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Arquiteto
Porfírio Pardal Monteiro . 1921
Este documento constitui uma versão em formato PDF do Relatório de Gestão e Contas 2022 da Caixa Geral de
Depósitos, S.A.. Esta versão não inclui informação conforme o disposto na norma técnica de regulamentação (RTS)
do ESEF (Regulamento Delegado (UE) 2019/815). A versão oficial e auditada do relatório ESEF está disponível no
website www.cgd.pt. Este documento é uma cópia integral da referida informação financeira. Em caso de
discrepâncias entre esta versão e o relatório oficial do ESEF, prevalece o último.
2
Índice
3
4. RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE .............................................................................. 651
4.1. Sobre este relatório.............................................................................................................. 653
4.2. Destaques 2022 ................................................................................................................... 654
4.3. Mensagem do Presidente da Comissão Executiva .............................................................. 655
4.4. A Caixa Geral de Depósitos ................................................................................................. 656
4.5. Políticas, compromissos e grupos de trabalho..................................................................... 657
4.6. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ......................................................................... 663
4.7. Estratégia de Sustentabilidade 2021 – 2024 ....................................................................... 666
4.8. Financiamento sustentável e inclusivo ................................................................................. 672
4.9. Gestão dos riscos climáticos................................................................................................ 686
4.10. Equidade, inclusão digital e financeira ............................................................................... 699
4.11. Modelos de governação transparentes .............................................................................. 729
4.12. Divulgação de informação de sustentabilidade .................................................................. 736
Anexo A – Indicadores de Sustentabilidade ............................................................................... 742
Anexo B – Índice Global Reporting Iniative (GRI) ....................................................................... 751
Anexo C – Notas Metodológicas ................................................................................................. 809
Anexo D – Resposta às recomendações da Task Force on Climate Financial Disclosures ...... 816
Anexo E – Carta de verificação por Auditor Independente ......................................................... 844
4
1.
Para além da catástrofe humanitária e da incerteza criada na Em Portugal, no negócio de particulares verificou-se um
geopolítica mundial, sentiram-se repercussões económicas crescimento na carteira de crédito à habitação e o desenvolvi-
muito significativas em todo o mundo, contrastando com as mento da nova oferta “Crédito Expresso”, que foi o principal
perspetivas positivas que eram antecipadas no início do ano percursor do forte crescimento do crédito ao consumo (+42%
alicerçadas na redução das restrições inerentes à pandemia, de produção face a 2021). Enquanto mediador de seguros, a
na resolução dos constrangimentos da logística global, nos Caixa dinamizou a sua oferta de seguros não financeiros,
elevados níveis de poupança privada e na recuperação do nomeadamente nos seguros de saúde e de vida associado ao
mercado de trabalho. crédito habitação. Reforçou-se também a liderança nos meios
de pagamento, com 4,6 milhões de cartões, ultrapassando-se
Este novo enquadramento provocou continuadas revisões em a marca histórica de mais de 3 milhões de clientes particulares
alta da inflação ao longo do ano com impacto negativo no com cartão de débito da Caixa. Na vertente de empresas, o
rendimento disponível das famílias e originando uma incerteza continuado apoio à economia refletiu-se, entre outros
generalizada que afetou decisões de consumo e de destaques, no crescimento da carteira de crédito a pequenas e
investimento. Para isso contribuiu também a rápida reversão do médias empresas (PME) de 10%. Estes resultados encontram-se
ciclo de taxas de juro que, contra o que se antecipava no início alicerçados numa cultura de risco e rigor na gestão do
do ano, levou a que estas voltassem a ser positivas. Tal aumen- balanço.
tou o constrangimento sobre a economia, ainda que com
efeitos positivos para a margem financeira da atividade Como líderes do setor financeiro continuámos empenhados em
bancária. fornecer aos clientes as soluções mais eficientes, personaliza-
das, inovadoras e tecnologicamente avançadas. Para este fim,
Nesse contexto, a Caixa manteve-se forte e resiliente, graças à investimos para melhorar a eficiência dos processos e oferecer
dedicação e compromisso das suas equipas e à confiança as experiências bancárias mais rápidas e seguras, mantendo
depositada pelos clientes e restantes stakeholders. Foi mantido elevados padrões de serviço.
o foco no desenvolvimento de soluções para satisfazer as
necessidades dos clientes e, ao mesmo tempo, contribuir para O processo de transformação digital na Caixa contribuiu para
o suporte e desenvolvimento económico e social da comunida- uma adição expressiva de novos clientes digitais ativos, elevan-
de. do o total para 2,9 milhões no Grupo. Verificou-se, igualmente,
um crescimento do número de utilizadores do canal mobile,
Em simultâneo, pautámos a nossa atuação comprometidos das vendas online e dos níveis de satisfação e recomendação
com a ética, a transparência e a responsabilidade social em pelos clientes.
todas as atividades e em ser agentes de mudança positiva na
sociedade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e Obtivemos em 2022 um resultado líquido consolidado de 843
o bem-estar de todos os que connosco se relacionam. milhões de euros, para o qual contribuiu o maior resultado de
sempre das atuais entidades internacionais, no valor de 193
O ano de 2022 consolidou desenvolvimentos positivos para a milhões de euros. Este resultado suporta a proposta que
Caixa, nomeadamente os resultantes da implementação do apresentamos de pagar o maior dividendo da história da
Plano Estratégico 2021-2024, com a continuação do ciclo de Caixa, no valor de 352 milhões de euros, continuando a
transformação do banco. O plano inclui uma estratégia clara contribuir para a devolução aos contribuintes do esforço tido
para o futuro, com o objetivo de servir as necessidades no âmbito do processo de recapitalização.
financeiras das famílias e das empresas portuguesas, de
apostar na excelência e simplicidade do serviço ao cliente e O resultado da Caixa permitiu igualmente continuar a assegu-
de prosseguir um modelo de negócio alinhado com as melho- rar para os trabalhadores um princípio de adequada remune-
res práticas a nível de rentabilidade e sustentabilidade ambien- ração e de salvaguarda de condições no contexto do fundo
tal, social e de governo, fortalecendo a posição de liderança de pensões cujas responsabilidades foram transferidas para a
da Caixa no mercado português. Caixa Geral de Aposentações já no início de 2023, mediante
CONTINUAÇÃO DA MENSAGEM CONJUNTA
DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
E DO PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA.
a entrega de uma compensação financeira. Esta operação -se duas emissões com características “verdes” que, em conjunto
permitiu a redução dos níveis de risco que a sua gestão com a emissão “sustentável” realizada em 2021, elevaram para
introduz nos resultados e no balanço e aproxima as condições 1,3 mil milhões de euros o total de emissões ESG.
de exploração da Caixa das dos seus pares europeus.
Em suma, 2022 foi um ano de desafios. A economia mundial
A Caixa continuou a apresentar uma robusta posição de enfrentou uma série de acontecimentos sem precedentes,
capital que se situa acima da média dos bancos portugueses desde a pandemia aos impactos sociais e económicos
e europeus. Os rácios Tier 1 e Total situaram-se em 18,7% e provocados pela guerra, gerando volatilidade no mercado
20,2%, respetivamente. No exercício, verificou-se uma financeiro. Apesar destes obstáculos, a Caixa mostrou uma vez
importante redução dos ativos não produtivos no valor de 624 mais a sua capacidade de adaptação e resiliência, continuan-
milhões de euros. O desenvolvimento do modelo de negócio do a crescer, a inovar e a transformar-se para enfrentar com
suportado numa sólida posição de capital e na manutenção sustentabilidade os desafios futuros.
de ampla liquidez, em cumprimento das melhores práticas de
gestão do risco, contribuíram para uma avaliação pelo Estamos orgulhosos dos nossos resultados financeiros, da
supervisor da qual resultou uma nova revisão em baixa das nossa forte cultura de responsabilidade social e ambiental, do
exigências de capital futuras. nosso compromisso com a tecnologia e inovação e com a
promoção de um ambiente de trabalho positivo e motivador
A Caixa manteve uma forte cultura de responsabilidade social para todos os colaboradores. Acreditamos que estes são os
e ambiental, com reflexos no seu modelo de negócio e pilares que sustentam o nosso presente e nos poderão propor-
suportada pela Estratégia de Sustentabilidade para o período cionar um futuro de continuado sucesso.
de 2021-2024 que materializa a ambição da Caixa em
tornar-se líder no financiamento sustentável em Portugal, Mas o sucesso de um banco não é apenas medido por
apoiando a transição para uma economia de baixo carbono e números. Acreditamos que a verdadeira força de um banco
financiando projetos com impacto social na vida das pessoas. está na sua capacidade de causar um impacto positivo na
vida das pessoas. É com essa premissa que nos compromete-
No decorrer de 2022, foram desenvolvidos produtos e serviços mos a continuar a evoluir. Com a confiança dos nossos
financeiros para apoio às famílias e às empresas na transição stakeholders e a dedicação das nossas equipas, acreditamos
energética, edifícios eficientes e mobilidade sustentável. Foi que podemos enfrentar qualquer desafio e transformar os
reforçada a importância do rating ESG (Environmental, Social objetivos em realidade.
and Governance) no processo de concessão de crédito e na
abordagem aos clientes e foram desenvolvidas soluções digitais Juntos vamos chegar mais longe.
inclusivas como a assistente digital Caixa. Por último, lançaram-
AGÊNCIA DE GUIMARÃES
Arquitetos
António Lino . 1957
João Santos Jorge . 1980
1.2. Acontecimentos em destaque em 2022
Em 2022, foi continuada a prossecução do Plano Estratégico 2021-2024 com efeitos de melhoria no
negócio, em particular em quatro vertentes:
O volume de negócios teve um crescimento de 3,6 mil milhões de euros face ao final de 2021 (+2%),
registando uma evolução tanto no crédito (+1,0 mil milhões de euros) como nos recursos de clientes, dentro
e fora de balanço (+2,6 mil milhões de euros), impulsionado quer a nível doméstico, quer a nível
internacional.
Os depósitos de clientes aumentaram 3,9 mil milhões de euros (+6%) em 2022, em Portugal, com destaque
para o segmento de empresas (+10%), confirmando a confiança na Caixa pelos clientes. Também nos
fundos de investimento mobiliário a Caixa reforçou a sua liderança, subindo a quota de mercado para 37%
(+2 p.p.).
No segmento de empresas, destaca-se a produção de crédito, atingindo uma quota de mercado de 16,5%
com destaque para o crédito a PME, contribuindo para um crescimento de 10% da carteira de crédito a este
segmento.
No negócio de particulares em Portugal, a Caixa liderou a produção de crédito à habitação, com um valor
superior a 3.000 milhões de euros. O crédito ao consumo apresentou, em 2022, um crescimento de 128
milhões de euros (+14%). A nova oferta Crédito Expresso, assente na simplicidade e célere aprovação,
mantém-se como o principal dinamizador deste forte crescimento.
No negócio de meios de pagamentos ultrapassou-se a marca dos 3 milhões de clientes com cartão de
débito, contribuindo-se assim decisivamente para a inclusão digital dos clientes da Caixa. Na banca digital
o número de clientes ativos alcançou os 2,2 milhões no final de dezembro de 2022, com um crescimento
de 18% nos utilizadores mobile para 1,5 milhões. O número de vendas através dos canais digitais alcançou
80 milhões no universo Caixa em Portugal.
Em 2022, o Grupo Caixa Geral de Depósitos gerou um resultado líquido consolidado de 843 milhões de
euros, um aumento de 44,5% face a 2021, alcançando uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de
9,8% que, face à média dos ROE do período 2011-2022 de -1,3%, evidencia a consolidação da recuperação
iniciada nos últimos anos.
Para além do crescimento das carteiras de crédito, a evolução das taxas de referência do Banco Central
Europeu (BCE) proporcionou uma subida da margem financeira, que registou um acréscimo de 429 milhões
de euros (+44%) com forte contributo das operações de tesouraria em Portugal (+172 milhões de euros,
incluindo os impactos do programa TLTRO do BCE) e da atividade internacional (+119 milhões de euros).
Globalmente, o contributo da atividade internacional para o resultado líquido do Grupo foi de 193 milhões
de euros, um crescimento de 44% face a 2021, sendo o maior resultado de sempre das entidades
internacionais atualmente detidas.
Este resultado, de acordo com a política de dividendos, corresponde ao maior dividendo da história da
Caixa, no valor de 352 milhões de euros, continuando a contribuir para uma melhor remuneração do capital
investido.
O rácio de cost-to-income corrente continua a apresentar uma descida sustentada, para 39,1%, com níveis
de eficiência sustentados e melhoria dos proveitos.
A marca Caixa foi reconhecida de forma transversal por vários estudos, como marca bancária com maior
notoriedade espontânea, pela sua reputação, que mantém, desde 2017, uma avaliação superior à do setor
bancário em Portugal, e como marca mais atrativa a novos clientes pelo terceiro ano consecutivo.
8
Stress Test 2022 conduzido pelo BCE envolvendo um total de 104 bancos, tendo alcançado uma pontuação
global acima da média.
A Caixa continua a apresentar uma posição de capital robusta que se situa acima da média dos bancos
portugueses e europeus. Os rácios Tier 1 e Total situaram-se em 18,7% e 20,2%, respetivamente, incluindo
o resultado líquido já deduzido do montante máximo distribuível de acordo com o rácio de pagamento de
dividendo do exercício anterior.
No início de 2023, e pelo segundo ano consecutivo, o supervisor reduziu as exigências de capital (Requisito
Pilar 2) de 2,0% para 1,9%, refletindo uma melhoria da perceção do risco da Caixa.
O rácio de MREL atinge o valor de 27,82% excedendo o requisito aplicável a partir de 2024, resultante da
evolução positiva dos capitais próprios e das duas emissões de dívida sénior preferencial realizadas em
2022 nos mercados internacionais, num montante de 800 milhões de euros.
O rating atribuído pelas agências internacionais registou melhorias em 2022, refletindo uma evolução
favorável da sua perceção do risco da Caixa. A Fitch Ratings subiu os ratings IDR e da dívida sénior
preferencial de longo prazo da Caixa de BB+ para BBB-, passando a Caixa a ter o nível de investment grade
pelas três agências internacionais que lhe atribuem rating. A DBRS confirmou o rating da Caixa em BBB,
tendo revisto o Trend de Negativo para Positivo e, já em janeiro de 2023, a Moody’s subiu o outlook do
rating de depósitos para “Positivo”.
Em 2022, a Caixa continuou a registar melhorias na qualidade dos seus ativos, com descidas no rácio NPL
e bom desempenho da recuperação e da redução de ativos para venda. O rácio de NPL desceu para 2,4%,
enquanto o rácio NPL líquido de imparidades totais permaneceu em 0%.
Os ativos não produtivos diminuíram 624 milhões de euros em resultado da redução de exposição em
fundos de reestruturação, da alienação de imóveis detidos para venda (que atingiu o valor mais baixo desde
2008) e da recuperação do crédito em incumprimento.
A atividade de recuperação continuou a evidenciar bons resultados, com uma redução de 283 milhões de
euros no stock em recuperação. A evolução da carteira e da atividade de recuperação resultou num custo
de risco de crédito de -0,01%. Adicionalmente, é de destacar a redução de 27% nos imóveis detidos para
venda, para 291 milhões de euros, bem como uma diminuição da exposição a fundos de reestruturação de
53% para 205 milhões de euros.
9
INDICADORES CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
(milhões de euros)
Reexpresso
RESULTADOS 2021 2022
Margem financeira 979 1.408
Margem complementar 749 882
Resultados de serviços e comissões 562 606
Produto global da atividade 1.741 2.304
Resultado bruto de exploração 982 1.101
(1)(2)
Resultado de exploração core 717 1.153
Resultados operacionais 837 1.130
Resultado líquido 583 843
BALANÇO
Ativo líquido 104.018 102.503
Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito 26.655 25.803
Aplicações em títulos 21.151 18.689
Crédito a clientes (bruto) 51.989 53.032
Crédito a clientes (líquido) 49.701 50.778
Recursos de bancos centrais e instituições de crédito 6.755 338
Recursos de clientes 79.031 83.972
Passivos titulados 2.908 2.487
Capitais próprios 9.287 9.483
RÁCIOS DE RENDIBILIDADE E EFICIÊNCIA
(3) (4)
Rendibilidade bruta dos capitais próprios - ROE 10,0% 12,7%
(4)
Rendibilidade líquida dos capitais próprios - ROE 7,0% 9,8%
(3) (4)
Rendibilidade bruta do ativo - ROA 0,9% 1,1%
(4)
Rendibilidade líquida do ativo - ROA 0,6% 0,9%
(3) (4)
Produto global da atividade / Ativo líquido médio 1,8% 2,2%
(2)(3)
Custos com pessoal / Produto global da atividade 28,7% 21,8%
(3)
Cost-to-income BdP 42,2% 51,1%
(2) (3)
Cost-to-income corrente 48,0% 39,1%
QUALIDADE DO CRÉDITO E GRAU DE COBERTURA
Rácio de NPL - EBA 2,8% 2,4%
Rácio de NPL (líquido) 0,0% 0,0%
Rácio de NPE - EBA 2,3% 2,1%
Cobertura de NPL - EBA 107,8% 122,0%
Cobertura de NPE - EBA 98,6% 107,8%
Custo do risco de crédito 0,08% -0,01%
(1) Resultado de exploração core = Margem financeira alargada + Comissões líquidas - Custos de estrutura; (2) Excluindo custos não
recorrentes; (3) Rácios definidos pelo Banco de Portugal (Instrução n.º 6/2018); (4) Capitais Próprios e Ativos líquidos médios (13
observações).
10
Reexpresso
RÁCIO DE TRANSFORMAÇÃO 2021 2022
Crédito a clientes (líquido) / Ativo líquido 47,8% 49,5%
(3)
Rácio de transformação 63,0% 60,5%
RÁCIOS DE SOLVABILIDADE (CRD IV/CRR)
(5)(6)
Common equity tier 1 (phased-in & fully implemented) 18,2% 18,7%
(5)(6)
Tier 1 (phased-in & fully implemented) 18,2% 18,7%
Total (phased-in & fully implemented) (5)(6) 19,7% 20,2%
RÁCIOS DE LEVERAGE E LIQUIDEZ (CRD IV/CRR)
Leverage ratio (fully implemented) 7,3% 7,7%
Liquidity coverage ratio 357,0% 303,4%
Net stable funding ratio 164,6% 182,6%
REDE COMERCIAL E RECURSOS HUMANOS
Presenças bancárias - Grupo CGD 927 891
Número de agências bancárias - CGD Portugal (7) 555 521
(8)
Número de empregados - Grupo CGD 11.471 11.178
(8)
Número de empregados - CGD Portugal 6.117 5.837
RATINGS (LONGO/CURTO PRAZO)
Moody's Baa2/P-2 Baa2/P-2
FitchRatings BB+/B BBB-/F3
BBB BBB
DBRS
/R-2 (high) /R-2 (high)
(3) Rácios definidos pelo Banco de Portugal (Instrução n.º 6/2018); (5) Perímetro prudencial incluindo Resultado Líquido deduzido do
montante máximo distribuível de acordo com o rácio de pagamento de dividendo do exercício anterior; (6) Excluindo emissão AT1
liquidada em março de 2022; (7) Em 2022 a Caixa encerrou 1 agência no 1º semestre e 23 no 2º semestre. A reorganização dos
gabinetes originou uma redução de 3 unidades; (8) Empregados afetos à atividade bancária.
11
1.3. A Caixa Geral de Depósitos hoje
1.3.1. Missão e valores1
Missão
A Caixa Geral de Depósitos tem como missão a criação de valor para a sociedade portuguesa, prestando
serviços bancários de qualidade aos particulares e às empresas, contribuindo assim para a melhoria do
bem-estar das famílias portuguesas e para o desenvolvimento do setor empresarial, gerando a rendibilidade
adequada para o acionista. A Caixa garante o acesso dos clientes a um conjunto diversificado de produtos
e serviços financeiros de qualidade, com particular enfoque na captação da poupança e na concessão de
financiamento de médio e longo prazo, baseando-se num modelo de governo societário eficiente e no
respeito dos mais elevados padrões éticos.
Visão
Ser uma instituição de referência no sistema financeiro e líder no setor bancário em Portugal, que se pauta
em permanência por potenciar as suas vantagens competitivas e garantir níveis de solidez, rendibilidade,
serviço e eficiência em linha com as melhores práticas do setor bancário europeu.
Valores
A atividade e a conduta da Caixa pautam-se pelos seguintes valores fundamentais:
Confiança, garantindo a segurança dos depositantes, promovendo uma relação de longo prazo
com os clientes e privilegiando a sua fidelização, através de um serviço de elevada qualidade e
de uma oferta de produtos adequada ao seu perfil de risco e reforçando a estabilidade e solidez
financeira da instituição;
Rendibilidade, assegurando uma remuneração adequada dos capitais públicos, com base na
sustentabilidade do modelo de negócio e numa gestão eficaz e rigorosa;
Profissionalismo, de modo a prestar o melhor serviço aos clientes e a estabelecer relações com
todos os stakeholders, com elevada competência técnica, rigor e diligência;
Proximidade, através de uma rede abrangente de agências bancárias em Portugal, bem como
através de canais à distância com recurso às novas tecnologias, que garantam uma oferta
inovadora, diversificada e acessível;
Cultura de risco e rigor, assegurando o cumprimento das melhores práticas na gestão do risco,
reforçando a confiança dos clientes, do mercado e do acionista mediante uma adequada gestão
do seu balanço;
1
O acionista único da Caixa, reconhecendo o seu papel de referência no setor financeiro português e o momento de mudança profunda
no setor financeiro formulou, em 2019, uma nova Carta de Missão, onde determina os objetivos a atingir pela Caixa e a missão, a visão,
as linhas de orientação e os valores fundamentais para o futuro da Caixa.
12
Políticas e linhas de ação da estratégia definida
Na prossecução da sua atividade a Caixa tem como base as seguintes linhas de orientação:
A repartição de competências permite uma separação eficaz das funções de fiscalização e de gestão, à
qual acresce o benefício de uma constante e extensa supervisão pelas autoridades competentes, na
prossecução dos objetivos e interesses da sociedade, do seu acionista, colaboradores, clientes e restantes
stakeholders, permitindo, desta forma, alcançar o grau de confiança, transparência e equilíbrio entre as
várias funções necessário ao seu adequado funcionamento e eficácia.
Os membros do CA da Caixa são eleitos por deliberação acionista, no âmbito de um plano de sucessão
aprovado, por um período de quatro anos, podendo ser reeleitos, nomeados por cooptação ou por
designação do órgão de fiscalização em caso de falta definitiva de um administrador.
A atividade de fiscalização da administração, a vigilância do cumprimento da lei e dos estatutos pela Caixa,
a verificação e acompanhamento da independência da SROC nos termos legais e, em especial, a
verificação da adequação e a aprovação da prestação de outros serviços, para além dos serviços de
13
auditoria passou a ser exercida pela Comissão de Auditoria. A SROC é designada pela Assembleia Geral,
sob proposta da Comissão de Auditoria.
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. é uma sociedade anónima cujas ações são e só podem ser detidas pelo
Estado Português. Em 31 de dezembro de 2022, o capital social era de 3.844.143.735 euros, representado
por 768.828.747 ações com o valor nominal de 5 euros cada. Já em março de 2023, registou-se um aumento
do capital social por incorporação de reservas no valor de 681.570.760 euros, passando o capital social a
ser de 4.525.714.495 euros, representados por 905.142.899 ações mantendo-se o seu valor nominal
inalterado.
NACIONAL INTERNACIONAL
Caixa Geral de Depósitos Banco Caixa Geral (Brasil) 100,0%
Banco Nacional Ultramarino (Macau) 100,0%
B. Comercial do Atlântico (Cabo Verde) 58,8%
BANCA COMERCIAL B. Interatlântico (Cabo Verde) 81,7%
BANCA DE INVESTIMENTO Caixa Banco de Investimento 100,0% A Promotora (Cabo Verde) 45,8%
E CAPITAL DE RISCO
Caixa Capital 100,0%
Caixa Serviços Partilhados 100,0% Inmobiliaria Caixa Geral (Espanha) 100,0%
SERVIÇOS AUXILIARES
Caixa Imobiliário 100,0% Imobci (Moçambique) 46,3%
No ano de 2022 foi dada continuidade à reorganização societária do Grupo, visando a simplificação da
estrutura através da redução do número de sociedades instrumentais à sua atividade, destacando-se a
alienação da ESEGUR que ocorreu em julho de 2022, em agosto a aquisição de 11.687 ações,
representativas de 11,69% do Banco Interatlântico, passando a percentagem detida de 70% para 81,687%
do capital social do banco, e em dezembro a operação de concentração da participação detida no Caixa
Banco de Investimento pela Caixa Participações, seguida da aquisição potestativa das ações ainda em
mercado (0,23%) passando o mesmo a ser integralmente detido pela Caixa.
Esta reorganização tem por objetivo alcançar uma maior rentabilidade dos exercícios futuros ao eliminar
processos geradores de custos e ineficiências para o Grupo.
14
O ponto 3.4 deste relatório (“Participações Sociais”) detalha as alterações verificadas em termos de
aquisição e alienação de participações sociais.
Rede de distribuição
A rede comercial do Grupo Caixa abrangia em Portugal e no estrangeiro, no final de 2022, 891 agências
bancárias, menos 36 do que em 2021.
No final de 2022, a rede de distribuição doméstica abrangia 486 agências e “Espaços Caixa”, 6 agências
automáticas, 24 gabinetes de empresas e 2 extensões de gabinetes, 3 agências móveis e uma agência do
Caixa BI, totalizando 522 presenças em Portugal e continuando a apresentar-se como a maior rede de
distribuição da banca de retalho nacional, posição sublinhada pelas reduções significativas nas presenças
físicas de várias outros bancos. A Caixa disponibiliza ainda uma rede de autosserviço de 3.182
equipamentos, que inclui 677 equipamentos na sua rede própria e 2.505 ATM da rede Multibanco.
A nível internacional, o Grupo contava com 369 agências das suas subsidiárias locais no final de 2022 e de
forma a posicionar a sua presença internacional em geografias com uma forte relação com Portugal,
promovendo os produtos e serviços disponíveis na rede de agências da Caixa em Portugal aos clientes
residentes nesses países.
15
ESTRUTURA INTERNACIONAL DO GRUPO CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
Europa
Espanha Alemanha
Caixa Banco de Investimento 1 CGD – Escritório de representação 1
Inmobiliaria Caixa Geral 1 Reino Unido
França CGD – Escritório de representação 1
CGD – Sucursal de França 48 Suíça
Bélgica CGD – Escritório de representação 1
CGD – Escritório de representação 1 Luxemburgo
CGD – Escritório de representação 1
América
Brasil Venezuela
Banco Caixa Geral Brasil 1 CGD – Escritório de representação 1
CGD Investimentos 1 Canadá
CGD – Escritório de representação 1
África
Cabo Verde São Tomé e Príncipe
Banco Comercial do Atlântico 34 Banco Intern. S. Tomé e Príncipe 12
Banco Interatlântico 9 Moçambique
A Promotora 1 Banco Comercial e de Investimentos 211
Angola África do Sul
Banco Caixa Geral Angola 33 CGD – Escritório de representação 1
Ásia
China Índia
Banco Nacional Ultramarino - Macau 18 CGD – Escritório de representação 2
BNU – Escritório de representação de Xangai 1 Timor-Leste
CGD – Sucursal de Timor-Leste 14
Recursos humanos
A 31 de dezembro de 2022 o Grupo contava com 11.178 colaboradores, o que representa uma diminuição
de 293 empregados face a dezembro de 2021, alinhado com a evolução tecnológica da Caixa e do mercado
bancário. Apesar da redução liquida registada, a Caixa reteve a sua capacidade de renovação e
rejuvenescimento, tendo realizado, em Portugal, 129 contratações no ano e proporcionado 470 estágios
remunerados desde o lançamento do Programa Geração Caixa em 2020.
