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Sistemas Energéticos Industriais

Conceitos de Mecânica de Fluidos

Margarida Coelho – margarida.coelho@ua.pt


Sistemas Energéticos Industriais
Prof.ª Doutora Margarida Coelho
1

2019/2020
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

- Fluid Mechanics, Frank White , McGraw-Hill, 3ª ed.

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- Applied Fluid Mechanics, Mott, Robert L., Prentice Hall, 4th edition.

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- Mecânica de Fluidos, Fundação Calouste Gulbenkian.

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CONCEITOS BASE DE
MECÂNICA DE FLUIDO
MECÂNICA DOS FLUIDOS

- Consiste por definição no estudo de fluidos em repouso


(estática) ou em movimento (dinâmica), sejam eles gases
ou líquidos.

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- Os seus domínios de aplicação são tão abrangentes que
vão da Medicina a todas as áreas de Engenharia.

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- As principais atividades que envolvem Mecânica dos
Fluidos são circuitos de potência hidráulica ou pneumática,
que envolvem a geração, o controlo e a transmissão de
energia utilizando fluidos sob pressão.

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MECÂNICA DOS FLUIDOS (cont.)

- Líquidos são fluidos que mantém o seu volume constante


independentemente do recipiente que o contém. São
admitidos como sendo incompressíveis, visto que o seu

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volume não se altera com o aumento da pressão, hipótese
válida para a maioria das aplicações em engenharia.

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- Gases são fluidos compressíveis que assumem o formato do
recipiente que o contém, preenchendo todo o seu volume.

- Vapores (compressíveis, e condensáveis!)

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PRESSÃO
- Intensidade de uma força a atuar sobre uma área.

F
P= Unidades S.I: Pa ou N/m2
A

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- Pressões relativas são medidas relativamente à pressão
atmosférica, enquanto que as pressões absolutas são
medidas relativamente ao vácuo perfeito.

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- A pressão sobre a base de qualquer coluna de fluido depende
apenas da altura da coluna H, da aceleração da gravidade e da
massa volúmica do fluido

P = ρgH

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LEI DE PASCAL

Revela o princípio de como fluidos transmitem potência.

Estabelece que a pressão aplicada a um fluido


confinado é transmitida de maneira constante em

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todas as direcções .
F = P×A
1 1 F = P×A
2 2

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P1 = P2 = P
F A
= 2 2

F A
1 1

V = A× S V =V  A S = A S  F S = F S
1 2 1 1 2 2 1 1 2 2
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Conceitos e Exercício 1!
VISCOSIDADE

- Medida da resistência interna que o fluido oferece ao


escoamento.

- Altas viscosidades resultam em:

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Alta resistência ao escoamento, provocando operações
lentas;
Aumento do consumo de potência devido a maior atrito

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interno;
Aumento de quedas de pressão em válvulas e tubos;
Altas temperaturas causadas por atrito.

- Baixas viscosidades resultam em:


Aumento das perdas por fugas;
Desgastes excessivos devido à “quebra” do filme de óleo
lubrificante que aderiu às partes móveis. 9
VISCOSIDADE (cont.)

 Viscosidade absoluta ou dinâmica:


Ft ∆U
τ= = µ
A ∆y
τ

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F/A tensão de corte no fluido
µ= = = Unidades S.I: N.s/m 2

V / y V / y inclinacão do perfil de velocidade

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 Viscosidade cinemática:

µ
ν= Unidades S.I, m 2 /s

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CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

 A energia total de uma massa m de fluido inclui:

1
Energia cinética de translação (E c): Ec = m v2
2
Epg = mg (z − z0 )

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Energia potencial gravítica (E pg ):

m
Energia potencial devida à pressão (E pp ): Ep p = PV = P
ρ

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 A Energia total da massa m de fluido mantém-se constante
(Equação de Bernoulli):
P 1 2 
Et = Epg + Epp + Ec = m  + v + gz = const
ρ 2 
Constante 11
CONSERVAÇÃO DA MASSA

A Equação da Continuidade estabelece que para


escoamentos em regime permanente em tubos, o caudal
mássico de fluido será o mesmo em qualquer secção do
mesmo.

