Você está na página 1de 47

Células Vegetais e suas Estruturas

Exclusivas
P R O FA . M O N A L I Z A M E D I N A V I E I R O
M V I E I R O @ C R U Z E I R O D O S U L . E D U. B R
Célula Vegetal
Parede Celular
•Garante forma e rigidez para a célula;
•Participa da defesa contra patógenos ;
•Impede o crescimento celular exagerado, quando a água entra no interior da célula, e,
dessa forma, impede a ruptura da membrana.

•Parede celular primária: rica em água Ambas as paredes apresentam celulose,


além de outros polissacarídeos, tais
•Parede celular secundária: pouca água
como hemicelulose.
Parede Celular
“Longas cadeias de celulose
formam microfibrilas que se
juntam em feixes constituindo as
macrofibrilas, as quais se reúnem
formando a parede celular.”
Vacúolo
O vacúolo de suco celular é um tipo específico de vacúolo, no qual existe uma grande
quantidade de água e substâncias dissolvidas, que formam o suco vacuolar.

Funções:
•Controle osmótico
•Manutenção do pH
•Digestão de componentes celulares
•Armazenamento de substâncias
Plastídeos
São organelas celulares com envoltório composto por duas membranas
importantes e são classificados de acordo com o tipo de substância que
acumulam:
•Cloroplastos - ricos em clorofila e estão relacionados ao processo de
fotossíntese;
•Cromoplastos - ricos em carotenoides;
•Leucoplastos - não possuem pigmento e têm a função de armazenar substância,
por ex. amido.
Inclusões Celulares

A U L A C E D I D A E A D A P TA D A D E P R O F. D R . A D R I A N O S I LV I O
Inclusões Celulares
DEFINIÇÃO: Inclusões Celulares são substâncias resultantes de atividades
químicas de protoplasma; especialmente aquelas que possuem formas
definidas. Costumam ser divididas em dois grandes grupos de acordo com a sua
natureza química orgânica ou inorgânica.

São elementos auxiliares na identificação


botânica da droga vegetal
GOTÍCULAS
DE ÓLEO

INULINA INCLUSÕES GRÃOS DE


ORGÂNICAS AMIDO

GRÃOS DE
ALEURONA
Inclusões Orgânicas: Amilo
Amilo (amido)  polímero de condensação da glicose (fotossíntese) = polissacarídios:
amilose (cadeia linear, 20%) + amilopectina (cadeia ramificada, 80%).
Inclusões Orgânicas: Amilo
Estrutura Microscópica do Grão de
Amilo: um ponto (ranhura), simples
ou cruzada, central ou excêntrica =
hilo; circundando o hilo observa-se ou
não uma sucessão de zonas claras e
escuras = lamelas (estrias/capas).

Suas características morfológicas


podem ser utilizadas como meio
microscópico para identificação de
fraudes em alimentos.
Classificação
FORMA esférico; ovóide; poliédrico; reniforme; halteriforme.

TIPO DE HILO puntiforme; linear; cruciforme; estrelado; circular; poliédrico.

ESTADO DE
AGREGAÇÃO Simples (isolado);composto; agrupado e pseudocompostos.
Importância Farmacêutica
 A farmacopéia brasileira inclui cinco tipos de
amilos, a saber: milho, arroz, trigo, mandioca e
batata.

 Os amilos são muito utilizados na obtenção de


formas farmacêuticas tais como comprimidos e
cápsulas.

Caracterização sob a Luz Polarizada - Apresentam a 1. "Cruz Negra” ou “Cruz de Malta"


2. Cristas de crescimento
Cruz de Malta. 3. Camadas de crescimento
4. Hilo
Nome popular: Amido de trigo Triticum vulgare Vill.

REINO: Plantae

FILO: Tracheophyta

CLASSE: Liliopsida

ORDEM: Poales

FAMÍLIA: Poaceae

GÊNERO: Triticum L.

Fonte: https://www.gbif.org/pt/species/2706395
LENTICULADOS quando vistos de frente;
BICONVEXOS se vistos de lado;
ESTRIAS CONCÊNTRICAS pouco visíveis
HILO PONTUADO em RAROS GRÃOS ;
GRÃOS com formato GLOBULAR ou
POLIGONAL;
Tamanho de 20-30 micra de diâmetro
atingindo no máximo 40 micra ;
Á luz polarizada apresentam a cruz de
MALTA.
OLIVEIRA et al., 2009.

Triticum vulgare Vill.


