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SENADO FEDERAL

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO

ATA DA 2ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA, DA    2ª SESSÃO LEGISLATIVA


ORDINÁRIA, DA 50ª LEGISLATURA, REALIZADA EM 30 DE MAIO    DE 1996.

Às dez horas do dia 30 de    maio de mil novecentos e noventa e seis, na sala de reuniões da
Comissão, Ala Senador Alexandre Costa,    sob a Presidência do Senhor Senador Roberto Requião e
com a presença dos Senhores Senadores Bello Parga, José Bianco, Emília Fernandes,    José Roberto
Arruda, , João Rocha, José Fogaça, Waldeck Ornelas, Jefferson Peres, Joel de Hollanda, João
França, Íris Resende, Marluce Pinto, Freitas Neto, Arthur da Távola, José Roberto Arruda, Ney
Suassuna, Regina Assumpção    reúne-se a Comissão de Educação. Havendo número regimental,
abrem-se os trabalhos. A Presidência dispensa a leitura da Ata da reunião anterior, que é dada como
aprovada. Prosseguindo, o Senhor Presidente passa a apreciação das seguintes matérias constantes
da pauta. Item 01: Projeto de Lei do Senado nº 234, de 1995, de caráter terminativo de autoria da
Senadora Benedita da Silva que, “ Autoriza o Poder Executivo a criar selo comemorativo ao
tricentenário de Zumbi dos Palmares.” O relator designado e´ o Senador Gerson Camata e o parecer
contrário, é    aprovado. Item 02: Projeto de Lei    do Senado nº 002, de 1996, de caráter
terminativo, de autoria da Senadora Marina da Silva que, “Dispõe sobre a criação do Dia Nacional
dos Povos da Floresta”. O relator designado é o Senador Gerson Camata e o parecer é favorável. É
concedido vista à Senadora Marluce Pinto. Item 03:    Projeto de Lei do Senado nº 018, de 1996,
de caráter terminativo, de autoria do Senador Ernandes Amorim que, “Dispõe    sobre a Função de
Responsável Técnico nas empresas de comunicação social e dá outras providências”. O relator
designado é o Senador José Fogaça e o parecer    contrário, é aprovado. Item 04: Projeto de Lei do
Senado nº 058, de 1996, de caráter terminativo, de autoria do Senador Roberto Requião que,
“Dispõe sobre a transferência dos recursos do Salário-Educação”.    O relator designado é o senador
Lúcio Alcântara e o parecer é favorável. É concedido vista ao Senador Ney Suassuna. Item 05:
Projeto de Lei do Senado nº 069, de 1996, de caráter terminativo, de autoria do Senador Joel de
Hollanda que, “Denomina Professor Potiguar Matos a Escola Técnica Federal de Pernambuco,
Unidade de Ensino Descentralizado-Pesqueira”. O relator designado é o Senador João França e
parecer favorável, é aprovado. Item 06: Projeto de Lei da Câmara nº 102, de 1995, de caráter não
terminativo, de autoria do Deputado Álvaro Vale que, “Institui a residência odontológica, cria a
Comissão Nacional de Residência Odontológica e determina outras providências”. O relator
designado é o senador Lúcio Alcântara e o parecer é    favorável, com a    emenda de relator. É
concedido vista ao Senador Bello Parga. Item 07: Diversos nº 065, de 1995, de caráter não
terminativo, de    autoria do Poder Executivo que, “Propõe texto que regulamenta    o serviço de TV
a cabo , elaborado pelo Ministério das Comunicações, para audiência e parecer do Conselho de
Comunicação Social”. O relator designado é o Senador José Fogaça e o parecer    pela
prejudicialidade, é aprovado. Item 08: Projeto de Lei do Senado nº 068, de 1996, de caráter
terminativo, de autoria do Senador Bernardo Cabral que, “Denomina a Refinaria de Manaus -
REMAN como Refinaria Isaac Benayon Sabbá - RIBEN”. O relator designado é o Senador
Jefferson Peres e o parecer que encaminha a matéria para apreciação da CCJ, é aprovado.
Item 09: Projeto de Decreto Legislativo nº 009, de 1996,    de    caráter não terminativo, de autoria
do Poder Executivo que, “Aprova o ato que renova a permissão outorgada à Rádio Clube de
Alagoas LTDA., para explorar serviço de radiodifusão sonora em fregüência modulada na cidade de
Arapiraca, Estado de Alagoas”. O relator designado é o Senador João França e o parecer
favorável, é aprovado.Item 10: Requerimento nº 1.133, de 1995, de caráter não terminativo, de
autoria do Senador Hugo Napoleão que, “Trata do Sobrestamento do Estudo das Emendas da
Câmara ao PLS 110/98, a fim de aguardar a decisão do senado sobre o PLS 197/95, com ele
conexo”. O relator designado é o Senador Lúcio Alcântara e o parecer é contrário. A matéria é
adiada. Item 11: Projeto de Lei do Senado nº 222, de 1995, de caráter terminativo, de autoria do
Senador Odacir Soares que , “Devolve à Universidade Federal do Rio de Janeiro a sua denominação
primitiva de Universidade do Brasil”. A relatora designada é a Senadora Benedita da Silva e o
parecer    contrário, é aprovado Item 12: Projeto de Decreto Legislativo nº 094, de 1995, de
caráter não terminativo, de autoria do Poder Executivo que, “Aprova ato que renova a permissão
outorgada à Rádio Clube de Alagoas LTDA., para explorar serviço de radiodifusão sonora em
freqüência modulada na cidade de Maceió, Estado de Alagoas”.O relator designado é o Senador
José Fogaça e o parecer    favorável, é aprovado. O Senhor Presidente determina que as Notas
Taquigráficas sejam anexadas a esta Ata para a devida publicação. Nada mais havendo a tratar, a
Presidência encerra a reunião, às doze horas e 37 minutos determinando que eu, Antônio Carlos
Pereira Fonseca, lavrasse a presente Ata que após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor
Presidente.