Variação
2021-12 2022-12 Abs. (%)
(1)
CGD Portugal 6.117 5.837 -280 -4,6%
(2)
Outros 5.354 5.341 -13 -0,2%
Total 11.471 11.178 -293 -2,6%
(1) Empregados em serviço efetivo, incluindo os provenientes de outras empresas do Grupo.
(2) Não inclui os empregados da Caixa Geral de Aposentações e abrangidos por outras situações (ex. requisição ou ausência prolongada).
Em Portugal, foram realizadas promoções envolvendo 19% do número de colaboradores e foi mantida a
atribuição de incentivos comerciais e de um Prémio de Desempenho e Potencial que envolveu cerca de
85% dos colaboradores que, no seu conjunto, totalizaram 16,3 milhões de euros em 2022. Em dezembro
foi atribuído um pagamento extraordinário de 900 ou 600 euros aos colaboradores com remunerações
inferiores a 2.700 euros para mitigar os efeitos do aumento inesperado da inflação.
Com o propósito de incrementar a capacitação dos colaboradores, a Caixa reforçou em 2022 o investimento
em formação que, nos últimos 3 exercícios, atingiu cerca de 5 milhões de euros.
Em março de 2022, realizou-se o VI Encontro da Caixa Fora da Caixa, evento anual, que reúne os
colaboradores das áreas comerciais e dos serviços centrais da Caixa e do Grupo, com o objetivo de
apresentar os resultados anuais do Banco, o plano estratégico do Grupo e os desafios que se colocam para
16
os próximos anos. Esta edição realizou-se em formato presencial e contou com a participação de mais de
2.000 colaboradores.
Mantendo o compromisso para a igualdade e não discriminação, foi atualizado o Plano para a Igualdade de
Género no Grupo Caixa enumerando o grau de realização das medidas identificadas em 2021 e
acrescentando novas iniciativas que visam reforçar a resposta nas diversas dimensões do Plano. Visando
igualmente atenuar as diferenças e a promoção de iniciativas conducentes à eliminação progressiva das
desigualdades entre mulheres e homens, foi publicado o Relatório Sobre Remunerações Pagas a Mulheres
e Homens identificando as diferenças remuneratórias no Grupo.
Marca Caixa
Marca
A Caixa monitoriza e analisa a evolução e tendência dos principais atributos e indicadores disponibilizados
por estudos em Portugal, BrandScore, RepScore, Powerful Brand e The Banker, relativamente à marca
Caixa e ao seu posicionamento face ao setor bancário. Em 2022, os vários estudos dão à Caixa uma
avaliação muito positiva em termos de reputação junto dos consumidores que continuam a reconhecer a
Caixa como o banco de referência em Portugal.
Segundo o estudo RepScore, a Caixa foi em 2022 a marca líder em reputação emocional no setor financeiro
português. A dimensão emocional da reputação avalia atributos como a Admiração, Relevância, Preferência
e Recomendação. Desde 2017, que a Reputação da marca Caixa mantém uma evolução positiva e superior
à do setor bancário em Portugal.
A marca Caixa voltou, em 2022, pelo segundo ano consecutivo, a ser distinguida como Powerful Brand na
categoria “Bancos” do estudo Powerful Brand – Marcas com Valor, do Grupo Marktest. O estudo Powerful
Brand mede o valor das marcas a partir de indicadores chave nas dimensões da Inovação, Sustentabilidade
e Propósito das marcas.
Em julho de 2022, a revista inglesa The Banker, do grupo Financial Times, reconheceu a Caixa como o
banco número 1 em Portugal no TOP 1000 World Banks.
Em 2022 a Caixa voltou a ser a marca bancária mais atrativa para novos clientes, confirmando o seu
reconhecimento da Marca Caixa por quem não é ainda cliente, analisado pelo estudo Brandscore da
consultora Scopen.
Ainda neste estudo, o indicador de reputação da marca Caixa, mantém em 2022 uma avaliação muito
positiva, acima da média do setor da Banca em Portugal. O indicador com melhor avaliação, também no
contexto da Banca, é o da “Relevância”, traduzindo o reconhecimento da Caixa no setor financeiro
português.
Comunicação Institucional
Os Encontros Fora da Caixa continuaram a ser, em 2022, um ponto de encontro da Caixa com a sociedade
civil, contribuindo para uma visão coletiva do país e reforçando os laços da instituição com o setor
empresarial.
Em cada conferência foram debatidos temas relacionados com a atualidade económica e empresarial,
regional e nacional, analisados à luz da conjuntura europeia e mundial.
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Em 2022, a Caixa promoveu o debate em nove localidades, um pouco por todo o país (Porto, Ilha do Pico,
Sines, Vila Nova de Famalicão, Oeiras, Covilhã, Funchal, Figueira da Foz e Lisboa), com a presença de
mais de 3.500 convidados e promovendo, adicionalmente a transmissão em direto e em streaming do
respetivo conteúdo.
Também a Cultura esteve presente em cada um dos Encontros, onde a música e a poesia, foram
protagonistas na voz de Pedro Abrunhosa e Nicolau Santos. Estes momentos deram lugar igualmente a
conversas disruptivas com personalidades de referência nacionais como: Luís Marques Mendes, Francisco
George, Rui Moreira, Luís Valente de Oliveira, ou Francisco Simões.
A Caixa marcou presença ao longo do ano, com a participação de administradores executivos, em diversos
eventos institucionais relacionadas com o setor financeiro, Governance, ESG e Inovação, entre outros.
Também durante o ano foram organizadas as habituais conferências de imprensa para apresentação de
resultados, uma oportunidade única de prestação de contas à sociedade e esclarecimento dos aspetos
mais relevantes do desenvolvimento da atividade, enquadrados no contexto de mercado e económico.
Comunicação Comercial
O ano de 2022 iniciou-se com o lançamento da campanha Crédito Expresso, que posicionou a Caixa num
território onde até ao momento não atuava: o das soluções de crédito pessoal rápidas, com resposta em 24
horas e crédito na conta em 48 horas. Recorrendo a uma adaptação de uma música dos Deolinda,
reconhecida pelo grande público “Se tem de ser, que seja agora,” esta foi uma das campanhas da Caixa
com maior notoriedade no ano de acordo com os resultados do estudo Brandscore 2022.
No primeiro semestre destacam-se ainda a comunicação dos Prémios Caixa Social, lançada em fevereiro
e que divulgou esta iniciativa anual que distingue e apoia financeiramente o trabalho desenvolvido pelas
entidades do terceiro setor, e a campanha PRR PT2030, lançada em junho, dirigida a empresas que
pretendem obter os incentivos financeiros deste Programa com o apoio da Caixa.
No segundo semestre do ano, a Caixa lançou um conjunto de campanhas setoriais dirigidas a empresas
(Comércio Externo, Turismo, Comércio e Serviços e Indústria), reafirmando o seu papel de apoio ao
financiamento do tecido empresarial nacional.
Nos meses de novembro e dezembro realizaram-se as campanhas Seguro de Saúde Multicare e Soluções
de Poupança Reforma e que concretizaram a divulgação das soluções comercializadas pela Caixa para
proteção da saúde e preparação da reforma.
Apoio à Cultura
Na Carta de Missão da Caixa, ficou, mais uma vez, definido que “A Caixa Geral de Depósitos tem como
missão a criação de valor para a sociedade portuguesa”.
Esta criação de valor, pode não só ser medida em números, podendo passar, de igual modo, por
investimento na comunidade onde a Caixa se insere, sendo que o investimento em Cultura contribuirá,
necessariamente, para a construção de uma sociedade melhor.
Ao longo de 2022, a Caixa reforçou o investimento feito na Cultura através do lançamento de programas
inovadores e mantendo ou reforçando os investimentos já consolidados.
A Caixa apoiou, em 2022, o lançamento de obras ligadas à Gestão, Finanças, Economia e Atualidade,
como o livro Strategic Autonomy and Economic Power: The Economy, de Vítor Bento, o Manual of Corporate
Governance | Theory and Practice for Scholars, Executive and Non-Executive Directors de Duarte Pitta
Ferraz e, ainda, o livro «Impostos: Porquê e para quê?» de Paulo Marques e Joaquim Miranda Sarmento.
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Em parceria com o Instituto de Direito Económico Financeiro e Fiscal – IDEFF, a Caixa promoveu ainda um
ciclo de 10 conferências “Pensar a Economia: dez livros, dez debates fundamentais”, sob coordenação
científica do Prof. Doutor Eduardo Paz Ferreira, onde se debateu o conjunto de orientações de política
económica imposto pela execução do Plano de Recuperação e Resiliência – PRR, à luz da análise dos
autores dos livros de economia publicados nos últimos anos.
Para além da atividade e programação da Culturgest, o átrio central do Edifício-Sede da Caixa recebeu três
exposições. A exposição de obras da Coleção da Caixa, a exposição "Gente da Batalha", de António Barreto
(e curadoria de Ângela Camila Castelo-Branco), que procurou retratar a preto e branco a magnificência do
Mosteiro da Batalha e a exposição “Duarte Darmas – Do Cálamo ao Drone", da responsabilidade de
Santiago Macias, Diretor do Panteão Nacional, que destacou Duarte Darmas, um escudeiro da Casa Real
que, ao serviço do Rei D. Manuel I, no início do século XVI, fez o levantamento das fortificações raianas.
À Fundação Culturgest foi concedido o estatuto de utilidade pública pelo mérito das atividades
desenvolvidas sem fins lucrativos.
Desde que abriu portas, a Fundação desempenha um papel significativo no desenvolvimento do tecido
artístico da cidade e do país. Acompanha a carreira de encenadores e coreógrafos, produzindo novas
criações e apresentando-as a um público diversificado, encomenda obras a artistas visuais, organizando
exposições individuais e coletivas, realiza concertos de música de todos os géneros e apoia e acolhe os
maiores festivais de cinema da cidade.
Este programa é complementado com conferências e debates e uma oferta diversificada de oficinas, visitas
guiadas, encontros e espetáculos para escolas e família, estando por isso ao serviço da comunidade em
que se insere.
Esta iniciativa inaugura um novo capítulo na história da Coleção de Arte Contemporânea da Caixa, abrindo
portas às gerações mais novas com o objetivo de promover a sua consolidação e qualificação.
No âmbito deste concurso, foram adquiridas obras de seis artistas Adriana Progranó, Dayana Lucas, Fernão
Cruz, Igor Jesus, João Gabriel e Sara Mealha que passaram a integrar a Coleção. A decisão relativa aos
vencedores foi tomada pela Comissão de Aquisições da Coleção da CGD, presidida por Emílio Rui Vilar.
Como gestora designada da Coleção da CGD, a Fundação Caixa Geral de Depósitos - Culturgest é,
também, responsável pela elaboração da política de aquisições e pela sua execução criteriosa, tendo, ao
longo do ano, sido concretizado um conjunto relevante de aquisições.
Este Ciclo procura apoiar o que de melhor se faz na música em Portugal. Esta iniciativa contou com 6
concertos: Amália Hoje (2), Mariza, Sétima Legião (2) e Orquestra Geração, e foram vistos por cerca de
3.000 espetadores, permitindo reforçar a imagem da Caixa, como agente promotor da cultura.
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Em 2022, o Programa Caixa Cultura distinguiu, em duas edições, um conjunto de oito iniciativas:
Ópera Express Para Novos Encenadores (Ópera do Castelo) financiamento da 3ª edição do único
concurso português de ópera contemporânea, enquadrado no âmbito do Festival Operafest Lisboa
2022.
Edição de 5 livrinhos de teatro (Artistas Unidos), em parceria com a editora Cotovia, onde se
publicam autores de teatro muitas vezes inéditos em Portugal.
Criação de um programa musical Capella Sanctae Crucis (Artway) a partir de fontes quinhentistas
para a Semana Santa, oriundas do extinto Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Publicação do catálogo da exposição “As Bravas” (PELE) com as fotografias, da autoria de Paulo
Pimenta de um grupo de mulheres anciãs da região do Marão.
Edição de um CD do Eixo do Jazz Ensemble (Eixo do Jazz), formado por músicos selecionados
nas residências, cujo objetivo é a promoção do jazz português e galego através da gravação dos
repertórios trabalhados.
Prémios e distinções
A Caixa tem sido reconhecida, a nível nacional e internacional, quer enquanto instituição quer pelos seus
produtos e serviços. Em 2022, destacamos as seguintes distinções:
Assistente Digital da app Caixadirecta vence Banking Tech Awards 2022, na categoria Best Use
of AI - Intelligent Assistant.
Prémios ACEPI – Navegantes XXI. Caixa vence com o espaço Caixa Lab - ecossistema de
inovação, na categoria Melhor Estratégia e Transformação Digital.
Caixa é o 1º Banco em Portugal no Top 1000 World Banks – The Banker 2022 em Capital Tier 1,
mantendo a sua posição de liderança, desde 2020, no ranking da revista The Banker, confirmando
a sua sólida posição de Capitais Próprios (Tier 1).
Contact Center World Global Top Ranking Performers Awards: Caixa vence na categoria “Best
Improvement Strategy”, com Gestão à Distância - Global Top Ranking Performers Awards 2022
na região EMEA – Europa, Médio Oriente e África.
IRGAwards distingue Caixa com “Special Award”, um reconhecimento pela conclusão, com
sucesso, do Plano de Recapitalização e o reforço da posição de liderança da Caixa no sistema
financeiro.
Caixa foi distinguida na categoria “Bancos de Grande Dimensão”, no âmbito da iniciativa Powerful
Brand, do Grupo Marktest e CofinaMedia.
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App DABOX ganha “Prémio 5 estrelas” na categoria “Apps de Open Banking”, com uma
classificação superior em todos os critérios face ao 2º classificado e uma satisfação global de
78,4%.
Assistente Digital CAIXA vence “Prémio Cinco Estrelas”, obtendo uma satisfação global de 80,2%,
num estudo que auscultou a opinião de 2.096 consumidores.
A Caixa liderou no crédito à habitação, com um valor de produção superior a 3.000 milhões de euros,
alcançando uma carteira superior a 25 mil milhões de euros que, apesar dos sinais de abrandamento,
consequência das alterações muito significativas do mercado, permitiu consolidar a quota de mercado em
cerca de 24%.
A carteira de crédito ao consumo apresentou, em 2022, um crescimento de 128 milhões de euros (+14%),
bem como um crescimento da produção em cerca de 42% face ao ano anterior. A nova oferta Crédito
Expresso, assente na simplicidade e célere aprovação, mantém-se como o principal percursor deste forte
crescimento e da melhoria da rentabilidade.
CREDITO AO CONSUMO
(milhões de euros)
No segmento de empresas destaca-se a produção de crédito, atingindo uma quota de mercado de 16,5%
com destaque para o crédito a PME, contribuindo para um crescimento de 10% da carteira de crédito neste
segmento.
Ao nível do segmento de negócios houve uma aceleração no desempenho global contribuindo para o
reforço da Caixa como banco de empresas. O apoio às microempresas e pequenas empresas reflete-se
nos cerca de 10 mil novos clientes.
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QUOTAS DE MERCADO - DEZEMBRO 2022
Particulares
Em 2022, a gestão de clientes particulares manteve o foco nos segmentos Caixa Platinum, Caixa Azul e
Mass Market, com uma especial preocupação na mitigação das consequências económicas e sociais
decorrentes da subida da inflação e da evolução das taxas de juro, destacando-se as seguintes medidas
para clientes particulares:
Procurando dar resposta às alterações que têm vindo a ocorrer no mercado monetário, a Caixa lanço u,
para clientes singulares e empresários em nome individual, o Depósito Pequeno Aforrador, um depósito
a prazo simples a 1 ano, não renovável e com possibilidade de mobilização antecipada e disponibilizou
o Depósito Caixa 15 Meses Não Mobilizável, um depósito a prazo simples não mobilizável a 15 meses e
sem possibilidade de renovação. Reviu também, em alta, as taxas de juro do Depósito a Prazo em moeda
estrangeira.
Visando reforçar o nível de envolvimento dos clientes, a Caixa prosseguiu a estratégia de robustecimento
das soluções financeiras orientadas a necessidades diferenciadas com diversas iniciativas nas
diferentes áreas de relação com o cliente, tais como: comprar casa e concretizar projetos (através de
melhoramentos e inovações no crédito à habitação e no crédito pessoal); gestão financeira do dia-a-dia
(através das Contas Caixa, Caixadirecta e de diversas iniciativas relacionadas com a facilitação de
acesso à Caixa); investir (dinamização do lançamento de novos produtos de investimento, como: seguros
de vida, PPR e fundos); salvaguardar o futuro (mediante o reforço de coberturas e outros inovações nos
seguros de saúde e outros seguros não financeiros), e poupar (ajustamentos aos depósitos a prazo,
poupança, fundos e seguros financeiros). Todas as iniciativas foram suportadas por ações de
comunicação e pela disponibilização de subscrição/contratação nos canais à distância, que beneficiam
das contínuas melhorias funcionais.
O apoio da Caixa ao segmento universitário tem sido reforçado ao longo dos anos e suporta-se nos
pilares: Apoio à comunidade académica; Promoção do conhecimento; Promoção no acesso ao Ensino
Superior e Responsabilidade económico-social e cultural. São 46 as Instituições de Ensino Superior que
no âmbito do programa Caixa IU – Institutos Politécnicos e Universidades contaram em 2022 com um
investimento da Caixa que ascendeu a 7,5 milhões de euros.
22
afetado pela exclusão social. Destas soluções, destacam-se a Linha Microinvest, Linha Investe+, Caixa
Jovem Empreendedor, Caixa Invest Social Projeto, as quais têm vindo a contribuir para o incentivo ao
nascimento de pequenos negócios, cruciais na criação e manutenção de postos de emprego de forma
sustentável.
A Caixa disponibiliza desde 2000 a prestação dos serviços mínimos bancários, na sequência da
assinatura do protocolo tripartido celebrado entre a Caixa, o Governo e o Banco de Portugal no âmbito
do disposto no Decreto-lei n.º 27-C/2000 de março, com o objetivo de permitir aos clientes o acesso ao
sistema bancário apesar das suas condições financeiras. Atualmente, este serviço é destinado a clientes
particulares que tenham uma única conta no sistema bancário e inclui, para além da manutenção e gestão
da conta de depósitos à ordem, o acesso ao serviço Caixadirecta, ao cartão de débito e à realização das
seguintes operações bancárias: depósitos, levantamentos, pagamentos de bens e serviços, débitos
diretos e transferências. Com uma quota de 38,1%, a Caixa lidera este mercado.
Banca digital
Em 2022, a Caixa consolidou a liderança como banco digital dos portugueses, com crescimentos
expressivos no número de clientes digitais ativos e no negócio realizado à distância.
No mercado doméstico, registaram-se 2,2 milhões de clientes digitais ativos, entre Particulares e
Empresas, o que representa 65% da base de clientes e um crescimento de 8% face ao período homólogo.
Destaca-se ainda o crescimento do canal mobile, que atinge 1,5 milhões de clientes Particulares e
Empresas (+18% face ao período homólogo) e cuja relevância tem vindo a aumentar entre os utilizadores.
O aumento do número de clientes digitais contribuiu para aumentar para 80% o peso das vendas online
(+7% que em 2021), aumentando também os níveis de satisfação e a recomendação dos canais digitais:
58% dos clientes recomendam os canais da Caixa (Estudo BrandScore 4º trimestre de 2022).
Ao longo do ano a inovação foi colocada ao serviço do cliente, o que se revelou essencial para garantir
maior satisfação com o serviço, gerar mais acessos e mais negócio. Em dezembro, os acessos ao
Caixadirecta totalizaram mais de 275 milhões, com a app a representar 85% dos logins.
O negócio digital, que tem vindo a evoluir de forma significativa desde que a Caixa iniciou o seu programa
de transformação, registou um forte crescimento dos produtos de contratação online como o Crédito
Pessoal Expresso, com mais de 6 mil subscrições, os seguros não financeiros, com cerca de 7 mil
subscrições e a abertura de conta de ativos financeiros com um crescimento de 44%. No segmento
empresas, destaca-se o crescimento da contratação de Financiamento de curto prazo (+110%) e das
operações de Factoring e Confirming (+22%).
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Marcada por uma forte componente de inovação e centrada nas necessidades do cliente, a app
Caixadirecta mantém-se a app bancária do país com maior número de utilizadores e maior número de
avaliações nas lojas de aplicações. Entre as diversas novidades que a solução integra no último trimestre
do ano, destaca-se o simulador de seguros Multicare, a subscrição online do PPR Evoluir e uma nova
funcionalidade que permite registar encomendas de produtos não financeiros.
A Assistente Digital, que é uma referência no setor bancário nacional, não só pela sua componente
transacional mas também por atuar como solução inclusiva, registou em dezembro um acumulado anual
de 3,6 milhões. Face ao período homólogo, o número de consultas por esta via cresceu 34% e o número
de transações 93%, o que denota não só a utilidade do serviço de voz como a confiança dos utilizadores,
que podem agora contar com a Assistente para solicitar pedidos de cartões de crédito.
No Open Banking em Portugal, a app DABOX mantém a liderança, com 34% de quota de mercado (de
acordo com os dados do 4º trimestre de 2022 da SIBS API Market) e tem agora disponível a consulta de
saldos e movimentos do cartão Caixa Break.
Empresas
Novo modelo de segmentação: mais serviço e maior proximidade
Com o objetivo de garantir maior proximidade e reforçar o seu posicionamento, a Caixa procedeu à revisão
do modelo de segmentação Empresas, passando a incluir empresas com faturação acima de 3 milhões de
euros no serviço especializado a PME, com um Gestor dedicado e atendimento num espaço distinto e
reservado num Gabinete Caixa Empresas, abarcando cerca de 5.000 empresas com potencial de
crescimento.
Dentro desta nova segmentação e de forma a dotar os gestores comerciais da rede Empresas de um
modelo de priorização de abordagem comercial mais assertiva, foi estreado um novo modelo de
identificação de clientes de alto potencial diferenciados por “clusters” – com o objetivo de tratar diferente o
que é diferente, ou seja, empresas com potencial para incremento de penetração de produto e/ou posse de
crédito.
Esta nova abordagem comercial qualificou 100% da base de Empresas e foi desenvolvida com recurso a
modelos de propensão com técnicas de analítica avançada, sendo complementada pela qualificação em
termos de risco (crédito pré-aprovado) e por fichas de caracterização setoriais de apoio à atuação comercial,
que possibilitaram taxas de eficácia comprovadas ao nível das melhores práticas da indústria.
É também de destacar o reforço da cobertura geográfica da rede de empresas da CGD no interior do país
com a abertura do Gabinete da Covilhã, o qual permite servir de forma mais eficaz os Distritos da Guarda
e de Castelo Branco, contando, assim, a rede empresas com um total de 24 gabinetes e 2 extensões para
PME.
Também em 2022 a Caixa reforçou o acompanhamento do segmento Negócios (empresas com faturação
até 3 milhões de euros), não só em número de Clientes (mais 32 mil passaram a usufruir do
acompanhamento especializado de um Gestor Caixa Negócios), mas também ao nível da presença
nacional nos mercados com maior potencial, permitindo disponibilizar um acompanhamento especializado
a mais clientes.
Para apoiar as empresas num contexto de crescimento acentuado das suas necessidades de fundo de
maneio ao longo de 2022, a Caixa disponibilizou um conjunto de soluções de tesouraria e de meios de
pagamento, das quais se destacam a plataforma eletrónica Flexcash para gestão de tesouraria (já com um
montante de faturação tomada superior a 2.400 milhões de euros desde o seu lançamento), os produtos de
trade finance para apoio às exportações e importações das empresas portuguesas, que reconhecem na
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Caixa um parceiro de apoio aos seus negócios internacionais e os seguros não financeiros empresariais
com várias coberturas, como os seguros de saúde e vida grupo, seguros multirriscos, seguros de
mercadorias transportadas e seguros do ramo automóvel.
Foram ainda colocadas mais de 15 mil Contas Caixa Business, oferta esta reforçada com o lançamento da
Conta Caixa Corporate. O serviço de acquiring da Caixa manteve ao longo de 2022 uma trajetória de
crescimento do volume de transações, alcançando uma quota de mercado de 15% em final de 2022.
Verificou-se uma recuperação dos pagamentos presenciais na ordem dos 30,2% e um crescimento de
62,6% em pagamentos online, em comparação com 2021.
Apoiar o Investimento
Linha Caixa BEI 2021, para responder às necessidades de investimento de Mid Caps, Large
Corporates e entidades do Setor Público ligadas ao setor da saúde;
Linhas Caixa FEI, destacando-se a Linha Start II, para apoio à transformação de novas empresas
(MLP com Garantia FEI) e Linha Caixa Invest Green Land para apoio à sustentabilidade ambiental
(MLP e Leasing), tendo a Caixa nos últimos três anos financiado mais de 16.000 projetos;
Linha Apoio ao Turismo 2021 - visando o reforço do fundo de maneio e dinamização dos
investimentos no setor;
Linhas com Garantia Mútua para Apoio à Produção - para financiar as necessidades de fundo de
maneio resultantes da subida de custos das matérias-primas e energia e à disrupção nas cadeias
de abastecimento;
Adicionalmente, a Caixa como banco detido pelo estado português e instituição de referência, assumiu
perante o mercado, um papel proativo na colocação dos fundos europeus através da Oferta Caixa
PRR/Portugal 2030. A oferta integrada fundos europeus, que posiciona a Caixa ao lado dos clientes em
todas as fases do ciclo de vida das candidaturas e dos projetos das empresas, inclui:
dois produtos inovadores: adiantamentos de incentivos aprovados até 100% do incentivo não
reembolsável e o financiamento MLP Caixa Flex, um produto exclusivo para as Empresas com
candidaturas PRR/PT2030 e clientes Caixa TOP;
a Plataforma Caixa PRR/ PT 2030, a qual permite às empresas obter informação sobre os fundos
europeus, os avisos abertos e a oferta Caixa neste âmbito;
O programa PME Líder 2021 distinguiu 11.221 empresas, das quais 3.774 com o apoio da Caixa (+19%
face ao ano anterior). No que respeita às PME Excelência 2021, o IAPMEI distinguiu 3.881 empresas, das
quais 1.074 pela Caixa (+40% face a 2020).
Em 2022 a Caixa continuou também a promover o seu programa de reconhecimento e parcerias Caixa
TOP, com vantagens para as empresas dos setores exportador e setores mais dinâmicos da economia
selecionadas pela Caixa, bem como as PME Líder, as 500 Maiores Empresas e 1000 Melhores PME.
Em 2022 foram dados passos largos para uma cada vez maior integração do foco ESG na estratégia de
financiamento da Caixa às empresas, tendo sido atingida uma produção de 640 milhões de euros em linhas
de crédito “green”, leasing e renting de viaturas “verdes” (híbridas ou elétricas) e emissões corporate de
obrigações e programas de papel comercial ESG, com diferenciação de preço para empresas com melhores
ratings ESG.
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Através de um conjunto abrangente de iniciativas de sustentabilidade, a Caixa disponibilizou aos seus
clientes empresa soluções ESG, designadamente:
Solução Solar CAIXA/EDP, mediante a qual a Caixa financia a aquisição/serviço de painéis solares
fotovoltaicos para o mercado empresarial, para PME e grandes empresas de todos os setores
(mais de 20.000 painéis solares financiados, e uma redução de mais de 2.000 toneladas CO2/ano);
Nesta vertente, é de assinalar que a Caixa é o primeiro banco em Portugal com um modelo de rating ESG
para os seus clientes do segmento de empresas de todos os setores de atividade, apoiando ativamente as
empresas a melhorar os seus indicadores ESG e mantendo a sua carteira de empresas notada com este
rating.
Fruto das várias iniciativas desenvolvidas, destacam-se em 2022 as seguintes realizações no segmento
Empresas:
Crescimento do stock de crédito às PME em 10%, superior ao registado pelos demais bancos do
mercado;
Valores recorde de produção no crédito MLP e no factoring & confirming com PME e grandes
empresas;
26
1.4. Atividade e informação financeira
1.4.1. Enquadramento económico-financeiro
Evolução económica global
Em 2022, a atividade económica global continuou a recuperar da contração sem precedente sofrida ainda
em 2020. Apesar disso, a conjuntura contrastou fortemente com as perspetivas mais otimistas que eram
antecipadas no início do ano, alicerçadas na redução das restrições relacionadas com a pandemia e
respetivos impactos positivos, na dissipação dos constrangimentos sobre as cadeias de fornecimento de
bens e ainda nos elevados níveis de poupança privada e recuperação do mercado de trabalho.
