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MAÇONARIA

SIMBOLOGIA
 
 

 
 

INTRODUÇÃO  
A Maçonaria consiste numa organização fraterna que remonta às associações locais de
pedreiros que, a partir do final do século XIV, regulamentavam as qualificações de sua
profissão e sua interação com autoridades e clientes.

As categorias maçônicas são em número de três: "Aprendiz", "Companheiro" e "Mestre


maçom". Seus candidatos são progressivamente ensinados quanto aos significados dos
símbolos da entidade, sendo-lhes confiado inicialmente as formas de cumprimentos, sinais e
palavras que comuniquem a outros membros que essa pessoa já é um iniciado no mundo
maçom.

Os graus são a parte moral alegórica da organização, quando os membros são conhecidos
como maçons, existindo graduações que vão variando de acordo com a localidade e jurisdição,
e geralmente são administrados por seus próprios órgãos.

A organização básica da unidade local da Maçonaria é chamada de LOJA, geralmente


supervisionada em nível regional (estado, província, etc.) Em nível internacional, não existe
uma Superloja que supervisione as unidades regionais ou nacionais.
 
Uma Loja Maçônica em 1790
 
Como a Maçonaria defende a fé num único Ser Supremo, e como a população brasileira é
composta na sua maioria por pessoas oriundas de doutrinas judaico-cristãs, ela aceita a Bíblia
Sagrada como o “Livro da Lei” para as lojas brasileiras. O nome “maçom”, que vem do francês,
significa pedreiro ou construtor, e a Maçonaria é  uma organização com fins filandontrópicos,
educacionais, filosóficos, progressista e educativa, tendo seu método educacional todo
baseado em simbologia e em rituais. “Maçonaria Livre” vem do inglês FREEMASONRY.
 

a) Exigências Iniciais
Apesar de ser uma sociedade secreta, a Maçonaria é aberta a homens de todas as religiões,
embora não admita a presença de ateus e mulheres como membros, e a prática de discussões
internas sobre religião e política. O teólogo Inocêncio de Jesus Viegas, assessor do Grande
Oriente Brasileiro, uma das maiores associações maçônicas do país, explica que para fazer
parte dela o indivíduo deve crer em Deus e ter uma conduta comprovadamente ética e honesta.
Uma exigência fundamental é que o membro não pode contar para outras pessoas “de fora”
aquilo que assiste nas reuniões em que toma parte e nem pode se identificar como maçom
para essas pessoas estranhas à instituição.

b)  Os Inícios
Situando-nos no tempo, afirmamos que a organização maçônica surgiu na Idade Média, época
marcada por grandes construções em pedra, como castelos e catedrais.  Tudo começou como
uma espécie de embrião dos sindicatos, as chamadas corporações de ofício. Nelas se reuniam
os trabalhadores medievais, principalmente os pedreiros. Com o final da Idade Média, a
Maçonaria passou a admitir outros membros, além de pedreiros, assim como os alfaiates, os
sapateiros e os ferreiros.
Como eles guardavam suas técnicas a sete chaves, foram se transformando numa fraternidade
dedicada à liberdade de pensamento e expressão, religiosa ou política, e contra qualquer tipo
de sistema absolutista. Eduardo Basto de Albuquerque, professor de História das Religiões
(Unesp), registra em seus escritos que “a organização teve forte influência nos bastidores da
Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos.

Aqui no Brasil participou decisivamente na abolição da escravatura, além da Independência e


da proclamação da República”.

OS SÍMBOLOS DA MAÇONARIA
Os símbolos maçônicos compõem o conjunto de ferramentas que formam a base do método
maçônico, principalmente de dois instrumentos geométricos (compasso e esquadro), exibindo
no meio deles a letra G usada no início da palavra inglesa GOD (Deus).

O desenho dessa junção forma uma figura também geométrica, que é o triângulo. Abaixo, uma
imagem da capa do livro “O Simbolismo na Maçonaria”, escrito por Colin Dyer, obra que trata
desses símbolos importantes do método maçônico.
 

