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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO


COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

ARTHUR CORREIA BAYER


EDUARDO BULKA LEONETTI
GUSTAVO SERBENA
LEONARDO MARCANTE DA CRUZ

QUANTOS OPRESSORES CABEM EM UM FUSCA? - UM ESTUDO DE CASO


SOBRE A VOLKSWAGEN E A DITADURA MILITAR NO BRASIL

CURITIBA
2021
ARTHUR CORREIA BAYER
EDUARDO BULKA LEONETTI
GUSTAVO SERBENA
LEONARDO MARCANTE DA CRUZ

QUANTOS OPRESSORES CABEM EM UM FUSCA? - UM ESTUDO DE CASO


SOBRE A VOLKSWAGEN E A DITADURA MILITAR NO BRASIL

Trabalho elaborado como requisito para primeira


avaliação da matéria de Comunicação
Organizacional 2 do curso de Comunicação
Organizacional, do Departamento de Linguagem e
Comunicação, da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dra. Claudia Nociolini Rebechi

CURITIBA
2021
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNV Comissão Nacional da Verdade


DOPS Departamento de Ordem Política e Social
DOPS Departamento Estadual de Ordem Política e Socia
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
FMI Fundo Monetário Internacional
GPMI Grupo Permanente de Mobilização Industrial
JK Juscelino Kubitschek
MPF Ministério Público Federal
OBAN Operação Bandeirante
VW Volkswagen
SUMÁRIO

1 ............................................................
INTRODUÇÃO 4
2 . . . . . . . . . . . . . . . .E. .CONTEXTUALIZAÇÃO
APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DO
. . . .CASO
................... 5
3 .DESDOBRAMENTO
. . . . . . . . . . . . . . . . .DO
. . .CASO
....................................... 9
3.1 A COMPREENSÃO, AS VIVÊNCIAS E AS REIVINDICAÇÕES DOS
.................................................................
TRABALHADORES 9
3.1.1 Compreensão
............................................................ 9
3.1.2 Vivências
............................................................ 11
3.1.3 Reinvindicações
............................................................ 11
3.2 . . VISÃO
A . . . . . .E
. .O. .POSICIONAMENTO
. . . . . . . . . . . . . . . . .INSTITUCIONAL
. . . . . . . . . . . . . .DA
. . .VOLKSWAGEN
. . . . . . . . . . . . . . 12
4 A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SEU AUXILIO NA
. . . . . . . . . . . . . . . DO
COMPREENSÃO . . . CASO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5 . . . . . . . . . . . . . . . . .FINAIS
CONSIDERAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
REFERÊNCIAS
4

1 INTRODUÇÃO

O presente relatório tem como objetivo realizar um estudo de caso sobre a


relação da organização empresarial Volkswagen com a Ditadura Militar no Brasil. A
metodologia empregada para a elaboração deste trabalho, foi o estudo de
documentos, reportagens e documentários presentes em mecanismos de busca
relacionados com o tema a ser abordado. A elaboração foi realizada em etapas.
Primeiramente foi realizada uma pesquisa sobre o caso, utilizando como base o
documentário alemão "Cúmplices? A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil"
produzido pela DW Deutsche Welle. Além de reportagens e materiais produzidos
pela própria Volkswagen. A elaboração de trabalhos com a finalidade de estudos de
caso, são de extrema importância para a área da comunicação organizacional, pois
aumentam o conhecimento sobre o tema para a sociedade em geral, servem de
exemplo para outras organizações empresariais e apresentam metodologias novas
para o ambiente acadêmico. A primeira parte do relatório aborda uma
contextualização geral do caso, seguido de um aprofundamento no capítulo
seguinte, discorrendo sobre a perspectiva dos funcionários da empresa e da própria
organização. Em seguida há um capítulo dedicado a realizar uma análise crítica
sobre o papel da comunicação organizacional na compreensão deste caso e, por
fim, no último capítulo estão as considerações finais seguido das referências
bibliográficas utilizadas como base teórica deste relatório.
5