O crescimento económico, que registou uma forte desaceleração sobretudo a partir do segundo trimestre
do ano, foi negativamente afetado por três influentes fatores. Em primeiro lugar, pelo regresso da geopolítica
à série de riscos e fatores que moldaram não só o sentimento, como as decisões dos diversos agentes
económicos. Neste âmbito, destaca-se o início da guerra na Ucrânia espoletado pela invasão militar russa
a partir de fevereiro, que ensombra desde então a ordem europeia e mundial. Em segundo lugar, pela
magnitude inesperada da redução do ritmo de crescimento não só da economia norte-americana, como da
economia chinesa. Por fim, pelo brutal aumento do custo de vida provocado pela acentuada aceleração do
crescimento do nível geral de preços, a qual obrigou os bancos centrais a acelerar gradualmente o ritmo de
normalização das condições monetárias ao longo de todo o ano, com destaque para as economias
desenvolvidas.
A inflação aumentou de forma acentuada em 2022, assistindo-se a leituras homólogas de dois dígitos,
inclusive nas principais economias. O incremento refletiu em larga medida os ajustes significativos dos
preços das matérias-primas energéticas e alimentares que transitaram ainda do ano anterior, num contexto
em que os constrangimentos sobre a capacidade de reposta da oferta por parte das empresas face ao nível
da procura de bens se mantiveram elevados. Em diversos países emergentes, a depreciação cambial
contribuiu adicionalmente para pressões acentuadas ao nível dos preços dos bens importados.
O crescimento da economia global desacelerou ao longo de todo o ano. De acordo com as estimativas mais
recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento
de 3,4% em 2022, um resultado muito abaixo dos 6,2% do ano anterior e inferior às projeções avançadas
um ano antes. O crescimento sofreu uma moderação tanto no bloco desenvolvido, como no emergente e
em desenvolvimento, com ritmos de expansão de 2,7% e 3,9%, respetivamente, após 5,4% e 6,7% no ano
anterior.
Nos Estados Unidos da América, o PIB cresceu 2,1% em termos reais em 2022, neste caso já de acordo
com a estimativa rápida do Bureau of Economic Analysis, o menor incremento desde 2011, se excluído o
resultado de 2020, e depois de um registo muito próximo dos 6,0 p.p. no ano precedente. Este desempenho
traduziu uma forte redução do contributo da procura interna, com destaque para o consumo público e para
o consumo privado de bens duradouros. Apesar do prolongamento da dinâmica favorável do mercado de
trabalho, com a taxa de desemprego a permanecer num nível historicamente diminuto (regressou no final
do ano a 3,5%, o mínimo das últimas cinco décadas), o crescimento negativo dos salários reais, a par da
desvalorização dos ativos financeiros, ditaram uma queda considerável da confiança dos consumidores.
No Japão, o crescimento estimado do PIB na ótica do FMI regressou a um patamar próximo de 1 p.p., após
um resultado superior em 2021, o que havia sucedido pela primeira vez numa década. O choque mundial
ao nível da inflação atingiu desta feita a economia nipónica, tendo o crescimento dos preços no consumidor
registado de igual modo uma aceleração, reflexo sobretudo do contributo das componentes relacionadas
com a energia e, numa dimensão mais reduzida, com a alimentação. Já próximo do final do ano, a variação
homóloga do índice a nível nacional atingiu uma leitura próxima dos 4 p.p., algo a que já não se assistia há
mais de dez anos.
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INDICADORES ECONÓMICOS DA UNIÃO EUROPEIA E DA ÁREA EURO
(%)
União Europeia Área Euro
2021 2022 2021 2022
Produto Interno Bruto (PIB) - Taxa de Variação 5,4% 3,5% 5,3% 3,5%
Consumo privado 4,0% 4,0% 3,7% 4,3%
Consumo público 4,1% 0,9% 4,3% 1,1%
Formação Bruta de Capital Fixo 3,8% 4,0% 3,8% 3,7%
Procura interna 4,6% 3,7% 4,2% 3,7%
Exportações 10,6% 7,0% 10,6% 7,0%
Importações 9,1% 7,8% 8,4% 7,9%
Taxa de inflação (IHPC) 2,7% 8,9% 2,6% 8,4%
Rácios (%)
O crescimento económico na Área Euro (AE) revelou de igual modo uma substancial moderação no decurso
de 2022. No ano marcado pelo arranque do ambicioso programa NextGenerationEU, cujas dotações
começaram a ser distribuídas ainda em 2021, o crescimento da atividade na região foi particularmente
afetado pela crise relacionada com o aumento dos preços e com a escassez de fontes energéticas. A AE,
a par dos restantes parceiros que compõem a União Europeia, encontrou-se entre as regiões mais
vulneráveis devido quer à proximidade geográfica, quer à elevada dependência em relação às importações
de combustíveis fósseis e de bens alimentares das regiões onde decorreu e continua a decorrer o conflito
armado. O PIB da AE, segundo o Eurostat, cresceu 3,5% em termos reais, após 5,3% em 2021, situando-
se no final de 2022 mais de 2 p.p. acima do nível observado imediatamente antes da eclosão da pandemia.
O crescimento económico beneficiou do contributo positivo da procura interna, com destaque sobretudo
para o importante papel da contribuição do turismo e de outras atividades de contacto intensivo na maioria
dos estados membros, atividades estas ligadas aos setores dos serviços.
Tendo ainda em consideração as previsões do inverno de 2023 da Comissão Europeia, com exceção da
Estónia todos os estados membros da AE registaram taxas de crescimento do PIB positivas e significativas,
embora inferiores às obtidas em 2021, com um dos destaques a ir para a Portugal, cujo crescimento anual
de 6,7% foi suplantado apenas pelos 12,2% da Irlanda. Em contrapartida, os desempenhos menos
favoráveis, para além do referido Estado báltico, foram observados na Alemanha, na Letónia e na
Eslováquia, onde o PIB cresceu somente 1,8%, nos dois primeiros casos, e 1,5% no terceiro.
Medida pela variação do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), a inflação na AE voltou a
aumentar de forma mais rápida e persistente do que era previsto, cifrando-se em 8,4% em termos anuais,
após 2,6% em 2021, o registo mais elevado desde a introdução formal do Euro, tendo ainda superado pelo
segundo ano sucessivo o valor de referência do BCE. O aumento da inflação, que perto do final do ano
atingiu valores que já não eram observados há três décadas, resultou da recuperação da procura interna,
dos constrangimentos nas cadeias de abastecimento e do posterior agravamento dos preços energéticos e
alimentares na sequência do início do conflito na Ucrânia. Excluindo os bens alimentares e energéticos, os
preços no consumidor cresceram 3,9% em 2022, após 1,5% em 2021.
O ritmo de crescimento da atividade económica sofreu de igual modo uma forte moderação no bloco
emergente resultado sobretudo do arrefecimento da economia chinesa, a qual, de acordo com as mais
recentes estimativas inscritas no World Economic Outlook (WEO) do FMI de janeiro último, cresceu pela
primeira vez em muitas décadas somente um pouco acima da economia global. A atividade, que chegou a
contrair no segundo trimestre de 2022, foi afetada quer pelos bloqueios decorrentes da estrita política de
restrições à mobilidade relacionada com a Covid-19, quer pela desaceleração do investimento dirigido ao
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setor imobiliário. Entre os países exportadores de matérias-primas da América Latina, o crescimento
económico manteve-se relativamente elevado, apoiado no aumento dos preços daquelas e na normalização
da atividade em setores de contacto intensivo. Na Ásia, o crescimento em diversas economias emergentes
abrandou em sincronia com o ritmo de expansão mais lento na China, enquanto, por seu lado, as economias
do leste europeu foram particularmente afetadas pela guerra na Ucrânia devido à maior dependência das
importações energéticas relativamente à Rússia e às contingências associadas à proximidade física do
conflito.
INDICADORES ECONÓMICOS
(%)
PIB Inflação
Desemprego
(Taxas de variação) (Taxas de variação)
A América Latina alcançou um crescimento de 3,9%, cerca de metade do observado no ano anterior (7,0%),
tendo todas as economias da região registado uma expansão da atividade económica. O Leste Europeu,
fortemente afetado pelo conflito na Ucrânia, encontrou-se próximo da estagnação, de acordo com as
estimativas do FMI, um resultado que deriva em grande medida da contração da atividade, quer na Rússia,
quer na Ucrânia. No primeiro caso, a economia, afetada pelas sanções financeiras e tecnológicas com o
intuito de pressionar o país a decretar o fim das hostilidades, sofreu uma queda de 2,1%, segundo o serviço
federal de estatísticas, um resultado muito menos negativo face àquele que chegou a estar previsto nas
semanas imediatamente posteriores à invasão militar da Ucrânia. Neste segundo caso, a partir de fevereiro
o conflito provocou não só um enorme sofrimento humano, devido ao número de mortos, de feridos e da
deslocação de milhões de pessoas, como perdas maciças de capital fixo, nomeadamente infraestruturas,
resultando numa quebra da atividade que, aquando da divulgação do World Economic Outlook (WEO) ainda
de outubro de 2022, o FMI estimava corresponder a 35,0%.
Ao contrário dos anos anteriores, em 2022 o crescimento da África Subsariana encontrou-se em linha com
o do resto mundo (3,8%), ainda que tenha de igual modo sofrido uma redução face ao ano anterior, neste
caso de pouco menos de um ponto percentual (4,7% em 2021). Entre os principais países emergentes, a
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economia da Índia voltou a estar em destaque com um ritmo de crescimento considerável, de cerca de
6,8%, de acordo com o FMI, abaixo dos 8,7% de 2021.
Em Moçambique, após a contração de 1,2% do PIB em 2020, a primeira em 30 anos, e do crescimento ter
ascendido a 2,3% em 2021, o ritmo de expansão da atividade económica acelerou em 2022, fixando-se em
3,7%, o melhor resultado em cinco anos e para o qual contribuiu significativamente o levantamento total
das restrições relacionadas com a Covid-19 a partir do mês de julho. No que concerne ao crescimento dos
preços, a inflação subiu para dois dígitos (10,3%, após 6,4%), impulsionada pelos preços internacionais
dos combustíveis e dos alimentos, bem como por tempestades tropicais que afetaram a oferta interna de
alimentos, sobretudo no decurso do segundo trimestre. Destaque ainda, no final do ano, para a conclusão
da primeira avaliação do acordo efetuado entre o FMI e Moçambique respeitante a um programa de
Facilidade de Crédito Alargada (ECF), o qual visa apoiar a recuperação económica, reduzir a dívida pública,
a par das vulnerabilidades de financiamento.
A economia de Cabo Verde continuou a recuperar dos efeitos da pandemia de Covid-19. Em 2022, o
Conselho Executivo do FMI aprovou um acordo de 36 meses ao abrigo da ECF para Cabo Verde, num
montante equivalente a cerca de $60 milhões com vista a ajudar a preencher os défices de financiamento,
juntamente com o apoio de financiamento contínuo por parte dos parceiros de desenvolvimento do país.
Após a contração de quase 15% em 2020, a economia registou um crescimento de 7% no ano seguinte,
tendo acelerado consideravelmente em 2022, sobretudo durante a primeira metade (17,4% de variação
homóloga média), sustentada pelo forte aumento do número de turistas. A atividade económica foi, para
além disso, apoiada pelo crescimento do crédito.
Em Macau, a atividade económica foi fortemente condicionada pelas medidas impostas pelas autoridades
chinesas no âmbito das restrições associadas à política Zero-Covid. As fortes limitações de controlo
sanitário relacionadas com a entrada de visitantes tiveram numa economia altamente dependente do
turismo um impacto particularmente negativo. Em 2022 entraram em Macau 5,7 milhões de visitantes,
menos 26,0% em comparação com o ano transacto. Como resultado, o PIB contraiu 26,8%, de acordo com
a Direção dos Serviços de Estatística e Censos, após uma recuperação de 19,3% no ano anterior,
encontrando-se ainda num patamar bastante inferior ao nível observado de 2019, mais concretamente em
cerca de 60%.
As decisões dos bancos centrais voltaram a ser decisivas para a evolução da economia global e dos
mercados financeiros, à semelhança dos anos anteriores, embora desta feita aquelas tenham tido um
caráter altamente restritivo, marcado, em alguns casos, como o do BCE, por um aumento acumulado das
taxas de juro no espaço de apenas um ano sem precedentes.
O forte e significativo incremento das pressões inflacionistas contribuiu para uma alteração determinante
no nível e, em consequência disso, da trajetória registada por parte de diversas variáveis afetas às finanças
públicas. As tensões referidas favorecem no curto prazo as variáveis respeitantes aos saldos orçamentais
tendo em consideração os benefícios sobre a receita fiscal, em particular as obtidas a partir dos impostos
indiretos. Em 2022, a dimensão dos défices orçamentais voltou a reduzir-se, inclusive de forma mais
acentuada do que no ano anterior, como foi o caso do bloco desenvolvido, embora tenham permanecido
acima dos níveis pré-pandemia em todas as regiões. Em comparação com 2019, os maiores défices nas
economias avançadas refletem ainda gastos públicos superiores aos da altura, em parte devido às
respostas às crises alimentar e, sobretudo, energética, enquanto nas economias emergentes tal deriva
principalmente do facto de as receitas públicas permanecerem em muitos casos por recuperar. A China
constituiu uma exceção, com o FMI na edição mais recente do Fiscal Monitor divulgada em outubro a
estimar que o saldo público orçamental tenha aumentado, à medida que o crescimento desacelerou e a
inflação permaneceu muito baixa. Como exceção, alguns países exportadores de petróleo e de gás natural
obtiveram excedentes orçamentais devido ao forte incremento da cotação das matérias-primas durante
grande parte do ano. De igual modo, o FMI estima que em termos globais o nível da dívida pública tenha
permanecido acima de 90% do PIB (superior a 100% pelo terceiro ano consecutivo no caso das economias
desenvolvidas), cerca de 7,5 pontos percentuais superior ao observado antes da pandemia.
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A expansão das economias continuou a contribuir para o ressurgimento da procura por mão-de-obra na
maioria dos setores de atividade. A oferta, por seu lado, manteve-se lesta na resposta, com a taxa de
participação no mercado de trabalho, no caso das economias desenvolvidas, a permanecer em níveis
inferiores aos registados antes da pandemia. Prolongou-se, assim, o desequilíbrio entre a procura e a oferta,
o que contribuiu, por um lado, para novas reduções dos níveis da taxa de desemprego e, por outro lado,
para o aumento das pressões salariais, tendo os respetivos proveitos, quer na indústria, quer nos serviços,
permanecido em tendência de convergência para os valores anteriores à pandemia. Apesar disso, o
crescimento nominal dos salários não acompanhou na totalidade a inflação, o que implicou que em diversas
regiões o crescimento real dos mesmos sofreu uma forte contração e afetando sobretudo o poder de compra
e o bem-estar das famílias de recursos mais limitados.
A atividade económica permaneceu em 2022 condicionada por outros focos de risco, alguns dos quais
transitaram ainda do ano anterior, com destaque, uma vez mais, para o caso das dificuldades nas cadeias
de produção e de fornecimento de bens, apesar da tendência de decréscimo, não só relacionadas com
bens de consumo final, como com bens intermédios utilizados no processo de produção.
Um novo foco de risco, e que constituiu o principal tema económico de 2022, correspondeu ao início de um
processo de normalização da política monetária que se consubstanciou na subtração dos estímulos
monetários nas economias desenvolvidas, os quais se mantinham ainda intactos no início do ano, devido à
significativa aceleração do crescimento dos preços. Com a diminuição da inflação a ser considerada
fundamental para a recuperação do poder de compra das famílias, o espoletar do referido processo acabou
por contribuir inevitavelmente, e de forma considerável, para que ao longo de todo o ano se tivesse assistido
ao incremento da probabilidade de recessão a breve trecho, quer nos EUA, quer na Europa atribuída por
parte de investidores e de analistas.
Relativamente aos programas de compras de ativos ainda em vigor, o BCE tomou igualmente decisões no
sentido de inverter a orientação acomodatícia da política monetária. Em março, encerrou o Programa de
Compras de Emergência Pandémica (PEPP - Pandemic Emergency Purchase Programme) e, embora
nesse mês tenha anunciado um calendário de redução mensal do ritmo de aquisições de títulos ao abrigo
do programa APP - Asset Purchase Programme, três meses depois o Conselho de Governadores (CG)
decidiu cessar todas as aquisições líquidas a partir do início do segundo semestre. Ainda relativamente a
este programa, durante o CG do mês de dezembro o BCE deu a conhecer que a partir de março de 2023 a
sua dimensão iria começar a decrescer através do não reinvestimento dos pagamentos de capital de títulos
vincendos. No final do ano transacto banco central antecipava um decréscimo, em média, de 15 mil milhões
de euros por mês até ao final do segundo trimestre de 2023, momento a partir do qual o ritmo subsequente
seria reavaliado de acordo com as condições do mercado.
Em outubro, no sentido de alinhar mais estreitamente a remuneração das reservas mínimas obrigatórias
detidas pelas instituições de crédito junto do Eurosistema com as condições no mercado monetário, o CG
do BCE decidiu que as reservas mínimas passariam a ser remuneradas à taxa de juro da facilidade
permanente de depósito, em vez da taxa referente às operações principais de refinanciamento.
A par destas decisões, o CG do BCE foi demonstrando ao longo do ano uma atenção redobrada aos efeitos
que os ajustes da política monetária, quer via redução da dimensão do seu balanço, quer através do
agravamento das taxas de juro diretoras, poderiam começar a ter não só na evolução dos spreads das
taxas de juros da dívida soberana entre Estados membros, como também nos riscos de fragmentação
financeira na região.
Nesse âmbito, no CG do BCE do mês de julho foi formalmente aprovada a criação do Instrumento de
Proteção de Transmissão (Transmission Protection Instrument - TPI – sigla em inglês) na sequência,
precisamente, do então forte aumento dos spreads das yields soberanas e dos custos de financiamento
dadas as expectativas de agravamento para breve das taxas de juro diretoras. A criação do TPI foi
apresentada como fundamental para assegurar uma transmissão eficaz e uniforme de política monetária
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em todos os países membros da Área Euro, tendo o BCE afirmado que recorrerá a este instrumento sempre
que considerar necessário para contrariar dinâmicas desordenadas, injustificadas e passíveis de
representar uma ameaça grave nos mercados de dívida através da aquisição de obrigações soberanas ou
títulos emitidos por agências ou governos regionais públicos. Ficou determinado que o volume líquido de
aquisição de ativos seria função dos riscos futuros, não existindo qualquer restrição prévia à sua
implementação.
Por fim, e próximo do final do ano, o CG do BCE decidiu ainda alterar as condições da terceira série de
operações de refinanciamento de prazo alargado (ORPA direcionadas III (ou TLTRO)) a fim de assegurar
a coerência com o processo mais amplo de normalização da política monetária e restabelecer a estabilidade
de preços a médio prazo. A partir do final de novembro de 2022 e até à data de vencimento ou de reembolso
antecipado de cada operação em curso, a taxa de juro destas operações será indexada às taxas de juro
diretoras médias aplicáveis do BCE durante este período.
Em 2022, a FED deu igualmente início ao processo de inversão das medidas de caráter não convencional.
O banco central norte-americano anunciou nos primeiros dias do mês de maio o plano de redução dos
montantes de ativos de dívida detidos em carteira. Os membros do CG concordaram em limites mensais
de não reinvestimento dos títulos de dívida pública do tesouro e dos títulos garantidos por crédito hipotecário
(designados de forma comum pela sigla em inglês MBS) de $30 mil milhões e de $17,5 mil milhões por
mês, entre junho e setembro, admitindo posteriormente um aumento desses montantes nos meses
seguintes, para $60 e $35 mil milhões por mês. A dimensão do balanço do banco central norte-americano,
que se situava em 37,4% do PIB do final de 2021, desceu para 33,6% em dezembro de 2022.
Outros bancos centrais de economias desenvolvidas e emergentes foram tornando, ao longo de 2022, as
condições financeiras de igual modo menos expansionistas. O Banco de Inglaterra, que já tinha iniciado o
ciclo de subida de taxa diretora ainda em dezembro de 2021, acelerou o ritmo de normalização ao longo do
ano passado através de oito aumentos da Taxa Base, aumentos que foram igualmente mais significativos
durante a segunda metade do ano em resposta ao forte agravamento do crescimento dos preços, num total
de 325 p.b., com aquela taxa a fixar-se em 3,50% no final de dezembro. O banco central começou
igualmente a reduzir a dimensão do seu programa de aquisição de ativos, após esta ter atingido o valor
máximo de £895 mil milhões, através de duas vias: (i) deixando vencer algumas das obrigações soberanas
(Gilts) que detém e (ii) procedendo à venda de uma parte dos títulos detidos em carteira.
Noutros países do bloco desenvolvido, merece também destaque a atuação do Banco do Canadá que
decretou sete incrementos da respetiva taxa de juro central desde o início de março, elevando-a de 0,25%
para 4,25%. No caso suíço, não obstante níveis de inflação consideravelmente abaixo dos restantes países
europeus, o banco central determinou três aumentos da taxa principal, num total de 175 p.b., levando a
mesma a transitar de -0,75% no final de 2021 para 1,00% doze meses depois.
Já perto do final do ano, merece ainda realce a decisão do Banco do Japão que duplicou o limite de
flutuação admitido para o nível das taxas de rendibilidade dos títulos da dívida soberana a 10 anos de -/+25
p.b. para valores a partir de então compreendidos entre -0,50% e +0,50% face ao desajustamento a que já
eram negociadas as diferentes maturidades da curva de rendimentos. Esta foi uma decisão entendida como
um indício de possível normalização em breve da “política de controlo da curva de rendimentos”.
Ainda na Ásia, destaque para a China, onde a manutenção da inflação num nível inferior ao limite máximo
admitido pelo banco central contribuiu para uma política monetária divergente das restantes principais
economias. O Banco Central da China voltou a proceder inclusivamente a um novo alívio da política
monetária durante o verão de forma a suportar a recuperação da economia. No resto do continente asiático,
a tendência foi, no entanto, de agravamento das taxas de juro diretoras, como o atestou o caso indiano
onde o banco central aumentou a respetiva taxa diretora num montante acumulado de 225 p.b., fixando-a
em dezembro em 6,25%.
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respetivas taxas centrais. De realçar, no entanto, que, ao contrário dos restantes pares europeus, em
qualquer uma destas três economias os agravamentos dos juros tiveram lugar ainda a partir do início do
segundo semestre de 2021. Na Rússia, após a economia ter sido alvo de diversos pacotes de sanções por
parte da comunidade internacional logo depois do início do conflito na Ucrânia, e com o intuito de fazer face
à imediata depreciação quer da moeda nacional, o rublo, quer dos ativos financeiros detidos em carteira, o
banco central respondeu inicialmente com um aumento agressivo da taxa de juro diretora para 20,00%. A
normalização cambial posterior e a evolução favorável quer dos indicadores das contas públicas, quer dos
indicadores relacionados com a inflação, conduziram a um progressivo alívio das condições monetárias,
com as posteriores reduções a colocar a taxa diretora em 7,50% no final do ano.
Na América Latina, destaque para a atuação de diversos bancos centrais, incluindo do México, do Chile,
do Peru e do Brasil. Neste último caso, o banco central, que foi um dos primeiros a dar início à fase de
ajuste da política monetária, logo em março de 2021 (nesse ano o agravamento correspondeu a 750 p.b.),
adicionou mais 450 p.b. à taxa SELIC em 2022. À imagem das principais economias do leste europeu, a
autoridade monetária brasileira interrompeu o processo de agravamento da respetiva taxa a partir do final
do verão.
Em Angola, o Banco Nacional decretou em setembro uma redução da taxa básica de juro (Taxa BNA) de
0,50 p.b., para 19,50%, o que sucedeu pela primeira vez desde 2019, decisão justificada com a consistência
da moderação do crescimento dos preços. A respetiva variação homóloga do índice de preços diminuiu de
27,0% para 13,9% em dezembro último em comparação com o mesmo mês de 2021, resultado do contínuo
e rigoroso controlo da liquidez na economia e, sobretudo, da apreciação do kwanza. Em sentido contrário,
o banco central de Moçambique aumentou o custo das operações de crédito, com um agravamento de 400
p.b. da taxa MIMO durante o ano passado (200 p.b. em março e o mesmo montante em setembro) fixando-
a em 17,25% no final de 2022, nível que corresponde ao mais elevado desde abril de 2018 e que constituiu
uma resposta à aceleração do crescimento dos preços no consumidor.
Evolução portuguesa
Evolução global
De forma análoga aos restantes países da AE, a deterioração do enquadramento externo e financeiro afetou
a economia portuguesa. De acordo o relatório das Contas Nacionais de 2022 divulgado pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), a atividade económica cresceu 6,7% em 2022, em termos reais, após uma
expansão de 5,5% no ano anterior, resultado que se deveu em grande medida ao desempenho da economia
ainda durante o primeiro trimestre do ano, à retoma do setor do turismo e do lazer e a um ritmo de
crescimento anual da economia europeia superior à média histórica. O ano de 2022 ficou ainda marcado
pelo regresso do PIB a um nível superior ao verificado antes da chegada da pandemia.
Destaque ainda para a resiliência demonstrada pelo consumo privado, a qual decorreu da poupança
acumulada durante a crise da Covid-19, da realização de compras adiadas, e das medidas de apoio
governamentais, as quais tiveram como alvo preferencial franjas da população com menores rendimentos.
Desta forma, e também de acordo com o INE, o consumo privado, a componente da procura com maior
peso, cresceu 5,7% em 2022. Em contrapartida, a formação bruta de capital fixo (FBCF) registou um
crescimento menos acentuado, neste caso de 2,7%, após 8,7% em 2021. Este abrandamento esteve
relacionado com o contexto de restrições ao nível da capacidade da oferta, com o aumento dos custos de
produção e com o agravamento das condições de financiamento decorrentes do processo de normalização
da política monetária em curso, elementos desfavoráveis às decisão de investimento.
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INDICADORES DA ECONOMIA PORTUGUESA
(%)
2020 2021 2022
Prod. Interno Bruto (PIB) - Taxa de Variação -8,3% 5,5% 6,7%
Consumo privado -7,1% 4,7% 5,8%
Consumo público 0,3% 4,6% 2,4%
Formação Bruta de Capital Fixo -2,2% 8,7% 2,7%
(a)
Procura interna -5,3% 5,8% 4,7%
Exportações -18,6% 13,4% 16,7%
Importações -11,8% 13,2% 11,0%
Taxa de inflação (IHPC) -0,1% 0,9% 8,1%
Rácios
Taxa de desemprego 7,0% 6,6% 6,0%
Défice do setor público administ. (% do PIB) -5,8% -2,9% -1,9%
Dívida pública (em % do PIB) 134,9% 125,5% 113,9%
Fonte: INE, Banco de Portugal, Comissão Europeia
(a) Contributo para o crescimento do PIB (pontos percentuais).
Ao nível do comércio externo, as exportações mantiveram uma dinâmica favorável, com o INE a antecipar
um crescimento anual de 16,7% devido sobretudo ao impulso proporcionado pelas exportações de serviços
(37,7%, depois de 19,6% em 2021), com a componente relativa ao turismo a crescer cerca de 80% em
2022. Quanto às compras ao exterior, o crescimento registado foi de 11,0%, abaixo dos 13,2% do ano
anterior, destacando-se neste caso a moderação das importações de bens cuja taxa de crescimento de um
ano para o outro transitou de 13,2% para 11,0%, devido à componente dos bens.
