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EDUFPI - 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
REITOR
Prof. Dr. Luiz de Souza Santos Júnior
VICE-REITOR
Prof. Dr. Edwar de Alencar Castelo Branco
PRESIDENTE
Prof. Dr. Ricardo Alaggio Ribeiro
CONSELHEIROS
Profª Francisca Maria Soares Mendes
Profª. Ms. Iracilde Maria de Moura Fé Lima
Prof. Dr. João Renôr Ferreira de Carvalho
Prof. Dr. José Renato de Sousa
Profª. Drª. Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz
Des. Tomás Gomes Campelo
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
John Kennedy Costa Pereira
CAPA
Ribamar Júnior
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
EDUFPI
FICHA CATALOGRÁFICA
Serviço de Processamento Técnico da Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco
ISBN: 978-85-7463-475-3
CDD: 746.92
Para que esse livro se realizasse foi importante a colaboração
de minha esposa Fran e filhas Natália e Júlia, bem como o
incentivo de amigos, companheiros de trabalho e alunos.
PREFÁCIO
Otávio Meneses
SUMÁRIO
Introdução.........................................................................................................................11
Materiais básicos do desenho..........................................................................................13
Lápis.................................................................................................................................13
Materiais auxiliares...........................................................................................................15
Papéis...............................................................................................................................16
Exercícios preliminares.....................................................................................................20
Desenho invertido.............................................................................................................22
Técnica do quadriculado...................................................................................................25
Desenho cego...................................................................................................................26
Desenho com linha contínua............................................................................................27
Desenho com formas positivas.........................................................................................28
Desenho de espaços negativos........................................................................................31
Técnica de recorte............................................................................................................32
Desenho com linhas curvas..............................................................................................33
Desenho de complemento de linhas................................................................................35
As proporções do corpo...................................................................................................36
As articulações do movimento humano...........................................................................37
Molde articulado...............................................................................................................43
Estrutura simplificada do esqueleto humano....................................................................44
Dando forma ao corpo......................................................................................................48
O corpo masculino em formas..........................................................................................50
Desenho de modelo vivo..................................................................................................51
Técnicas de mensuração do corpo...................................................................................51
Desenho do corpo com economia de linhas.....................................................................55
Completando o corpo humano.........................................................................................57
O corpo em formas cilíndricas..........................................................................................58
Desenho da cabeça..........................................................................................................60
Desenho do rosto com a técnica do losango....................................................................61
Formatos de rosto.............................................................................................................62
Os Olhos...........................................................................................................................63
Movimento dos olhos........................................................................................................64
Desenho recortado de rostos...........................................................................................65
Olhos estilizados...............................................................................................................66
Nariz..................................................................................................................................67
Boca..................................................................................................................................68
Bocas estilizadas..............................................................................................................70
Orelha...............................................................................................................................71
Desenho do rosto.............................................................................................................72
Cabelos............................................................................................................................74
Mãos................................................................................................................................77
Diferentes métodos de desenho de mãos........................................................................78
Poses de mãos.................................................................................................................80
Os pés...............................................................................................................................84
Pernas...............................................................................................................................86
Poses masculinas e femininas.........................................................................................89
Acessórios........................................................................................................................97
Chapéus............................................................................................................................97
Calçados...........................................................................................................................101
Tipos de sapatos..............................................................................................................102
O movimento do tecido.....................................................................................................104
Detalhes das roupas.........................................................................................................107
Exemplos de desenhos de estilistas...............................................................................112
Bibliografia......................................................................................................................116
INTRODUÇÃO
É inegável que algumas pessoas tenham mais facilidades para desenhar do que
outras, e muitos chamam isso de don, ou seja, uma capacidade inata que certas pessoas
têm. Porém, toda pessoa traz de forma inata a capacidade de aprender e de desenvolver
habilidades. Contudo, por que algumas conseguem desenvolver habilidades, por exemplo,
na área do desenho e outras não? Ou por que, em um mesmo curso, alguns aprendem
mais rápido do que outros? E por fim, é possível aprender realmente a desenhar?
É importante destacar que cada pessoa é um ser único com experiências próprias
intransferíveis, com uma capacidade cognitiva distinta, uma herança genética e um ser
dotado de sensibilidade, sentimentos, emoções e motivações muito particulares. Por isso
é tão difícil esperar em um curso de desenho uma homogeneidade na aprendizagem.