2 APRESENTAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO CASO

Seria interessante começar a contextualização geral do caso a partir da


chegada da VW no Brasil e o que motivou este acontecimento. Tudo começa em 23
de março de 1953, momento em que a Volkswagen se estabelecia no mercado de
exportação automobilística fora do continente europeu. A data destacada é
exatamente quando a VW se estabeleceu no Brasil, em parceria com a montadora
Brasmotor, criando uma linha de montagem do Fusca aqui no território brasileiro.
Esta parceria duraria até julho de 1954, encerrada pela rescisão de contrato por
parte da Brasmotor, o que levou a empresa alemã a investir para construir uma
montadora própria da Volkswagen aqui no Brasil. Isto acabou por ocorrer em 12 de
julho de 1955, com a VW fundando sua primeira montadora fora da Alemanha,
localizada em São Paulo, no bairro do Ipiranga.
O que estimulou a VW a se estabelecer no Brasil foi o grande potencial que o
país apresentava, considerando que a economia brasileira e dos países da América
Latina em geral apresentavam crescimento devido ao fato de serem países
predominantemente agrícola, tendo recebido uma demanda muito alta vinda da
Europa e dos Estados Unidos pelos bens agrícolas no período pós guerra.
A ideia do presidente da Volkswagen na época era estudar no futuro criar uma
fábrica no Brasil, sendo feita toda fabricação dos automóveis em solo brasileiro,
porém, ainda existiam muitas dúvidas e incertezas sobre o mercado brasileiro. Em
consequência disso, optou-se por manter apenas a montadora, importando as peças
da matriz na Alemanha, isto porque as taxas de importação do carro pronto eram
muito altas, sendo muito mais vantajoso importar apenas as peças e montar o
automóvel aqui. Entretanto, Heinrich Nordhoff, presidente da VW, teve de abandonar
sua ideia inicial e tomar uma decisão antes do esperado: criar a fábrica ou abrir mão
para sempre do mercado brasileiro. Isto porque em 1956, o recém eleito à
presidência, Juscelino Kubitschek estabeleceu um programa de desenvolvimento
que tinha como lema “50 anos em 5”, cujo objetivo era acelerar de forma bastante
significativa a industrialização no Brasil, tendo como uma de suas grandes metas a
construção de uma indústria automobilística completamente nacional até o ano de
1960, o que substituiria as importações de veículos, seja em sua forma pronta ou no
formato que a Volkswagen estava adotando, de importar as peças separadamente e
montar o carro em território brasileiro. A Volkswagen então optou por arriscar e
construir sua fábrica no Brasil antes do que se pretendia. Isto não seria possível de
se fazer na montadora que a empresa possuía no bairro do Ipiranga, pois se
encontrava em uma área muito densa em questão de construções, impedindo uma
expansão. Por isso, em 1955 , a empresa alemã optou por comprar um terreno
6

adequado para comportar sua fábrica em São Bernardo do Campo, sendo este o
cenário principal dos eventos que serão estudados e discutidos mais adiante neste
relatório.
A Volkswagen tendo tomado esta decisão, fez o governo de JK ver na
empresa automobilística um potencial e uma oportunidade muito grande, o que o
levou a proporcionar uma série de incentivos comerciais, cambiais e de crédito,
como por exemplo, a isenção de taxa para a importação de equipamentos e
maquinário automobilístico, créditos com juros muito abaixo da média, entre outros,
o quê acabou facilitando a afirmação da VW no Brasil. Estima-se que, até 1960, a
Volkswagen teve em torno de 8,4 milhões de marcos alemães em vantagens
financeiras. Decorrência disso, a VW do Brasil acabava por se tornar líder no
mercado automobilístico, isto poucos anos após a inauguração de sua fábrica.
Chegando ao fim em 1961 o mandato de Juscelino Kubitschek, na época não
existia a possibilidade de reeleição, quem assume a presidência do Brasil é João
Goulart. Sua gestão foi marcada desde o início pelos altos índices de inflação,
chegando a alcançar 78,4% em 1963 (dado retirado do Fundo Monetário
Internacional - FMI), além de, em 1963, a economia brasileira estagnar pela primeira
vez desde a Segunda Guerra Mundial. Os planejamentos do governo de João
Goulart envolviam redução de investimentos e também reformas sociais,
reapropriando terrenos baldios, estes pertencentes a latifundiários, e arrendamento
planejados de terras, com a intenção de amenizar a desigualdade social que tanto
castigava a população rural. Estas práticas, vistas como esquerdistas, não
agradaram os grandes proprietários de terras e a burguesia industrial paulista. Todos
esses fatores culminaram em uma mobilização por parte das Forças Armadas que
gerou o golpe contra o governo de João Goulart, em 1º de abril de 1964. Tendo
como início este golpe, se instaura uma ditadura militar no Brasil, que duraria até
março de 1985. Inicialmente, o golpe que havia sido aplicado e a ditadura que o
acompanhava não afetou diretamente a vida da Volkswagen do Brasil. Sob a
presidência do executivo alemão Friedrich Schultz-Wenk, que apesar de ter se
naturalizado brasileiro se auto declarava alemão e possuía uma relação íntima com
o presidente da matriz na Alemanha, a VW do Brasil fazia parte da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), sendo esta responsável por criar, logo
nas primeiras semanas pós golpe, o Grupo Permanente de Mobilização Industrial
(GPMI), garantindo o apoio da FIESP e as indústrias que a compunha ao governo
militar. Além disso, em carta enviada para Nordhoff, presidente da VW na Alemanha,
Schultz-Wenk parecia demonstrar-se positivo e contente com o golpe que havia sido
aplicado. É basicamente neste momento que iniciam nossos estudos e pesquisas,
pois nos anos que se seguiram, a ditadura foi responsável pela prisão, tortura e
7

