See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/309154088

AVALIAÇÃO DE BUCHAS CAPACITIVAS PARA TRANSFORMADORES E

REATORES POR MEIO DE ENSAIOS EM ALTA TENSÃO

Conference Paper · June 2000

DOI: 10.13140/RG.2.2.30095.79526

CITATIONS READS

0 3,229

9 authors, including:

Orsino Borges Filho

Cepel - Electric Power Research Center
56 PUBLICATIONS 120 CITATIONS

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Orsino Borges Filho on 14 October 2016.

The user has requested enhancement of the downloaded file.

 AVALIAÇÃO DE BUCHAS CAPACITIVAS PARA
TRANSFORMADORES E REATORES POR MEIO DE ENSAIOS EM
ALTA TENSÃO
M. C. M. Atallah e Orsino Oliveira F.
Unidade de Alta Tensão (UNIAT)
CEPEL
Cx. Postal 68007
21944-970 - Rio de Janeiro – RJ
atallah@cepel.br / orsino@cepel.br
J. I. Lopes, Jorge C. S. e G. M.
Gontijo
Área de Transformação e Manobra (TR/MN)
CEMIG
Av. Barbacena, 1200 - Santo Agostinho
30190-131 - Belo Horizonte – MG
jilopes@cemig.com.br / jorginho@cemig.com.br
/ ggontijo@cemig.com.br
Resumo – Buchas capacitivas de alta tensão são
componentes importantes de transformadores e
reatores de potência. Muitas empresas têm
buchas reservas que estão armazenadas há até 20
anos e precisam ser avaliadas para que possam
estar em condições de ser utilizadas Com este
objetivo, empresas do setor como a maiores responsabilidades, podem ser utilizadas a
ELETROSUL, CEMIG e FURNAS vêm se
preocupando em avaliar as condições de
desempenho de buchas capacitivas de
transformadores e reatores, classes 69, 138, 242,
362 e 550 kV. Neste trabalho são apresentadas
informações sobre buchas capacitivas de alta
tensão e os ensaios de alta tensão realizados em
laboratório para avaliação de seus desempenhos.
Palavras Chave: Buchas capacitivas de alta
tensão, Ensaios de alta tensão
I. INTRODUÇÃO
As empresas de energia elétrica, na maioria dos
casos, possuem partes e componentes de reserva
para os equipamentos mais importantes que
compõem os sistemas de geração, transmissão e
distribuição de energia. Normalmente estas
empresas seguem procedimentos específicos
indicados pelos fabricantes para locais e
armazenagem adequada destas partes sobressalentes.
No entanto, em caso de necessidade de utilização,
podem existir dúvidas sobre a eficácia das condições
de armazenamento e, consequentemente, sobre as
reais condições de desempenho da parte ou
componente necessário para ser colocado em
serviço, após longo tempo armazenado. Tem-se
E. T. Futino, E. C. C. Santos e R.
Zirbes
Depto. de Eng. de Manutenção do Sistema
(DEMS) / Lab. de Alta Tensão (LALTE)
ELETROSUL
Rua Deputado Antonio Edu Vieira, 999 Pantanal
88048-901 - Florianópolis – SC
efutino@eletrosul.gov.br
J. C. C. Brandão e Fábio de Abreu P.
Depto. de Equip. de Alta tensão (DAT.O)
FURNAS
Rua Real Grandeza, 219 - sala 704 A
22281-900 - Rio de Janeiro – RJ
jbrandao@furnas.com.br /
fabioap@furnas.com.br
reconhecido, portanto, a importância de se
estabelecer algum mecanismo de controle e
avaliação do desempenho de partes sobressalentes
que podem estar armazenadas nas empresas há
muitos anos. Este controle visa assegurar que as
partes reservas mais importantes, de maior porte e de
qualquer momento e em qualquer emergência. Tal
controle contribui também para minimizar
conseqüências de possíveis falhas dos equipamentos
de maiores participações na garantia da
confiabilidade dos sistemas de energia do país.
Com este objetivo, empresas do setor como a
ELETROSUL, CEMIG e FURNAS vêm se
preocupando em avaliar as condições atuais de
desempenho operativo de buchas capacitivas de
transformadores e reatores, classes 69, 138, 242, 362
