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ENSAIO BIBLIOGRÁFICO SOBRE MOBILIDADES E CONTINUIDADES EM UM

PESPECTIVISMO SOCIAL BRITÂNICO

Ana Maria Valias Andrade Silveira1

Introdução

O presente artigo tem como objetivo apresentar questões que vêm sendo discutidos na
pesquisa intitulada “Dois Mundos: entre o pragmatismo da Umbanda e o Salvacionismo
Espírita – Um Estudo de Caso”, no intuito de propor um diálogo com o pensamento de alguns
autores da Antropologia Clássica, demonstrando como o conhecimento teórico pode
contribuir com a pesquisa que está sendo desenvolvida, e como o campo empírico pode
demonstrar a complexidade e a versatilidade das relações que se estabelecem em um campo
aberto, indo de encontro da proposta da objetividade fornecida pela teoria. Desta forma, a
proposta é trazer o pensar antropológico da Escola Social Britânica, desenvolvida através do
método funcionalista a priori, para contribuir ao entendimento de como as sociedades e
grupos sociais são descritos etnograficamente, considerando que a formação da Escola
Britânica é marcada por um novo paradigma, em que o trabalho de campo passa a ser
reconhecido cientificamente, e a prática etnográfica passa a ser legitimada. A partir daí, as
sociedades primitivas recebem a influência do antropólogo que passa a vivenciar a vida social
do outro em busca da alteridade. Nesse cenário, a experiência, através da observação
participante, opera como prática de fundamental importância para a produção e impressão do
outro que é sempre diferente. Em suma, a escolha deste pensar antropológico é justamente
pela valorização que o campo recebe e as críticas que nascem por meio desse novo
enfrentamento teórico vai dar luz a algo muito específico referente às impressões decorrentes
da experiência de campo vivenciada pela autora deste artigo.
Certamente, cabe esclarecer que a ideia não é apresentar a pesquisa que está sendo
realizada, e sim trazer especificamente duas questões referentes a propostas metodológicas e
outra apresentada pela situação recorrente que sem dúvida deu vida e cor a esta pesquisa, pois
as construções iniciáticas da pesquisa só ocorreram por conta deste fato extremamente central
na análise proposta.

1
Aluna do Programa de Pós-Graduação – Mestrado – em Antropologia da UFGD. Artigo apresentado à
disciplina de Teoria Antropológica I como requisito de avaliação.
Ao deter-se mais sobre a pesquisa, considera-se que ela contempla o campo religioso1,
o qual pertence às Religiões de Possessão de um modo geral, e em específico o campo das
Religiões Afrodescendentes. As restrições se limitam nas modalidades de culto da Umbanda e
do Espiritismo. Mas deve-se esclarecer que o objeto em análise não é a religião em si, e tais
cultos serão investigados conjuntamente enquanto continuidades pendulares entre um e outro,
explicitando que uma modalidade convive com a outra sobre inúmeras formas extremamente
dinâmicas, plásticas, e ainda com inúmeros fatores dialéticos entre mudanças e permanências,
continuidades e rupturas, aproximações e afastamentos, ressignificações.
Logo, o objeto desta pesquisa é o continuum religioso. Esse conceito vem sendo
estudado por Arthur Ramos (1934), Ferreira Camargo (1961), Stefânia Capone (1988). A
ideia de continuum foi analisada a partir das noções de Pureza e Mistura em que havia
presença de uma supervalorização de cultos do Candomblé Jeje-Nago dos povos sudaneses,
tidos como superiores (mas ainda assim inferiores), em detrimento dos cultos de negros de
origem Banto (Congo, Cambinda), os quais eram vistos como degenerescência e/ou
misturados, logo, eram inferiores. Desta forma, inicialmente, o continuum religioso tinha
como princípio os povos puros como referência de culto a um constante sincretismo de povos
que recebem outras influências e passam a ser vistos como continuidades da matriz Ioruba
Nagô.
Vistos assim como descaracterização da pureza Nagô e inferiores por alterar e deixar
de ser puro. Logo a diante, Stefania Capone retoma a ideia de continuum sob uma nova
perspectiva em que se têm dois extremos marcados, de um lado o Candomblé Nagô, e do
outro o Espiritismo. O que marca tais extremidades é a africanização e o embranquecimento.
Dentro desta lógica de continuidade, existem inúmeras modalidades de cultos religiosos
afrodescendentes que se situam dentro deste continuum, uns se aproximam mais do modelo
africano, outros mais do modelo Espírita, e quanto mais se permanece próximo à África mais
africano, quanto mais se aproxima do Espiritismo mais branco torna-se.
Essa lógica de continuum está muito ultrapassada, pois ainda sim há o entendimento
de contenção e fossilização em que cada culto ocupa o seu lugar, o que ocorre é que tais
continuidades são dialógicas e dinâmicas, e a vida vivida é tão versátil, complexa e flexível,
que este modelo de continuum não dá conta de explicar tamanha metamorfose ambulante. Por
isso, a noção de rede se encontra mais adequada para explicitar e explicar teoricamente estes
fenômenos de influências rituais.
O conceito de rizoma, o qual retoma a noção de campo aberto, plural e dinâmico,
fornece a ideia de rede para dar conta de tamanha flexibilidade. Assim, objetiva-se propor um
entendimento sobre rizoma nas religiosidades de possessão, mas aqui não é o caso.
Desta forma, não se trata de um estudo sobre um culto mantido em situação de
isolamento e imobilidade, mas sim de um estudo que se propõe a entender a forma dialógica
em que religiões distintas se unem como complementaridade em vias de sobrevivência e
manutenção dentro de um mercado de bens simbólicos, não-simbólicos, materiais e não-
materiais. (BOURDIEU, 2007)