 
Uma variante dessa figura triangular foi criada com a imagem de uma pirâmide, cuja parte
superior ostenta um olho, que teria a função de lembrar a letra G, do Deus Onisciente, que tudo
sabe e tudo vê. Essa variação do triângulo passou a ser imprimida na nota de 1 dólar dos
Estados Unidos da América, uma comprovação da importância da Maçonaria para esse país.
Para se ter ideia da familiaridade existente entre os EUA e a Maçonaria, vale registrar que os
três primeiros presidentes dessa nação, também foram os principais articuladores da
independência norte-americana. Eles eram maçons: George Washington, Thomas Jefferson e
Benjamin Franklin.
                                      
Nenhuma loja maçônica funciona sem a presença do Esquadro e do Compasso, dispostos
sobre o Livro da Lei, aberto, pois como já dissemos eles compõem os símbolos mais
emblemáticos da Maçonaria. Individualmente eles têm também seus significados, simbolizando
a materialidade do homem e sua espiritualidade. Nascida da Maçonaria Operativa e dos
pedreiros livres, toda essa sua estrutura simbólica é baseada nos utensílios dos pedreiros, que
eram os construtores e arquitetos medievais. A maioria dos símbolos usados na maçonaria são
os mesmos utensílios de pedreiros ou símbolos de outra categoria, incorporados à Ordem.

Maçonaria Operativa:
Pedreiros livres no período medieval
O termo “símbolo”, originário do grego SYMBOLON  [σύμβολον], designa um tipo de signo em
que o significante (realidade concreta) representa algo abstrato (religiões, nações, quantidades
de tempo ou matéria etc.) por força de convenção, semelhança ou contiguidade semântica
(como no caso da cruz que representa o cristianismo, porque ela é uma parte do todo: a
imagem do Cristo morto).
 
 

AS TRÊS GRANDES LUZES 


Como já foi dito, a Maçonaria é dividida em graus, cada um deles contendo seus próprios
ensinamentos, símbolos e rituais, definidos tanto pelo rito maçônico quanto pela obediências
maçônicas ou Supremo Conselho a qual a Loja Maçônica pertence. Não sendo dogmática, a
Ordem Maçônica evita arbitrar sobre os significados dos símbolos, dando um máximo de
abertura para os adeptos refletirem e tirarem suas próprias conclusões. Foi isso que escreveu o
próprio Albert Pike, no seu livro “Moral e Dogma”, que define quais são os graus da realidade
maçônica.

 A maçonaria tem suas leis baseadas nos landmarks, sobretudo no modelo da Constituição de
Anderson, uma série de regras que regem a Maçonaria desde o seu início e até hoje baseia as
constituições das Potências Maçônicas no mundo todo. Dentre todos os símbolos presentes na
Maçonaria Mundial, alguns são obrigatórios para o funcionamento de uma reunião, sendo 
apresentados nos landmarks:

VIII - a manutenção das Três Grandes Luzes da Maçonaria: o Livro da Lei, o Esquadro e o
Compasso, sempre à vista, em todas as sessões das Lojas;
IX - o uso do avental nas sessões.
 
O uso do Livro da Lei, o Esquadro e Compasso e do Avental são essenciais, não podendo
funcionar a loja sem a presença deles, pois juntos eles formam a tríade denominada As Três
Grandes Luzes.
O livro da Lei
 
O Livro da Lei, também conhecido como  “Livro Sagrado”, é a primeira das três luzes da
Maçonaria. Um dos preceitos mais respeitados por todas as potências maçônicas do mundo é
a crença num Ser Supremo, criador do universo, denominado na Maçonaria como o Grande
Arquiteto do Universo. O Livro Sagrado representa a ligação do maçom com esse Ser e com a
espiritualidade.
Este livro não é estipulado por nenhum manual, constituição ou landmark. Ele pode ser
qualquer livro sagrado de religiões que creem em um deus criador, dependendo da crença
individual ou do conjunto da loja: Como já foi dito, para um cristão, o Livro da Lei será a Bíblia,
enquanto que para um muçulmano será o Alcorão e assim por diante. Deste modo, todo
juramento da Maçonaria é feito individualmente sobre a crença pessoal de quem está jurando.
Em lojas onde há a presença de maçons de religiões distintas, coloca-se vários livros sobre o
altar dos juramentos, onde cada um deles terá o foco em seu livro sagrado. A Casa do Templo,
sede do Supremo Conselho do Rito Escocês da Jurisdição Sul dos EUA, tem em seu altar a
presença de oito livros, embora o símbolo continue o mesmo:  “Livro da Lei”. O Livro da Lei
possui esse nome genérico para se evitar qualquer tipo de sectarismo, pois ao nominar o livro
sagrado de uma reunião maçônica de qualquer título, seja Bíblia, Alcorão, Torá, ou outros,
automaticamente estar-se-ia limitando o caráter ecumênico da Ordem. A única restrição é que
o volume deve conter, realmente, as Sagradas Escrituras de uma religião conhecida, e fazer
referência a Deus. Assim como a maçonaria não impõe uma crença específica no Livro da Lei,
o mesmo ocorre com o conceito de Deus. Cada um terá seu conceito pessoal respeitado. Na
Maçonaria o sinônimo usado para designar Deus é GADU — O Grande Arquiteto do Universo.
O termo sempre se refere à crença pessoal de quem fala sobre o Ser Criador do Universo e
cada um terá seu conceito próprio, assim como é o termo "Deus" no Ocidente.

