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CONTRADIÇÕES NOS OFICIOS E COMUNICADOS DA FEB DESMONTAM OS SEUS

ARGUMENTOS E COMPROVAM INFRAÇÕES AOS PRÓPRIOS REGULAMENTOS

A FEB recusou-se a analisar o foco da pesquisa na coleção “Evangelho por Emmanuel”:


discrepâncias geradas pela eliminação dos versículos de Emmanuel e conteúdo das mensagens

Com o ofício GP nº 12 (31/12/2020), a FEB termina o seu ano de forma muito triste com os seus
diretores a não reconhecerem as adulterações graves que cometeram nas obras de Chico Xavier.
Os homens passam, as instituições ficam…marcadas pelas posturas dos seus representantes. Há
séculos que nós repetimos atavicamente este tipo de posturas nas entidades religiosas.

Depois da nossa pesquisa e de outros companheiros ter sido ignorada pela FEB, ela teve que ser
divulgada em 18/9/2020. De outra forma, continuaria encostada a um canto. Em 24/9/2020 a FEB
tv emitiu o programa “Evangelho por Emmanuel: dos bastidores a publicação” com Geraldo
Campetti (diretor da FEB Editora) e Saulo Cesar (organizador da Coleção). Entre vários comentários
preocupantes, houve um que fez soar ainda mais o alerta na intuição dos espíritas…

Saulo tenta explicar os vários casos em que Emmanuel escolheu versículos que continham a
palavra paciência e que a tradução da FEB corrigiu para perseverança. As tabelas da nossa
pesquisa (que apresentam uma amostra de casos) demonstram que Emmanuel usou mais de 50
vezes a palavra paciência em vez de perseverança. Leiamos várias vezes o que Saulo afirmou:
“Que quando Emmanuel explica nas mensagens o que é paciência, ele diverge de todos os
dicionários da língua portuguesa.” Dá exemplos e concluiu “Desculpa, mas paciência não é isso!!...”
perante o sorriso aberto de…Campetti!

O nosso estudo demonstra que Emmanuel usou o termo corretamente, mas a partir do momento
que o organizador da Coleção tem a pretensão de corrigir o autor espiritual da obra, está aberto
o precedente para que o orgulho e a pseudo-sabedoria causasse danos mais graves.
Naturalmente, não é para espíritos superiores a Emmanuel que estes esclarecimentos se dirigem,
porque somos “crianças do entendimento” como ele nos classifica.

A equipe de pesquisa elaborou o seu trabalho com o foco de analisar a falta de correspondência
entre o versículo escolhido pela FEB e a mensagem de Emmanuel. Ao eliminar o versículo escolhido
por Emmanuel, o leitor não consegue entender porque o autor espiritual seleciona determinadas
palavras do texto e para o título, que só estavam no seu versículo e desapareceram no da FEB…

É inacreditável mas a FEB na resposta deste ofício apenas comparou os versículos de Emmanuel
com os das traduções que ela escolheu. Porque a FEB se recusou a analisar a essência do que
está em causa, que é associação entre o versículo e a mensagem? Esta fuga é sintomática, mas
no mínimo, é uma falta de respeito para com o estudo e seus leitores. De resto, o ofício está repleto
de sofismas, exercícios de retórica, opiniões subjetivas e parciais, várias baseadas em
suposições, sobre questões irrelevantes que desviam o foco da pesquisa e que apenas poderão
iludir os incautos que não a leram.

Na sua coleção, o organizador da Saulo Cesar alega que


A equipe organizadora optou por atualizar os versículos comentados de acordo com as traduções
mais recentes.
A frase “atualizar os versículos comentados” por Emmanuel denuncia o erro cometido. Se os
versículos foram escolhidos e comentados por Emmanuel com base na tradução escolhida por ele,
atualizar a tradução, por melhor que ela fosse, só podia provocar o que aconteceu: discrepância
entre os termos do novo versículo e os do corpo e título da mensagem. Agora a FEB tenta alegar:

A esse trabalho árduo aditou-se outro desafio, o de identificar quais versículos o autor espiritual
comentava, visto que, embora houvesse textos que traziam, na fonte primária, os versículos
destacados em epígrafe, outros havia que isso não se dava…

Os versículos que Emmanuel escolheu como epígrafe estão todos identificados. É a partir deles,
que ele faz os seus comentários nas mensagens e livros com esse objetivo. Os outros versículos
que a FEB fala são poucos e são usados como citações no meio dos textos e não para ser alvo do
comentário de autor. Estes casos fogem por completo ao escopo do estudo que Emmanuel definiu
claramente na apresentação de “Caminho, Verdade e Vida” que inicia a Série Fonte Viva.

A FEB é que optou por incluir esses casos na sua Coleção, e se usam essa desculpa para os
versículos não identificados, porque alteraram a tradução daqueles que estão identificados e que
são os únicos que deviam constar da coleção?

…fazendo-se preciso que a equipe da FEB realizasse essa associação, a partir da leitura, análise,
interpretação e dedução lógica do título e do corpo de tais textos.

Nas sucessivas edições dos livros, Emmanuel nunca achou necessário fazer essa associação para
que se entenda a mensagem, e a FEB acha que isso deve ser corrigido por ela? Curioso que para
muitos casos de versículos identificados e apresentados na nossa pesquisa, a FEB tivesse ignorado
o título e o corpo dos textos, porque só com a tradução que Emmanuel escolheu é que se consegue
fazer a associação lógica entre esses termos e a essência da mensagem.

Se a FEB trocou os versículos que Emmanuel escolheu para comentar as mensagens, porque não
foi coerente e não os trocou quando eles estão no meio do texto? Continuaria a ser muito grave e
prejudicial, mas talvez menos do que no 1º caso…

Diante dessa situação, e considerando-se que Emmanuel, centrado no sentido original dos textos
bíblicos, não utilizava essa ou aquela tradução em específico, como se verá à frente, surgiu a
incógnita sobre qual seria empregada no novo trabalho.

Esta questão nunca devia ter sido colocada, porque a pretensão de alterar a tradução escolhida por
Emmanuel após o desencarne de Chico, contraria frontalmente o que a FEB publicou em Nota
Oficial (24/10/2020) sobre a sua Política Editorial
FEB Editora: da avaliação de originais à distribuição do livro espírita

A FEB é que procurou resgatar os originais bíblicos, mas Emmanuel esclarece que não tinha esse
objetivo nem o de fazer exegese, ou seja, interpretação ou explicação crítica de textos bíblicos.
Na apresentação de “Caminho, Verdade e Vida” (FEB, 2/9/1948) - o 1º livro da série evangélica –
Emmanuel esclarece várias questões sobre a sua proposta de estudo. Não por acaso, esta
mensagem “Interpretação dos Textos Sagrados” tem sido ignorada pela FEB até hoje, quer na
coleção, quer nos seus ofícios. Emmanuel é claro: “Organizamos este humilde trabalho
interpretativo sem qualquer pretensão a exegese. Concatenamos apenas modesto conjunto de
páginas soltas destinadas a meditações comuns.”

