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PLANEJAMENTO NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

Antônia Iris Paiva Sousa1


Davi Dias souza2
Fabrício Ferreira Cunha3
Luana Carolina da Silva4
Rodrigo Cougo Borba5
Rafael Faustino da Silva6
09/11/2021

RESUMO

Neste presente trabalho, pretendemos aproximar o leitor sumariamente à realidade – geral e


em seus pormenores – do planejamento na administração pública, onde esta, por sua vez,
exerce o poder de gerir o Estado legislando, tributando, fiscalizando e regulamentando.
Todas as funções incumbidas ao Estado devem estar de acordo com as demandas
majoritárias da sociedade seguindo um cronograma de gravidade, urgência e tendência
social. Examinaremos os pontos fortes e fracos da educação no Brasil como premissa de
nossa fundamentação teórica em relação aos problemas desencadeados pelo sinuoso
planejamento administrativo público, assim como seus efeitos internos sobre a sociedade
brasileira e seus efeitos externos (globais, perante outras sociedades). As causas que
levaram este trabalho a receber em um de seus tópicos o subtítulo “Chímaira Burocrática”,
serão contextualizados de forma análoga, conduzindo-nos a descoberta de uma sutil e
sistêmica animus nocendi 7.

Palavras-chave: Planejamento; Gestão; Qualidade; Estado; Educação.

1. INTRODUÇÃO
1
Aluno do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. Administração Pública (FLX5683) -
Seminário Interdisciplinar: Planejamento na Administração Pública.
2
Aluno do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. Administração Pública (FLX5683) -
Seminário Interdisciplinar: Planejamento na Administração Pública.
3
Aluno do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. Administração Pública (FLX5683) -
Seminário Interdisciplinar: Planejamento na Administração Pública.
4
Aluno do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. Administração Pública (FLX5683) -
Seminário Interdisciplinar: Planejamento na Administração Pública.
5
Aluno do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. Administração Pública (FLX5683) -
Seminário Interdisciplinar: Planejamento na Administração Pública.
6
Professor tutor externo do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Administração Pública.
7
Esta expressão em Latim é comumente usada pelos operadores do Direito. Em português, significa intenção de
causar dano. V. Amilcare Carletti, Dicionário Latim Forense, 10° ed. 2011, p. 102)
Nas primeiras repúblicas, já haviam planejamentos administrativos nos serviços
públicos que surgiam simultaneamente com as reivindicações adversas do povo. A origem da
república é composta em sua raiz pela aristocracia, onde os desfavorecidos de grande poder
patrimonial eram adjetivados de forma inferior – por exemplo, os plebeus – e, às margens dos
elementos que compunham a nação, eram inseridos no planejamento público dentro deste
contexto.
Desde os tempos das ágoras gregas, é natural do ser humano escolher o que quer
aprender; discutir, investigar e participar de colóquios produtivos. É natural do ser humano
escolher com quais de suas qualidades quer contribuir para a natureza e sociedade. Não
menos importante, o devido teste das respectivas habilidades é basilar a qualquer ofício
profissional. O planejamento estratégico, tático e operacional não pode vir antes da boa
educação, aquela proveniente do confronto individual com a realidade, conforme as
exigências das situações diversas, caso a caso; portanto, padrões e programas de ensino não
são naturais ao indivíduo. Um indivíduo não pode pensar coletivamente, tampouco refletir em
grupo.
Considerando estas questões, os servidores públicos não devem planejar
raciocinando em termos operacionais antes de refletir politicamente sobre os elementos que
compõem uma região, pois, o sistema operacional e burocrático |não é inerente à natureza,
mas o Estado – organização das pessoas que convivem entre si e com o ambiente entre elas –
tem sua origem na natureza e dela usufrui. Abordaremos, por conseguinte, temas
fundamentais para o planejamento administrativo público e a origem da sua ineficácia diante
das principais urgências dos cidadãos que o leva a tornar-se um componente prejudicial ao
cliente e usuário de seus serviços.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O ESTADO

Pensar em planejamento público nos leva quase que involuntariamente a raciocinar em


termos burocráticos. Dificilmente os planos administrativos são observados pelo panorama da
substância estatal. Frequentemente o Estado é visualizado na sua forma abstrata, isto é, a
organização em suas divisões intersetoriais, movimentações politiqueiras, burocracia,
tecnologia etc. A governabilidade costumeira moderna é sistemática, burocrática, autômata,
totalmente avessa à origem do Estado, que é a organização de elementos da natureza, visto

1
que cada indivíduo participa nela formando a sociedade 8. Este vício estatal, isto é, a maçante
operacionalidade e a burocracia, tem impacto direto na iniciativa privada:
Entre 190 países que foram avaliados em um estudo do Banco Mundial, o Brasil se
encontra na 184º posição no ranking que mede a facilidade dos impostos na abertura
de novos negócios. O Banco Mundial estima, que em algumas regiões do Brasil, o
tempo gasto para preparar, arquivar e pagar (ou reter) o imposto de renda das
empresas, o imposto sobre o valor agregado e as contribuições de previdência social
equivalem a 1.501 horas por ano, enquanto os países com melhor desempenho
gastam 49h (EMPRESA DE PLANEJAMENTO E LOGÍSTICA S.A, p. 06, 2020).

O Estado moderno põe os aspectos abstratos como se fossem a própria natureza dos
acontecimentos, causando um efeito de dependência abstracionista na sociedade: vive-se pelo
dinheiro em si (usura); trabalha-se pela conservação do cargo; crê-se cegamente em algo para
se manter no grupelho; e, os objetivos básicos e/ou audaciosos do ser humano como moradia
própria, ofício prazeroso, poder de realização, influência histórica, esbarram no muro das
frustrações. Ora, se o Estado se desvia da sua substância, da parte orgânica, viva, que o
sustenta, obviamente, sobrar-lhe-á apenas o sistema operacional gerido por uma autoridade
artificial que só consegue obter efetividade mediante punições administrativas ou violentas.
O empresário Ovídio Deitos, cotado para uma eventual candidatura a deputado
estadual pelo PP, (...) falou sobre ações dos governos em todas as esferas. Para ele,
os governos, chegaram no limite de sua capacidade de atuação, pela falta de
recursos financeiros. O que chama a atenção do empresário, é que o desemprego
está acontecendo apenas nas empresas e não nos governos. Opinou sobre plebiscito
no Estado e lembrou o tempo em que foi vereador em Caxias do Sul, quando havia
na Casa Legislativa, apenas três funcionários. Diferente de hoje quando ultrapassa o
número de cem. Para Ovídio, o poder público virou uma máquina de moer gente,
por conta das regras que são construídas diariamente (MULLER, 2017).

2.2 CHÍMAIRA BUROCRÁTICA

Chímaira é uma figura oriunda da Ásia Menor que se consagrou no imaginário


popular grego durante o século VII a.C. Sua aparência mitológica é formada por três cabeças
(sendo a de leão a principal), asas de dragão e cauda de serpente. Em algumas narrativas,
afirma-se que a besta mística não pode voar, mesmo possuindo asas enormes (BORGES,
2002).
O Estado moderno assemelha-se a Chímaira: face devoradora e implacável, capaz de impor
sua vontade através do medo. Suas asas representam o planejamento administrativo público
que, aparentemente, pretende voar, mas não consegue. De aparência bem estruturada,
promove a segurança, mas é incapaz de voar até o destino solicitado. Sua cauda remete às

8
A sociedade se define pela a união de várias pessoas que acatam, majoritariamente, harmonizadores em comum
como estatutos, leis e cultura. Estas formas harmonizadoras são delimitadas pela própria natureza material ou
metafísica.