e 550 kV, as quais estão armazenadas há cerca de até
20 anos. Estas avaliações têm sido feitas
principalmente por meio de ensaios de rotina,
realizados com base na norma ABNT NBR 5034/89
[1]. Fazem parte de programas de engenharia de
manutenção destas empresas, com o objetivo de
habilitar os equipamentos que estão no almoxarifado
para o caso de necessidade de utilização imediata.
II. CARACTERÍSTICAS DE BUCHAS
CAPACITIVAS DE ALTA TENSÃO
As buchas capacitivas de alta tensão são
formadas basicamente por um condutor metálico
instalado no interior de um isolador de porcelana e
envolvido por materiais especiais. Estes materiais
têm as finalidades de prover sustentação mecânica,
isolamento elétrico e de uniformizar a distribuição
de potencial desde o condutor até a porcelana. Esta
distribuição mais uniforme e gradualmente
controlada de potencial proporciona melhores
condições de suportabilidade dielétrica,
principalmente na região em torno do flange, onde é
fixada a estrutura de sustentação da bucha no
equipamento ao qual ela pertence.
A isolação principal das buchas capacitivas
classes 69 kV e acima é feita, normalmente, de papel
isolante impregnado em óleo, com blindagens para
distribuição de potencial. A uniformização do campo
elétrico e consequentemente da distribuição de
potencial é obtida pela formação de um sistema de
capacitores cilíndricos e concêntricos no corpo da
isolação.
O núcleo da bucha é constituído de um vergalhão
de cobre eletrolítico em torno do qual são montadas
as diversas camadas de material semicondutor, que
formam os capacitores cilíndricos. O espaço interno,
formado entre o núcleo e o corpo isolante da bucha,
é preenchido por um composto de material isolante e
é totalmente vedado por meio de gaxetas de
neoprene, devendo-se evitar a formação de bolhas
no seu interior.
A parte superior externa da bucha é protegida por
um cabeçote de alumínio fundido, acima do qual fica
a conexão do condutor a ser instalado externamente.
As buchas capacitivas de alta tensão podem ser
projetadas para operar nas posições horizontal,
vertical ou inclinada.
Na Fig. 1 é apresentado o aspecto externo de
uma bucha capacitiva. Na Fig. 2 é mostrada uma
bucha capacitiva em corte, com detalhes dos
cilindros equipotenciais. [2 e 3]
Fig. 1 – Aspecto externo de uma bucha capacitiva
Fig. 2 – Bucha capacitiva em corte
Na Fig. 3 é apresentado, de maneira simplificada,
a diferença nas linhas equipotenciais para uma bucha
capacitiva e uma bucha de construção convencional,
sem a formação de capacitores concêntricos. [2 e 3]
Fig. 3 – Distribuição de potencial em buchas de alta
tensão. Parte superior: bucha convencional.
Parte inferior: bucha capacitiva.
As buchas capacitivas possuem pelo menos uma
derivação de ensaio, que é uma conexão isolada do
flange e conectada a uma das suas últimas camadas
condutoras. Este chamado tap capacitivo pode ser
utilizado para realização de medições, quando o
flange da bucha é aterrado. Esta derivação é
acessível no lado externo da bucha e é curto-
circuitada e aterrada diretamente, quando não está
sendo utilizada para medições. Algumas buchas
possuem também uma derivação de tensão, que é
uma conexão semelhante ao tap capacitivo de
medição, porém com um nível de isolamento maior.
Estas derivações são importantes e também
devem ser consideradas durante os ensaios para
avaliação de desempenho das buchas.
Nas Fig. 4 e 5 estão apresentados diagramas
elétricos simplificados de buchas com uma e com
duas derivações, respectivamente:
C1
1 1
C2
DETALHE DO
DIAGRAMA ELÉTRICO
BUCHA
Fig. 4 - Diagrama elétrico simplificado de uma
bucha capacitiva com uma derivação.
 L1

