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DESENHO PARA MODA:

CORPO HUMANO, ROUPAS E


ACESSÓRIOS
José Ribamar Santos Costa Júnior

DESENHO PARA MODA:


CORPO HUMANO, ROUPAS E
ACESSÓRIOS

EDUFPI - 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

REITOR
Prof. Dr. Luiz de Souza Santos Júnior
VICE-REITOR
Prof. Dr. Edwar de Alencar Castelo Branco

CONSELHO EDITORIAL DA EDUFPI

PRESIDENTE
Prof. Dr. Ricardo Alaggio Ribeiro

CONSELHEIROS
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Profª. Ms. Iracilde Maria de Moura Fé Lima
Prof. Dr. João Renôr Ferreira de Carvalho
Prof. Dr. José Renato de Sousa
Profª. Drª. Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz
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EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
John Kennedy Costa Pereira

CAPA
Ribamar Júnior

IMPRESSÃO E ACABAMENTO
EDUFPI

FICHA CATALOGRÁFICA
Serviço de Processamento Técnico da Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco

C837d Costa Júnior, José Ribamar Santos


Desenho para moda: corpo humano, roupas e acessórios /
José Ribamar Santos Costa Júnior. – Teresina: EDUFPI, 2012.
115 p.: il.

ISBN: 978-85-7463-475-3

1. Desenho de moda. 2. Moda-Desenho. I. Título.

CDD: 746.92
Para que esse livro se realizasse foi importante a colaboração
de minha esposa Fran e filhas Natália e Júlia, bem como o
incentivo de amigos, companheiros de trabalho e alunos.
PREFÁCIO

O desenho e a ilustração de moda sempre estiveram presentes no meu processo


de criação, pois se constitui na própria essência do meu trabalho, em que esboço minhas
ideias, definindo as formas, as cores e a linguagem visual e estética.
Passei por várias etapas de estudo e aprimoramento até chegar ao aprimoramento
e dar personalidade ao meu traço. O estudo da anatomia e da proporção humana foram
fundamentais nessa trajetória. O exemplo de dois grandes mestres renascentistas: Leo-
nardo da Vinci e Michelangelo, que deram grande contribuição à arte, nesse campo.
Este livro do professor e designer Ribamar Júnior proporciona ao estudante de Moda
e de Arte, uma metodologia que apresenta técnicas necessárias para um aprendizado
neste complexo universo. São várias as etapas que ele aborda neste livro, passando pelo
desenho de observação, anatomia, proporção, movimento e estilização, que são funda-
mentais para os estudantes de moda atingirem um bom nível de desenho, que facilitará
seu processo de criação e sua evolução profissional no campo do Design de Moda.
Para muitos o desenho é a caligrafia do designer, ou seja, é a maneira pela qual ele
imprime sua marca como uma assinatura.
É importante destacar aqui que esse livro por si só não aprimora o desenho do
profissional, pois se constitui apenas num instrumento para novas descobertas no campo
do designer de moda. É imprescindível para o seu bom aprendizado a determinação,
paciência, persistência e dedicação com horas de estudo.

Otávio Meneses
SUMÁRIO

Introdução.........................................................................................................................11
Materiais básicos do desenho..........................................................................................13
Lápis.................................................................................................................................13
Materiais auxiliares...........................................................................................................15
Papéis...............................................................................................................................16
Exercícios preliminares.....................................................................................................20
Desenho invertido.............................................................................................................22
Técnica do quadriculado...................................................................................................25
Desenho cego...................................................................................................................26
Desenho com linha contínua............................................................................................27
Desenho com formas positivas.........................................................................................28
Desenho de espaços negativos........................................................................................31
Técnica de recorte............................................................................................................32
Desenho com linhas curvas..............................................................................................33
Desenho de complemento de linhas................................................................................35
As proporções do corpo...................................................................................................36
As articulações do movimento humano...........................................................................37
Molde articulado...............................................................................................................43
Estrutura simplificada do esqueleto humano....................................................................44
Dando forma ao corpo......................................................................................................48
O corpo masculino em formas..........................................................................................50
Desenho de modelo vivo..................................................................................................51
Técnicas de mensuração do corpo...................................................................................51
Desenho do corpo com economia de linhas.....................................................................55
Completando o corpo humano.........................................................................................57
O corpo em formas cilíndricas..........................................................................................58
Desenho da cabeça..........................................................................................................60
Desenho do rosto com a técnica do losango....................................................................61
Formatos de rosto.............................................................................................................62
Os Olhos...........................................................................................................................63
Movimento dos olhos........................................................................................................64
Desenho recortado de rostos...........................................................................................65
Olhos estilizados...............................................................................................................66
Nariz..................................................................................................................................67
Boca..................................................................................................................................68
Bocas estilizadas..............................................................................................................70
Orelha...............................................................................................................................71
Desenho do rosto.............................................................................................................72
Cabelos............................................................................................................................74
Mãos................................................................................................................................77
Diferentes métodos de desenho de mãos........................................................................78
Poses de mãos.................................................................................................................80
Os pés...............................................................................................................................84
Pernas...............................................................................................................................86
Poses masculinas e femininas.........................................................................................89
Acessórios........................................................................................................................97
Chapéus............................................................................................................................97
Calçados...........................................................................................................................101
Tipos de sapatos..............................................................................................................102
O movimento do tecido.....................................................................................................104
Detalhes das roupas.........................................................................................................107
Exemplos de desenhos de estilistas...............................................................................112
Bibliografia......................................................................................................................116
INTRODUÇÃO

