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A primeira curiosidade envolvendo Kull é que, para muitos fãs da obra de Howard, o
filme de Conan de 82 é muito mais um filme de Kull do que do Conan em si. São praticamente
2 evidências que fazem surgir este pensamento nos fãs. A primeira é o fato do próprio vilão ser
Thulsa Doom, que é, na obra de Howard, um vilão reconhecidamente de Kull e não de Conan.

A segunda evidência é o próprio Conan do filme, que assim como Kull, é mais taciturno
e introspectivo, e atuou como escravo e gladiador antes de ser rei. Características estas típicas
de Kull, e não de Conan. Obvio que não existe nenhuma confirmação por parte da produção se
tal teoria é real. Mas, convenhamos, é no mínimo intrigante.

A segunda curiosidade é sobre o filme Kull, O Conquistador, lançado em 1997


estrelando por Kevin Sorbo. O fato é, este filme inicialmente seria o terceiro filme de Conan
adaptando o roteiro do romance “A hora do dragão” de Robert E. Howard. Mas, quando
Arnold Schwarzenegger recusou participar do filme e o papel de Conan foi oferecido ao Kevin
Sorbo, ele, espertamente, colocou a condição de que só faria o filme se o nome do
personagem não fosse Conan. Ele não queria ser diretamente comparado com o
schwarzenegger e acho que hoje, sabendo da péssima repercussão que o filme teve...
podemos dizer que, ufaaa.... valeu Kevin Sorbo!

“Rei Kull é o personagem bárbaro e bruto de uma era pre-histórica mas que, graças a
equipamentos de alta tecnologia, conseguiu sobreviver em animação suspensa até os dias
atuais onde foi reanimado para enfrentar aquele que se tornaria o seu pior rival, o super herói
Shazam!”

Então... Estranhou está descrição do Rei Kull? É porque este Rei Kull é outro! Sim, Em
1951 a DC Comics publicou a Captain Marvel Adventures # 125 que apresentava um vilão
bárbaro pre-historico cuja o nome era exatamente:  Rei Kull. Esta versão do Rei Kull da DC foi
apagada da existência após o colapso do Multiverso na série Crise nas Infinitas Terras. Mas,
casualmente ainda aparecem menções ao personagem ou homenagens esporádicas.

Acho que podemos afirmar que este Rei Kull teve lá sua pontadinha de
inspiração/homenagem a obra do original de Howard, não é mesmo?

Apesar de fisicamente Kull e Conan serem parecidos, eles são bastante diferentes em
termos de personalidade. Enquanto Conan é nitidamente mais imediatista impulsivo e
mulherengo, Kull é mais introspectivo, filosófico e até... solitário. Nos contos originais, Kull não
parece predisposto a nenhum relacionamento amoroso visto que ele é um homem da guerra
que necessita dominar e apaziguar um antigo reino e não tem tempo para as mulheres.
No campo da metafísica eles também tem comportamentos totalmente distintos. Em,
A rainha da Costa Negra, Conan deixa bem claro que... se a vida é uma ilusão, esta ilusão é real
para ele e isto, por sí só, já basta. Já Kull, em “A Gata de Delcardes” e em “Os Espelhos de
Tuzun Thune”, sempre se mostra interessado em assuntos além da nossa própria realidade. Na
Gata de Delcardes, por exemplo, Kull tem uma longa conversa com uma gata falante sobre o
destino dos homens e a vontade dos deuses.

Para aqueles que acham um absurdo ver Conan viajando no tempo nos quadrinhos da
Marvel, e acham que Howard jamais escreveria algo do tipo, bom... eu preciso lhes dizer que a
ideia de... viajem no tempo não era necessariamente descartada por Howard. No conto Reis da
Noite escrito por Howard em 1930, O rei picto Bran Mak Morn precisa resolver um problema
entre diferentes tribos e a ascensão do império Romano, Bran pede ajuda ao seu xamã que,
através de feitiçaria, invoca Rei Kull que pertence a um passado de mais de 100 mil anos atrás
a própria era de Bran. Juntos, Bran e Kull, enfrentam a ameaça do império.

No fim da história, Kull acorda assustado em sua câmara secreta acreditando que tudo
aquilo não passou de um sonho, até notar os ferimentos em seu corpo e o sangue na sua
espada. 

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