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• •
m1 = m 2

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ρ1 A1v 1 = ρ2 A 2v 2

Caudal mássico e caudal volúmico (depende de P e de T!)

mɺ = ρVɺ
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CONSERVAÇÃO DA MASSA (cont.)

Para um fluido incompressível (variação de volume


desprezável), o caudal volúmico será também constante ao
longo do tubo . A equação da continuidade pode ser:

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Q= V = Av = Av = A v
1 1 2 2

Demonstra-se que quanto menor o diâmetro do tubo maior

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será a velocidade do fluido, e vice-versa.

v1 A2 D22
Av = constante  = = 2
v2 A1 D1

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POTÊNCIA HIDRÁULICA

 Trabalho realizado durante o bombeamento de um fluido e


potência produzida por um atuador hidráulico:

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 Algumas questões pertinentes:
Como determinar o diâmetro de um pistão?
Qual o caudal necessário para impelir o cilindro ao longo
do seu curso durante um determinado período de
tempo?
Qual a potência que o cilindro hidráulico libertará? 14
POTÊNCIA HIDRÁULICA (cont.)

Dimensionamento do pistão:

Fcarga
PA = Fcarga ⇔ =
A
P

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Caudal necessário: o deslocamento volumétrico V D do cilindro

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é igual ao volume deslocado pelo pistão num curso S. Desde
que este e o tempo t sejam conhecidos pode calcular-se o
caudal requerido pela bomba. Quanto maior a área e a
velocidade do pistão, maior deverá ser o caudal fornecido pela
bomba.

A ×S

V = A × S; V = = A ×v
t
D

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POTÊNCIA HIDRÁULICA (cont.)

Potência fornecida pelo cilindro hidráulico


Energia é igual à força × distância:

F × S = ( P ×A ) × S

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Como a potência é a razão do trabalho realizado pelo
tempo, tem-se que:

energia ( P ×A ) × S
potência= = = ( P ×A ) × v
tempo t

( ) = (P × A× v)

potência = P ×V
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EQUAÇÃO DE BERNOULLI

- É uma das relações mais usadas para realizar a análise de


fluidos em escoamento em condutas.

- A sua aplicação permite dimensionar componentes como

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bombas, válvulas e tubos para uma operação adequada do
sistema.

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- Pode ser derivada aplicando o princípio da conservação da
energia a uma linha hidráulica.

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EQUAÇÃO DE BERNOULLI (cont.)

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Tipo de energia Secção 1 Secção 2
Posição mz1 mz2
Pressão P1 P2
m m
γ γ
Cinética
m v 12 m v 22
2g 2g 18
EQUAÇÃO DE BERNOULLI (cont.)

- A energia total da massa de fluido m na secção 1 é igual à


energia total possuída pela mesma massa na secção 2.
Obtém-se:
P1 mv12 P2 mv22
mz1 + m + = mz2 + m +

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γ 2g γ 2g
P1 v12 P2 v22
z1 + + = z2 + +
ρg 2 g ρg 2 g

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- Ao dividirem-se ambos os lados da equação por m, examina-
se a energia possuída por 1 kg de fluido, estabelecendo a
equação de Bernoulli para um sistema ideal sem atrito. A
energia total por massa de fluido é igual nas secções 1 e 2:

P1 v12 P2 v22
z1 + + = z2 + +
ρg 2 g ρg 2 g
19
EQUAÇÃO DE BERNOULLI (cont.)

- Ocorre uma perda por atrito Hf entre as secções 1 e 2 (i.e.


energia perdida pelo fluido nesse deslocamento).

- Se existir uma bomba ou um atuador hidráulico entre as

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secções 1 e 2, Hb representará a energia por massa de fluido
adicionada pela bomba, e Ha representará a energia por
massa de fluido removida pelo atuador. Considerando estes
termos, a equação de Bernoulli baseada no balanço dos

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termos de energia sobre 1 kg de fluido fica:

P1 v12 P2 v22
z1 + + + H b − H a − H f = z2 + +
ρg 2 g ρg 2 g
1
ρ ( 1 2) ( 1 2)
g z − z + P − P + ρ( 1 2 ) + ∆Pb − ∆Pa − ∆Pf = 0
v 2
− v 2

2
20
EQUAÇÃO DE BERNOULLI (cont.)