Senador ROBERTO REQUIÃO


Presidente
NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Está aberta mais uma reunião da Comissão de
Educação.
Sobre a mesa, expediente encaminhado pela Senadora Emilia Fernandes, nos seguintes termos:
"Sr. Presidente da Comissão, é grave a situação causada pela greve das
instituições de ensino superior, com sérios prejuízos para os alunos e mestres,
ameaçados de perder todo o semestre letivo.
Diante do impasse em que se encontram as negociações, na qualidade de
Vice-Presidente da Comissão de Educação, e, principalmente na qualidade de
educadora, venho a V. Exª solicitar que esta Comissão manifeste-se junto ao Exmº.
Sr. Ministro da Educação, intercedendo para que sejam reabertas as discussões,
visando superar as dificuldades.
Na certeza de contar com o apoio de V. Exª a essa questão, antecipadamente
agradeço e reitero votos de consideração e apreço."
Em discussão a proposta da Senadora Emilia Fernandes.
(Pausa.)
Concedo a palavra à Senadora Emilia Fernandes.
A SRª EMILIA FERNANDES - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os professores da maioria
das instituições federais de ensino superior estão em greve há mais de 40 dias. Lutam em defesa do
ensino público gratuito e de qualidade, sem que as conversações sobre a pauta específica de
reivindicações, protocolada há mais de um ano no Ministério da Educação, tenha-se transformado
em negociações efetivas.
É inquestionável que as universidades federais constituem-se em importante patrimônio cultural do
País. Seu perfil está centrado na indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão,
respondendo por mais de 90% das pesquisas do País. Nas dimensões de um amplo sistema de
graduação e pós-graduação, são responsáveis pela formação e qualificação de milhares de
estudantes que têm nelas a única possibilidade de acesso ao ensino superior, dadas as desigualdades
sociais existentes no País. É também inquestionável que a qualidade da produção acadêmica nelas
desenvolvida tenha reconhecimento social, sendo apontada como a quarta instituição de maior
credibilidade do País, conforme se pode inferir em recente pesquisa de opinião pública divulgada
pela mídia, mais especificamente pelo Jornal do Brasil do dia 26 de maio de 1996.
Os freqüentes cortes de verbas para o ensino público, o sucateamento de laboratórios e de
bibliotecas, aliados à redução do quadro de pessoal docente e técnico administrativo, constituem
uma afronta à importância político-cultural dos projetos desenvolvidos pelas universidades federais.
Essa realidade é hoje agravada pela não-abertura de concursos públicos para ampliar e/ou repor o
quadro de pessoal defasado, em decorrência de aposentadorias e dos baixos salários que não
estimulam o ingresso e a permanência na atividade docente. A esse quadro se soma a insuficiente
política de capacitação docente, que obriga os próprios professores, com o sacrifício pessoal, a
arcarem com esse investimento que deveria ser assumido pelo Estado.
Nessas circunstâncias, as universidades federais, patrimônio construído pela sociedade brasileira,
vêem-se dilapidadas por uma deliberada política de destruição, que inviabiliza o seu integral
funcionamento. Com isso, aniquila-se uma instituição que tem demonstrado capacidade de
contribuir para apresentar soluções para os problemas da sociedade brasileira, construindo
alternativas ao atual modelo de desenvolvimento.
Não se pode deixar também de registrar que as recentes manifestações em relação à autonomia das
universidades visam, acima de tudo, buscar um modelo que não foi amplamente discutido pela
universidade. Além disso, também a universidade manifesta sua preocupação com relação ao ensino
profissional, projetos da reforma administrativa e da própria autonomia universitária.
Portanto, Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, o que nos leva a fazer esse apelo e a encaminhar essa
correspondência, é o desejo de que nós, Parlamentares, principalmente aqueles pertencentes à
Comissão de Educação, que lidamos com esse tema de tão significativa importância para o País,
somemo-nos aos dirigentes, aos docentes, aos alunos, aos servidores, aos técnicos administrativos
das universidades, na busca da abertura imediata das negociações, para que, o mais rápido possível,
seja solucionado o problema das universidades federais, inclusive, a exemplo do que já está sendo
feito na Câmara Federal, onde a Comissão de Educação, por orientação do Presidente, designou
alguns Srs. Deputados para fazerem parte de uma subcomissão, a qual deverá entrar em contato
com o Ministro da Educação e o Presidente da República, a fim de buscar a abertura das
negociações.
Penso que o que está em jogo não é apenas a dignidade dos servidores das universidades federais,
mas, sobretudo, os destinos de gerações de jovens estudantes, em quem a sociedade deposita
esperança de construção de um futuro melhor, capaz de levar o País a uma situação em que todos
possam usufruir da condição de cidadania. Parece que afirmações dessa natureza, que são retiradas
do próprio sindicato nacional dos docentes das instituições de ensino superior, devem ser
profundamente avaliadas por todos nós, Parlamentares e representantes do povo brasileiro.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Continua em discussão a matéria.