É inegável que algumas pessoas tenham mais facilidades para desenhar do que
outras, e muitos chamam isso de don, ou seja, uma capacidade inata que certas pessoas
têm. Porém, toda pessoa traz de forma inata a capacidade de aprender e de desenvolver
habilidades. Contudo, por que algumas conseguem desenvolver habilidades, por exemplo,
na área do desenho e outras não? Ou por que, em um mesmo curso, alguns aprendem
mais rápido do que outros? E por fim, é possível aprender realmente a desenhar?
É importante destacar que cada pessoa é um ser único com experiências próprias
intransferíveis, com uma capacidade cognitiva distinta, uma herança genética e um ser
dotado de sensibilidade, sentimentos, emoções e motivações muito particulares. Por isso
é tão difícil esperar em um curso de desenho uma homogeneidade na aprendizagem.
Para quem quer aprender a desenhar são fundamentais e indispensáveis:
Disciplina: estipular momentos para dedicar-se aos exercícios.
Persistência: por mais que ache que não vá conseguir fazer determinado exercício, não
desistir nunca, cada exercício que propomos no livro, por mais insignificante que possa
parecer é fundamental para o aprendizado de uma etapa seguinte.
Prática: assim como um pianista não se faz de um dia para o outro, o desenhista deve
exercitar-se a todo momento que tiver oportunidade, na sala de espera de um consultório,
no intervalo de uma aula, na mesa de um restaurante, barzinho, etc.
O ensino de desenho de moda que apresento neste livro, não tem como objetivo
ensinar a copiar os desenhos de outros estilistas, mas ajudá-lo a desenvolver uma
capacidade básica, com a qual você poderá desenvolver seu próprio estilo.
A habilidade do desenho é de grande importância para o profissional de moda,
especialmente àquele que trabalha com o produto, seja na criação, seja no
desenvolvimento de peças do vestuário, acessórios ou joalheria.
No desenho de moda há basicamente duas vertentes: o desenho técnico, que são
projetados para a indústria, no qual a peça é representada pelas normas gerais, com
vistas ortogonais, tantas quanto forem necessárias, em escalas e medidas. O artístico,
que para alguns estudiosos podem ser divididos em dois tipos: o desenho de estilo, solto
como um croqui, não necessariamente detalhado, que mostra mais o jogo de formas,
cores e volume, apresentando- se formas quase abstratas; a ilustração de moda (desenho
de figurino), mais detalhado, representativo no qual os desenhos se mesclam em desenho
técnico e ilustração de moda. Buscaremos neste livro, contudo, nos ater especificamente

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ao desenho artístico de moda, porém acreditando que as técnicas aqui apresentadas são
importantes para o aprendizado do desenho técnico.
Após anos ensinando Anatomia Humana e Modelo Vivo na Universidade e Desenho
de Moda em uma faculdade, observei que certas técnicas possibilitavam um aprendizado
melhor e mais rápido entre os alunos. Algumas dessas técnicas encontrei em livros de
desenho de moda, porém outras foram desenvolvidas durante minha experiência no ensino
de desenho.
Este livro tem como característica desenvolver as habilidades no desenho de moda
para pessoas que querem iniciar-se nesta área, bem como para pessoas que já desenham,
mas querem aprimorar seu estilo.
Espero que aqueles que venham a praticar as atividades aqui propostas possam
fazê-la seguindo a sequência apresentada, pois como falamos anteriormente cada etapa
é importante dentro do processo.

Ribamar Júnior (autor)

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MATERIAL BÁSICO DE DESENHO

Lápis

É um instrumento utilizado para escrita, desenho e pintura. Existem dois tipos de


grafite no mercado do desenho: o bastão fino de grafite inserido num cilindro de madeira
e o bastão de grafite revestido de plástico.
Lista dos tipos de lápis revestidos de madeira (Classificação por nível de dureza):

Duros
A linha H (“H” entende-se “Hard” - mina dura) que vai do 2H ao 10H
Médio
• Lápis HB - “HB” entende-se “Hard/Brand”- uma mina de dureza média.
Macios
• Lápis B ou 1B - “Brand” ou “Black” - uma mina macia ou preta. Usada para traços finos
e precisos
• Lápis 2B - é um tipo de lápis semi-macio usado para croquis
• Lápis 3B - usado para definição de meio tom. Ideal para representação da textura da
pele
• Lápis 4B - ideal para a representação de pelos, penas, cabelos, etc
• Lápis 5B – usado para sombrear
• Lápis 6B - é um tipo de lápis mais usado no esfumato do rosto e tecidos delicados
• Lápis 7B – é usado para contornos mais fortes
• Lápis 8B – usado para dar volume às roupas e sombras projetadas
• Lápis 9B - usado para sombras absolutamente escuras

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Exemplo de traços

Exemplo de esfumato

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Materiais auxiliares para desenho a lápis:

Muitos materiais auxiliares são utilizados para o complemento ou mesmo a


facilitação do desenho com lápis grafite, entre eles:
A. Esfuminho: trata-se de um rolo de papel feltro aparado na base, como um
lápis, e serve unicamente para esfumar os desenhos fazendo um degradê mais suave.
B. Estilete: para os lápis de desenho não se utiliza o apontador escolar e sim o
estilete.
C. Borracha: também utilizado no desenho, mas com moderação, pois ela pode
“borrar” as partes mais escuras do desenho. Há também o Limpa Tipos que é uma espécie
de borracha muito maleável que consegue absorver os traços do lápis sem danificar o
papel.
D. Spray Fixador: spray que é passado após a finalização do desenho, para que
não borre e proteja o desenho. Existem várias marcas no mercado, procure alguém que
já trabalhe com spray para lhe orientar na escolha.
E. Lixa de unhas: utilizado para lixar a ponta do lápis.
F. Cotonetes, chumaço de algodão ou tecido: estes materiais podem ser utilizados
como o esfuminho.
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Papéis
A escolha do papel é muito importante para a qualidade do desenho de moda.
Desta forma apresentarei alguns tipos de papéis e suas características, porém cabe a
cada pessoa a escolha do papel que pretende desenvolver seus desenhos. Para as
atividades aqui propostas recomendamos papéis mais baratos para os exercícios.
Existem vários tamanhos, gramaturas, marcas e tipos de papéis sendo que cada
um é indicado para certos materiais ou técnicas.