A FEB alega que Emmanuel não usou uma tradução específica, o que é desmentido por vários
dos fundadores do NEPE (Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho da FEB que depois seria
presidido por Haroldo Dutra - tradutor do “Novo Testamento” da FEB - e teve a colaboração de
Saulo Cesar). Afonso Chagas é um deles, fez parte desse núcleo e teve a coragem de não se omitir:

“Como a equipe de pesquisa (que estudou as alterações) disse, a FEB não agiu de má fé, foi talvez
ingênua na dimensão da mudança de escolha para Bíblia católica. Emmanuel escreveu a 1ª
mensagem no 1º livro sobre Evangelho em 1948, quando o Brasil tinha 95% de católicos e 5% de
evangélicos. Emmanuel preferiu usar versículos da Bíblia da tradução protestante de João Ferreira
Almeida (JFA) e não usou as bíblias católicas! Emmanuel não estava a fazer contemporização
com o catolicismo. Agora mudou-se para uma tradução da FEB de Haroldo Dutra Dias que se diz
que é literal e para a Bíblia de Jerusalém que é uma bíblia católica! Saiu do protestantismo de
JFA, que fez tradução do holandês, que na época era a grande vanguarda do planeta. Nós temos
uma questão a ser refletida na onda ideolôgica que está por detrás do processo. Emmanuel não
escolheu a Bíblia de JFA por acaso!”

Eliminar esta tradução porque há raríssimos casos em que não foi literalmente essa - e nos
versículos que foram citados e não os identificados e comentados por Emmanuel - é no mínimo
incoerente. Se a FEB diz que a tradução de Emmanuel não é dele nem de JFA, não conseguiu
identificar de que tradução se trata. Então, porque acha que as 2 traduções que escolheu são
melhores?

Visando-se à padronização e à uniformização da coleção O Evangelho por Emmanuel, adotou-se


por metodologia o registro dos versículos de acordo com as traduções mais recentes. A FEB optou
por adotar a tradução mais utilizada atualmente nos meios acadêmicos – a Bíblia de Jerusalém,
edição revista e ampliada de 2002 –, para as cartas de Paulo, as cartas universais e o Apocalipse, bem
como a de Haroldo Dutra Dias, publicada pela FEB Editora, para os evangelhos e os Atos dos
apóstolos.

Tentemos acompanhar o raciocínio: a FEB elimina a tradução que Emmanuel usou - seja ela qual
for - e para padronizar e uniformizar substitui-a por… duas (2)! Saulo Cesar diz que a Bíblia de
Jerusalém (católica) é a melhor em termos académicos, e para padronizar…deu prioridade à
tradução de Haroldo Dutra da FEB que só vai até ao Atos dos Apóstolos. Se era para uniformizar,
porque não colocaram a Bíblia de Jerusalém nos 7 volumes? Saulo diz que a ideia da Coleção
surgiu em 2013, e para escolherem a de Haroldo só há uma justificação: quando ela começou a ser
publicada em 2014 esperavam que no final da sua publicação (2019), já fosse com a tradução
completa de Haroldo.

No 6º volume Saulo (2017) confessa que “a tradução de Haroldo Dutra das Cartas de Paulo não
havia sido publicada e, por isso, tivemos que optar por outra tradução em língua portuguesa.” Saulo
acaba por confessar que - pelo menos para os volumes 6 e 7 – não fizeram um estudo prévio que
justificasse a troca de tradução. Como Haroldo não traduziu 22 livros do Novo Testamento, viram-
se obrigados a escolheram uma nova tradução - Bíblia de Jerusalém. Saulo fica na posição ingrata
de tentar forçar argumentos rebuscados de hermenêutica, que só por acaso encaixariam nos
comentários de Emmanuel.
Mas porque a FEB e Haroldo Dutra lançaram precipitadamente um “Novo Testamento” incompleto
em 2013, com apenas 5 dos 27 livros? Haroldo comprometeu-se com a FEB a conclui-la com a
tradução das Cartas de Paulo, Cartas Universais e do Apocalipse, mas até 2021 não o fez nem deu
nenhuma justificação ao público. O Dr. Haroldo não concluiu a sua tradução e a FEB teve que
enxertar a tradução da Bíblia de Jerusalém nos 2 últimos volumes da coleção.

A falta de compromisso e coerência na escolha de uma tradução desmonta o argumento da FEB


para trocar a de Emmanuel, o que é mais um motivo para que essas 2 traduções sejam colocadas
no máximo em nota de rodapé, caso a FEB queira cumprir os seus regulamentos. E para ser
coerente, apenas escolherá a tradução completa.

No programa da FEB tv, Saulo soltou outras pérolas: “Emmanuel não se prende à tradução, mas
à interpretação da mensagem. Qualquer tradução teria problemas e da Bíblia de Jerusalém
também teve. O que a gente não queria é usar uma tradução aqui e outra ali. Isso daria uma
confusão ainda maior!”

A FEB está presa a duas traduções há 7 anos. Natural que essa bíblia trouxesse problemas, porque
a FEB foi forçada a encaixá-la nos último volumes, sem que isso tivesse sido programado antes.
Os livros originais tinham uma tradução uniforme escolhida por Emmanuel. E o que a FEB fez?
Escolheu duas traduções e Saulo recusa-se a reconhecer que gerou a confusão enorme que ele
previu!

Saulo verificou que no seu programa da FEB tv “a coleção atingiu o espaço de outras religiões,
pois lá encontra evangélicos, católicos e protestantes. Eles buscam a bíblia deles para poder
entender o comentário de Emmanuel. Se a gente tivesse oferecido um versículo e a pessoa vai na
bíblia dela e não acha, eles diriam que os espíritas têm a bíblia deles!”

A FEB tirou a tradução protestante de JFA (que Emmanuel escolheu em quase todos os casos),
porque os protestantes e católicos não iam achar esta Bíblia que é de referência popular? Então
trocou-a por uma bíblia literal mas conotada com os espíritas, para depois completá-la com uma
bíblia católica?!...Alguém consegue entender?...

