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Material Teórico
Operações de Circuitos Digitais
Revisão Textual:
Prof. Esp. Márcia Ota
Revisão Técnica:
Prof. Ms. Rodrigo da Rosa
Operações de Circuitos Digitais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Nesta unidade, o aluno terá conhecimento sobre os tipos de sistemas
e o trabalho com máquinas específicas. Dessa forma, estará apto a
realizar trabalhos com operações avançadas de circuitos digitais.
ORIENTAÇÕES
Olá, aluno (a)!
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais
interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as
atividades de avaliação, uma atividade reflexiva e a videoaula. Cada material
disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por favor, estude
todos com atenção!
UNIDADE Operações de Circuitos Digitais
Contextualização
Para entendermos os circuitos sequenciais, precisamos estudar suas duas
formas de apresentação: Os sistemas Síncronos e Assíncronos. Para tanto, vamos
exemplificar e criar formas de se entender cada passo desses sistemas, analisando
também as máquinas de estado.
Além disso, vale lembrar que estudaremos técnicas simples para projetar circuitos
lógicos que satisfaçam um dado conjunto de requisitos.
Bom estudo!
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Circuitos sequenciais síncronos
e assíncronos
Como já visto, superficialmente, em outro momento de nossa disciplina, os
circuitos sequenciais podem ser divididos em dois tipos, conforme o comportamento
temporal dos seus sinais: síncronos e assíncronos.
Em outras palavras, o tempo que esses circuitos levam para propagar uma
mudança de suas entradas até suas saídas pode ser encarado como o tempo
durante o qual eles retêm os valores aplicados antes da mudança e, além disso,
esse fenômeno coincide com o conceito de memória, para os circuitos digitais.
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UNIDADE Operações de Circuitos Digitais
nível alto
borda período (T) nível baixo
ascendente
borda
descendente
1 1
=f = ou Hz , onde s = segundos
T S
Fonte: https://goo.gl/mz193N
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entradas Saídas
Variáveis do
circuito estado atual
combinacional
elementos de
memória
variáveis do
próximo estado
Fonte: https://goo.gl/mz193N
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UNIDADE Operações de Circuitos Digitais
Os Latches
Existem vários tipos de flip-flops e esses se diferem pelo número de entradas
que possuem e também pela maneira, pela qual tais entradas afetam o estado em
que se encontra o flip-flop.
Para entendermos como um latch funciona, vamos focar nosso estudo no Latch
RS. Importante salientar que há outros tipos a serem estudados e são de suma
importância, como o latch RS controlado e o latch D.
O Latch RS
Esse é o latch mais simples que existe, sendo construído com o uso de duas portas
NOR com 2 entradas em cada e essas portas podem ser conectadas, conforme a
figura 3. Você pode observar duas entradas, que são denominadas R e S e duas
saídas, que são denominadas Q e Q . É observável também uma conexão entre a
saída e a entrada NOR n2. Há a conexão entre a saída Q e a entrada NOR n1.
Essas conexões são chamadas de realimentações e, no caso dos circuitos digitais,
são responsáveis pela propriedade de armazenamento do circuito.
R
n1 Q
n2 Q
S
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Chamamos os circuitos que possuem realimentação de sequenciais, pois seu
comportamento depende não somente dos valores das portas de entrada, mas
somado a isso, o estado em que o circuito se encontra; dessa forma, a análise do
funcionamento do latch RS deve obedecer aos seguintes passos:
Para efeitos de análise, consideramos que a entrada n1, que está conectada
a Q, continua com o valor lógico 1 e que a entrada de n2 que está conectada a
Q continua com o valor lógico 0. Desta forma, logo após o instante t1, n1 terá
0 e 1 em suas entradas, fazendo com que sua saída, que é a saída Q do circuito,
permaneça no valor lógico 0. De maneira semelhante, logo após, t1, n2 terá suas
entradas 0 e 0, fazendo com que sua saída, que é a saída Q do latch, permaneça
com o valor lógico 1. As formas de onda que ilustram o resultado da aplicação
sucessiva destes dois vetores de entrada (R=1,S=0) e (R=0,S=0) no latch RS são
mostradas na figura 4.
