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A Volta do Medo
Esperamos que eles chegassem até nossa margem. Podíamos ver os rostos. Parecia
gente comum. Tínhamos imaginado algodiftrente. Bem, eram americanos!
Liubova Kozinchenka,
Exército Vermelho, 58' Divisão de Guardas
Acho que não sablamos o que esperar dos russos, mas quando a gente olhou bem
para eles, podiam ser uma coisa ou outra, sabe? Se botar um uniforme americano
neles, podiam ser americanos!
AI Aronson,
Exército dos EUA, 69" Divisão de Infantaria'
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G História da Guerra Fria
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8 História da Guerra Fria
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Bem, e daí? Que queria Stalin? Faz sentido começar por ele, pois só
ele, entre os três líderes do pós-guerra, tivera tempo com autoridade
para identificar e escolher suas prioridades. Com sessenta e cinco anos
de idade ao final da guerra, o homem que governava a União Soviética
estava fisicamente exaurido, rodeado de sicofantas, pessoalmente soli-
tário _ mas ainda no controle de modo firme, amedrontado r. Como
assinalou um diplomata americano, o bigode mal cuidado, os dentes
manchados, o rosto com marcas de varíola e os olhos amarelos "da-
vam-lhe o aspecto de um tigre velho curtido na luta. (...) Um visitante
Moscou.
desinformado não imaginaria o quanto de maquinação, ambição, amor
ao poder, desconfiança, crueldade e dissimulada índole vingativa se
escondiam por trás daquela aparência despretensiosa."4 Por uma série
de expmgos na década de 30, havia muito Stalin tinha eliminado todos
os seus rivais. Um arquear de sobrancelha ou estalar de dedos, como
UNIÃO
sabiam seus subordinados, poderia ser a diferença entre vida e morte. SOVIfTICA
Surpreendentemente baixo - apenas 1,63m - apesar disso o homen-
zinho barrigudo era um gigante que dominava um país gigantesco. .IGC\'
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tências, reviveriam a Liga criada por Wilson I1a forma de uma n~va
"O equilíbrio foi destruído (.. ,) Isso não pode ser."27
Ademais, ao ver a bomba abreviando daquela forma a guerra e, organização de segurança coletiva das Nações Unidas e incentivariam
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da Segunda Guerra Mundial; mas seu chefe, .Josi.r Broz !ito, ch~g~ra
~. O golpe.tcheco convenceu o congresso dos Estados Unidos _ que
ao poder po!" conta própria-Ele e seus guerr~e~ros e nao o Exercito
amda não tinha aprovado o programa de Truman para recuperação
Vermelho tinham expulsado os nazis; aocontranodo que .acontece~a
da .Europa - a fazê-Io rapidamente. Os acontecimentos de Praga,
em qualquer outro pais do leste europeu, Tito não dependia do a?o~o
mais o bloqueio de Berlim, convenceram os beneficiários europeus
de Stalin para se manter no poder. Tentativas de submetê-lo à ortodoxia
da assistência econômica americana de que também precisavam de
do Cominform irritaram Tiro e, no final de junho de 1948, ele rompera
proteção militar, o que os levou a pedir a criação da Organização do
abertamente com Moscou. Stalin declarou que isto não o perturba-:a.
Tratado do Atlântico Norte, que comprometeu os Estados Unidos,
"Basta mover o minguinho e não haverá mais Tito. "46 Mexeram m~lto
pela primeira vez em sua história, com a defesa da Europa ocidental
mais do que um dedo na União Soviética e no m?vimento co~umsta
em tempo de paz. Suando Stalin, a contragosto, levantou o bloqueio
internacional diante desse desafio de um comunista ao Krernlin, mas
de Berhm, em maio de 1949, o Tratado do Atlântico Norte estava
Tito sobreviveu - e logo estava recebendo ~ssistência"econômica ~o:
assinado em Washington e a República Federal da Alemanha fora
Estados Unidos. O ditador iugoslavo podia ser um filho-da-mãe,
proc1~mada.em Bonn - outro resultado que Stalin não esperava. A
admitiu acerbamente o novo secretário de Estado americano Dean
heresia de Tiro permaneceu impune, demonstrando que era possível
-Acheson, em 1949, mas agora ele era o "nosso filh 0-d a-~ae. - "47
aos próprios comunistas conseguir um certo grau de independência
Enquanto isso, Stalin se envolvera n.uma av~ntura amd~ men~s
de Moscou. E não havia qualquer sinal de divergências entre os ca-
promissora: um bloqueio de Berlim. Ainda hOJ~ se~s mot~vos na~
pitalistas - ou da guerra entre americanos e ingleses _ que as ilusões
estão claros. Talvez, tirando proveito da dependência das linhas de
ideológicas de Stalin o tinham levado a esperar. Sua eS~lfatégiapara
.. suprimento através da zona soviética de ocupação, espe~asse forçar
tomar o COntrole da Europa do pós-guerra estava em ruínas ~ mais
americanos, ingleses e franceses a desocuparem seus respectivos setores por culpa dele mesmo.
da cidade dividida. Ou talvez desejasse desacelerar-lhes o esforço de
consolidar suas respectivas zonas, que provavelmente viriam a produzir VI
um poderoso estado alemão ocidental dentro do qual Moscou não
teria a menor influência. Pelo men~s assim parece em retrospecto. Mas não pareceu na época.