2
coisas que estão por trás do corpo frontal do sistema de serviços públicos: um veneno que
adormece as vítimas até o desespero e debilidade total do organismo. A cauda da serpente
representa a máquina burocrática maçante, obsoleta e anestesiadora de iniciativas privadas.
Podemos ter uma noção básica sobre o viés que conduz os planos administrativos para
os serviços públicos desdobrando o advento da mentalidade apática da república para com as
demandas do povo. Na obra literária Cultura geral, o professor e escritor Dietrich Shwanitz
descreve que:
Até 510 a.C. a cidade de Roma foi governada pelos reis dos etruscos que habitavam
o norte, um povo de piratas e hedonistas 9, que não deixou muitos legados além de
inúmeros potes, trulli (construções em pedra, com planta circular e teto cônico) e
dentaduras postiças. Em seguida a cidade tornou-se uma república (do latim res
publica = coisa pública). De 510 a 270, Roma conquista o resto da Itália e se dedica
a intensas lutas internas entre patrícios (aristocracia) e plebeus (definição pejorativa
para designar o povo). O resultado foi a mãe de todas as organizações públicas
políticas, que até hoje define cargos públicos. (...). Além disso, existiam cargos que
se assemelhavam aos nossos ministérios de hoje: os censores que fiscalizavam a
moral e os tributos e se ocupavam com as construções de edifícios públicos; os
questores, que administravam o erário público; e os pretores, que cuidavam da
justiça. Os magistrados usavam toga com listras de cor púrpura e eram
acompanhados por litores (ajudantes), que usavam um machadinho envolto por um
feixe de varas amarradas (fasces), como sinal de soberania. Imitando o estilo
imperial romano, Mussolini adotou o símbolo para seu partido, cujos adeptos
passaram a se chamar fascistas.
Um papel especial era desempenhado pelas tribunas do povo: funcionavam como os
sindicatos de hoje e representavam o povo contra a burocracia. Os tribunos podiam
opor vetos contra as decisões do senado e propor deliberações próprias na
assembleia dos plebeus. No final da república, tenderam, como os representantes
sindicais de hoje, a praticar uma política de bloqueio. (SHWANITZ, 2009, p. 29).

Podemos perceber que as bases da primeira república foram governadas por ladrões e
pessoas focadas nos próprios prazeres. A infraestrutura 10 recebia atenção especial por parte
dos censores (magistrados romanos responsáveis pelo recenseamento das pessoas) 11. Com
efeito, logo surgem as primeiras reivindicações do povo contra as decisões dos
administradores públicos diretos. Atrás de uma aparência imponente, a Chímaira burocrática
só conseguia estabelecer para a plebe um planejamento operacional apático e medíocre. Não
obstante, essa forma de planejar os serviços públicos consolidava-se dia após dia, século após
século.
Em geral, costuma-se criticar o aparelho burocrático devido à sua rigidez
administrativa, sua inadequação das normas e à grande quantidade de regulamentos.
Estes aspectos produzem resultados contrários aos esperados, como a lentidão dos
processos que podem diminuir drasticamente a eficiência de uma organização e até
da sociedade. No entanto, a organização burocrática é condição imprescindível para
o desenvolvimento de uma nação, por ser indispensável ao funcionamento do

9
Hedonistas eram pessoas cujo foco principal era a busca do prazer supremo.
10
No tópico número 5 destacaremos esta atenção especial que o Estado dá à infraestrutura até os dias atuais.
11
Uma espécie de “assistente social” da época.

3
Estado, gestor dos serviços públicos e de todas as atividades econômicas
particulares. A divisão e distribuição de funções, a seleção de pessoal especializado,
os regulamentos e a disciplina hierárquica são fatores que fazem da burocracia
moderna uma forma avançada e eficiente de organização administrativa, baseada no
método racional e científico, sintetizando as formas de relações sociais das
sociedades modernas. No momento, a discussão importante que se coloca é a da
urgência da desburocratização dos setores logístico e de infraestrutura brasileiros
para garantir ainda mais o seu desenvolvimento e maior produtividade. Nesse
sentido, a questão principal é de como construir a infraestrutura que precisamos para
transportar riquezas e fazer a integração nacional desse país de dimensões
continentais, com a redução da burocracia e do Custo Brasil, que tanto oneram o
investidor, sem impacto regulamentar (EMPRESA DE PLANEJAMENTO E
LOGÍSTICA S.A, 2020).

OPINIÃO DOS EMPRESÁRIOS SOBRE BUROCRACIA PERCENTUAL

Abre espaço para a corrupção 90,20%

Dificulta o desenvolvimento econômico e o ambiente de negócios no brasil 94,70%

Afeta a competitividade das empresas 91,40%

Aumenta o custo de gestão nos processos empresariais 84,30%

FONTE: Pesquisa FIESP/2017

2.3 O ADVENTO DO CRISTIANISMO

Filho de José e Maria, o nazareno Cristo Jesus torna-se um problema para o império
romano. Jesus apresenta uma forma diferente de lidar com os problemas sociais e individuais
de sua região: a resolução caso a caso.
Ao observar a situação de Pedro e os outros que ali estavam, Jesus pergunta se eles
tinham o que comer e eles respondem que não. Então, como quem tinha o devido
conhecimento do território e das capacidades pessoais de cada um, Jesus diz: “Lançai a rede
para o lado direito do barco, e achareis” (BÍBLIA, N. T. João, 21:6). Em termos
administrativos, quando alguém procurava a sua ajuda, 12 Jesus não terceirizava nem
burocratizava suas ações. Ele agia diretamente, pessoalmente e no momento exato da
demanda. Caso a caso. No capítulo dez do livro de João, Jesus dá uma resposta aos judeus
dizendo: “ As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem”
(BÍBLIA, N. T. João, 10:27). Num sistema administrativo onde os planos se davam mediante
12
Jesus era carpinteiro e curava enfermidades dentre outras ações consideradas como verdadeiros milagres por
aqueles que testemunhavam seus feitos.