Para quem quer aprender a desenhar são fundamentais e indispensáveis:
Disciplina: estipular momentos para dedicar-se aos exercícios.
Persistência: por mais que ache que não vá conseguir fazer determinado exercício, não
desistir nunca, cada exercício que propomos no livro, por mais insignificante que possa
parecer é fundamental para o aprendizado de uma etapa seguinte.
Prática: assim como um pianista não se faz de um dia para o outro, o desenhista deve
exercitar-se a todo momento que tiver oportunidade, na sala de espera de um consultório,
no intervalo de uma aula, na mesa de um restaurante, barzinho, etc.
O ensino de desenho de moda que apresento neste livro, não tem como objetivo
ensinar a copiar os desenhos de outros estilistas, mas ajudá-lo a desenvolver uma
capacidade básica, com a qual você poderá desenvolver seu próprio estilo.
A habilidade do desenho é de grande importância para o profissional de moda,
especialmente àquele que trabalha com o produto, seja na criação, seja no
desenvolvimento de peças do vestuário, acessórios ou joalheria.
No desenho de moda há basicamente duas vertentes: o desenho técnico, que são
projetados para a indústria, no qual a peça é representada pelas normas gerais, com
vistas ortogonais, tantas quanto forem necessárias, em escalas e medidas. O artístico,
que para alguns estudiosos podem ser divididos em dois tipos: o desenho de estilo, solto
como um croqui, não necessariamente detalhado, que mostra mais o jogo de formas,
cores e volume, apresentando- se formas quase abstratas; a ilustração de moda (desenho
de figurino), mais detalhado, representativo no qual os desenhos se mesclam em desenho
técnico e ilustração de moda. Buscaremos neste livro, contudo, nos ater especificamente
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ao desenho artístico de moda, porém acreditando que as técnicas aqui apresentadas são
importantes para o aprendizado do desenho técnico.
Após anos ensinando Anatomia Humana e Modelo Vivo na Universidade e Desenho
de Moda em uma faculdade, observei que certas técnicas possibilitavam um aprendizado
melhor e mais rápido entre os alunos. Algumas dessas técnicas encontrei em livros de
desenho de moda, porém outras foram desenvolvidas durante minha experiência no ensino
de desenho.
Este livro tem como característica desenvolver as habilidades no desenho de moda
para pessoas que querem iniciar-se nesta área, bem como para pessoas que já desenham,
mas querem aprimorar seu estilo.
Espero que aqueles que venham a praticar as atividades aqui propostas possam
fazê-la seguindo a sequência apresentada, pois como falamos anteriormente cada etapa
é importante dentro do processo.
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MATERIAL BÁSICO DE DESENHO
Lápis
Duros
A linha H (“H” entende-se “Hard” - mina dura) que vai do 2H ao 10H
Médio
• Lápis HB - “HB” entende-se “Hard/Brand”- uma mina de dureza média.
Macios
• Lápis B ou 1B - “Brand” ou “Black” - uma mina macia ou preta. Usada para traços finos
e precisos
• Lápis 2B - é um tipo de lápis semi-macio usado para croquis
• Lápis 3B - usado para definição de meio tom. Ideal para representação da textura da
pele
• Lápis 4B - ideal para a representação de pelos, penas, cabelos, etc
• Lápis 5B – usado para sombrear
• Lápis 6B - é um tipo de lápis mais usado no esfumato do rosto e tecidos delicados
• Lápis 7B – é usado para contornos mais fortes
• Lápis 8B – usado para dar volume às roupas e sombras projetadas
• Lápis 9B - usado para sombras absolutamente escuras
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Exemplo de traços
Exemplo de esfumato
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Materiais auxiliares para desenho a lápis:
Tamanho
A primeira coisa para saber sobre os papéis é o tamanho. Para efeito de desenho
e artes em geral é suficiente conhecer seus tamanhos que são: A4, A3, A2, A1 e A0. As
suas respectivas dimensões são:
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Marcas e Tipos de Papel
Tipo de Fibra
O papel pode ser fabricado com polpa de fibras de algodão, as quais são nobres
e altamente duráveis por serem fibras longas, provenientes do fruto de árvores ou com
fibras de madeira, que são fibras curtas provenientes do caule da árvore e que podem ser
tratadas quimicamente para aumentar sua durabilidade.