Apresentação do Objeto Empírico

Estão situadas no município de Dourados – Mato Grosso do Sul (MS), em bairros


periféricos, duas casas religiosas que possuem fatos enriquecedores para uma análise que se
pretende antropológica. A Casa (1) é denominada Movimento Espírita Francisco de Assim –
(MEFA), é identificada pelo grupo como Espiritualista, por não possuir vínculos com a
Federação Espírita Brasileira – FEB, e também por adotar algumas práticas elementares que
vão de encontro com os preceitos normativos institucionalizados pela política federativa. A
Casa (2) é denominada Reino de Ogum Beira Mar, sendo identificada pelo grupo como
“Terreiro de Umbanda”, com especialidade de ser classificada como “Umbanda Branca”2.
Assim como a casa (1) recebe influências e adota algumas práticas características da
Umbanda, mesmo legitimando a presença do Espiritismo, há um convívio entre Umbanda e
Espiritismo dentro da casa, mas cada prática ocupa lugares completamente diferentes. Já na
Casa (2), há práticas Espíritas muito presentes em alternância com a prática Umbandista
presente e decisiva nas atividades desenvolvidas na casa. O que ocorre é que há três anos, as
pessoas do MEFA passaram a frequentar o Terreiro de Umbanda, e as pessoas do Terreiro de
Umbanda passaram a freqüentar o MEFA.
Desde então, isso continua ocorrendo, sendo impossível dizer o que é um e o que é
outro, pois as pessoas se movimentam em um trânsito continuo entre as duas casas. Em
decorrência disso, alguns sinais e elementos diacríticos pertencentes à Umbanda, em
específico, migraram de uma casa para outra promovendo inúmeras mudanças. Um exemplo
disso é que os pontos que eram “entoados” na casa (2) passaram a ser entoados na casa (1) ao
passo que as pessoas começam a transitar de uma casa para outra. Isto demonstra mobilidade,
instabilidade, mudança, complementaridade. Os conflitos que ocorrem é devido a estas
mudanças que envolvem pessoas que transitam e pessoas que não transitam.
Por isso, a escolha minuciosa desta abordagem teórica é para discutir a ideia de
sociedade harmônica, isolada e contida, e para repensar a hipótese de que as pessoas são fiéis
a apenas uma religião. Além disso, discute-se o que se fortalece no campo do discurso e o que
se determina no campo do vivido efetivamente na prática cotidiana do campo religioso como
um todo; logo, utilizar-se do campo religioso afrodescendente é um modelo para se pensar
além destas restrições aqui expostas.
Portanto se propõe aqui duas discussões. Primeiramente sobre mobilidades e como as
sociedades e grupos sociais são pensados em campos teóricos da Antropologia, apresentando
autores que possam contribuir para esta discussão. Também pretende-se discutir sobre a forma
de descrever e vivenciar o campo através da observação participante ou participação
observante, sobre o que está posto no campo do discurso e no campo do vivido. Edmund
Leach (1996) contribui significativamente para tal discussão, além de colocar os fundadores e
fomentadores desta corrente de pensamento reconhecendo seu lugar de destaque e
importância na teoria abordada nestes escritos.
Um dos objetivos é, por meio de um estudo de caso, demonstrar que, ao contrário do
que se pensa, as pessoas não possuem apenas uma religião específica, do mesmo modo
mostrar que a religião apresenta plasticidade e dinâmicas próprias reinventadas a todo tempo.
Em se tratando de Religiões afrodescendentes isso de torna mais evidente ainda, pois apesar
da fidelização a uma modalidade específica religiosa,os adeptos circulam e freqüentam outros
espaços que, de alguma forma, apresentam similaridades com relação ao espaço já
freqüentado diariamente.