4
a forma como os aristocratas percebiam a sociedade as dividindo em classes sociais (rico,
pobre, plebe, marginal, semita, antissemita, bárbaro etc.), alguém que cura, ensina, conhece e
lida pessoalmente com os problemas do povo, certamente iria causar sérias preocupações aos
donos do poder. Alguém que cura ao invés de criar um sistema burocrático padrão de cura;
alguém que ensina de acordo com a necessidade e capacidade de cada um ao invés de criar
um sistema padrão de ensino a todos... o império iria ruir. A coroa divina não estava mais
com os donos da moeda, mas sim, com aquele que trazia a verdade e era semelhante ao povo -
humilde e desprovido de luxo – o avesso do que sempre fora planejado e exercido pelas
repúblicas anteriores. Seu método de ensino formou os melhores escritores como Saulo de
Tarso e Tomás de Aquino; formou homens e mulheres capazes de realizar ações históricas.
De Clara de Assis e Vicente de Paula a João Ferreira de Almeida e Madre Tereza de Calcutá.
Jesus deu aos plebeus e aos humildes autonomia para serem agentes históricos, fez do
homem pobre um ser humano valioso aos olhos de Deus; respeitou as leis do presente
governador da época, Pôncio Pilatos, com o famoso ensinamento “dai, pois, a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus” (BÍBLIA, N. T. Mateus, 22:21) referindo-se aos abusivos
impostos cobrados pelo império romano. Tirou toda a falsa autoridade divina que os
imperadores estabeleciam a si mesmos para humilhar, abusar e escravizar o povo.
Autocastração em público, nomeação de cavalo a cargo público, assassinato de
parentes e lançamento de cristãos a feras famintas. Alguns imperadores se achavam
deuses ou semideuses; outros tinham certeza disso, vestindo-se e agindo como tais.
Um lutava nas arenas como gladiador e outro gastava seu tempo editando leis
excêntricas, como a liberação de flatulências (pum) em banquetes. Muitos
imperadores cometeram atos cruéis, todos fizeram baixaria, alguns obtiveram glória,
outros a completa desgraça. Todos foram assassinados (BEZERRA, 2019).

Jesus fez com que o povo humilde preferisse a morte13 do que a obediência cega e
devocional aos decretos absurdos e corrompidos do governo. Atender o povo de forma efetiva
e ainda tornar-lhes inteligentes e especiais estava fora dos planos de uma república cujos
alicerces estavam sobre o fingimento, a trapaça, o prazer egoísta e a divinização de si mesmo
(tudo posso, tudo crítico e nunca posso ser criticado).

2.4 EDUCAÇÃO: SISTEMA PADRÃO DE ENSINO PRODUZ DESIGUALDADE

Todo aquele que diz ter uma solução modelo para todos os casos estimula a
desigualdade e a confusão mental.

13
Essa resistência veio a ser conhecida historicamente pelas atrocidades cometidas contra os cristãos nas arenas
romanas.

5
Sabemos que planejamento na administração pública é definir os objetivos e
determinar como os resultados devem ser alcançados. Ter a missão de sanar ou pelo menos
facilitar a resolução das demandas e problemas sociais não é tarefa simples. É preciso ter uma
visão de curto, médio e longo prazo traçando um cronograma de ação que irá trabalhar em
cima de cada situação conforme as prioridades e tendências de uma nação. De caráter político,
o planejamento situacional é mais flexível, adaptável e opera de acordo com o momento,
diferente do planejamento tradicional que é tecnocrático, burocrático e opera por etapas. Para
que se obtenha um plano estratégico, tático e operacional eficiente é necessário um estudo de
casos, diminuindo a máquina burocrática (não a eliminar), investigando os fatores internos
controláveis pela administração e os fatores externos (probabilidades, imprevisibilidades,
ameaças) não-controláveis.
No entanto, podemos afirmar que a mentalidade da administração pública direta de
hoje ainda é republico-romana? Qual o escopo do planejamento público, executar ordens ou
atender e solucionar efetivamente os clientes e usuários? Qual o estado mental dos servidores
públicos? A resposta para estas perguntas está no sistema educacional de ensino.
O consenso científico, que é fixo, não pode sobrepor-se à experiência diária
individual do ser humano, que está sempre em movimento. Planejar e definir diretrizes aos
elementos que compõem uma nação, estado ou município como, infraestrutura, gestão
pública, economia, educação, segurança, saúde, cultura, meio ambiente, exige análise de
casos a fim de se obter uma escala/guia de prioridades para cada região, não para criar um
sistema padrão de ações “cientificamente comprovado”, mas para criar um plano estratégico
com maior retorno sobre os investimentos. Padrões de ensino são comumente apresentados
pelo MEC e costumam negligenciar alguns casos, suprir um pouco de outros, ou, ser
totalmente inúteis a muitos. Um ensino igual para todos é antinatural, considerando que cada
pessoa tem suas peculiaridades. O que deve haver é a compreensão das diferenças e saber
lidar com as particularidades de cada um.
Mais de 65% dos alunos brasileiros no 5º ano da escola pública não sabem
reconhecer um quadrado, um triângulo ou um círculo. Cerca de 60% não conseguem
localizar informações explícitas numa história de conto de fadas ou em reportagens.
Entre os maiores, no 9º ano, cerca de 90% não aprenderam a converter uma medida
dada em metros para centímetros, e 88% não conseguem apontar a ideia principal de
uma crônica ou de um poema. Essas são algumas das habilidades mínimas esperadas
nessas etapas da escola, que nossos estudantes não exibem. É o que mostram os
resultados da última Prova Brasil, divulgados pelo governo federal no final de
novembro. A prova avalia, a cada dois anos, o desempenho de alunos do 5º e do 9º
ano em português e matemática. É usada para compor o principal indicador de
qualidade da educação do país, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB). Os resultados revelam, no entanto, algo ainda mais perigoso que o baixo
desempenho: a desigualdade. Enquanto em alguns Estados do Sul, como São Paulo e

6
Santa Catarina, metade dos alunos tem aprendizado adequado em português, Estados
como Alagoas e Maranhão não chegam a ter 20% (GUIMARÃES, 2015)

Historicamente, a educação mais efetiva, na grande maioria das vezes, é a dos pais.
Ali há um acompanhamento diário e uma atenção completa voltada para sanar as dúvidas e
questões básicas – até mesmo vitais. José Bonifácio de Andrada e Silva, por exemplo, foi
nomeado tutor de Dom Pedro II. Aristóteles era discípulo de Platão. Yip Man foi mestre de
Bruce Lee. Um discípulo é diferente de um aluno, e um professor é diferente de um tutor. O
discípulo absorve as qualidades do seu tutor. O tutor ensina, defende e protege seu discípulo
da ignorância. Há aí uma séria e sincera busca por evolução entre ambos. Não há egoísmo,
não há fingimento; há plena busca pela verdade, pelo conhecimento das coisas como elas são.
Não é parecer que sabe, mas saber de fato e saber que sabe. O que tutores e pais tem em
comum? Eles formam personalidades. E o que faz o método de ensino público padrão? Forma
cidadãos.

