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15 (2): 1 - 6, 2005
ABSTRACT
Today, most part of life activities depends upon energy availability. Since this is such an important topic, there
is a continuous search for energy waste reduction, which leads to the development and improvement of
industrial equipments, processes and methods of analysis. Cogeneration is an alternative to reduce energy waste
in industrial processes. The identification of potential sources to generate energy is made through an exergetic
analysis. The pulp and paper industry is a potential candidate to use cogeneration due to the availability of
residual fuels and high consumption of steam in the process. The present work develops energetic and exergetic
analyses of pressure reduction valves of a pulp industry aiming the use of cogeneration. As results, a
comparison between energetic and exergetic efficiencies of the analyzed processes is presented as well as a
preliminary technical and economical analyses of cogeneration feasibility.
Keywords: cogeneration, efficiency, energy, exergy, pulp and paper industry.
RESUMO
Hoje, a maior parte das atividades da vida depende da disponibilidade de energia. Como energia é um tópico
tão importante, há uma busca continua da redução do seu desperdício que resulta no desenvolvimento e
melhorias de equipamentos industriais, processos e métodos de análise. A cogeração é uma alternativa para a
recuperação de energia disponível em processos industriais. A identificação dos pontos dos processos com
maior potencial para tal recuperação é feita através da análise exergética. A indústria de papel e celulose é
candidata potencial à aplicação da cogeração devido à disponibilidade de combustíveis residuais e à
necessidade elevada de vapor de processo. O presente trabalho desenvolve análises energética e exergética de
válvulas redutoras de pressão de uma indústria de celulose, visando o emprego da cogeração. Como resultados
são apresentadas comparações entre as avaliações das eficiências energéticas e exergéticas dos processos
analisados, bem como uma análise preliminar de viabilidade técnica e econômica da cogeração.
Palavras-Chave: cogeração, eficiência, energia, exergia, indústria de papel e celulose.
1
Geraldo Augusto Camplina França e Lis Nunes Soares
Onde:
C2 C2
h + e + g E * Z + q& = h + s + g E * Z + w& (1) ε : Exergia de fluxo específica.
e 2 e s 2 s
i: Irreversibilidade do processo.
3 – DESENVOLVIMENTO Onde:
E& : Energia.
Foi desenvolvido um estudo para a fábrica de celulose
CENIBRA, localizada em Belo Oriente, MG, onde é m& : Vazão mássica.
proposta a substituição de válvulas redutoras de pressão Os índices v e a indicam vapor e água, respectivamente.
por uma turbina viabilizando a produção de energia com
cogeração, posto que o processo de fabricação da celulose No balanço exergético, utilizou-se a Equação 6 para o
necessita de vapor superaquecido em dois níveis de fluido nos três pontos: entrada da válvula e entrada e saída
pressão. A geração do vapor ocorre na própria fábrica de do dessuperaquecedor
celulose na área de utilidades.
ε& = m& ∗ (h − ho − To ∗ (s − so )) (6)
3.1. – Válvulas redutoras de pressão na fábrica
~
Tabela 1. Eficiências energética e exergética das válvulas
redutoras de pressão (PRV).
TG 3
40
Eficiência Eficiência
39
38
Energética (η)
G.V.
Exergética (ψ)
B4
31
CONDENSADOR
B5
PRV1 - Área 1 0,99 0,65
TANQUE
LICOR NEGRO
CALDEIRA
ÁGUA
RB 2
5
PRV2 - Área 1 0,99 0,52
D4
TG 2
29
COLETOR BP - ÁREA 2
COMBUSTÍVEL
30
D3
VAPOR 4 kgf/cm²
27
21
28
COLETOR AP - ÁREA 1
D8
COLETOR MP - ÁREA 2
14
VAPOR 65 kgf/cm²
19
VAPOR 13 kgf/cm²
BIOMASSA
CALDEIRA
PVR 3
PRV1 - Área 2 0,99 0,65
35
BIO B
ÁGUA
4
D1
7
18
17
12
COMBUSTÍVEL
PVR 1
9
B2
36
33
PROCESSO
B3
PRV2 - Área 2 0,85 0,53
D7
13
18
BIOMASSA
CALDEIRA
PVR 2
BIO A
ÁGUA
3
COMBUSTÍVEL
Apesar do valor elevado da eficiência energética das
26
CONDENSADOR
válvulas redutoras de pressão, que são consideradas
isoentálpicas, a degradação da energia aparece no balanço
B1
qualitativo.
PROCESSO
A soma das irreversibilidades das PRVs 1 e 2 de
D6
ambas as áreas é de 8.528,2 kW, conforme Tabela 2.
TG 1
COLETOR BP - ÁREA 1
24
25
VAPOR 4 kgf/cm²
D5
CALDEIRA
22
Considerando que na prática não será utilizada toda essa
ÓLEO
20
ÁGUA
2
23
COLETOR AP - ÁREA 1
34
COLETOR MP - ÁREA 1
VAPOR 65 kgf/cm²
VAPOR 13 kgf/cm²
37
COMBUSTÍVEL
15
6
10
LICOR NEGRO
PVR 1
8
32
CALDEIRA
RB 1
1
D9
16
COMBUSTÍVEL
PVR 2
:
T US Tarifa de uso dos sistemas de distribuição e
: transmissão.
Vida útil do projeto em meses ou anos C ee Custo da energia comprada da concessionária.
:
n
Figura 5. Fluxo de caixa. t: Alíquota do imposto de renda.
VPL = B *
(1 + i ti )n − 1 − Inv
Considerou-se como investimento inicial (Inv), a soma
(9) do custo da turbina e acessórios, transporte do
i ti * (1 + i ti )n
equipamento, montagem mecânica e obra civil. O custo de
manutenção, operação e energia de back up são
Onde: considerados custos anuais da planta (Cb). Para cálculo do
B: Benefício líquido. custo da energia de back up, que corresponde ao custo da
i ti : Taxa interna de retorno de empreendimento. energia comprada da concessionária para utilização nos
n: Vida útil do projeto em anos. períodos em que a turbina estiver em manutenção, foi
Inv : Investimento inicial. considerada a Equação 10:
130
120 fator de desenvolvimento: o caso da região de Itapeva, SP.
110 Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, SP. 2001.
100 SILVA, J. da – Análise termoeconômica do processo de geração
90 de vapor e potência do segmento de celulose e papel. Dissertação
80 de mestrado. Escola Federal de Engenharia de Itajubá. Itajubá,
70
MG. 2002.
60
SILVEIRA, J. L. – Estudo de sistema de co-geração aplicado a
50
fabricação de papel e celulose. Dissertação de mestrado. Escola
40
Federal de Engenharia de Itajubá. Itajubá, MG. 1990.
30
WALL, G. – Exergy flows in industrial processes. Suécia, 1996.
20
50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 WARK, K.; RICHARDS, E. – Thermodynamics. Sixth edition.
Taxa de retorno anual (%) Editora WCB McGraw-Hill. Estados Unidos. 1999.
WYLEN, V.; SONNTAG; BORGNAKKE – Fundamentos da
Figura 6. Gráfico: Custo da energia x Taxa de retorno anual. Termodinâmica. Tradução da 5ª edição americana. Editora Egard
Blücher ltda. São Paulo, SP. 1998.
5 – CONCLUSÃO