Qualquer que fosse a intenção, o bloqueio de Stali~ foi um :iro pe~a Em vez diSSO,os anos de 1949 e 1950 viram uma série de reveses
culatra igual a sua tentativa de enquadrar Tito. O: ~Iados oC1d~ntals aparentes do Ocidente, nenhum deles substancial o suficiente para
reverter o processo pelo qual os Estados Unidos e seus aliados tinham
improvisaram uma ponte aérea para a cldad~ sitiada, conq~lstan-
do, desta forma, a gratidão enfática dos berlinenses, o respeito da assumid~ a iniciativa na Europa, onde era realmente importante.
maioria dos alemães e um triunfo global de relações públicas que fez Quem Viveu estes eventos, contudo, não tinha como perceber. A
com que Stalin parecesse cruel e incompetente. "S a1arrartos,
LI' "
anotou eles pareceu que as vitórias que o Ocidente teve na Europa estavam
defensivamente o velho chefe num despacho diplomático so.b,reos ultrapassadas pela inesperada expansão da Guerra Fria, quase simul-
acontecimentos. "É tudo mentira (.. ) Não é um bloqueio, é uma taneamente, em diversos fronts cada vez maiores, sem perspectivas
favoráveis em nenhum deles.
medida defensiva. "48
Úefenslva pode Ler-sido, ruas 0 Cddtcr ofensivo desta e de outras O primeiro no domínio da tecnologia militar. Os americanos
medidas adotarias por Stalin em resposta ao Plano Ma.rshall terminou _.'!~peraram que se~_monopólio da bomba atômica durasse de seis a
aumentando, em vez de diminuir, os problemas soviéticos de seguraa- oito anos: daí a desproporcional vantagem em forças convencionais
do Exército Vermelho não os preocupar muito. "Enquanto pudermos
I.
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clear soviética em 23 de setembro. O Kremlin então a confirmou. de Truman ter anunciado a existência da bomba atômica soviética _ o
Para os americanos, as implicações foram assustadoras. Sem o mo- vitorieso Mao Tse-tung proclamou a República Popular da China.
nopólio atômico, o governo Truman teria que pensar na e~pansã~ de A come~oraçã.o que ele tez na Praça da Paz Celestial (Tiananmen)
suas forças convencionais, talvez desdobrando parte delas em carater em Pequim assInalou o final de uma guerra civil entre nacionalistas
permanente na Europa, contingência não prevista no Tratado do e co~unistas chineses que atravessara quase um quarto de século.
Atlântico Norte. Teria de produzir mais bombas atômicas para manter O trIunfo de Mao surpreendeu tanto Truman quanto Stalin: eles
uma supremacia quantitativa e qualitativa sobre a U~SS' '. E ~iu~se a ach.avam q~e os nacionalistas, havia muitos anos sob a liderança de
considerar uma terceira e mais draconiana opção, cUJa existencia os ChIang Kal-s~ek, continuariam a governar a China após a Segunda
cientistas americanos só então revelaram a Truman: tentar fazer a Guerra .~undIal. ~enhum ~os dois previu que, quatro anos depois
chamada "superbornba" - bomba termonuclear.ou "de hidrogênio," da rendIçao do ]apao, os naCIOnalistas fugiriam para a ilha de Taiwan
na terminologia atual - que seria no mínimo mil vezes mais ~otente e os comunistas se aprestariam para governar a nação mais populosa
do mundo.
do que as armas que tinham devastado Hir~shim~ e ~agasaki.
Afinal, Truman aprovou as três alternativas. Sdenc!Osament~ ~u- Sig~ificava isso que a China seria agora um satélite soviético? In-
torizou uma produção acelerada de bombas atômicas: por ocasião fluenClados pelo que acontecera na Iugoslávia, Truman e seus assessores
do teste soviético, os Estados Unidos possuíam menos de 200 em acharam que não. "Moscou tem pela frente uma tarefa considerável
seu arsenal, insuficientes, segundo',,;~ estudo do Pentázono, para tentar pôr os comunIstas chineses sob seu controle absoluto" concl "
garantir a vitória sobre a União . C' . , .