Quanto ao saldo da conta externa, e neste caso de acordo ainda com a estimativa do Banco de Portugal
(BdP) inscrita no Boletim Económico de março de 2023, a economia portuguesa deverá ter registado uma
necessidade de financiamento face ao exterior de 0,4% do PIB devido ao contributo mais negativo do saldo
da balança de bens, reflexo da deterioração dos termos de troca, e da redução do excedente das balanças
de rendimentos e de capital, o qual foi compensado apenas em parte pela melhoria do excedente da balança
de serviços devido à recuperação dos fluxos e das receitas relacionadas com o turismo.
De acordo com o INE, em 2022 o défice orçamental das administrações públicas situou-se em 0,4% do PIB,
valor abaixo da estimativa apresentada no Orçamento do Estado de 2023 (1,9% do PIB), o qual se traduziu
numa melhoria de 2,5 pp do PIB face ao ano de 2021 (2,9%). Para a melhoria do saldo orçamental contribuiu
o efeito conjugado da diminuição do peso da despesa total no PIB (-3 p.p. do PIB) superior à diminuição do
peso da receita total (-0,5 pp do PIB).
Por ouro lado, o rácio da dívida pública correspondeu a 113,9% do PIB, o que representa uma redução de
11,5 p.p. face ao ano anterior, devido sobretudo ao contributo do crescimento nominal do PIB, o qual
correspondeu a 11,4%.
De acordo com o Eurostat, o IHPC registou um crescimento anual de 8,1% em 2022, o valor mais elevado
desde 1993, após 0,9% em 2021. Uma grande parte desta variação deveu-se ao contributo das rúbricas
relacionadas com os produtos energéticos e com os produtos alimentares não transformados, com
variações homólogas de 23,6% e 12,2%, respetivamente. Não obstante, as restantes rúbricas que
compõem o cabaz de preços averbaram igualmente um ritmo de incremento considerável, tendo o
crescimento da inflação subjacente sido de 4,9% no ano. Ainda que se tenham observado alguns sinais de
alívio das pressões inflacionistas durante o segundo semestre, os níveis permaneceram muito elevados no
decurso de 2022.
Ao nível do mercado de trabalho, segundo as Estatísticas do Emprego divulgadas pelo INE, num contexto
de escassez de oferta de trabalho e de recuperação económica, o número de empregados cresceu 2,0%
face ao ano anterior, após 1,9% em 2021, enquanto a taxa de desemprego continuou a diminuir, transitando
de 6,6% para 6,0%, um valor historicamente baixo.
Depósitos e crédito
No final de 2022, o agregado de liquidez M3 (que agrega para além do papel moeda e da moeda metálica,
as reservas bancárias, os depósitos, quer à vista, quer a prazo, e os títulos de dívida pública detidos pelo
público), excluindo a circulação monetária, apresentava um crescimento de 7,5%, menos 4,2 p.p. do que
no período homólogo de 2021. No mesmo mês, os Depósitos Totais registavam uma variação homóloga
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de 5,8%, um ritmo superior aos 4,7% de 2021. Quanto aos Depósitos de Particulares e de Emigrantes, o
crescimento passou de 6,8% para 5,5%. Após terem registado um primeiro período durante o qual se
observou um ritmo maior de acumulação dos mesmos, o que esteve relacionado com o aumento da
incerteza e com a constituição de poupança por parte das famílias, na segunda metade do ano o
crescimento dos depósitos sofreu uma moderação derivado da pressão exercida pela inflação sobre o
rendimento disponível real das famílias. No caso dos Depósitos de Sociedades Não Financeiras, o
crescimento desta rúbrica evidenciaram uma desaceleração ao longo do ano, tendo reduzido 9,1 p.p., para
8,9%.
No que diz respeito à concessão de crédito, o Crédito Interno Total registou uma variação homóloga de
2,3% em dezembro, resultado menos positivo do que os 3,9% de 2021, em grande parte devido à diminuição
de concessão de crédito aos particulares. É de destacar para o segmento hipotecário, o qual obteve uma
expansão de 3,1%, após 4,1% no ano anterior. A rúbrica respeitante ao crédito ao consumo e outros fins
acelerou 0,7 p.p., após 2,3% em 2021. Em termos do crédito às sociedades não financeiras, as empresas
mantiveram a tendência de redução do endividamento que se observou no ano de 2021. O crescimento do
crédito às empresas passou de 4,5% para 0,1% em 2022. O crédito às Administrações Públicas contraiu
no ano passado 2,7% (2,1% em 2021).
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MOEDA E CRÉDITO
Taxas de variação homóloga (%)
Taxas de juro
A política monetária praticada em 2022 pelo BCE foi fortemente condicionada pelos níveis elevados de
inflação na Área Euro e no resto do mundo. Apesar do abrandamento da atividade económica, a aceleração
da inflação exigiu um agravamento expressivo das condições financeiras através do aumento das taxas de
juro diretoras e o início da reversão dos programas de compras de ativos de dívida.
EURIBOR
(%)
As taxas de juro de curto prazo apresentaram em 2022 os incrementos anuais mais significativos desde a
criação da União Económica e Monetária, num ano em que o Conselho de Governadores do BCE deliberou
um aumento acumulado de 250 p.b. das taxas diretoras num período de apenas seis meses. Apesar de ter
existido alguma variação intra-anual e de terem iniciado 2022 com reduzida volatilidade, o perfil que as
taxas de juro de curto prazo apresentaram ao longo do ano foi praticamente de constante aumento,
suportado tanto pelas perspetivas económicas dos investidores para a inflação, como pela retórica bastante
agressiva por parte do BCE no que concerne à orientação futura da política monetária. A taxa de juro €STR
permaneceu sempre num nível inferior em cerca de 10 p.b. em relação à taxa de juro da facilidade de
depósito, terminando o ano em 1,89%. As taxas de juro Euribor registaram incrementos compreendidos
entre 248 p.b. da taxa a 1 mês (1,88%) e 279 p.b. nos 12 meses (3,29%) No caso das taxas a 3 e a 6
meses, os níveis de 2,18% e 2,73% resultaram de variações de 275 e 327 p.b.
Em Portugal, dada a natureza das Euribor como referencial para as operações de crédito efetuadas pelos
bancos da Área Euro, as taxas de juro praticadas em novas operações acompanharam naturalmente a
tendência desses referenciais. No caso do crédito hipotecário, a subida foi significativa e constante, com
um aumento de um nível de 0,83% em 2021 para 3,24% em 2022, enquanto nas operações com sociedades
não financeiras o valor aumentou 252 p.b., fixando-se em 4,42%. No que concerne às taxas passivas, o
movimento foi mais marginal para os depósitos a prazo dos particulares (+2 p.b.), contrastando com o
verificado para as SNF (+53 p.b), cifrando-se em 0,08% e 0,58%, respetivamente.
36
TAXAS DE JURO (A)
(%)
2020 2021 2022
Dez. Dez. Mar. Jun. Set. Dez.
Taxa dos FED Funds 0,00%-0,25% 0,00%-0,25% 0,25%-0,50% 1,50%-1,75% 3,00%-3,25% 4,25%-4,50%
Taxa Diretora do BCE 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,25% 2,50%
Euribor
Overnight -0,583% -0,590% -0,593% -0,591% 0,642% 1,890%
1 mês -0,554% -0,583% -0,532% -0,508% 0,679% 1,884%
3 meses -0,545% -0,572% -0,458% -0,195% 1,173% 2,132%
6 meses -0,526% -0,546% -0,367% 0,263% 1,809% 2,693%
12 meses -0,499% -0,501% -0,073% 1,037% 2,556% 3,291%
Novas operações de crédito
(b)
Sociedades não financeiras 1,67% 1,90% 1,55% 1,99% 2,73% 4,42%
Particulares – habitação 0,80% 0,83% 1,03% 1,47% 2,23% 3,24%
(c)
Depósitos a prazo e de poupança
Sociedades não financeiras 0,07% 0,05% 0,05% 0,06% 0,09% 0,58%
Particulares 0,09% 0,06% 0,03% 0,03% 0,03% 0,08%
Fonte: Banco Portugal
(a) Taxas relativas ao último dia do mês; (b) Operações acima de 1 milhão de euros; (c) Depósitos com prazo acordado até 2 anos.
Mercados cambiais
Nos mercados cambiais, o dólar norte-americano voltou em 2022 a estar em destaque. A moeda dos EUA
manteve a tendência de apreciação durante grande parte do ano, um movimento que teve lugar a partir de
junho do ano anterior. O dólar beneficiou, por um lado, do aumento da incerteza económica e financeira e,
por outro lado, da atuação mais agressiva por parte da Reserva Federal em termos da adaptação de níveis
de restritividade monetária maiores em comparação com os demais bancos centrais de economias
desenvolvidas.
O dólar efetivo (evolução em relação a um cabaz alargado de moedas), que chegou a registar uma
apreciação face ao início do ano de 19,3% no final do mês de setembro, encerrou 2022 com um ganho de
8,2%. A inversão da tendência deveu-se a um conjunto de aumentos de maior dimensão das taxas de juro
diretoras também por parte de outros bancos centrais, com destaque para o BCE e para o Banco de
Inglaterra, na Europa. A variação bilateral face ao euro foi de 5,8%, após 7,4% em 2021, com o cross
cambial a encerrar 2022 nos $1,07/euro. Apesar disso, é de destacar para o período compreendido entre o
final de agosto e o início de novembro, durante o qual o euro permaneceu durante grande parte do tempo
abaixo da paridade face ao dólar, o que sucedeu pela primeira vez desde 2002. Em contraste com a
apreciação do dólar, o euro efetivo sofreu uma depreciação, embora marginal de 0,4%, depois de cerca de
5,0% no ano anterior, um desempenho explicado pela manutenção de discurso com teor acomodatício por
parte do BCE durante a primeira metade do ano, quando não demonstrou uma firme convicção de inverter
os amplos estímulos monetários apesar da aceleração da inflação para além do limite admitido.
A libra estrelina, que em 2021 havia registado uma apreciação de 6,3% face ao euro, sofreu em 2022 uma
perda de 5,0%, tendo encerrado nos €1,13/£. A queda foi mais substancial face ao dólar norte-americano
do que relativamente ao euro, neste caso de 10,7%, num ano em que a economia britânica esteve sob forte
pressão quer do ponto de vista político, quer económico, com os receios acerca de uma recessão mais
profunda em comparação com as restantes economias desenvolvidas a prevalecerem durante grande parte
do ano.
A moeda japonesa, o iene, sofreu em 2022 o segundo ano consecutivo em que a queda comparativamente
ao dólar dos EUA se cifrou em dois dígitos: 13,9%, após 10,3% no anterior. À imagem de 2021, a
divergência da política monetária por parte do Banco do Japão foi determinante para a preferência por
outras moedas por parte dos investidores, para além de a economia ter voltado a desapontar, tendo
registado inclusivamente dois trimestres, o primeiro e o segundo, durante os quais o crescimento em cadeia
foi negativo.
37
cifrar-se em 67%, a ação de determinante do banco central, que incrementou substancialmente a taxa
diretora, e as medidas por parte das autoridade no sentido de prevenir os efeitos negativos que as sanções
impostas acarretariam, conduziram a moeda a uma forte recuperação posterior, tendo inclusive encerrado
2022 com um ganho marginal de 1,3% contra o dólar e de 7,3% face do euro.
Em 2022, o kwanza (Kz) angolano registou o segundo ano consecutivo de apreciação face ao euro e ao
dólar, registando ganhos de 13,9% e 8,4%, respetivamente, para 544,6 Kz/€ e 509,3 Kz/$. A apreciação da
moeda beneficiou da valorização da cotação do petróleo (o referencial brent alcançou um ganho no ano de
9,7%), bem como dos empréstimos e da ajuda financeira internacional que continuaram a impulsionar a
oferta de moeda estrangeira.
Apesar dos ganhos muito substanciais alcançados em 2021, a moeda moçambicana, o metical, voltou a
registar um ano de apreciação quer face ao euro, quer face ao dólar, tendo desta feita correspondido a
6,0% e 0,4%, respetivamente, fixando-se no final de dezembro em 68,3 MT/€ e 63,4 MT/$, respetivamente.
A melhoria da conjuntura económica, com uma aceleração do crescimento da atividade e um incremento
da taxa diretora em 400 p.b., constituíram os fatores fundamentais para a manutenção da estabilidade
cambial, a par do levantamento das medidas restritivas relacionadas com a pandemia a partir do verão.
Mercados de capitais
O incremento substancial da inflação, o consequente aperto significativo das condições financeiras induzido
pelos bancos centrais e o início do conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia, o qual constituiu um dos
eventos, se não o evento, que maior impacto teve a nível global, constituíram fatores que levaram a que
2022 tivesse sido um dos piores anos da história para os títulos obrigacionistas e um ano muito desfavorável
para as ações de empresas. O mercado obrigacionista registou quedas superiores a 15%, enquanto no
mercado acionista europeu e norte-americano registaram-se perdas na ordem dos dois dígitos. Além disso,
2022 marca um ano em que quase todos os ativos, não apenas obrigações e as ações, foram penalizados
simultaneamente, uma ocorrência relativamente rara.
O contexto económico que os mercados financeiros defrontaram foi notoriamente peculiar. O crescimento
global, ligeiramente superior a 3 p.p., ficou apenas um pouco abaixo da média dos anos anteriores à
pandemia. No entanto, a inflação global ultrapassou a impressionante marca de 8 p.p. no ano, atingindo em
diversas economias os níveis mais elevados do que em qualquer outra altura no decurso das últimas três
décadas. A combinação de um crescimento medíocre e uma inflação recorde consubstanciou-se num receio
permanente dos investidores acerca da possibilidade de em breve de poder assistir-se a um período de
estagflação, um enquadramento raramente visto desde a década de 1970.
38
significativa do mercado de cripto moedas. Neste âmbito, destaque em novembro para a falência de uma
das maiores empresas de negociação destes ativos, a FTX.
Com as incertezas geopolíticas e a inflação elevadas e com as taxas de juro como principais condicionantes
para a evolução dos mercados financeiros em 2022, as infeções por Covid-19 não deixaram de estar
presentes na lista das principais preocupações dos investidores. O impacto fez-se sentir sobretudo na
China, onde as autoridades condicionaram de forma significativa a abertura total da economia durante uma
parte significativa do ano devido à abordagem de Covid-Zero, o que afetou naturalmente o ritmo de
expansão da atividade económica.
Mercados acionistas
Em 2022 assistiu-se a um clima de elevado pessimismo durante grande parte do tempo, o que conduziu a
maioria dos índices dos mercados de ações a registarem a primeira desvalorização anual em quatro anos.
Em termos globais, 2022 correspondeu ao pior ano desde a crise financeira global de 2008, tendo o índice
acionista global da Morgan Stanley (MSCI) perdido cerca de um quinto de seu valor. Este resultado
correspondeu ao pior em catorze anos, isto é, desde que a crise financeira global de 2008 e 2009 eliminou
40% do respetivo índice. Em rutura com as normas históricas, o S&P500 norte-americano registou um
número muito maior de dias de queda do que de subida.
Inflação persistente e muito superior ao previsto e incrementos agressivos das taxas de juro diretoras por
parte dos principais bancos centrais de economias pertencentes ao bloco desenvolvido tiveram um impacto
negativo no sentimento dos investidores e nas valorizações ao longo de todo o ano, afetando sobretudo as
ações de crescimento (empresas vistas como tendo o potencial de registar uma subida dos lucros acima
da média, superando o desempenho do setor em que operam ou mesmo do mercado como um todo), e as
ações de tecnologia, neste caso com várias Big Tech a desvalorizarem mais de 50%. Apreensões de caráter
geopolítico e dados económicos divulgados em queda e abaixo do esperado intensificaram os receios de
uma recessão global, contribuindo adicionalmente para um ano muito negativo nas principais praças
acionistas.
Os três principais índices norte-americanos sofreram as perdas mais significativas desde 2008. O destaque
vai para o NASDAQ, com um terço do seu valor (-33,1%) a dissipar-se e a anular os ganhos dos dois anos
anteriores, seguido pelo Russell2000 (-21,6%) e pelo S&P500 (-19,4%), enquanto no caso do Dow Jones
a perda, embora igualmente significativa, foi mais reduzida (apenas 8,8%). Apesar da queda e da
manutenção da incerteza e dos riscos identificados, a volatilidade do mercado acionista permaneceu num
patamar alinhado com registos verificados durante a crise asiática ainda no final do século passado, e
durante a recessão associada à crise das Dot.com no início do atual século, embora inferior aos níveis que
foram atingidos durante a recessão de 2008-09, durante a crise da dívida soberana na Europa e no decurso
dos primeiros meses da pandemia de Covid-19.
Em termos dos índices europeus, o Eurostoxx600 encerrou 2022 com uma perda de 12,9%, tendo sido
registado perto do final do terceiro trimestre o mínimo dos últimos dois anos. As quedas foram lideradas
pelo mercado acionista italiano (-13,3%) e alemão (-12,3%), enquanto o CAC francês registou uma
desvalorização anual ligeiramente inferior, de 9,5%. Existiram exceções na Europa, com destaque para o
Footsie britânico (0,9%) e, sobretudo, para o PSI20 português, cuja valorização de 2,8% se segue ao ganho
de 13,7% de 2021.
Ainda na Europa, e em termos setoriais, destaque para o facto de em 2022 praticamente todos os setores
terem apresentado desvalorizações, as quais, em diversos casos, se cifraram em dois dígitos. Os principais
destaques vão para o Imobiliário (-40,1%), a par da Tecnologia (-28,4%) e dos Serviços Financeiros
(-25,2%). As exceções prenderam-se com a natureza da crise, uma vez que as únicas valorizações a serem
registadas aconteceram nos casos do setor dos Recursos Naturais (4,3%) e, sobretudo, da Energia
(24,4%). No caso dos setores da Banca e dos Seguros, as quedas corresponderam a 3,2% e 1,0%,
respetivamente, menos gravosas do que foi registado pelo índice geral.
Nos mercados emergentes, o respetivo índice da Morgan Stanley desvalorizou 22,4%, -23,4% no caso do
da região BRIC, queda essa que se deveu sobretudo aos índices Hang Seng de Hong Kong (-15,5%) e
Shanghai 300 da China (-15,1%), enquanto o Ibovespa brasileiro e o Sensex indiano registaram ganhos de
4,7% e 4,4%, respetivamente.
No Japão, os índices de ações Nikkei225 e Topix encerraram 2022 com perdas anuais de 20,3% e 16,5%.
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ÍNDICES BOLSISTAS
2021 2022
Índice Variação Índice Variação
Dow Jones (Nova Iorque) 36.338,3 18,7% 33.630,6 -7,5%
Nasdaq (Nova Iorque) 15.645,0 21,4% 10.569,3 -32,4%
FTSE (Londres) 7.384,5 14,3% 7.699,5 4,3%
NIKKEI (Tóquio) 28.791,7 4,9% 26.093,7 -9,4%
CAC (Paris) 7.153,0 28,9% 6.861,0 -4,1%
DAX (Frankfurt) 15.884,9 15,8% 14.610,0 -8,0%
IBEX (Madrid) 8.713,8 7,9% 8.701,1 -0,1%
PSI-20 (Lisboa) 5.569,5 13,7% 5.909,4 6,1%
Mercados obrigacionistas
Em termos da evolução dos mercados financeiros por classe de ativo, o destaque de 2022 vai para o
mercado de obrigações, com realce para o segmento dos títulos soberanos. Estes títulos, que
habitualmente registam variações mais contidas, sofreram a depreciação mais acentuada desde, pelo
menos, 1977, um desempenho que resultou da escalada da inflação que forçou os bancos centrais a
decretarem um agravamento dos juros diretores ao ritmo mais rápido e agressivo em pelo menos 40 anos.
Na prática, logo a partir do início da segunda metade do ano as autoridades monetárias optaram por
decretar subidas agressivas de 75 p.b., no caso dos principais bancos centrais, em lugar dos tradicionais
incrementos de 25 p.b., com o intuito de colocar o mais depressa possível as taxas de juro centrais próximas
ou em linha com um nível considerado restritivo.
Os bancos centrais em todo o mundo anunciaram perto de 300 aumentos das taxas de juros diretoras no
decurso de 2022, o que representou mais do que uma subida de 25 p.b. por sessão. Embora o Banco do
Japão tenha neste processo ficado isolado, correspondendo ao único entre as autoridades monetárias das
economias desenvolvidas a não alterar a respetiva taxa central, perto do final do ano não deixou de
surpreender os investidores quando duplicou o limite admitido para o nível das taxas de rendibilidade dos
títulos da dívida soberana a 10 anos, uma decisão entendida como um indício de possível normalização
para breve da denominada “política de controlo da curva de rendimentos” (Yield Curve Policy Control). Nos
EUA, a Reserva Federal aumentou a taxa dos Fed funds em 400 pontos base, incluindo quatro subidas de
75 p.b., enquanto na Área Euro o BCE deu início ao respetivo processo de ajuste da política monetária mais
tardiamente, tendo aumentado os juros no total de 250 pontos no espaço de meio ano. No caso da taxa da
facilidade permanente de depósito, esta passou de -0,50% ainda em julho para 2,00% no final do ano.
Em 2022 o mercado de obrigações de taxa fixa ficou também marcado pelo início da reversão das políticas
monetárias com caráter não convencional, as quais começaram a ser implementadas a partir de 2007 como
um complemento à principal medida de atuação. Neste âmbito, e em concreto, quer no caso norte-
americano, quer no caso europeu, o destaque vai para o arranque do processo de redução do montante de
títulos de dívida adquiridos pelos bancos centrais no decurso dos últimos anos com o propósito de
assegurar que os custos de financiamento se mantivessem em níveis historicamente baixos.
As taxas de juro de rendibilidade dos títulos de dívida pública nos principais países europeus e nos EUA
sofreram o segundo aumento anual consecutivo, desta feita de forma muito mais significativa do que no
ano anterior, e desta vez não só nos casos dos prazos mais longos, como também no caso dos prazos
mais curtos.
No caso da Alemanha e da França, os títulos de dívida habitualmente selecionados como ativos de refúgio
para os investidores não beneficiaram desse estatuto em 2022. As taxas de juro das obrigações soberanas
de longo prazo registaram aumentos em todas as maturidades. A 10 anos, assistiram-se a variações de
275 p.b. e 292 p.b., após 39,2 p.b. e 53,6 p.b. em 2021, encerrando nos 2,57% e 3,12%, respetivamente.
Os níveis do final de dezembro corresponderam não só aos mais elevados do ano, como aos mais altos
em cerca de 11 anos. No prazo dos 2 anos, o movimento foi ainda mais acentuado em função da atuação
do BCE, com as taxas alemã e francesa a subirem 338 p.b. e 357 p.b., respetivamente.
As taxas de juro da dívida em Itália e nos países denominados da periferia europeia encerraram 2022 em
níveis de igual modo muito acima daqueles que foram observados no final de 2021. O conjunto de decisões
do BCE teve, sem surpresa, um impacto maior no conjunto destes países, tendo-se assistido a incrementos
anuais superiores a 300 p.b.. O caso italiano (353 p.b.) destacou-se, logo seguido pelo grego (329 p.b.),
com as respetivas yields a fixarem-se acima de 4 p.p.. No caso espanhol (310 p.b.), o registo do final do
40
ano, que correspondeu a 3,66%, foi o mais elevado desde o observado durante as primeiras semanas de
2014.
A taxa de juro da divida pública de Portugal a 10 anos registou também em 2022 um incremento
considerável, neste caso de 312 p.b., encerrando nos 3,59%, a taxa de juro mais elevada desde o segundo
trimestre de 2017. No que concerne à maturidade de 2 anos, a respetiva yield subiu 345 p.b. fixando-se
neste caso em 2,80%. Em 2022, registou-se um alargamento do spread entre a taxa portuguesa e a taxa
alemã, a 10 anos, pelo segundo ano consecutivo, de 37,3 p.b., para 101,5 p.b.. Face a Espanha, observou-
se uma variação praticamente nula, de apenas -2 p.b., com o diferencial no final do ano a corresponder
apenas a 8 p.b.. Relativamente à inclinação da curva portuguesa entre os 10 anos e os 2 anos, a mesma
diminuiu 33 p.b., para 79 p.b., revertendo quase na íntegra o incremento de 2021.
Nos EUA, as yields registaram igualmente um forte aumento ao longo de toda a curva de rendimentos. Este
movimento foi ligeiramente inferior ao das congéneres europeias no caso das taxas longas e marginalmente
superior no caso das maturidades mais curtas, resultado da maior proatividade da Reserva Federal no que
concerne ao ritmo de ajuste da política monetária. A taxa de juro das obrigações soberanas a 10 anos
registou um incremento de 237 p.b., cifrando-se em 3,87%, ligeiramente abaixo dos 4 p.p., valor que chegou
a ser suplantado entre os meses de outubro e novembro. À imagem do caso das economias da periferia,
as taxas dos prazos mais curtos sofreram um maior incremento, como foi o caso da yield a 2 anos (369
p.b., para 4,43%). Desta forma, a inclinação entre os 10 anos e este prazo sofreu uma queda significativa,
de 133 p.p..
A evolução do mercado das obrigações soberanas no Reino Unido esteve igualmente em destaque. Os
Gilts da mesma maturidade aumentaram 270 p.b., para 3,67%. Apesar do registo elevado, no início do mês
de outubro a taxa chegou a atingir os 4,50%, na altura o registo mais alto desde a altura da falência do
banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers, em resultado da decisão do então recente
empossado governo liderado por Liz Truss ter avançado com planos de uma política orçamental fortemente
expansionista, os quais chocavam com os esforços do Banco de Inglaterra na contenção da inflação.
No caso do Japão, após a taxa de juro da divida soberana a 10 anos ter permanecido encostada ao limite
superior do intervalo admitido pelo banco central no âmbito da política de controlo da curva de rendimentos,
a decisão já anteriormente referida de ampliação da banda de variação de +/-0,25% para +/-0,50% no dia
20 de dezembro conduziu de forma imediata ao nível da yield dos títulos transacionados em mercado
secundário a fixar-se em torno dos 0,50 p.p.. A taxa de rendibilidade na maturidade referenciada subiu no
ano 35 p.b., encerrando em 0,42%, um máximo de cinco anos.
No bloco emergente, registaram-se incrementos mais reduzidos do que os observados no caso dos
emitentes de melhor qualidade, consequência de um agravamento menos agressivo das taxas de juro
diretoras. Sublinhe-se que no caso destas regiões, os bancos centrais tinham já implementado uma parcela
relevante do ajuste das condições financeiras no decurso de 2021. As taxas de juro de rendibilidade das
obrigações soberanas a 10 anos nos casos da Rússia e do Brasil revelaram variações praticamente iguais,
de 187 p.b. e 185 p.b.. No caso da yield da China, a taxa manteve-se praticamente sem alteração, em
função da quase inatividade do Banco Central da China em termos da fixação de novos valores para as
taxas centrais.
A incerteza em torno da evolução da economia, o aperto das condições financeiras e os riscos de natureza
geopolítica constituíram fatores que contribuíram para um aumento dos CDS (Credit Default Swaps) em
2022. Os índices, que até ao eclodir do conflito militar na Ucrânia permaneciam próximos dos mínimos
históricos, demostraram a partir daí um aumento acentuado.
Registaram-se alterações significativas dos spreads no mercado de derivados de crédito europeu (mercado
de CDS), tendo aumentado 47,8 p.b., para um valor de 90,6 p.b. Saliente-se que o diferencial chegou a
atingir um valor de 139 p.b. perto do final do terceiro trimestre, na altura o registo mais elevado desde as
primeiras semanas da pandemia e, antes disso, desde o final de 2012. No setor financeiro, tal como sucedeu
no índice genérico, registou-se igualmente um incremento do spread, neste caso de 44,4, tendo encerrado
nos 99,3 p.b.. No início do ano, ambos os indicadores encontravam-se próximos dos valores a que se
assistia imediatamente antes da pandemia.
