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Máquinas de Fluxo

Aula 2
Curso Engenharia Mecânica

Universidade Paulista

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Máquinas de Fluxo – Conceitos de hidráulica

I – Definições e conceitos
I.1 - Fluido: qualquer substância capaz de escoar e assumir a forma do
recipiente que o contém. Um fluido sobre a ação de uma força deforma-se
continuamente. Os fluidos não resistem a forças tangenciais.
I.2 - Hidráulica: responsável pelo conhecimento das leis que regem o
transporte, a conversão de energia, a regulagem e o controle do fluido agindo
sobre suas variáveis (pressão, vazão, temperatura, viscosidade, etc.).
I.3 - Hidrostática: ciência que trata dos líquidos sob pressão (mecânica dos
fluidos estáticos, seguida de condições de equilíbrio dos fluidos).
I.4 – Hidrodinâmica: ciência que trata dos líquidos em movimento e sua
energia cinética.
I.5 – Sistema hidráulico: gera, controla e aplica potência hidráulica (óleo,
água).

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Máquinas de Fluxo – Conceitos de hidráulica

I – Definições e conceitos (contin.)


I.6 – Peso específico (): é o peso por volume de uma substância
homogênea.

𝐺 G = peso (kgf)
𝛾=
𝑉𝑜𝑙 Vol = volume (m³)

I.7 – Massa específica (): é a massa contida em seu volume unitário.

𝑀 𝐺 𝛾 M = massa (kg)
𝑔
𝜌= = 𝜌= Vol = volume (m³)
𝑉𝑜𝑙 𝑉𝑜𝑙 𝑔

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I.8 – Viscosidade absoluta ou dinâmica (µ): indica a razão entre a força de


cisalhamento entre as camadas do fluido e a velocidade na qual o fluido esta
sendo cisalhado. É a resistência que o fluido apresenta ao escoamento.
(kg/ms)

Um fluido muito viscoso é aquele que possui alta viscosidade dinâmica e


portanto não flui facilmente (baixa fluidez) .
(http://joinville.ifsc.edu.br/~evandro.dario/Mec%C3%A2nica%20dos%20Fluidos%20I/Aulas/MecFlu%20I%20-%20Aula%20III%20-%20Conceitos%20Fundamentais.pdf

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I.9 – Viscosidade cinemática (): é a razão entre a viscosidade dinâmica e a


massa específica do fluido.

𝜇
= St = Stokes (10−4 m²/s = 1 cm²/s)
𝜌

Observações:
• a viscosidade diminui com o aumento da temperatura.
• nos gases, a viscosidade aumenta com o aumento da temperatura.
• a viscosidade permanece constante com a pressão.
• no fluido ideal a viscosidade é nula.

I.10 – Índice de viscosidade: é a razão entre a mudança de viscosidade de


um fluido em relação à variação de temperatura. Quanto maior o índice de
viscosidade mais estável é a viscosidade do fluido em relação a temperatura.

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Exercício: Calcular a viscosidade dinâmica de um fluido cujo peso de 3 dm³ é


de 2,4 kgf e a sua viscosidade cinemática é de 10ˉ⁵ m²/s. Considerar g = 10
m/s².

𝐺 2,4
𝛾= = = 0,8 ∙ 103 𝑘𝑔𝑓/𝑚³
𝑉𝑜𝑙 3 ∙ 10ˉ³

𝛾
𝛾 =𝜌∙𝑔 𝜌=
𝑔

𝜇  ∙ 𝛾 10ˉ⁵ ∙ 0,8 ∙ 10³


= 𝜇= ∙𝜌= = = 0,8 ∙ 10ˉ3 𝑘gf ∙ 𝑠/𝑚²
𝜌 𝑔 10

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I.11 – Vazão (Q): é o volume que atravessa determinada seção na unidade de


tempo.
 = velocidade
𝑉𝑜𝑙
𝑄= 𝑄 =𝑣∙𝐴
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 A = área

I.12 – Vazão em massa (Qm): é a massa que atravessa determinada seção


na unidade de tempo.
𝑀
𝑄𝑚 =
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜

I.13 - Vazão em peso (Qp): é o peso que atravessa determinada seção na


unidade de tempo.
𝐺
𝑄𝑝 =
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
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Vazão (Q)

Qe1
Qs1

Qs2

Qe2

SQe = SQs Qs3

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I.14 – Pressão: é a força exercida pelo fluido por unidade de área do


recipiente que o contém. A pressão resulta da resistência oferecida ao fluxo do
fluido.

