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Disciplina: História da saúde e das doenças

Aluna: Leidiana da Costa Lima Silva

Segundo o texto de Jacques Le Golf, a doença pertence não só á história


superficial dos progressos científicos e tecnológicos como também á história
profunda dos saberes e das práticas ligadas ás estruturas sociais, ás
instituições, ás representações, ás mentalidades. É uma história dramática que
revela através dos tempos uma doença emblemática unindo o horror dos
sintomas ao pavor de um sentimento de culpabilidade individual e coletiva.
Hanseníase é uma das doenças que conheci de perto relatos de sofrimentos,
de pessoas que viveram na pele a dor, o preconceito e a separação da família
para viver em isolamento por conta da doença. Uma Historia que ficou marcado
na vida daquelas pessoas e naquele local que hoje é conhecido como o Centro
de Convivência Antônio Diogo, foi o primeiro leprosário do estado do Ceará que
abrigou uma parte da historia da hanseníase no Brasil.
A hanseníase, conhecida desde os tempos bíblicos como lepra (Bíblia
Sagrada, 1992), é uma doença infecto-contagiosa de evolução crônica que se
manifesta, principalmente, por lesões cutâneas com diminuição de
sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Por falta de um conhecimento específico,
a hanseníase era muitas vezes confundida com outras doenças, principalmente
as de pele e venéreas. Daí o preconceito em relação ao seu portador: a
trasmissão da doença pressupunha um contato corporal, muitas vezes de
natureza sexual e, portanto, pecaminoso.
No Brasil, até meados do século XX, os doentes eram obrigados a se isolar em
leprosários e tinham seus pertences queimados, uma política que visava muito
mais ao afastamento dos portadores do que a um tratamento efetivo. A
infecção por hanseníase além de contagiosa, mesmo curada, deixa sequelas
que podem afetar e danificar de modo permanente as terminações nervosas.
Seus efeitos são principalmente nas extremidades, como mãos e pés. As
sequelas podem ocorrer por meio da falta de sensibilidade.
Fundado em 1928, na época com o nome de Leprosaria Canafístula, o Centro
de Convivência Antônio Diogo foi o primeiro leprosário do estado do Ceará, por
isso abriga uma parte considerável da História da hanseníase no Brasil.
Quando uma pessoa era acometida dessa doença, era enviada para um local
onde ficava isolada da família. Muitas dessas pessoas vieram ficar em
isolamento na cidade de Redenção mais precisamente em Antonio Diogo, onde
tinha um local onde ficavam isolados de todos da sociedade, e de familiares,
local esse conhecido antes como leprosário colônia, atualmente é o centro de
convivência de Antonio Diogo.
Moradores relatam que vieram para o leprosário empresário de Antonio Diogo
colônia, ainda jovens, tiveram que abandonar a família para ficar isolados em
tratamentos, onde muitos relatam ainda que reconstruíram suas vidas. Como
também tem depoimentos de pacientes que foram abandonados pela família e
nunca mais as viu. Uma historia que foi construída com dor, sofrimento e
preconceito, e que ficou marcado na vida dessas pessoas.

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