Relembre-se que o plano da FEB era ter todos os volumes com os versículos do “Novo Testamento”
da FEB, no qual o tradutor Haroldo diz que tem “notas auxiliares à ambientação de expressões
idiomáticas e às tradições religiosas, o que favorece o entendimento textual e conserva a pureza
comum aos sentimentos e conselhos ofertados por Espíritos superiores.”

Em video no canal de Cesar Perri (ex-presidente da FEB), Saulo Cesar diz que o seu parceiro
Haroldo estava a traduzir as Cartas de Paulo…mas depois embarcaram numa outra Odisseia, na
qual pode estar a explicação para a preocupação que a sua coleção atingisse o mercado católico
e evangélico. Afinal não se devia ter subestimado a sua visão estratégica ao prever todos estes
acontecimentos para justificar depois o uso das traduções e ter colocado o plano B para introduzir
uma bíblia católica.

Para nós, Emmanuel e Chico Xavier nunca estarão à venda! As lições morais da Espiritualidade
Superior nascem de fontes sagradas e não se poluem em nichos de mercado farisaicos. A
justificação erudita foi esta:
Tal decisão se deu porque, a partir da década de 1960, houve substanciosos progressos na área da
crítica textual, possibilitando avanços significativos no estabelecimento de um texto grego do Novo
Testamento que estivesse o mais próximo possível do original.

Infelizmente a FEB não seguiu o conselho de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis (25/8/2013) na


apresentação dos 7 volumes: “Dispondo dos originais que se encontram na Espiritualidade
Superior, Emmanuel legou à posteridade este inimaginável contributo de luz e de sabedoria.” A
nossa pesquisa relembrou isso, mas até nos ofícios a FEB ignorou este alerta grave de Divaldo,
como também se constata na próxima alegação:

Buscou-se, assim, resgatar o sentido primitivo dos textos bíblicos, sem que as mensagens de
Emmanuel passassem por qualquer alteração na transcrição das fontes originais para a coleção O
Evangelho por Emmanuel, fosse na forma, fosse no conteúdo.

A FEB repete isto várias vezes neste ofício e nos comunicados e notas que fez.
…ainda que mantidas na íntegra as mensagens…
…Todas as alegações de suposta “adulteração” referem-se exclusivamente aos versículos em
epígrafe. Nenhum apontamento foi feito em relação ao texto dos comentários.

Este ofício GP nº 12 (31/12/2020) contraria o seu anterior ofício GP nº 10 (11/12/2020) em resposta


a nossa pesquisa sobre os 5 livros da Série Fonte Viva (estiveram na base dessa coleção dos 7
volumes), na qual se demonstra que a FEB fez sim muitas “modificações” nos comentários de
Emmanuel, que foram “transmutadas” para Coleção do Evangelho por Emmanuel. A prova disso é
que a das 48 ocorrências apontadas a FEB teve que admitir que 35 procedem parcial ou totalmente
e que serão alteradas, isto é, repor o que nunca devia ter alterado (sem especificar quando o fará).

Para cada um dos 5 livros é dito que foi apresentada apenas uma pequena amostra com os casos
mais representativos. No estudo exaustivo do livro “Fonte Viva” foram detectadas cerca de 400
alterações. Para estupefação de todos, a FEB que diz que só vai alterar os casos que na pesquisa
colocámos como breves exemplos e amostras!? Onde que está o mínimo de coerência!? Como
que a FEB não se compromete a repor as centenas de alterações iguais e do mesmo tipo em
cada um dos 117 livros sofreram estas alterações indevidas?

Retomando o Evangelho por Emmanuel, conclui-se que a FEB fez uma dupla alteração em cada
mensagem: eliminou o versículo a partir do qual Emmanuel escolheu as palavras a usar no seu
texto, e trocou palavras dentro do texto que eram dele pelas palavras dos revisores!
Dos mais de mil versículos, o documento elenca 63 cuja escolha por traduções recentes caracterizaria
suposta “adulteração” do pensamento de Emmanuel. Note-se que esse quantitativo representa cerca
de 6% do número total de versículos comentados pelo autor espiritual.

A FEB não leu ou tenta iludir quem não leu? Vide início da introdução da pesquisa: “…se detectaram
mais de 100 versículos com alterações assinaláveis. Para esta apresentação não ser exaustiva,
após a seleção inicial, os avaliadores analisaram o grau de gravidade desses versículos, tendo-se
escolhido 56 casos considerados graves ou muito graves, de alterações/adulterações
significativas, as quais foram submetidas a revisões finais.”

Subscrevemos tudo, finalmente chegamos a um consenso! Só que a FEB além de compilar os


comentários de Emmanuel, fez o enxerto de outros textos em que Emmanuel apenas cita versículos
e não os analisa. Com a agravante de usar estes poucos casos, para justificar a mudança da
tradução. E se o objetivo “não era adentrar questões relativas a traduções bíblicas”, porque a
FEB se preocupou tanto em procurar novas traduções para substituir os versículos que Emmanuel
utilizou? Este parágrafo lúcido e sensato da FEB desmonta tudo o que ela tenta alegar para
justificar o que fez.
Importa relembrar que a opção metodológica de registrar os versículos conforme traduções recentes
foi deixada explicitamente clara em todos os volumes da coleção e justificada por trazerem tais
traduções vantagens para o entendimento de aspetos mais profundos dos comentários…

A FEB acabou de dizer que as questões sobre traduções “fugiriam ao propósito estabelecido e
desviariam o leitor do foco central” e volta à fixação mental de invocar as novas traduções. Sobre
trazerem vantagens, ninguém de bom senso e independente as viu, pelo contrário. Flávio Mussa
Tavares (filho de Clóvis Tavares, biógrafo e amigo de Chico Xavier): “Parabenizo o grupo que fez
este levantamento reconhecendo que foi um equívoco a permuta dos textos bíblicos nas epígrafes
das mensagens de Emmanuel. A troca de tradutor das epígrafes constitui uma incorreção que
produz as discrepâncias entre os termos da epígrafe original e as empregadas por Emmanuel
nos textos. A FEB quis valorizar a sua tradução e o fez. Quanto ao valor literário e a necessidade
desta tradução vejamos os julgamentos divinos…”

Tal como nos outros ofícios a FEB perde-se nas porcentagens, em contas que ela é que decide,
mas que reflete a sua preocupação com os números. A nossa preocupação é a de Emmanuel: de
carater qualitativo.

Destaque-se que, dentre os 63 versículos apontados naquele documento, incluem-se comentários do


Tipo 2, ou seja, que não trazem versículo destacado e, portanto, não há que se falar em suposta
“adulteração” ou sequer alteração, uma vez que os versículos não existiam nos livros e periódicos
objetos da pesquisa que resultou na coleção O Evangelho por Emmanuel.

