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Mataram a cotovia

Harper Lee

Contextualização
Este romance intitulado de Mataram a Cotovia escrito por Harper Lee,
traduzido do inglês de To Kill a Mockingbird, publicado pela primeira vez em 1960,
passa-se nos anos 20 e 30 do século 20. A história passa se numa pequena cidade no
Alabama chamada Maycomb, na qual a narradora nos conta a sua história. Esta obra
foi traduzida do inglês por Fernando Ferreira-Alves e esta edição foi publicada em 2012
pela editora Relógio de Água.
Para escrever esta obra, a autora inspirou-se em si própria, pois tal como a
personagem principal, a autora era também uma maria-rapaz filha de um advogado, e
viviam as duas numa pequena cidade, para além disso o apelido da personagem
principal é Finch tal como o nome de solteira da mãe da autora. Também acho
interessante referir que a história contém mais algumas personagens inspiradas na
vida da autora tal como a personagem de Dill que foi inspirada pelo vizinho de infância
de Harper, Truman Capote.

Elementos paratextuais
Este livro apresenta na capa o título, mataram a Cotovia, o nome da autora
Harper Lee, de seguida podemos encontrar uma fotografia de metade da cara de uma
jovem rapariga e em baixo encontramos o nome da editora Relógio de Água. Da
mesma maneira, podemos encontrar na lombada as mesmas informações que na capa.
Passando para a contracapa, observamos no topo Ficções e por baixo um pequeno
resumo da história contada dentro do livro, um bocado mais abaixo vemos também
um pequeno texto a amarelo que descreve a escrita de Harper Lee, e por fim mais em
baixo encontramos de novo o nome da editora.
Ao abrir o livro deparamos nos com as badanas que contêm uma pequena
contextualização da obra e alguns factos sobre a autora. Encontramos também uma
dedicatória que diz o seguinte (ler dedicatória), na página seguinte encontramos uma
citação a Charles Lamb que diz (ler). Mais para o final do livro encontramos todas as
notas do livro, pois as vezes havia referencias passadas que o leitor poderia não
conhecer. De seguida encontramos um índice que está tal como o livro dividido em
duas partes e por fim podemos passar a conhecer os 177 livros que estão na mesma
coleção que esta obra.
Autora
Harper Lee, uma autora americana nascida a 28 de abril de 1926, em
Monroeville, Alabama, era a irmã mais nova de quatro irmãos. Como dito
previamente, durante a sua infância, Harper foi uma maria-rapaz e também uma
leitora precoce, tal como a personagem principal. Vizinha de Truman Capote, este dois
acabaram o liceu em 1944 e a autora decidiu continuar a sua jornada no Huntingdon
College em Montgomery e mais tarde na Universidade do Alabama. Esta última
abandonou os estudos de direito após um verão em Oxford e decidiu partir para Nova
Iorque onde tomou a decisão de começar a escrever.