(Pausa.)
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discussão.
Em votação.
Os Srs. Senadores que aprovam a proposta da Senadora Emilia Fernandes queiram permanecer
sentados.
(Pausa.)
A Mesa sugere que este assunto seja encaminhado por uma comissão de três Senadores, que
poderiam ser a Senadora Emilia Fernandes e os Senadores Joel de Hollanda e José Roberto Arruda,
que procurariam o Ministro da Educação, dizendo da preocupação da Comissão com a greve dos
professores.
(Pausa.)
Como não há nenhum encaminhamento em contrário, fica oficializada a Comissão.
Sobre a mesa, requerimento do Senador Lúcio Alcântara, objetivando a realização de audiência
pública na Comissão de Educação sobre o Programa Nacional de Incentivo à Leitura, Proler,
desenvolvido pela Fundação da Biblioteca Nacional. Requer, ainda, a presença dos professores
Francisco Weffort, Otaviano de Fiori, Affonso Romano de Sant´Anna, Luiz Fernando Sarmiento,
Ezequiel Teodoro da Silva, Eleuza Câmara, Francisco Gregório Filho, Nanci Nóbrega e Eliana
Yunes.
Em discussão o requerimento.
(Pausa.)
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discussão.
Em votação.
Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer sentados.
(Pausa.)
Aprovado.
A Secretaria, em contato com o Senador Lúcio Alcântara, dará prosseguimento à organização dessa
audiência.
O primeiro item da pauta é o Projeto de Lei do Senado nº 234, de 1995, que autoriza o Poder
Executivo a criar selo comemorativo ao tricentenário de Zumbi dos Palmares. Trata-se de projeto
terminativo. Em substituição ao Senador Gerson Camata, será Relator o Senador Joel de Hollanda.
Concedo a palavra ao Senador Joel de Hollanda.
O SR. JOEL DE HOLLANDA - (LEITURA DO PARECER.)
Dito isso, Sr. Presidente, o voto preparado pelo nobre Senador Gerson Camata é contrário à
aprovação do projeto, tendo em vista que a homenagem já foi prestada, inclusive na forma proposta
pela Senadora Benedita da Silva.
É o nosso voto.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão.
(Pausa.)
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discussão.
Em votação.
Sendo o projeto terminativo, a votação é nominal.
(Procede-se à votação)
Rejeitado, conforme parecer do Relator.
Item nº 2.
Projeto de lei que dispõe sobre a criação do Dia Nacional dos Povos da Floresta e dá outras
providências.
Projeto de Lei nº 002, de 1996, que tem como Relator o Senador Gerson Camata.
Pergunto ao Senador Joel de Hollanda se S. Exª se disporia a substituir o Relator.
O SR. JOEL DE HOLLANDA - Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra ao Senador Joel de Hollanda para
proferir parecer.
O SR. JOEL DE HOLLANDA - (LEITURA DE PARECER.)
Esse é o voto do Relator, favorável ao projeto.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão.
(Pausa.)
O SR. JOSÉ FOGAÇA - Sr. Presidente, peço a palavra para discutir.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra a V. Exª.
O SR. JOSÉ FOGAÇA - Sr. Presidente, segundo informação, existe o Dia do Seringueiro e
também o Dia do Índio. Esse dia seria, então, o dia unificado do Seringueiro e do Índio.
Não sei se, de acordo com a lei, isso é possível. Mas, de qualquer maneira, do ponto de vista ético,
político, histórico, geográfico, étnico, não há dúvida nenhuma, sou inteiramente favorável. Até
porque uma homenagem, mesmo reincidente ou repetida, não é demasiada para esses povos que
são, seguramente, sustentáculos do nosso patrimônio ecológico.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra ao nobre Senador Waldeck Ornelas.
O SR. WALDECK ORNELAS - Sr. Presidente, tenho votado sistemática e religiosamente contra
leis que criem datas comemorativas.
Considero que essa matéria não deva ser objeto de lei. Acredito que votei "sim", no ano passado,
contra o Dia do Seringueiro, ao qual, por coincidência, acaba de fazer referência o Senador José
Fogaça.
Vejam que a eficiência da programação filatélica da ECT nos acaba de poupar o constrangimento de
fazer uma lei para impor a emissão de um selo comemorativo. Creio que estamos depreciando a
tarefa legislativa.
Sou contra o projeto.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra ao Senador Artur da Távola.
O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Sr. Presidente, gostaria dar minha opinião favorável a esse projeto.
Talvez haja uma imperfeição na justificativa fixando exclusivamente o seringueiro e o índio.
O conceito de floresta - e para isso o Senador Jefferson Péres poderia falar muito mais
apropriadamente do que eu - é muito amplo e rico. É rico tanto na realidade chamada objetiva como
no fabulário. É da natureza de todos os povos um fabulário enorme em relação à floresta e a tudo o
que ela traz: seus mistérios, seus encantos, suas lendas e narrativas. E, por acaso, a floresta
brasileira é rica em lendas. De maneira que a instituição de um dia assim genérico - Povos da
Floresta - me parece bastante adequado a um habitat bem brasileiro, profundamente arraigado com
o nosso modo de ser, razão pela qual, já que temos dias de tantas coisas, e de alguma maneira esses
dias têm uma certa utilidade, pois nas escolas são pretextos para que os professores estimulem
pesquisas e desenvolvam idéias, não devemos impedir que os Povos da Floresta, inclusive com essa
denominação poética, possam ter um dia nesta floração de dias entregues desde quando, lá no
passado, a Igreja Católica deu um dia a cada santo.