Nome popular: Amido de centeio
Secale cereale L.
REINO: Plantae

FILO: Tracheophyta

CLASSE: Liliopsida

ORDEM: Poales

FAMÍLIA: Poaceae

GÊNERO: Secale L.

Fonte: https://www.gbif.org/null
LENTICULADOS, menos ARREDONDADOS
do que os da cevada;
CONTORNO irregular quase piriformes;
ESTRIAS concêntricas VISÍVEIS ;
HILO ESTRELADO COM sulcos bem
MARCADOS ; grãos MAIORES que o trigo
e cevada (50 micra) alguns com diâmetro
menor ;
CRUZ DE MALTA bem visível em campo
escuro de LUZ POLARIZADA
OLIVEIRA et al., 2009.

Secale cereale L.
Nome popular: Amido de milho
Zea mays L.
REINO: Plantae

FILO: Tracheophyta

CLASSE: Liliopsida

ORDEM: Poales

FAMÍLIA: Poaceae

GÊNERO: Zea L.

Fonte: https://www.gbif.org/null
Utilizado na confecção de DOCES,
CREMES E BOLOS.
Fabricados em larga escala;
GRÃOS POLIÉDRICOS quando da parte
externa da SEMENTE ;
OS DOIS LADOS ABAULADOS;
HILO PONTUADO com
PROLONGAMENTOS CURTOS EM FORMA
DE ESTRELA;
Estrias raramente visíveis
OLIVEIRA et al., 2009.

Zea mays L.
Nome popular: Fécula de batata
Solanum tuberosum L.
REINO: Plantae

FILO: Tracheophyta

CLASSE: Magnoliopsida

ORDEM: Solanales

FAMÍLIA: Solanaceae
Fonte: https://www.gbif.org/species/2930262

GÊNERO: Solanum L.
GRÃOS ELIPSÓIDES , OVAIS , PIRIFORMES, com
maior número de FORMAS que a mandioca;
HILO PONTUADO OU ESTRELADO QUASE NA
EXTREMIDADE DO GRÃO;
ESTRIAS notadas, alternadamente, camadas
mais e menos profundas;
OS GRÃOS MENORES, REDONDOS, AGRUPAM-
SE AS VEZES EM TRÊS ou QUATRO;
MEDEM de 2-30 micra, atingindo
RARAMENTE 50 micra;

CRUZ DE MALTA BEM EVIDENTE na luz


polarizada
Solanum tuberosum L. OLIVEIRA et al., 2009.
Microfotografia de fécula de batata sob luz polarizada
Nome popular: Amido de aveia
Avena sativa L.
REINO: Plantae

FILO: Tracheophyta

CLASSE: Liliopsida

ORDEM: Poales
Fonte: https://www.gbif.org/species/2705290

FAMÍLIA: Poanaceae

GÊNERO: Avena L.
GRÃOS DE AMIDO DE AVEIA SÃO
POLIGONAIS;
AGREGADOS FORMANDO GRANDES GRÃOS
COMPOSTOS , TÍPICOS E ARREDONDADOS;
HILO pontuado pouco perceptível
NÃO APRESENTAM ESTRIAS
TAMANHO DE 5-10 micra
GRÃOS COMPOSTOS 40-70 micra
OLIVEIRA et al., 2009.

Avena sativa L .
GRÃOS DE ALEURONA

GREGO: Aleuron= farinha


Formada no interior de vacúlos em função do
enriquecimento de suco alveolar.

RESERVA PROTÉICA de inúmeras sementes e


frutos-sementes

Sementes do feijão, da ervilha, de abóbora, de


linho, de mostarda, frutos de funcho e erva-
doce.
OLIVEIRA et al., 2009
INULINA

É um polissacarídeo resultante da polimerização


da frutose e glicose.

Família Compositae: Chicorium intylus; Inula


helenium; Taraxacum officinalis;
Campanulaceae, Lobeliaceae, Violaceae,
Liliaceae e Amaryllidaceae.
Inula helenium L. Taraxacum officinale Weber
GOTÍCULAS DE ÓLEOS

FIXOS: considerados produtos de reserva, são ésteres de


ácidos graxos com glicerol; óleo de amendoim, algodão,
milho, girassol, soja, oliva, amêndoas doces e rícino

ESSENCIAIS: também chamados de essências, relacionam-se


com um grande número de funções orgânicas , podem
ocorrer no interior das células como no interior de
estruturas especializadas como glândulas e canais
secretores
Gotículas de Óleos