A pesquisa refere-se a esses poucos casos como complemento dos principais, mas até no
nosso critério de quantificar o tipo de casos a FEB interfere. Aqui ela traz aqui um conceito
inovador, reflexo da confusão em que está instalada. Para ela só há a(adu)lteração quando
se modifica algo, e não quando se enxerta algo, que foi o caso, e que apenas devia estar
em nota de rodapé

Para os cerca de 94% dos demais versículos, não mencionados naquele documento, ocorre uma de
três situações possíveis:
As contas já estão furadas, porque foi só exposta uma amostra das adulterações.
1. O versículo constante nas traduções atuais é exatamente igual à tradução que consta nos livros e
periódicos;
Se esses casos fossem muitos, porque trocaram?
2. O versículo constante nas traduções atuais não apresenta variações dignas de nota;
Então para que mudaram?
3. O versículo constante nas traduções atuais apresenta vantagens para o entendimento do
comentário de Emmanuel.
Aguardamos o documento de Saulo que comprove à FEB se, como e quantas vezes isto acontece
em algum versículo. Saulo esqueceu-se de colocar a 4ª situação possível que ele próprio admitiu
na análise da pesquisa que é necessária “a inclusão de nota de rodapé auxiliará o entendimento
da opção por traduções atuais”

Conforme se pode depreender da leitura daquele documento, os versículos seriam considerados como
parte integrante da obra do autor espiritual, dando ainda a entender que Emmanuel se teria valido
de uma tradução ou versão específica do Novo Testamento.

A nossa pesquisa demonstra o óbvio: Emmanuel escolheu um versículo para comentar (seja ela de
que tradução for) e a FEB coloca em causa que essa epígrafe faça parte da obra?!...

Resta ainda analisar a tese de que as traduções atuais empregadas na coleção O Evangelho por
Emmanuel trariam prejuízos – graves ou não – à interpretação dos comentários. Como já
esclarecido, as traduções recentes, quais as adotadas pela FEB na coleção em análise – Bíblia de
Jerusalém (ed. 2002) e a de Haroldo Dutra Dias –, apresentam textos mais fidedignos à fonte
primitiva.

O “resto” é o único foco da nossa pesquisa, mas a FEB não deu uma satisfação para não comentar
as dezenas de exemplos concretos da discrepância/discordância entre as palavras do novo
versículo e as palavras utilizadas por Emmanuel.

O estudo de cada versículo e respetivos argumentos e providências estão detalhados na tabela


enviada em anexo a este ofício. A síntese dessa análise traz o quadro seguinte:
O estudo de cada versículo realizado na pesquisa tem como objetivo claro analisar a associação
que se perdeu entre os termos da tradução que Emmanuel usou e os termos da mensagem e do
título. O Sr Saulo Cesar, em nome da FEB, num ofício para a UEM, simplesmente decidiu ignorar
o trabalho da equipe de pesquisa fez e o único estudo que fez foi de exegese, ao comparar em
detalhe o versículo de Emmanuel com o de Haroldo Dutra e a Bíblia de Jerusalém, sempre
classificando estas como melhores.

Na introdução da pesquisa (sobre um caso raro de nota explicativa no volume 6), questionámos
mas cedemos: “E porque cortaram ao leitor a possibilidade de considerar o versículo original que
Emmanuel escolheu, na leitura do comentário que ele fez? Porque ao menos não colocaram as 2
traduções? No mínimo, seria sensato colocar o versículo original que Emmanuel escolheu junto
ao alterado pela FEB, o que atenuaria a situação e evitaria a indignação dos espíritas que se
aperceberam do que foi feito.”

No meio das tabelas de hermenêutica em que se enredou, Saulo alega que:


Quanto à suposta ação da FEB em “cortar ao leitor a possibilidade de considerar o versículo original
que Emmanuel escolher”, reiteramos que tal não se deu, uma vez que a fonte do comentário foi
mantida e qualquer leitor com interesse nesse tema poderá recorrer a ela caso julgue necessário.
Quem consultar a coleção verá logo que a fonte original (versículo) do comentário de Emmanuel
foi trocada e não mantida. Alguns já tinham dado a ideia: “quem não gostar da tradução da FEB,
que procure a de Emmanuel nos livros originais.” Não se esperava é que a FEB escrevesse isso
num ofício. O tribunal da FEB faz aqui jurisprudência, porque por esta lógica nunca haverá
adulteração de nenhuma obra. Basta consultar os originais e as 1ªs edições, mesmo que os leitores
não os encontrem nem estejam mais à venda no mercado, como é o caso de todos os livros que a
FEB desfigurou.

Quanto ao questionamento de “Por que ao menos não colocaram as 2 traduções?”, trata-se, como
deixado claro na apresentação da coleção, de uma opção metodológica. Esclarecemos aqui que a
coleção "O Evangelho por Emmanuel" não tem o objetivo de suscitar discussões acerca de
traduções do Novo Testamento, mas resgatar os comentários de Emmanuel sobre o Novo
Testamento. Discussões de tradução fogem ao escopo do projeto
Será que foi Saulo que escreveu isto? Porque toda a tabela de Saulo se limita a discutir entre si
traduções bíblicas, perdendo-se literalmente em exercícios de contorcionismo que lhe
desgastaram a coluna da tabela. Sabemos que Haroldo lhe colocou esta “batata quente” nas mãos
e no mínimo é justo que o ajude na manipulação de palavras para forçar o enxerto das suas
traduções. Como reconhecemos as nossas limitações nos estudos de Teologia, não entramos nas
discussões herméticas em que ambos se envolveram.

Como a análise da FEB está truncada porque ela não se refere ao objetivo do trabalho de pesquisa,
como lhe dar credibilidade?
A – Em 32 dos 63 versículos relacionados naquele documento (51%), a inclusão de nota de rodapé
auxiliará o entendimento da opção por traduções atuais e da abordagem ao texto bíblico realizada
por Emmanuel, o que não significa que as traduções atuais não ofereçam vantagens nem que
ofereçam dificuldades ou desafios ao entendimento da mensagem.
Aqui temos uma pequena evolução, mesmo que involuntária. Na coleção Saulo achava que, sobre
a troca de traduções
“Nas poucas ocorrências em que essa opção pode suscitar questões mais complexas, as notas
auxiliarão o entendimento.”
Mesmo não fazendo a análise que foi pedida - apenas comparando literalmente versículos - Saulo
passou de “poucas ocorrências” para 32! Só nesta pesquisa sintética que apresentamos dos casos
mais graves, são centenas de “boletins de ocorrência.” O organizador Saulo Cesar e o diretor
Geraldo Campetti desdobraram-se em lives, garantindo que “cada vez mais temos certeza que
adotamos o método correto, com estas novas traduções.” Quando dialogam consigo mesmos,
continuam cheios de certezas e sem nenhumas dúvidas?