2.5 PONTO FORTE NO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL BRASILEIRO

Sabemos que o Estado tem o dever de garantir que a criança e o adolescente venham
a ter acesso à educação (escolar). Aos pais ou responsáveis, o dever de munir. Os
investimentos na educação brasileira vêm obtendo aumento constante desde a era Vargas.
Mas o salto mais significativo começou a partir da EC N° 24/1983 que estabeleceu a
obrigatoriedade de aplicação anual, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, de, no
mínimo, vinte e cinco por cento da renda advinda dos impostos, para manutenção e
desenvolvimento do ensino14. No entanto, percebemos um desequilíbrio entre gastos com
infraestrutura e gastos com o desenvolvimento do ensino, considerando os baixos índices de
aprovação de projetos e descobertas científicas; nossa literatura vem sofrendo uma escassez
de bons escritores. Observando os outros países, podemos perceber que há uma evolução, ou,
no mínimo, uma estabilidade intelectual, nunca um regresso como vem acontecendo no
Brasil. Israel, Estados Unidos, Rússia, Japão e Índia, por exemplo, estabelecem seus níveis

14
Na própria página da Câmara do Deputados, debatedores apontam falta de estímulos para o desenvolvimento
da área científica no Brasil. Nos documentos da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática,
observamos a diferença abrupta entre os cento e cinquenta e nove Projetos de Lei (PL) em tramitação para
ciência, tecnologia e comunicações para os vinte e três Projetos de Lei em tramitação à educação, cultura e
esportes – sem falar dos minguantes dez PLs em tramitação voltados à saúde (PORTAL DA CÂMARA DOS
DEPUTADOS, 2021)

7
crescentes de estudantes influentes através de publicações científicas e demais ações
exercidas no âmbito global.
O Brasil não conseguiu registrar avanços significativos no desempenho dos
estudantes em leitura, em matemática e em ciências no mais importante ranking
mundial de educação. O resultado do Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (3) aponta ligeiro
aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10
colocados na prova de matemática. O exame, cujas provas foram aplicadas no ano
passado, é realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). Os resultados negativos para a educação brasileira foram
verificados mesmo com a expansão da lista dos países participantes, que passaram
de 70 para 80.Em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda
está atrás de mais de 50 países e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu
algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo menos 65 participantes. Dois
terços dos brasileiros de 15 anos sabem menos que o básico de matemática. Em
leitura, os dados do Brasil apresentam estagnação nos últimos dez anos (MORENO;
OLIVEIRA, 2019).

Temos no Brasil a nossa Constituição Federal (1988) que garante com excelência o
direito à educação como bem destaca o Art. 208:

O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino
fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para
todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; I - educação básica
obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; III - atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino; IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5
(cinco) anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno
regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, no
ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1º - O acesso ao ensino
obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º - O não-oferecimento do
ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente. § 3º - Compete ao Poder Público
recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto
aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola (CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA, 1988, p. 124).

Há de fato garantia e investimento na educação brasileira. Há estrutura material para


sermos um país de primeiro mundo. E este é o ponto forte do nosso sistema educacional.

AS CRECHES E A EDUCAÇÃO INFANTIL


A creche no Brasil, desde seu surgimento em 1899, é considerado um dos pilares
fundamentais para a formação de um indivíduo brasileiro, pois é neste período que o cidadão
forma seus primeiros conceitos como pessoa e inicia seu processo de inserção na sociedade.
Porém, apenas após a promulgação da constituição de 1988, em seu artigo 208 , inciso IV, as

8
creches e pré-escolas foram definidas efetivamente como um direito básico para as famílias
brasileiras, e de responsabilidade e dever do Estado oferecer este serviço com eficácia e
qualidade, sendo assim, a educação infantil foi reconhecida como importante, e como uma
demanda social básica, se tornando um avanço histórico, cultural, e político. Em 1996, após a
aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Educação Infantil foi
definida como a primeira etapa da vida acadêmica de um cidadão brasileiro. O papel do
ensino infantil possui importância em diversos aspectos, tanto para a criança como para a
família, e possui papel socioeconômico para quem utiliza as entidades públicas de ensino
infantil como formas de suprir o que não pode ser oferecido à criança.
Ao longo dos anos, foram criados diversos projetos, governamentais e voluntários,
para democratizar e facilitar o acesso de crianças originadas de famílias de baixa renda,
fazendo assim com que as creches se tornassem cada vez mais necessárias, e com uma
demanda cada vez maior. Consequentemente, a quantidade de crianças que possuem
necessidade de uma creche aumentou, pois são poucas vagas em comparação ao número total
de crianças em situação econômica onde o acesso à creche se torna uma necessidade.
O papel da Administração Pública, juntamente com um bom planejamento, é essencial
para no mundo contemporâneo, a educação básica cumprir seu papel de socialização e
intervenção social no Brasil. O planejamento é um dos principais pilares que constroem a
Administração Pública com eficiência, e diante disso, torna-se essencial através do
planejamento, adequar-se e adaptar-se às necessidades e ideais da sociedade atual, com a
finalidade de incluir e beneficiar a todos que constituem a sociedade brasileira.
Na percepção de Waldo (1971, pág 6), “a administração pública é a organização e
a gerência de homens e materiais para a consecução dos propósitos de um governo”. Os
projetos e medidas adotadas pelos governos e autoridades refletem a eficácia do planejamento
ao longo dos anos, reforçando a importância da qualidade e seriedade que deve-se planejar os
projetos públicos, de forma que, assim, atenda aos interesses de toda a sociedade. Sendo
assim, é evidente que a administração pública possui o papel de obter controle da forma no
qual o Estado realiza a criação de políticas públicas, obedecendo às normas administrativas
existentes.
No ano de 2010, a cidade de Belo Horizonte, se tornou referência nacional no
quesito ensino infantil, e a pré-alfabetização. Neste ano foi criado as UMEIs (Unidades
Municipais de Educação Infantil), que revolucionou a educação infantil da capital, oferecendo
para a população o ensino infantil de qualidade, boa infraestrutura, integral e acima de tudo,
gratuita, fazendo assim com que uma quantidade significativa de crianças obtivessem acesso

9
ao ensino na cidade. Em 2018, as UMEIs foram transformadas em EMEIs (Escolas
Municipais de Educação Infantil) depois de um projeto de lei criado no mesmo ano, e
consequentemente, aprovado.

Exemplo de uma EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil), em Belo Horizonte – MG –


Imagem: Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia

A Educação Infantil como etapa inicial da educação básica é de extrema


importância para o desenvolvimento das habilidades que possibilitam a compreensão e
interiorização do mundo humano pela criança, neste sentido é essencial trabalhar atividades
operacionais, pois é a partir da interação com o meio, determinado por um ato intencional e
dirigido do professor que a criança aprende (VYGOTSY, 1998).

A importância da educação infantil é um tópico que está cada dia mais em pauta,
e em constante desenvolvimento com a finalidade de criar futuros adultos responsáveis e que
contribuam para uma sociedade mais igualitária, tolerável, humanitária e saudável. Após a
promulgação da Constituição Federal de 1988, a educação infantil se tornou oficialmente
considerada como a primeira etapa da educação básica para um cidadão brasileiro, se
tornando responsabilidade inteiramente dos órgãos municipais de educação, que teriam
autonomia para regulá-la e administrá-la.

10
No âmbito socioeconômico, a importância das creches se dá ao fato de que muitos
pais dependem dessas instituições para poder trabalhar ou realizar tarefas que são de
necessidade familiar, ou até mesmo a creche e outras entidades de ensino infantil são a
principal fonte de alimentação, lazer e cultura de muitas crianças, por este e muitos outros
motivos se torna cada vez mais necessário o investimento público na educação infantil e pré-
alfabetização, para que com uma educação de qualidade, a criança futuramente possa obter
boas oportunidades, cursar um ensino fundamental e médio de qualidade e com eficiência,
para consequentemente ser inserido no ensino superior. Sava apud Moyles (2002, pág. 4)
afirma que:

o fato desenvolvimental importante é que estimular as mentes infantis,


através de atividades não regularmente oferecidas em casa, reforça sua
capacidade cognitiva de lidar com as tarefas cada vez mais difíceis com as
quais elas vão se deparar nas décadas futuras.