Tamanho
A primeira coisa para saber sobre os papéis é o tamanho. Para efeito de desenho
e artes em geral é suficiente conhecer seus tamanhos que são: A4, A3, A2, A1 e A0. As
suas respectivas dimensões são:

A4 – Tamanho: 21,0 x 29,7 cm.


A3 – Tamanho: 29,7 x 42,0 cm.
A2 – Tamanho: 42,0 x 59,4 cm.
A1 – Tamanho: 59,4 x 84,0 cm.
A0 – Tamanho: 84,0 x 118,8 cm.

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Marcas e Tipos de Papel

Os tipos de papéis são essenciais para o resultado do desenho assim como a


marca que o fabrica. As principais características que definem o um papel são o tipo de
fibra, a textura, a gramatura, o PH e a goma ou colagem.

Tipo de Fibra

O papel pode ser fabricado com polpa de fibras de algodão, as quais são nobres
e altamente duráveis por serem fibras longas, provenientes do fruto de árvores ou com
fibras de madeira, que são fibras curtas provenientes do caule da árvore e que podem ser
tratadas quimicamente para aumentar sua durabilidade.

Textura

A textura define a característica física do papel e é perceptível ao toque. Existem


diversas texturas no papel que dão maior impacto ao trabalho dependendo da técnica.

Goma ou Colagem

O tratamento de colagem do papel consiste em adicionar ao papel algum tipo de


resina ou cera repelente a líquidos. Um papel sem colagem, por exemplo, é um papel

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absorvente (papel toalha). A colagem pode ser na massa, ou em superfície. Um papel
colado na massa evita que a água seja absorvida rapidamente, característica fundamental
para a vivacidade das obras de arte, pois um papel artístico colado na massa absorve
lentamente, levando o tempo suficiente para que o pigmento que foi dissolvido em base
aquosa seque na superfície do papel, mantendo a mesma cor do desenho do começo ao
fim do trabalho.

A Gramatura

Não menos importante é a gramatura do papel. Gramatura ou gramagem é a medida


da grossura e densidade do papel, expressa em gramas por metro quadrado (g/m²).
Quanto maior for a gramatura, mais “grosso” será o papel. A gramatura varia de 75, 90,
120, 180, 210, 240, 320, (g/m²)etc.

PH

O pH varia de 0 a 14, sendo pH=7 neutro. A maioria dos papéis são ácidos, o que
acelera seu amarelecimento e decomposição. À medida que o ácido do ambiente interfere
no papel, o pH do mesmo começa a cair para menos de 7, tornando-se ácido e acelerando
seu amarelecimento. Para papéis artísticos, o pH neutro é fundamental para prolongar a
durabilidade da obra de arte.

O uso do papel e as diferentes técnicas

Sulfite (75 g/m²) - São indicados para lápis comum HB ou 2B, rascunhos.
Sulfite (90 e 120 g/m²) - Iguais ao anterior, mas suportam lápis de grafite mais
macios como 4B e 6B.
Opaline ou Westerprint (90 a 120 g/m²) - Ótimo para lápis (grafite de todas as
espessuras), canetas de base líquida e tintas de secagem rápida.
Canson (diversas cores e gramaturas) – Para pintura em geral. Suporta bem tintas
com base de água, com secagem rápida a média. São indicados para aguadas, Ecoline,
Aquarela, Acrílico, etc. Bom também para lápis de cor, pastel seco e crayon.
Papel manteiga – Indicado para arquitetura entre outros. É um papel semi-
translúcido de superfície áspera que pode ser utilizado para copiar um desenho ou esboço
e transpassá-lo a um papel melhor. Não utilize caneta nanquim neste papel, pois por ser
áspero, gasta a ponta da caneta.

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Papel vegetal - Também utilizado em arquitetura e cartografia. É um papel, também
semi-translúcido, que serve para se fazer arte-final sobre o rascunho, com a caneta
nanquim, por exemplo. É possível fazer o desenho em um papel qualquer e terminá-lo no
papel vegetal, o que elimina a mesa de luz.
Schoeller – é uma marca de papel alemã muito cara, mas são, sem dúvida
nenhuma, os melhores papéis existentes. A maioria dos grandes desenhistas utiliza o
papel Schoeller em seus trabalhos. São ideais para quase todas as técnicas e materiais
citados, incluindo aerografia e tinta acrílica.

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EXERCÍCIOS PRELIMINARES

Como muitos alunos chegam ao curso de desenho, apavorados com a ideia que
terão que desenhar, procuro inicialmente criar uma afinidade entre o aluno e seu instru-
mento desenho (no caso o lápis), peço que o movimente entre os dedos em exercícios
sem risco só pura manipulação.
Em um segundo momento, peço que, assim como uma criança, eles risquem uma
folha grande de papel com linhas aleatórias preocupando-se mais com os movimentos e
as sensações empregadas do que com a qualidade das linhas – o meu objetivo com esse
exercício é recuperar a mobilidade inicial da infância tão fundamental para o ato de dese-
nhar, pois como disse Pablo Picasso “Passei a vida toda para aprender a desenhar como
uma criança”.
O outro momento é fazer com que o aluno assuma o espaço do papel, pois muitos
alunos se intimidam diante de uma folha em branco e fazem desenhos isolados nos
cantos ou meio da folha apresentada. Para isso peço que inicialmente façam com uma
caneta – pois não quero que usem borracha – traços verticais, horizontais e diagonais por
toda a extensão da folha. Em seguida peço que utilizem agora somente linhas curvas por
toda a extensão da folha. Por fim, que utilizem todos os tipos para preencher uma folha
em branco.
Todos esses exercícios, além de eliminar a rigidez do pulso, e equilibrar a pressão
da mão sobre o papel na ora do desenho, também serve para alcançar um estado de
relaxamento físico e mental.