Sinopse
Como já tinha referido previamente, o livro está dividido em duas partes pois
conta duas histórias em simultâneo.
Na primeira parte, a narradora, Scout Finch, vive com o seu irmão Jem, o seu
pai Atticus, um advogado e a sua empregada negra Calpurnia. O amigo dos dois
irmãos, Dill, era sobrinho de miss Rachel, vizinha da família Finch, mas este só estava
em Maycomb durante os verões. Estes três desde o início da história que se
começaram a interessar pelo drama de Boo Radley, criando dessa forma uma distração
para o verão. Boo vivia no fundo da rua destes três amigos, e de acordo com a lenda
da cidade, em criança, quando ainda era tratado por Arthur, o seu verdadeiro nome,
estava envolvido com más influencias, e sendo este de uma família bastante abastada,
conhecida e de classe alta, um dia foi apanhado no tribunal com os seus amigos e foi
então que a sua mãe descobriu das suas companhias. A partir dai Arthur foi obrigado a
ficar constantemente em casa, e um dia a sua mãe foi encontrada morta na sala
esfaqueada, e Boo estava ao lado dela sentado a fazer recortes de jornais no sofá. Foi
aí que ganhou a fama de Boo Radley e desde esse dia que foram poucas as vezes em
que alguém o tinha visto. As três crianças começaram a investigar pois havia uma só
pessoa que saía e entrava na Casa Radley, Mr. Nathan Radley, irmão de Boo e que era
segundo eles um homem bastante misterioso.
Sempre metidos em sarilhos, um dia, na última noite antes de Dill ir de volta
para casa, as três crianças decidiram que seria interessante ir investigar a Casa Radley,
sítio pelo qual nenhum deles era capaz de passar à frente sozinho por medo do que
poderia eventualmente acontecer. Estes entraram então pelo quintal da casa para
tentar observá-la por dentro quando Mr. Nathan pegou na caçadeira e disparou. Estes
três fugiram o mais rapidamente possível, mas na confusão, Jem ficou preso no arame
que delimitava o quintal tendo então de deixar lá as suas calças. Por causa do tiro, a
vizinhança toda acordou e começaram a sair de casa enquanto os miúdos tentavam
escapulir-se até ao quintal de trás da casa dos Finches. Sendo Atticus um homem
muito sensato e inteligente percebeu imediatamente o que se tinha passado, mas
reservou os seus pensamentos de forma a não assustar mais as crianças. Durante os
seguintes verões a obsessão por Boo continuava presente na cabeça das crianças e
estas foram-se metendo em sarilhos várias vezes pelas mesmas razões de sempre.
Na segunda parte do livro, no verão de 1934, enquanto Scout, Dill e Jem
continuavam interessados por Boo, foi entregue a Atticus um caso no qual Tom
Robinson, um negro, fora acusado de violar uma jovem rapariga branca. Mas, no
entanto, foi só no regresso à escola que Scout se apercebeu do caso que o pai tinha
aceite, pois tinha sido vítima de algumas bocas e insultos por parte dos colegas. Sendo
uma criança, Scout, apesar de ser bastante inteligente, não compreendia o porquê de
ser alvo de bocas que envolviam pretos e decidiu então falar com o seu pai. Atticus
explicou-lhe então o sucedido dizendo-lhe que não tinha nada com que se preocupar,
pois, aos olhos dele, só estava a fazer o que qualquer pessoa correta faria. Mas
infelizmente nem toda a gente naquela cidade racista partilhava a mesma opinião.
À medida que o caso foi evoluindo, havia casa vez mais agitação entre os
habitantes de Maycomb. E foi no verão de 1935 que tudo se começou a complicar.
Nesse verão teve lugar o julgamento de Tom Robinson, e no dia do julgamento, criou-
se uma algazarra no centro da cidade, de tal maneira grande, que dentro da sala do
tribunal, havia uma grande parte das pessoas que se encontravam de pé.
Neste julgamento, Tom estava a ser acusado de ter violado uma rapariga
branca de 19 anos chamada Mayella Ewell. Várias provas foram apresentadas de
maneira que Atticus conseguisse que Tom saísse daquela sala como inocente. Entre
estas estava o facto de Tom Robinson não ter uma mão esquerda, e ter sido provado
que para além de todas as fraturas que apresentava Mayella após a alegada violação
terem sido feitos por uma pessoa esquerdina, Atticus conseguiu provar também que
Bob Ewell pai de Mayella era esquerdino, e era sabido que este tinha um historial de
agressividade para com os seus inúmeros filhos. Após várias horas de julgamento o júri
apresentou o veredicto, mas mesmo com as inúmeras provas de que não poderia ter
sido Tom a violar Mayella, o racismo prevaleceu.
Na parte final do livro uma série de acontecimentos inesperados aconteceram,
mas deixo essa parte para quem tiver com curiosidade e queira ler o livro e também
vos posso dizer que irão perceber o nome da obra durante este excerto.

Estilo da autora
Harper Lee revela uma prosa bastante energética, cheia de discurso direto, mas
também com longas descrições. A autora apresenta uma capacidade enorme de
relatar e narrar a história com bastantes descrições, mas mantendo sempre o leitor
colado ao livro. Na obra, muitas vezes quando são pessoas de cor a falar notam se
várias diferenças entre as pessoas brancas e as de cor tal como no seguinte excerto (pg
228).
Apreciação crítica
No que toca aos aspetos mais interessantes, os momentos do livro que mais me
cativaram a atenção foram o julgamento, a parte final que não referi ao bocado e
também alguns momentos entre Scout, Dill e Jem onde estes três investigavam de
certa forma a Casa Radley.
Contudo nos aspetos menos interessantes, achei uma parte em que Jem tinha
sido castigado por Miss Maudie, uma senhora idosa do bairro, por lhe faltar ao
respeito, achei que não era dispensável.
Agora gostaria de fazer uma leitura de um momento marcante do livro: página
323
Por fim, gostaria de vos aconselhar a todos a ler este livro, é uma obra bastante
cativante e com muita ação. Ainda por cima, é rápida de se ler tem 300as e poucas
páginas e a autora escreveu esta história de maneira a manter o leitor constantemente
agarrado ao livro pois são poucos os momentos em que a ação é lenta. Acho então que
valeria a pena que lessem o livro e que verdadeiramente não perderiam nada.
Muito obrigado.

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