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COMISSÃO DE EDUCAÇÃO
EMENDAS AO ORÇAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Havendo número regimental, declaro aberta a reunião.
Srªs e Srs. Senadores, vamos iniciar esta reunião, cuja finalidade, conforme convocação, é a
aprovação e encaminhamento das emendas da Comissão ao Orçamento da União de 2000 e ao Plano
Plurianual de Investimentos, sendo que a Comissão tem direito a enviar cinco emendas de Comissão ao
Orçamento e dez emendas ao PPA.
Se houver concordância dos Srs. Senadores, começaremos pelas emendas ao PPA, porque há
apenas seis, sendo cinco apresentadas pelo Senador Jorge Bornhausen e uma pelo Senador Mozarildo
Cavalcanti. De modo que apresentamos menos emendas do que a Comissão tem direito.
As cinco emendas apresentadas ao PPA pelo Senador Jorge Bornhausen são:
- Veículos para Transporte Escolar;
- Expansão e Melhoria da Rede Escolar - Promed;
- Apoio ao Desenvolvimento da Educação Profissional;
- Brasil, Patrimônio Cultural;
- Implantação de Bibliotecas Públicas em cada Município.
A emenda do Senador Mozarildo Cavalcanti é sobre a Modernização das Escolas Técnicas
Federais.
Temos, portanto, essas seis emendas ao Plano Plurianual de Investimentos - PPA, mas temos direito
a apresentar dez. Vou colocá-las em discussão e em votação e, quanto às quatro que faltam, ou a Comissão as
sugere agora ou então autoriza a Presidência a completá-las, a fim de que enviemos o número de emendas a
que temos direito.
O SR. JOSÉ JORGE - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Concedo a palavra ao Senador José Jorge, pela ordem.
O SR. JOSÉ JORGE - Além de dar meu voto favorável a essas seis emendas, já que temos direito
a dez, gostaria de sugerir que a Comissão apresentasse uma sobre a questão dos recursos do Fundef.
Apresentei uma emenda ao Orçamento ampliando os recursos do Fundef, porque acredito que, na
verdade, ele é hoje o principal programa de melhoria do ensino fundamental existente no País. É um
programa de amplitude muito grande, atingindo todo o Brasil e principalmente os lugares mais pobres.
Então, se temos hoje uma discussão muito grande sobre como combater a pobreza, penso que o
Fundef é um dos caminhos. Não é o caminho único, mas, sem dúvida, é um dos caminhos, porque uma
questão fundamental da pobreza é a educação. E o Fundef tem a virtude de atacar exatamente os lugares mais
pobres, o ponto básico, a rede municipal, etc.
Sugeriria que, além dessas seis, a Comissão apresentasse uma emenda específica sobre o Fundef,
porque seria uma demonstração política de apoio ao Fundo que, apesar das virtudes que tem, acredito será
alvo de muitas manifestações contrárias, principalmente dos governadores. Há certa idéia de que os
governadores perdem dinheiro com o Fundef, mas isso não é verdade; sabemos que ele perde o dinheiro, mas
perde o aluno; o aluno vai junto com o dinheiro.
De qualquer maneira, penso que o Senado deveria dar um forte apoio político ao Fundef, e acredito
que uma forma objetiva de se demonstrar esse apoio seja apresentar uma emenda tentando aumentar os
recursos destinados ao Fundo.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Senador José Jorge, V. Exª apresentou uma emenda ao
orçamento com o título Aumento da Complementação da União ao Fundo de Manutenção de
Desenvolvimento do Ensino Fundamental; seria com esse mesmo título?
O SR. JOSÉ JORGE - Sim, com esse mesmo título.
Na realidade, no PPA não é obrigatório apresentar projetos novos; também se podem apresentar
projetos de aumento de valor daquele projeto já existente.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Seria o caso?
O SR. JOSÉ JORGE - Sim, seria o caso.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Aprovadas as seis emendas, as únicas apresentadas, o
Senador José Jorge apresenta a sétima, que coloco em discussão. (Pausa)
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discussão.