Esquadro e Compasso
O símbolo da Maçonaria remete aos instrumentos dos trabalhadores que, na Idade Média,
dominavam as técnicas de construção em pedra.
Esquadro, compasso e letra G

O compasso
O compasso, que desenha círculos perfeitos, representa a busca da perfeição pelo homem,
enquanto que a letra G, no centro de tudo, vem de God, “Deus” em inglês. Para os maçons, Ele
é o Grande Arquiteto do Universo. O Compasso é um instrumento de desenho que faz arcos de
circunferência e também serve para tomar e transferir medidas. É o símbolo do espírito, do
pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também do relativo (círculo) dependente do
ponto inicial (absoluto). Os círculos traçados com o compasso representam as lojas. O símbolo
mais básico alcançado pelo compasso é o circulo com um ponto no centro, símbolo do Sol.

O esquadro
Quanto ao esquadro, ele forma ângulos retos, lembrando que o homem deve levar uma vida
igualmente reta, ética e honesta. O Esquadro é um instrumento de desenho utilizado em obras
civis e que também pode ser usado para fazer linhas retas verticais com precisão de 90°,
resultando da união da linha vertical com a linha horizontal. Simbolicamente, demonstra retidão
e também a ação do Homem sobre a matéria e da ação do Homem sobre si mesmo,
significando que a conduta deve ser guiada pela linha reta. Emite a ideia inflexível da
imparcialidade e precisão de caráter, simbolizando a moralidade, a retidão e as coisas
concretas. O esquadro é usado pelo Venerável Mestre Maçon, demostrando que ele é o
responsável por guiar a Loja de maneira retificada. Tem seu braço direito maior que o
esquerdo, demonstrando que o Venerável age ativamente. Alguns Veneráveis utilizam uma joia
diferente, com o Teorema de Pitágoras, representado entre as perpendiculares do esquadro,
simbolizando a ciência alcançada, sendo a representação máxima da maçonaria, a ciência da
geometria.

A junção que simboliza a força maçônica


Sendo o compasso móvel e o esquadro estático, dá-se aí mais uma dualidade passiva e ativa
entre dois símbolos, bastante presente na simbologia maçônica. Juntos eles formam o símbolo
mais característico da Maçonaria, representando que a Ordem é pautada pela filosofia sobre os
itens dos pedreiros e antigos construtores. Trata-se do símbolo de mais fácil reconhecimento
usado em joias, construções e nos mais diversos modos. Como já dissemos anteriormente,
nenhuma loja funciona sem a presença do esquadro e do compasso, mostrados sobre o Livro
da Lei, aberto. Por isso é um símbolo tão emblemático da Maçonaria.
 O compasso e o esquadro sobre o Livro da Lei

 
Individualmente, eles também têm seus significados. O Esquadro e o Compasso simbolizam a
materialidade do homem e sua espiritualidade, mas juntos e na sua apresentação básica e a
depender de como se arrumam, indicam em qual grau a Loja está trabalhando. Na Loja de
Aprendiz, o esquadro fica sobre o compasso; na de Loja de Companheiro se entrecruzam, e na
Loja de Mestre o compasso fica sobre o esquadro. Isto expressa a sobreposição do espírito
sobre a matéria, ideia platônica presente na Maçonaria.