No caso alemão, o valor máximo registado no ano, durante o mês de outubro, chegou a suplantar aquele
que foi atingido durante as primeiras semanas da pandemia. O CDS germânico sofreu um incremento de
9,9 p.b., para 18,9 p.b. no final de 2022, o que em termos de fecho anual correspondeu ao número mais
elevado desde 2019. No caso português, o incremento anual do respetivo CDS correspondeu a 23,4 p.b.,
para 54,7 p.b. no final de dezembro, neste caso o registo mais elevado em quatro anos.
41
Sistema bancário português
Evolução global
O sistema bancário nacional manteve a sua solidez em 2022, não obstante todos os desafios e incertezas
inerentes às alterações no contexto socioeconómico vigente até então. Além da invasão da Ucrânia pela
Federação Russa em fevereiro, observou-se uma tendência crescente e generalizada dos preços que,
consequentemente, originou perspetivas de deterioração da atividade económica. Todavia, paralelamente,
registou-se uma diminuição da incerteza relacionada com os potenciais efeitos da pandemia, o que
possibilitou algum retorno da confiança ao setor privado nacional, ainda que afetados pelo aumento da
inflação e pela normalização da política monetária. Após o fim das medidas de apoio extraordinário, os
receios iniciais de algum aumento do incumprimento, quer dos particulares, quer dos setores que tinham
sido mais afetados pela pandemia, nomeadamente os mais relacionados com o turismo e o lazer, foram
afastados, tendo os bancos nacionais demonstrado níveis estáveis de liquidez e de capital e uma gestão
eficiente dos seus ativos.
O ajustamento da política monetária por forma a mitigar a elevada e persistente subida dos preços refletiu-
se na melhoria da margem financeira dos bancos nacionais, o que, aliado à reversão das provisões e
imparidades registadas ao longo do período da pandemia, originou um incremento na rendibilidade média
das instituições de crédito nacionais. A evolução positiva na rendibilidade bancária foi também fruto da
melhoria na eficiência operacional das instituições, através dos progressivos processos de otimização e
transformação digital que têm sido implementados ao longo dos anos e novamente em 2022.
Simultaneamente, e aliado à diminuição da incerteza relacionada com os potenciais efeitos da pandemia,
houve uma expansão, em média, do ativo dos bancos nacionais. A existência de uma maior concessão de
crédito sem que ocorressem marcadas dificuldades de serviço da dívida pelas famílias e pelos empresários
nacionais permitiu maior geração endógena de capital, que, potencialmente, mitigará o risco futuro de
financiamento das instituições nacionais nos mercados grossistas, tanto mais importante num contexto de
subida das taxas de juro e de necessidade de cumprimento com os targets finais dos requisitos mínimos
de fundos próprios e passivos elegíveis (MREL, em inglês).
2022 foi um ano marcante na alienação de ativos não core, em particular, de fundos de reestruturação. A
resolução do designado Projeto Crow, lançado conjuntamente por vários bancos do sistema bancário
português, conduziu à alienação da participação em determinados fundos, o que permitiu uma redução
significativa da exposição a esta tipologia de ativos.
Na atual conjuntura económica, existem indícios de uma maior possibilidade de materialização de risco de
crédito e de mercado pelos bancos nacionais, através quer do aumento de ativos não produtivos, quer da
desvalorização das carteiras de investimento, designadamente das carteiras de títulos de divida pública.
No entanto, atendendo à (i) densificação do plano de ação para o risco de incumprimento (PARI) e do
procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento (PERSI) em agosto de 2021,
(ii) à reformulação da recomendação macroprudencial do BdP, em abril de 2022, relativa aos novos créditos
à habitação, reduzindo o limite máximo da maturidade das novas operações de crédito à habitação e crédito
com garantia hipotecária consoante a idade do mutuário, e (iii) ao estabelecimento de medidas adicionais
de acompanhamento e de mitigação do aumento da taxa de esforço nos contratos de crédito à habitação,
através do Decreto-Lei n.º 80-A/2022, de 25 de novembro, os bancos nacionais têm ao seu dispor um
42
enquadramento regulatório sólido que os deverá continuar a adjuvar na apresentação de soluções proativas
que permitam ao cliente manter o serviço da sua dívida e antecipar o possível incumprimento da dívida.
Em dezembro de 2022, o rácio de NPL total situou-se em 3,0%, o que representa uma diminuição de 0,7
p.p. face ao final do ano anterior, refletindo o esforço que as instituições nacionais têm efetuado na gestão
prudente dos seus ativos. Por sua vez, o rácio de NPL líquido de imparidades registou uma redução de 0,4
p.p. face a dezembro de 2021, para 1,3%, ao passo que o rácio de cobertura de NPLs apresentou uma
trajetória de subida a partir do segundo trimestre, tendo atingido 55,4% no final do ano, o que traduz uma
variação de +2,9 p.p. face ao período homólogo. De registar ainda que, em 2022, a diminuição mais
acentuada nos rácios de NPL ocorreu nos empréstimos a sociedade não financeiras (-1,6 p.p. face a 2021),
em virtude das melhorias na atividade económica verificadas após o levantamento das restrições
relacionadas com a pandemia.
35 55,4 60
30 50
25
40
20
30
15
20
10
5 10
3,0
0 0
4T 2015
1T 2016
2T 2016
3T 2016
4T 2016
1T 2017
2T 2017
3T 2017
4T 2017
1T 2018
2T 2018
3T 2018
4T 2018
1T 2019
2T 2019
3T 2019
4T 2019
1T 2020
2T 2020
3T 2020
4T 2020
1T 2021
2T 2021
3T 2021
4T 2021
1T 2022
2T 2022
3T 2022
4T 2022
Habitação (%) Consumo e outros (%) SNF (%) Total (%) Rácio de cobertura de NPLs (%, dir)
Rendibilidade
No final de dezembro de 2022, a rendibilidade dos ativos (ROA) do sistema bancário português fixou-se em
0,7%, o que constitui uma subida de 20 pontos base (p.b.) face ao final do ano anterior. Esta evolução
beneficiou, sobretudo, do crescimento do resultado de exploração e da redução das provisões e
imparidades. Em relação ao final de 2021, o crescimento do resultado de exploração deveu-se, em grande
medida, à melhoria da margem financeira, pese embora a pressão negativa exercida pelo aumento dos
custos operacionais. Importa referir que a margem financeira beneficiou do elevado peso dos ativos
indexados, habitualmente, a taxas de juro interbancárias, as quais aumentaram em consonância com os
incrementos registados nas taxas de juro diretoras.
Dada a melhoria do produto bancário, que mais do que compensou o aumento dos custos operacionais, o
rácio cost-to-income diminuiu 3,0 p.p. face ao ano anterior, situando-se em 50,4%. Inclusivamente, refira-
se que, durante o terceiro trimestre do ano, foi atingido um novo mínimo (49,9%) desde que a atual série
trimestral de dados se encontra disponível (2008). Considerando dados anuais, saliente-se ainda a ligeira
redução do custo do risco de crédito (-4 p.b. face ao período homólogo, para 0,29%).
Quanto à rendibilidade do capital próprio (ROE) do sistema bancário português, esta situou-se em 8,8% no
quarto trimestre de 2022, ou seja, uma subida de 3,4 p.p. face ao final de 2021, sendo também um dos
valores mais elevados desde 2009.
43
PORTUGAL: SISTEMA BANCÁRIO – RENDIBILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO E DOS
ATIVOS (%)
15 2,0
8,8 1,5
10
1,0
5
0,7 0,5
0 0,0
-0,5
-5
-1,0
-10
-1,5
-15 -2,0
1T 2015
2T 2016
3T 2017
4T 2018
1T 2020
2T 2021
2T 2015
3T 2015
4T 2015
1T 2016
3T 2016
4T 2016
1T 2017
2T 2017
4T 2017
1T 2018
2T 2018
3T 2018
1T 2019
2T 2019
3T 2019
4T 2019
2T 2020
3T 2020
4T 2020
1T 2021
3T 2021
4T 2021
1T 2022
2T 2022
3T 2022
4T 2022
Rendilidade dos Capitais Próprios - ROE (%, esq) Rendilidade dos Ativos - ROA (%, dir)
Solvabilidade
Em 2022, o rácio de fundos próprios totais aumentou 0,1 p.p. face ao final de 2021, para 18,1%. Para esta
evolução, contribuiu a subida do rácio de fundos próprios de nível 2 (+0,3 p.p.), que mais do que compensou
a descida do rácio de fundos próprios principais de nível 1 (-0,2 p.p.), enquanto o rácio de fundos próprios
adicionais de nível 1 permaneceu inalterado. A subida do rácio de fundos próprios totais refletiu, no
essencial, a redução do montante total das exposições em risco.
6
4
2
0
1T 2016
2T 2018
3T 2020
4T 2022
1T 2015
2T 2015
3T 2015
4T 2015
2T 2016
3T 2016
4T 2016
1T 2017
2T 2017
3T 2017
4T 2017
1T 2018
3T 2018
4T 2018
1T 2019
2T 2019
3T 2019
4T 2019
1T 2020
2T 2020
4T 2020
1T 2021
2T 2021
3T 2021
4T 2021
1T 2022
2T 2022
3T 2022
Fundos próprios principais de nivel 1 Fundos próprios adicionais de nivel 1 Fundos próprios de nivel 2
Liquidez e Financiamento
Entre as ações que concretizam a normalização da política monetária, o BCE decidiu, em outubro de 2022,
alterar as condições da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas
(TLTRO III, em inglês). Apesar desta modificação, e pese embora se tenha verificado um decréscimo nos
principais indicadores de liquidez dos bancos portugueses durante o ano de 2022, as instituições
portuguesas permaneceram com uma posição sólida de liquidez. Desta forma, no final do quarto trimestre
de 2022, o peso do financiamento obtido junto de bancos centrais no total do passivo e capital próprio do
sistema bancário português diminuiu consideravelmente face ao período homólogo, tendo passado de 9,4%
para 3,6%. Conjuntamente, os ativos de elevada liquidez representavam 25,2% do ativo total médio do
sistema, ou seja, uma descida de 2 p.p. comparativamente ao valor no final de 2021. Por fim, o rácio de
cobertura de liquidez (LCR) diminuiu cerca de 31 p.p. entre o quarto trimestre de 2021 e o quarto trimestre
de 2022, situando-se, ainda assim, num nível bastante elevado (229,2%) e acima do respetivo requisito
regulamentar (100%).
Em 2022, continuou a existir uma preponderância da dependência do financiamento dos bancos do sistema
português pelos depósitos de clientes. Até ao terceiro trimestre de 2022, o peso dos depósitos de clientes
44
no total de passivos e capital manteve-se praticamente inalterado, em torno, mas abaixo de 70%. Acresce
que, na parte final do ano transacto, se observou uma subida trimestral mais acentuada deste rácio,
passando a situar-se em 73,1%, isto é, um aumento de 4 p.p. face ao trimestre anterior e de 4,7 p.p. face
ao trimestre homólogo.
Não obstante tenha existido uma subida nos prémios de risco exigido pelos investidores e nas taxas de juro
de mercado ao longo do ano, fruto da deterioração das expectativas sobre a atividade económica, algumas
instituições do setor bancário português emitiram dívida elegível para o requisito de MREL, precavendo-se
contra eventuais alterações da taxa de rendibilidade exigida nos mercados financeiros internacionais no
decurso da atual tendência de subida das taxas de juro.
As questões de ordem estrutural que as instituições financeiras enfrentam inserem-se no longo percurso
que têm vindo a fazer no sentido de fornecer ao cliente um serviço rápido, seguro e eficiente. O processo
de digitalização apoiado nas novas tecnologias e tendências atuais possibilita essa evolução e sofisticação
na oferta bancária, o que, além de fomentar a maior eficiência dos processos internos, representará um dos
passos necessários no esforço indispensável em direção a uma economia sustentável. Porém, este
caminho traz, em si mesmo, várias outras contingências. Por um lado, a transformação digital necessita de
importantes investimentos, não só de cariz financeiro, mas também de capital humano, o que de perturba
a dinâmica de maior exigência e de rigor no controlo dos custos necessários à obtenção de maior
rendibilidade que satisfaça os requisitos dos investidores no que concerne à sua perceção de remuneração
adequada ao risco do investimento e do seu custo de capital. Por outro lado, a entrada num espaço que
tem sido operado por novos intervenientes no sistema financeiro, que agem com algum grau de
complexidade e agilidade nas novas tecnologias e com menores custos de estrutura e regulatórios, implica
um esforço redobrado na concessão de serviços competitivos mas que permitam a manutenção da solidez
e confiança do cliente bancário. Paralelamente, os riscos que acompanham a passagem para um formato
de menor dimensão presencial, nomeadamente os cibernéticos e de branqueamento de capitais e de
financiamento do terrorismo, necessitam de especial atenção, sobretudo na inovação e adaptação dos
sistemas de segurança tecnológica instituídos.
Esta tendência de maior digitalização na sociedade tem sido acompanhada, por sua vez, pela maior adoção
de ativos digitais no dia-a-dia. Além da estabilidade do sistema financeiro e de pagamentos, a emissão de
moedas digitais de bancos centrais tem sido commumente abordada como uma forma de resolver a
eventual questão da soberania monetária da Área do Euro que o maior uso dos criptoativos pode levantar.
Como tal, existe a possibilidade de transformação da forma como a intermediação financeira é efetuada,
impactando, consequentemente, a capacidade de geração de rendibilidade do setor.
Dentro dos desafios para o setor bancário nacional trazidos pelas alterações de contexto, nomeadamente
de índole regulatória, destaca-se a necessária finalização do enquadramento de gestão de crises e ainda a
eventual conclusão do terceiro pilar da União Bancária (SEGD - Sistema Europeu de Garantia de
Depósitos). A primeira alteração circunstancial possibilitará uma maior solidez do sistema europeu,
podendo, contudo, também promover uma maior circulação de capitais transfronteiriços, potenciando
45
movimentos de aquisições e fusões entre instituições bancárias. Por outro lado, o Sistema Europeu de
Garantia de Depósitos (EDIS na sigla em inglês), além de mitigar a permanência perniciosa de vínculos
entre as entidades soberanas e os bancos, possibilitará a maior estabilidade dos depositantes no setor
bancário, promovendo a estabilidade financeira do sistema, embora com capacidade de se traduzir em
custos adicionais para o setor bancário.
Depois dos resultados alcançados na solidez financeira, na gestão eficaz de riscos e no reforço de
mecanismos de governo e controlo interno, a Caixa iniciou, com o Plano Estratégico 2021-2024, um novo
ciclo, sob o mote “Construir o futuro”.
Servir as necessidades financeiras das famílias e das empresas portuguesas, estando presente
no seu dia-a-dia e apoiando os seus projetos de médio-longo prazo, com particular relevo na
área da sustentabilidade;
A ambição da Caixa para 2024, materializada no novo Plano, assenta em 6 pilares de transformação:
Avançar de forma ágil e decisiva nas soluções digitais e em modelos de acompanhamento que
garantam acessibilidade e disponibilidade do serviço prestado aos clientes.
Liderança e proposta de valor: resposta às necessidades financeiras das famílias e das empresas
portuguesas, estando presente no seu dia-a-dia e apoiando os seus projetos de médio-longo prazo, com
uma proposta de valor completa e abrangente, consolidando a posição de liderança:
46
Investir na proposta de valor disponibilizada a clientes, reforçando o posicionamento competitivo
em negócios e segmentos estratégicos: crédito ao consumo, poupança de médio-longo prazo,
seguros, negócios e PME.
Tirar partido da presença internacional para melhor apoiar as empresas portuguesas no seu
processo de internacionalização, reforçando a oferta de soluções financeiras e parcerias nas
geografias mais relevantes.
Liderar na gestão dos custos através da simplificação estrutural dos processos internos.
O ano de 2022 ficou marcado pela melhoria dos resultados, em particular no aumento da rentabilidade dos
depósitos e da carteira de crédito com o fim do ciclo de taxas negativas. É de destacar a consolidação do
desempenho da Caixa em termos de ROE e cost-to-income, suportados em níveis de eficiência, qualidade
de ativos e solvabilidade alinhados com as referências para a banca europeia.
47
Destaca-se a adoção de modelos de trabalho ágil, transversais a várias áreas da organização e focados
em objetivos concretos de negócio, com impacto significativo no crescimento das vendas digitais de crédito
ao consumo, que atingiram o valor de cerca de 45% em dezembro de 2022 e no lançamento de novas
jornadas de venda de seguros para clientes de retalho.
Em 2022, foi feita a revisão transversal dos modelos de serviço aos clientes, reforçando o acompanhamento
de gestores comerciais, alavancando a Rede de Gestão à Distância e lançando uma unidade dedicada de
Private Banking. Estas alterações foram acompanhadas de novas soluções de suporte à transacionalidade,
potenciando a sua expansão nos exercícios futuros.
A nível das PME, foram lançadas campanhas diferenciadas, em produto e preço, com recurso a modelos
de analítica avançada e aposta na automação da decisão de crédito nos produtos mais massificados e
estandardizados.
A Caixa lançou duas novas emissões de green bonds após a emissão inaugural de uma obrigação
sustentável em 2021 e tem em curso várias iniciativas para o financiamento sustentável e inclusivo,
nomeadamente no desenvolvimento de produtos e serviços financeiros para apoio às famílias e às
empresas na transição energética, edifícios eficientes e mobilidade sustentável, e reforçar a importância do
rating ESG no processo de concessão de crédito e na abordagem aos clientes.
Enquanto banco de referência nas práticas ESG foram reforçadas as iniciativas para promover a igualdade,
diversidade e inclusão financeira e digital através de soluções digitais inclusivas como a assistente digital
Caixa e a participação em programas como o “Eu sou Digital”.
Os indicadores económicos divulgados na transição de 2022 para 2023 têm, no entanto, demonstrado que
a economia global evidencia uma resiliência relativamente ao expectável impacto negativo da subida das
taxas de juro, com especial destaque para a melhoria de indicadores de sentimento de empresários e de
consumidores. Para além disso, indicadores respeitantes aos preços, quer não só ao nível dos
consumidores, como também dos produtores, começaram a demonstrar uma moderação ainda no final do
ano passado. Na Europa, apesar da elevada incerteza respeitante principalmente com o prolongamento da
guerra na Ucrânia, os riscos de um enviesamento em alta para o PIB poderão advir do elevado nível de
armazenamento de gás obtido em face de temperaturas mais amenas do que o habitual durante o inverno,
assim como dos custos com o consumo doméstico apoiado por medidas fiscais, e da melhoria da eficiência
produtiva industrial em alguns setores de uso energético intensivo. No entanto, à luz dos elevados níveis
de incerteza em termos globais e a dependência da Europa face não só aos principais mercados de
matérias-primas energéticas, como das exportações no caso de diversos países, o enviesamento em torno
das perspetivas continua a ser predominantemente negativo, não só no continente europeu.
Os países emergentes lideraram ainda a partir de 2021 a tendência de agravamento das taxas de juro
diretoras, algo que se tornou igualmente imperativo nas principais economias desenvolvidas, sobretudo
com o desencadear da guerra na Ucrânia. As consequentes disrupções conduziram a registos de inflação
ainda mais elevadas do que aquelas que à data já se registavam, tendo sido atingidos máximos de várias
décadas num grande número de países. Este contexto exigiu um esforço adicional por parte dos bancos
centrais através do agravamento dos níveis de restritividade das respetivas políticas monetárias.
Tendo em consideração a gradual moderação do crescimento a nível global, as maiores limitações das
condições financeiras podem resultar numa desaceleração ainda mais acentuada, ou mesmo numa
recessão global este ano. O risco de estagflação, que se afigura como um dos principais, continua a ser
reconhecido e destacado pelas principais instituições supranacionais devido à combinação do
abrandamento do crescimento, de uma inflação elevada e de condições financeiras mais restritivas, numa
circunstância em que os níveis de endividamento em muitos países, incluindo países emergentes, se
48
encontram em máximos de sempre,. Um cenário de estagflação poderá ainda agravar-se caso as
expectativas dos investidores relativamente às decisões dos bancos centrais não sejam corretas e
atempadamente antecipadas. A concretização deste risco pode gerar movimentos de saídas significativas
de capitais, principalmente com origem dos países emergentes e em desenvolvimento para os
desenvolvidos.
A inflação elevada, que começou a tornar-se um fator de incerteza no início do ano anterior, veio a
confirmar-se mais persistente que o antecipado. A possibilidade de o prolongamento dos preços elevados
potenciar quer a desancoragem das expectativas de inflação dos agentes económicos, quer uma espiral
salários-preços, sobretudo num altura em que a produtividade permanece baixa há vários anos, constitui
um risco na medida em que poderá a prazo contribuir para níveis de inflação ainda muito elevados no
decurso dos próximos anos. Poderão continuar a ocorrer choques adicionais nos preços da energia e nos
produtos alimentares, sobretudo nos casos cuja oferta seja mais sensível não só à evolução da guerra na
Ucrânia, mas também à depreciação das principais moedas de países exportadores face à dinâmica do
dólar. O risco de todos estes efeitos serem transmitidos à inflação subjacente poderá certamente traduzir-
se no agravamento da política monetária e, como consequência disso, das condições gerais dos mercados
de financiamento.
Existem riscos adicionais que podem vir a contribuir para uma deterioração ainda mais considerável da
trajetória de crescimento da economia global, com destaque para a reabertura da economia da China, caso
tal se traduza em novas vagas de infeções que se disseminem a outras regiões do globo, para o possível
agravamento das tensões geopolíticas não só em torno do território da Ucrânia, para a continuação do
ajuste dos níveis de restritividade da política monetária para lá do esperado, efeito que poderá ter um
impacto negativo quer ao nível da capacidade de financiamento do setor privado e do setor público, quer
ao nível da aptidão de cumprir responsabilidades de crédito. Destaque ainda para o reacendimento e o
recrudescimento da crise energética a nível europeu; e ainda para todo o conjunto de riscos associados às
alterações climáticas.
Em maior detalhe, e tendo primeiro em consideração a economia chinesa, os menores riscos para a
recuperação do crescimento económico são um resultado do abrandamento mais significativo do setor
imobiliário, quer em termos da construção, quer das vendas e dos preços praticados, setor esse que, com
um peso direto e indireto de 25% na atividade total, tem constituído um dos alicerces da economia. Por
outro lado, a reabertura do país após o afrouxamento das restrições associadas ao controlo dos surtos
recentes de Covid-19 em vigor durante praticamente todo o ano passado, está a desenrolar-se a um ritmo
surpreendentemente rápido no início de 2023. Este contexto pode ser semelhante às experiências de
reabertura da maioria dos outros países, traduzindo-se num crescimento económico suportado pelo
consumo (reprimido durante os anos de pandemia) e numa renovada pressão sobre as cadeias de produção
e de fornecimento, fatores potencialmente negativos para a evolução da inflação.
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia esteve na origem da aceleração das pressões inflacionistas que haviam
transitado já de 2021 e constituiu uma ocorrência que, ao ter contribuído para acentuar o grau de ajuste
das condições financeiras, elevou consideravelmente o receio acerca da possibilidade de uma recessão
global em 2023. As tensões geopolíticas com origem naquela região podem vir a ser alvo de um
agravamento caso passem a englobar um conjunto maior de países, ou caso a intensificação do auxílio por
parte dos membros da NATO à Ucrânia resulte numa ação mais musculada por parte da própria Rússia. A
redução da volatilidade nos mercados financeiros e a reapreciação das classes de ativos mais afetadas em
2022 parecerem indicar que os investidores se encontram convictos de que a intensidade da guerra na
Ucrânia comece a diminuir e se avance para uma resolução negociada do fim do conflito, limitando os riscos
de uma escalada da guerra. No entanto, a ausência atual de qualquer tipo de pré-acordo ou conversações
entre as partes pode ser sintomática da situação contrária, ou seja, de uma iminente escalada do conflito,
sob a forma de novos ataques a infraestruturas civis ou a reposição de restrições à capacidade de
exportação via marítima através do Mar Negro.
As tensões no mercado energético europeu vividas em 2022 poderão vir a repetir-se este ano tendo em
conta que ainda no ano passado a Rússia suspendeu os fluxos de gás natural através do gasoduto Nord
Stream sem data de fim e proibiu as exportações de petróleo a partir de 1 de fevereiro para os países que
se comprometam a aplicar o teto de preço que foi fixado pela União Europeia, G7 e Austrália em $60 dólares
por barril de petróleo russo. Ainda assim, a capacidade de acumulação de reservas, a maior eficiência na
utilização de gás, novos contratos de gás natural liquefeito (GNL) entretanto assinados e um inverno que
até ao final da primeira metade se afigurou menos rigoroso, constituíram fatores que reduziram para já o
risco de uma crise energética, podendo vir a constituir uma surpresa pela positiva. Os mercados têm
reavaliado este risco, tendo recentemente os preços do gás natural na Europa caído de modo acentuado
para valores inferiores aos observados antes da guerra depois de no verão terem sido atingidos máximos.
49
À semelhança do ano anterior, mantém-se ainda considerável o risco de as tensões geopolíticas poderem
atingir outras regiões, nomeadamente o potencial agravamento das relações entre a China continental e
Taiwan, objeto de disputa territorial desde há várias décadas. Taiwan assume um papel muito importante
na produção/distribuição de semicondutores, cruciais para a produção em inúmeros setores industrias, com
destaque para o setor automóvel, o que representa um fator potencialmente disruptivo ao nível do
funcionamento das cadeias de fornecimentos.
Um outro risco que ainda ao longo de 2022 foi sendo apontado pelas instituições internacionais diz respeito
à possibilidade de ocorrerem erros de calibração entre os ajustes da política monetária e a política
orçamental, os quais poderão contribuir para a ocorrência de choques de liquidez, para o acentuar da
desaceleração económica e para o agravamento dos rácios de dívida à escala global. A expectativa no
início do ano tem evoluído em torno da tese de que os bancos centrais se encontram próximos do fim do
período de ajustamento das respetivas de taxas de juro diretoras. No entanto, os principais bancos centrais
estão a deixar claro que a conclusão do ciclo de aperto ainda não sucedeu, apesar da diminuição do ritmo
das subidas das taxas. Nos EUA, após a redução de 75 p.b. para 50 p.b., a Reserva Federal indicou que
qualquer mudança na política só acontecerá quando o mercado de trabalho mostrar sinais de
enfraquecimento, o que até ao momento não corresponde ao cenário concretizado. O mercado de trabalho
é tipicamente retardado no ciclo, ou seja, apresenta habitualmente um desfasamento face à tendência de
evolução do PIB. Desta forma, um grau de ajuste do nível das taxas de juro dos bancos centrais guiado
sobretudo pelos respetivos indicadores pode resultar numa recessão mais profunda do que a atualmente
admitida. Do mesmo modo, na Europa o BCE também suavizou a sua abordagem, diminuindo o ritmo de
subida das taxas de juro ainda em 2022, embora tenha assumido que estas terão ainda que aumentar
significativamente em 2023 e a um ritmo constante para atingir níveis suficientemente restritivos a fim de
assegurar um regresso da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo. Este reajustamento de política
monetária por parte dos principais bancos centrais, através da fixação de taxas diretoras em níveis muito
superiores aos considerados como adequados, sobretudo após as mesmas terem sido deixadas num nível
muito baixo durante um extenso período de tempo, contribuiu para um risco negativo em torno da
expectativa dos investidores relativamente à probabilidade e intensidade de uma recessão.
O aumento de restritividade da política monetária por parte da Reserva Federal e outros bancos centrais
pode, adicionalmente, acrescentar riscos para o desempenho do setor imobiliário, riscos estes que são
tanto maiores quanto mais elevado for o ritmo de crescimento dos preços das habitações registado até à
data em cada país. Nesse sentido, é de destacar o facto de no início do presente ano os preços se
encontrarem em níveis extremos num elevado número de países desenvolvidos.
O choque potencial no endividamento das famílias sobrecarregadas com financiamentos a taxa variável
constitui um importante risco de crédito. Registam-se já aumentos dos montantes dos pagamentos mensais
de hipotecas por parte das famílias à medida que as taxas de juro associadas aos empréstimos continuam
a atingir máximos desde 2008, ano da última grande crise financeira. Na eventualidade de um
prolongamento de uma recessão, o crescimento do desemprego contribuirá para acentuar os valores do
incumprimento de crédito, o que até agora não aconteceu.
