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CAPITULO 1
“ Os povos civilizados parecem ter aspirado á universalidade desde muito cedo, porém
sempre dividiram cuidadosamente o espaço a fim de se distinguir de seus vizinhos.
Ainda que essa observação seja restritiva, uma vez que não se trata somente de separar,
mas de diferenciar.” ( 1980,p 150)
“ Com as tessituras, os nós e as redes, temos três subconjuntos estruturais que sustentam
a pratica espacial. Conjuntos estruturais aparentemente multiformes mas que são, de
fato, imagens possíveis de uma mesma estrutura de base” ( 1980, p.151)
“...o Estado esta sempre organizando o território nacional por intermédio de novos
recortes, de novas implantações e de novas ligações. O mesmo se passa com as
empresas ou outras organizações, para as quais o sistema precedente constitui um
conjunto de fatores favoráveis e limitantes.” (1980,p.152)
“ As tessituras de origem política, aquelas criadas pelo Estado, em geral tem uma
permanência maior do que as resultantes de uma ação dos atores empregados na
realização de um programa: os limites políticos e administrativos são mais ou menos
estáveis, enquanto os limites econômicos o são bem menos, pois são bem mais
dinâmicos , isto é, se adaptam as mudanças de estruturas e de conjunturas.” (1980,
p.155)
“ Toda a rede é uma imagem do poder ou, mais exatamente, do poder do ou dos atores
dominantes.” (1980, p.157)
“ ...todas as relações são de poder, visto que há interação entre os atores que procuram
modificar tanto as relações com a natureza como as relações sociais. Os atores, sem se
darem conta disso, se automodificam também. O poder é inevitável e , de modo algum,
inocente. Enfim, é impossível manter uma relação que não seja marcada por ele.” (1980,
p.158)
“...o elemento essencial a reter é a relação com a alteridade. O outro sendo não somente
o espaço modelado, mas também os indivíduos e/ou os grupos que aí se inserem.”
(1980, p.159)
“ A territorialidade aparece então como constituída de relações mediatizadas, simétricas
ou dissimétricas com a exterioridade. É urgente abandonar as analogias animais para
tratar da territorialidade humana.” ( 1980, p.161)
“ ...em todas as fases de nossa existência, somos confrontados coma a noção de limite:
traçamos limites ou esbarramos em limites. Entrar em relação com os seres e as coisas é
traçar limites ou se chocar com limites.” (1980,p.164)
“ O limite, a fronteira a fortiori, seria assim a expressão de uma interface biossocial, que
não escapa á historicidade e que pode, por conseqüência, ser modificada ou até mesmo
ultrapassada.” (1980, p.164/165)
“ Não, os limites não são nem inocentes, nem naturais, muito menos arbitrários. Ainda
não nos persuadimos o bastante disso. Eles fazem parte do nosso jogo de reprodução
social: produção, troca, consumo. A reprodução social não sendo, enfim, nada mais do
que a territorialidade, pois os limites são vividos, consumidos.” (1980, p.170)