Principais unidades:
SI: N/m² = Pa (Pascal)
Kgf/cm²; lb/pol² (psi); bar (100.000 Pa = 10⁵ Pa)
1 Pa = 1,45 x 10 ⁴ lb/pol²  1,02 x 10 ¯⁵ Kgf/cm²  0,1 Kgf/m²
I bar  1 Kgf/cm²  1 atm  14,7 psi  1,013 x 10 ⁵ Pa  760 mm Hg

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I.14.1 – Escalas de pressão


Pressão atmosférica (Patm): corresponde a força por unidade de área
causada pelo peso da massa de ar acima do ponto de medição.
nível do mar: Patm = 1,01 x 10⁵ Pa (760 mmHg)
1.000 metros: Patm = 0,9 x 10 ⁵ Pa
2.000 metros: Patm = 0,8 x 10 ⁵ Pa
5.000 metros: Patm = 0,54 x 10 ⁵ Pa

Pressão efetiva (manométrica): é diferença entre a pressão do fluido e uma


pressão de referência.
Pman = Pfluido - Patm

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Pressão absoluta (total): é a pressão manométrica acrescida da pressão


atmosférica.
Pabs = Pman + Patm

Ponteiro
Tubo
flexível

Pressão

(https://rtdbr.com/manometro-industrial-sascip-e-sascp-salcas)

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Pressão:

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I.15 - Lei de Stevin: diferença de peso entre dois pontos de um fluído em


equilíbrio estático.
𝐹 𝑚𝑔 𝜌∙𝑣𝑜𝑙∙𝑔 𝜌∙𝐴∙ℎ∙𝑔
Peso do fluído: F = mg 𝑃= = = =
𝐴 𝐴 𝐴 𝐴

𝑃 =𝜌∙𝑔∙ℎ = 𝛾∙ℎ

𝑃𝐵 = 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ℎ𝐵
𝑃𝐴 = 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ℎ𝐴
𝑃𝐴 = 𝑃𝐵 + 𝜌 ∙ 𝑔 ∙ ∆ℎ

(http://fisicalmeidao.blogspot.com/2013/02/o-teorema-de-stevin-e-suas-aplicacoes.html)

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Exercício: A figura a seguir mostra três recipientes apoiados sobre uma mesa
que possuem a mesma área de base e mesmo nível de um mesmo fluido.
Com relação as pressões hidrostáticas nos pontos P1, P2 e P3 e de suas
correspondentes pressões Pa, Pb e Pc exercidas sobre o tampo da mesa,
assinalar a alternativa correta.

A – P1 = P2 = P3 e Pa = Pb = Pc

B – P3  P1  P2 e Pa = Pb = Pc

C – P1 = P2 = P3 e Pa  Pb  Pc

D - P3  P1  P2 e Pa  Pb  Pc

E – P1 = P2 = P3 e Pc  Pa  Pb
Alternativa correta: E

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1.16 - Lei de Pascal: uma mudança de pressão aplicada a um fluido fechado


é transmitida, sem diminuir, a todas as porções do fluido e também as paredes
de seu recipiente.
Força

𝐹2 𝐹1
=
𝐴2 𝐴1
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Pascal) (https://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-fisica/exercicios-sobre-principio-pascal.htm)

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Exercício: O manômetro “B” serve para medir a pressão no ponto “A” em um


escoamento de água. Se a pressão em “B” é 87 KPa, calcular a pressão em
“A” (KPa). Dados: h0 = 4 cm. h1 = 5 cm, h2 = 7 cm, h3 = 6 cm.
𝑁 𝑁 𝑁
𝛾1 = 9.790 3 ; 𝛾2 = 133.100 3 ; 𝛾3 = 8720 3
𝑚 𝑚 𝑚

𝛾1
Solução: 𝐴

𝑃𝐴 + 𝛾1 ∙ ℎ1 + 𝛾2 ∙ ℎ − 𝛾2 ∙ ℎ − 𝛾2 ∙ ℎ2 − 𝛾3 ∙ ℎ3 = 𝑃𝐵
ℎ ℎ
 
𝑃𝐴 + 9.790 ∙ 0,05 − 133.100 ∙ 0,07 − 8.720 ∙ 0,06 = 87.000

𝑁
𝑃𝐴 = 96.350 2 = 96,4 𝑘𝑃𝑎
𝑚
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I.17 - Equação da Continuidade:


i - o volume total de um fluido incompressível, isto é, fluido que mantém
constante a densidade apesar das variações na pressão e na temperatura,
entrando no tubo será igual aquele que está saindo do tubo;
ii - o fluxo medido num ponto ao longo do tubo será igual ao fluxo num outro
ponto ao longo do tubo, apesar da área da seção transversal do tubo em cada
ponto ser diferente.