No comunicado de 28/10/2020 o presidente da FEB diz:


A FEB e a não adulteração de obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier
Em futuras edições, para a clareza da correspondência entre as palavras, serão acrescidas notas de
rodapé, além das já existentes, quando um termo específico do versículo é citado no título da
mensagem ou no comentário de Emmanuel.
Involuntariamente, a FEB acaba por reconhecer que não há “clareza da correspondência entre
as palavras” porque são centenas de discrepâncias sem sentido. De qualquer forma, este breve
comunicado tem a honestidade de abordar a correspondência entre os termos do versículo e sua
citação nos títulos e nos comentários de Emmanuel. Neste ofício Saulo Cesar comete a proeza de
comentar nada sobre isso nos 63 casos! Até quando Saulo fugirá de si mesmo, arrastando toda a
direção da FEB?

A sugestão dada de colocar os versículos originais de Emmanuel em nota de rodapé já foi


considerada inaceitável no ofício 01 (18/11/2020) da UEM para a FEB. Ela contraria frontalmente
o que a FEB publicou em Nota Oficial (24/10/2020) sobre a sua Política Editorial, que se relembra:
FEB Editora: da avaliação de originais à distribuição do livro espírita
Em caso de obras psicografadas em que o médium já tenha desencarnado, apenas caberá a
atualização ortográfica. Qualquer outro tipo de revisão será registrado em nota de rodapé.

E também no comunicado de 28/10/2020, assinado pelo presidente da FEB


A FEB e a não adulteração de obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier

O regulamento da FEB é claro: como Chico desencarnou, qualquer tipo de revisão que não a
ortográfica terá que ser feita em nota de rodapé. Porque nos 5 ofícios a FEB se recusa a comentar
a infração aos seus regulamentos? Para não desfigurar a originalidade do trabalho de Emmanuel,
os versículos que escolheu têm que estar onde estavam: em destaque na epígrafe. Porque será
que a FEB se apega tanto a que as suas traduções não fiquem em notas de rodapé?

A única coisa que a FEB diz que irá fazer (enquanto vende todos os livros adulterados e não pára
a gráfica com a impressão dos mesmos) é que manterá em destaque no texto o versículo que
ela escolheu e que apenas e só fará notas de rodapé se surgir uma palavra que esteja no título
ou na mensagem de Emmanuel!

Além de continuar a não mostrar a devida consideração pela Espiritualidade Superior e pelo médium
Chico Xavier, a FEB continua a infringir a sua lei editorial. Não é dito de forma explícita que vão
colocar o versículo completo selecionado por Emmanuel, e é dito que só nesses casos é que vai
fazer notas de rodapé. Ou seja, em todos os outros, não colocará o versículo original de Emmanuel.
Verificar apenas se está lá o termo é reforçar o erro, porque num versículo e no comentário de
Emmanuel, ele não pode ser isolado de todos os outros termos da epigrafe e do texto. A única
solução para o problema que a FEB fez sem necessidade nenhuma, é colocar igual ao original, com
versículo de Emmanuel. E fazer o que diz no seu regulamento: colocar nas notas de rodapé as
traduções pelas quais optou.

Esta desconsideração sobre a obra de Chico Xavier reflete na prática as opiniões públicas de
Geraldo Campetti quando diz por ex. “mesmo um médium como Chico tem 50% de mediunidade e
50% de animismo.” Só se for porque o Espírito Superior do médium potencia as mensagens dos
espíritos que por ele se comunicam. O diretor da FEB diz que não conhece nenhuma das muitas
pesquisas históricas sobre o Espiritismo em França após o desencarne de Kardec e continua
defendendo que Leymarie foi um digno sucessor de Kardec, foi injustiçado pelo tribunal que o
prendeu por fraudes.

B – Em 22 dos 63 versículos relacionados naquele documento (35%), as traduções atuais não


oferecem dificuldades ou desafios ao entendimento da mensagem de Emmanuel, o que não significa
que não ofereçam vantagens a esse entendimento.

Como Saulo não analisou o que foi proposto - a correspondência entre os termos dos versículos e
os termos da mensagem de Emmanuel – infelizmente não se pode considerar a sua opinião.

C – Em sete dos 63 versículos relacionados naquele documento (11%), as traduções atuais oferecem
vantagens ao entendimento da mensagem de Emmanuel.

Não se constata vantagem nenhuma. Mesmo não analisando o que é pedido na pesquisa, Saulo
acaba por reconhecer involuntariamente, que a troca que fez nas traduções só alegadamente
ofereceu vantagens (na sua opinião parcial) em poucos casos. A sua matemática acaba por
desvalorizar a relevância que Saulo deu ao enxerto de novas traduções. Desafiamos Saulo para
que mostre 1º à FEB um estudo com a totalidade dos casos em que ele acha que as traduções
trouxeram alguma vantagem. Aliás era algo que a FEB devia ter exigido antes de se comprometer
desta forma.

D – Em 1 dos 63 versículos relacionados naquele documento (1,5%), já existe nota de rodapé


auxiliando o entendimento da opção por traduções atuais e da abordagem ao texto bíblico realizada
por Emmanuel.
Saulo confirma que mesmo nas contas deles, apenas uma nota foi feita, quando pelo menos 32 o
deviam ter sido. O que desmente o que escreveu nos livros:
“Nas poucas ocorrências em que essa opção pode suscitar questões mais complexas, as notas
auxiliarão o entendimento.”
Na coleção publicada, são raríssimas as notas que tentam justificar a mudança do versículo (vide
caso analisado na pesquisa do volume 6).

E – Em 1 dos 63 versículos relacionados naquele documento (1,5%), há correção a ser feita, visto
que a tradução em português da Bíblia de Jerusalém traz equivocadamente o pronome “vosso”,
quando deveria trazer o pronome “nosso”, conforme consta na tradução francesa, em que a brasileira
se baseia.
Saulo teve a capacidade de reconhecer um (1) erro: numa errata!...

Em resumo, a inclusão de notas de rodapé, em 32 versículos, equivalentes a cerca de 3% do total


de versículos comentados, é suficiente para auxiliar o entendimento da opção por traduções atuais
e da abordagem ao texto bíblico realizada por Emmanuel. Esses versículos, entretanto, não
configuram prejuízos à essência dos comentários, como se pode constatar neste ofício e pela
observação da tabela anexa. Para cerca de 97%, equivalentes a mais de 970 versículos, as traduções
atuais não apresentam desafios ou ainda contribuem para o entendimento da mensagem de
Emmanuel.