Esboço Teórico

A Antropologia é uma forma de conhecimento estritamente voltada para a


cientificidade histórica. Mais do que isso é uma disciplina que se debruça sobre o outro que é
a alteridade, o diferente. Em se tratando de conhecer e reconhecer o outro, a teoria
antropológica é formada por um conjunto de relatos e descrições que feitos em situações de
contato. A importância da teoria é fundamental para conhecer as produções construídas, bem
como as categorias que foram sendo implementadas ao longo destas experiências. Indo além,
de um modo estritamente particular, as observações empíricas e as experiências vivenciadas
por análises etnográficas possuem fundamental importância para a teoria. Sendo assim, a
Antropologia é uma disciplina versátil com intensas potencialidades à mobilidade, pois é
constantemente atualizada à medida que vivencia experiências de diferentes povos, com suas
respectivas praticas e dinâmicas.
O trabalho etnográfico é de fundamental importância para o conhecimento
antropológico, no entanto faz-se necessário o conhecimento e o reconhecimento de algumas
teorias estritamente voltadas à especificidade do tema abordado, bem como para as teorias
que produziram o conhecimento antropológico. Sendo assim, a teoria exerce um papel
extremante importante na produção e no desenvolvimento da pesquisa, pois é através destes
arcabouços teóricos que se podem garantir reflexões inequívocas e enriquecedoras,
assegurando o reconhecimento da cientificidade da pesquisa produzida.
Para ir a campo, é preciso estar preparado e apto a produzir reflexões sobre um povo,
bem como suas especificidades. Assim, cabe ao etnógrafo dar luz a um olhar sensível diante
daquilo que não se mostra claramente; ouvir aquilo que não se diz diretamente; e, sobretudo
escrever a verossimilhança das impressões e observações colhidas em campo, para que se
possam produzir etnologias que não reproduza o etnocentrismo. Para que se possa apreender
este entendimento, faz-se necessário o conhecimento de alguns conceitos teóricos fornecidos
por autores que contribuíram para a formação do pensamento antropológico. (CARDOSO DE
OLIVEIRA, 2006)
Assim, o presente artigo tem como intuito apresentar o campo de pesquisa que está em
andamento, através do pensamento de alguns autores que contribuem ao entendimento de
conceitos e categorias que se considera primordialmente relevante, demonstrando o papel da
teoria para compreender questões vivenciadas nas observações empíricas. Não se propõe aqui
aprofundar-se em teorias antropológicas, mas utilizar-se de conceitos que possam dar conta de
explicar aspectos gerais de suma importância, fomentando o pensamento conceitual da
antropologia. Nesse sentido, os pais fundadores da escola social Britânica são senhores do seu
próprio tempo, no entanto é possível resgatar alguns conceitos, que contribuem ao
entendimento de uma nova configuração do pensar na contemporaneidade atual de modo que,
através de contrastes pode-se vislumbrar novas dimensões do âmbito social.
Tendo em vista que a fundamentação da promoção de teorias é uma tentativa de dar
conta da realidade de um grupo ou até mesmo de uma sociedade. Logo, propõe-se abordar o
campo de pesquisa e ao mesmo tempo buscar alguns autores que vão ao encontro e
esclarecem questões, tendo como objetivo adaptar as teorias à realidade. (BARTH, 2000)

Os Dois Pais Fundadores

Ao fazer o reconhecimento da importância da teoria antropológica, clássica para o