1
C1
2
Fig. 8 – Suporte para condicionamento de buchas na
1 2

C0
C2
posição vertical
L2

DETALHE DOS TAP's

DIAGRAMA ELÉTRICO

BUCHA

Fig. 5 - Diagrama elétrico simplificado de uma

bucha capacitiva com duas derivações.

Fig. 9 - Detalhe da derivação de ensaio

Fig. 6 – Bucha de 550kV já preparada para ser

instalada no tanque de ensaio.
Fig. 10 - Detalhe da derivação de tensão

Fig. 7 – Montagem da bucha no tanque de ensaio

Nas Fig. de 6 a 11 estão apresentados detalhes de
uma bucha de 550kV, de fabricação P&V, bem
como sua montagem no tanque utilizado para
ensaios dielétricos no laboratório do CEPEL.
III. CONDIÇÕES DE
ARMAZENAMENTO DAS BUCHAS
A maioria dos fabricantes de buchas capacitivas
de alta tensão prescreve condições e procedimentos
a serem seguidos no armazenamento, transporte e
montagem das buchas e também na preparação para
os ensaios.
Fig. 11 - Detalhe do dispositivo de teflon montado
na derivação de tensão durante o ensaio.
Para citar um exemplo de procedimento, o guia
de instalação e manutenção da ABB número 2750
515-1, Rev. 6, de 15/09/1998, recomenda que, para
um determinado tipo de bucha capacitiva, seja
observado o seguinte:
a) Quando uma bucha for armazenada na posição
horizontal por um período de algumas semanas,
deve-se colocá-la na posição vertical e esperar
pelo menos 12 horas antes de aplicar a tensão de
serviço e pelo menos 24 horas antes de realizar
o ensaio de tensão aplicada;
b) Se, por algum motivo, a bucha for
indevidamente armazenada na posição
horizontal, por um período maior que um ano,
deve-se colocá-la na posição vertical e esperar
pelo menos uma semana antes de energizá-la.
No caso da ELETROSUL, a necessidade de se
avaliar o desempenho de buchas, que estavam
armazenadas por longo tempo, ficou evidente
quando da perda de uma unidade monofásica de
transformador 230/13,8kV, logo após a troca da
bucha de 230kV. Ensaios dielétricos em outras três
buchas similares, e armazenadas nas mesmas
condições, apresentaram resultados não satisfatórios,
indicando que não estavam em condições de serem
colocadas em operação. Desde então, as buchas
reservas têm sido ensaiadas. Como conseqüência,
aquelas que apresentaram resultados satisfatórios
foram encaminhados para armazenamento em
condições adequadas. As que apresentaram
resultados insatisfatórios foram encaminhadas para
tratamento na oficina central da ELETROSUL, para
depois serem ensaiadas novamente. As que não
recuperaram condições operativas após dois ou três
tratamentos foram encaminhadas para descarte.
No caso de FURNAS, a ocorrência de perda de
um equipamento, logo após a instalação de uma
bucha capacitiva armazenada por longo período,
levou à desconfiança em relação às outras buchas de
mesmo fornecimento e tempo de armazenamento, as
quais foram ensaiadas e apresentaram bom
desempenho.
No caso da CEMIG, a ocorrência de falha de um
equipamento também envolvendo a bucha de alta
tensão, e necessidade de utilização de bucha reserva
armazenada por longo tempo, levou à realização dos
ensaios.
IV. CONDIÇÕES PARA
REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS
Para a realização de ensaios dielétricos de alta
tensão em buchas capacitivas com isolação de papel
impregnado em óleo, utilizadas em reatores e
transformadores de até 550 kV, são necessárias as
seguintes condições mínimas:
• Um laboratório de alta tensão com dimensões e
condições de blindagens eletromagnéticas
adequadas para ensaios de capacitância e tanδ,
descargas parciais e tensão aplicada;
• Equipamentos para aplicação de tensão;
• Capacitores padrão e de acoplamento, livres de
descargas parciais nas tensões de ensaio;
• Sistema de medição de alta tensão;