ENSINO FUNDAMENTAL

A Política educacional brasileira sofreu desde de cedo, diversas influências de


educadores , países e de organismos internacionais, acordos e compromissos, que afetam a
educação brasileira ao longo do tempo E tiveram como signatários, um lado superar
desigualdade e dificuldades do capitalismo mundial e projeto hegemônico no período
específicos. A oferta do ensino fundamental no dia de hoje, e resultados de vários fatores
políticos e sociais que se entrelaçam para que achem uma compreensão sobre a questão
(FLACH, 2015, pág. 2).
O incentivo ao ensino fundamental não é uma discussão recente, a sua oferta está
desde cedo na história política educacional a sua reforma é vista em vários momentos dessa
história, que propôs uma melhoria no ensino fundamental público. Na perspectiva de FLACH
( 2015) sobre a sua oferta no ensino fundamental:
As convergências e divergências sobre a oferta do ensino fundamental não é uma
discussão recente e constitui-se nas contradições da história político-educacional
brasileira, a qual esteve e está atrelada ao contexto econômico e político mundial.
Esse atrelamento é visível em diversos momentos históricos.( FLACH 2015, pág.
3).

O modelo educacional, sofreu várias modificações ao longo da nossa tempo, onde


teve grandes impactos na organização ensino brasileiro, o ensino fundamental e uma das fases
que percebermos a sua modificação na sua oferta, como podemos encontrar na Lei de

11
Diretrizes n° 5.692/71 que as horas se alteram para o ensino fundamental , Na perspectiva de
FLACH ( 2015) O marco da sanção da lei a duração do ano letivo houve uma mudança.
Mas tendo como marco a sanção da lei no (BRASIL, 1996), é importante destacar
que a primeira ampliação da duração do ensino fundamental pode ser observada pela
ampliação da duração do ano letivo, que na vigência da Lei n° 5.692/71 era de 180 dias
passando para 200 dias na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Vale
observar que com a ampliação de 20 dias em cada ano letivo, ao longo do ensino fundamental
de oito anos de duração. (FLACH, 2015, pág. 13).
A alteração da ampliação do ensino fundamental foi uma das modificações que a
política fez no ambiente educacional brasileiro, que passam a ser obrigatório para as crianças
e os adolescentes com ampliação do ensino fundamental que tem duração para oito anos, e
com isso se tornou um dos períodos mais longo do ensino, é nesse período onde as crianças e
adolescentes passam por mudanças importantes, nessa fase ocorre desenvolvimento da
capacidade de aprender, com básico domínio da leitura e da escrita, mas encontramos
problemas e dificuldades na frequência das crianças e os adolescentes em salas de aulas. Na
visão de TONCHE (2014), há alguns fatores que dificultam as crianças e adolescentes a
frequentar as aulas.
Alguns Estudos foram feitos sobre o desinteresse das crianças e dos adolescentes
falta de incentivo dos familiares que são tão importante como os gestores das
escolas, falha no sistema educacional, gravidez na adolescência, necessidade de
trabalho por conta do desemprego, problemas relacionados dentro das salas de aula
,os avanços tecnológicos que desperta o interesse da criança e do adolescente,
número excessivo de alunos nas salas , aulas que não desperta o interesse dos jovens
e das crianças, a políticas de governo (SILVA, 2012, pág.20 apud, TONCHE,2014,
pág. 7).

Observe- se que tal cenário é maléfico para esses alunos, pois existe uma falha no
sistema educacional brasileiro, que afeta a universalização nas escolas públicas , a dificuldade
do desenvolvimento dos alunos , a educação e o incentivo para que os alunos frequentem as
salas de aulas não é só responsabilidade da escola , e dos familiares que são tão importante
como os gestores da escola e do estado e das secretarias de educação de cada um dos
município que são importa para o desenvolvimento das escolas cada uma ter seu espaço para
que a gestão escolar possa administrar e planejar estratégias ,organizar, dirigir e controlar
para que possa atrair os alunos para a escola Podemos ver na visão de PORTELA; ATTA
apud, LIMA (2014), a importância da secretarias de educação;
As secretarias de educação são responsáveis pelo sistema de ensino, pela eficiência
e eficácia dos serviços prestados. Para isso, precisa administrar o processo
educacional, envolvendo as funções administrativas: planejar, organizar, dirigir e
controlar. A atividade de se autogovernar depende da competência das secretarias de

12
educação de cada município, estas devem ceder espaços às escolas para definir
parâmetros e para se auto avaliarem visando a alcançar resultados positivos a partir
do acompanhando e da avaliação do desempenho do próprio estabelecimento de
ensino (PORTELA; ATTA, 2001 apud LIMA;TAHIM; ARNAUD; SOUZA;
JUNIOR, 2014).

A Secretaria da Educação é um dos setores da administração da educação básica, e cada


município tem sua gestão educacional, gestão escolar, dando espaço para as escolas
administrarem, planejar e organizar o ensino das crianças e adolescentes dando a eles a
oportunidade de frequentarem com o auxílio dos familiares as aulas. Por mais dificuldade que
se encontre, a população tem o direito de frequentar as escolas, e que esteja vinculado com a
educação.

GESTÃO EM EDUCAÇÃO

Ao longo dos tempos da história da educação, foi percorrido um longo caminho


para se chegar ao que temos hoje as teorias da administração propôs essas novas mudanças
no ambiente da nossa educação brasileira.
“Para chegar a tal concepção, um caminho foi percorrido, e vimos que podemos ter na
história da administração de empresas uma parte deste caminho, no que concerne aos
conceitos das diversas teorias de administração aplicadas ao ambiente escolar”. (TEIXEIRA,
2017, pág 18).
Mas em especial na gestão escolar, as teorias administrativa propôs novos
horizontes para o ensino, propôs melhores gestão escolar para o sistema de ensino público,
nas primeiras décadas a educação tinha uma forte influência das teorias da administração, o
ambiente escolar era mais hierarquizado, mais disciplinar .
Nas décadas do século XX, de acordo com o estudo de VIEIRA (2003), era
fortemente marcada pela visão de administração que era na teoria clássica, estruturalistas
burocráticos, que feita pelo direito toda a sua organização, seus planejamento, as ocasiões
ficava para os altos escalões do sistema escolar , naquela época era marcadamente disciplinar,
que era centrada na autoridade, uma escola hierarquizada. (TEIXEIRA, 2017, pág .19).
A medida que as teorias da administração vão evoluído, se renovam ,a
administração escolar também se renova , mas administração escolar tem suas
especificações, que diferencia da administração empresarial que o seu foco é mais para o
lucro, e administração escolar seu objetivo é para que a escola tem seus próprio métodos
para que se possam encontrar meios para que possa atingir o resultado que foi planejado , e

13
que possa trazer resultados para que a população possa ter acesso ao aprendizado. Conforme
percebemos na perspectiva de TEIXEIRA (2017), como a gestão escolar é precisa para que
uma instituição possa funcionar e que se tenha alçando os resultados esperados.