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Desenho invertido

Uma técnica que pode parecer estranha a princípio, mas que trás resultados inte-
ressantes é colocar uma imagem de cabeça para baixo e desenhá-la. Segundo Betty
Edwards, essa forma de desenhar minimizar a influência do lado esquerdo do cérebro
que tende a formalizar traços e formas, impedindo que a mente perceba nuances impor-
tantes em uma imagem a ser desenhada, resumindo poderíamos dizer que é uma forma
de enganar o lado Esquerdo e desenvolver o lado direito o chamado lado artístico, criati-
vo e habilidoso.
É interessante observamos que após desenharmos algo invertido quando olha-
mos o resultado ficamos abismados por ter conseguido desenhar algo que na posição
normal não conseguiríamos melhor resultado

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Técnica do quadriculado

Esta técnica é muito conhecida e utilizada para ampliar ou reduzir imagens origi-
nais proporcionalmente. O quadriculado é um desenho feito inicialmente com régua, lá-
pis e papel, no qual é dividido em várias partes iguais tanto em largura como em altura
como, por exemplo, 2 cm X 2 cm.
O quadriculado pode ser feito sobre o original e no papel onde vai desenhar, mas
também pode-se fazer com uma folha de acetato e quadriculá-la utilizando-se fios de
linha ou caneta hidrocor.
Desta forma se eu quiser ampliar um original com quadriculado 4x4 faço em uma
folha um quadriculado 6X6. Ou então quadricula o papel em que se quer reduzir faço um
quadriculado 3X3.

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Desenho cego

Observe uma imagem real ou ilustrada e tente fazê-la sem olhar para o desenho
que está fazendo. Esta técnica é ótima para aprimorarmos nosso olhar e impedir que
nossa mente formalize o desenho tentando corrigi-lo. Também serve para adequarmos o
que vemos aos nossos movimentos com o instrumento de desenho.

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Desenho com linha contínuada

Escolha uma imagem qualquer e comece a desenhá-la a partir de uma única linha,
caso pare em algum momento recomece de onde parou. Não se preocupe em passar
uma linha sobre a outra no vai e vem do desenho o importante é concluí-lo. Esse exercí-
cio é muito bom para percebermos toda fluidez da linha no desenho e melhorarmos
nossa concentração no ato de desenhar.

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Desenhando em formas positivas

Toda imagem por mais detalhes e partes que apresente está envolvida por uma
forma maior e por várias outras formas menores. Essas formas devem ser percebidas
antes de iniciarmos um desenho, pois só assim saberemos até onde devem ir nossos
traços e os espaços que temos que ocupar em um desenho. Assim apresentamos a
seguir algumas sugestões de exercícios.

Atividade A

A partir de uma imagem de figura humana inicialmente com trajes de banho. Dese-
nhe somente seu contorno, ou seja, a forma que a envolve sem se prender a detalhes
internos da imagem.

Atividade B

Escolha uma figura vestida e a desenhe só que estipulando formas compostas por
partes de sua roupa e do corpo (inicialmente 3 partes, depois 4 e 5). Lembrando mais
uma vez: desenhe apenas o contorna das formas e não entre nos detalhes.

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Desenho de espaços negativos

Tão importante quanto o contorno do desenho, são os espaços externos da figura


que são definidos por suas extremidades. Esses espaços se observados são muito im-
portantes para o bom desenvolvimento da percepção da figura.
Normalmente nos preocupamos em desenhar a figura com seus detalhes (chama-
da forma positiva) sem nos preocuparmos ou atentarmos para o espaço que a circunda,
espaços esses que não devem ser desprezados no momento do desenho. Desta forma,
pra uma maior percepção desses espaços que se relacionam com as extremidades do
objeto a ser desenhado, proponho o exercício a seguir cujo objetivo é justamente ampliar
a nossa capacidade de visualização, treinando nosso olhar não só para o identificável,
para o palpável ou real, mas, também, para algo que aparentemente não existindo inter-
fere na construção da imagem.

Atividade:

1. Copie apenas os espaços externos das figuras limitados pelo quadro.


2. Para a técnica ter melhor proveito desenhe os espaços fora de uma sequência e sim
desenhando as partes que estão mais longe umas das outras. (observe o exemplo de
sequência sugerida)
3. Não ceda à tentação de desenhar a figura primeiro e depois fazer o quadrado.
4. Faça depois seus espaços negativos a partir de imagens de revistas.

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Técnica de recortes

Escolher o desenho de uma figura humana e recortar em no mínimo cinco partes


de formas aleatórias. Em seguida desenhe cada parte isoladamente e fora de ordem.

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Desenho com linhas curvas e retas

A partir de uma imagem normal de uma figura humana, desenhe-a só com linhas
retas e depois só com linhas curvas.

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Desenho de complemento de linhas

Nossa mente tem a tendência a completar sequência de imagens e formas, desta


forma podemos utilizar essa tendência no desenvolvimento do traço. Observe os dese-
nhos da figuras humanas abaixo e complete as partes que faltam.