Em votação.
As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam queiram permanecer como se encontram. (Pausa)
Aprovada mais uma emenda ao PPA, de autoria do Senador José Jorge.
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - Sr. Presidente, peço a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Com a palavra o Senador Sebastião Rocha.
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - Sr. Presidente, não apresentei nenhuma emenda ao PPA, mas
queria fazer uma sugestão, já que há espaço para isso.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Veja bem, estamos discutindo as emendas ao PPA.
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - Exato. Queria sugerir, se for da concordância da Comissão, que
apresentássemos uma emenda em favor dos hospitais universitários, para equipá-los, reformá-los, etc. Esta
emenda poderia ser feita pelo SUS, pelo Fundo Nacional de Saúde, pois já existem universidades brasileiras
estabelecendo convênios com o Ministério da Saúde para construção, para compra de equipamentos e até
para manutenção dos hospitais universitários. Como estamos diante de uma situação caótica em nossos
hospitais universitários, gostaria de sugerir que, em vez de essa emenda ser pelo MEC, que seja pelo SUS. Se
aprovada a idéia, eu pediria um prazo até o final da tarde para definir o título da emenda, que poderia ser
Ampliar, ou Reformar e Equipar os Hospitais Universitários, logicamente em todo o País.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - O Senador Sebastião Rocha propõe que se coloque uma
emenda no Ministério da Saúde. Nós também acreditamos que seja o mais adequado para a construção,
manutenção e ampliação dos hospitais universitários, O Senador pede ainda o prazo, apenas para escolher a
redação tecnicamente mais apropriada. Submeto a idéia do Senador Sebastião Rocha à Comissão.
Os Srs. Senadores que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa)
Aprovada a oitava emenda ao PPA.
O Senador Sebastião Rocha tem até a tarde para discutir com a Comissão a redação adequada.
O SR. ROMERO JUCÁ - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Com a palavra o Senador Romero Jucá, pela ordem.
O SR. ROMERO JUCÁ - Sr. Presidente, eu era membro da Comissão e não sou mais, mas vim
até aqui defender a emenda apresentada agora pelo Senador Sebastião Rocha relativa ao PPA, que abre uma
rubrica para a educação indígena. Por que estou fazendo isso? Porque estamos discutindo na FUNAI e no
Ministério da Justiça para que o Ministério da Educação possa efetivamente implementar uma política de
educação indígena, como o Ministério da Saúde está fazendo na questão da saúde, por intermédio da
Fundação Nacional da Saúde.
Então, solicitei ao Senador Sebastião Rocha que assinasse essa emenda, e S. Exª acedeu de forma
cavalheiresca. E eu gostaria de pleitear que fosse incluída no PPA, para que efetivamente tenhamos
condições de discutir esse projeto, que é de interesse do Governo Federal.
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - Queria aproveitar para defender a emenda sugerida pelo Senador
Romero Jucá.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Concedo a palavra ao Senador Sebastião Rocha.
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - Sr. Presidente, eu já deveria ter apresentado a emenda juntamente
com a outra proposta, mas houve uma omissão minha. A idéia é do Senador Romero Jucá, mas tem o nosso
respaldo.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - O título é Desenvolvimento das Sociedades Indígenas?
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - Exatamente. Solicito o apoio da Comissão para aprovação dessa
emenda.
O SR. ÁLVARO DIAS - Sr. Presidente, peço a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Com a palavra o Senador Álvaro Dias.
O SR. ÁLVARO DIAS - Sr. Presidente, eu gostaria de submeter à Comissão mais uma emenda ao
PPA.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Senador Álvaro Dias, passo já a palavra a V. Exª. Gostaria
só de decidir sobre esta emenda.
O SR. ÁLVARO DIAS - Ainda resta uma emenda?
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Sim, sendo aprovada esta, será a nona, e ficará mais uma.
Em discussão a emenda apresentada agora pelo Senador Sebastião Rocha. (Pausa)
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discussão.
Em votação.
As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam permaneçam como estão. (Pausa)
Aprovada.