Desta forma podemos entender, nos dias de hoje, a gestão escolar como o processo
de organização de uma instituição educacional, resultante de um trabalho conjunto
de uma equipe, que a partir de diagnóstico da realidade define opostos e seleciona os
meios necessários para a sua realização, isto é, a gestão escolar estabelece metas,
escolhe os rumos e encaminhamentos necessários, constituindo planejamentos de
ações, estratégias e avaliação contínua, de modo a obter uma constante adequação à
realidade na qual a instituição está inserida. Todo este processo implica o
compartilhamento de decisões e a participação de todos os sujeitos envolvidos.
( TEIXEIRA,2017, P.18).

A gestão da escola pública não é só uma ferramenta para se buscar alcançar a


uma meta o, para se chegar ao um objetivo , e também para que os aluno e professor possam
ter uma relação eficaz , uma gestão escolar faz toda diferença no ambiente escolar, na
perspectiva de SOUZA; GOUVEIA SILVA; SCHWENDLER 2005 , pág.,6 )

As relações pedagógicas que ocorrem entre professores e alunos sempre foram e


continuam sendo o epicentro das razões de todo o trabalho da educação e é para o
seu incremento que buscamos melhorar a gestão da escola e dos sistemas de ensino.
Isto é, a gestão é um instrumento, uma ferramenta a serviço da melhoria da
qualidade do ensino.

Mas a gestão da escola e da educação públicas também não pode ser pensada apenas
como uma simples ferramenta a serviço da melhoria da qualidade do ensino, pois
ela mesma é, ou pode ser, uma ação político-pedagógica. Por se tratar da educação
pública, ela necessita ser balizada pelos princípios da democracia, da igualdade, da
universalidade e da laicidade.(SOUZA;GOUVEIA; SILVA; SCHWENDLER,
2005,P ,7).

QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

Como qualidade de ensino, Ana Barbosa (2018, pág. 11) tem a sua própria teoria
quando afirma que, o conceito de qualidade será sempre direcionado a alguma coisa. Ela
explica que para o primeiro caso, o conceito pode estar relacionado ao produto, no segundo
estará relacionado às prestações de serviços, estando incluso as instituições públicas ou
privadas. Sobre os serviços oferecidos pelas instituições de ensino, Barbosa acentua que as
avaliações das instituições estão evidencialmente relacionadas às condições do prédio,
seguindo após as instalações, os equipamentos que são utilizados em sala para a elaboração
da aula, a qualificação dos professores, da coordenação e, entre várias outras exigências que
estão dentro das necessidades para a qualificação do ensino. “Assim, a qualidade institucional

14
pode ser avaliada por meio de suas atividades administrativas e procedimentos junto ao seu
público (BARBOSA, 2018, pág. 14)”.

“ [...] No caso dos serviços oferecidos pelas instituições de ensino, as avaliações


geralmente estão relacionadas às condições do prédio, instalações, equipamentos
utilizados em sala de aula, acessibilidade, qualificação dos professores,
coordenação, dentre outras exigências que fazem parte das normas necessárias à
qualificação da instituição (BARBOSA, 2018, pág. 12)”.

Ainda sobre a qualidade do ensino, Ana Barbosa (2018, pág 14) acredita no
potencial “[...] do processo de desenvolvimento qualitativo das instituições de ensino, do
corpo docente, da direção, e, sobretudo, da qualidade em relação ao aprendizado por parte dos
alunos, que é o aprender e o saber fazer”.

Dessa forma, torna-se necessário o desenvolvimento de políticas públicas, ações


técnicas e práticas construtivas na busca de um ensino digno, a fim de que esse
possa ser acessível a todos – independentemente de sua raça, credo ou posição
social – na condução e na aplicação dos recursos, e das ações necessárias para que
possamos ter realmente um ensino de qualidade (BABOSA, 2018, pág, 14.).

Sobre o Ensino Médio, ele é a última etapa da educação básica, é preciso que por
meio dele, as escolas ofereçam uma educação que prepare o aluno para a vida adulta.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDB (Lei 9394/96, art. 35), o
aluno terá como finalidades: a consolidar e o aprofundar os conhecimentos que foram
adquiridos no ensino fundamental, o aluno terá uma preparação básica para o mercado de
trabalho e a cidadania do educando, onde pode-se continuar aprendendo e adaptando-se às
novas “condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores”, o aluno terá o
aprimoramento como pessoa “incluindo a formação ética” desenvolvendo também a sua
autonomia intelectual, por fim, o educando terá uma “[...] compreensão dos fundamentos
científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no
ensino de cada disciplina”.

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino


fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições
de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

15
O Inep havia trazido um plano de metas para o ensino médio, essa meta era:
“universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17
(dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de
matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento) (INEP, 2020, pág. 27)”. De
acordo com o Inep (2020, pág 29), o atingimento dessa meta não foi alcançado, tendo em
vista que, em 2019, 7,1% desses alunos não chegaram a frequentar a escola.
A universalização do acesso à escola para os jovens de 15 a 17 anos, a ser atingida
em 2016, ainda não foi alcançada, visto que, em 2019, 7,1% deles não frequentavam
a escola.

GESTÃO EDUCACIONAL

Do ponto de vista de Cláudia Teixeira (2017, pág 26), ela explica que é de
responsabilidade da equipe gestora da escola o cumprimento dos deveres:

[...] da implementação das políticas educacionais e projetos pedagógicos, criação de


planos e estratégias para superar a limitação da fragmentação, elaborar e executar
seu projeto pedagógico, tomar decisões para que a escola exerça a sua autonomia.

Teixeira (2017, pág. 27) explica também que é preciso pensar na gestão como
“sentido de uma articulação de uma articulação entre ações” que são realizadas no cotidiano
da instituição escolar. Teixeira destaca que a escola deve atender às exigências da
contemporaneidade, promover o “conhecimento a partir das práticas educacionais
participativas” , fornecer melhores condições para que as crianças, jovens e adultos possam se
constituir como cidadãos. “Da escola deve partir a decisão da distribuição dos recursos,
levando em conta a definição de prioridades educacionais, isto é, sua contribuição para a
melhoria da qualidade do ensino (TEIXEIRA, 2017, pág 32)”.

Precisamos pensar gestão no sentido de uma articulação entre ações que se realizam
no cotidiano da instituição escolar e o seu significado político e social. Significado
este que reflete o desejo de uma escola que atenda às exigências da
contemporaneidade, promovendo o acesso ao conhecimento historicamente
construído a partir de práticas educacionais participativas, que forneçam as
condições para que crianças, jovens e adultos possam se constituir cidadãos atuantes
e transformadores da realidade sociocultural e econômica em que estão inseridos.

Cláudia Teixeira (2017, pág. 35), destaca a importância do envolvimento da comunidade na


participação dessa gestão, tendo em vista sua participação na colaboração de eventuais

16
dificuldades da escola. Ela chama a atenção também para a igualdade de condições e
permanência na escola, melhorias na educação brasileira e a qualidade da formação dos
profissionais da educação.