desaparecimento de milhões de pessoas no Brasil, contrárias ao governo militar que


havia se instaurado por meio do golpe. Estas e outras inúmeras violações dos
direitos humanos marcaram a ditadura como um período sombrio na história
brasileira. E neste contexto, existem denúncias e depoimentos de ex-prisioneiros e
outras vítimas da ditadura, acusando a Volkswagen do Brasil de ter envolvimento e
participação direta, espionando, delatando e auxiliando de forma a facilitar as
prisões, destes enquanto sendo funcionários da própria VW.
O modo como o golpe foi recebido pelo ponto de vista da Volkswagen e seus
diretores, até de certa forma otimista, pode se dizer que foi semelhante ao modo
como o Governo Federal Alemão também interpretou, tendo em vista que o
presidente da época, Heinrich Lübke, realizou uma visita ao Brasil em maio de 1964,
esta visita já estava marcada, mas aparentemente não houve interesse nenhum em
cancelar, mesmo com o recente golpe. Nesta viagem, o presidente não deixou
também de visitar a fábrica da Volkswagen sediada em São Bernardo do Campo.
Nos anos que se passaram, a VW do Brasil se tornou a maior empresa estrangeira
no Brasil, alcançando uma grande evolução em seu percentual no mercado de
veículos automotores. Ao atingir este patamar, foi conquistada uma certa influência
sobre as decisões políticas no âmbito de política econômica, tendo suas demandas
estudadas com certa atenção especial por parte do governo militar, pois se tratava
da maior fabricante automotiva do país. Desde este momento, era possível enxergar
uma relação até de certa forma amigável entre a Volkswagen do Brasil e o governo
militar. Os interesses da empresa alemã eram alinhar as políticas do país com seus
interesses comerciais, e até o momento isso estava ocorrendo, tendo essa
crescente nos primeiros anos da ditadura, além das ações de repressão por parte
dos militares e da polícia a qualquer tentativa de sindicato ou greve. Existiram outras
medidas tomadas pelo governo militar que caminhava muito ao agrado das
empresas de modo geral, incluindo a Volkswagen, que foi, por exemplo, a retirada
de responsabilidade dos empregadores em dar indenização após demissões, está
antes sendo das empresas agora passando a ser obrigação do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS), que era proveniente de um abatimento do salário
mensal do próprio empregado. Esta medida prejudicava muito o empregado, agora
recebendo um salário inferior devido ao abatimento e retirando sua indenização que
antes era paga pela empresa, caso fosse demitido. Em contrapartida, as empresas
ficaram satisfeitas, diminuindo em grande valor com gastos, principalmente em
demissões em massa, este ponto agradou muito a VW do Brasil. Estima-se que a
Volkswagen teve uma economia de sete marcos alemães por ano, que seriam
gastos com indenizações, porém sem mais sua obrigatoriedade se converteu em
benefício para a empresa.
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Desde o início da ditadura, por mais que fosse vista de forma otimista, o
presidente da Volkswagen, Heinrich Nordhoff, tinha certa cautela e não tinha
interesse em se envolver diretamente com a política brasileira. Entretanto, seu
sucessor que assumiu o cargo em 1968, Kurt Lotz, pensava de uma forma diferente
e optou por estreitar os laços com o governo militar brasileiro, reflexo dos bons
resultados que a VW do Brasil obteve nestes quatro primeiros anos de ditadura.
Pensando nisso, Lotz, juntamente com o que viria a ser seu sucessor na empresa,
Rudolf Leiding, viajavam para o Brasil todos os anos, a fim de observar de perto a
filial brasileira e o que se passava por lá. Na época, o presidente do Brasil e líder do
governo militar era o General Emílio Garrastazu Médici, que entre 1969 e 1974
governou através de inúmeras violações dos Direitos Humanos.
Em 1969, as Forças Armadas, a Polícia Federal e a Polícia Estadual de São
Paulo organizaram a Operação Bandeirante (OBAN), cuja finalidade era combater
os militantes de esquerda. Como já havia sido planejado um ano antes, a OBAN
contou com o apoio dos membros da FIESP, já que o equipamento técnico da
Operação Bandeirante não era financiado pelo governo. Dentre as empresas que
eram membros da FIESP, a Volkswagen do Brasil era uma das principais. Os
automóveis utilizados, desde o início, pela OBAN eram da Volkswagen e da Ford.
Existiam também rumores de que estes veículos haviam sido fornecidos
gratuitamente pelas montadoras, entretanto, com a inexistência de nenhum dossiê
da OBAN não há como comprovar isto, mas devido ao fato de a FIESP ter
concordado em auxiliar na luta contra os militantes de esquerda, é extremamente
provável que a Volkswagen participou de alguma forma, podendo ser sim
fornecendo veículos para os oficiais e agentes da OBAN.
A partir do momento da criação da OBAN, segundo dossiês do Departamento
Estadual de Ordem Política e Social (DOPS), ocorreram inúmeras trocas de
informações, partindo do Departamento de Segurança Industrial da Volkswagen do
Brasil para os órgãos de repressão da ditadura. Não fica comprovado se houve
algum contrato por escrito que afirmasse este compromisso da VW do Brasil em
colaborar com informações de seus funcionários, nem mesmo solicitações formais
que partissem do DOPS. Com o auxílio destas informações que eram repassadas,
foram feitas inúmeras prisões de militantes contrários ao governo militar, dentre as
pessoas que foram delatadas pela VW do Brasil está o ferramenteiro Lúcio
Bellentani, que foi preso no dia 29 de julho de 1972 dentro das limitações da fábrica.
No documentário da DW Brasil “Cúmplices? - A Volkswagen e a Ditadura Militar no
Brasil”, de 2017, é apresentada toda a história de Lúcio Bellentani e acompanha sua
luta atual para que a Volkswagen ao menos se responsabilize por contribuir com a
ditadura militar e desculpe-se com as vítimas de prisões e torturas, assim como ele.
9