Com a palavra o Senador Álvaro Dias.
O SR. ÁLVARO DIAS - Sr. Presidente, submeto à Comissão a sugestão de que se abra também a
hipótese de apoio a entidades de ensino superior não federais. Explico o porquê: na distribuição dos recursos
destinados às universidades federais e escolas técnicas federais, afronta-se o princípio da isonomia, já que há
uma disparidade gritante nos valores destinados a determinados Estados em relação a outros. Cito apenas um
exemplo: para o ensino superior do Paraná, destinam-se pouco mais de R$300 milhões; para o Rio Grande
do Sul, mais de R$700 milhões; para o Rio de Janeiro, mais de R$1,1 bilhão. Evidentemente, essa
distribuição ocorre em função das unidades federais existentes nos Estados. No entanto, pela ausência de
unidades federais, alguns Estados arcam com ônus incríveis na manutenção de unidades estaduais de ensino
superior. É o caso do Paraná, onde existem cinco universidades estaduais, além de 11 unidades isoladas de
ensino superior.
Daí a sugestão de que se aprove aqui uma emenda ao PPA, abrindo uma rubrica para apoio a
entidades de ensino superior não federais. Creio que estaríamos corrigindo essa distorção no repasse de
recursos, uma vez que, quando a distribuição dos recursos federais dá-se de forma desigual, afronta-se o
princípio da isonomia e nega-se - é claro - o sistema federativo. Sugeri esta emenda ao PPA e outra
semelhante apresentarei ao Orçamento, mas creio ser fundamental incluir essa rubrica no PPA.
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - Sr. Presidente, peço a palavra para discutir.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Passo a palavra em seguida a V. Exª.
Apenas para esclarecer, o Senador Álvaro Dias apresentou emenda semelhante ao Orçamento de
2000, e o título desta emenda é Apoio a Entidades de Ensino Superior Não Federais.
O SR. ÁLVARO DIAS - Ou “Ensino Superior Estaduais” - não sei se seria melhor -, em vez de
“Não Federais”. O título ficaria Apoio a Entidades de Ensino Superior Estaduais.
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - “Entidades Estaduais de Ensino Superior”.
O SR. ÁLVARO DIAS - Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Concedo a palavra ao Senador Sebastião Rocha.
O SR. SEBASTIÃO ROCHA - Sr. Presidente, era exatamente esta observação que queria fazer,
haja vista que a Comissão deve cuidar para que estas emendas tenham possibilidade de ser aprovadas e
executadas. Se ficasse em aberto essa questão de ser extensivo às entidades privadas, poderia causar prejuízo
à idéia, excelente, do Senador Álvaro Dias.
Pedi a palavra apenas para entender melhor a idéia do Senador Álvaro Dias, mas ele já a explicitou
e acredito que não há problema nenhum. E hoje isso já vem acontecendo na prática, não é mesmo Senador
Álvaro Dias? Existem convênios entre o MEC e essas universidades estaduais?
O SR. ÁLVARO DIAS - São raros, mas existem.
Então, Sr. Presidente, retifico a denominação da proposta: Apoio a Entidades Estaduais de
Ensino Superior.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Continua em discussão.
Com a palavra o Senador José Jorge.
O SR. JOSÉ JORGE - Gostaria de defender a proposta original do Senador Álvaro Dias, que ele
acabou de modificar. Na verdade, a proposta original é ampla, abarcando algumas situações diferentes. Eu,
particularmente, conheço uma que ocorre no Estado do Tocantins: como foi um Estado criado por último -
acredito que tenha sido o último ou penúltimo Estado criado na Federação -, optaram por criar uma
universidade que envolve recursos federais e estaduais, em vez de uma universidade federal ou estadual. É
uma fundação que recebe recursos privados, de empresas, o que faz com que eles tenham uma dificuldade
muito grande para operar essa universidade, porque a legislação sempre diferencia a universidade pública da
privada, a universidade federal da estadual. A universidade do Tocantins nem é pública nem é privada, nem é
federal nem é estadual.