Textura
Goma ou Colagem
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absorvente (papel toalha). A colagem pode ser na massa, ou em superfície. Um papel
colado na massa evita que a água seja absorvida rapidamente, característica fundamental
para a vivacidade das obras de arte, pois um papel artístico colado na massa absorve
lentamente, levando o tempo suficiente para que o pigmento que foi dissolvido em base
aquosa seque na superfície do papel, mantendo a mesma cor do desenho do começo ao
fim do trabalho.
A Gramatura
PH
O pH varia de 0 a 14, sendo pH=7 neutro. A maioria dos papéis são ácidos, o que
acelera seu amarelecimento e decomposição. À medida que o ácido do ambiente interfere
no papel, o pH do mesmo começa a cair para menos de 7, tornando-se ácido e acelerando
seu amarelecimento. Para papéis artísticos, o pH neutro é fundamental para prolongar a
durabilidade da obra de arte.
Sulfite (75 g/m²) - São indicados para lápis comum HB ou 2B, rascunhos.
Sulfite (90 e 120 g/m²) - Iguais ao anterior, mas suportam lápis de grafite mais
macios como 4B e 6B.
Opaline ou Westerprint (90 a 120 g/m²) - Ótimo para lápis (grafite de todas as
espessuras), canetas de base líquida e tintas de secagem rápida.
Canson (diversas cores e gramaturas) – Para pintura em geral. Suporta bem tintas
com base de água, com secagem rápida a média. São indicados para aguadas, Ecoline,
Aquarela, Acrílico, etc. Bom também para lápis de cor, pastel seco e crayon.
Papel manteiga – Indicado para arquitetura entre outros. É um papel semi-
translúcido de superfície áspera que pode ser utilizado para copiar um desenho ou esboço
e transpassá-lo a um papel melhor. Não utilize caneta nanquim neste papel, pois por ser
áspero, gasta a ponta da caneta.
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Papel vegetal - Também utilizado em arquitetura e cartografia. É um papel, também
semi-translúcido, que serve para se fazer arte-final sobre o rascunho, com a caneta
nanquim, por exemplo. É possível fazer o desenho em um papel qualquer e terminá-lo no
papel vegetal, o que elimina a mesa de luz.
Schoeller – é uma marca de papel alemã muito cara, mas são, sem dúvida
nenhuma, os melhores papéis existentes. A maioria dos grandes desenhistas utiliza o
papel Schoeller em seus trabalhos. São ideais para quase todas as técnicas e materiais
citados, incluindo aerografia e tinta acrílica.
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EXERCÍCIOS PRELIMINARES
Como muitos alunos chegam ao curso de desenho, apavorados com a ideia que
terão que desenhar, procuro inicialmente criar uma afinidade entre o aluno e seu instru-
mento desenho (no caso o lápis), peço que o movimente entre os dedos em exercícios
sem risco só pura manipulação.
Em um segundo momento, peço que, assim como uma criança, eles risquem uma
folha grande de papel com linhas aleatórias preocupando-se mais com os movimentos e
as sensações empregadas do que com a qualidade das linhas – o meu objetivo com esse
exercício é recuperar a mobilidade inicial da infância tão fundamental para o ato de dese-
nhar, pois como disse Pablo Picasso “Passei a vida toda para aprender a desenhar como
uma criança”.
O outro momento é fazer com que o aluno assuma o espaço do papel, pois muitos
alunos se intimidam diante de uma folha em branco e fazem desenhos isolados nos
cantos ou meio da folha apresentada. Para isso peço que inicialmente façam com uma
caneta – pois não quero que usem borracha – traços verticais, horizontais e diagonais por
toda a extensão da folha. Em seguida peço que utilizem agora somente linhas curvas por
toda a extensão da folha. Por fim, que utilizem todos os tipos para preencher uma folha
em branco.
Todos esses exercícios, além de eliminar a rigidez do pulso, e equilibrar a pressão
da mão sobre o papel na ora do desenho, também serve para alcançar um estado de
relaxamento físico e mental.
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Desenho invertido
Uma técnica que pode parecer estranha a princípio, mas que trás resultados inte-
ressantes é colocar uma imagem de cabeça para baixo e desenhá-la. Segundo Betty
Edwards, essa forma de desenhar minimizar a influência do lado esquerdo do cérebro
que tende a formalizar traços e formas, impedindo que a mente perceba nuances impor-
tantes em uma imagem a ser desenhada, resumindo poderíamos dizer que é uma forma
de enganar o lado Esquerdo e desenvolver o lado direito o chamado lado artístico, criati-
vo e habilidoso.