3 DESDOBRAMENTO DO CASO

3.1 A COMPREENSÃO, AS VIVÊNCIAS E AS REIVINDICAÇÕES DOS


TRABALHADORES

3.1.1 Compreensão

Em 1964 iniciava a ditadura militar no Brasil, data que está marcada


eternamente nos livros de história e que relaciona-se com milhares de casos e
conceitos. Estritamente ligada à ruptura dos direitos e garantias do cidadão
brasileiro, a ditadura militar violou a liberdade de expressão, liberdade em geral, os
direitos humanos e principalmente a dignidade da pessoa humana. A oposição ao
governo militar era rigorosamente proibida e tinha punições que iam além da
disruptura social, pois contavam com torturas das mais variadas e cruéis maneiras,
civis sofriam com o desaparecimento de familiares, sofriam com a impossibilidade de
expressão, estavam a mercê de prisões arbitrárias e todo material estava nas mãos
da censura.
Os Direitos Humanos acima de tudo é uma garantia de todo cidadão e que foi
extremamente violado entre os anos de 1964 a 1985, uma ditadura que colocava em
cheque todo cidadão brasileiro. Eram articulações sociais e econômicas que
envolviam de fato muitas organizações e empresas que estavam em consonância
com o regime, incluindo a Volkswagen, como exposto no documentário da DW Brasil
“Cúmplices? - A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil”, publicado em agosto de
2017.
A investigação realizada pelo Ministério Público Federal em 2017, aponta a
VW como colaboradora ativa na ditadura militar. A montadora alemã espionava seus
funcionários como forma de controlar repressivamente o ambiente de trabalho, como
a Volkswagen naquele período estava alinhada com a ditadura militar por
motivações políticas e econômicas, a empresa colaborou para que centenas de
pessoas fossem presas e torturadas. A VW contava com muitos apontamentos
comerciais, que faziam a montadora de veículos vincular-se com o regime, uma das
maiores motivações era acabar com as greves dos funcionários, utilizando-se assim
do contexto político e social da época, contando assim com o sistema
governamental.

“O documento de 114 páginas apontou que a montadora foi "irrestritamente


leal" aos militares e que seu próprio aparato de segurança patrimonial
facilitou a identificação e prisão de funcionários "subversivos" – sendo ao
menos um deles torturado em uma unidade da empresa.” (DW BRASIL,
2020).
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As espionagens eram feitas dentro da fábrica, no qual os funcionários eram