AS COLUNAS
As colunas ostentadas na parte frontal dos templos maçônicos lembram elementos
arquitetônicos destinados a receber as cargas verticais de uma obra de arquitetura (arco como
barramento, arquitrave, abóbada) transmitindo-as à fundação. Representam o suporte de algo
superior e dão sustentação à obra. Para se ter ideia, na Maçonaria as colunas utilizadas em
seus templos são inspiradas nas colunas do templo de Salomão e nas colunas da Arquitetura
da Grécia Antiga.

O conjunto de três colunas gregas formam as três pequenas Luzes. A coluna de Ordem Dórica,
mais robusta e de ângulos retos, representa a força e o Primeiro Vigilante;  a de Ordem
Coríntia, adornada de folhas de acanto, representa a beleza e o Segundo Vigilante e; a coluna
da Ordem Jônica, enfeitada com volutas, representa a sabedoria e o Venerável Mestre.
 

As colunas Boaz e Jachin


Boaz e Jachin são duas colunas de cobre que ficavam à frente do Templo de Salomão, o
primeiro templo construído em Jerusalém. No templo maçônico, essas duas colunas guardam a
porta de entrada, embora às vezes se localizam dentro do próprio templo, dividindo a
construção em três partes.

Do lado da Coluna B (Boaz) ficam os Aprendizes, e do lado da Coluna J (Jachin) ficam


os Companheiros, sendo que entre as duas colunas encontram-se os Mestres Maçons e o altar
dos juramentos, com as três grandes luzes. Vale registrar que dependendo do rito adotado, o
local dos Aprendizes e dos Companheiros podem se inverter. 

A descrição que inspirou o modelo atual das duas colunas encontra-se na Bíblia, no livro de 1
Reis 7:1-22. As colunas dos templos maçônicos são de bronze, encimadas com romãs, lírios e
correntes.

 Representação artística das 2 colunas do Templo de Salomão

Boaz 
Boaz é um personagem do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, sendo citado no Livro de
Rute e em 1 Crônicas como pertencente à tribo de Judá. Era filho de Salmom, vindo a ser
bisavô do rei Davi. O significado do seu nome, do hebraico [‫ בועז‬Bốʿaz], pode ser "na força",
"nele (é) a força" e "ser forte".
 

Jaquim 
Quanto a Jaquim (ou Jakin), do hebreu JAH, significa Deus e Iachin que significa Estabelecerá,
ou seja: Jachin significa “Deus estabelecerá”.

Adereços
Essas duas colunas são ornadas com romãs, lírios e correntes. A Romã foi usada como
metáfora por vários santos e papas católicos. São Gregório de Níssa compara a romã com a
vida cristã, onde por fora a casca dura faz a fruta aparentar ser não apropriada para se comer,
mas dentro ela é linda, suculenta e doce, tal qual a vida cristã. Dentro do templo, ela é
comparada com caridade, humildade e união. A quantidade de grãos unidos faz com que o
fruto seja visto como símbolo de fartura, união e fecundidade. A semelhança com a vulva
também traz a ideia de fertilidade. Já na Maçonaria o simbolismo mais comum é o dos grãos
unidos por uma camada gelatinosa, que  representa a fraternidade maçônica.

Com lírios os maçons tomam as analogias comuns ao cristianismo, comparando a brancura


dos lírios com a virgindade de uma moça. Porém, os lírios citados na Bíblia provavelmente
eram um tipo diferente de flor avermelhada, e foram usados por Hiram Abiff para adornar as
colunas. Como representam a virgindade e a pureza, liga-se naturalmente aos membros
iniciados, recém chegados à Ordem. As colunas são ornadas com sete voltas de corrente.
Lembramos que o número sete é muito recorrente na cultura judaico-cristã, podendo
representar diversas coisas.

As correntes tanto podem relembrar a vida passada de encarceramento quanto a nova vida,
com elos fortes de união. Por fim, doze colunas enfeitam os lados norte e sul da parte interna
do templo. São as Colunas Zodiacais, que representam os doze signos zodiacais: Áries, Touro,
Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
Cada uma dessas colunas leva consigo os diversos simbolismos astrológicos e leituras
próprias da visão maçônica. Simbolicamente elas sustentam a abóbada do templo maçônico
que, por sua vez, simboliza a abóbada celeste. Essa conjuntura dá ao próprio templo o
simbolismo de Mundo.

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