É interessante observamos que após desenharmos algo invertido quando olha-
mos o resultado ficamos abismados por ter conseguido desenhar algo que na posição
normal não conseguiríamos melhor resultado
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Técnica do quadriculado
Esta técnica é muito conhecida e utilizada para ampliar ou reduzir imagens origi-
nais proporcionalmente. O quadriculado é um desenho feito inicialmente com régua, lá-
pis e papel, no qual é dividido em várias partes iguais tanto em largura como em altura
como, por exemplo, 2 cm X 2 cm.
O quadriculado pode ser feito sobre o original e no papel onde vai desenhar, mas
também pode-se fazer com uma folha de acetato e quadriculá-la utilizando-se fios de
linha ou caneta hidrocor.
Desta forma se eu quiser ampliar um original com quadriculado 4x4 faço em uma
folha um quadriculado 6X6. Ou então quadricula o papel em que se quer reduzir faço um
quadriculado 3X3.
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Desenho cego
Observe uma imagem real ou ilustrada e tente fazê-la sem olhar para o desenho
que está fazendo. Esta técnica é ótima para aprimorarmos nosso olhar e impedir que
nossa mente formalize o desenho tentando corrigi-lo. Também serve para adequarmos o
que vemos aos nossos movimentos com o instrumento de desenho.
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Desenho com linha contínuada
Escolha uma imagem qualquer e comece a desenhá-la a partir de uma única linha,
caso pare em algum momento recomece de onde parou. Não se preocupe em passar
uma linha sobre a outra no vai e vem do desenho o importante é concluí-lo. Esse exercí-
cio é muito bom para percebermos toda fluidez da linha no desenho e melhorarmos
nossa concentração no ato de desenhar.
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Desenhando em formas positivas
Toda imagem por mais detalhes e partes que apresente está envolvida por uma
forma maior e por várias outras formas menores. Essas formas devem ser percebidas
antes de iniciarmos um desenho, pois só assim saberemos até onde devem ir nossos
traços e os espaços que temos que ocupar em um desenho. Assim apresentamos a
seguir algumas sugestões de exercícios.
Atividade A
A partir de uma imagem de figura humana inicialmente com trajes de banho. Dese-
nhe somente seu contorno, ou seja, a forma que a envolve sem se prender a detalhes
internos da imagem.
Atividade B
Escolha uma figura vestida e a desenhe só que estipulando formas compostas por
partes de sua roupa e do corpo (inicialmente 3 partes, depois 4 e 5). Lembrando mais
uma vez: desenhe apenas o contorna das formas e não entre nos detalhes.
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Desenho de espaços negativos
Atividade:
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Técnica de recortes
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Desenho com linhas curvas e retas
A partir de uma imagem normal de uma figura humana, desenhe-a só com linhas
retas e depois só com linhas curvas.
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Desenho de complemento de linhas
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A PROPORÇÃO DO CORPO HUMANO
O desenho de moda deve passar pelo estudo da figura do corpo humano, uma vez
que a roupa ou o acessório será colocado sobre ele. Para este estudo, são considerados
quatro elementos fundamentais: proporção, formas, volumes e movimentos. Todos esses
elementos serão estudados ao longo do livro, e para iniciarmos veremos a proporção.
Estudar as proporções da figura humana é estudar, as relações de tamanho de
uma determinada parte do corpo com outra. Por exemplo, usa-se a medida de oito cabe-
ças para encontrar a altura de uma pessoa. A cabeça também serve para calcular a
distância que vai do ombro até o pescoço, da axila até o cotovelo, entre outras partes.
Muitos alunos, por desconhecerem as proporções não conseguem inserir adequa-
damente uma figura no papel, acabam cortando as figuras ou forçando o desenho para
que ele caiba dentro do papel. A solução é marcar o centro do papel com retas perpendi-
culares e diagonais, e relacionar este centro ao centro do corpo que vai ser desenhado e
em seguida marcar as extremidades da cabeça e pés.
Pode-se dizer que Desenho de Moda é saber desenhar a figura humana com uma
diferença: a estilização. O desenho de moda tem a tendência de afinar e alongar a figura
humana, fazendo-a parecer assim, mais elegante.