entendimento e o desenvolvimento do pensamento científico que envolve a disciplina, autores
foram expressamente importantes, promovendo rupturas e propondo novos olhares sobre a
disciplina. O autor Eriksen (2007) apresenta os fundadores da antropologia como precursores
de conceitos importantes, os quais servem de pilar para os enfrentamentos das análises
produzidas recentemente. Destacam-se, assim, autores que inicialmente estarão presentes
nesta discussão, que, apesar das criticas seguidas posteriormente, marcaram a transformação
do pensar da antropologia constituindo a espinha dorsal do pensamento modernista, sendo
eles: Bronislaw Malinowski (1884 – 1942) e Radcliffe – Brown (1881 – 1955). (ERIKSEN,
2007)
Ambos fundaram a Escola Social Britânica com o objetivo de propor uma nova
abordagem epistemológica, afastando-se do pensamento evolucionista, sendo as críticas
produzidas absolutamente o alicerce desta proposta. O principal objetivo era a promoção do
método funcionalista que, em contraste com a antropologia de gabinete, propunha deter o
entendimento de como as sociedades primitivas funcionam e como se articulam, mantendo
suas especificidades. O momento mais marcante do funcionalismo é quando o trabalho de
campo ganha destaque e as experiências e observações empiricamente constatadas é
prioritariamente o campo central desta nova forma de exercer e produzir conhecimento acerca
da alteridade. O funcionalismo passa a adotar o método indutivo em que através das partes é
possível se chegar ao todo mais complexo. No entanto, existem especificidades extremamente
pontuais entre Malinowski e Radcliffe Brown.
Um dos principais equívocos que se faz com relação à Malinowski diz respeito ao fato
de dizer que ele inventou o trabalho de campo. Há anos já havia sido feitas expedições
etnográficas, como a de Cambridge ao Estreito de Torres onde métodos extremamente rígidos
foram aplicados. Sendo assim, o trabalho de campo já estava evidente nas produções
antropológicas, entretanto uma das maiores contribuições da obra de Malinowski é o caráter
científico das experiências de campo com a institucionalização do método da observação
participante. Tais inovações atribuídas ao campo da etnografia foram apresentadas no livro
“Argonautas do Pacífico Ocidental”, produzido em uma experiência de campo nas Ilhas
Trobriand (1984).
Uma das principais contribuições de Malinowski é a capacidade com que consegue
chegar à humanização dos nativos que se apresenta sobre outros prismas de comportamento e
entendimento da vida social. Desse modo, sua principal característica é a forma com que
expressa o diferente, trazendo-o para o campo das nossas compreensões, o que demonstra
quão homens se apresentam os ditos “selvagens” (DURHAM, 2004, p. 207).
Uma das preocupações centrais do autor é em dar luz à especificidade de cada cultura
de um modo estritamente particular. Destacar as particularidades é uma forma de deter maior
entendimento sobre comportamentos concretizados de seres humanos de carne o osso que a
priori vivem uma dinâmica social completamente diferente da ideia social do pensamento
ocidental.
Um dos principais ganhos deste pensamento é que, ao contrário do que se supunha
anteriormente, o pensamento e o comportamento do homem primitivo funcionam sob uma
lógica extremamente coerente, consistente e racional, com intensas sofisticações e que cabe
ao pesquisador apreender, descrever e analisar. (DURHAM, 2004, p.208). O próprio
Malinowski constata que cabe ao etnógrafo estabelecer regulamentos e normas que regem a
vida social daquela sociedade singular, apresentando anatomicamente e descrevendo
constituições sociais.
No entanto, tais elementos não se encontram fossilizados e evidenciados em parte
alguma, sendo a única evidencia capaz de demonstrar estes códigos o próprio indivíduo.
Acrescenta-se que este entendimento de regularizações não se encontra formulados em
definitivo na cabeça do nativo; desta forma, leis e normas instituídas socialmente se
encontram restritamente no campo do comportamento, impulso e instinto da vida tribal, e
podem ser encontradas menos no campo ideal do que no campo emocional. Por isso, o autor
enfatiza que as observações analíticas do comportamento do individuo deve ocorrer no âmago
dos acontecimentos do cotidiano, pois os indivíduos fornecem uma carga extremamente
significativa enquanto estão revestidos de impressões no campo dos sentimentos emocionais
(MALINOWSKI, 1984, p.24). Eunice Durham, expressa esta idéia ao enfatizar que
... coteja diferentes informações, verifica-as através da observação direta do
comportamento das pessoas em situações sociais especificas, examina a coerência
daquilo que observou em outras situações, analisa o conteúdo emocional do
comportamento manifesto. Para ele, é necessário contrapor as idéias ás emoções, o
comportamento observado ao comentário que sobre ele tece o nativo, a visão que o
antropólogo constrói da cultura á síntese inconsciente que, presente na cabeça do
nativo, orienta e dá significado ás suas ações. (DURHAM, 2004, p. 207)