• Sistema de medição de capacitância e tanδ;
• Sistema de detecção de descargas parciais pelo
método elétrico e acústico;
• Tanque de ensaios com dimensões apropriadas
às dimensões e níveis de tensão das buchas a
serem ensaiadas e óleo isolante em quantidade e
com características físico-químicas requeridas;
• Eletrodo de blindagem para o topo das buchas
com dimensões adequadas aos níveis de tensão
de ensaio.
A instalação da bucha a ser ensaiada no tanque
de ensaio deve ser cuidadosamente feita por pessoal
especializado. A bucha deve ser instalada no tanque
em condições tão próximas quanto possíveis das
condições de operação. Após a instalação no tanque
e montagem do arranjo de ensaio, deve-se aguardar
o tempo requerido para descanso e acomodação
antes de iniciar o ensaio.
Desde 1995, a ELETROSUL já realizou cerca de
80 ensaios dielétricos em buchas de tensão até
230kV no seu próprio Laboratório de Alta Tensão
(LALTE). A CEMIG realiza em seu próprio
laboratório ensaios de tensão aplicada e medição de
capacitância e tanδ em buchas de até 345 kV. Pelas
instalações e equipamentos requeridos, quando há
necessidade de se medir descargas parciais ou para
os ensaios completos de rotina nas buchas de tensões
acima de 230 kV, a ELETROSUL, CEMIG e
FURNAS têm utilizado o laboratório de alta tensão
do CEPEL, em Adrianópolis.
Na Fig. 12 está apresentada uma foto mostrando
o tanque de ensaio com a bucha sob ensaio e
eletrodo de blindagem, capacitor de acoplamento,
capacitor padrão e transformadores de ensaio,
utilizados no laboratório de alta tensão do CEPEL.
Fig. 12 – Foto do arranjo de ensaio de bucha 550kV
V. ENSAIOS REALIZADOS
Os principais ensaios realizados nas buchas
capacitivas foram: medições de capacitâncias, tanδ e
descargas parciais, antes e após ao ensaio de
verificação da tensão suportável à freqüência
industrial. Todos os ensaios foram realizados de
acordo com normas específicas da ABNT, IEC e Foram ensaiadas buchas de vários tipos e
IEEE. [1,4 e 5] fabricantes, as quais se encontravam armazenadas há
Dentre os ensaios realizados, o mais complexo é até quase 20 anos, sem controles específicos e sem
o de medição de descargas parciais, principalmente nunca terem sido avaliadas com alta tensão.
pelos níveis baixíssimos exigidos por norma para o Na Tabela 1 são apresentadas as principais
ruído do circuito de ensaio sem a bucha. A características das buchas ensaiadas:
montagem da bucha no tanque de ensaios, a
blindagem do topo da bucha e da extremidade da Tabela 1 - Características das buchas ensaiadas
bucha imersa no óleo e as distâncias entre os pontos Fabricantes: (A) – MITSUBISHI TIPO OT, (B) – ASEA
sob potencial e as partes aterradas internas do tanque TIPO GOE e GOA, (C) – P & V TIPO PTRO, (D) –
também requerem cuidados técnicos específicos para TOSHIBA TIPO VBU, (E) – BUSHING 500HC
que se tenha certeza que os sinais de descargas Tensão
Fabric. Dimensões: Fig. 5
parciais, quando medidos, sejam realmente gerados Máx.
na bucha. Estes cuidados também são necessários (kV) L1 (mm) L2 (mm)
para se evitar descargas não desejadas durante o A 5516 1546
ensaio de tensão suportável a freqüência industrial. B 5090 / 5516 1285 / 1585
Para os ensaios em buchas de classe 550 kV, o 550 / 1850
CEPEL ainda têm limitações nas dimensões do C 4200 1900
tanque utilizado para instalação da bucha. D 4325 / 5075 1375 / 1945
Na Fig. 13 está apresentado o arranjo físico de E 5730 1860
montagem da bucha no tanque de ensaio utilizado no 362 B 3700 1330
laboratório de alta tensão do CEPEL, com 242 D 2620 1512
indicações das principais dimensões.
Na Tabela 2 está apresentado um resumo com a
quantidade de buchas ensaiadas e aprovadas.