O SR. WALDECK ORNELAS - Senador Artur da Távola, concordo, no mérito, com a
comemoração do Dia dos Povos da Floresta. Mas, entendo que, para essa data ser comemorada,
necessita-se de uma portaria do Ministro da Educação e não de uma lei.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra à nobre Senadora Marluce Pinto.
A SRª MARLUCE PINTO - Sr. Presidente, Srs. Senadores, o projeto determina que esse dia seja
comemorado no dia 22 de dezembro. No relatório, quando se fala nos Povos da Floresta, inclui-se aí
o índio. A data comemorativa do Dia do Índio é 19 de abril, que, aliás, é bastante festejada. Este
ano, vários Senadores fizeram pronunciamentos da tribuna: a Senadora Benedita da Silva e eu
mesma. Então, ao se incluir o Dia do Índio nessa data, teremos este dia duplamente comemorado.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra ao Senador Ney Suassuna.
O SR. NEY SUASSUNA - Sr. Presidente, não bastasse a preocupação de se gastar muita munição
com uma coisa tão pequena com uma lei para isso, fora seringueiro e índio, quem sobra? Votarei
contra porque não entendo. Concordo com o adágio popular de que "cada santo tem seu dia", mas
indago: como já estão incluídos seringueiros e índios, quem sobra?
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra ao Senador Jefferson Péres.
O SR. JEFFERSON PÉRES - Sr. Presidente, creio que o Senador Artur da Távola tem razão.
(Intervenção fora do microfone.)
O caboclo, de um modo geral, que vive na e da floresta sem depredá-la, preservando-a. Creio que
talvez seja uma demasia, mas é uma demasia aceitável e respeitável. Em homenagem aos povos da
Amazônia, voto a favor do projeto.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Encerrada a discussão.
Em votação.
(Procede-se à votação nominal.)
A SRª MARLUCE PINTO - Solicito vistas.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - É um rigor formal que pode impedir a correção do
projeto. Vamos atropelar o nosso Regimento e conceder vistas à Senadora Marluce Pinto.
Item nº 3.
Projeto nº 018/96, que dispõe sobre a função de responsável técnico nas empresas de comunicação
social e dá outras providências.
Concedo a palavra ao Senador José Fogaça, Relator da matéria.
O SR. JOSÉ FOGAÇA - Sr. Presidente, creio que a intenção do Senador Ernandes Amorim é
tecnicamente correta e, do ponto de vista da intenção de produzir um melhor material jornalístico, é
louvável.
No entanto, já há um projeto tramitando no Congresso Nacional, que é o da Lei de Imprensa, bem
mais amplo e abrangente e, do ponto de vista da técnica legislativa, mais preciso que essa proposta
bastante específica do Senador Ernandes Amorim.
Não há nenhuma dúvida de que os órgãos de comunicação, para terem responsabilidade civil e
penal, têm um responsável perante as autoridades. Não é preciso que essa figura seja declarada na
estrutura da empresa, seja a empresa uma rádio, uma emissora de televisão ou um pequeno ou
grande jornal, porque, necessariamente, a lei irá buscar e definir o responsável por tudo que for
publicado, divulgado com boletins, jornais, rádios, veículos de comunicação.
Se aprovássemos essa matéria, que tem caráter terminativo, ela iria confundir-se e embolar-se com a
matéria que está tramitando na Câmara neste momento, que é a lei de imprensa, produto de uma
polêmica, de um debate intenso.
Então, Sr. Presidente, reconhecendo o esforço do Senador Ernandes Amorim, vi-me na obrigação de
manifestar-me contrariamente ao projeto de lei, ou seja, o parecer é contrário.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão o parecer do Senador José Fogaça.
(Pausa.)
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discussão.
Em votação.
(Procede-se à votação nominal.)
Aprovado o parecer.
Item nº 4.
Projeto de Lei do Senado nº 58, de 1996, que dispõe sobre transferência dos recursos do salário-
educação.
O SR. NEY SUASSUNA - Peço vistas do processo, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo vistas do projeto ao nobre Senador. Está
convocada uma reunião extraordinária para amanhã cedo.   
Item nº 5.
Projeto de Lei do Senado que denomina “Professor Potiguar Matos” a Escola Técnica Federal de
Pernambuco - Unidade de Ensino Descentralizado - Pesqueira. É Relator o Senador João França.
Solicito ao Senador Ney Suassuna que faça o relatório em substituição ao Relator.
O SR. NEY SUASSUNA - (LEITURA DO PARECER.)
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão o parecer do Relator.
(Pausa.)
Não havendo quem peça a palavra, encerro a discussão.
Em votação.
(Procede-se à votação nominal.)
Aprovado o projeto.
O SR. WALDECK ORNELAS - Peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Tem V. Exª a palavra.
O SR. WALDECK ORNELAS - Sr. Presidente, tendo em vista que hoje é um dia comemorativo e
não haveremos de obter quorum qualificado, eu sugeriria a V. Exª que continuasse votando os
projetos terminativos, de modo a que em outra reunião pudéssemos votar os não-terminativos, se
não houver tempo.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Acatada a sugestão de V. Exª.