O desenho de moda despreza detalhes desnecessários, simplificando o desenho
e podendo, algumas vezes, omitir certas linhas de contorno ou até mesmo elementos do
corpo como dedos, olhos, boca, orelha e nariz.
Apesar de alguns livros de desenho de moda querer definir estudos de ossos e
músculos do corpo humano, posso dizer como professor de anatomia humana do curso
de Artes Visuais da Universidade Federal do Piauí, que este tipo de estudo mais atrapa-
lha do que ajuda aqueles que se propõe a iniciar-se no desenho de moda.
Primeiro porque o desenho de moda, como comentei anteriormente, é um dese-
nho estilizado, não se propõe a seguir as regras musculares do corpo humano.
Segundo, o ensino de musculatura e estrutura óssea serve para dar ao aluno de
arte possibilidades de trabalhar com a escultura humana, pintura, dança, etc.
Terceiro o tempo destinado ao aprendizado do desenho de moda é pouco e o estu-
do da estrutura muscular e estrutura óssea requer muito tempo.
E, por fim, o quarto e principal motivo, os alunos que adentram no curso de moda, já
iniciam disciplina com medo, receio e até uma certa rejeição ao desenho. Isso é tão
grave, que muitos alunos ameaçam deixar o curso caso não aprendam ou melhore seus
desenhos. Forçá-los a desenhar músculos e ossos cria certa frustração na maior parte
dos alunos que já querem iniciar os seus primeiros croquis sem ter que passar pelo que
eu chamo de “detalhismos acadêmicos”.
Creio que mais importante seria dar aos alunos as noções de proporções, articula-
ções, movimento e volume da figura humana de forma mais direta e didática. Foi essa
dinâmica que experimentei por cinco anos. E pelo fato de ter alcançado excelentes resul-
tados com meus alunos me propus a passar toda essa experiência através deste livro.
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nhar ou modelar uma figura humana. O cânone clássico, de origem grega, toma a cabeça
como unidade de medida. Geralmente a medida da cabeça é usada para medir mais ou
menos a altura do individuo. A medida da altura corresponde a 7 cabeças e meia ou oito.
Isto é, a altura do individuo compreende a altura da cabeça 7 ½ ou 8 vezes.
É importante destacarmos que os cânones de medida da figura humana que são
utilizados com padrão, não devem ser tomados como regras absolutas, ou como as “me-
didas corretas”, ou como ideal de beleza. Logo porque há raças diferentes e padrões de
beleza que vão depender de um povo, região ou momento histórico.
Em relação à figura humana para o desenho de moda há autores que adotam a
medida de nove cabeças, outros dez e até onze. Usarei aqui como padrão de medida o
uso de nove cabeças, porém o aluno poderá com o tempo estipular à medida que mais
lhe agradar.
Para que possamos ter noções dos movimentos que se pretende dar às nossas
figuras humanas é importante destacarmos as suas principais articulações.
Nosso corpo apresenta cerca de duzentos ossos que se movimentam a partir de
cinco articulações básicas, são elas:
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Molde articulado
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Estrutura simplificada do esqueleto humano
Como todo o movimento do corpo tem como suporte a estrutura óssea, passare-
mos a exercitar de forma simplificada poses e movimentos do corpo com essa forma
esquelética simples.
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DANDO FORMAS AO CORPO
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O corpo masculino em formas
Observe as divisões dadas ao corpo masculino nos desenhos que seguem, copie-
os e posteriormente desenhe suas próprias poses.
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Desenho com modelo vivo
O desenho a partir de uma figura humana real é um bom teste para todos aqueles
que desenvolveram todas as técnicas apresentadas no livro. Além de testar as habilida-
des aprendidas é uma forma de ganhar confiança no desenho da figura humana.
Antes, porém de iniciar o desenho do modelo vivo propriamente dito sugiro que
você começe a desenhar a partir de bonecas estilo Barbie e bonecos estilo Ken. Após
treinar bastante com os bonecos, passe para o modelo vivo.
Se você não tiver oportunidade de freqüentar um curso com modelo vivo, peça
alguém conhecido para posar para você ou aproveite momentos em que estiver em am-
bientes públicos como metrôs, praças ou ambientes familiares para desenhar discreta-
mente as pessoas ao seu redor. Por isso tenha sempre por perto um bloquinho de dese-
nho e lápis.
