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CURITIBA
2021
ARTHUR CORREIA BAYER
EDUARDO BULKA LEONETTI
GUSTAVO SERBENA
LEONARDO MARCANTE DA CRUZ
CURITIBA
2021
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 ............................................................
INTRODUÇÃO 4
2 . . . . . . . . . . . . . . . .E. .CONTEXTUALIZAÇÃO
APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DO
. . . .CASO
................... 5
3 .DESDOBRAMENTO
. . . . . . . . . . . . . . . . .DO
. . .CASO
....................................... 9
3.1 A COMPREENSÃO, AS VIVÊNCIAS E AS REIVINDICAÇÕES DOS
.................................................................
TRABALHADORES 9
3.1.1 Compreensão
............................................................ 9
3.1.2 Vivências
............................................................ 11
3.1.3 Reinvindicações
............................................................ 11
3.2 . . VISÃO
A . . . . . .E
. .O. .POSICIONAMENTO
. . . . . . . . . . . . . . . . .INSTITUCIONAL
. . . . . . . . . . . . . .DA
. . .VOLKSWAGEN
. . . . . . . . . . . . . . 12
4 A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SEU AUXILIO NA
. . . . . . . . . . . . . . . DO
COMPREENSÃO . . . CASO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5 . . . . . . . . . . . . . . . . .FINAIS
CONSIDERAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
REFERÊNCIAS
4
1 INTRODUÇÃO
adequado para comportar sua fábrica em São Bernardo do Campo, sendo este o
cenário principal dos eventos que serão estudados e discutidos mais adiante neste
relatório.
A Volkswagen tendo tomado esta decisão, fez o governo de JK ver na
empresa automobilística um potencial e uma oportunidade muito grande, o que o
levou a proporcionar uma série de incentivos comerciais, cambiais e de crédito,
como por exemplo, a isenção de taxa para a importação de equipamentos e
maquinário automobilístico, créditos com juros muito abaixo da média, entre outros,
o quê acabou facilitando a afirmação da VW no Brasil. Estima-se que, até 1960, a
Volkswagen teve em torno de 8,4 milhões de marcos alemães em vantagens
financeiras. Decorrência disso, a VW do Brasil acabava por se tornar líder no
mercado automobilístico, isto poucos anos após a inauguração de sua fábrica.
Chegando ao fim em 1961 o mandato de Juscelino Kubitschek, na época não
existia a possibilidade de reeleição, quem assume a presidência do Brasil é João
Goulart. Sua gestão foi marcada desde o início pelos altos índices de inflação,
chegando a alcançar 78,4% em 1963 (dado retirado do Fundo Monetário
Internacional - FMI), além de, em 1963, a economia brasileira estagnar pela primeira
vez desde a Segunda Guerra Mundial. Os planejamentos do governo de João
Goulart envolviam redução de investimentos e também reformas sociais,
reapropriando terrenos baldios, estes pertencentes a latifundiários, e arrendamento
planejados de terras, com a intenção de amenizar a desigualdade social que tanto
castigava a população rural. Estas práticas, vistas como esquerdistas, não
agradaram os grandes proprietários de terras e a burguesia industrial paulista. Todos
esses fatores culminaram em uma mobilização por parte das Forças Armadas que
gerou o golpe contra o governo de João Goulart, em 1º de abril de 1964. Tendo
como início este golpe, se instaura uma ditadura militar no Brasil, que duraria até
março de 1985. Inicialmente, o golpe que havia sido aplicado e a ditadura que o
acompanhava não afetou diretamente a vida da Volkswagen do Brasil. Sob a
presidência do executivo alemão Friedrich Schultz-Wenk, que apesar de ter se
naturalizado brasileiro se auto declarava alemão e possuía uma relação íntima com
o presidente da matriz na Alemanha, a VW do Brasil fazia parte da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), sendo esta responsável por criar, logo
nas primeiras semanas pós golpe, o Grupo Permanente de Mobilização Industrial
(GPMI), garantindo o apoio da FIESP e as indústrias que a compunha ao governo
militar. Além disso, em carta enviada para Nordhoff, presidente da VW na Alemanha,
Schultz-Wenk parecia demonstrar-se positivo e contente com o golpe que havia sido
aplicado. É basicamente neste momento que iniciam nossos estudos e pesquisas,
pois nos anos que se seguiram, a ditadura foi responsável pela prisão, tortura e
7
Desde o início da ditadura, por mais que fosse vista de forma otimista, o
presidente da Volkswagen, Heinrich Nordhoff, tinha certa cautela e não tinha
interesse em se envolver diretamente com a política brasileira. Entretanto, seu
sucessor que assumiu o cargo em 1968, Kurt Lotz, pensava de uma forma diferente
e optou por estreitar os laços com o governo militar brasileiro, reflexo dos bons
resultados que a VW do Brasil obteve nestes quatro primeiros anos de ditadura.