Os termos Hb e Ha podem ser expressos como:

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Hb = •
(bomba)
V ρg

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Ha = •
(motor)
V ρg

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Conceitos e Exercício 2!
EQUAÇÃO DE BERNOULLI (cont.)

P1 v12 P2 v22
Teorema de Torricelli z1 + + + H b − H a − H f = z2 + +
ρg 2 g ρg 2 g

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1. P 1 = P 2 = pressão atmosférica = 1atm ou 0 psig.
2. A área da superfície do líquido no tanque é grande o
suficiente para que a velocidade do fluido em 1 se aproxime
de zero.

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3. Não existe bomba nem acionador (H b =H a = 0).
4. O fluido é ideal, e portanto não existem perdas de atrito
(H f = 0).
5. z 2 pode ser tomado como a referência zero do plano de
elevação (z 2 = 0).
Velocidade de um jato livre v 22
h + 0 + 0 + 0 −0 −0 = 0 + 0 +
v2 = 2gh 2g
Velocidade de um jato livre,
para fluidos não ideais v2 = 2 g (h − H f )
23
EQUAÇÃO DE BERNOULLI (cont.)

O Sifão
Analisando o fluxo através do sifão aplicando a equação de Bernoulli entre os
pontos 1 e 2 da figura:

As seguintes condições aplicam-se para o sifão:

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1. P 1 = P 2 = pressão atmosférica = 1 atm ou 0 psig.
2. A área da superfície do líquido no tanque é grande o suficiente para que a
velocidade do fluido em 1 se aproxime de zero.

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3. Não existe bomba ou acionador (H b =H a = 0).
4. z 2 - z 1 = h
P1 v12 P2 v22
z1 + + + Hb −Ha −Hf = z2 + +
ρg 2g ρg 2g
v22
z1 + 0 + 0 + 0 − H f = z2 + 0 +
2g
v2 = 2 g (z1 − z 2 − H f ) = 2 g (h − H f ) 24
TIPOS DE ESCOAMENT
- Exterior
- Interior
ESCOAMENTO EXTERIOR

- Em vez de estar confinado por uma tubagem ou um canal, o


escoamento do fluido pode efectuar-se em torno de um corpo
imerso no fluido.

- Qualquer veículo em movimento relativo com o ar


atmosférico exemplifica esta situação.

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ESCOAMENTO EXTER
ESCOAMENTOS EXTERIORES (cont.)

- O movimento relativo entre o fluido e o corpo causa a


ocorrência de tensões de corte materializadas sob a forma de
atrito.

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- Essa força de atrito (ou de arrasto) opõe-se ao movimento,
tendo por efeito desacelerar o corpo (força que se opõe ao
movimento).
Fd CdA f ρv02

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Cd = Fd =
1 2
ρv0 Af 2
2
onde v0 é a velocidade de aproximação (i.e. antes do
contacto, Af é a área projetada (área frontal), ρ a massa
volúmica do fluido e Cd o coeficiente de arrasto do corpo.

28
ESCOAMENTOS EXTERIORES (cont.)

A área projetada A é a área “vista” pelo fluido. Assim,


para uma partícula esférica:

πD 2
A = πR =
2

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Áreas projetadas para
várias geometrias
29
ESCOAMENTOS EXTERIORES (cont.)

O coeficiente de arrasto C d é, tal como o coeficiente de atrito


nos escoamentos em tubagens, função do número de Reynolds,
que é neste caso da forma:

Lv0 ρ
Re=

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µ
em que L é a dimensão

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característica do objecto (como o
diâmetro, para uma esfera).
Cd A vρ02
Fd =
2
Valores típicos
de C d para
diferentes tipos
de veículos
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ESCOAMENTOS EXTERIOR
ESCOAMENTOS EM TUBOS
- A resistência ao escoamento é essencialmente uma medida da
viscosidade do fluido. Quanto maior a viscosidade de um
fluido, maior a dificuldade de escoamento, sendo necessário
uma energia superior para o deslocar, ou para se deslocar
através dele.