Chamamos a atenção para a questão da igualdade de condições de acesso e


permanência na escola, que até hoje sabemos ainda ser algo a alcançarmos, pois
dados como evasão e permanência ainda são estatísticas a serem melhoradas na
educação brasileira. Além disso, não podemos dissociar acesso e permanência de
uma qualidade educacional, e essa vincula-se à formação dos profissionais da
educação, inicial e continuada; ao tempo e espaços educativos e à igualdade de
oportunidades na educação, que para a democracia, significa igualdade de
possibilidades reais para todos que são desiguais, e como tal necessitam de todas as
possibilidades diferenciadas para se desenvolverem.

O NOVO ENSINO MÉDIO

Através da Lei nº 13.415/2017, foi protocolado em 2017 a nova Lei de Diretrizes


e Bases da Educação Nacional, onde estabelece a nova mudança da estrutura do ensino
médio, onde a carga horária será ampliada para 1.400 horas, a rede de ensino deve oferecer,
um prazo máximo de 5 anos, que deve pelo menos 1.000 horas anuais de carga horária, não
podendo ser superior a 1.800 horas do total da carga horária.

§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do caput deverá ser
ampliada de forma progressiva, no ensino médio, para mil e quatrocentas horas,
devendo os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, pelo
menos mil horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de 2017 ( Lei nº
13.415/2017 art 24, § 1º).

Com uma nova organização curricular, o art. 3 da Lei nº 9.394/92 passará a


vigorar acrescida do art. 35-A da Lei nº13.415/2017. A BNCC - Base Nacional Comum
Curricular, definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio para que o
educando amplie seus conhecimentos. Será incluído obrigatoriamente o estudo de algumas
matérias como: educação física, arte, sociologia, filosofia, a língua inglesa, e outras línguas
estrangeiras dando preferência ao espanhol de acordo com a disponibilidade dos serviços,
conforme descrito na Lei nº 13.415/2017 art. 4.
“§ 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do
aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e
para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais”. Por conseguinte, será
de responsabilidade das escolas orientar os alunos na escolha das áreas de conhecimento ou
de atuação profissional.

17
“ [...} § 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de escolha das áreas
de conhecimento ou de atuação profissional previstas no caput .” (NR) ( Lei nº
13.415/2017 art. 4).

ENSINO SUPERIOR

Visto que uma das principais propostas desta mudança é o direcionamento


profissional já no ensino médio, das 3.000 horas previstas para completar a base curricular,
um total de 1.200 será direcionada aos chamados "itinerários Informativos”, onde a escola
deverá ofertar ao menos uma das opções curriculares, sendo elas a linguagens e suas
tecnologias, a matemática e suas tecnologias, as ciências da natureza e suas tecnologias, as
ciências humanas e sociais aplicadas, a formação técnica e profissional. O objetivo desta
proposta de ensino é dar um foco ao aluno, nortear seu caminho profissional, sejam nos níveis
técnicos que já serão ofertados no ensino médio, como também maior clareza na decisão do
ingresso ao ensino superior. Cabe a escola fomentar este diálogo com o estudante, estimular o
aluno mostrando as possibilidades de escolha e direcionando para que esta escolha seja
consciente, assertiva e responsável. “ (...) uma formação à parte da obrigatória em que o
estudante pode escolher a área de conhecimento ou formação técnica para aprofundar os
estudos a partir de suas preferências e intenções de carreira.” (Lima, 2019).
Ainda com o enfoque na melhora da formação dos jovens, o governo tem em vigor o
Plano Nacional de Educação, LEI N° 13.005/2014, que define melhorias pontuais prevista na
Meta 12, onde demanda exatamente a diminuição das taxas de abandono, matrícula e
conclusão do ensino superior. Podemos esperar desta forma que ambos os processos
administrativos lançados pelo governo do Brasil terão um mesmo objetivo em comum,
mesmo que, no papel, não tenham nenhuma relação direta, qual é aumentar
significativamente a qualidade do ensino no país.

Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e
a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e
quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por
cento) das novas matrículas, no segmento público. (PNE, 2014 p. 41)

É diante de um quadro de baixo volume de inscritos nas universidades (taxa bruta


de matrícula) e dos ingressantes que de fato iniciam os estudos (taxa liquida de matricula) que
a Meta 12 atua diretamente, com alvo para alcançar patamares de 50% para a taxa bruta,
27,8% em 2011, e para 33% a taxa líquida, apenas 14,6% em 2011 (PNAD, de 2011).
Aumenta ainda mais estes dados por estados e por região. Norte e Nordeste são os maiores
impactados segundo a PNAD. Para cumprir essa meta nestas regiões, a União, os estados e

18
municípios devem agir de forma articulada e cooperativa, pois nestas regiões temos a falta de
recurso, falta de infraestrutura, principalmente para instituições públicas. Nestas regiões
predominam-se as instituições privadas e a expansão dependem de iniciativas internas. O
plano para estas regiões é se chegar a 40% de instituições públicas, contabilizadas em 27%
em 2011.
Das estratégias para o desenvolvimento da Meta 12, as principais são; otimizar a
capacidade instalada da estrutura física e de recursos humanos; ampliar a oferta de vagas;
fomentar a oferta de educação superior pública e gratuita e ampliar a participação
proporcional de grupos historicamente desfavorecidos na educação superior (PNE, P.41, 42).
Quanto as estratégias para a mudança no plano de ensino fundamental, as instituições de
ensino terão uma série de normas a seguir, dentre elas o plano de implementação do EMTI
(ensino médio por tempo integral), plano de trabalho a curto prazo, que contemple um
período de 03 anos, matriz curricular em consonância com a Lei nº 13.415, de 2017,
comprovar a instituição da equipe de implantação, com pedagogo, especialista em gestão,
especialista em infraestrutura e coordenador geral (Art. 11 e 12, Port. 2.116).
Sendo a SEE elegível, esta será inclusa na base orçamentária como prevê o Art.
28 da portaria 2.116, que, por conseguinte passará a ser avaliada e monitorada por seus
desempenhos e certificar de sua permanência no programa. Alguns dos requisitos impostos no
EMTI são as taxas de abandono do aluno por período, sendo de 3,5 p.p. no primeiro e
segundo ano, e de 5% no terceiro ano. (Art. 24, § 1º, Port. 2.116).
Estamos sim caminhando para uma evolução no quadro educacional do país,
devemos agora apreciar os resultados destas grandes mudanças e enfrentar os desafios para tal
pois, de certo e comum para estes movimentos, surgiram no meio do processo uma
dificuldade que não estava prevista e que exigirá o discernimento e dedicação de todas as
partes envolvidas para o bom andamento do processo como um todo.