Item nº 8.
Projeto de Lei do Senado nº 68, de 1996, que denomina a Refinaria de Manaus, REMAN, como
Refinaria Isaac Benayon Sabbá - RIBEN. É autor do projeto o Senador Bernardo Cabral.
Concedo a palavra ao Senador Jefferson Péres.
O SR. JEFFERSON PÉRES - Sr. Presidente, em meu parecer levanto uma preliminar e, em
seguida, examino o mérito.
Pergunto se, como se procede nos tribunais, o Relator lê todo o parecer ou para na preliminar.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Penso que caberia a votação da preliminar. Nós nos
socorremos do processo civil.
O SR. JEFFERSON PÉRES - (LEITURA DO PARECER.)
As refinarias da Petrobrás recebem seus nomes por meio de lei federal. Tem sido esse o
procedimento jamais contestado, conquanto não me pareça duvidoso que a lei seja um instrumento
normativo adequado para fazê-lo.
Os bens dominiais da União certamente serão nomeados por lei, mas não os pertencentes às
sociedades de economia mista, sob o controle acionário do Governo Federal, os quais, embora de
propriedade estatal, são regidos pelo Direito Privado. Nada impede, portanto, no meu entender, que
a denominação de suas unidades de produção seja feita por decreto do Executivo ou até mesmo por
ato da direção da empresa, na forma dos seus estatutos.
Não obstante se tenha constituído numa prática rotineira não contestada, parece-me sensível
submeter assunto de menor relevância ao demorado processo legislativo nas duas Casas do
Congresso Nacional e levado à sanção do Presidente da República. Creio, assim, que seria mais
apropriado e de melhor técnica legislativa instituir a medida proposta por instrumento legal de
menor hierarquia.
É a preliminar que levanto, a qual, se vencida, ensejar-me-á a apreciar mérito do projeto, como faço
a seguir.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão a preliminar estabelecida pelo Senador
Jefferson Péres.
Concedo a palavra ao Senador Waldeck Ornelas.
O SR. WALDECK ORNELAS - Sr. Presidente, o Senador Jefferson Péres, sempre cuidadoso nos
seus pareceres, levanta uma preliminar perfeitamente pertinente. Creio que precisamos,
efetivamente, valorizar a atividade legislativa e não    nos dispersarmos com propostas que não
sejam matéria de lei. Enquanto isso, deixamos de discutir matérias mais relevantes, como a reforma
da Previdência e tantas outras que são fundamentais para modificar, transformar o País e acertar o
seu passo com o próximo século.
De maneira que me manifesto plenamente de acordo com a preliminar levantada pelo Senador
Jefferson Péres, cumprimentando-o pela iniciativa.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Continua em discussão.
Concedo a palavra ao Senador Bello Parga.
O SR. BELLO PARGA - Acredito que, dada a preliminar levantada, esse é um assunto que a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania poderia claramente dirimir. De maneira que eu
pediria que fosse ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Teríamos uma solução definitiva para a matéria.
O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Senador Jefferson Péres, seria interessante encaminhar esse pedido
com um pequeno parecer de V. Exª, instruindo a razão da dúvida para a Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Embora a Mesa presida e não deva falar, faço apenas
uma observação. É evidente que se trata de uma atividade menor a denominação de bens dominiais
da União, mas, de qualquer forma, não temos ingerência no Poder Executivo. Então, estaríamos
abrindo mão definitivamente de nominar bens dominiais da União.
O SR. (Não Identificado) - Não é bem dominial da União.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - De qualquer natureza.
Coloco em votação a sugestão para que se encaminhe a matéria à Comissão de Constituição, Justiça
e Cidadania.
O SR. WALDECK ORNELAS - Permita-me, Sr. Presidente. Veja V. Exª que acabamos de
aprovar, no Item nº 5, a denominação de um bem dominial da União. Cabe perfeitamente e foi feito
em relação à Escola Técnica Federal de Pernambuco.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - E esse é da Petrobrás e não da União.
O SR. WALDECK ORNELAS - Exatamente. Quero acrescer à sugestão do Senador Artur da
Távola que o Senador Jefferson Péres examinasse a hipótese regimental de se transformar isso
numa indicação, que é uma figura regimental que não sei se está bem definida, mas talvez
comportasse e resolvesse problemas desse tipo.
O SR. JEFFERSON PÉRES - Quem sabe a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania nos
iluminará, demonstrando que tem que ser realmente por lei. Confesso que não encontrei nenhum
dispositivo legal, mas quem sabe a comissão competente, específica, possa trazer alguma luz.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Até porque a Petrobrás é uma empresa de economia
mista, com participação privada.
O SR. JEFFERSON PÉRES - (Inaudível. Fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - O Senador Jefferson Péres encampa a proposta de
encaminhar à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
Continua em discussão.
(Pausa.)
O SR. GERSON CAMATA - Sr. Presidente, peço a palavra para discutir a matéria.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra, para discutir a matéria, ao nobre
Senador Gerson Camata.
O SR. GERSON CAMATA - Sr. Presidente, entendo que, se o Presidente pode fazer por decreto e
o Presidente da Companhia pode fazer por portaria, o Congresso pode fazer por lei. É claro que,
depois da apreciação da preliminar, vejo o mérito.