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- A energia perdida é dissipada na forma de calor ou em
“acidentes” na linha, ligações (válvulas, T, joelhos, cotovelos).
O dimensionamento das ligações resulta do compromisso entre

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as perdas de energia e os requisitos de espaço e custo.

- A resistência ao escoamento dos tubos e ligações pode ser


determinada usando formulações empíricas (eq. de Bernoulli e
eq. da continuidade), para efetuar uma análise completa de
um circuito.

- A análise inclui o cálculo das quedas de pressão, dos caudais e


das perdas de potência para todos os componentes do circuito.
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ESCOAMENTOS EM TUBOS

Regime Laminar e Regime Turbulento

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Perfil de velocidade no tubo

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Linhas de corrente das
partículas de um fluido em
escoamento laminar

Flutuação aleatória de
partículas de fluido em
escoamento turbulento.
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ESCOAMENTOS EM TUBOS

Regime Laminar e Regime Turbulento


a) b)

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Padrão de escoamento (a) Laminar (b) Turbulento

ρVD onde ρ é a massa volúmica do


Re = fluido, V a velocidade do fluido, D o
µ diâmetro interno do tubo e µ a
viscosidade dinâmica do fluido
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NÚMERO DE REYNOLDS

- O número de Reynolds é adimensional e tem o seguinte


significado:

Se Re < 2000, o escoamento é laminar.

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Se Re > 4000, o escoamento é turbulento.
Se 2000 ≤ Re ≤ 4000, o escoamento está na zona de
transição entre laminar e turbulento.

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- Não é possível prever o tipo de escoamento que existirá
dentro da zona de transição. Uma vez que o fluxo turbulento
resulta em perdas maiores, os circuitos de potência
deveriam ser projetados para operar com escoamento
laminar.

36

Conceitos e Exercício 4!
PERDAS POR ATRITO

- O atrito é a principal causa de perdas de energia em circuitos


de fluidos. Esta perda de energia é transformada em calor
transferido para o meio ambiente, implicando perda de
energia potencial no sistema e representando perda de

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pressão ou de elevação.
- Perda que necessita de ser compensada por trabalho de
bombagem

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- A perda de energia por atrito num circuito consiste em duas
componentes:
Perdas em tubos retos (perdas em linha);
Perdas em ligações (perdas localizadas).

38
PERDAS POR ATRITO

A equação de Darcy pode ser usada para encontrar perdas


por atrito em tubos.

f = coeficiente de atrito,
2
L  v 
 L = comprimento do tubo,

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H f = f    D = diâmetro interno do tubo,
D 2g  V=velocidade média do escoamento, e

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g = aceleração da gravidade.

2
64 64 L v 
f =  Hf =   

Re Re D 2g 

Equação de Hagen-Poiseuille , válida apenas 39

para o regime de escoamento laminar


PERDAS POR ATRITO EM REGIME
TURBULENTO
A equação de Darcy permite calcular perdas em regime
turbulento. O coeficiente de atrito não pode contudo ser
determinado por uma simples equação, como para o
escoamento laminar, devido à natureza aleatória do movimento

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das partículas.

Em regime turbulento tem-se verificado experimentalmente

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que o coeficiente de atrito é uma função não somente do
número de Reynolds, mas também da rugosidade relativa do
tubo:

Rugosidade absoluta do tubo = ε

Rugosidade relativa do tubo = ε/ D

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PERDAS POR ATRITO EM REGIME
TURBULENTO (cont.)