FIXOS: considerados produtos de reserva, são


ésteres de ácidos graxos com glicerol; óleo de
amendoim, algodão, milho, girassol, soja,
oliva, amêndoas doces e rícino.
GOTÍCULAS DE ÓLEOS ESSENCIAIS: são constituídos de uma
mistura de substâncias complexas relacionadas com terpenóides.
Inclusões Inorgânicas
Oxalato de cálcio

Formação: ácido oxálico (metabolismo vegetal) + sais de cálcio


(solo);
Grande importância na diagnose de drogas: localização e
frequência nos órgãos vegetais.
Inclusões Inorgâncias
Formas:

Rafídios  cristais aciculares (feixes de agulhas) (fig. 6.20)


• Escamas dos bulbos de “cila” (cardiotônica) Liliaceae
• Células parenquimáticas da “baunilha” da Orchidaceae
• Idioblastos das folhas e caules da comingo-niguém-pode
(Dieffencachia picta) – toxicidade
• Raízes de “ ipecacuanha” e “ erva de tostão” (dicotiledôneas)
Inclusões Inorgânicas
Dieffenbachia picta Schott
Nome popular: Comigo Ninguém Pode

Cephaelis Ipecacuanha Brotero


Nome popular: Ipeca
Inclusões Inorgânicas
Formas:

Drusas  agregação de cristais menores em forma piramidal (fig. 6.21)


Tipos: esferocristais ou ouriços (compridos e finos); rosetas (pontas
menos agudas) = maclas

Folhas de “estramônio” (Datura stramonium), do “maracujá”


(Passiflora alata), da “malva”(Malva sylvestris), do “jaborandi”
(Pilocarpus microphyllus).
Inclusões Inorgânicas
Inclusões Inorgânicas
FORMAS

Areias cristalinas  aglomerado de microcristais, piramidal, em


células especiais (idioblastos) (fig. 6.22)

Folhas de “beladona” (Atropa belladona); “cascas de quina vermelha”


(Cinchona succirubra) e de “quina amarela”(Cinchona calysaya).
Inclusões Inorgânicas
Inclusões Inorgânicas
FORMAS

Cristais prismáticos  isolados ou grupos; interior da células, bainhas


cristalíferas (fibras ou céls pétreas), feixes vasculares (fig. 6.24)
Folhas de “meimendro” (Hyoscyamus niger); cascas da “cáscara sagrada”
(Rhammus frangula)

Cristais estilóides  famílias Petiveriaceae e Phytolaccaceae; “guiné” (Petiveria


alliacea); “pau-d’alho” (Gallesia integrifolia) (fig. 6.24)
Inclusões Inorgânicas
Cristal estiloide

Cristal prismático

CRISTAIS DE OXALATO DE CÁLCIO


Inclusões Inorgânicas
Carbonato de cálcio  ocorrem em formações especiais chamadas
de cistólitos. Os cistólitos ocorrem em células parênquimáticas ou
epidérmicas.
Cistólito: pedicelo e matriz (cristais).
Litocisto : Célula que contém o cistólito.
Famílias Moraceae, Urticaceae, Boraginaceae e Acantaceae
Bases de pêlos tectores da “maconha” (Cannabis sativa) e folhas de
“urtiga” (Urtica urens) tratado com solução ácida diluída,
desprendimento de bolhas que são relevantes na identificação.
Inclusões Inorgânicas

1. Pendúnculo
2. Cistólito
3. Litocisto

Cistólito na base do pêlo

CRISTAIS DE CARBONATO DE CÁLCIO


INCLUSÕES CELULARES

AMIDOS
ORGÂNICAS GRÃOS DE ALEUROMA
INULINA
Fixos
ÓLEOS Essenciais
Rafídios
Drusas
Areais Cristalinas
OXALATO DE CÁLCIO Cristais Prismáticos
Cristais Estilóides
INORGÂNICAS
CARBONATO DE CÁLCIO
REFERÊNCIAS
LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu Matos. Plantas medicinais no Brasil Nativas exóticas.
Nova Odessa: Instituto Platarum de Estudos da Flora LTDA., 2008.
MODESTO, Zulmira Maria Motta; SIQUEIRA, Nilza Janete Beraldi. Currículo de Estudos de Biologia
Botânica. São Paulo: Editora Pedagógica e Uninversitária Ltda., 1981.
OLIVEIRA, Fernando de; AKISUE, Gokithi. Fundamentos de farmacobotânica e de morfologia vegetal. 3.
ed. São Paulo: Atheneu, 2009. 228 p.
OLIVEIRA, FERNANDO de; AKISUE, Gokiti.Farmacognosia Identificação de Drogas Vegetais. 2ª. Ed. São
Paulo: Atheneu, 2014. 418 p.

Você também pode gostar