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A PROPORÇÃO DO CORPO HUMANO

O desenho de moda deve passar pelo estudo da figura do corpo humano, uma vez
que a roupa ou o acessório será colocado sobre ele. Para este estudo, são considerados
quatro elementos fundamentais: proporção, formas, volumes e movimentos. Todos esses
elementos serão estudados ao longo do livro, e para iniciarmos veremos a proporção.
Estudar as proporções da figura humana é estudar, as relações de tamanho de
uma determinada parte do corpo com outra. Por exemplo, usa-se a medida de oito cabe-
ças para encontrar a altura de uma pessoa. A cabeça também serve para calcular a
distância que vai do ombro até o pescoço, da axila até o cotovelo, entre outras partes.
Muitos alunos, por desconhecerem as proporções não conseguem inserir adequa-
damente uma figura no papel, acabam cortando as figuras ou forçando o desenho para
que ele caiba dentro do papel. A solução é marcar o centro do papel com retas perpendi-
culares e diagonais, e relacionar este centro ao centro do corpo que vai ser desenhado e
em seguida marcar as extremidades da cabeça e pés.

Proporção do corpo humano para moda

Pode-se dizer que Desenho de Moda é saber desenhar a figura humana com uma
diferença: a estilização. O desenho de moda tem a tendência de afinar e alongar a figura
humana, fazendo-a parecer assim, mais elegante.
O desenho de moda despreza detalhes desnecessários, simplificando o desenho
e podendo, algumas vezes, omitir certas linhas de contorno ou até mesmo elementos do
corpo como dedos, olhos, boca, orelha e nariz.
Apesar de alguns livros de desenho de moda querer definir estudos de ossos e
músculos do corpo humano, posso dizer como professor de anatomia humana do curso
de Artes Visuais da Universidade Federal do Piauí, que este tipo de estudo mais atrapa-
lha do que ajuda aqueles que se propõe a iniciar-se no desenho de moda.
Primeiro porque o desenho de moda, como comentei anteriormente, é um dese-
nho estilizado, não se propõe a seguir as regras musculares do corpo humano.
Segundo, o ensino de musculatura e estrutura óssea serve para dar ao aluno de
arte possibilidades de trabalhar com a escultura humana, pintura, dança, etc.
Terceiro o tempo destinado ao aprendizado do desenho de moda é pouco e o estu-
do da estrutura muscular e estrutura óssea requer muito tempo.
E, por fim, o quarto e principal motivo, os alunos que adentram no curso de moda, já
iniciam disciplina com medo, receio e até uma certa rejeição ao desenho. Isso é tão
grave, que muitos alunos ameaçam deixar o curso caso não aprendam ou melhore seus
desenhos. Forçá-los a desenhar músculos e ossos cria certa frustração na maior parte
dos alunos que já querem iniciar os seus primeiros croquis sem ter que passar pelo que
eu chamo de “detalhismos acadêmicos”.
Creio que mais importante seria dar aos alunos as noções de proporções, articula-
ções, movimento e volume da figura humana de forma mais direta e didática. Foi essa
dinâmica que experimentei por cinco anos. E pelo fato de ter alcançado excelentes resul-
tados com meus alunos me propus a passar toda essa experiência através deste livro.

Os cânones de medida da figura humana

A análise da figura humana gerou a criação de diversos cânones. A palavra cânon


ou cânone é de origem grega e significa regra, padrão, modelo, norma. Neste caso espe-
cífico, cânones são um conjunto de padrões de medidas que serve de modelo para dese-

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nhar ou modelar uma figura humana. O cânone clássico, de origem grega, toma a cabeça
como unidade de medida. Geralmente a medida da cabeça é usada para medir mais ou
menos a altura do individuo. A medida da altura corresponde a 7 cabeças e meia ou oito.
Isto é, a altura do individuo compreende a altura da cabeça 7 ½ ou 8 vezes.
É importante destacarmos que os cânones de medida da figura humana que são
utilizados com padrão, não devem ser tomados como regras absolutas, ou como as “me-
didas corretas”, ou como ideal de beleza. Logo porque há raças diferentes e padrões de
beleza que vão depender de um povo, região ou momento histórico.
Em relação à figura humana para o desenho de moda há autores que adotam a
medida de nove cabeças, outros dez e até onze. Usarei aqui como padrão de medida o
uso de nove cabeças, porém o aluno poderá com o tempo estipular à medida que mais
lhe agradar.

As articulações do movimento humano

Para que possamos ter noções dos movimentos que se pretende dar às nossas
figuras humanas é importante destacarmos as suas principais articulações.
Nosso corpo apresenta cerca de duzentos ossos que se movimentam a partir de
cinco articulações básicas, são elas:

1) A articulação cabeça, que é articulada com o pescoço.


2) O articulação tronco, que se movimenta por meio da coluna vertebral, entre o
tórax e o quadril.
3) A articulação dos ombros.
4) A articulação do cotovelo e do joelho.
5) A articulação das mãos e dos pés.

Analisando as medidas do corpo humano

Apresentaremos a seguir uma atividade simples, mas de muita relevância para o


desenho proporcional da figura humana. É importante fazermos esta atividade até não
termos mais dúvidas sobre as colocações de cada parte do corpo. E recomendo só pas-
sar para a fase seguinte após termos aprendido todas essas medidas.
a) Pegue uma folha de papel sulfit e dobre-a sete vezes de forma que apresente
os vincos como mostra a figura. Ao final teremos a folha dividida em oito partes, numere
cada uma delas.
b) Faça o formato da cabeça na parte superior da folha e em seguida marque
alguns pontos estratégicos para a construção da figura humana.
c) Entre o espaço quatro e cinco marque a região pubiana. Entre a seis e a sete
marque com círculos os dois joelhos.
d) A partir da marcação dos pontos estratégicos, comece a definir, as formas dos
quadris e tórax. Em seguida defina as posições dos cotovelos, punhos e ombros.