Tipo de tubo ε
Rugosidade absoluta
(ft) (mm)
vidro ou plástico suave suave

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tubo trefilado 0,000005 0,0015
aço comercial ou ferro forjado 0,00015 0,046
ferro fundido asfaltado 0,0004 0,12
ferro galvanizado 0,0005 0,15

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ferro fundido 0,00085 0,26
aço rebitado 0,006 1,8

Para determinar o valor do coeficiente de atrito para uso na


equação de Darcy, usa-se o diagrama de Moody , que contém
curvas que representam valores do coeficiente de atrito em
função do número de Reynolds e da rugosidade relativa.
Portanto, se se conhecerem estes dois parâmetros, o
coeficiente de atrito pode ser facilmente determinado. 41
PERDAS POR ATRITO E
TURBULE
PERDAS POR ATRITO EM REGIME
TURBULENTO (cont.)

As seguintes características devem ser notadas em relação ao


diagrama de Moody:
Apresenta-se em escala logarítmica devido ao intervalo
grande de valores encontrados para f e Re.

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Na extremidade esquerda do diagrama, Re < 2000, as linhas
retas fornecem exactamente a relação encontrada para
escoamento laminar: f = 64/Re.

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Nenhuma curva é desenhada na zona crítica ou de transição
( 2000 ≤Re ≤4000), visto que nesta região não é possível
prever se o escoamento é laminar ou turbulento.
Para Re > 4000 , cada curva representa um valor particular
de ε/D, sendo necessário recorrer a interpolações para
valores intermédios de ε/D.
Uma vez que se atinge o estado pleno de turbulência (à
direita da linha a tracejado), aumentos no valor de Re não
têm efeito sobre o valor de f.
43

Conceitos e Exercício 5!
PERDAS EM VÁLVULAS E LIGAÇÕES

- Para além das perdas devido ao atrito em tubos retos, existem


também as perdas de energia em válvulas e ligações, tais
como “T’s”, cotovelos e joelhos.

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- A maioria das perdas ocorre frequentemente nestes
elementos, onde existe uma variação na secção transversal
durante o percurso e direção do fluxo. A natureza do
escoamento através deles é bastante complexa, tendo vindo a

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ser utilizadas técnicas experimentais para determinar as
perdas e tendo-se demonstrado que:

v2
Hf = K
2g

onde K é a constante de proporcionalidade ao factor K da


válvula ou ligação (valores tabelados).
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PERDAS EM VÁLVULAS E LIGAÇÕES (cont.)

VÁLVULA OU ligação FACTOR K


válvula globo - totalmente aberta 10,0
meia aberta 12,5

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válvula gaveta - totalmente aberta 0,19
¾ aberta 0,90
meia aberta 4,5

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¼ aberta 24,0
curva em U 2,2
t padrão 1,8
cotovelo padrão 0,9
o
cotovelo a 45 0,42
o
cotovelo a 90 0,75
válvula de esfera 4,0

46
PERDAS EM VÁLVULAS E LIGAÇÕES (cont.)
Técnica do comprimento equivalente

 A queação de Darcy mostra que a perda de energia por


atrito num tubo recto é proporcional não apenas ao
quadrado da velocidade do fluido, mas também ao
comprimento do tubo.

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2
L v 
H f = f   
D 2g 
 A perda por atrito em válvulas ou ligações também é
proporcional ao quadrado da velocidade do fluido. v2
Hf = K

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2g
 Isto sugere que pode ser possível encontrar um
comprimento de tubo que, para o mesmo caudal, produza
a mesma perda de energia por atrito que uma válvula ou
uma ligação.

 Este comprimento de tubo, chamado de comprimento


equivalente, pode ser encontrado igualando as perdas por
atrito através de válvulas ou ligações e do tubo reto:
v2 2
Le v 
K = f   
2g D  2g  47
PERDAS EM VÁLVULAS E LIGAÇÕES (cont.)

Técnica do comprimento equivalente

 Visto as velocidades serem iguais ( cuidado! ), podem-se


cancelar em ambos os lados da expressão. Isto resulta

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em:
D
Le = K

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f

 Permite a conveniência de examinar cada válvula ou


ligação de um sistema de potência como se ela fosse um
tubo reto de comprimento Le. Isto oferece um método
conveniente de análise em circuitos de fluidos, onde as
perdas de energia por atrito têm forçosamente de ser
levadas em conta.
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