Na realidade, a proposta original do Senador Álvaro Dias é mais abrangente, porque envolve as
universidade não federais. As federais já estão no Orçamento, porque o orçamento é federal. Por isso defendo
a proposta original do Senador Álvaro Dias.
O SR. GERSON CAMATA - Sr. Presidente, peço a palavra para discutir.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Passo em seguida a palavra a V. Exª. O Senador Jorge
Bornhausen já a havia pedido.
Concedo a palavra ao Senador Jorge Bornhausen.
O SR. JORGE BORNHAUSEN - Gostaria também de voltar ao assunto original. No meu Estado
de Santa Catarina, Sr. Presidente, não temos universidades particulares; temos a Universidade Federal e, em
cada pólo de microrregião, criadas pelas prefeituras municipais, temos fundações universitárias, que são
comunitárias, com um percentual para bolsas de estudo no Orçamento do Estado, porque elas corrigem um
processo de injustiça social, já que só os que estão na Capital e os que podem morar na Capital é que têm
ensino gratuito. Dessa forma, na Constituição Estadual foi estabelecido um percentual para crédito
educativo, para que essas entidades, criadas pelos municípios e que hoje são entidades comunitárias, são
fundações universitárias, possam também receber alunos carentes. Daí por que penso que o título inicial não
quer atender às entidades privadas ou comerciais, mas, com o título estabelecido pelo Senador Álvaro Dias, a
abrangência atende ao caso específico do Tocantins, atende ao sistema universitário de Santa Catarina e parte
do Rio Grande do Sul, que também é feito de fundações universitárias. Por essa razão, também defendo o
primeiro título, dentro desses limites, evidentemente, não se estabelecendo nenhuma possibilidade de
atendimento a entidades privadas e comerciais.
O SR. ÁLVARO DIAS - Qual sua opinião, Senador, sobre colocarmos “Entidades Públicas de
Ensino Superior”?
O SR. JORGE BORNHAUSEN - Elas são entidades de natureza pública. Se o Dr. Júlio tivesse a
Constituição e me permitisse examiná-la, existe um artigo nas Disposições Transitórias sobre essas
universidades. Eu o examinaria e voltaria ao assunto em seguida, Sr. Presidente.
A SRª EMILIA FERNANDES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem, enquanto o Senador
Jorge Bornhausen examina a Constituição.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - O Senador Gerson Camata já havia solicitado a palavra.
A SRª EMILIA FERNANDES - É pela ordem, Sr. Presidente, enquanto ele busca na Constituição
a sua fundamentação.
Sr. Presidente, eu apenas gostaria de lembrar que, como esta Comissão de Educação vincula-se
diretamente à cultura, seria no mínimo oportuno que apresentássemos, não só em relação ao Orçamento do
Ano 2000 mas também em relação ao PPA , alguma recomendação relacionada à cultura. Assim estaríamos
exercendo a amplitude de nossas atribuições, demonstrando que educação e cultura são pontos fundamentais,
que andam juntos, e que assim são entendidos por nossa Comissão.
Eu estava até me resguardando para discutir durante as emendas ao Orçamento. Contudo, estamos
discutindo uma emenda que até considero importante, mas que fala em universidade estadual; com esse
tema, vamos alijar grande parte do Brasil. E esta Comissão tem a responsabilidade com o Brasil. Quando
falamos em cultura, duvido qual é o Estado, qual a região que não seria contemplada se pudéssemos ampliar
os recursos previstos no PPA em relação à cultura.
Então, com todo o respeito ao Senador Álvaro Dias, considero a sua preocupação fundamentada,
penso que as fundações são instituições que prestam um excelente serviço de complementação, mas entendo
que poderíamos reservar para a cultura no mínimo uma emenda ao PPA e ao Orçamento do Ano 2000.
O SR. ÁLVARO DIAS - Já foram aprovadas duas emendas na área de cultura.
A SRª EMILIA FERNANDES - Na área de cultura?
O SR. ÁLVARO DIAS - Sim, já foram aprovadas duas emendas do Senador Jorge Bornhausen.