É necessário relembrar à FEB o comentário oportuno que ela fez acima neste ofício, e que invalida
todas as considerações e conclusões que fogem aos objetivos de Emmanuel
É importante esclarecer que a coleção O Evangelho por Emmanuel tem por objetivo compilar os
comentários de Emmanuel, e não adentrar questões relativas a traduções bíblicas, por mais
relevantes que sejam, mas que fugiriam ao propósito estabelecido e desviariam o leitor do foco
central, que é trazer a contribuição do autor espiritual para o entendimento e prática da mensagem
do Evangelho.
Onde que está o estudo dos 97% de casos que Saulo devia ter feito para a FEB aceitar a troca da
tradução de Emmanuel pela da FEB de Haroldo Dutra? Tendo em conta o conflito de interesses,
esta situação não é para ser julgada pela parte mais envolvida (FEB), muito menos por Saulo que
tenta defender o indefensável e iludir os diretores da FEB que não leram a pesquisa. Isso está
sendo feito pelos seus leitores e em última análise, os Superiores a Emmanuel fá-lo-ão.

Na apresentação do livro que inicia a série de comentários evangélicos, Emmanuel antecipou que
a sua metodologia seria incompreendida. Não imaginava é que fosse deturpada, por quem acha
que a entendeu e se acha superior para corrigi-la.

“Muitos amigos estranhar-nos-ão talvez a atitude, isolando versículos e conferindo-lhes cor


independente do capítulo evangélico a que pertencem.”
Emmanuel esclarece que isola os versículos e lhes dá independência, tanto que o mesmo
versículo é comentado em diferentes livros, com diferentes focos, que apenas o autor sabe para
que, porque e como o fez. As nossas limitações não permitem sondar a consciência de um
Espírito Superior e os motivos das suas escolhas, inclusive a ordem das mensagens dos diferentes
livros do Novo Testamento em cada obra de Emmanuel.

“Em certas passagens, extraímos daí somente frases pequeninas, proporcionando-lhes


fisionomia especial e, em determinadas circunstâncias, as nossas considerações desvaliosas
parecem contrariar as disposições do capítulo em que se inspiram.”

Mesmo quando Emmanuel extraiu frases pequenas dos versículos, a FEB em muitos casos,
colocou todo o versículo, e noutros casos, além do que estava colocou versículo o anterior ou
posterior a esse. Emmanuel avisa que a forma como seleciona trechos de um versículo pode estar
descontextualizada do capítulo do Evangelho em que ele se insere. Apesar disso, o organizador da
FEB se acha capacitado para enxertar o versículo da sua nova tradução, alegando que assim se
entende melhor o versículo e o texto de Emmanuel.

“Assim procedemos, porém, ponderando que, num colar de pérolas, cada qual tem valor
específico e que, no imenso conjunto de ensinamentos da Boa Nova, cada conceito do Cristo ou
de seus colaboradores diretos adapta-se a determinada situação do Espírito, nas estradas da
vida.”

Alguns destes colaboradores são Paulo e Estevão. Emmanuel foi médium destes Espíritos
Crísticos. Há vários anos que Haroldo Dutra informa nas suas palestras que Paulo de Tarso é
mentor espiritual de Emmanuel. Não invejamos a posição de quem mudou a tradução que
Emmanuel - o médium de Paulo - escolheu para as Cartas de Paulo, Atos dos Apóstolos e
Evangelho de Lucas (companheiro de Paulo). A FEB preteriu os Espíritos Emmanuel e Paulo e
preferiu o seu Novo Testamento e a Bíblia de Jerusalém dos homens…

“Embora esclareça nossos singelos objetivos, noto, antecipadamente, ampla perplexidade


nesse ou naquele grupo de crentes. Que fazer? Temos imensas distâncias a vencer no Caminho,
para adquirir a Verdade e a Vida na significação integral.”

Os responsáveis por este processo (organizador, tradutor, diretor da FEB editora) estiveram
presentes nas altas esferas da Espiritualidade para encurtar essas distâncias e acharem que a
significação das suas traduções é melhor do que a dos Mentores Espirituais? Quais as
capacidades morais e intelectuais que demonstram, se nem conseguem reconhecer que ao
mudarem as traduções, descontextualizam todo o comentário de Emmanuel?
As alterações identificadas não se tratam de “adulterações”, termo que induz à nociva interpretação
de falsificação ou de intencional mudança do sentido da fonte primária dos textos.

Adulterações é o termo jurídico correto para as alterações que são realizadas depois da morte
do autor e sem a sua autorização, constituindo infração ao seu direito autoral e moral (Fonte: Dr.
Júlio Nogueira, Advogado, Membro da ABPI – Associação Brasileira de Propriedade Intelectual e
da LIDC – Ligue Internationale du Droit de la Concurrence).

Afinal a FEB identificou alterações e se ela mudou intencionalmente a fonte primária da


tradução, para melhorar o sentido (segundo ela), o que isso configura? Não há motivos para que a
FEB se melindre com o uso do termo “adulteração”, até porque ela usa-o, por ex. na campanha
desde fevereiro de 2020
em prol da defesa das obras espíritas, contra a pirataria e a favor do conteúdo de qualidade - Direitos
Autorais é o conjunto de regramento legal que permite ao autor proteger a integridade da sua obra
intelectual. Graças à legislação vigente que rege os direitos autorais uma obra pode ser protegida
contra fraudes, adulterações, e demais usos indevidos.

------

Ante o exposto, bem como a partir da referida tabela, fica evidente o desprendimento de Emmanuel
com relação a traduções do Evangelho, visto que ele próprio alternava palavras em um mesmo
versículo e, por vezes, sequer o destacava em epígrafe. Sua valiosa contribuição encontra-se no
conteúdo dos comentários…
Infelizmente a FEB não seguiu o exemplo de Emmanuel, pois não tem desprendimento nenhum, e
continua apegada às suas 2 traduções terrenas.
O próprio Emmanuel adverte que a leitura e o estudo do Evangelho de Jesus devem ser feitos sem nos
prendermos aos “símbolos da letra”, pois “é com a visão espiritual que devem ser lidos”
A FEB prendeu-se aos "símbolos da letra" para fazer a troca de traduções na sua coleção e na sua
tabela deste ofício Saulo limita-se a fazer exegese – que Emmanuel disse que não era seu objetivo
- usando a argumentação de Haroldo Dutra Dias na sua tradução. Ele define-a como uma “obra de
exegese e hermenêutica – bíblica, literária e linguística - enriquecida com notas auxiliares à
ambientação de expressões idiomáticas e às tradições religiosas, o que favorece o entendimento
textual e conserva a pureza comum aos sentimentos e conselhos ofertados por Espíritos
superiores.”