observados e tinham relatórios produzidos com informações sobre posicionamento
político, comportamento, família e observações particulares, cada movimento dos
trabalhadores estava em espionagem, seja durante o trabalho ou até mesmo nos
banheiros, as conversas eram monitoradas por guardas da própria segurança da
Volkswagen.
Os documentos produzidos na fábrica eram diretamente entregues ao DOPS
(Departamento de Ordem Política e Social), como uma maneira de controle dos
funcionários e também como uma “ajuda política” da montadora de veículos para o
governo militar, pois a ascensão econômica que a empresa estava enfrentando
durante o momento era de domínio nacional, até que em tempo recorde a VW
tornou-se a maior empresa privada da América-Latina.
Todos os caminhos levavam para o apoio da fábrica à ditadura militar, “A
Volks teve um papel ativo. A montadora não foi obrigada a isso. Eles fizeram parte
porque queriam", apontou Guaracy Mingardi, perito que assinou o relatório do
Ministério Público Federal (DW BRASIL, 2020). Toda essa boa relação que a
Volkswagen queria manter com o governo militar estava pautada em posições de
negócios, seja em incentivo de políticas comerciais ou até mesmo créditos
proporcionados pelo governo brasileiro.
A estrutura de vigilância era complexa dentro da fábrica, contava com
seguranças que não estavam no ambiente para a proteção dos funcionários, mas
sim para a espionagem. Além de toda uma organização e um forte time dentro do
Setor, que ainda contava com as Forças Armadas ao seu favor, ou seja, um sistema
repressivo dentro de um ambiente de trabalho, que servia exclusivamente para
colaborar com a Ditadura Militar.
Além de tudo, eram produzidos documentos denominados de “Listas Negras”,
que contavam com os nomes de funcionários que estavam ligados à oposição, que
inflamavam greves ou que tinham consonância com movimentos sindicalistas. Os
nomes contidos nestas listas, além de sofrerem as repressões físicas e mentais,
ainda eram considerados indesejados dentro de outras empresas, pois eram
documentos compartilhados entre organizações ligadas ao regime.
As “Listas Negras” tinham um poder de opressão entre relatórios produzidos
pela VW, pois ali além de estarem ligadas às outras organizações, era um
documento entregue diretamente aos órgãos de repressão governamental, que
tomavam determinadas decisões punitivas que envolviam desde prisões irregulares
até assassinatos. Muitas vezes as agressões, prisões e torturas eram feitas na
própria fábrica pelos militares que contavam com a ajuda dos seguranças da
empresa.
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3.1.2 Vivências

A ditadura militar no Brasil aprisionou, torturou e assassinou milhares de


cidadãos brasileiros, contando com órgãos repressivos governamentais que
colaboraram para que o desaparecimento dessas pessoas, principalmente no
DOPS, que regulamentava todas as perseguições e pautada múltiplos nomes que
eram espionados e em sua maioria presos irregularmente pelo órgão. São
conhecidos em todo o Brasil vários casos de desaparecimento e tortura, durante o
período, mas existem ainda relatos mais específicos como dos trabalhadores da
Volkswagen que sofreram com esta repressão.
O retrato expressivo daquela época na fábrica é retratado por Lúcio Bellentani
no documentário "Cúmplices" da DW Brasil, que descreve durante todo o roteiro sua
vivência naquele período. Na época com 27 anos, em 1972, Lúcio já trabalhava na
VW por 8 anos, tendo já construído uma história na organização, mas no dia 28 de
julho, seu trabalho foi interrompido ao sentir em suas costas uma “metralhadora” -
como descrito por ele - e no mesmo instante Bellentani é algemado e levado ao
departamento pessoal da fábrica. Lúcio discorre que haviam dois seguranças da
própria empresa, mais três policiais e dois funcionários à paisana, que desde início
já davam pontapé, socos e tapas no trabalhador algemado.
Lúcio passou por 48 dias no DOPS, mais especificamente na cela 2, junto
com outros funcionários da Volkswagen, segundo ele as agressões e torturas eram
diárias, contavam com choques na orelha, nos órgãos genitais, pau de arara e
outras várias maneiras de tortura. Uma figura que Lúcio constantemente relembra é
do coronel Rudge, que estava sempre na fábrica e era um personagem temido por
todos os funcionários, inclusive pertencia ao Departamento Pessoal da empresa,
estava presente em quase todas as prisões de funcionários e delatava qualquer
passo de oposição dos trabalhadores.
Os depoimentos dos funcionários das Volkswagen são inúmeros, contam e
relatam as barbáries vividas no período da ditadura militar, e que estavam
estritamente ligadas ao departamento da montadora de veículos.

3.1.3 Reinvindicações

A Volkswagen passou anos e anos tratando do assunto ainda como uma


incógnita dentro do âmbito de culpa, procurava não assumir e muito menos dar
detalhes sobre as ocasiões retratadas pelos funcionários que passaram por aquilo. A
organização em todo esse período procurava ganhar tempo, remanejar posições
políticas e definir maneiras de organizar este escândalo de maneira legal.
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Mas a partir de uma investigação que teve início em 2015, quando processos
civis foram abertos contra a empresa, após sindicatos entrarem com pedido em
consonância com a Comissão Nacional da Verdade (CNV). O caso começou a ter
seu andamento dentro do Ministério Público Federal (MPF), no qual foi produzido um
relatório durante todo esse período constatando a culpa da VW.