A partir deste entendimento, faz-se necessário considerar e tornar relevante os


chamados “imponderáveis da vida real” (MALINOWSKI, 1984), como sendo os
acontecimentos que fogem ao nosso controle e que se apresentam no campo da autenticidade,
e que é justamente estes acontecimentos que enriquecem as observações empíricas sobre o
outro que é sempre o diferente. Logo, buscar-se-á, no desenvolvimento desta pesquisa, entre
estas duas casas que possuem especificidades e similaridades, enfatizar aquilo que se diz no
campo do discurso e aquilo que se vive de fato nas práticas rituais do dia-a-dia.
O que se percebe é que o dito e o vivido servem como complementos de uma análise
etnológica, visto que a oposição evidente na pesquisa serve como um contraste, em que só se
torna possível compreender o vivido se eu ouço o que as pessoas têm a dizer sobre sua própria
maneira de lidar com suas experiências de religiosidade. Assim, é notável a importância de
ideias e emoções como relações de dialéticas, em que só é possível contemplar um campo se
eu estiver em contato com a sua oposição.
Nesse sentido, propõe-se um espaço para realizar considerações importantes sobre
outro precursor da Escola Social Britânica, que se apresenta como um estrutural-funcionalista,
o qual busca concepções teóricas muito distintas às de Malinowski que estava muito
preocupado com as universalizações de uma sociedade específica, pautado nas ações
individuais no campo do comportamento humano de uma sociedade singular, em que
indutivamente o todo era um contexto social particular.
Alfred Reginald Radcliffe Brown pertencia à geração de Malinowski, mas buscava
abordagens teóricas por outros caminhos epistemológicos. Seu método estrutural-
funcionalista busca demonstrar que o entendimento funcional de uma sociedade não é o
suficiente, pois as estruturas exercem papel primordial para garantir que a sociedade
permaneça e se mantenha funcionando. Por isso, o autor se debruça nas relações de
parentesco, por considerar que este sistema fornecia indícios plausíveis sobre como a
sociedade se organiza em um determinado grupo específico.
Radcliffe Brown pertenceu à corrente Difucionista, recebendo grande influência de
Rivers e Seligman (Difusionistas), e Emile Durckheim da Escola Sociológica Francesa.
Herdou, assim, a noção de forma estrutural, função e fato social, relação entre parte e todo.
Sua concepção de ciência está relacionada `a busca das leis universais, adotando o modelo das
Ciências Naturais para explicar a sociedade em aspectos gerais. Desse modo, a morfologia se
apresenta como as estruturas, ou seja, as partes correspondentes a uma mesma realidade, e a
fisiologia como as funções de cada parte contida nas estruturas, o que demonstra a vida em
funcionamento. A abordagem epistemológica é sociológica com inúmeras influências da
Escola Sociológica Francesa, tendo como foco a sociedade como um todo, dispensando a
ideia de indivíduo.
Busca-se assim, estruturas que possam ser observadas empiricamente a partir de
realidades concretas, adotando um termo denominado sociologia comparada. Dessa maneira,
mediante várias situações apresentadas em varias sociedades, constrói-se uma análise
estrutural, em que cada sociedade se apresenta como modelos, os quais, apesar de
apresentarem distinções, possuem aspectos gerais compostos por regularidades. Radcliffe-
Brown estava demasiadamente preocupado com estas regularidades no intuito de produzir leis
gerais que pudessem ser encontradas em todas as sociedades primitivas de um modo geral.
Consegue-se, dessa maneira, pensar em uma ciência geral. (BROWN, 1973)
O autor Mauro de Almeida, ao escrever sobre “A etnografia em tempos de Guerra:
contextos temporais e nacionais do objeto da antropologia”, considera que diferentemente de
Malinowski, Radcliffe Brown introduz nas preocupações dos etnógrafos ingleses os espíritos
de ordem francês, com a ênfase menos posta nas tensões do que na manutenção da ordem.
(ALMEIDA, 2004). Considera-se também que o autor aborda um método coletivista ligado a
Durckeim, o que destaca a imposição social sobre o indivíduo, enfatizando a sobreposição da
sociedade sobre os seres humanos. Outra consideração é que mudanças e processos nas
estruturas se apresentam como estáveis, em que as mudanças acontecem com continuidades e,
apesar dos fluxos existentes, a estrutura permanece imutável. (BROWN, 1973)
Estes autores foram de fundamental importância para a localização da proposta da
Antropologia Social, no entanto, com o tempo, muito outros autores foram surgindo sob a
influência destes pensamentos marcantes na formação desta escola de pensamento. Estas
contestações serão apresentadas por meio da pesquisa que está sendo desenvolvida no campo
religioso afrodescendente, na qual entendimentos empíricos observados serão enfatizados
através do pensamento de autores que contribuem para a desconstrução de preceitos
formulados, especificamente, no campo abordado na Escola Britânica por seus fundadores.
Dentre eles, estão: Edmund Leach e Victor Turner. Além das contribuições desses autores,
não deixarão de ser explicitadas as enriquecedoras contribuições de Evans-Pritchard.