Esse cidadão, que não conheci, mas sobre o qual já ouvi falar, merece essa homenagem. Ele fundou
uma refinaria e a tomaram dele, a única que tem da Bahia para o Norte. Portanto, deve-se apreciar
que, no mérito, o Congresso não está cometendo uma injustiça; na verdade, está homenageando um
homem que foi um pioneiro da região Amazônica. A própria apreciação do mérito que faz o Sr.
Relator aconselha que não deveríamos abrir mão de prestar uma homenagem a uma pessoa como
essa.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - O Senador Gerson Camata encaminha contra a
sugestão de envio para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
Vou colocar a proposta de envio à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania em votação.
(Procede-se à votação nominal.)
A matéria será enviada à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania com uma justificativa do
Senador Jefferson Péres, Relator da matéria.
Item nº 11.
Projeto de Lei do Senado nº 222, que devolve à Universidade Federal do Rio de Janeiro a sua
denominação primitiva de Universidade do Brasil.
Relatora: Senadora Benedita da Silva.
Solicito ao Senador Waldeck Ornelas que substitua a Relatora, sem endossar o relatório.
O SR. WALDECK ORNELAS - (LEITURA DO PARECER.)
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão.
(Pausa.)
O SR. JEFFERSON PÉRES - Sr. Presidente, peço a palavra para discutir a matéria.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Com a palavra o Senador Jefferson Péres.
O SR. JEFFERSON PÉRES - Sr. Presidente, quem melhor pode debater esse assunto é o ilustre
Senador Artur da Távola. Mas não poderia deixar de mencionar a minha inteira concordância com o
parecer da Senador Benedita da Silva, que, por sinal, é do Rio de Janeiro.
Ora, Sr. Presidente, o autor do projeto quer restabelecer o nome de Universidade do Brasil, segundo
ele, em respeito à tradição. A Universidade do Rio de Janeiro foi criada, em 1920, com o nome de
Universidade do Rio de Janeiro, e assim foi por 17 anos. Só em 1937, por um decreto, é que passou
a se denominar Universidade do Brasil, até o início dos anos Sessenta, 1964, quando    tomou o
nome atual de Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Portanto, em respeito à tradição, voltando à sua origem, o período de 1937 a 1964 não firma, de
forma alguma, uma tradição. Além disso, uma razão a mais: não tem por que uma universidade de
um Estado ter o nome de Universidade do Brasil, dando de certa forma uma situação de
ascendência sobre as demais. De forma que a Senadora Benedita da Silva, Relatora, tem inteira
razão em seu parecer.
O SR. NEY SUASSUNA - Sr. Presidente, peço a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra ao Senador Ney Suassuna, para
discutir.
O SR. NEY SUASSUNA - Sr. Presidente, eu sou professor da Universidade Federal do Rio de
Janeiro desde 1967. Quando lá me formei, em Administração, o nome era Universidade do Brasil.
Em meu diploma consta "Universidade do Brasil". Entretanto, não posso deixar de concordar com
os argumentos da Senadora Benedita da Silva, reforçados pelo Senador Jefferson Péres. Não tem
por que a universidade de um Estado ter o nome de Universidade do Brasil.
O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Sr. Presidente, peço a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedo a palavra ao Senador Artur da Távola, para
discutir.
O SR. ARTUR DA TÁVOLA - Sr. Presidente, eu estava, cautelosamente, aguardando para saber se
haveria ou não discussão sobre a matéria. Por isso, não me pronunciei. Ás vezes, falamos a favor e
acabamos atrapalhando. Eu acreditava que o projeto ia ser rejeitado. Mas, convocado pelo Senador
Jefferson Péres, quero endossar o parecer; não há nenhum sentido em a Universidade do Rio de
Janeiro, por ser Federal, chamar-se Universidade do Brasil. Eu sei que o Rio de Janeiro é motivo de
encantamento para todo o Brasil, mas guardo a modéstia, porque, infelizmente, ele não pode se
julgar "do Brasil" apenas porque é "do Rio de Janeiro", antiga capital. Ele é "do Brasil"
afetivamente. Do ponto de vista da Federação, não há nenhum sentido em que uma universidade
regional tenha o título de uma universidade nacional.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Encerrada a discussão.
Em votação.
(Pausa.)
(Procede-se à votação nominal.)
Aprovado o parecer, com o voto contrário do Senador Waldeck Ornelas.
Item nº 6.
Projeto de Lei da Câmara nº 102, que institui a residência odontológica, cria a Comissão Nacional
de Residência Odontológica e determina outras providências.
O Relator é o Senador Lúcio Alcântara. Peço ao Senador João Rocha que o substitua.
O SR. JOÃO ROCHA - (LEITURA DE PARECER.)
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Para discutir, com a palavra o Senador Bello Parga.
O SR. BELLO PARGA - Sr. Presidente, Srs. Senadores, surgiu uma dúvida no tocante a uma
emenda que o Relator Lúcio Alcântara apresentou no seu voto. Ele dá uma nova redação ao art. 3º.
Eu quero fazer um retrospecto, porque esse projeto de lei, de autoria do Deputado Renato Cordeiro,
foi aprovado na Câmara por unanimidade e, aqui no Senado, foi arquivado, por razões regimentais,
devido ao encerramento da legislatura.