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UNIDADE Operações de Circuitos Digitais
Se supormos mais uma vez que t1 > t0 + td (n2) + td (n1) , é possível admitirmos
que, logo após o tempo t1, as saídas Q e Q continuaram com seus valores anteriores.
A figura 5 mostra as formas de onda para essa suposição.
valor indeterminado nada muda
t0 t1 nas saídas
(=desconhecido)
após t1
td(n2) td(n1)
Se um latch deve armazenar um dentre dois estados possíveis para uma variável
Booleana e se o estado está associado ao valor de Q e Q, onde Q exibe o estado
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e Q o seu complemento; então, como seria o estado representado pela situação
Q=1 e Q=1?
Por não haver uma resposta plausível a essa pergunta, acabou sendo decidido,
por convenção, que esse seria um estado proibido ou indeterminado; assim, a
situação (R=1 e S=1) deve sempre ser evitada, no caso do latch RS.
Resumidamente, temos:
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Diagrama de Estados
É possível expressar circuitos sequenciais por meio de um diagrama chamado
Diagrama de Estados, sendo o Latch RS um circuito sequencial, pode-se usar
um diagrama de estados para representar seu funcionamento, como pode ser
visto na figura 6.
R = 0 ∧ S =1
(R = 0 ∧ S = 0) ∨ (R = 0 ∧ S = 0) ∨
(R = 1 ∧ S = 0) (R = 0 ∧ S = 1)
reset set
R =1∧ S = 0
Um exemplo disso é o Latch RS no estado reset; para que ele vá para o estado
set, será necessário que (R=0 e S=1), caso isso não ocorra, o latch ficara no estado
em que se encontra.
Não é necessário desenhar o diagrama toda vez que houver uma ocorrência do
latch RS. Para facilitar, usa-se a simbologia apresentada na figura 7.
R Q
S Q
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Análise de Circuitos Sequenciais
É comum dentre os mecanismos de empregados na descrição de comporta-
mentos de circuitos sequenciais os Diagramas de Estados, as Tabelas de Transi-
ção de Estados, as Tabelas de Saídas e as Equações Booleanas.
D0 Q0
Y
C Q0
D1 Q1
C Q1
CK
Como pode ser visto, o circuito possui uma entrada camada (cnt) e uma saída
chamada (Y) e dois flip-flops.
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Associado a cada uma destas combinações, existe um estado que será armazenado
pelo circuito após a próxima borda ascendente do sinal de relógio, que é o chamado
próximo estado. O próximo estado é definido pelas equações de estado:
Q0 t + t = cnt × Q0 t + cnt × Q0 t
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Tabela 4: Tabela de saída para o circuito da figura 8
Entrada Estado atual Saída
cnt Q1t Q0t Y
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1
Fonte: TOCCI, Ronald J.; Sistemas Digitais
Nesse diagrama, temos as transições entre estados indicados por arestas (os
arcos com as setas) e junto a cada uma dessas arestas são anotadas as condições
das variáveis de entrada necessárias para a transição ocorrer.
cnt=1
cnt=0 Q1Q0=00 Q1Q0=01 cnt=0
Y=0 Y=0
cnt=1 cnt=1
cnt=1
Q1Q0=11 Q1Q0=10
cnt=0 cnt=0
Y=1 Y=0
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UNIDADE Operações de Circuitos Digitais
Na figura 10, são mostradas formas de onda que ilustram uma possível contagem:
o circuito foi suposto partir do estado 00 e o sinal (cnt) foi mantido com valor
lógico 1 por 3 ciclos de relógio consecutivos. Após, (cnt) foi feito igual a zero, o
que desabilitou a contagem. Com isso, o circuito contou de 0 a 3, parando em 3.