Pensando nisso, Lotz, juntamente com o que viria a ser seu sucessor na empresa,
Rudolf Leiding, viajavam para o Brasil todos os anos, a fim de observar de perto a
filial brasileira e o que se passava por lá. Na época, o presidente do Brasil e líder do
governo militar era o General Emílio Garrastazu Médici, que entre 1969 e 1974
governou através de inúmeras violações dos Direitos Humanos.
Em 1969, as Forças Armadas, a Polícia Federal e a Polícia Estadual de São
Paulo organizaram a Operação Bandeirante (OBAN), cuja finalidade era combater
os militantes de esquerda. Como já havia sido planejado um ano antes, a OBAN
contou com o apoio dos membros da FIESP, já que o equipamento técnico da
Operação Bandeirante não era financiado pelo governo. Dentre as empresas que
eram membros da FIESP, a Volkswagen do Brasil era uma das principais. Os
automóveis utilizados, desde o início, pela OBAN eram da Volkswagen e da Ford.
Existiam também rumores de que estes veículos haviam sido fornecidos
gratuitamente pelas montadoras, entretanto, com a inexistência de nenhum dossiê
da OBAN não há como comprovar isto, mas devido ao fato de a FIESP ter
concordado em auxiliar na luta contra os militantes de esquerda, é extremamente
provável que a Volkswagen participou de alguma forma, podendo ser sim
fornecendo veículos para os oficiais e agentes da OBAN.
A partir do momento da criação da OBAN, segundo dossiês do Departamento
Estadual de Ordem Política e Social (DOPS), ocorreram inúmeras trocas de
informações, partindo do Departamento de Segurança Industrial da Volkswagen do
Brasil para os órgãos de repressão da ditadura. Não fica comprovado se houve
algum contrato por escrito que afirmasse este compromisso da VW do Brasil em
colaborar com informações de seus funcionários, nem mesmo solicitações formais
que partissem do DOPS. Com o auxílio destas informações que eram repassadas,
foram feitas inúmeras prisões de militantes contrários ao governo militar, dentre as
pessoas que foram delatadas pela VW do Brasil está o ferramenteiro Lúcio
Bellentani, que foi preso no dia 29 de julho de 1972 dentro das limitações da fábrica.
No documentário da DW Brasil “Cúmplices? - A Volkswagen e a Ditadura Militar no
Brasil”, de 2017, é apresentada toda a história de Lúcio Bellentani e acompanha sua
luta atual para que a Volkswagen ao menos se responsabilize por contribuir com a
ditadura militar e desculpe-se com as vítimas de prisões e torturas, assim como ele.
9
3 DESDOBRAMENTO DO CASO
3.1.1 Compreensão
3.1.2 Vivências
3.1.3 Reinvindicações
Mas a partir de uma investigação que teve início em 2015, quando processos
civis foram abertos contra a empresa, após sindicatos entrarem com pedido em
consonância com a Comissão Nacional da Verdade (CNV). O caso começou a ter
seu andamento dentro do Ministério Público Federal (MPF), no qual foi produzido um
relatório durante todo esse período constatando a culpa da VW.
e vários de seus colegas não serem de fato, monstros, como muitos estavam
julgando-os. A Banalidade do Mal discorre sobre o fato de que esses homens foram
levados a agir desta forma por estarem em uma estrutura em que o extermínio em
massa de pessoas era almejado pelo estado. Ao realizarem o que o Estado
desejava, obtinham sucesso em suas carreiras (ARENDT, 1999). Ao relacionarmos o
estudo da Memória e Cultura Organizacional, a Comunicação Organizacional ajuda
a compreender que este conceito pode também ser aplicado. Não como forma de
justificar ou apagar atos terríveis cometidos contra os cidadãos brasileiros, mas para
entender justamente, como já citado na pergunta anterior, a criação deste sistema
de opressão nas fábricas da Volkswagen. A Segurança Industrial da Volkswagen,
comandada por Ademar Rudge, agia nas sombras como instrumento da repressão
política, uma vez que Rudge sentia-se muito comprometido com os órgãos de
segurança do regime militar brasileiro, devido ao seu antigo cargo como oficial das
forças armadas. De uma forma abrupta e burocrática, a Volkswagen construiu um
sistema repressivo muito peculiar, apresentado para a sociedade, com muita
eficiência pela segurança industrial, como legítima.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. In: FGV. Estudos Históricos. 10.
ed. Rio de Janeiro, v. 5, 1992, p. 200-212.