6. EDUCAÇÃO ESPECIAL: ALERTAS IMPORTANTES

Sabemos que há de fato orientação especializada e organizações expressivas no


sistema educacional para atender as necessidades especiais no que concerne à educação
inclusiva. Contudo, há de fato a inclusão dos educandos na sociedade, não só em ambientes
previamente preparados para eles, mas, realmente, nos ambientes comuns a todos, como numa
biblioteca pública, numa praça de alimentação, em lojas e supermercados? Existe a

19
possibilidade de isto ser exequível? A sociedade possui o devido preparo para a convivência
diária, habitual com as pessoas cujas necessidades básicas requerem atenção especial?
As perguntas são diversas e abrangem uma antiga constância de dúvidas sem
respostas, principalmente as advindas dos próprios pais. Ainda podemos constatar a tristeza
dos pais ao tentarem uma forma de adaptação despreparada ou mesmo desesperada ante a
convivência diária com seus filhos especiais, quiçá o espanto evidente dos estranhos quando
estão no mesmo ambiente que eles – pessoas em situação de deficiência.
O Ministério da Educação junto à Secretaria de Educação Especial registrou que:
Na procura de uma compreensão mais global das deficiências em geral, em 1980, a
OMS propôs três níveis para esclarecer todas as deficiências, a saber: deficiência,
incapacidade e desvantagem social. Em 2001, essa classificação foi revista e
reeditada não contendo mais uma sucessão linear dos níveis, mas indicando a
interação entre as funções orgânicas, as atividades e a participação social. O
importante dessa nova definição é que ela destaca o funcionamento global da pessoa
em relação aos fatores contextuais e do meio, re-situando-a entre as demais e
rompendo o seu isolamento. (EDUCAÇÃO INCLUSIVA, 2005, p. 10).

Percebemos que houve um consenso sobre a diferença entre educação didática


especial e educação inclusiva social.
Os alunos dos educadores especializados não só necessitam compreender a aritmética,
geometria, aprender o seu idioma corretamente, conhecer a biologia da natureza em geral
como, sobretudo, necessitam aprender a agir e a reagir diante das situações habituais e básicas
do dia a dia. Há a necessidade fundamental de aprender a lidar com a inabilidade de prestar
ajuda e o alheamento das pessoas que não apresentam deficiências especiais físicas ou
mentais. Na série de n °4 Atualidades Pedagógicas - A Educação dos Surdos (1997), em
comum acordo, MEC e UNESCO pontuam as áreas emocional (afetiva) e a
moral/religiosa/social, demonstrando a necessidade das ciências humanas e filosóficas
basilares para o convívio rotineiro em sociedade. São elas: A percepção do próprio corpo e
seus devidos cuidados; a percepção de si mesmo como um agente do cotidiano; sentimentos e
reações emocionais; capacidades e limites; independência e segurança; respeito e amor pela
família; conhecimento de Deus-Pai Criador (o meu amor para com Deus e o amor de Deus
para comigo).
É importante ressaltar que as questões fundamentais para pessoas em situação de
deficiência mental – ou mesmo físico-mental – são praticamente as mesmas para as pessoas
não dependentes de alguma necessidade especial.

20
Nos dois gráficos abaixo compararemos as proporções de pessoas com as deficiências
mais vigentes em dois países, segundo o tipo de deficiência - salvo as devidas proporções
demográficas e a margem de tempo entre uma pesquisa e outra. Um dos países é a nossa
“pátria mãe”, Portugal, e o outro é a nossa própria pátria, Brasil, a fim de refletirmos sobre o
que está acontecendo com nosso país:

Gráfico 1 - proporção de pessoas com deficiência, segundo o tipo de deficiência -


1991

FONTE:https://portalgeo.rio.rj.gov.br/estudoscariocas/download/2362_Pessoas%20com%20defici
%C3%AAncia.pdf

Gráfico 2 - proporção de pessoas com deficiência, segundo o tipo de deficiência - 2001

FONTE:https://www.novamente.pt/media/estatisticas/
novamente_estatisticas_Censos2001_populacao_deficiencia.pdf

Em nosso país há um número expressivo e preocupante de pessoas portadoras de


alguma deficiência mental. Por esta justa causa é que devemos voltar nossa atenção à
convivência natural e especial com esta parte consideravelmente alta da sociedade. A
deficiência mental não diz respeito apenas à total incapacidade de comunicação ou cognição
(percepção, raciocínio e juízo). Ela abrange, mesmo que de forma mais amena, o intelecto do
indivíduo, tornando-o incapaz de discernir o bem do mal, o correto do incorreto, o abstrato do

21
natural, a realidade daquilo que é meramente imaginário. Veja o gráfico novamente e perceba
o auto índice de deficiência mental em nosso país!
A grande dificuldade não está na inclusão escolar de pessoas portadoras de
deficiências físicas ou mentais. A pendência ainda se situa na convivência preparada entre
pessoas não portadoras das deficiências abordadas neste trabalho com as portadoras. A
inclusão escolar é satisfatória; há inclusão tanto em associações como a APAE quanto em
escolas públicas, com separação de horários para alunos especiais. Um estudo da plataforma
QEdu, realizado a partir de dados do Censo Escolar (2016), mostrou que aproximadamente
mais de um quarto das 37.593 unidades da rede pública do país tem dependências
acessíveis. Nas particulares, o número sobe para 35%.
A Lei n°9.394/1996 correspondente às leis de diretrizes e bases da educação nacional,
constitui-se do seguinte artigo - à título de exemplo técnico expressivo no tocante a educação
especial no Brasil:

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência,


transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: I –
currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para
atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude
de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar
para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio
ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV –
educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora; V – acesso igualitário aos benefícios dos programas
sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (LEI DE
DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, 2017, p. 42)

No entanto, ao observarmos os ambientes abertos como praças infantis e de


alimentação, passeios em lojas, shopping centers, calçadões voltados às caminhadas e
corridas, ainda nos deparamos com a baixa inclusão e convívio habitual com portadores de
alguma deficiência. Há de fato a inserção sistêmica dos educandos especiais, não obstante,
não há visibilidade dos alunos no lazer natural e corriqueiro da sociedade. Se não são
inseridos pela Lei, não o são pela vontade própria das pessoas (familiares, amigos, conhecidos
e desconhecidos).

CONCLUSÃO

Ainda vivemos uma política cesarista onde a corrida ainda é por permanência de
poderes, manutenção e continuidade de prazeres egoístas cada vez mais exorbitantes que

22
beiram o vício; a população é tratada de forma inferior dentro de um sistema que não dá
liberdade total à iniciativa privada. Planejamentos voltados para a padronização dos modos de
ensino com viés ideológico e degenerativo no que tange a sociedade, acabam causando uma
confusão mental sem precedentes. Países mais novos como o Brasil ainda são tratados como
colônia por piratas modernos e pela velha elite aristocrata dinástica, donos do estamento
burocrático global. Com uma educação pública que desde o ensino fundamental tem
planejado formas de padronizar a personalidade do aluno, consequentemente, acaba por
formar pessoas frustradas que trabalham no que não gostam em troca dos elementos básicos
para a própria sobrevivência; estudam o que não querem, têm aversão ao conhecimento,
possuem opiniões e conceitos formados sobre tudo e são incapazes de enxergar os planos
mais complexos de indivíduos com alto poder de comando. São estes mesmos indivíduos que
criam padrões e os implantam na sociedade, financiando fortemente a estrutura administrativa
pública. Eles (a elite de mentalidade pirata e hedonista) não estão interessados na saúde
mental e física de cada indivíduo que compõe a sociedade, mas tão somente, em seus próprios
interesses. Ou nossa educação muda radicalmente ou continuaremos a embarcar num padrão
de formação intelectual cujo destino é o fracasso pessoal, e, quando muito, um sucesso
medíocre.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BÍBLIA, Português. Bíblia Sagrada. Tradução: Almeida Corrigida Fiel. São Paulo, 2011.
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