"Está claro que a Volkswagen estabeleceu por disposição própria uma


intensa relação de contribuição com os órgãos da repressão política, muito
além dos limites da fábrica. A empresa demonstrou vontade de participar do
sistema repressivo, sabendo que submetia seus funcionários a risco de
prisões ilegais e tortura", destaca o documento divulgado. (DW
BRASIL, 2020).

No ano de 2020, foi conduzido um acordo, no qual a montadora Volkswagen


assina as indenizações deste caso, tendo ao fim o pagamento total às vítimas de R$
36 milhões, além da retratação pública.
Durante todo o processo do documentário já citado durante o trabalho
“Cúmplices? - A Volkswagen e a Ditadura Militar no Brasil”, da DW Brasil (2017), é
retratado as questões de reivindicação e direitos dos funcionários que sofreram
repressão durante o período. Constantemente é pautado por todos não como uma
questão de indenização financeira, mas sim da organização de assumir a culpa do
que foi feito com os trabalhadores e também por ser conivente ao entregar e aceitar
as prisões, torturas e agressões dentro da fábrica.

3.2 A VISÃO E O POSICIONAMENTO INSTITUCIONAL DA VOLKSWAGEN

Organizações podem ser classificadas em diversas categorias, sendo estas


da sociedade civil, governamentais, empresariais sem e com fins lucrativos. A
Volkswagen se encaixa na última categoria apresentada, organização empresarial
com fins lucrativos.
Como toda empresa, sua construção é moldada visando lucro, ela é
construída através de valores, missão e visão. Segundo o SEBRAE, a definição
clássica de visão “é a situação em que a empresa deseja chegar (em período
definido de tempo).”. Essa definição juntamente com a cultura organizacional da
empresa, entre outras variáveis, moldam o posicionamento institucional da empresa.
Durante o estudo de caso foi possível observar alguns posicionamentos que a
empresa teve diante das acusações de colaboração com o regime ditatorial
brasileiro. Analisando a série de matérias produzidas pelo site DW Deutsche Welle,
juntamente com o documentário “Cúmplices - A Volkswagen e a Ditadura Militar no
Brasil”, produzido por Stefanie Dodt e Thomas Aders, iremos analisar a seguir
13

alguns fatos presentes nestes documentos.

O diretor do departamento de Comunicação Histórica da Volkswagen na


Alemanha, Manfred Grieger, disse à DW Brasil que a empresa irá investigar
"Todos os indícios de uma possível participação de funcionários da
Volkswagen do Brasil em violações de direitos humanos durante a ditadura
militar"; (NEHER, 2014)

Esse foi o depoimento da Volkswagen após descobrir sobre as acusações


que estava sofrendo de seus ex-funcionários. Uma análise breve sobre o discurso
apresentado, notamos que é algo genérico que empresas apresentam, tendo um
efeito mais sobre uma resposta automática para tentar conter grandes escândalos.
"A Volkswagen lamenta muito que pessoas tenham sofrido ou tenham sido
prejudicadas economicamente durante a ditadura militar, eventualmente, por meio
da participação de funcionários da Volkswagen do Brasil" (NEHER, 2014).
Declarações genéricas colocavam em cheque o posicionamento de colaboração que
queriam passar para o público.
A VW nunca deu a devida atenção às reivindicações de seus ex-funcionários
que começaram a ganhar força com a publicação do relatório final da CNV,
juntamente com processos instaurados pelo Ministério Público Federal para apurar
os fatos e responsabilizar os responsáveis. Após a situação anterior, seu discurso
começou a mudar.
A empresa em outro momento, agora está disposta a cooperar com as
investigações. Christopher Kopper é o novo nome envolvido no caso, historiador e
professor na Universidade de Bielefeld, na Alemanha, teve o papel de estudar o
passado da empresa. Foi contratado pela própria VW.
Porém até que ponto essa ação pode ser vista como colaboração? Afinal
esse estudo deu a empresa mais um ano, comprando tempo para a instituição e
tirando o tempo de seus ex-funcionários já idosos que faziam suas reivindicações.
Durante a pesquisa de Kopper, foram encontrados documentos que provavam
comunicações entre a filial brasileira e a matriz alemã.
Carl Hahn, ex-presidente do grupo no Brasil, afirma que nunca teve
conhecimento destes documentos, entrando em contradição com as pesquisas
realizadas pelo historiador. Os documentos continham mensagens que relatavam
detenções de funcionários no interior de suas plantas de fabricação, como já
afirmavam os ex-funcionários.
Hahn ainda durante sua entrevista a Stefanie Dodt, para a elaboração do
documentário, apresenta questionamentos sobre se não existem coisas mais
relevantes do que se preocupar com o passado. Novamente a credibilidade da VW
fica em dúvida. Afinal, o que eles realmente queriam? Ganhar tempo para seus
14

acusadores desistirem ou realmente esclarecer a situação?


