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Como defende Silveira e Nascimento (2004) separar a saúde e a doença dos contextos sociais
que a assimilam, “é restringi-las à leitura exclusiva do saber médico”. De acordo com as autoras,
há de ter uma interligação necessária entre o biológico e o social para uma melhor compreensão
historiográfica das doenças e das epidemias. Elas entendem a doença como uma construção
social, tendo como base autores da historiografia cultural, antropologia e outros diálogos
interdisciplinares, propõem uma desnaturalização da doença.
Um dos limites tratados no capítulo, está no enfoque apenas biológico e cientificista das
doenças, como é o caso de autores como William McNeil que não dão conta da diversidade de
construções sociais acerca da doença em sociedades distintas. As autoras defendem a história
das doenças como “um dos caminhos para se compreender uma sociedade”. Outro limite da
historiografia estaria em levar em conta apenas as opiniões médicas em detrimento da
experiência do doente.
Ou seja, as autoras entendem como potência a ênfase social e cultural que a historiografia pode
dar ao corpo e as experiências de adoecimento, almejando a interligação das perspectivas
individual e coletiva, mental e física, biológica e cultural.