Exposições Empíricas para o pensar Teórico

As duas casas, aqui expostas, não podem ser analisadas em isolamento e contenção,
pois em um dado momento estas casas passaram a dialogar entre si, e muitos adeptos do
MEFA passaram a frequentar o Terreiro, e os adeptos do terreiro passaram a frequentar o
MEFA. Este encontro começa a produzir inúmeras alterações no campo dos rituais
simbólicos, e muitos elementos contidos estritamente em uma das Casas migram
paulatinamente para a outra e vice-versa. Assim, inúmeras mudanças começam a ocorrer e
estes fatos são marcados por mudanças e continuidades, rupturas e permanências,
ressignificações, aproximações e afastamentos. Essas mudanças estão revestidas de conflitos e
dinâmicas.
Cabe aqui considerar a capacidade intrínseca de dois grupos sociais distintos
construírem relações dialógicas tanto em seus próprios rituais, como nas relações com outras
casas enquanto buscam por complementaridade, tendo em vista que no que se refere às duas
casas, a Umbanda e o Espiritismo convivem e se influenciam mutuamente. Além disso, esta
relação dialógica só pode existir em situações de contraste. Assim, as ideias de isolamento e
autocontenção, neste caso, são uma fantasia. Logo, alguns autores, como Victor Turner
(2005), considera que as sociedades, bem como aldeias e grupos sociais possuem mobilidades
e circulam entre outros espaços, promovendo rupturas e fragmentações ao longo do tempo.
Essas situações foram extremamente importantes para estudiosos da África Central, que
registraram grandes mobilidades de um lugar para o outro, reconhecendo e enfrentando as
situações de adaptabilidade social e cultural, mudanças e dinâmicas sociais. (TURNER, 2005,
p.31)
O que se propõe discutir, neste momento, é a desconstrução que alguns autores foram
fazendo com relação à sociedade coesa, harmônica, contida, descontinua e anticonflituosa.
Essa ideia é reproduzida desde Malinowski com o advento da potencialização do campo
através da observação participante, a qual Edmund Leach fará inúmeras criticas no que tange
à forma de descrever as sociedades no campo do ideal. Isto porque à medida que caminhamos
ao entendimento da inexistência de sociedades isoladas e as interações sociais são geradas sob
mecanismos extremamente conflitantes, cabe destacar a facilidade e a habilidade da dinâmica,
e as influências que promovem mudanças e continuidades que geram relações conflituosas e
abalam a todo o momento a imobilidade e/ou essencialidade. Buscar-se-á apresentar autores
que contribuíram com a promoção destas mudanças nos paradigmas do pensar antropológico.
Preocupado em promover explicações sincrônicas, Emile Durkheim buscava análises
que expressassem dados que pudessem ser diretamente observados. Seu pensamento permeia
o entendimento de que as sociedades eram sistemas que funcionavam dentro de uma lógica
coesa e integrada, onde todas as partes só poderiam ser compreendidas se estivessem
relacionadas às outras, formando a manutenção de um todo. Para este autor, o conceito de
sociedade era definido como um organismo social, e apresentava a ideia de conviviabilidade
como um conceito positivo. A expressão do pensamento durkheimiano está voltado à
sociedade, suas instituições e organizações, em detrimento de mitos, cultura e símbolos.
(DURKHEIM, 1978)
Este entendimento de vida social passa a ir de encontro a uma constante situação de
contato, em que a diversidade passa a emergir não enquanto condição de isolamento no que se
refere à homogeneização. Nesta as diferenças são pensadas enquanto ilhas, mas parte-se da
compreensão de que as especificações compõem um mesmo quadro social, e a diversidades
culturais passam a ser vivenciadas a partir das interações entre os povos. Assim, geram-se
sociabilidades, desconstruindo a ideia de socialidade, em que as relações passam a ser
marcadas por tensões e conflitos instituídos na vida social. Ao passo que as diferenças
culturais são encaradas como uma resposta frente às novas condições sociais, passa-se a
privilegiar a análise das relações. (cf. WAGNER, 2010; Barth, 2000)
Isso ajuda a compreender que em se tratando do campo religioso, as relações são
instrumentos de manutenção e sobrevivência; em que diferentemente do que supunham
muitos antropólogos, a convivência torna possível o diálogo entre duas modalidades de cultos
distintos como complementos, o que não exclui a possibilidade de conflitos que fomentam
mudanças e continuidades.
Ao retratar a mobilidade e o dinamismo que se apresenta a partir das relações, faz-se
necessário compreender que o ideal não condiz necessariamente com a situação vivenciada na
prática, e que os próprios informantes inseridos neste contexto social em análise possuem um
quadro idealizado da sua própria realidade. Edmund Leach propõe inúmeras reflexões sobre
estas inconsistências contatadas e descritas em análises antropológicas. Desta forma, propõe-
se apresentar considerações fornecidas pelo Funcionalista convicto Edmund Leach, trazendo
elementos empiricamente colhidos nas experiências de campo.