00VICtlC;;'se ocorresse uma g uerr~ 50ct.,
uma anáiise do Departamento de Estado no final de 194'8, "se ~~:
Em seguida, em 31 de janeiro de 1950, anunciou que os Estados por outra, peÍa simpies razão de- que Mao Tse-túng~está encasteiado
no peder por quase dez vezes mais tempo que Til'o."5! Ambos, Mao
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. os Estados traição nos altos escalões parecia além do plausível - até que, em 25
d . des casos de espiOnagem, um n .
-- que estouraram OISgran.:..... '71 de '~eiro,:o ex-funcionáno do de junho de 1950, a Coréia do Norte invadiu a Coréia do Sul.
Unidos e outro na Inglaterla . .r..m -: c} de nado por perjúrio ao
d E d Al er HlSS101 con VII
Departamento e sta ,o. gh 'do agente soviético durante o fim da
. mento que un a SI . lê A Coréia, como a Alemanha, foi ocupada em conjunto por forças
negar, so b )ura, . ,'. danos 40 TAres dias após , o governo mg es
década de 30 e o 101ClO os _ ,'. é Kl us Fuchs confessara ter soviéticas e americanas no fim da Segunda Guerra Mundial. A nação
. . al mao emigr , a ~ ,
revelou que um Clentlsta e d balhava no Projeto Manhattan fizera parte do império japonês 1910 e, quando a resistência
desde
espionado para os russos quan o tra japonesa subitamente desabou no verão de 1945, o Exército Verme-
durante a guerra. , não eram novidade. Ao longo da lho, que planejava invadir a Manchúria, viu caminho aberto também
Preocupações com esplOn~gem iética e por volta de 1947, para o norte da Coréia. Ao sul, a porta também se abriu para algumas
al - s de espIOnagem sovieuca c.
guerra h ouve egaçoe ara lançar um programa de con- tropas americanas cuja missão original fora invadir as ilhas japonesas,
Trurnan preocupava-se o bastante p Mas não houvera confirmação Portanto, a península foi ocupada mais por acidente que por intento:
, d "1 aldade" em seu governo. o que provavelmente explica o fato de .Moscou e \iVashington entrarem
rrote e e
d . a em, ate'quase estourarem
simultaneamente
.
clara de casos e esplOn g fi _ d F chs Não precisou muito sem maior dificuldade em acordo a respeito de o paralelo 38°, que
(" ., - d H' e a con ssao e r-ucns-
t a condenaçao e lSS b cisão como se viu - que cortava a península pela metade, servir de linha de limite à espera de
.- 1 . - com astante pre . ,
.' esforço par.a se conc UI~.
os espiões unham permlt1do, a
'União Soviética chegar tão rapidamente
bé facilitado a vitória de Mao
um governo coreano
As retiradas aconteceram
único e da retirada das forças de ocupação.
em 1948-49, mas não houve acordo so-
A' 57 Tenam tam em,
b b
à sua om a atoffilca, . ' , desastrosos demais para se bre qUem governaria o país, que continuou dividido. A República da
. hi ? O·s acon teClmentas _pareCIam
'. na C 11Oa. d ' : do governo, Coréia, apoiada pelos americanos, controlava o sul, resultado de uma
, idê 'a No pensamento ecntLCOS
. pensar em mera C010CI enCl . , eleição sancionada pela ONU, enquanto a República Democrática da
r d ontos começoU a se conectar.
um perturbado r numero e? _ d foi o senador Joseph Coréia, apoiada pela União Soviética, controlava o norte, onde não
O vetor mais visível de hgaçao os P:ttoS do Wisconsin que, houve eleição. A coisa comum aos dois países era uma guerra civil, cada
repu
McCarthy, um até então obscuro b lC:~s~ãO de como a União lado afirmando-se governo legítimo e ameaçando invadir o outro.
em fevereiro de 1950, come~ou a ate r a q b tômica quando os Mas nenhum podia fazê-lo sem o apoio de uma superpotência. Os
,, . , ;. - pldamente a bom aa ,
Soviéuca conseguira tao ra id A resposta, americanos negaram apoio aos aliados sul-coreanos, principalmente
, . China com a mesma rapi ez.
comunistaS dom1Oa~am,a d 1," do Clube Republicano de Mu- porque o governo Truman decidira abandonar todas as posições no
1 - ante a lOuslta a platela , . . di continente asiático e se concentrar na defesa de pontos-fortes insu-
acusou e e V' .' "não se devia ao inimigo inva Ir
lheres de Wheeling, West ldrgll1l~,_ na eles ( ) que desfrutavam lares como o Japão, Okinawa e as Filipinas, embora não de Taiwan.