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Molde articulado

Para uma melhor compreensão de como as partes do corpo se relacionam uma


com as outras em diferentes posições, sugerimos a seguinte atividade:
1. Construir um boneco móvel de papel cartão nas medidas apresentadas abaixo.
2. Depois de desenhar o boneco recorte as parte e as ligue ou com pequenos
clipes de prender papéis, ou percevejos, ou alfinetes, etc. Contanto que você possa girar
as partes criando posições a serem desenhadas posteriormente.

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Estrutura simplificada do esqueleto humano

Como todo o movimento do corpo tem como suporte a estrutura óssea, passare-
mos a exercitar de forma simplificada poses e movimentos do corpo com essa forma
esquelética simples.

Proponho a seguinte atividade:

a) Selecione algumas imagens de pessoas de corpo inteiro retirada de revistas.


b) Com papel transparente (seda, vegetal, manteiga, etc.) marque com um círculo a
cabeça, trace círculos menores marcando ombros, cotovelos, punhos, joelhos e tornoze-
los. E faça linhas ligando as articulações. Por fim, defina com uma forma o tórax e o
quadril.
c) Retire o papel de transferência, observe o resultado e repita esta atividade por mais
algumas vezes até se familiarizar com as estruturas do corpo.
d) Escolha outras imagens de pessoas e tente fazer a mesma estrutura sem cobrir com
o papel transparente (o ideal é fazer no mínimo 25 posições com essa estrutura do es-
queleto simplificado)
e) Após estar bastante familiarizado com a estrutura do corpo comece a lhe dar forma e
volume como nos exemplo que seguem.

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DANDO FORMAS AO CORPO

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O corpo masculino em formas

Observe as divisões dadas ao corpo masculino nos desenhos que seguem, copie-
os e posteriormente desenhe suas próprias poses.

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Desenho com modelo vivo

O desenho a partir de uma figura humana real é um bom teste para todos aqueles
que desenvolveram todas as técnicas apresentadas no livro. Além de testar as habilida-
des aprendidas é uma forma de ganhar confiança no desenho da figura humana.
Antes, porém de iniciar o desenho do modelo vivo propriamente dito sugiro que
você começe a desenhar a partir de bonecas estilo Barbie e bonecos estilo Ken. Após
treinar bastante com os bonecos, passe para o modelo vivo.
Se você não tiver oportunidade de freqüentar um curso com modelo vivo, peça
alguém conhecido para posar para você ou aproveite momentos em que estiver em am-
bientes públicos como metrôs, praças ou ambientes familiares para desenhar discreta-
mente as pessoas ao seu redor. Por isso tenha sempre por perto um bloquinho de dese-
nho e lápis.

TÉCNICAS DE MENSURAÇÃO DO DESENHO DE MODELO VIVO.

Ao desenharmos a partir de um modelo vivo é importante observarmos algumas


linhas padrões, por exemplo:
a) Marcar o centro do papel traçando retas em diagonal, e outra vertical para ajudar a
centrar a imagem.
b) Definir no papel a posição da cabeça e a base dos pés.
c) Determinar com a medida da técnica do lápis, o centro do modelo a ser desenhado de
acordo com a posição que se encontra.
d) Linha de equilíbrio: é a linha que divide verticalmente a figura ao meio. Normalmente
essa linha parte da glote da figura e vai até sua base.
e) Linha de movimento: é a linha que direciona a inclinação da figura que pode ser uma
ou mais.
f) Linha de inclinação: é a linha que define a postura da pessoa quando uma das partes
do corpo eleva-se ou inclina-se para um lado qualquer.
g) Forma básica: representa a forma que o corpo sugere dependendo da posição que ele
se encontra, podendo ser triangular, quadrada, trapezoidal ou circular.
h) Espaços negativos: são os espaços internos de uma figura formados pelas posições
de braços e pernas em relação ao corpo.

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Construindo o corpo humano com linhas simplificadas

Após ter exercitado bastante as atividades anteriores, vamos iniciar o desenho da


figura humana de forma gradual. Para isso propomos as seguintes atividades:
a) Selecione imagens de figura humana, de preferência com roupa de banho. Cubra-a
com o mesmo papel transparente da atividade anterior e contorne-a com pequenas
sequências de linhas como mostrado no exemplo. Contorne-a de forma que nosso cére-
bro seja capaz de completar as ausências das outras linhas.
b) Faça o mesmo processo acima, só agora com sequência de linhas retas.
c) Após familiarizar-se com a técnica faça as mesmas atividades apenas olhando para as
imagens sem cobri-las.
d) Obs. Procure fazer no mínimo 15 exercícios de cada uma das atividades acima.

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Compondo o corpo humano

Essa técnica a seguir que lembra um quebra cabeça tem como objetivo reforçar o
conhecimento das proporções e articulações do corpo humano.
a) Observe as partes do corpo que foram colocadas de forma separadas e em seguida
agrupe-as construindo o corpo. Desenhe apenas observando e não cobrindo com um
papel (muitos alunos tentam fazer isso).
b) Construa seu próprio quebra cabeça. Pegue imagens de modelos com roupas de
banho e desenhe parte por parte de forma separada e depois tente recompô-la olhando
apenas para os desenhos das partes que você fez.

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O corpo em formas cilíndricas

Com o objetivo de dar ao corpo volume e sairmos do campo bidimensional para o


tridimensional, proponho o desenho do corpo humano em diferentes posições com as
formas cilíndricas apresentadas.
O ideal seria que cada pessoa pudesse adquirir um boneco articulado de madeira,
(facilmente encontrado em papelarias que trabalham com material de desenho) e fazer
varias poses a partir dele, porém, na ausência desses selecione imagens de pessoas e
as desenhe em formatos cilíndricos como nos desenhos apresentados.
É importante aproveitar as formas cilíndricas e criar o efeito de volume através do
sombreamento das formas com o lápis.