Infelizmente ao enxertar a tradução de Haroldo, Saulo acaba por prejudicá-la também. Ao não
seguir o conselho de um Espírito Superior como Emmanuel, a FEB não conserva a pureza dos
seus sentimentos e não favorece o entendimento textual da sua mensagem

Por fim, em observância aos preceitos legais relativos aos direitos autorais e ao compromisso com a
difusão espírita, destaca-se que a edição pela FEB de conjuntos de volumes ou coletâneas a partir da
obra psicográfica de Chico Xavier, qual a coleção que ora se discute, é uma das prerrogativas da
cessão de direitos autorais conferida à Casa pelo próprio médium, como consta registrado, ipsis
litteris, no documento de cessão:

Uma coisa é a cessão dos direitos autorais, outra bem diferente é a preservação da sua
originalidade, que a FEB não tem honrado infringindo os seus regulamentos. Não são permitidas
alterações de conteúdo post mortem, a não ser por expressa e comprovada autorização do autor.
Cabe ao Estado o dever de tutelar a integridade intelectual da obra, e, aos utilizadores, o de
lealdade ao seu conteúdo, sob pena de sofrer as sanções estatais.

O Dr Manoel Felipe é vice-presidente da Federação Espírita do Amapá, Promotor de Justiça e


membro do Ministério Público) e tem esclarecido em artigos e entrevistas sobre as adulterações
nas obras de Kardec, alguns pontos análogos com as das obras de Chico Xavier. “Esta é uma
questão moral, mas também uma questão legal. E ela sofre controle de apreciação por um
tribunal”.

No parecer jurídico em parceria com o Dr. Auriney Uchoa (presidente da OAB-AP e doutor em
Direito Romano e Direito Internacional), o Dr Felipe lembra que a proteção ao direito moral e
material é garantida não só na legislação brasileira, mas também por norma internacional da
Convenção de Berna, da qual Brasil e França são signatários.

“Trata-se também de um direito difuso, coletivo, da sociedade. Qualquer pessoa, do meio jurídico
ou não, poderá acionar o Ministério Público pedindo providências. Aliás, a própria FEB já
recorreu à Convenção de Berna há alguns anos, quando o Ministério Público dirigiu à entidade
um Termo de Ajuste de Conduta, acatando denúncia de que O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec,
trazia conteúdo racista (vide questão sobre “etnias inferiores” da África), pedindo a retirada daqueles
termos do texto. O procurador encerrou o caso quando Haroldo Dutra, atuando em defesa da FEB,
lembrou àquela corte que não seria possível alterar textos da obra, porque isso infringia norma
internacional regulada pela Convenção de Berna.”

O juiz Haroldo não se lembrou disso quando “autorizou” que o seu “Novo Testamento” substituisse
a tradução que Emmanuel escolheu? Há 7 anos que tem a oportunidade de corrigir os 2 pesos e 2
medidas que utilizou, mas sua omissão e cumplicidade são ensurdecedoras.

Faz igualmente constar que, de toda a sua produção já cedida ou que vier a ser cedida à Federação
Espírita Brasileira, poderá esta fazer o uso que bem entender, podendo promover ou realizar
edições, publicações, reedições, republicações, como queira e tantas quantas queira, formar
antologias e volumes diversos, tudo nos idiomas que quiser [...].
Do alto da sua infalibilidade, a FEB proclama que pode fazer o que bem entender da forma que
quiser. Até as suas traduções das obras de Chico Xavier estão a ser questionadas pelos dirigentes
de várias Federações internacionais, tal a gravidade das modificações, inclusivé de conceitos
doutrinários. A incapacidade que a FEB demonstra para reconhecer voluntariamente qualquer
equívoco é o que mais nos preocupa a todos.

Como escrevemos desde a 1ª pesquisa, não acreditamos que a FEB tenha agido de má fé, como
alguns supõem. Mesmo que não o admitam publicamente (será que nós o faríamos?), não podem
mais invocar ignorância dos prejuízos causados. Não invejamos a posição dos diretores da FEB,
sobretudo quando passaram 4 meses e não reconheceram os seus erros. Isso seria um ato digno
dos espíritas que honraram a história da FEB com renúncia e sacrifício pessoal. A direção da FEB
está perante o seu maior desafio. Errar é humano, persistir no erro intencionalmente é no mínimo
orgulho.

Há muito tempo que dialogamos com espíritas de todo o mundo (das Américas à Europa) e todos
esperavam que o presidente da FEB tivesse uma postura diferente do seu antecessor e assumisse
o que a instituição fez, mesmo que a responsabilidade direta seja do diretor da FEB Editora e do
organizador da Coleção Evangelho por Emmanuel. Se continuar a dar-lhes cobertura tendo
consciência dos fatos, tornar-se-á também o responsável moral pela sua manutenção. A atual
direção da UEM disponibilizou-se como intermediária para ajudar a resolver o problema, mas a FEB
desperdiçou 5 oportunidades nos seus 5 ofícios. Perante graves desvios doutrinários cometidos por
direções anteriores da UEM, a sua ex-direção deu o seu testemunho e corrigiu humildemente os
seus erros.

Divaldo Franco e Haroldo Dutra são as únicas vozes às quais os diretores da FEB são sensíveis,
mas o médium e o palestrante continuam em silêncio... (eles que se pronunciam com brilhantismo
sobre os mais diversos temas). A Espiritualidade Superior continua a acompanhar a situação,
procurando sensibilizar os dirigentes de todas as federativas nacionais para não se omitirem nem
serem cúmplices dos equívocos cometidos.

Resumindo e concluindo, para que os espíritas tenham consciência que:

Esta “atualização” de traduções de versículos e trechos do Novo Testamento não é adequada


nem pertinente à obra de Emmanuel em causa.

As alterações são graves, não podem ser ignoradas pela FEB como têm sido, nem subestimadas
pelos leitores. Elas demonstram desrespeito a Emmanuel e Chico Xavier, pois alterou-se a sua
produção intelectual sem a sua autorização.

As substituições dos trechos do Novo Testamento por outras versões não empregadas no original,
dificultam a compreensão contextual eleita pelo autor espiritual para trazer mensagens
destinadas ao âmbito moral.

Nos comentários de Emmanuel são utilizadas palavras e expressões presentes na tradução que
ele escolheu e que não se encontram na tradução da FEB. Esta falta de conexão entre o trecho
bíblico e os comentários gera uma estranha discrepância e impede o leitor de saber porque o
espírito usou aquela(s) palavra(s) para fazer a sua reflexão.