No caso das empresas, o risco de insolvência aumentou devido ao aumento dos custos associados às
matérias-primas e aos bens intermédios, ao agravamento das restrições financeiras, às disrupções que
ainda se fazem sentir ao nível as cadeias de fornecimento e, mais importante para os países europeus, à
crise energética relacionada com as interrupções os fluxos importados. O cenário já adverso é agravado
pela possibilidade de um incremento dos prazos médios de recebimento, o que restringiria fortemente o
cash-flow das sociedades não financeiras. Até ao presente, o incumprimento das empresas encontra-se
em valores absolutos baixos, refletindo os bons resultados da maioria das empresas em 2022 e em muitos
casos com tesouraria excedentária.
Apesar da diminuição dos riscos em torno da situação pandémica, estes continuam a ser relevantes quanto
à possibilidade e necessidade se serem reestabelecidas medidas restritivas em algum grau, desde o
distanciamento social ao cancelamento de viagens e limitações à normal deslocação de bens e pessoas.
Este é atualmente o caso das restrições à entrada em alguns países europeus de viajantes com origem do
território chinês.
Finalmente, os riscos associados às alterações climáticas e desastres naturais continuam a figurar entre as
inúmeras listas de potenciais eventos adversos, uma vez que a alteração dos padrões climáticos contribui
para episódios cada vez mais perturbadores, agravado pelo facto de os recursos públicos e privados
estarem a ser chamados a atender às crises mais recentes, o que tende e tenderá a limitar a velocidade e
a escala dos esforços de mitigação nos próximos anos.
50
Setor bancário
O atual contexto de normalização de política monetária, após um período de taxas de juro muito baixas
durante um horizonte temporal longo, a sua velocidade de ajustamento, bem como a sua esperada
magnitude, afetarão a posição financeira do setor privado português. Pese embora tenha existido um
aumento da poupança por parte das famílias portuguesas durante a fase mais aguda da pandemia, o efeito
cumulativo da inflação e do incremento das taxas de juro trará, plausivelmente, uma redução do seu
rendimento disponível e afetará negativamente a situação financeira e de liquidez das empresas,
aumentando o risco de crédito para as instituições de crédito em Portugal. Este permanecerá assim como
um dos maiores desafios para o setor bancário nacional em 2023. Paralelamente, a retirada de estímulos
monetários e de liquidez por parte do BCE potencia o aumento do risco de incumprimento no país. No
entanto, a introdução do Decreto-Lei nº80-A/2022 de 25 de novembro para mitigar os impactos da subida
de indexantes de referência nos contratos de crédito para aquisição ou construção de habitação própria
permanente, que de resto estará em vigor até ao final de 2023, bem como do Pacote legislativo “Mais
habitação”, diminuirão, no curto prazo, a eventual ocorrência de maior incumprimento nas famílias.
Não obstante, a reavaliação das taxas de juro de mercado e dos prémios de risco trará um incremento na
margem financeira. Contudo, durante o período de ajustamento do instrumento preferencial de política
monetária - a taxa de juro diretora - a carteira de títulos de dívida pública dos bancos poderá sofrer uma
desvalorização, sobretudo nos instrumentos que tenham maior risco de taxa de juro.
Apesar da situação estável e confortável dos bancos nacionais em termos de capital e liquidez, caso haja
um incremento significativo do incumprimento no crédito por parte do setor privado, a rendibilidade, e em
corolário, a posição de solvabilidade do setor, poderão ser afetadas. O aumento das taxas de juro poderá
criar uma pressão adicional sobre o custo de financiamento das instituições no mercado wholesale, e em
particular, na probabilidade de cumprimento do target final do requisito de MREL que terá de ser cumprido
até 1 de janeiro de 2024.
Entre os desafios recentes que a banca portuguesa tem atravessado, a transformação digital dos serviços
financeiros afigura-se como aquele que maior necessidade de mitigar riscos conexos traz. Com o aumento
da digitalização existe não só um risco acrescido de ciberataques, como também maior risco de
branqueamento de capital e de financiamento do terrorismo. A execução de um elevado número de
processos de forma automatizada e com complexidade superior ao nível tecnológico, não só traz um
incremento de risco operacional, mas também requer maior sofisticação da gestão e dos controlos internos
de risco instituídos pelos órgãos administrativos e executivos das instituições.
Finalmente, importa referir todo o percurso que o setor financeiro tem efetuado em direção a uma economia
e sociedade mais sustentável, ao nível ambiental, em primeira ordem, mas também do ponto de vista da
inclusão social. Por forma a garantir um caminho em direção a uma economia de baixa pegada carbónica,
as instituições deverão continuar a progredir na eficiência energética e de resíduos dos seus processos
internos, no contacto com o cliente e, sobretudo, na condução de incentivos corretos que permitam uma
alteração estrutural na alocação financeira das famílias e das empresas por forma a assegurar uma
economia mais sustentável.
51
1.4.4. Atividade consolidada2
Resultados
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS (CONSOLIDADO)
(milhares de euros)
Reexpresso Variação
2021-12 2022-12 Abs. (%)
Juros e rendimentos similares 1.428.190 1.865.048 436.859 30,6%
Juros e encargos similares 448.927 457.057 8.130 1,8%
Margem financeira 979.263 1.407.991 428.729 43,8%
Rendimentos de instrumentos de capital 13.051 14.099 1.049 8,0%
Margem financeira alargada 992.313 1.422.091 429.777 43,3%
Rendimentos de serviços e comissões 685.890 755.983 70.094 10,2%
Encargos com serviços e comissões 124.370 149.529 25.159 20,2%
Resultados de serviços e comissões 561.520 606.454 44.934 8,0%
Resultados de operações financeiras 174.133 216.046 41.913 24,1%
Outros resultados de exploração 13.491 59.850 46.360 343,6%
Margem complementar 749.143 882.351 133.207 17,8%
Produto global da atividade 1.741.457 2.304.441 562.984 32,3%
Custos com pessoal 422.923 816.254 393.331 93,0%
Gastos gerais administrativos 229.195 251.110 21.915 9,6%
Depreciações e amortizações 107.179 135.722 28.542 26,6%
Custos de estrutura 759.297 1.203.085 443.788 58,4%
Resultado bruto de exploração 982.160 1.101.356 119.196 12,1%
Imparidade do crédito (líquido) 41.792 -5.300 -47.092 -112,7%
Provisões e imparidade de outros ativos (líquido) 103.340 -23.542 -126.882 -122,8%
Provisões e imparidades 145.132 -28.842 -173.974 -119,9%
Resultados operacionais 837.027 1.130.198 293.171 35,0%
Impostos 271.744 271.374 -371 -0,1%
Correntes 69.097 78.005 8.908 12,9%
Diferidos 173.914 156.265 -17.650 -10,1%
Contribuição sobre o setor bancário 28.733 37.104 8.372 29,1%
Resultado depois imp. e antes de int. não controlam 565.283 858.825 293.541 51,9%
Interesses que não controlam 50.334 80.289 29.955 59,5%
Resultados em empresas por equivalência patrimonial 56.519 47.690 -8.829 -15,6%
Resultados de filiais detidas para venda 11.893 16.561 4.667 39,2%
Resultado líquido atribuível ao acionista da CGD 583.361 842.786 259.424 44,5%
A Caixa encerrou o ano de 2022 com um resultado líquido consolidado de 843 milhões de euros, refletindo
um aumento de 44% face aos 583 milhões de euros no final de 2021. Num contexto económico instável, a
evolução dos resultados da Caixa em 2022 são justificados essencialmente por três efeitos: 1) a obtenção
de um produto da atividade core 474 milhões de euros acima do valor registado no período homólogo,
compensando o aumento de 444 milhões de euros dos custos (404 milhões desta variação são relativos a
fatores não recorrentes); 2) o aumento dos resultados da atividade internacional, registando-se uma
progressão positiva da margem financeira na maioria das geografias e um impacto global positivo
proveniente da variação cambial, e 3) a diminuição de 174 milhões de euros em provisões e imparidades
face a 2021. Assim, a evolução registada no resultado líquido permitiu um aumento de 2,8 pontos
2 A participação acionista no Banco Comercial do Atlântico (BCA) foi, em dezembro de 2022, classificada em “Ativos não correntes detidos
para venda”, razão pela qual, e apenas para efeitos comparativos, o balanço consolidado de 31 de dezembro de 2021 foi reexpresso, uma
vez que a IFRS 5 “Ativos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas” apenas requer a reexpressão da
demonstração de resultados.
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percentuais na rentabilidade dos capitais próprios (ROE), de 7,0% no período homólogo para 9,8% em
dezembro de 2022.
RESULTADO LÍQUIDO
(milhões de euros)
A margem financeira estrita consolidada aumentou 429 milhões de euros (+44%), devido essencialmente
ao contributo da Caixa em Portugal (+308 milhões de euros), reflexo da subida das taxas de juro nas
operações de retalho e do impacto positivo relativo às operações de tesouraria e da carteira de títulos. O
contributo da atividade internacional foi também relevante para a evolução da margem financeira (+119
milhões de euros), com destaque para o BCI Moçambique (+60 milhões de euros) e para o BCG Angola
(+40 milhões de euros). O aumento da margem inclui ainda a variação cambial (+70 milhões de euros,
+16%), bem como o efeito do aumento do volume da carteira de crédito, e também a variação do pricing
que, apesar do aumento do indexante, foi atenuado pela redução dos spreads.
As comissões registaram um aumento de 45 milhões de euros (+8%) face a dezembro de 2021. Para esta
variação, a atividade internacional contribuiu com um crescimento de 5 milhões de euros, enquanto o
incremento em Portugal centrou-se nas comissões com meios de pagamento (+15 milhões de euros) com
as compras com cartões da Caixa a registar um crescimento de 20% face a 2021 e na venda de produtos
de investimento: seguros (+9 milhões de euros) e fundos de investimento (+9 milhões de euros), tendo a
Caixa Gestão de Ativos reforçado a sua posição de líder de mercado no segmento de fundos de
investimento mobiliário.
Os resultados de operações financeiras apresentam uma variação de 42 milhões de euros (24%) face
ao obtido em dezembro de 2021, totalizando 216 milhões de euros. A atividade doméstica contribuiu com
cerca de metade da variação registada (20 milhões de euros), com base nos resultados com derivados de
taxa de juro e o impacto da venda de posições em fundos de reestruturação, que compensaram o efeito
dos ganhos extraordinários obtidos em 2021. Deduzida de efeitos extraordinários, a variação situa-se nos
64 milhões de euros (+50%).
53
Os outros resultados de exploração registaram um aumento de 46 milhões de euros face a 2021,
justificado essencialmente por efeitos não recorrentes como a venda de imóveis em Portugal (+25 milhões
de euros) e na Sucursal de França (+36 milhões de euros). Deduzida de efeitos extraordinários, a variação
é negativa em 31 milhões de euros.
CUSTOS DE ESTRUTURA
(milhões de euros)
A nível consolidado, os custos de estrutura registaram um acréscimo de 444 milhões de euros (+58%)
face a 2021, uma evolução determinada pelos eventos não recorrentes em 2021 (dos quais: -145 milhões
de euros em provisões para serviços passados associadas ao protocolo para serviços médicos assinado
pela Caixa em Portugal e 47 milhões de euros para o programa de reestruturação do pessoal) e em 2022
(dos quais: 53 milhões de euros para o programa de reestruturação do pessoal e 246 milhões de euros
relativos ao acordo de princípio celebrado com o Governo para a transferência das responsabilidades com
pensões detidas pelo Fundo de Pensões). Os custos de estrutura recorrentes em dezembro de 2022
registaram um aumento de 40 milhões de euros (+5%) face a 2021. Deduzindo os efeitos extraordinários
ocorridos em 2021 e 2022, a variação do contributo da atividade doméstica nesta rúbrica foi negativa em 2
milhões de euros.
Na atividade internacional, há a referir as variações dos custos de estrutura do BCI Moçambique, que
apresentou um aumento de 22 milhões de euros (+20%), justificado em grande parte pela evolução cambial
positiva (+17 milhões de euros) e do BCG Angola, que apresentou um aumento de 12 milhões de euros
(+43%), justificado exclusivamente pelo efeito cambial.
INDICADORES DE EFICIÊNCIA
(%)
Reexpresso
2021-12 2022-12
(1)
Cost-to-income (atividade consolidada) 42,2% 51,1%
(2) (3)
Cost-to-core income 48,0% 39,1%
(1)
Custos com pessoal / Produto global de atividade 24,3% 35,4%
(2) (3)
Custos correntes com pessoal / Produto da atividade core corrente 32,5% 24,3%
Gastos gerais administrativos / Produto global de atividade 13,2% 10,9%
Custos de estrutura / Ativo líquido médio 0,8% 1,1%
Produto global de atividade / Ativo líquido médio 1,8% 2,2%
(1) Calculado de acordo com a Instrução n.º 6//2018 do Banco de Portugal.
(2) Cost-to-core income = Custos de estrutura / Produto da atividade core.
(3) Produto da atividade core = Margem financeira + Comissões líquidas.
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(1) Calculado de acordo com a Instrução n.º 6//2018 do Banco de Portugal. Exclui efeitos não recorrentes.
(2) Calculado de acordo com a Instrução n.º 6//2018 do Banco de Portugal.
De referir a influência que os fatores não recorrentes acima referidos tiveram na evolução dos rácios de
eficiência da Caixa. O rácio cost-to-income da atividade corrente da Caixa continua a evidenciar uma
tendência de evolução favorável, demonstrando assim uma eficiência sustentada, com níveis de referência
a nível europeu, essencialmente por via do aumento dos proveitos registados em 2022. No final do ano,
este rácio fixou-se em 39,1%, comparando positivamente com os 48,0% registados no final de 2021.
Também a relação dos custos com pessoal com o produto da atividade core se altera significativamente
ao considerar os efeitos não recorrentes. Assim, em vez de registar uma deterioração, este rácio reflete
uma melhoria de 32,5% em 2021 para 24,3% no final de 2022, graças à diminuição de 2,2% dos custos
com pessoal correntes aliada ao relevante aumento do produto da atividade core.
No conjunto das evoluções descritas, o resultado bruto de exploração registou um aumento de 119,2
milhões de euros, atingindo assim um valor de 1.101,4 milhões de euros no final de 2022. Para este
resultado foi essencial o contributo da atividade internacional, principal responsável pelo aumento registado.
No entanto, excluindo os efeitos não recorrentes registados em 2021 e 2022, o resultado bruto de
exploração aumentou 469 milhões de euros, fruto da evolução da atividade da banca comercial nacional.
Com impacto positivo no resultado líquido destaca-se também a redução de 174 milhões de euros de
provisões e imparidades, decorrentes de um menor registo de imparidades de crédito considerando a
estabilidade observada nos indicadores de qualidade de ativos após o período mais crítico da pandemia.
Com efeito, a imparidade de crédito líquida de recuperações passou de 42 milhões de euros em 2021 para
-5 milhões em 2022, resultando num custo de risco de crédito de -1 p.b. (+8 p.b. em 2021).
55
De referir no entanto que esta variação das provisões e imparidades tem também a influência de fatores
não recorrentes, dos quais se destacam a reversão de 60 milhões de euros, associado ao Plano Pré-
Reforma 2022, sendo que em 2021 verificou-se o reforço da imparidade associada a este Plano, no
montante de 104 milhões de euros. Deduzindo os efeitos extraordinários ocorridos em 2021 e 2022, a
variação das provisões e imparidades traduziu-se numa redução de 57 milhões de euros.
De referir ainda que as atividades de recuperação de crédito, incluindo o abatido ao ativo e a alienação de
non-performing loans (NPL) e de imóveis, tiveram impacto em várias componentes da demonstração de
resultados do Grupo, resultando essencialmente em aumentos da margem financeira, outros resultados de
exploração e na recuperação de imparidades, traduzindo-se num impacto positivo total em dezembro de
2022 no valor de 62 milhões de euros.
A carga fiscal suportada no exercício de 2022 foi semelhante à do exercício anterior. No entanto, as
rubricas de impostos e outros resultados de exploração fsofrerm o impacto do aumento em 24% das
contribuições extraordinárias sobre o setor e custos de regulação que, no seu conjunto, em dezembro de
2022 totalizaram 80 milhões de euros, um aumento de 16 milhões de euros face a 2021. Deduzidos dos
efeitos não recorrentes ocorridos em 2021 e 2022, os impostos registaram um decréscimo de 7 milhões de
euros.
Nas restantes rúbricas da demonstração de resultados do Grupo Caixa, os resultados em empresas por
equivalência patrimonial totalizaram 48 milhões de euros, uma diminuição de 16% relativamente a
dezembro de 2021 e os resultados de filiais detidas para venda, totalizaram 17 milhões de euros, um
crescimento de 5 milhões face a 2021. A componente de interesses que não controlam registou um
crescimento de 30 milhões de euros, dos quais 18 milhões de euros estão associados a variações cambiais
nas principais filais da Caixa. Por seu turno, os rendimentos de instrumentos de capital registaram um
crescimento de 1 milhão de euros (+8%), totalizando 14 milhões de euros em dezembro de 2022.
Balanço
BALANÇO (CONSOLIDADO)
(milhões de euros)
Variação
Reexpresso 2022-12 vs 2021-12
Ativo 2021-12 2021-12 2022-12 Abs. (%)
Caixa e disp. em bancos centrais 23.000 22.962 21.812 -1.151 -5,0%
Aplicações em instituições de crédito 3.924 3.693 3.992 299 8,1%
Aplicações em títulos 21.152 21.151 18.689 -2.462 -11,6%
Crédito a clientes 50.184 49.701 50.778 1.077 2,2%
Ativos com acordo de recompra 8 8 0 -8 -100,0%
Ativ. não correntes detidos para venda 336 1.136 1.220 85 7,5%
Propriedades de investimento 33 33 56 23 69,3%
Ativos intangíveis e tangíveis 746 729 780 51 7,1%
Investimentos em filiais e associadas 530 526 476 -50 -9,4%
Ativos por impostos correntes e diferidos 1.575 1.573 1.029 -544 -34,6%
Outros ativos 2.522 2.506 3.670 1.163 46,4%
Total do ativo 104.010 104.018 102.503 -1.515 -1,5%
Passivo
Rec. bancos centrais e instit. de crédito 6.745 6.755 338 -6.417 -95,0%
Recursos de clientes 79.756 79.031 83.972 4.941 6,3%
Responsab. representadas por títulos 1.790 1.790 1.368 -421 -23,5%
Passivos financeiros 382 382 221 -161 -42,1%
Passivos não correntes detidos para venda 148 887 990 102 11,5%
Provisões 977 974 906 -68 -7,0%
Passivos subordinados 1.118 1.118 1.118 1 0,1%
Outros passivos 3.808 3.795 4.107 312 8,2%
Total do passivo 94.723 94.731 93.020 -1.711 -1,8%
56
O ativo líquido consolidado da Caixa atingiu 102.503 milhões de euros no final de dezembro de 2022, o
que representou uma diminuição de 1,5% face aos 104.018 milhões de euros registados no final de
dezembro de 2021.
Reexpresso
dez-21 dez-22
GRUPO CGD Valor Estrutura Valor Estrutura
(1)
Caixa Geral de Depósitos 88.776 85,3% 85.908 83,8%
Banco Nacional Ultramarino, SA (Macau) 5.681 5,5% 6.232 6,1%
Sucursal de França 3.235 3,1% 3.213 3,1%
Banco Comercial e de Investimentos (Moçambique) 2.512 2,4% 2.977 2,9%
BCG Angola 977 0,9% 1.360 1,3%
(2)
Outras empresas 2.837 2,7% 2.814 2,7%
Ativo líquido consolidado 104.018 100,0% 102.503 100,0%
(1) Atividade individual; (2) Inclui as unidades registadas pelo método de equivalência patrimonial.
O saldo das aplicações em títulos totalizou 18.689 milhões de euros no final de 2022, o que representou
uma descida de 2.462 milhões de euros (-11,6%) comparativamente com o valor registado um ano antes.
Este comportamento foi determinado pelo decréscimo de ativos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral, que face ao final de 2021 reduziu 3.664 milhões de euros (-60,7%). Esta evolução
reflete a estratégia da gestão de liquidez seguida pela Caixa, com a venda de títulos de dívida pública e de
outros emissores públicos, a ser contraposta pelo aumento dos investimentos ao custo amortizado em
instrumentos de dívida portuguesa e de emissores estrangeiros.
Reexpresso Variação
2021-12 2022-12 Abs. (%)
Ativ. financeiros justo valor através de resultados 2.125 2.080 -46 -2,1%
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 6.031 2.367 -3.664 -60,7%
Outros investimentos ao custo amortizado 12.994 14.242 1.248 9,6%
Total 21.151 18.689 -2.462 -11,6%
Crédito
A carteira de crédito a clientes totalizou 53.032 milhões de euros, o que correspondeu a um aumento de
1% face ao ano anterior.
Variação
2021 2022 Abs. (%)
Empresas & Setor Público Administrativo 22.731 22.732 1 0,0%
Particulares 29.767 30.301 534 1,8%
Habitação 27.265 27.611 346 1,3%
Crédito ao Consumo 1.378 1.580 202 14,6%
Outros Fins 1.124 1.110 -14 -1,2%
Total 52.498 53.032 534 1,0%
57
CRÉDITO A EMPRESAS – POR SETOR DE ATIVIDADE
(%)
Agricultura
2%
Ind. extrat. e
transformação
13%
Outros
28%
Construção CRE
20%
Consultoria,
cientificas,
técnicas e
similares Eletricidade, gás
12% e água
Alojamento e 4%
Comércio
restauração
12%
4% Transportes
6%
O crédito a Empresas e Setor Público Administrativo (SPA) registou um ligeiro aumento de 1 milhão de
euros, destacando-se por setores de atividade os aumentos no setor de transportes e armazenagem
(+10,7%), no setor do comércio (+8,7%) e no setor construção e atividade imobiliária (+1,1%) contrastando
com o decréscimo registado em consultoria, atividades cientificas, técnicas e similares, eletricidade, gás e
água e Industrias extrativas e transformadoras.
No crédito a particulares, o saldo cifrou-se em 30.301 milhões de euros no final do ano, um incremento de
1,8% face ao registado no ano anterior.
Ao nível da qualidade dos ativos manteve-se a tendência de melhoria, com o montante de NPL (Non
Performing Loans segundo a definição da Autoridade Bancária Europeia (EBA)) a reduzir-se face a
dezembro de 2021 em 283 milhões de euros (-13,3%), em resultado da evolução positiva nas componentes
curas e recuperações, vendas e write-offs.
58
EVOLUÇÃO DE NPL(1)
(milhões de euros)
2.137
+296 1.854
-380
-69
-130
É de realçar que o valor de 296 milhões de euros de novos NPL registado em 2022 é inferior ao registado
no período pré-pandemia de 615 e 482 milhões de euros em 2018 e 2019, respetivamente.
A melhoria da qualidade dos ativos da Caixa fez-se sentir igualmente ao nível dos imóveis detidos para
venda, que registaram uma descida de 110 milhões de euros face ao exercício anterior, totalizando 291
milhões de euros no final de 2022, o valor mais baixo desde 2008. Também o saldo dos Fundos de
Reestruturação diminuiu 235 milhões de euros com a conclusão com sucesso do designado Projeto Crow,
um processo de venda de unidades de participação de vários fundos permitindo finalizar 2022 com uma
exposição de 205 milhões de euros, menos de metade dos 440 milhões de euros registados no ano
transacto.
Recursos
Os depósitos de clientes representam 90% do passivo da Caixa em dezembro de 2022, ilustrando de
forma clara as caraterísticas de Grupo financeiro centrado no mercado de retalho, ao serviço das famílias
e empresas.
Os depósitos de clientes aumentaram 4.934 milhões de euros (+6,2%) quando comparados com o final do
ano anterior, evolução essencialmente justificada pela elevada taxa de poupança em Portugal.
59
CAPTAÇÃO DE RECURSOS PELO GRUPO CAIXA
(milhões de euros)
Reexpresso Variação
2021-12 2022-12 Abs. (%)
No balanço 79.031 83.972 4.941 6,3%
Depósitos de clientes 78.941 83.875 4.934 6,2%
Atividade doméstica 68.728 72.605 3.878 5,6%
Particulares 53.289 55.969 2.681 5,0%
Empresas 12.225 13.429 1.205 9,9%
Setor Público Administrativo e Institucionais 3.214 3.207 -7 -0,2%
Atividade internacional 10.214 11.270 1.056 10,3%
Outros Recursos 89 97 7 8,2%
Fora do balanço 16.727 14.329 -2.398 -14,3%
Total 95.758 98.300 2.543 2,7%
O total de recursos captados em balanço na atividade doméstica ascendeu a 72.605 milhões de euros no
final de dezembro de 2022, um acréscimo de 3.878 milhões de euros, (+5,6%).
A Caixa manteve a sua posição de liderança tanto nos depósitos totais de clientes, com uma quota em
dezembro de 2022 de 23%, como nos depósitos de particulares, com uma quota de 32%, demostrando a
confiança e vinculação dos clientes da Caixa.
63% 61%
2021 2022
A relação de crédito face a depósitos (rácio de transformação) atingiu 61% em dezembro de 2022 (63% em
dezembro de 2021), reflexo do significativo aumento dos depósitos apesar do aumento do crédito.
RECURSOS DE CLIENTES
(milhões de euros)
Reexpresso Variação
2021-12 2022-12 Abs. (%)
Depósitos de clientes 78.941 83.875 4.934 6,2%
À ordem 42.610 46.092 3.482 8,2%
A prazo e poupança 35.475 36.871 1.396 3,9%
Obrigatórios 857 913 56 6,5%
Outros recursos 89 97 7 7,9%
Total 79.031 83.972 4.941 6,3%
O total de títulos emitidos situou-se em 2.487 milhões de euros, o que traduziu um decréscimo de 14,5%
face ao final de 2021. Esta evolução decorreu do reembolso das 2 emissões de obrigações hipotecárias
colocadas junto de investidores institucionais, cuja maturidade ocorreu em 2022.
Em junho, a Caixa procedeu à emissão de dívida sénior preferencial (senior preferred), no montante de 300
milhões de euros, com o prazo de 4 anos e possibilidade de reembolso antecipado ao fim de 3 anos e um
cupão de 2,875% e, em outubro, a CGD voltou a lançar no mercado nova emissão de dívida sénior
60
preferencial no montante de 500 milhões de euros, com prazo de 6 anos e possibilidade de reembolso
antecipado ano fim de 5 anos e um cupão de 5,75%.
TÍTULOS
(milhões de euros)
Variação
2021-12 2022-12 Abs. (%)
Dívida sénior 530 1.368 838 158,0%
Obrigações hipotecárias 1.259 0 -1.259 -100,0%
Dívida subordinada 1.118 1.118 1 0,1%
Outros 0 1 0 88,8%
Total 2.908 2.487 -421 -14,5%
Liquidez
A Caixa continua a dispor de uma apreciável disponibilidade de liquidez, facto que possibilitou, em 2022, o
reembolso de obrigações hipotecárias no montante de 1,25 mil milhões de euros, sem recurso ao seu
refinanciamento em mercado.
Adicionalmente, após obtenção da autorização prévia do BCE, foi exercida a opção de reembolso
antecipado da emissão perpétua de fundos próprios adicionais de nível 1 (Additional Tier 1) na primeira
data prevista contratualmente para o exercício da call, no valor de 500 milhões de euros e uma taxa de juro
de 10,75%, o que permitiu à Caixa obter importantes poupanças anuais.
Em agosto de 2022, foi ainda concretizado o reembolso antecipado da emissão de titularização Nostrum
Mortgages 2010, no valor de 2,5 mil milhões de euros, cujas obrigações tinham sido integralmente
subscritas pela Caixa.
No decorrer do último trimestre de 2022, a Caixa reembolsou os financiamentos obtidos junto do BCE
(terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas - TLTRO-III), no âmbito
das medidas de política monetária do Eurosistema e que totalizavam 5,8 mil milhões de euros.