A SRª EMILIA FERNANDES - Não, digo entre estas que estamos discutindo. Estamos com
hospitais, educação indígena, Fundef, que é o que foi acrescentado aqui, não é?
O SR. ÁLVARO DIAS - Já tinham sido aprovadas duas na área de cultura, de autoria do Senador
Jorge Bornhausen.
A SRª EMILIA FERNANDES - Sim, mas eu gostaria de saber exatamente isso, o espírito do tema
colocado... Pois é, mas é específico.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - O Senador Jorge Bornhausen apresentou duas:
Restauração de Bens Imóveis do Patrimônio Histórico Cultural, solicitada até pelo Ministério da
Cultura, e Implantação de Bibliotecas Públicas.
A SRª EMILIA FERNANDES - Bibliotecas devem ser vinculadas à educação e não à cultura.
Deveríamos criar um projeto que abrigasse, que valorizasse e que garantisse projetos amplos, variados que
existem neste País afora em relação à cultura.
Eu gostaria de algo mais abrangente. As bibliotecas são de fundamental importância. Não tiro o
mérito de nenhuma emenda que está sendo discutida aqui. Mas haverá eventos culturais principalmente no
ano que vem inclusive relacionados ao desdobramento dos 500 anos do Brasil, e seria interessante que os
Estados pudessem mostrar o seu valor cultural com o apoio da Comissão de Educação.
O SR. PRESIDENTE(Freitas Neto) - Estamos discutindo as emendas apresentadas pelos Srs.
Senadores. Já aprovamos nove e temos uma em discussão.
Continua em discussão o projeto.
Concedo a palavra ao Senador Gerson Camata.
O SR. GERSON CAMATA - Sr. Presidente, quanto à emenda do Senador Álvaro Dias, tenho duas
preocupações. É preciso garantir que os recursos não vão para entidades de ensino particular, porque há
muitas fundações que são máquinas de fazer dinheiro.
O SR ÁLVARO DIAS - A emenda refere-se a “entidades públicas de ensino superior não
federais”.
O SR. GERSON CAMATA - Penso que se deve tirar a palavra “universidade” porque no interior,
às vezes, não há universidade, mas faculdade. No caso de Santa Catarina, não se vai poder ajudar porque se
trata de uma faculdade e não de uma universidade.
O SR. ÁLVARO DIAS - Então, Sr. Presidente, o texto seria “apoio a entidades públicas de ensino
superior não federais.
O SR. JORGE BORNHAUSEN - Nas Disposições Transitórias, o art. 61º estabelece que “as
entidades educacionais a que se refere o art. 213, bem como as fundações de ensino e pesquisa cuja criação
tenha sido autorizada por lei, que preencham os requisitos dos incisos I e II do referido artigo e que, nos
últimos três anos, tenham recebido recursos públicos, poderão continuar a recebê-los, salvo disposição legal
em contrário”. As outras todas estão vedadas.
O art. 61º estabelece quais entidades poderão receber. Nenhuma entidade privada fora dessas
estabelecidas pelo art. 61º poderá ser beneficiária da emenda do Senador Álvaro Dias. Isso fica bem
esclarecido, porque fui o autor da emenda que se transformou nesse artigo das Disposições Transitórias na
Assembléia Nacional Constituinte.
A SRª EMILIA FERNANDES - Sr. Presidente, a minha sugestão foi no sentido de uma proposta.
O SR. PRESIDENTE (Freitas Neto) - Senadora Emilia Fernandes, estamos discutindo para
colocar em votação.
A SRª EMILIA FERNANDES - Não. Penso que estamos disputando a mesma vaga.
O SR. PRESIDENTE(Freitas Neto) - Sim, mas já houve uma emenda apresentada. Se a Comissão
considerar que se deve atender a sua sugestão, rejeita-se a proposta do Senador Álvaro Dias.
A SRª EMILIA FERNANDES - Não se trata de rejeitar, mas de discutir, porque as duas questões
são importantes.