Verifique o comportamento da saída Y durante esta operação.
t0 t1 t2 t3
CK
cnt
Q1
Q0
Y
Figura 10: Diagrama de tempos para uma possível operação do circuito sequencial da figura 8
Vamos realizar mais exemplo que será bastante importante para o próximo
conceito. Vamos determinar a tabela de transição de estados, a tabela de saída e o
diagrama de estados para o circuito apresentado na figura 11.
cnt
D0 Q0
Y
C Q0
D1 Q1
C Q1
CK
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Este circuito estudado agora se diferencia do apresentado anteriormente no
elemento de saída Y, que apesar de também depender da entrada (cnt), neste
caso, Y=1 somente quando (Q1 e Q0 = 11) e (cnt)=1 (somente quando o circuito
estiver contado).
cnt=1 / Y=0
cnt=0 / Y=0 Q1Q0=00 Q1Q0=01 cnt=0 / Y=0
cnt=1 / Y=0
cnt=0 / Y=0 Q1Q0=11 Q1Q0=10 cnt=0 / Y=0
Na figura 13, são mostradas formas de onda que ilustram uma possível operação
do Circuito O circuito conta de 0 até 3. No meio do ciclo em que a contagem atinge
o valor 3 (portanto, Y=1), o sinal (cnt) passa a valer 0, o que suspende a contagem
e faz Y passar para 0.
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UNIDADE Operações de Circuitos Digitais
t0 t1 t2 t3
CK
cnt
Q1
Q0
Y
Figura 13: Diagrama de tempos para uma possível operação do circuito sequencial da figura 11
Máquinas de Estados
Nos dois exemplos anteriores, cada um dos circuitos estudados por nós
corresponde a um dos modelos possíveis de circuitos sequenciais, sendo eles:
cnt cnt
D0 Q0 D0 Q0
Y Y
C Q0 C Q0
D1 Q1 D1 Q1
C Q1 C Q1
CK CK
Exemplo1: Modelo dependente dos estados Exemplo2: Modelo dependente das entradas
ou modelo de Moore. ou modelo de Mealy.
Figura 14: Modelos de Circuitos Sequenciais
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As figuras 15 e 16 mostram os diagramas de blocos para o modelo de Moore e
de Mealy, respectivamente.
Entradas
I1 I2 In CK
D1 Q1
FF1
> Q1
O1
D1 Q1
O2
lógica de FF2 Saídas
> Q1 lógica de saída
próximo estado On
D1 Q1
FF3
> Q1
D1 Q1
FF1
> Q1
O1
D1 Q1
O2
lógica de FF2 Saídas
> Q1 lógica de saída
próximo estado On
D1 Q1
FF3
> Q1
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Eletrônica Digital - Teoria e Laboratório
Garcia, P. A., Eletrônica Digital - Teoria e Laboratório, Ed. Érica, 2006, ISBN:
853650109X
Eletrônica Digital Moderna e VHDL
Pedroni, A. V., Eletrônica Digital Moderna e VHDL, 1a edição, Ed. Campus
Eletrônica Digital: Lógica Combinacional
BIGNELL, J. W., DONOVAN R., L.: Eletrônica Digital: Lógica Combinacional, vol
1, Ed. Makron Books, 1995
Fundamentals of Digital Logic with VHDL Design
Stephen Brown, Zvonko Vranesic; Fundamentals of Digital Logic with VHDL
Design; 3a Edição; McGraw-Hill; 2008
Sistemas Digitais - Fundamentos e Aplicações
Floyd, Thomas L., Sistemas Digitais - Fundamentos e Aplicações, 9a Ed, Bookman,
2007. ISBN: 9788560031931
Leitura
Circuitos Seqüenciais
https://goo.gl/mz193N
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Referências
IDOETA, I. V., CAPUANO, F. G., Elementos de Eletrônica Digital, Ed. Érica,
Ed. 40, 2000.
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