Declarações opostas as ações que realizavam entravam em controversa
constantemente com seu posicionamento institucional. Suas ações sempre eram
voltadas para a manutenção e preservação da imagem da empresa, sendo esta de
desejo por seus carros, bem como era veiculado em seus comerciais de época.
A contratação de Kopper, que teria um papel de esclarecer os fatos, cumpriu
com sua função, porém não como a VW esperava. Seu relatório final afirmava a
colaboração da Volkswagen com o regime ditatorial brasileiro, constatando as
vivências relatadas por seus ex-funcionários. Nele foi apresentada uma
recomendação de atender as reivindicações dos ex-funcionários e assumir a
responsabilidade.
Foram anos até a empresa aceitar sua responsabilidade, com afirmações de
que queria ela mesmo apurar os fatos e mesmo após saber a verdade, ficou em
silêncio. Após tanto tempo de reivindicações e espera, a VW vai indenizar ex-
funcionários da filial brasileira. Nas instalações da fábrica, foi adicionada uma placa
em homenagem às vítimas da ditadura brasileira. Porém até que ponto, levando em
vista todo o histórico de contradições de visão que queria passar e as ações
realmente tomadas, é uma iniciativa própria para além da manutenção de sua
imagem. Homenagens são atos simbólicos e extremamente importantes para a
manutenção da história da organização, porém ações concretas podem ser mais
relevantes do que gestos.
15

4 A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SEU AUXILIO NA COMPREENSÃO


DO CASO

Como já abordado anteriormente na disciplina, ao falar sobre a comunicação


organizacional, o conceito de cultura nas organizações não pode (e nem está) ser
desvinculado do papel de análise e interpretação do comunicador. Ao conhecer a
cultura organizacional de uma empresa, ainda mais uma tão antiga quanto a
Volkswagen, torna-se muito mais fácil compreender o presente e, talvez, até seu
futuro. Em seu livro “Cultura Organizacional: Construção, Consolidação e
Mudanças”, Reinaldo Dias discorre sobre as relações entre a cultura de uma
organização e as maneiras em que tal cultura pode ajudar na compreensão de
elementos mais profundos sobre ela. O autor afirma que “o estudo da cultura
organizacional permite identificar relações que não seriam compreendidas nos
limites da legitimidade burocrática (2013, p.68)”. Além disso, ao viver em sociedade,
as organizações sofrem transformações temporais no processo de suas histórias,
constituindo uma memória organizacional, fruto de suas relações com o passado. A
memória organizacional é útil para que aconteça uma aproximação com seus
públicos de interesse, que ocorre ao utilizar-se da memória organizacional para
formar uma identidade institucional na organização (SANTA CRUZ, 2007). Além
disso, a memória mantém a consonância interna de um grupo social, que cria um
sistema simbólico com significados próprios (POLLAK, 1989; 1992).
Analisar a cultura organizacional das empresas leva ao melhor entendimento
de questões fundamentais no modo de agir das mesmas. Organizações, por mais
que sejam empresas privadas, são sistemas abertos e estão sujeitas a sofrer a
influência cultural do ambiente em que vivem. Uma organização sempre está
sofrendo influência das culturas em seu entorno. Porém, como uma empresa alemã -
com uma de suas fábricas no Brasil - chegou ao ponto de envolver a polícia política
e suas montadoras de veículos a construírem um sistema de vigilância e repressão?
Ao considerar o passado da Volkswagen e todo o seu envolvimento com a Segunda
Guerra Mundial e os regimes nazistas na Alemanha, talvez, seja no mínimo
interessante perceber que não seria a primeira vez em que a empresa estaria
envolvida em um contexto onde o abuso de direitos humanos foi apontado. Um dos
mais importantes trabalhos teóricos sobre sujeitos que praticam brutalidades em um
regime opressor, o livro Eichmann em Jerusalém, escrito pela filósofa Hannah Arendt
na década de 60, relata o julgamento do carrasco nazista Adolf Eichmann, em
Jerusalém, que havia sido preso em Buenos Aires, na Argentina. Após suas
observações, a autora criou uma teoria, muito conhecida, chamada de “Banalidade
do Mal”. Arendt - não agradando a muitos - argumenta sobre o fato de que
Eichmann
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e vários de seus colegas não serem de fato, monstros, como muitos estavam
julgando-os. A Banalidade do Mal discorre sobre o fato de que esses homens foram
levados a agir desta forma por estarem em uma estrutura em que o extermínio em
massa de pessoas era almejado pelo estado. Ao realizarem o que o Estado
desejava, obtinham sucesso em suas carreiras (ARENDT, 1999). Ao relacionarmos o
estudo da Memória e Cultura Organizacional, a Comunicação Organizacional ajuda
a compreender que este conceito pode também ser aplicado. Não como forma de
justificar ou apagar atos terríveis cometidos contra os cidadãos brasileiros, mas para
entender justamente, como já citado na pergunta anterior, a criação deste sistema
de opressão nas fábricas da Volkswagen. A Segurança Industrial da Volkswagen,
comandada por Ademar Rudge, agia nas sombras como instrumento da repressão
política, uma vez que Rudge sentia-se muito comprometido com os órgãos de
segurança do regime militar brasileiro, devido ao seu antigo cargo como oficial das
forças armadas. De uma forma abrupta e burocrática, a Volkswagen construiu um
sistema repressivo muito peculiar, apresentado para a sociedade, com muita
eficiência pela segurança industrial, como legítima.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do relatório que acaba de ser apresentado, conseguimos analisar