Tabela 2 – Resumo dos resultados dos ensaios

Tensão
Fabric. Quantidade Quantidade
Máx.
ensaiada aprovada
(kV)
A 4 4
B 7 6
550 C 3 Nota 1
4200
D 3 3
E 1 1
362 B 3 3
242 D 3 3

Notas:
φ 495 1. Os ensaios realizados nestas buchas ainda não
395 430 foram conclusivos, porque este tipo de bucha é
composto dieletricamente pelo cabo, que passa
METÁLICO

TANQUE
505
DE
ÓLEO
pelo interior da bucha e é conectado ao
equipamento. Este cabo é especificamente
EPOXI

projetado para este tipo de bucha. É um

1000
650
componente em separado, não disponível na
bucha, e deve ter uma terminação com
280 isolamento para suportar 1/3 da tensão total da
3150 175 bucha. Inicialmente tentou-se realizar os ensaios
400 980 sem o cabo, sem sucesso. Posteriormente, foram
realizados ensaios nas buchas montadas com um
cabo retirado de um reator da ELETROSUL.
1365
Estes ensaios indicaram a presença de descargas
parciais com níveis de milhares de pC. Por meio
de deteção de descargas parciais pelo método
acústico, foi possível localizar a região onde as
OBS.: Medidas em "mm"
descargas ocorrem e o mais provável é que a
2300
terminação do cabo utilizado não esteja em
Fig. 13 – Principais dimensões da montagem da condições adequadas para suportar a parcela de
bucha no tanque de ensaios 1/3 da tensão aplicada na bucha durante o
 ensaio. Estes ensaios devem ser repetidos com
um cabo seguramente livre de descargas
parciais, para que se possa concluir sobre o
desempenho das buchas.
2. Uma bucha de 550 kV de fabricação B
apresentou nível de DP’s acima do especificado.
3. Duas buchas de 550kV apresentaram problema
na medição de capacitância e tanδ de suas
derivações.
4. Ensaios de alta tensão realizados pela
ELETROSUL em buchas de 230 kV indicaram
ocorrências de desimpregnação parcial do papel
isolante em função de armazenagem das buchas
na posição horizontal, por longo tempo.
5. O método acústico de detecção de descargas
parciais, utilizado em complemento ao método
elétrico, possibilitou a localização da origem
das descargas parciais. Esta informação
possibilita assegurar as conclusões sobre o
desempenho das buchas ou indicar necessidade
de melhorias na parte do circuito de ensaio no
interior do tanque.
VI. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES
Falhas recentes em transformadores e reatores de
alta tensão instalados nos sistemas elétricos,
envolvendo também as buchas de alta tensão destes
equipamentos, têm despertado a atenção das
empresas sobre o estado das buchas reservas
armazenadas por períodos de até cerca de 20 anos.
Estas buchas do tipo capacitivas e de classes desde
69 até 550 kV têm sido, então, ensaiadas nos
laboratórios das próprias empresas ou no CEPEL.
Pelas condições necessárias, principalmente em
termos de dimensões do laboratório, instalações e
equipamentos, os ensaios nas buchas de classes
superiores a 138 kV têm sido realizados nos
laboratórios de alta tensão do CEPEL.
Os ensaios mínimos indicados para serem
realizados tanto em buchas novas, no ato do
recebimento, para comprovar os resultados dos
ensaios realizados pelo fabricante, como para as
buchas armazenadas por longo período em
condições não controladas, para avaliação de
desempenho operativo são: medição de capacitância
e tanδ e descargas parciais antes e após o ensaio de
tensão aplicada.
Estes ensaios são muito difíceis de serem
realizados no campo, principalmente o de medição
de descargas parciais, por requerer condições
especiais de arranjo e blindagens eletromagnéticas
do circuito de ensaio. Mesmo nas condições
controladas dos laboratórios, principalmente o
ensaio de descargas parciais para buchas de classe
550 kV requer cuidados especiais.
View publication stats
Após a habilitação das buchas por meio destes
ensaios de alta tensão, elas podem ser colocadas em
operação ou devem ser armazenadas em condições
adequadas.
A experiência com as condições consideradas
adequadas de armazenamento das buchas por longo
tempo é recente até mesmo para alguns fabricantes.
Para períodos de armazenamento superiores a seis
meses, a posição de armazenamento seguramente
recomendada é aquela na qual a bucha fica mais
próxima da posição de operação. Alguns tipos de
bucha requerem uma condição de armazenamento
com imersão da sua extremidade inferior em óleo
isolante.
Periodicamente, de acordo com a metodologia
adotada pelas empresas para manutenção e controle
de equipamentos armazenados, recomenda-se
realizar inspeção visual para detectar anormalidades
tais como vazamentos de óleo e também medições
de fator de potência e capacitância da bucha. Estas
medições podem ser realizadas com a bucha no
próprio local de armazenamento, utilizando-se
instrumentos convencionais, disponíveis no
mercado, que aplicam tensões de até 10 kV.
A periodicidade adotada para estas medições no
campo é da ordem de alguns anos. Qualquer
anormalidade verificada nestas medições devem ser
confirmadas e detalhadas pelos ensaios de alta
tensão nos laboratórios.
VII. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
[1] - ABNT NBR 5034/89 - Buchas para tensões
alternadas superiores a 1 kV
[2] - MAMEDE, João Filho. Manual de
Equipamentos Elétricos: Vol 1 - 2a edição -
[3] - ARY, D’Ajuz, FÁBIO, M. Resende,
SALGADO, F. M. Carvalho, IRAPOAN, G.
Nunes, AMON, Jorge Filho, NORA, L. E.
Dias, POLO, Marco Pereira, KASTRUP, Oscar
Filho, SËRGIO, de ª Morais.
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS especificação
e aplicação em subestações de alta tensão.
Editado em 1985 por FURNAS CENTRAIS
ELËTRICAS S.A. com participação
Universidade Federal Fluminense.
[4] - IEC 137/95 - Insulated bushings for alternating
voltages above 1000 V
[5] - IEEE C57.19.00/91 - Standard general
requirements and test procedure for outdoor
power apparatus bushings