O valor total de ativos disponíveis para colateral do Eurosistema continuou, no entanto, estável, ascendendo
a cerca de 15 mil milhões de euros, ao qual acresce o volume significativo do saldo de disponibilidades
junto do Banco de Portugal.
No final de 2022 o rácio Liquidity Coverage Ratio (LCR) situou-se em 303,4%, valor muito superior ao
requisito regulatório de cobertura de liquidez vigente (100%). O rácio Net Stable Funding Ratio (NSFR)
fixou-se em 182,6%.
Gestão de capital
Os capitais próprios consolidados totalizaram 9.483 milhões de euros em 31 de dezembro de 2022, o que
representa um aumento de 196 milhões de euros face a dezembro de 2021. A redução de 500 milhões de
euros em “Outros instrumentos de capital”, referente aos valores mobiliários representativos de fundos
próprios adicionais de nível 1 (Additional Tier 1) que foram reembolsados em março de 2022 foi
compensada pelo aumento de 499 milhões de euros de “Outras reservas e resultados transitados”, já tendo
em conta o pagamento dos dividendos ao acionista. Esta variação positiva é justificada, entre outros, pela
incorporação dos resultados positivos de 2021 e pelos impactos positivos de variações cambiais.
Em 2022, o pagamento de dividendos ao acionista da Caixa, o Estado Português, atingiu o valor de 378,2
milhões de euros considerando a sua situação financeira robusta e os resultados líquidos de 2021. Este
montante incluiu um valor anteriormente retido de acordo com as recomendações do BCE relativas à
distribuição de dividendos durante a pandemia, tendo sido apurado em cumprimento com o estipulado na
Política de Dividendos em vigor.
61
CAPITAIS PRÓPRIOS (CONSOLIDADO)
(milhões de euros)
Reexpresso Variação
2021-12 2022-12 Abs. (%)
Capital social 3.844 3.844 0 0,0%
Outros instrumentos de capital 500 0 -500 -100,0%
Reservas de reavaliação 255 130 -125 -49,2%
Outras reservas e resultados transitados 3.867 4.366 499 12,9%
Interesses que não controlam 238 300 62 26,2%
Resultado de exercício 583 843 259 44,5%
Total 9.287 9.483 196 2,1%
Os rácios fully loaded, CET1, Tier 1 e Total situaram-se em 18,7%, 18,7% e 20,2% respetivamente
(incluindo o resultado líquido do período deduzido do montante máximo distribuível de acordo com o rácio
de pagamento de dividendo do exercício anterior), cumprindo com uma cómoda margem os requisitos de
capital em vigor para a Caixa. Estes rácios, superiores à média Portuguesa e Europeia, evidenciam a
robusta e adequada posição de capital da Caixa.
No curso de 2022 foram conhecidos os requisitos SREP aplicáveis a partir de 2023, sendo de notar que o
requisito de Pilar 2 para a Caixa em 2023 é de 1,9%, uma redução de 10 p.b. face a 2022 e de 35 p.b. face
a 2021 (duas revisões consecutivas em baixa), refletindo, dessa forma, uma continuada melhoria da
perceção que o supervisor tem do risco global da instituição.
(*) Inclui o resultado líquido deduzido do montante máximo distribuível de acordo com o rácio de pagamento de dividendo do exercício
anterior
O-SII: Reserva para “Outras Instituições de Importância Sistémica”; CCB: Reserva de Conservação de Fundos Próprios; P2R: Pilar II
Abaixo ilustram-se os valores dos Fundos Próprios e rácios de capital para o final de 2021 e 2022:
62
No apuramento dos Fundos Próprios e rácios prudenciais consolidados, reportados ao Supervisor,
referentes a 31 de dezembro de 2022, foi considerado um resultado líquido de cerca de 483,7 milhões de
euros, conforme autorização do BCE e ao abrigo do n.º 2, artigo 26º do Regulamento (UE) 575/2013 e dos
artigos 3º, 4º e 5º da Decisão (UE) 2015/656 do Banco Central Europeu, de 4 de fevereiro de 2015 (relativa
à inclusão de lucros provisórios ou de final de exercício nos Fundos Próprios principais de nível 1), tendo
esse montante sido apurado sobre o resultado líquido contabilístico do perímetro prudencial de cerca de
837,8 milhões de euros, deduzido de cerca de 354,0 milhões de euros relativos ao valor máximo de
dividendo distribuível de acordo com o rácio de pagamento de dividendo do exercício anterior (aplicação da
Decisão (UE) 2015/656 do BCE - condições em que as instituições de crédito podem incluir lucros
intercalares ou de final de ano nos Fundos Próprios Principais de nível 1).
Das alterações introduzidas na nova versão do documento do RGICSF, ao nível dos Fundos Próprios,
destacam-se a alteração do requisito máximo da Reserva O-SII (reserva para outras instituições de
importância sistémica) de 2% para 3% e a imposição de restrições às distribuições (estabelece a forma de
cálculo do montante máximo distribuível, focadas no cumprimento dos requisitos mínimos). Ao nível da
Resolução, destaca-se igualmente a introdução das restrições às distribuições superiores ao montante
máximo distribuível, focadas no cumprimento dos requisitos mínimos de Fundos Próprios e passivos
elegíveis.
Em 8 de novembro de 2022, o Conselho da União Europia (UE) divulgou sua orientação geral sobre o
pacote legislativo da Comissão Europeia que versa sobre um conjunto de alterações ao quadro regulatório
de Basileia III, com vista à implementação da CRR III e CRD VI, que deverá entrar em vigor a partir de 1 de
janeiro de 2025.
A melhoria dos Fundos Próprios principais de nível 1 (CET 1) em cerca de + 345,4 milhões de euros
representa um impacto positivo no rácio CET 1 de 80 pontos base (p.b.) e resulta essencialment e
do contributo das seguintes componentes:
– O Resultado líquido positivo no montante autorizado pelo BCE e computado nos Fundos
Próprios (cerca de 483,7 milhões de euros) foi a principal componente com contributo positivo,
com um peso de +112 p.b. na variação do rácio CET 1;
– A variação nas Outras reservas e resultados transitados em cerca de +157,1 milhões de euros,
que contribui com +36 p.b. na variação do rácio CET 1;
– Aumento da dedução dos Ativos por impostos diferidos (por Prejuízos fiscais) em cerca de
52,5 milhões de euros, causando um impacto de -12 p.b. na variação do rácio CET 1.
63
para a CGA (Caixa Geral de Aposentações), totalizando um ganho em CET 1 de cerca de 136,3
milhões de euros.
De dezembro de 2021 para dezembro de 2022 verificou-se um aumento dos RWA de cerca de 727,8
milhões de euros, com um impacto de -30 pb no rácio CET1. Esta variação é explicada,
essencialmente, pelos seguintes fatores:
– Aumento em cerca de 681 milhões de euros (-28 pb no rácio CET1) dos RWA para risco de
crédito afetos ao BCI Moçambique. Este acréscimo é explicado pelo efeito conjunto da
apreciação do cambial do metical (6%) e do crescimento da posição em risco, em partic ular da
exposição soberana ponderada a 150%.
– Acréscimo em cerca de 338 milhões de euros (-14 pb no rácio CET1) dos RWA para risco de
crédito afetos ao BNU Macau, justificado quer pelo efeito da apreciação cambial da pataca
(MOP) e do dólar de Hong Kong (HKD) em cerca de 6%, quer pelo aumento negócio,
especialmente ao nível do segmento de empresas.
– Crescimento da carteira de crédito garantido por bens imóveis, em particular na CGD-Sede, com
um impacto de 218 milhões de euros nos RWA (-9 pb no rácio CET1).
– Aumento dos RWA de risco de mercado em 253 milhões de euros (-10 pb no rácio CET1). A
apreciação cambial observada em 2022, com reflexo no aumento das posições cambiais abertas
em patacas (MOP) e em dólares de Hong-Kong (HKD), mas também em meticais (MZN) e
kwanzas (AOA) justifica a maioria do acréscimo de RWA para risco cambial
– Incremento dos RWA para risco operacional em 238 milhões de euros, com um impacto de -10
pb no rácio CET1.
A Caixa ficou ainda sujeita ao cumprimento de um requisito mínimo de Tier 1 de 11,00% e de Capital Total
de 13,50% em 2022.
64
No que se refere a reserva de Fundos Próprios para “Outras Instituições de Importância Sistémica” (na sigla
inglesa, O-SII), o Banco de Portugal definiu um período de implementação gradual de 0,25% ao ano entre
2018 e 2021, prevendo que no último período a exigência atingisse o valor de 1%.
No entanto, para permitir que o sistema bancário pudesse atenuar o choque das condições económicas e
financeiras provocadas pela pandemia de Covid-19, o Banco de Portugal concedeu a possibilidade de
estender por mais um ano, o período para o cumprimento na íntegra da percentagem de reserva de O-SII,
tendo esta decisão sido comunicada à Caixa em maio de 2020.
No final do ano de 2021, terminou o período de implementação faseada da reserva de Fundos Próprios
para “Outras Instituições de Importância Sistémica”, passando a partir de 2022 a exigência a ser de 1%.
Em 30 de setembro de 2022, o Banco de Portugal emitiu um comunicado a informar que se iria manter o
valor de 0% para a reserva contracíclica de Fundos Próprios.
2022
Composição do Rácio mínimo
Indicador Rácio mínimo Reservas
Pilar 1 Pilar 2
Conservação O-SII
CET 1 9,125% 4,50% 1,125% 2,50% 1,00%
Tier 1 11,00% 6,00% 1,50% 2,50% 1,00%
Total 13,50% 8,00% 2,00% 2,50% 1,00%
2021-12 2022-12
Excedente (Buffer)
CET 1 9,2% 9,6%
Tier 1 7,3% 7,7%
Total 6,2% 6,7%
Assim, o requisito mínimo de CET 1 (phased-in) exigido à Caixa em base consolidada passará a ser de
9,069%, o qual inclui:
65
SREP - REQUISITOS DE CAPITAL 2023 (CONSOLIDADO)
(%)
2023
Composição do Rácio mínimo
Indicador Rácio mínimo Reservas
Pilar 1 Pilar 2
Conservação O-SII
CET 1 9,069% 4,50% 1,069% 2,50% 1,00%
Tier 1 10,925% 6,00% 1,425% 2,50% 1,00%
Total 13,40% 8,00% 1,90% 2,50% 1,00%
MREL
No decurso do primeiro trimestre de 2022, a Caixa foi informada da decisão do Conselho Único de
Resolução (CUR) da revisão dos seus requisitos de MREL (Minimum Requirement for Own Funds and
Eligible Liabilities) ao abrigo da Diretiva Europeia sobre Resolução Bancária (BRRD2). De acordo com esta
comunicação, a partir de 1 de janeiro de 2024, a Caixa tem que deter um montante de fundos próprios e de
passivos elegíveis equivalentes a 25,95% do total de ativos ponderados pelo risco (incluindo um requisito
combinado de reserva de fundos próprios de 3,5%) e 5,94% da exposição total do rácio de alavancagem.
Já em março de 2023, a Caixa foi notificada relativamente à nova decisão vinculativa de MREL determinada
pelo CUR, que revoga e substitui a recebida em 2022, estabelecendo que, para o cumprimento dos
requisitos de MREL a partir de 1 de janeiro de 2024 a Caixa tem que deter um montante de fundos próprios
e de passivos elegíveis equivalentes a 26,44% do total de ativos ponderados pelo risco (incluindo um
requisito combinado de reserva de fundos próprios de 3,5%) e 6,27% da exposição total do rácio de
alavancagem.
MREL (% DE RWA)(1)
(%)
66
Rating
Em março, a Fitch Ratings aumentou os ratings IDR e da dívida sénior preferencial de longo prazo da Caixa
de BB+ para BBB-, e reviu o outlook de Positivo para Estável.
A subida do rating reflete a melhoria da qualidade de ativos mesmo durante o período pandémico, a
resiliência da rendibilidade - assente na liderança de mercado e fortes níveis de eficiência - e os melhores
rácios de capital. Os ratings IDR e da dívida sénior preferencial de curto prazo foram elevados de B para
F3.
Com esta alteração a Caixa passou a ser classificada em nível de investment grade pelas três agências
internacionais que lhe atribuem rating.
Durante o mês de maio, a DBRS afirmou o rating da Caixa em BBB, tendo revisto o Trend de Negativo para
Positivo. Esta melhoria é reflexo da posição de liderança da Caixa em Portugal, do seu sólido financiamento
e capital, bem como da resiliência demonstrada durante a pandemia.
Já em janeiro de 2023, a Moody’s subiu o outlook do rating de depósitos da Caixa para “Positivo”. Em
simultâneo, confirmou os ratings de depósitos e da dívida sénior de longo prazo em Baa2/Prime-2, bem
como da dívida sénior não preferencial de longo prazo em Baa3, mantendo o outlook da dívida sénior em
“Estável”. Esta iniciativa reflete a expectativa da Moody’s de que o reforço gradual do perfil de risco da
Caixa, principalmente em termos de qualidade de ativos, capital e rendibilidade, se mantenha apesar da
conjuntura exigente.
A prestação positiva nas rubricas de margem financeira e comissões demonstram que a atividade core
doméstica está a recuperar de uma conjuntura adversa.
Em sentido inverso, os custos de estrutura aumentaram para 930,3 milhões de euros (+74,8%), crescimento
justificado pela evolução da rúbrica de custos com o pessoal (+367,3 milhões de euros) influenciada por
fatores não recorrentes, dos quais se destacam a assinatura de um novo protocolo com os Serviços Sociais
da CGD e que conduziu à reversão da provisão pelo plano médico (-145 milhões de euros) em abril de
2021, e o acordo de princípio estabelecido com o Governo Português para a transferência das
responsabilidades com pensões financiadas pelo Fundo de Pensões (+246 milhões de euros) em dezembro
de 2022.
Em 2022, as provisões e imparidades na atividade doméstica registaram uma diminuição de 199,1 milhões
de euros face a 2021, devido à redução de 51,4 milhões de euros de imparidades de crédito líquidas e à
redução de 147,7 milhões de euros nas provisões e imparidade de outros ativos (líquido), refletindo a
evolução favorável face às expectativas iniciais em contexto de pandemia.
Atividade especializada
Banca de investimento
O Caixa - Banco de Investimento, S.A. (CaixaBI) é o banco de investimento do Grupo Caixa Geral de
Depósitos, cujas áreas de atuação incluem mercados de capitais – dívida e ações, corporate finance,
assessoria em project finance e structured finance, intermediação financeira, equity research, market
making, assessoria e gestão de risco para empresas e capital de risco.
No exercício de 2022, o Produto Bancário do CaixaBI atingiu 26,5 milhões de euros. Para estes resultados
contribuíram positivamente a margem financeira (2,3 milhões de euros), as comissões em serviços de
assessoria e intermediação financeira (18,8 milhões de euros), os resultados de ativos financeiros (4,1
milhões de euros) e os outros resultados de exploração (1,3 milhões de euros). O Resultado Líquido
apurado no ano ascendeu a 8,3 milhões de euros.
67
CAIXA BANCO DE INVESTIMENTO - INDICADORES
(milhões de euros)
Variação
(Contas estatutárias) 2021-12 2022-12 Abs. (%)
Margem financeira estrita 2,5 2,3 -0,2 -7,9%
Comissões líquidas 18,2 18,8 0,6 3,2%
Resultados de operações financeiras 0,2 4,1 3,9 2087,4%
Produto bancário 23,3 26,5 3,3 14,0%
Custos de estrutura -14,6 -15,7 -1,0 -
Resultado bruto de exploração 8,6 10,9 2,2 25,8%
Provisões e imparidades 2,3 0,4 -1,9 -82,2%
Resultado líquido 8,1 8,3 0,2 2,9%
No segmento de dívida pública portuguesa, o CaixaBI foi Joint Lead Manager e Bookrunner da colocação
sindicada do novo benchmark a 10 anos, a OT 1,65% com maturidade em 2032, e Co-Lead Manager da
colocação sindicada do novo benchmark a 20 anos, a OT 1,15% com vencimento em 2042, cada uma de
montante global igual a 3.000 milhões de euros.
Também no segmento de dívida privada, destaca-se o papel do CaixaBI enquanto Joint Lead Manager e
Bookrunner da emissão de obrigações pela Região Autónoma dos Açores (455 milhões de euros), a
organização e liderança conjunta de duas emissões obrigacionistas da Região Autónoma da Madeira (260
milhões de euros e 225 milhões de euros), a organização e liderança de emissões de obrigações pela
Locarent (100 milhões de euros), pela Semapa (100 milhões de euros), pela Cin (40 milhões de euros) e
pela GreenVolt (35 milhões de euros). Neste período, o Banco participou ainda enquanto Co-Lead Manager
em emissões da UBS, Credit Suisse, Santander, HSBC e ING. É ainda de referir a intervenção do CaixaBI,
enquanto Entidade Colocadora, da Oferta Pública de Subscrição de Obrigações da Sport Lisboa e Benfica
– Futebol, SAD (60 milhões de euros) e da Oferta Pública de Subscrição e Oferta Pública de Troca de
obrigações da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD (50 milhões de euros), bem como a organização e
montagem da operação de cessão de créditos da SU Eletricidade (80 milhões de euros) e a organização e
liderança de vinte e um novos programas de papel comercial para clientes empresariais, com destaque, no
segmento sustentabilidade, para um programa de papel comercial sustainability linked para a NOS, quatro
programas ESG Linked para o Grupo Sonae e um programa de papel comercial Green para a Corticeira
Amorim.
68
tendo também sido concluídas com sucesso operações nas vertentes de project finance, imobiliário e
acquisition finance.
Merece destaque ainda para a assessoria do CaixaBI na Oferta Pública Inicial do Banco Caixa Geral
Angola, no aumento de capital da GreenVolt através de Oferta Pública e na organização e montagem de
uma Oferta Pública de obrigações convertíveis pela Farminveste. É também de referir a assessoria
financeira prestada à Altri na distribuição de dividendos, operação em que o Banco também atuou como
agente pagador.
O CaixaBI manteve a sua atuação como liquidity provider sobre um conjunto de títulos cotados na Euronext
Lisbon, a qual continuou a merecer um rating elevado atribuído pela Euronext, e de market-maker sobre
um fundo imobiliário Fundiestamo.
A atividade de capital de risco, desenvolvida pela Caixa Capital, sociedade integralmente detida pelo
CaixaBI, concentrou-se na análise de oportunidades de investimento e na gestão da carteira de empresas
participadas pelos fundos de capital de risco sob sua gestão, tendo realizado no período reforços de
investimentos em empresas da carteira que ascenderam a 13,3 milhões de euros e desinvestimentos de
16,5 milhões de euros, repartidos pelos dois fundos sob gestão.
Crédito especializado
De acordo com os dados revelados pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF)
relativos a 2022, registaram-se trajetórias ascendentes nestes setores de negócio, refletindo a inversão do
impacto face à pandemia que influenciou o ano de 2020, onde o setor foi duramente atingido.
Neste contexto, apenas o leasing imobiliário evidencia uma estagnação no ano de 2022, enquanto o leasing
mobiliário cresce 5,4%, o factoring 16,9% e o confirming 29,2%.
A atividade comercial da Caixa, não obstante os inevitáveis impactos negativos inerentes à pandemia de
Covid-19, evidenciou um desempenho favorável no decorrer do ano de 2022, nos vários produtos,
traduzindo-se em reforço das respetivas quotas de mercado.
69
No leasing imobiliário a produção no ano de 2022 situou-se nos 166 milhões de euros, um acréscimo de
19,4% no ano. A quota de mercado da Caixa neste segmento, em dezembro de 2022, situou-se nos 20,7%
tendo melhorado 3,4 p.p. face a igual período de 2021.
A produção de leasing mobiliário atingiu 351 milhões de euros, apresentando uma variação positiva de
20,1% face ao ano anterior. Salienta-se o financiamento de viaturas ligeiras, com um aumento de 23,1%. A
quota de mercado da Caixa nas novas operações atingiu os 22,6% no final do ano de 2022, registando um
aumento pelo terceiro ano consecutivo.
A produção de confirming representa 59,8% da produção total do factoring e cresceu 39,5% relativamente
ao período homólogo, superando os valores de produção dos anos anteriores. A quota de mercado neste
produto aumentou 1,4 p.p. quando comparado com 2021 e situa-se nos 19,3%.
O factoring total cresceu 23,0% no ano de 2022. A quota de mercado deste produto situou-se em 14,2%
em dezembro de 2022, tendo melhorado 0,1 p.p. em relação a 2021.
Gestão de ativos
De acordo com os dados divulgados pela Associação Portuguesa de Fundo de Investimento, Pensões e
Patrimónios (APFIPP), em dezembro de 2022, o mercado nacional de fundos de investimento mobiliário
ascendia a 17,1 mil milhões de euros, registando uma diminuição de 13,8% face ao início do ano. A Caixa
Gestão de Ativos manteve a liderança de mercado registando uma quota, no final do ano, de 36,6% (6.268
milhões de euros), o que representou um incremento, em relação à quota de mercado do final de 2021, de
1,6 pontos percentuais. Apesar do aumento de quota, importa referir que a Caixa Gestão de Ativos
apresentou um decréscimo dos montantes sob gestão em 684 milhões de euros, movimento transversal a
todas as sociedades gestoras.
A Caixa Gestão de Ativos tem assegurado a manutenção da liderança de mercado nos segmentos de
fundos nacionais de maior valor acrescentado, nomeadamente, Ações e Multiativos.
No segmento de fundos multiativos geridos em Portugal, o fundo “Caixa Seleção Global Moderado”, com
um montante sob gestão de 1.191 milhões de euros, no final do ano 2022, posiciona-se como sendo o
segundo maior fundo do mercado nacional.
No segmento de ações o fundo “Caixa Ações Líderes Globais”, que investe em ações cotadas em todo o
mundo, de empresas detentoras de marcas fortemente reconhecidas, destaca-se por diversos fatores:
- Mantem a posição de maior fundo de investimento mobiliário nacional, finalizando o ano de 2022
com um montante sob gestão de 2.163,8 milhões de euros;
- Posiciona-se como o terceiro fundo nacional com maior rendibilidade anualizada nos últimos cinco
anos, de acordo com dados divulgados pela APFIPP.
Reforço da incorporação dos princípios ESG no processo de gestão da Caixa Gestão de Ativos
Os últimos anos têm sido marcados por uma aceleração da integração dos aspetos ambiental, social e de
governo societário (ESG - Environment, Social and Governance) na estratégia de investimentos da Caixa
Gestão de Ativos e da CGD Pensões.
A adesão por parte de ambas as sociedades, em 2019, aos Princípios para o Investimento Responsável
(PRI - Principles for Responsible Investment) das Nações Unidas reforçou a importância da incorporação
dos fatores ESG no processo de investimento dos fundos sob gestão.
O investimento socialmente responsável é uma estratégia e prática que visa incorporar fatores ambientais,
sociais e de governo das sociedades nas decisões de investimento. Assim, a filosofia de investimento
socialmente responsável continua a assumir-se como um pilar estratégico na atividade das sociedades
gestoras e parte integrante de uma estratégia alargada do Grupo, com vista a apoiar um futuro mais
sustentável.
Em 2022, em paralelo com a resposta aos novos requisitos regulamentares em torno desta temática,
nomeadamente no que se refere ao Regulamento (UE) 2019/2088 do Parlamento Europeu e do Conselho
de 27 de novembro de 2019 (SFDR - Sustainable Finance Disclosure Regulation), relativo à divulgação de
informações relacionadas com a sustentabilidade no setor dos serviços financeiros, a Caixa Gestão de
Ativos e a CGD Pensões consolidaram a sua ambição de constituir-se como um exemplo na realização de
investimentos socialmente responsáveis, reforçando a abordagem de atuação, que continua centrada em
três vetores principais:
70
- Integração de fatores ESG nos processos de investimento, em paralelo com a utilização de fatores
de análise financeira tradicionais;
- Envolvimento com as empresas alvo de investimento através do exercício dos direitos de voto
associados aos ativos sob gestão;
Dando seguimento a um novo requisito regulatório, foi implementado em Agosto de 2022 pelas sociedades
gestoras, o “Questionário de Preferências de Sustentabilidade”, solicitando o feedback de cada cliente sobre
a ambição em termos de sustentabilidade que deseja ver refletido na gestão do seu património.
No que se refere a adesão a iniciativas internacionais, em Setembro de 2022, a Caixa Gestão de Ativos
aderiu à Net Zero Asset Managers Initiative, iniciativa global, lançada oficialmente em Dezembro de 2020,
que congrega os esforços e compromissos das sociedades gestoras de ativos internacionais signatárias
com a descarbonização dos portfólios sob gestão, contribuindo desta forma para o objetivo de um nível de
emissões de gases de estufa líquido nulo até 2050. Este processo de adesão representou um passo natural,
em função do compromisso estratégico da sociedade gestora de enfrentar os riscos e desafios associados
às alterações climáticas, contribuindo desta forma para a mitigação e reversão do aquecimento global e
alinhando a sua atuação com as melhores práticas de ESG na indústria de gestão de ativos
Adicionalmente, de acordo com o entendimento das sociedades gestoras sobre o seu papel na promoção
da responsabilidade ambiental e/ou social no panorama da indústria de gestão de ativos portuguesa, as
sociedades gestoras têm procurado contribuir para a melhoria da literacia financeira de forma genérica ou
incidindo sobre investimentos sustentáveis. Neste contexto, a Caixa Gestão de Ativos tem desenvolvido
várias intervenções em imprensa escrita, conferências e afins sobre matérias de investimentos financeiros
bem como sobre a importância da integração dos critérios ESG nos processos de investimento na gestão
de ativos.
71
focando-se nos países estratégicos para a atividade do Grupo (países e territórios com fortes laços culturais
e comerciais com Portugal e com a valorização da marca Caixa).
O Grupo Caixa mantém uma presença internacional diversificada, com diferentes modelos de
representação (principalmente filiais, sucursais e escritórios de representação), com maior enfoque nos
países de língua portuguesa e de destino da emigração, procurando sempre promover a internacionalização
(exportação, importação, investimento, parcerias) das empresas portuguesas, a proximidade com as
diferentes comunidades portuguesas nessas geografias, as afinidades de negócios que estas têm com
Portugal e dinamizar as relações económicas das diferentes geografias entre si.
O valor da marca do Grupo e a imagem de confiança que lhe está associada é um ativo ímpar que lhe
faculta um acesso único a esses mercados locais.
Durante o ano de 2022 prosseguiu-se o reforço da governação nas diferentes entidades internacionais que
fazem parte do Grupo, no sentido da adoção das melhores práticas internacionais, alinhando o modelo de
governo de cada entidade com o modelo da casa-mãe e com os objetivos estratégicos do Grupo, garantindo
o cumprimento das obrigações legais e especificidades de cada geografia.
A representatividade da Caixa nos órgãos sociais das unidades internacionais e o efetivo acompanhamento
das comissões que apoiam esses órgãos sociais, em paralelo com o exercício corporativo das funções de
controlo e a harmonização de políticas corporativas, são ferramentas que concorrem para o reforço e
harmonização da estratégia do Grupo e contribuem para os resultados consolidados e gestão dos riscos.
Esta atuação promove também o incremento da articulação entre as diversas estruturas funcionais (de
negócio, suporte e controlo) da Caixa e das entidades internacionais, em prol do reforço do contributo
destas para a estratégia do Grupo e para os resultados consolidados.
No exercício de 2022 continuou a ser promovida a adoção pelas entidades internacionais de um vasto
conjunto de políticas, normas e procedimentos idênticos aos da Caixa, assegurando a harmonização de
regras e práticas no Grupo (incluindo a partilha de boas práticas) de acordo com as regras internacionais
mais avançadas.
É ainda prioridade estratégica promover o desenvolvimento de uma visão integrada do cliente do Grupo,
reforçando a articulação entre a Caixa e as entidades internacionais (e, também, entre estas), com o
objetivo de potenciar o negócio e oferecer um melhor e mais alargado serviço ao cliente, funcionando como
uma plataforma bancária multisserviços (pagamentos cross-border, transferências, trade finance, entre
outros).
