse para o Estados Unidos. Mies desenhou também juntamente com Lilly Reich os móveis para o casal
Lemke, que estão expostos no Kunstgewerbemuseum (Museu de Artes Manuais) em Berlim
O casal Lemke viveu nesta casa até o ano de 1945, quando o exército Russo a requereu, pois essa região havia
sido declarada como área de acesso restrito. A casa Lemke seria então usada como garagem e depósito. Dos
anos 60 até a queda do muro em 89 ficou sob o domínio do serviço de segurança da Alemanha Oriental e servia
como depósito de roupas, abrigo para funcionários ou cozinha. Neste período foram feitas muitas reformas que
modificaram e danificaram o projeto original drasticamente. Em 1977 a casa Lemke entra para a lista de patrimônio
histórico do bairro, mas apenas em 2000 – 2002 que, sendo adquirida pelo bairro Hohenschönhausen, foi
restaurada e aberta à visitação pública como um espaço destinado à arte moderna.

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