Contribuições Críticas ao Pensamento Teórico (por Edmund Leach)

Edmund Leach é um antropólogo social inglês, nascido na Inglaterra. Foi aluno de


Malinowski e se considera com convicção sua característica funcionalista, embora reconheça
algumas limitações deste método ao ponto de tecer críticas e propor repensar questões que
foram fundadas no âmbito do pensamento da escola funcionalista britânica. Leach caminha
por inúmeras correntes de pensamento, que não a funcionalista, no intuito de fornecer
instrumentos que deem conta de esclarecer alguns pontos característicos de um sistema
cultural específico (LEACH, 1973 p.11). Por isso, este autor se utiliza de variáveis para
explicar e legitimar seu ponto de vista, o que se deve considerar é o senso crítico do mais alto
nível, carregado de argumentações subsistentes e pertinentes, propondo até mesmo críticas
aos seus pares, até mesmo aos fundadores, sempre buscando refletir sobre contrariedades
acerca do entendimento de que as sociedades devem ser pensadas como autocontenção e
imobilização.
A intenção desta parte específica é apresentar o pensamento do autor e demonstrar
como sua reflexão sobre questões bastante pontuais pode contribuir ao entendimento e ao
objetivo a que se propõe este artigo. O livro que será utilizado para fomentar as ideias do
autor é “Sistemas Políticos da Alta Birmânia”, um estudo que foi realizado entre os Kachins e
seus vizinhos Chans. Publicado em 1954, o livro promove rupturas no pensar predominante
na época na Antropologia Social Inglesa. Leach apresenta inúmeras divergências e propõe
críticas vorazes a seus colegas e professores. Ao realizar novas reflexões, passa a assumir uma
outra posição diante dos problemas apresentados pelas sociedades, as quais buscava
compreender. (LEACH, 1996, p. 9)
Por isso, logo na apresentação feita por Lygia Sigaud, tais reflexões já se iniciam
quanto às contradições do pensamento de Leach sobre o “pressuposto de equilíbrio dos
sistemas sociais” (LEACH, 1996), que foram enfatizados em diversos momentos por muitos
antropólogos. De fato o que mais pesa na crítica que se dirige a este entendimento, é o fato de
que na compreensão mais verossímil que se adquire de um sistema, as sociedades se
apresentam revestidas de inconsistências e elementos conflitantes. Ademais, muito do que se
visa a priori quando se propõe buscar um entendimento do outro, é algo que se posiciona no
campo do ideal do nativo, e tais idealizações e ideologias não necessariamente estão em
harmonia com o que se vive de fato.
Desta forma, o autor considera como ficção etnográfica muito do que foi produzido
em análises antropológicas. A partir de um modelo Kachin, o autor prova e constata a
impossibilidade de analisar e revelar a vida nativa em aspectos inteligíveis se não estiverem
sendo pensados antropologicamente com relação a outros sistemas com quem interagem
rotineiramente (LEACH, 1996, p. 9-14). Esta ideia pode contribuir para relembrar aquilo que
foi dito anteriormente, que, de um modo geral, as pessoas transitam entre religiões quando
referentes a campos religiosos distintos; transitam quando referentes a modalidades de um
mesmo campo religioso (Umbanda, Candomblé, Quimbanda, Espiritismo), e pensando de
forma microscópica, deve-se considerar a existência do trânsito de pessoas entre Casas
Religiosas que, apesar de oferecer produtos diferenciados, estes produtos compõem
complementaridades.
Sendo assim, desde aquele período, Leach já dizia que uma sociedade não deve ser
pensada enquanto isolamento. Por este entendimento, parte do campo ideológico, do que se
imagina ser apropriado pensar e organizar a vida de um modo geral, em suas respectivas
estruturas; no entanto, quando se olha para a vida, para as relações e intermediações entre as
pessoas, vê-se que elas são extremamente incoerentes quando pensadas através deste
imaginário ideológico. Por isso, está posto em questão até que ponto a teoria dá conta de
explicar a realidade vivida das pessoas. Para reforçar esta ideia, Lygia Sigaud considera na
fala de Leach que:

Os antropólogos freqüentemente se apóiam nas descrições que lhes fornecem os


bons informantes para identificar as normas de comportamento. Tais descrições, no
entanto,correspondem, na maioria das vezes, a um ideal nativo e não á norma que
rege a média dos comportamentos individuais. (LEACH, p.22, 1996)