Reconhecendo sua indiscutível importância, o Deputado Álvaro Vale reapresentou-o em 1995,
preservando o texto original. Quer dizer, a Câmara, novamente, examinou-o. Como não há essa
informação aqui, presumo que foi isso que ocorreu, não foi? Novamente a Câmara examinou e
encaminhou ao Senado.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Eu não tenho essa informação, Senador. Acredito que
passa a ser um projeto de iniciativa do Senado. Ele foi reapresentado porque tinha sido arquivado.
O SR. BELLO PARGA - Sim, mas foi reapresentado por um Deputado, não por um Senador.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Então, ele voltará à Câmara.
O SR. BELLO PARGA - Ele teve origem na Câmara, foi arquivado aqui, mas está dito que o
Deputado Álvaro Vale reapresentou-o.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Foi desarquivado.
O SR. BELLO PARGA - Não se trata de uma questão regimental, é uma questão de tramitação.
Ele foi reapresentado e novamente aprovado pela Câmara; quer dizer, já é uma decisão final nossa,
que o Senado vai tomar.
O segundo parágrafo diz: "Reconhecendo-se a indiscutível importância e o elevado mérito, o
Deputado Álvaro Vale reapresentou-o em 95, preservando o texto original". Quer dizer, ele foi
novamente examinado na Câmara e novamente encaminhado ao Senado. Essa é a presunção, Sr.
Presidente.
Com base nessa presunção, eu...
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Senador, como o Relator da matéria não está em
plenário, se V. Exª pedisse vista, nós poderíamos resolver isso na próxima reunião.
O SR. BELLO PARGA - É uma boa sugestão, eu peço vista, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Concedido vista ao Senador Bello Parga.
Item nº 7.
"O Sr. Ministro das Comunicações encaminhou ao Presidente do Congresso
Nacional proposta de texto de regulamento sobre serviço de TV a cabo, elaborada
por aquele Ministério, para audiência e parecer do Conselho de Comunicação
Social."
Substituindo o Senador José Fogaça, relatará a matéria a Senadora Emilia Fernandes.
A SRª EMILIA FERNANDES - Sr. Presidente, Srs. Senadores, o Sr. Ministro de Estado das
Comunicações, em abril de 1995, encaminhou ao Presidente do Congresso Nacional, para audiência
e parecer do Conselho de Comunicação Social, duas propostas de regulamentação de serviço de TV
a cabo. Em janeiro de 96, submeteu ao Legislativo, para exame de seu órgão auxiliar, norma
complementar de natureza essencialmente técnica, aprovada pela portaria de 13 de janeiro do
mesmo ano.
A primeira proposta de regulamentação de serviço de TV a cabo, chegando aqui, decidiu, na
presença do Congresso Nacional, encaminhar a matéria à Comissão de Educação, considerando as
atribuições a ela deferidas pelo Regimento Interno, uma vez que o Conselho de Comunicação
Social, embora criado, ainda não havia sido instalado.
Um parecer aprovado por esta Comissão, em 23 de maio de 1995, entendeu o Relator da primeira
versão do regulamento do serviço de TV a cabo, o nobre Senador José Eduardo Dutra, existirem
algumas dificuldades de procedimento na forma pela qual a matéria havia sido encaminhada a este
colegiado. Alegou o Parlamentar que, na medida em que a Lei nº 8.389, de 1991, foi específica
quanto às atribuições do Conselho de Comunicação Social e quanto à sua instalação, não prevendo
qualquer órgão supletivo, não seria cabível deferir-se matéria de sua competência a esta Comissão
de Educação. Concluiu, inclusive, ter a lei específica sobre comunicação social e seu conselho,
derrogado o art. 102, IV, do Regimento Interno do Senado Federal, adaptado pela Resolução nº 18,
de 89.
Posteriormente, ao proceder ao exame do novo texto de regulamento de serviço de TV a cabo,
encaminhado ao Congresso Nacional, o Relator, que também assina o presente parecer, considerou,
ao contrário, ser a Comissão de Educação, regimentalmente competente para apreciar matérias da
área da comunicação, na ausência do Conselho de Comunicação Social.
Entendemos constituir o Conselho de Comunicação Social, conforme criado em 91, mero órgão
auxiliar do Legislativo, cabendo-lhe a realização de estudos, pareceres, recomendações e outras
solicitações que lhe forem encaminhadas pelo Congresso Nacional. Porém, o referido parecer teve
sua apreciação sobrestada em virtude do término do prazo regimental da sessão legislativa passada.
Retorna, então, agora a esta Comissão para exame, a norma complementar do serviço de TV a cabo
encaminhado ao Congresso Nacional, em janeiro de 96.
Porém, no art. 4º, § 2º, da Lei nº 8.977, de 6 de janeiro de 1995, diz que "as normas e
regulamentações cuja elaboração é atribuída por essa lei, ao Poder Executivo, só serão baixadas
após serem ouvidos os respectivos pareceres do Conselho de Comunicação Social - aí está o grande
problema - que deverá se pronunciar no prazo de 30 dias após o recebimento da consulta, sob pena
de decurso de prazo.
Então, o Relator, mesmo considerando configurar atribuição inequívoca do Congresso Nacional, o
exame das matérias em questão, e entendendo não poder o Legislativo abdicar de sua competência
principal, em vista da procrastinação da instalação de órgão meramente auxiliar, somos de parecer
pela prejudicialidade do presente processo, em vista da não-manifestação do Congresso Nacional,
no prazo legalmente determinado.
É o parecer, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão.
Concedo a palavra, para discutir, ao Senador Gerson Camata.