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O desenho da cabeça humana

Assim como o corpo humano a cabeça humana segue alguns padrões proporcio-
nais. Porém é bom destacar que esses padrões servem apenas como método didático
para o estudo do rosto humano, pois dependendo da raça ou faixa etária essas medidas
são bem diferentes.

Usarei aqui, as medidas que acredito mais se adequar a figura de moda.


1. Faça um círculo, divida ao meio. O meio corresponde à sobrancelha e a parte inferior
ao nariz. A distância do nariz ao queixo corresponde à metade do círculo.
2. Para situar a boca divida a distância do nariz até o queixo em três partes sendo a
superior o local da boca.
3. A orelha deve ficar entre a altura da sobrancelha e o lábio superior.
4. A altura dos olhos deve seguir a seguinte dica: divida a distância entre o nariz e a
sobrancelha em quatro partes; os olhos devem ficar sobre a linha logo abaixo das so-
brancelhas.
5. A distância de um olho ao outro corresponde à medida do próprio olho.
6. A largura da boca deve ficar entre a distância das pupilas.

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O desenho da cabeça humana através da técnica do losango.

A partir de um losango deve-se ir colocando as partes referentes ao rosto, tendo o


losango como limite.

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Formatos de rostos

redondo

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O olho

O olho é uma das partes mais expressivas do corpo. Para desenhar o olho sigam
as seguintes dicas:
1. A íris não deve apresentar-se de forma total no globo ocular e deve ter as extremidades
mais escuras.
2. A extremidade da íris deve ser mais escura
3. A pupila é sempre escura
4. Não esquecer o os pontos luminosos na íris e na pupila.
5. As sobrancelhas são maiores nos cantos. As sobrancelhas das pálpebras inferiores
são menores e mais distantes uma das outras
6. Se o lho não for oriental, colocar sempre uma prega na pálpebra superior.
7. A pálpebra superior faz uma leve sombra sobre o globo ocular.
8. Os pêlos da sobrancelha devem seguir sempre um mesmo sentido, ou seja, do centro
para as extremidades.

Após treinar muito o olho você está apto a criar seu próprio estilo como nos exemplos
mostrados

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Movimento de olhos

Siga as linhas de indicação para movimento dos olhos.

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Desenho de rosto por recorte de imagens de faces.

Recorte de revistas imagens de olhos e desenhe primeiramente, as formas (curvas,


quebradas e mistas), em seguida os rostos como no exemplo.

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Olhos estilizados

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Nariz

Assim como as orelhas o nariz não apresenta muitas possibilidades de posições,


porém, as dificuldades que as pessoas encontram são as mesmas.
Há muitos formatos de narizes dependendo da raça ou por questões genéticas,
mas o princípio é o mesmo.
Observando as dicas abaixo e treinando um pouco você aprenderá a desenhar o
nariz de forma rápida.

Desenhando o nariz

O nariz pode ser dividido frontalmente em três partes que podem ser definidas por
três círculos orientados por um eixo central em forma de cruz invertida.
Lateralmente o nariz pode ser desenhado a partir da forma de um quatro (4) como
se pode observar nos desenhos que seguem

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Boca

Assim como os olhos a boca apresenta movimento, só que muitas possibilidades


diferentes. Ela ainda apresenta as seguintes características:
a) O lábio superior é mais fino que o inferior.
b) O meio da boca coincide com o centro do nariz.
c) A divisão dos lábios apresenta saliências.
d) A boca pode ser dividida ainda em seis partes como mostra um dos desenhos.

Desenho da boca

Observe as linhas de marcação no desenho da boca e depois de assimilá-los, pro-


cure desenhá-la a partir de fotos e de pessoas conhecidas.

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Bocas estilizadas

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Orelhas

A orelha é a parte menos visível do rosto humano, por isso, apesar de ser simples,
muitas pessoas têm dificuldades em desenhá-la. Normalmente ela apresenta três possi-
bilidades comuns de visualização: vista frontal, lateral e traseira.

Desenho da orelha

A orelha por ser desenhada de muitas formas, quase todas elas tomam como
referência outros elementos conhecidos como, por exemplo:
a) Podemos desenhar a orelha a partir da letra “c” ou do sinal de interrogação “?”
b) Podemos desenhá-la a partir de um funil.
c) Podemos desenhá-la partindo de um espiral.
d) Podemos desenhá-la a partir de dois círculos.

Obs. Não nos esqueçamos que normalmente a orelha fica entre a extremidade do nariz e
a extremidade da sobrancelha.

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Desenho de rostos

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Cabelos

Dizem que os cabelos são a moldura do rosto. Realmente os penteados Os pente-


ados representam um aspecto muito importante na fisionomia de uma pessoa.
Há pessoas que se destacam pelos seus penteados, outros buscam representar
suas ideologias através dos penteados. Desta forma podemos dizer que o penteado
pode dizer muito de uma determinada pessoa.
Sabemos que penteado da moda e aqueles que nunca saem de moda, porém
nem todas as pessoas ficam bem com certos penteados, pois depende muito do formato
do rosto.

Tipos de penteados

Apresento a seguir alguns tipos de penteados para que você possa se inspirar e
criar outros estilos.
Uma dica importante no desenho de penteados é buscar iniciar as linhas que lhe
darão volume a partir de uma linha guia, ou seja, da linha que normalmente divide o
penteado.
Caso queira maiores dicas de técnicas de desenho de cabelos, há vídeos muito
interessantes na internet, mostrando passo a passo como se desenha cabelos e o uso de
borracha e lápis.

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Mãos

Normalmente as mãos são consideradas as partes mais difíceis de desenhar do


corpo humano. Porém as mãos das figuras de moda são mais simples de desenhar, pois
são mais estilizadas.
Para um bom aprendizado do desenho de mão três regras devem ser observadas:

1. O formato da palma da mão corresponde a um trapézio e o seu tamanho corresponde


ao tamanho do maior dedo (anular).
2. As posições das articulações são diferentes.
3. Os tamanhos dos dedos em relação aos outros são diferentes.