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Construindo o corpo humano com linhas simplificadas
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Compondo o corpo humano
Essa técnica a seguir que lembra um quebra cabeça tem como objetivo reforçar o
conhecimento das proporções e articulações do corpo humano.
a) Observe as partes do corpo que foram colocadas de forma separadas e em seguida
agrupe-as construindo o corpo. Desenhe apenas observando e não cobrindo com um
papel (muitos alunos tentam fazer isso).
b) Construa seu próprio quebra cabeça. Pegue imagens de modelos com roupas de
banho e desenhe parte por parte de forma separada e depois tente recompô-la olhando
apenas para os desenhos das partes que você fez.
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O corpo em formas cilíndricas
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O desenho da cabeça humana
Assim como o corpo humano a cabeça humana segue alguns padrões proporcio-
nais. Porém é bom destacar que esses padrões servem apenas como método didático
para o estudo do rosto humano, pois dependendo da raça ou faixa etária essas medidas
são bem diferentes.
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O desenho da cabeça humana através da técnica do losango.
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Formatos de rostos
redondo
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O olho
O olho é uma das partes mais expressivas do corpo. Para desenhar o olho sigam
as seguintes dicas:
1. A íris não deve apresentar-se de forma total no globo ocular e deve ter as extremidades
mais escuras.
2. A extremidade da íris deve ser mais escura
3. A pupila é sempre escura
4. Não esquecer o os pontos luminosos na íris e na pupila.
5. As sobrancelhas são maiores nos cantos. As sobrancelhas das pálpebras inferiores
são menores e mais distantes uma das outras
6. Se o lho não for oriental, colocar sempre uma prega na pálpebra superior.
7. A pálpebra superior faz uma leve sombra sobre o globo ocular.
8. Os pêlos da sobrancelha devem seguir sempre um mesmo sentido, ou seja, do centro
para as extremidades.
Após treinar muito o olho você está apto a criar seu próprio estilo como nos exemplos
mostrados
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Movimento de olhos
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Desenho de rosto por recorte de imagens de faces.
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Olhos estilizados
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Nariz
Desenhando o nariz
O nariz pode ser dividido frontalmente em três partes que podem ser definidas por
três círculos orientados por um eixo central em forma de cruz invertida.
Lateralmente o nariz pode ser desenhado a partir da forma de um quatro (4) como
se pode observar nos desenhos que seguem
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Boca
Desenho da boca
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Bocas estilizadas
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Orelhas
A orelha é a parte menos visível do rosto humano, por isso, apesar de ser simples,
muitas pessoas têm dificuldades em desenhá-la. Normalmente ela apresenta três possi-
bilidades comuns de visualização: vista frontal, lateral e traseira.
Desenho da orelha
A orelha por ser desenhada de muitas formas, quase todas elas tomam como
referência outros elementos conhecidos como, por exemplo:
a) Podemos desenhar a orelha a partir da letra “c” ou do sinal de interrogação “?”
b) Podemos desenhá-la a partir de um funil.
c) Podemos desenhá-la partindo de um espiral.
d) Podemos desenhá-la a partir de dois círculos.
Obs. Não nos esqueçamos que normalmente a orelha fica entre a extremidade do nariz e
a extremidade da sobrancelha.
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Desenho de rostos
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Cabelos
Tipos de penteados
Apresento a seguir alguns tipos de penteados para que você possa se inspirar e
criar outros estilos.
Uma dica importante no desenho de penteados é buscar iniciar as linhas que lhe
darão volume a partir de uma linha guia, ou seja, da linha que normalmente divide o
penteado.
Caso queira maiores dicas de técnicas de desenho de cabelos, há vídeos muito
interessantes na internet, mostrando passo a passo como se desenha cabelos e o uso de
borracha e lápis.
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Mãos
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Diferentes métodos de desenho de mãos
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Poses das mãos
80
81
82
83
Os pés
84
85
PERNAS
86
Atividade
87
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POSES MASCULINAS E FEMININAS PARA MODA
89
90
91
92
93
94
95
96
ACESSÓRIOS
Chapéus
97
98
99
100
Calçados
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Tipos de sapatos
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103
O movimento do tecido (panejamento)
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105
106
DETALHES DE ROUPAS
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109
110
111
EXEMPLO DE DESENHOS DE ESTILISTAS
Ellen Karol
112
Badley Mischka
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Natália Freitas
(minha filha -11 anos)
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Otávio Meneses
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BIBLIOGRAFIA
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