criticamente o caso da participação da empresa automobilística Volkswagen na
ditadura militar que ocorreu no Brasil entre os anos de 1964 e 1985. Havia muito o
que se estudar sobre este caso, mas chegando ao seu fim, podemos destacar
alguns pontos importantes, como o poder de influência da ditadura brasileira diante
das organizações. Seu regime apresentava inúmeras ferramentas governamentais
para criar o cenário totalmente a seu favor, e isso acabou por fazer com que
algumas empresas colaborassem com o regime. Opositores ao regime eram
perseguidos e uma organização empresarial que visa seu lucro, pode estar disposta
a tudo para garanti-lo. A afirmação segue um tom muito duro, mas diante de um
cenário de alta competitividade em decorrência do milagre econômico, tudo poderia
ocorrer, como no caso de estudo da VW.
Outro destaque que é possível se fazer é a respeito das estratégias utilizadas
pela Volkswagen para manter uma certa imagem durante o processo de
investigação sobre sua participação na ditadura. A empresa sempre negou
envolvimento, no documentário é possível ver na conduta dos gestores que estavam
à frente da organização uma tentativa de apenas desviar o foco, talvez a fim de
desvincular o nome e o legado da empresa com a ditadura, ou então, na tentativa de
ganhar tempo, afinal a própria Volkswagen contratou mais de uma vez historiadores
para averiguar e pesquisar se seria possível que a filial brasileira tivesse participado
ativamente na política ditatorial. Estas atitudes demonstravam uma preocupação não
com as vítimas daquele período ou qualquer dano que ela possa ter causado, mas
sim com a aparência da Volkswagen e a imagem que seria passada para seus
públicos pela mídia.
Ao analisar os aspectos teóricos sobre cultura e memória organizacional,
percebe-se que assim como em qualquer outra área das humanidades, a
compreensão do passado de uma organização é de extrema importância para
realizar qualquer análise crítica em casos delicados, como o estudado no presente
relatório. Cabe a Comunicação Organizacional desenvolver reflexões para que
assim como neste caso - e em muitos outros - seja dada a devida importância para
esses aspectos de cultura, história e memória organizacional, que contribuem para a
melhor compreensão de organizações como a Volkswagen, por exemplo.
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REFERÊNCIAS

ARENDT, Hannah. Eichmann in Jerusalem. São Paulo: Companhia das Letras,


1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. Volkswagen faz


revisão histórica e reconhece colaboração com a ditadura militar. ABERJE.
2017. Disponível em: https://www.aberje.com.br/volkswagen-reconhece-colaboracao-
com-ditadura-militar-no-brasil-em-revisao-historica/. Acesso em: 5 mai. 2021.

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DW Brasil. 2015. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/volkswagen-deve-pedir-
desculpas-%C3%A0-sociedade-brasileira/a-18736105. Acesso em: 3 mai. 2021.

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1964-1985: Uma abordagem histórica. Alemanha: Dieter Landenberger, 2017. 138 p.

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Contratempo, Universidade Federal Fluminense, v. 17, p. 179-192, 2017. Disponível
em: https://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/17249/10887. Acesso em: 6
mai. 2021.

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e Thomas Aders. Produção de Andreas von Huene. Eine Gemeinschaftsproduktion
der ARD, 2017. Filme (44min). Tradução de: “Komplizen? VW und die brasilianische
Militärdiktatur”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1iWmAmvNMNg.
Acesso em: 3 mai. 2021.

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2017. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/como-a-volks-cooperou-com-a-
ditadura-brasileira/a-39811612. Acesso em: 4 mai. 2021.

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Brasil. DW Brasil. 2017. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/relat%C3%B3rio-
confirma-colabora%C3%A7%C3%A3o-ativa-da-volks-com-ditadura-no-brasil/a-
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2017. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/um-comandante-nazista-na-
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no Brasil. DW Brasil. 2016. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/volkswagen-
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