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Diferentes métodos de desenho de mãos

Há muitos métodos de desenho de mãos observe as dicas abaixo de construção


de mãos e com o tempo crie seu próprio método.

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Poses das mãos

Observando as dicas e treinando bastante o desenho da mão em várias posições,


você certamente aprenderá a desenhá-la.
Apresentamos aqui várias posições referentes às mãos de forma soltas e em rela-
ção a algumas poses de moda.

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Os pés

Apesar de proporcionar menos possibilidades de movimento em relação à mão os


pés apresentam maios dificuldade em duas posições; quando visto de frente e quando
visto por trás.
O ideal é que o pé para figuras de moda deva ser alongado e na posição em que ele
possa ser visto do alto, deixando visível o calçado.
Para desenharmos o pé, duas formas são fundamentais o triângulo, serve de base
para toda extensão do pé e o círculo referente ao calcanhar.
O pé visto de perfil tem como característica uma cava em um dos lados, permane-
cendo reto do outro lado.

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PERNAS

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Atividade

Desenhe os quadros e insira as posições apresentadas em cada um deles.

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POSES MASCULINAS E FEMININAS PARA MODA

Reproduza as poses abaixo e depois tente colocar roupas e acessórios.

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ACESSÓRIOS

Tão importante quanto desenhar as partes do corpo é desenhar alguns acessórios


muito comuns no desenho de moda. Entre esses acessórios destacamos os sapatos e os
chapéus.

Chapéus

A variedade de chapéus que encontramos hoje é muito grande e muitos deles


acompanham as tendências de moda. Há também o caso de chapéus que eram predo-
minantemente masculinos e hoje são usados por mulheres.
O chapéu é um acessório que diz muito sobre a personalidade de quem usa, por
isso sempre que possível coloque em seus desenhos algum tipo de chapéu para desta-
car mais ainda seu look.
Apresentarei a seguir alguns tipos de chapéus e dicas de como desenhá-los.

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Calçados

É importante personalizar os figurinos de moda com algum tipo de calçado como


forma de identificar um estilo ou dar vida e graça a um look demasiadamente formal.
O desenho do sapato passa primeiro pelo desenho dos pés, pois normalmente eles
apenas acompanham os contornos dos pés.
Hoje existem sapatos dos mais diferentes formatos, matérias, proporções, estilos e
para diversas ocasiões. Ou seja, há gosto para todo mundo.
Como as mulheres consomem mais calçados que os homens, apresentarei a se-
guir desenhos de alguns tipos de sapatos, afinal todo bom designer deve conhecer o
melhor tipo de sapato para a roupa que vai criar.

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Tipos de sapatos

1. Anabela: Sapato com sola em formato de cunha;


2. Ankle Boot: É um tipo de bota que o cano é baixo, na altura dos tornozelos (que é
ankle em inglês);
3. Boneca: Sapato com pulseira abotoada no tornozelo, sem saltos ou com saltos bai-
xos. Foram originariamente criados para crianças;
4. Bota: Sapato todo fechado e que tenha cano médio ou alto;
5. Chanel: Modelo criado pela Chanel, esse sapato tem a frente fechada, deixando o
calcanhar à mostra, apoiado por uma tira;
6. Mocassim: Criado pelos índios norte-americanos é um pedaço de couro que envolve
o pé por baixo. As sobras nas extremidades são franzidas e costuradas na parte superior.
em forma de ‘U’;
7. Mule: Sapato fechado somente na frente, com o calcanhar livre. Parece com o mode-
lo Chanel, porém não tem a tira pra amarrar no pé.
8. Peep Toe: São sapatos com os calcanhares fechados, e abertos na ponta, mostran-
do pelo menos um dos dedos do pé. Vem do inglês ‘peep’, que quer dizer começar a
aparecer, e ‘toe’, dedo.
9. Plataforma: Sapato de sola grossa, tanto na frente, quanto no salto.
10. Sandália: É um calçado preso aos pés por meio de tiras. É o mais comum e versátil
dos tipos de calçados, e seu salto pode ser desde tamanho alto até rasteirinha;
11. Sapatilhas: São sapatos leves, baixos e simples, podendo ser de couro ou plástico.
12. Scarpin: O scarpin é o sapato feminino propriamente dito. É fechado, com salto
baixo ou médio e uma linha que se afina em direção ao bico. Deve ter salto, com medida
mínima de 4 cm. Se o salto for maior que 10 cm, o Scarpin passa a ser chamado de
‘Stiletto’;
13. Tamanco: É a denominação de um tipo de calçado sob a qual cabem vários subtipos.
Mas quase sempre denomina uma plataforma de madeira como solado, e que pode ter
alturas variadas. Tanto pode ser fechado como um sapato, como aberto, como uma san-
dália

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O movimento do tecido (panejamento)

Tão importante quanto o movimento do corpo é o movimento do tecido sobre o


corpo, ou seja, o caimento. Saber como se comporta o tecido em cada movimento do
corpo é muito importante na ora da criação de uma peça de roupa, pois esse detalhe
pode ser fundamental na escolha de uma determinada peça pelo cliente

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DETALHES DE ROUPAS

Drapejados, babados, franzidos

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EXEMPLO DE DESENHOS DE ESTILISTAS

Ellen Karol

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Badley Mischka

Yves Saint Laurent Jean Paul Gautier

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Natália Freitas
(minha filha -11 anos)

Valéria Docampo Naomi Austin

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Otávio Meneses

Symbolon Stina Person

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BIBLIOGRAFIA

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