O SR. GERSON CAMATA - A visão que tenho do relatório lido pela Senadora Emilia Fernandes,
é que a portaria regulamentando volta ao Ministro como se    aprovado tivesse sido pelo Congresso
Nacional. Se tivesse sido apreciada, perdemos o prazo, ficou prejudicada, então a portaria volta para
ser, efetivamente, colocada em vigor. Ela não caduca, ao contrário, se revigora, porque o Congresso,
no prazo que devia funcionar, não a apreciou.
Sr. Presidente, Srs. Senadores, a idéia que tenho é que a televisão a cabo, devia ser um poder
concessionário municipal. Se olhar a origem da TV a cabo, eram aqueles municípios montanhosas,
no interior dos Estados Unidos, um cidadão colocava a antena para receber de outra cidade, e, por
cabo, distribuía nas ruas das pequenas vilas. Ali começou a TV a cabo.
Nessa área de telecomunicações, grande parte desses serviços que são extremamente
burocratizados, e o Ministro atual tem compreendido isso, quando ele lançou, por exemplo, o
programa das rádios comunitárias, grande parte    poderia ser com cessão desburocratizada a nível
de Estados e municípios, e a União regulamentaria apenas por cima para que não houvesse colisão
de concessões entre um município e outro, e normas técnicas de padronização que favorecessem até
o desenvolvimento da indústria nacional.
Ocorre que o Brasil, hoje, pelo atraso das regulamentações, a nível do Governo Federal, é o País
mais atrasado em matéria de TV a cabo. Não temos lei que regulamente. As TVs a cabo estão aí
quase clandestinamente, porque não têm sua instalação baseadas em lei, evoluiu-se depois do
sistema NNDS e não se avançou para ele em nenhuma regulamentação e estão vindo aí - o que me
preocupa - os satélites que irão jogar os sinais diretamente do espaço para dentro da casa do
brasileiro, sem nenhuma interferência ou regulamentação do Governo Federal. Já existem várias
empresas brasileiras associadas com multinacionais que começaram a invadir o espaço aéreo, da
gama de freqüências transmitidas do País sem que o País possa interferir, taxar, recolher qualquer
tributo em benefício de outros setores do País.
Por isso, entendo que volte - e o Brasil precisa de rapidez nesse processo - e o Ministro tem
insistido neste ponto de que é necessária a rapidez e voto com o Relator, no sentido de que deve
efetivamente voltar e entrar em vigor.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Continua em discussão.
(Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, encerro a discussão.
Em votação.
Os Srs. Senadores que são favoráveis ao parecer queiram permanecer sentados.
(Pausa.)
Aprovado.
Item nº 9.
Projeto de Decreto Legislativo nº 9, de 1996, que aprova o ato que renova a permissão outorgada à
Rádio Clube de Alagoas Ltda, para explorar o serviço de rádiodifusão sonora em freqüência
modulada na cidade de Arapiraca, Estado de Alagoas.
Solicito ao nobre Senador Gerson Camata que substitua o Senador João França.
O SR. GERSON CAMATA - Sr. Presidente, o projeto tem como Relator o Senador João França e
trata da Rádio Clube de Alagoas.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - É a do Collor?
O SR. GERSON CAMATA - O espólio de Lêda Collor de Mello tem 7.425 ações, o espólio de
Pedro Afonso Collor de Mello, com 545; Fernando Afonso Collor de Mello, com 495; Lêda Maria
Mello Coimbra, com 495; Leopoldo Afonso Collor de Mello, com 495; Ana Luísa Collor de Mello,
com 495, e o espólio de José Barbosa de Oliveira, com    50 ações, perfazendo um total de 10.000.
O voto do Relator é pelo acatamento e aprovação da renovação.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão.
(Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, encerro a discussão.
Em votação.
Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer sentados.
(Pausa.)
Aprovado.
Item nº 10.
É o requerimento do Senador Hugo Napoleão, de nº 1.133, de 1995, que trata do sobrestamento do
estudo das Emendas da Câmara ao PLS nº 110/88, a fim de aguardar a decisão do Senado sobre o
PLS 197/95, com ele conexo, para a próxima reunião, uma vez que nem ele e nem o Relator estão
presentes.
Se o Plenário concorda, ele ficará sobrestado e será analisado na próxima reunião.
(Pausa.)
Como todos estão de acordo, a Secretaria transferirá para a próxima reunião.
Item nº 12.
Projeto de Decreto Legislativo que aprova o ato que renova a permissão outorgada à Rádio Clube
de Alagoas, para explorar o serviço de rádiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de
Maceió, Estado de Alagoas.
Peço ao Senador Gerson Camata que substitua o Senador José Fogaça.
O SR. GERSON CAMATA - O Relator é o Senador José Fogaça e a emissora é do mesmo grupo e
os sócios são os mesmos, com quota de participação de 10.000 e, na Câmara, foi aprovado por
unanimidade.
O voto do Relator é pelo acatamento e aprovação por esta comissão.
O SR. PRESIDENTE (Roberto Requião) - Em discussão.
(Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, encerro a discussão.
Em votação.
Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer sentados.
(Pausa.)
Aprovado.
A Comissão de Educação praticamente não tem mais matéria em pauta. Se não tivéssemos um
feriado na quinta-feira, praticamente não teríamos matéria para realizar a reunião.
Está encerrada a reunião.
(Levanta-se a reunião às 11h36min.)

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