Este problema que se estende a 117 livros (com outro tipo de alterações) pode comprometer em
pouco tempo o trabalho hercúleo da Falange do Espírito da Verdade através do Apóstolo Chico
Xavier que teve como guia mediúnico o espírito de Emmanuel. As edições originais dos livros serão
pouco acessíveis e vão prevalecer as novas versões adulteradas.

As obras psicografadas por Chico Xavier são provenientes do Mundo Maior e antes de serem
publicadas na Terra foram planejadas e escritas na Espiritualidade Superior. A manutenção da
originalidade das obras de Allan Kardec e Chico Xavier é a exigência mínima que todos os
espíritas-cristãos se devem comprometer.

Se não admitimos atualizações, alterações e adulterações nos textos e nas obras de Allan
Kardec, porque o faríamos em outras obras?

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Recordamos o artigo de Geraldo Campetti a si e seus colegas de direção: “Encontro com Jesus há
dois mil anos (site da FEB, 20/06/2016), destacando trechos da obra sobre o encontro de Publius
Lentulus (vida de Emmanuel na época) com Jesus, a conselho de Lívia, para a cura da filha Flávia.
“ – Senador, por que me procuras? – Fora melhor que me procurasses publicamente e na hora
mais clara do dia, para que pudesses adquirir, de uma só vez e para toda a vida, a lição sublime
da fé e da humildade…”

O significativo diálogo com Jesus foi inesquecível. Era como se o Senhor se dirigisse a cada um de
nós e não apenas ao senador. Procurar o Senhor “à noitinha” traduz a conotação de se dar
prioridade a tudo o que é material antes de se sintonizar com as questões transcendentes da
Espiritualidade. É optar pelo transitório ao permanente, pelo ilusório ao verdadeiro, pela sombra à
luz, pelo sofrimento à felicidade, mesmo que esse testemunho pessoal e intransferível nos exija o
serviço íntimo de abnegação, desprendimento e renúncia, indispensável ao processo ascensional
do espírito rumo à perfeição relativa que lhe está destinada.

“– Depois de longos anos de desvio do bom caminho, pelo sendal dos erros clamorosos, encontras,
hoje, um ponto de referência para a regeneração de toda a tua vida”. Como a revelar a profunda
sabedoria de quem conhece o homem ainda apegado ao convencionalismo terreno, pronunciou
as significativas palavras: “– Está, porém, no teu querer o aproveitá-lo agora, ou daqui a alguns
milênios…”

Está nas mãos dos diretores da FEB: querem aproveitar a oportunidade única e decisiva de
seguirem com Emmanuel…ou optam por desvalorizar a obra deste médium do Cristo?

Em mensagem dirigida aos amigos do Centro Espírita Luiz Gonzaga (cap. 21 do Livro Fé e vida -
Editora FEB/CEU, 2014), Emmanuel profetiza algumas situações que de fato ocorreram ao longo
da história da relação da FEB com Chico. Observemos como os seus conselhos e alertas são tão
atuais:

“…O médium Xavier, com responsabilidade definida perante a Espiritualidade, na tarefa das
mensagens que psicografa, assinará um documento de doação dos direitos que lhe assistem, no
aspecto legal do assunto, em favor do Centro Espírita Luiz Gonzaga, para a publicação de um livro
com mensagens produzidas por intermédio de suas faculdades mediúnicas…Livro esse que o
presidente de nossa instituição poderá entregar, então, documentadamente, à Livraria Allan
Kardec Editora, como deseja, em nome do nosso Grupo, para que seja publicado, em benefício de
nossa Casa.

Rogamos, porém, o apoio dos companheiros, para que semelhante iniciativa não ultrapasse a
publicação de um só livro, nessa feição, aliás, a ser doado ao Centro Espírita Luiz Gonzaga em
homenagem ao devotamento de seus trabalhadores atuais, porque mais de um livro, no aspecto
em foco, poderá, de futuro, estimular a comercialização terrestre da palavra dos amigos
desencarnados, no Centro, quando os seus atuais diretores estiverem desencarnados,
desviando os irmãos de ideal do desprendimento, da operosidade e da diligência, nos quais a
organização, com o Auxílio divino, tem sabido viver até agora.
…Embora respeitemos na Livraria Allan Kardec Editora uma instituição nobre e digna que vem
colaborando com a aludida Federação no lançamento de obras doutrinárias, é preciso convir que
ela não tem a obrigação de responder, mais tarde, perante a coletividade espírita, por qualquer
alteração eventual na obra do Senhor, por meio dos servidores desencarnados do Evangelho,
ao passo que a Federação Espírita Brasileira é depositária impessoal de graves
responsabilidades nesse sentido, podendo ser naturalmente interpelada pelo consenso dos
espíritas, em qualquer desvirtuamento que possa surgir, de futuro … reflete a nossa
responsabilidade individual e coletiva, diante do porvir, quando os irmãos, agora encarnados,
estiverem conosco, no Plano espiritual, sem possibilidades de reajustamento das próprias
atitudes, à frente de abusos prováveis.

… Devemos esclarecer aos companheiros encarnados que assim agimos, em atenção a


compromissos assumidos no Plano superior, no sentido de colaborarmos todos no progresso e
engrandecimento da Federação Espírita Brasileira, que representa a Casa de nossa Causa,
diante da qual nossos desejos devem desaparecer, por meio da renúncia sadia, ainda mesmo
quando apareçam dificuldades de imediata compreensão com os trabalhadores encarnados
que a dirigem e movimentam, de vez que, acima de nós, permanece a Obra do Cristo no
Espiritismo, nela mediada, cabendo-nos o dever de auxiliá-la e prestigiá-la, tanto quanto nos seja
possível, com o esquecimento de nossas próprias necessidades, pois, somente assim, unidos
na concórdia e no serviço incessantes, é que cooperaremos em favor da vitória do Espiritismo
nas consciências.

Aqui fica o nosso parecer, que apresentamos aos nossos amigos, com respeito e confiança, dentro
da nossa gratidão de todos os dias, rogando a Jesus nos ampare e abençoe.
Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Pedro Leopoldo (MG), 31 de julho de 1956

Para quem quiser realmente analisar os casos, didaticamente colocados em tabela


Adulteração dos Evangelhos de Emmanuel/Chico Xavier pela FEB
http://www.vinhadeluz.com.br/site/noticia.php?id=3699

Novo site com todas as inforrmações


Resgatando ss Obras Originais de Chico Xavier
https://obrasoriginais.chicoxavier.ca/

Equipe de Pesquisa sobre Adulterações nas obras de Chico Xavier


19/01/2020

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