. . e tralçao d aqu ...
nossas praias, mas aos a~os 'rl'c"a da terra tinha a oferecer, as me- O presidente da Coréia do Sul, Syngman Rhee, muito tentou em
d os b ene f"IClOS que a nacao ,
mais
.' ári e os melhores empregos
.
Washington apoio para sua ambição de libertar o norte, bem como
lh . educação unlverslt na .
lhores casas, a me or. , 'os meses seo-uintes tentou o general Douglas MacArthur, comandante das forças de ocu-
" "58 O overno Trumau passou van te>
no gov~rno. _g ~ _ s de lv1cCarthy, qUê começavam a perder pação americanas no Japão, mas nunca conseguiu. Uma das razões
respondendo as acus,~ç,oe. ~ rp,,"'! "-:-:~;;v~ de~esper8rl:lmente . para os americanosretirarem suas tropas da Coréia do Sul foi, aliás, o
i:b"'d- do à mecica que v 0~u~-,,)j L~___ • d
crecu 111 a c, , • 'pianação alezan o temor de que o imprevisível Rhee ~~s-clvesse "marchar rumo ao norte"
:. 'fi-' _I
ca as. . . Por piores que fossem as coisas, uma ex t>
)1.LSU e arrasrá-los a uma guerra que não desejavarn.t?
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dor como fosse. Kennan, no início de 1950, temia que não houuesse
guerra totalmente nova. "(,~
u~mfuturo. Num ~e.morando ultra-secrem que fez para o governo
VIII 1ruman - e que fOI Ignorado - ele disse que historicamente o uso
da força sempre fora "outro meio que não a guerra para um fim (...)
A vitória na Segunda Guerra Mundial, portanto, não gerou qualquer um fim que pelo menos não renegue o próprio princípio de vida."
sensação de segurança nos vencedores. Em fins de 1950, nem os Mas bo~~as atômicas e bombas de hidrogênio não guardavam esta
Estados Unidos, nem a Inglaterra e tampouco a União Soviética po- caractenst!ca:
diam considerar que as vidas e os recursos despendidos para derrotar
Alemanha e Japão os tinham tornado mais seguros: os membros da Elas retroc~dem para além das fronteiras da civilização ocidental,
Grande Aliança eram agora adversários na Guerra Fria. Os interesses para os conceitos de guerra em certa época familiares às hordas asiáti-
afinal eram incomparíveis: as ideologias se conservavam no mínimo cas. Realmente não podem se ajustar a um propósito político voltado
tão polarizadoras quanto antes da guerra; temores de um ataque de para a modelagem e não para a destruição da vida do adversário. Não
conseguem levar em consideração a responsabilidade final do homem
surpresa continuavam a inquietar os militares em Washington, Londres
pelo seu s~melhante e até mesmo pelos erros e equfvocos uns dos ou-
e Moscou. Urna competição pelo destino da Europa no pós-guerra
tros. Imp!lcam n~ admissão de que o homem não só pode ser mas é
agora se estendera à Ásia. A ditadura de Stalin permanecia tão cruel- e seu próprio e mais terrível inimigo. '
dependente de expurgos - quanto sempre fora; mas.com o surgimento
do rnacarthisrno nos Estados Unidos e diante de provas irrefutãveis de A lição, insistiu Kennan, vinha de Shakespeare:
que houvera espionagem nos dois lados do Atlântico; não estava muito
claro se as democracias ocidentais poderiam preservar a tolerância com Power into will, wi/l into appetite
dissidências e o respeito pelas liberdades civis que as distinguiam dos And appetite, a universal wolf,
ditadores, fossem das variedades fascista ou comunista. 50 doubly seconded with wi/l and pou/er;
"A verdade é que em cada um de nós, bem no fundo, em algum Must make perforc« a universal prcy
lugar, existe uma pequena dose do totalitário," disse Kennan aos es- And last eat himself up, 71
tagiários do National War College em 1947. "É a luz estimulante da
confiança e da segurança que mantém este gênio do mal submerso (.. ) o poder em vontade, a vontade em ambição
Se desaparecerem a confiança e a s egurança, não pensem que ele não E a ambição. lobo univcrsal,
Duplamenrc acompanhada de vontade e de poder.
estará esperando para substituí-Ias. "ú~ Este alerta partido do criador da Precisa fazer uma vírima
estratégia da contenção - de que o inimigo a ser contido podia facil- E, por fim, se aurodevorar.
mente estar tanto entre os benefici ários da liberdade quanto entre seus (Troi/IIS and Crvssida, 10 .IIG, 1.:«:11;1 J)