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Máquinas de Fluxo – Conceitos de hidráulica

I.18 – Regime de escoamento


I.18.1 - Escoamento Turbulento: Ocorre quando as partículas de um fluido
não movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, ou seja as partículas
descrevem trajetórias irregulares, com movimento aleatório, produzindo uma
transferência de quantidade de movimento entre regiões de massa líquida.
Este escoamento é comum na água, cuja a viscosidade e relativamente baixa.

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I.18.2 - Escoamento Laminar: Ocorre quando as partículas de um fluido


movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou
camadas (daí o nome laminar) cada uma delas preservando sua característica
no meio. No escoamento laminar a viscosidade age no fluido no sentido de
amortecer a tendência de surgimento da turbulência. Este escoamento ocorre
geralmente a baixas velocidades e em fluídos que apresentem grande
viscosidade.

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O número de Reynolds (Re) é um número adimensional usado em mecânica


dos fluídos para o cálculo do regime de escoamento de determinado fluido
dentro de um tubo ou sobre uma superfície.
Número de Reynolds em Tubos:
𝑣𝐷
Re<2000 – Escoamento Laminar. 𝑅𝑒 =

2000<Re2400 – Escoamento de Transição
Re>2400 – Escoamento Turbulento.

ρ = massa específica do fluido; µ = viscosidade dinâmica do fluido; v =


velocidade do escoamento; D = diâmetro da tubulação

A importância fundamental do número de Reynolds é a possibilidade de se


avaliar a estabilidade do fluxo podendo obter uma indicação se o escoamento
flui de forma laminar ou turbulenta.

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Máquinas de Fluxo – Conceitos de hidráulica

Exercícios proposto 1: A figura a seguir mostra três recipientes preenchidos


com água em um mesmo nível. Com relação as pressões hidrostáticas nos
pontos P1, P2 e P3 medidos na linha de referência pode-se afirmar:

P1 P2 P3 Linha de
   referência

A – A pressão P3 é maior que P1 e P2 pois o volume de água no recipiente


acima da linha de medição é maior.
B – A pressão P2 é menor que P1 e P3 pois o volume de água no recipiente
acima da linha de medição é menor.
C – A pressão P1 e P3 são iguais pois a área da seção transversal do
recipiente na linha de referência é igual para os dois recipientes.
D – As pressões P1, P2 e P3 são iguais pois a pressão independe do volume
do recipiente e depende da profundidade em relação a superfície.
E – Nenhuma das alternativas está correta.
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Exercícios proposto 2: Calcular a pressão no ponto “A” do sistema mostrado


na figura a seguir.
Dados:
h1 = 5 cm, h2 = 7 cm
𝑁 𝑁
𝛾1 = 9.790 ; 𝛾 = 133.100
𝑚3 2 𝑚3

Exercícios proposto 3: O transporte de fluídos é bastante influenciado pelo


tipo de escoamento do fluído no duto. Existem dois tipos de escoamento:
turbulento e laminar. Explicar as principais características e diferenças do
escoamento laminar e turbulento.
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Máquinas de Fluxo – Referência Bibliográfica

DENADAI, J. Operações Unitárias I: introdução e transporte de materiais.


Centro Paula Souza – Tiquatira, 2013.
GOMIDE, R. Operações Unitárias; 1º volume: operações com sistemas
sólidos granulares. Edição do autor, São Paulo, 1983.
FERREIRA, P. et all. Mecânica dos fluidos – laboratório. 2ª edição, UNIP.
FIALHO, A. B. Automação Hidráulica: projetos, dimensionamento e
análise de circuitos. 6ª edição, Ed. Érica: São Paulo, 2011.
MACINTYRE, A. J. Bombas e instalações de bombeamento. 2. edição. Rio
de Janeiro: LTC, 2012.
SANTOS, S. L. Bombas e Instalações hidráulicas. São Paulo, LCTE Editora,
2007.
STEWART, H.L. Manual de Hidráulica e Pneumática, 5ª ed., Ed. Hemus,
1995.
WHITE, F. M. Mecânica Dos Fluidos. 6. edição. Porto Alegre: AMGH Editora,
2011.
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