Tendo em vista que as críticas de Leach foram sustentadas através das descrições de
sistemas de parentesco, considera, a exemplo das terminologias de parentesco jinghpaw, que
as sociedades são descritas a rigor de uma orientação idealizada de sociedade. Além disso, ao
tecer uma análise sobre como a vida funciona realmente em uma aldeia jinghpaw, demonstra
a existência pouco correspondente entre “realidade” e “situação ideal” no que se refere à
terminologia (LEACH, 1996, p.22).
Referindo-se a Radcliffe-Brown, o autor faz uma crítica que caminha para a conclusão
de que: “... o tipo de análise por ele preconizada postula uma rigidez formal que ignora a
prática, de tal forma que é necessário se perguntar em que medida os comportamentos
verdadeiros estão representados pelas simplificações formais”. (LEACH, p.22, 1996). Isto
pode dar luz à compreensão de que o ideal nativo não corresponde aos fatos empíricos
observados.
Muitas discussões podem ser feitas tendo em vista as ideias de Edmund Leach, e
apesar de o modelo que ele se utiliza para transmitir suas inquietações epistemológicas
caminhe em direção às terminologias e estruturas de relações de parentesco, pode-se
transplantar esta noção crítica para pensar os fragmentos que estão sendo discutidos com
relação a uma pesquisa de campo em andamento.
Voltando a discussão sobre a ideia de que adeptos de diferentes religiosidades
compõem um quadro de mobilidade e transitação, pode-se pensar em duas categorias que
Leach utiliza uma vez para se referir a sua crítica central quanto às descrições antropológicas.
São elas realidade e situação ideal, dizendo que uma não faz correspondência a outra, pois o
que é posto no campo do discurso não é vivido efetivamente na vida prática.

Considerações Finais

É o que acontece entre as duas casas que estão em relações dialógicas como
complementaridade, pois, ao mesmo tempo em que as pessoas transitam de uma casa para
outra, e convivem mutuamente com duas modalidades de práticas distintas
(Umbanda/Espiritismo), elas possuem classificações e identidades próprias quanto à escola
religiosa da qual participa. Ou seja, mesmo frequentando ou trabalhando com práticas
ritualísticas da Umbanda, eu sou “Espírita”; em contrapartida, mesmo os que se identificam
como “Umbandistas”, ao frequentar uma casa Espírita, sua identidade ainda continua sendo a
anterior. Logo, Católicos, Umbandistas, Candomblésistas, Espíritas, não possuem
estabilidade, e embora frequentem outros campos de religiosidades, que nem sempre são
correspondentes, não alteram suas identificações próprias.
Assim, o que se encontra na situação ideal é aquilo que sou enquanto senhor do meu
próprio discurso, “sou isso e não vou mudar”. Mas basta verificar no campo pragmático que a
mobilidade e a flexibilidade na materialização da fé, para entender a longa distância que
percorre o campo do discurso para o campo da prática. Um exemplo: Uma senhora que se
considera “Católica Apostólica Romana” no campo do discurso, e vai à missa todo domingo,
frequenta roça de Candomblé toda sexta-feira com bastante tranquilidade. Esta senhora não
vai enfatizar a coexistência de duas religiões distintas em sua vida, mas vive
independentemente do que idealiza. Portanto, cabe ao antropólogo analisar e detectar estes
imponderáveis, que são invisíveis aos olhos, mas indubitavelmente pertinente para se chegar
ao máximo da verossimilhança de um sistema social específico.
A ideia do dito e do vivido é um campo extremamente importante, que pode garantir
boas reflexões no que se refere à análise etnográfica e etnológica. O que as pessoas dizem
parte do campo ideológico; o que as pessoas vivem parte do campo pragmático da vida. Ao
analisar e posicionar estes discursos distintos entre fala e prática, é possível chegar ao
entendimento do que se pretende chamar de Antropologia. Contrastando-os à produção
etnológica, a partir de uma colheita de dados etnógrafos, ganha-se dimensões muito
importantes e relevantes para uma pesquisa.
Na casa em que chamei de Casa (1) – MEFA, a maioria das pessoas se considera
Espírita. Ouço muitas falas, e discursos para os outros de que o Espiritismo é extremamente
necessário para a vida que se quer bem vivida. Mas, o MEFA incorpora práticas da Umbanda
em seus rituais diários. Porém, o discurso Umbandista nunca aparece, sendo impossível
detectar sua presença no “falar” das pessoas. Contudo, ao adentrar nos rituais e na prática
ritualística da casa, a Umbanda se mostra em suas mais diversas facetas no campo ritualístico.
Logo, o discurso pertence ao dito, a Umbanda ao vivido. Entretanto, existem
complementaridades entre estes dois elementos que, a priori distintos, convivem a partir de
ressignificações cotidianas. Algumas conclusões podem ser feitas.
Deve-se considerar a importância da fundamentação teórica para explicar a realidade
da vida social. E de fato, cumpre um papel extremamente importante. No entanto o abismo
existente entre vivido e dito, torna a teoria bastante vulnerável e inaplicável às complexidades
que se apresentam nas relações a partir de constantes interações, onde relações dialéticas e
dialógicas são construídas diariamente. O objetivo é se manter e sobreviver em meio ao
dinamismo social configurado diante de tensões conflitos e negociações.

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