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O comportamento suicida abrange eventos, ao longo de uma sequência, que tem como

intencionalidade causar lesão em si mesmo para culminar com a própria morte, incluindo a
ideação suicida (inespecífica ou com planejamento suicida), a tentativa de suicídio e o suicídio.

IDEAÇÃO SUICIDA x TENTATIVA DE SUICIDIO

A ideação suicida antecede os demais eventos e portanto, pode ser considerada


importante indicador sobre o risco de suicídio. Trata-se de pensamentos sobre querer estar
morto tirando a própria vida não necessariamente acompanhados por comportamento de
preparação. Quanto mais jovens, menos linear esta sequência ideação-planejamento pode se
apresentar, pelas próprias características do desenvolvimento humano.

Já a tentativa de suicídio refere-se às ações realizadas para causar a própria morte, mas
com desfecho não fatal. Estas ações podem ter sido abandonadas, fracassadas ou interrompidas
e se constituem o fator de risco mais importante para o suicídio que, por sua vez, é definido
como violência autoprovocada, intencionalmente, para que o indivíduo termine com sua própria
vida.

CRIANÇAS E ADOLESCENTES
1. Assim como adultos, crianças e adolescentes também estão sujeitos aos impactos das
doenças mentais. E as consequências mais graves podem ser vistas no crescimento dos
casos de suicídios desta faixa etária ao longo dos últimos anos, no Brasil.
2. A Impulsividade, isolamento social, insatisfação com imagem corporal, presença de
transtornos mentais, jogos de asfixia, desentendimentos com colegas, bullying,
influência das mídias digitais, ruptura de relacionamentos afetivos, mau desempenho
escolar, estrutura e funcionamento familiar prejudicados e histórico familiar de
depressão e suicídio são apontados como fatores de risco para o comportamento suicida
na infância e na adolescência.
3. A dificuldade em apontar os próprios sintomas e em entender que algo está errado
fazem com que os sinais de depressão e outros distúrbios mentais sejam diferentes entre
as crianças e adolescentes do que com relação aos adultos. Fique atento aos seguintes
sinais:
 Humor deprimido
 Queda do rendimento escolar
 Aumento do isolamento social
 Perda de interesse em atividades que antes davam prazer
 Mudança na aparência (negligência ou desleixo aos cuidados pessoais)
 Preocupação com temas relacionados à morte
 Aumento da irritabilidade, crises explosivas de raiva
 Alterações no comportamento
 Desfazer de pertences
 Uso de álcool ou drogas
 Mudança no padrão do sono e/ou apetite
 Uso de expressões verbais "auto-destrutivas" - "Queria morrer"
 Não se importa em fazer planos para o futuro

RECOMENDAÇÕES AO SE AVALIAR CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE


TENTARAM SUICÍDIO
• Todas as ameaças de suicídio devem ser encaradas com seriedade, mesmo quando possam
parecer falsas ou manipulativas
• Ajudar o cliente a avaliar a situação, permitindo que ele descubra novas soluções para seu
sofrimento, explorar com ele tais soluções e orientá-lo em direção a uma ação concreta.
• Procurar compreender as razões pela qual a criança ou adolescente optou pelo suicídio como
forma de lidar com seu sofrimento, não minimizando seus problemas e sofrimento
• Transmitir esperança sem dar falsas garantias e não fazer promessas que não possam ser
cumpridas
• Romper o isolamento em que vive o jovem e abordá-lo diretamente
• Expressar disponibilidade de escutá-lo sem julgamento, evitar insultos, culpabilização ou
repreensões morais.
• Reconhecer a legitimidade do problema e tratá-lo como adulto
• Avaliar a urgência do caso, verificar se as ideias de suicídio são frequentes e se o jovem
apresenta meios para executá-lo
• Não deixar o cliente sozinho até que as providências sejam tomadas.
• Desmentir o mito de que os adultos não podem mais ajudá-lo
• Envolver a família
(Adaptado de Bouchard, 2001)

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