Em termos de contributo para os resultados do Grupo, procurou-se potenciar os resultados das entidades
internacionais por via de proveitos não dependentes do balanço, reforçando a atuação em rede e o papel
de contraparte da Caixa, apostando na sua capacidade de prestar mais e melhores serviços aos seus
clientes, sempre em estreita articulação com o controlo dos riscos associados.
72
Os principais contributos para o resultado da atividade internacional foram provenientes do BCI
Moçambique (63 milhões de euros), BNU Macau (45 milhões de euros), do BCG Angola (35 milhões de
euros) e da Sucursal de França (32 milhões de euros), nesta última refletindo-se o efeito não recorrente da
venda do edifício Sede.
O contributo das unidades internacionais do Grupo Caixa para o resultado líquido consolidado deveu-se
essencialmente à prestação positiva da margem financeira, bem como das rúbricas da margem
complementar, demonstrando o cenário de recuperação económica nas geografias onde a Caixa está
presente, superando o aumento dos custos de estrutura (incluindo efeitos cambiais) registado no período
em análise. Deste modo, o produto global da atividade internacional aumentou 34% face a dezembro de
2021.
Por seu turno, os custos de estrutura aumentaram 19%, sem anular as variações positivas da margem
financeira e margem complementar, resultando no aumento do resultado bruto de exploração em 49%.
Principais unidades
BNU Macau
Em 2020, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) prorrogou os contratos de
agenciamento com o Banco da China e o Banco Nacional Ultramarino, S.A. (BNU) como bancos emissores
de moeda pelo prazo de dez anos. Trata-se de um reconhecimento do papel desempenhado por esta
entidade do Grupo Caixa, emissor de moeda há mais de 100 anos, quer para o desenvolvimento da região,
quer como veículo primordial de conexão da economia portuguesa com os mercados asiáticos e países de
língua oficial portuguesa.
O ano de 2022 marcou o 120º aniversário da presença do BNU em Macau, tendo este sido reconhecido
pelas autoridades da RAEM com a medalha de Lotus de Prata pelo seu contributo para a diversificação
adequada da economia de Macau e para o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada
No contexto pandémico, que se prolongou em 2022, o BNU, de acordo com as diretivas do Governo de
Macau, manteve as diversas medidas de proteção e apoio aos seus clientes, colaboradores e comunidades,
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reforçando o apoio à população e às PME, através da extensão das moratórias e das linhas de crédito e
incentivos ao consumo.
Ao longo de 2022 um dos principais objetivos estratégicos do BNU foi a reengenharia da rede das suas
agências (encerrando duas e renovando outras duas) e a forte aposta na digitalização de processos e
serviços disponibilizados aos seus clientes.
A atividade do BNU gerou, em 2022, um resultado líquido positivo de 381,6 milhões de patacas (44,9
milhões de euros) e uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 6,2%. O rácio de incumprimento
continuou a apresentar valores reduzidos de 1,1% e os rácios de eficiência mantiveram valores muito
competitivos quando comparados com os da média da indústria: cost-to-income de 40,6% e cost-to-core
income de 35,9%.
A carteira de crédito a clientes totalizou em termos líquidos 27.470 milhões de patacas, o que correspondeu
a um crescimento de 8,6% face a 2021. Este aumento deve-se em parte ao crescimento de 30,7% de crédito
a empresas não financeiras, nomeadamente aumento de crédito sindicado. O crédito à habitação registou
um decréscimo de 1,7% em linha com a evolução do mercado e o crédito ao consumo registou um ligeiro
aumento, refletindo o aliviar das medidas criadas ao longo da pandemia.
Os recursos de clientes aumentaram em 7,4%, principalmente nos depósitos a prazo dos residentes
naturalmente estimulados pelo aumento da taxa média dos depósitos e pelo aumento de depósitos de
resorts integrados no seguimento de renovação de licenças e entrega de garantias ao Governo da RAEM.
Neste contexto, o rácio de transformação de créditos em depósitos aumentou para 72,4% em 2022 (71,6%
em 2021).
Em termos financeiros Macau é um mercado altamente competitivo com a presença de 32 bancos dos quais
alguns são os maiores bancos do mundo; no entanto, o BNU conta com a 5ª posição em termos de balanço
e crédito. No que se refere a cartões de crédito, o BNU conta com uma quota de mercado de 9% e
relativamente a ordenados domiciliados nas contas dos trabalhadores dos resorts integrados e de
funcionários públicos o BNU detém uma quota de mercado de 30%.
Os custos de estrutura diminuíram ligeiramente em relação a 2021 (-0,04%). Os custos com pessoal
aumentaram em 2,2%, mantendo-se a pressão em termos de salários num mercado laboral altamente
competitivo e de pleno emprego. Os gastos gerais administrativos tiveram um aumento pouco expressivo
de 0,9%. A nível de depreciações registou-se um decréscimo motivado em parte pelo fecho de agências.
Como consequência do acima referido e do aumento das taxas de juro, o resultado bruto de exploração
cresceu 12,8% para 557,7 milhões de patacas.
O BNU registou em 2022 provisões e imparidades líquidas de 127,3 milhões de patacas. Houve um
aumento considerável na imparidade do crédito (líquido) e na imparidade de outros ativos financeiros devido
a um downgrade dos títulos dos resorts integrados, o qual é expectável que venha a ser totalmente
recuperável devido a recente renovação das licenças por um período adicional de 10 anos.
O contributo do BNU Macau para o resultado consolidado do Grupo Caixa de 2022 foi de 44,9 milhões de
euros.
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Sucursal de França
A atividade da Sucursal está vocacionada para o mercado natural da comunidade portuguesa em França,
servindo igualmente outras comunidades, com particular enfoque para as lusófonas, apoiando as empresas
portuguesas que desenvolvem a sua atividade em França quer no âmbito do comércio bilateral entre os
dois países, quer no âmbito da livre prestação de serviços.
No decurso do ano de 2022, a economia francesa sofreu múltiplos choques (vagas da variante Omicron,
fortes tensões geopolíticas, aumento dos preços da energia, dificuldades de abastecimento, subida das
taxas de juro, entre outras), gerando elevadas incertezas e conduzindo a um abrandamento do crescimento
económico apesar das medidas orçamentais implementadas.
Foi nesta conjuntura macroeconómica atípica, marcada pela incerteza e pelo choque inflacionista que a
Sucursal exerceu a sua atividade em 2022. Nesta destaca-se, por um lado, um decréscimo de 2,6% na
concessão de crédito comparativamente com o ano de 2021 – muito motivado pela política restritiva de
risco exercida, em resposta ao aumento do grau de incerteza económica, e, por outro, um ligeiro decréscimo
na captação de depósitos de clientes em linha com o decréscimo da carteira de crédito (-0,8%, após +1,7%
em 2021), bem como um abrandamento na captação de transferências (+3,9%, após +10,2% em 2021).
O ano de 2022 ficou ainda marcado pela conclusão do processo de venda do edifício da sede em França,
prosseguindo assim o objetivo de racionalizar os espaços físicos com a busca de soluções mais adaptadas
às necessidades atuais e futuras das equipas de trabalho da sede da sucursal. Esta operação permitiu à
Sucursal beneficiar de um resultado não recorrente e, consequentemente, registar um reforço de
performance ao nível dos resultados no mercado francês.
O resultado operacional totalizou 44,5 milhões de euros, um acréscimo de 17,1 milhões de euros em relação
ao valor registado em 2021. Para esta evolução extremamente favorável contribuiu essencialmente a
margem complementar, que progrediu fortemente graças ao resultado não recorrente mencionado
anteriormente, já que a margem financeira registou um ligeiro decréscimo (-3,8%). Deste modo, o produto
bancário atingiu 121,2 milhões de euros, um aumento de 28,9 milhões de euros comparativamente com o
ano anterior. Por outro lado, os custos de estrutura aumentaram 7,5 milhões de euros (+12,7%), explicado
em larga escala pelos custos decorrentes da venda da sede e arrendamento de novas instalações, e as
provisões e imparidades aumentaram de 4,2 milhões de euros (+77,4%) na sequência do incremento
significativo do nível de incerteza económica verificado ao longo do ano. Assim sendo, o resultado líquido
da Sucursal de França foi de 30,6 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 58,1% face ao
resultado do ano anterior.
O contributo da sucursal de França para o resultado líquido consolidado do Grupo Caixa foi de 32,2 milhões
de euros.
BCG Angola
O Banco Caixa Geral Angola (BCGA ou Caixa Angola) é uma instituição de direito angolano participada
maioritariamente pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos, sendo a primeira instituição bancária privada a
operar em Angola depois da independência.
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O BCGA tem-se posicionado como uma instituição de confiança, um parceiro da sociedade angolana,
apoiando as empresas na expansão dos seus negócios e na satisfação das suas aspirações individuais,
com particular atenção ao setor de petróleo e gás e de particulares affluent com níveis de serviço de
excelência.
O enorme potencial da estrutura demográfica do país, bem como as expectativas de melhoria do ambiente
económico e social, tornam Angola num mercado apetecível, não isento de riscos, mas rico em
oportunidades, podendo o Caixa Angola proporcionar aos seus clientes a experiência e o conhecimento
local necessário para operar um negócio bem sucedido em África, explorando a rede do Grupo CGD com
vista a intermediar atividades de entidades estrangeiras não presentes em Angola, capitalizando na
perceção de robustez e confiança do Grupo.
Em abril de 2022, o Caixa Angola subscreveu, por deliberação da Assembleia Geral, um Plano de Poupança
Reforma (PPR) de contribuição anual definida. Esta iniciativa reflete o investimento e a aposta no coletivo
de atuais e futuros colaboradores da instituição.
Durante o 3º trimestre de 2022, foi feita a alienação em bolsa de 25% do capital social do BCGA detido pela
SONANGOL, através de uma Oferta Pública Inicial de Venda, tendo resultado num acréscimo de 691 novos
acionistas e num sucesso em termos de rácio de procura sobre a oferta de 2,05 vezes, tendo culminado
num rateio de 48%.
O preço das ações cotadas em bolsa teve uma evolução bastante favorável, tendo atingido a cotação
máxima de Kz 17.575 durante a sessão de 25 de outubro, um preço 3,52 vezes o valor da Oferta Pública
Inicial, de Kz 5.000.
Em 2022, o BCGA gerou uma margem financeira de 42.905 milhões de kwanzas, +17,4% que em 2021.
Os resultados de serviços e comissões atingiram em 2022 o montante de 7.918 milhões de kwanzas, com
um ligeiro acréscimo de 1,15% face a 2021. Um maior crescimento foi condicionado sobretudo pelo impacto
negativo da variação do kwanza face às principais moedas bem como pela redução das comissões de
títulos face ao novo modelo de intermediação.
O resultado bruto de exploração foi de 41.665 milhões de kwanzas, +43,7% face ao período homólogo
motivado pelo aumento do produto bancário, por via do aumento dos juros e rendimentos similares na
margem financeira.
O ativo líquido do BCGA atingiu o valor de 791.079 milhões de kwanzas, +7,0% face ao período homólogo.
Esta variação positiva deriva do aumento das disponibilidades no banco central e de investimentos ao custo
amortizado (títulos) sendo que, no sentido inverso, verificámos uma redução das aplicações e das
disponibilidades em outras instituições de crédito.
O crédito bruto teve um ligeiro aumento de 0,07% para o montante de 181.023 milhões de kwanzas e a
imparidade de crédito em balanço reduziu em cerca de 1,59% para o montante de 14.076 milhões de
kwanzas em 2022.
Em relação ao passivo, observou-se um aumento de 5,3% face a 2021, influenciado sobretudo pelo
aumento dos recursos de clientes, que registaram uma variação positiva resultante da desvalorização do
kwanza no último trimestre do ano face às principais moedas, tendo-se situado em 656.158 milhões de
kwanzas em 2022.
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BCG ANGOLA - INDICADORES
(milhões de euros) (milhões de kwanzas)
Variação Variação
2021-12 2022-12 (%) 2021-12 2022-12 (%)
Margem financeira estrita 49,3 89,4 81,2% 36.539 42.905 17,4%
Produto global da atividade 66,8 127,3 90,4% 49.503 61.071 23,4%
Custos de estrutura 27,7 40,4 46,0% 20.513 19.406 -5,4%
Resultado bruto de exploração 39,1 86,8 121,8% 28.990 41.665 43,7%
Provisões e imparidades -14,0 5,0 - -10.373 2.412 -
Resultado líquido 43,4 73,0 68,3% 32.135 35.055 9,1%
O contributo do BCG Angola para o resultado líquido consolidado do Grupo Caixa no exercício de 2022 foi
de 34,9 milhões de euros.
BCI Moçambique
A economia de Moçambique, em termos anuais, cresceu 3,6% no terceiro trimestre de 2022, Segundo o
Banco de Moçambique (BdM), este crescimento reflete o bom desempenho do setor exportador, favorecido,
sobretudo, pela melhoria dos preços das principais mercadorias de exportação. O governo de Moçambique
(no Plano Económico e Social e o Orçamento de Estado) e FMI (no relatório World Economic Outlook)
perspetivaram um crescimento de 2,9% e 3,7%, respetivamente, para 2022.
Ao longo do ano de 2022, o metical manteve-se estável face ao dólar (0,06%), como resultado do equilíbrio
entre a oferta e a procura e apreciou face ao rand (em 8,27%) e ao euro (em 4,32%) refletindo a
desvalorização das referidas moedas no mercado internacional.
Face ao cenário macroeconómico acima descrito, em 2022, o Banco Comercial e de Investimentos (BCI)
manteve a sua posição de liderança no sistema bancário moçambicano nas três principais dimensões de
quotas de mercado: crédito, depósitos e ativos, tendo atingido no final de 2022, 24,25%, 25,41% e 23,68%,
respetivamente, e encerrou o ano com 211 agências, 532 ATM e 13.427 TPA.
Em termos de balanço, o Ativo Líquido apresentou um acréscimo de 10,8%, ao cifrar-se em 204.392 milhões
de meticais, que compara com 184.394 milhões de meticais em Dezembro de 2021. Esta evolução reflete,
essencialmente, o crescimento das Aplicações junto de Instituições de Crédito (+10.107 milhões de
meticais) e dos Títulos de Dívida Pública (+8.658 milhões de meticais), por conta do excedente de liquidez
disponível e consequente incremento do investimento em Títulos de Dívida decorrente do aumento do limite
da exposição, ocorrido em Janeiro, e como alternativa de investimento num contexto de fraca procura de
crédito.
A carteira de Crédito à Clientes (líquida) reduziu face ao período homólogo em 4,5% (-2.943 milhões de
meticais), ao cifrar-se em 63.150 milhões de meticais comparativamente com os 66.093 milhões alcançados
em 2021, influenciada pela conjuntura macroeconómica pouco favorável dos últimos dois anos,
caracterizada pela redução da procura de crédito e níveis de taxas de juros de mercado elevados.
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Os Capitais Próprios totalizaram 28.069 milhões de meticais, valor superior em 4.509 milhões de meticais
face ao registado em 2021. Esta evolução foi influenciada, essencialmente, pelo Resultado Líquido do ano
e pelo incremento da Reserva Legal e das Outras Reservas e Resultados Transitados.
O Rácio de Solvabilidade atingiu 27,97% no final do ano, nível bastante superior ao mínimo de 14,0%
legalmente estabelecido pelo Banco de Moçambique.
O BCI obteve em 2022 um Resultado Líquido no valor de 8.078 milhões de meticais, um aumento de 90,5%
face à 2021. Este aumento é justificado, pelo bom desempenho do Produto Bancário (+1.802 milhões de
meticais) e da boa performance das Imparidades e Provisões (-2.704 milhões de meticais).
O Produto Bancário ascendeu a 20.209 milhões de meticais, que compara com 18.407 milhões de meticais
alcançados em igual período de 2021, impulsionado pela melhoria da Margem Financeira, que registou um
aumento de 16,8% face a 2021, ascendendo a 15.705 milhões de meticais, em virtude da forte subida das
taxas de juro diretoras. No que concerne a Margem Complementar, esta registou uma redução de 15,6%
face ao período homólogo, cifrando-se em 4.598 milhões de meticais, penalizada pelos Outros Resultados
de Exploração (-1.241 milhões de meticais) explicado pelo maior volume de Perdas Extraordinárias, em
2022, na sequência da devolução das Comissões aos clientes, conforme instruído pelo Banco de
Moçambique, referentes ao período de abril de 2018 a 2021.
Os Custos de Estrutura permaneceram controlados, com crescimento dos Gastos com Pessoal e Gastos
Gerais Administrativos, abaixo da inflação, em resultado das medidas de contenção e reforço da eficiência
operacional, que proporcionaram a melhoria do Cost-to-Income de 42,4% (43,8% em dezembro 2021).
O contributo do BCI Moçambique para o resultado consolidado do Grupo Caixa foi 62,9 milhões de euros
em 2022.
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1.4.5. Atividade individual
Resultados
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS (INDIVIDUAL)
(milhares de euros)
Variação
2021-12 2022-12 Abs. (%)
Juros e rendimentos similares 1.005.004 1.283.516 278.512 27,7%
Juros e encargos similares 344.525 313.428 -31.098 -9,0%
Margem financeira 660.479 970.089 309.610 46,9%
Rendimentos de instrumentos de capital 71.172 71.436 265 0,4%
Margem financeira alargada 731.651 1.041.525 309.874 42,4%
Rendimentos de serviços e comissões 562.652 620.395 57.743 10,3%
Encargos com serviços e comissões 98.272 117.299 19.026 19,4%
Resultados de serviços e comissões 464.379 503.096 38.717 8,3%
Resultados de operações financeiras 131.750 151.002 19.252 14,6%
Outros resultados de exploração -3.653 44.091 47.744 -
Margem complementar 592.475 698.189 105.713 17,8%
Produto global da atividade 1.324.126 1.739.714 415.588 31,4%
Custos com pessoal 291.595 660.708 369.113 126,6%
Gastos gerais administrativos 179.136 189.503 10.368 5,8%
Depreciações e amortizações 82.941 107.948 25.007 30,2%
Custos de estrutura 553.672 958.159 404.487 73,1%
Resultado bruto de exploração 770.454 781.555 11.100 1,4%
Imparidade do crédito (líquido) 19.938 -29.868 -49.806 -
Provisões e imparidades de outros ativos (líquido) 100.267 -59.437 -159.704 -
Provisões e imparidades 120.205 -89.305 -209.510 -
Resultados operacionais 650.249 870.859 220.610 33,9%
Impostos 208.715 198.570 -10.144 -4,9%
dos quais: Contribuição sobre o setor bancário 28.555 36.909 8.354 29,3%
Resultado do exercício 441.534 672.289 230.755 52,3%
A atividade individual da Caixa, que engloba a atividade em Portugal e nas Sucursais de França e Timor-
Leste, alcançou um resultado líquido do exercício no valor de 672,3 milhões de euros em 2022 (+52,3%
face a 2021).
O produto global da atividade registou um aumento significativo de 415,6 milhões de euros face a dezembro
de 2021 (+31,4%), justificado essencialmente pelo aumento de 309,6 milhões de euros verificado na
margem financeira. A evolução dos juros e rendimentos similares esteve na base deste crescimento. Na
atividade core da Caixa, destaca-se também o crescimento registado nos resultados de serviços e
comissões, que alcançaram 503,1 milhões de euros, +8,3% que no ano anterior.
Os custos de estrutura da atividade individual inverteram a trajetória descendente dos últimos exercícios,
aumentando 404,5 milhões de euros em dezembro de 2022 face ao período homólogo de 2021. Apesar do
aumento de 5,8% e 30,2% registados nas rúbricas de gastos gerais administrativos e depreciações e
amortizações, respetivamente, foi a componente de custos com pessoal a principal responsável por esta
evolução, com um aumento de 369 milhões de euros. No entanto, a variação registada nos custos com
pessoal foi fortemente influenciada por fatores não recorrentes no valor de 322,8 milhões de euros em 2022
e -77,2 milhões em 2021, dos quais se destacam os custos de reestruturação com o programa de pré
reformas nos 2 anos, o protocolo relativo ao plano médico em 2021 (-145,3 milhões de euros) e o acordo
para a transferência das responsabilidades com o Fundo de Pensões dos empregados da Caixa para a
Caixa Geral de Aposentações em 2023 (245,8 milhões de euros). Expurgando os fatores extraordinários
descritos, os custos com pessoal da atividade individual em 2022 tiveram uma diminuição de 30,9 milhões
de euros face a 2021.
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Em resultado das evoluções referidas, o resultado bruto de exploração situou-se nos 781,6 milhões de
euros em 2022, um aumento de 1,4% (+11,1 milhões de euros) quando comparado com 2021.
As diminuições registadas nas rúbricas de provisões e imparidades e nos impostos, -209,5 milhões de euros
e -10,1 milhões, respetivamente, conduziram ao aumento do resultado líquido do exercício da atividade
individual de dezembro de 2022, em 230,8 milhões de euros (+52,3%). De referir no entanto que a variação
das provisões e imparidades tem também a influência de fatores não recorrentes, dos quais se destacam a
reversão de 60 milhões de euros, associado ao plano pré-reforma em 2022, sendo que em 2021 verificou-
se o reforço da imparidade associada a este plano, no montante de 104 milhões de euros.
Balanço
O ativo líquido da atividade individual da Caixa atingiu 90.756 milhões de euros no final de 2022, o que
representou um decréscimo de 5,6 mil milhões de euros (-5,8%) face ao ano anterior. Para esta evolução
contribuiu decisivamente a diminuição registada nas aplicações em títulos, no valor de 5,3 milhões de euros,
com a venda de títulos de dívida pública e de outros emitentes públicos a contribuir para esta redução.
O valor apresentado pela rúbrica de caixa e disponibilidades em bancos centrais reflete a forte posição de
liquidez de que a Caixa continua a usufruir. De salientar também a evolução do crédito a clientes, que
registou um aumento de 567 milhões de euros em 2022 (+1,2%), refletindo o apoio da Caixa às famílias e
empresas em Portugal.
Do lado do passivo, a diminuição verificada no ano de 2022, no valor de 5,6 mil milhões de euros, é
justificada essencialmente pela diminuição dos recursos de bancos centrais (-6,4 mil milhões de euros),
consequência do reembolso dos financiamentos obtidos junto do BCE (terceira série de operações de
refinanciamento de prazo alargado direcionadas - TLTRO-III), no âmbito das medidas de política monetária
do Eurosistema, e que totalizavam 5,8 mil milhões de euros.
Em sentido inverso, os recursos de clientes aumentaram 3,8 mil milhões de euros em 2022 reflexo da
elevada taxa de poupança e confiança dos clientes.
BALANÇO (INDIVIDUAL)
(milhões de euros)
Variação
ATIVO 2021-12 2022-12 Abs. (%)
Caixa e disp. em bancos centrais 22.082 20.781 -1.300 -5,9%
Aplicações em instituições de crédito 2.236 2.197 -39 -1,7%
Aplicações em títulos 21.708 16.363 -5.346 -24,6%
Crédito a clientes 45.613 46.180 567 1,2%
Ativ. não correntes detidos para venda 121 127 7 5,4%
Ativos intangíveis e tangíveis 559 599 40 7,1%
Investimentos em filiais e associadas 1.265 1.249 -16 -1,2%
Ativos por impostos correntes e diferidos 1.535 988 -547 -35,6%
Outros ativos 1.250 2.272 1.022 81,8%
Total do ativo 96.368 90.756 -5.612 -5,8%
PASSIVO
Rec. bancos centrais e instit. de crédito 7.216 809 -6.407 -88,8%
Recursos de clientes 72.092 75.938 3.846 5,3%
Responsab. representadas por títulos 1.790 1.368 -422 -23,6%
Passivos financeiros 381 221 -160 -41,9%
Provisões 933 856 -77 -8,3%
Passivos subordinados 1.118 1.118 1 0,1%
Outros passivos 4.694 2.307 -2.387 -50,9%
Total do passivo 88.224 82.618 -5.606 -6,4%
Capitais próprios 8.145 8.139 -6 -0,1%
Total do passivo e capitais próprios 96.368 90.756 -5.612 -5,8%
80
Gestão de capital
Os capitais próprios totalizaram 8.139 milhões de euros no final de 2022, valor semelhante ao registado no
ano anterior. O reembolso da emissão AT1 em 2022, no valor de 500 milhões de euros, foi compensado
pelo aumento registado em outras reservas e resultados transitados e no resultado do exercício.
Em 31 de dezembro de 2022, os rácios CET 1 e Total calculados em base Individual, sob as regras CRD
IV / CRR, foram de 21,5% e 23,3%, respetivamente.
Abaixo apresentam-se os valores dos Fundos Próprios e rácios de Capital para o final de 2021 e 2022:
No apuramento dos Fundos Próprios e rácios prudenciais Individuais reportados ao supervisor referentes a
31 de dezembro de 2022, foi considerado um resultado líquido de cerca de 318,3 milhões de euros,
conforme autorização do BCE, nos termos do n.º 2, artigo 26.º do Regulamento (UE) 575/2013 e do artigo
5.º da Decisão (UE) 2015/656 do BCE de 4 de fevereiro de 2015, relativa a inclusão de lucros provisórios
ou de final de exercício nos Fundos Próprios principais de nível 1, tendo esse montante sido apurado sobre
o resultado líquido contabilístico de cerca de 672,3 milhões de euros, deduzido de cerca de 354,0 milhões
de euros relativos ao valor máximo de dividendo distribuível de acordo com o rácio de pagamento de
dividendo do exercício anterior (aplicação da Decisão (UE) 2015/656 do BCE - condições em que as
instituições de crédito podem incluir lucros intercalares ou de final de ano nos Fundos Próprios Principais
de nível 1).
Principais agregados que contribuíram para a variação anual do rácio CET 1 individual
A variação do rácio CET 1 entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022 é duplamente beneficiada pelo
efeito conjugado do aumento dos Fundos Próprios e da redução dos Ativos Ponderados pelo Risco (RWA
– Risk Weighted Assets):
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Os Fundos Próprios principais de nível 1 (CET 1) variaram cerca de +211,0 milhões de euros, o
que representa um ganho no rácio CET 1 de 64 pontos base (p.b.) e resulta essencialmente do
contributo das seguintes componentes:
– O resultado líquido computado nos Fundos Próprios (em cerca de +318,3 milhões de euros)
foi a principal componente com contributo positivo, com um peso de +97 p.b. na variação
do rácio CET 1;
– Aumento da dedução dos Ativos por impostos diferidos (por Prejuízos fiscais) em cerca de
52,5 milhões de euros, causando um impacto de -16 p.b. na variação do rácio CET 1.
De dezembro de 2021 para dezembro de 2022, verificou-se uma redução dos RWA de cerca de
478,7 milhões de euros, com um impacto de +30 pb no rácio CET1. Esta variação é explicada,
essencialmente, pelos seguintes fatores:
– Aumento dos RWA para risco operacional em 242 milhões de euros, com um impacto de -
15 pb no rácio CET1.
82
SREP - REQUISITOS DE CAPITAL (INDIVIDUAL)
(%)
2022
Rácio CET1 (Common Equity Tier 1 ) 7,00%
Pilar 1 4,50%
Buffer de Conservação de Capital (CCB) 2,50%
Rácio Tier 1 8,50%
Rácio Total 10,50%
2021-12 2022-12
Excedente (Buffer)
CET 1 13,5% 14,5%
Tier 1 12,0% 13,0%
Total 11,8% 12,8%
Atendendo ao valor dos ativos do Fundo, as responsabilidades com o Plano de Pensões encontravam-se,
no final de 2022, financiadas em cerca de 119,3%, (reformados a 100% e os ativos a 146,7%). O rendimento
efetivo do fundo de pensões ficou aquém do retorno esperado, originando assim um desvio de rendimento
negativo de cerca de 294 milhões de euros. Adicionalmente, a Caixa registou ganhos atuariais associados
às responsabilidades em cerca de 578 milhões de euros, conforme detalhe apresentado nas Notas 34 e 36
do Anexo às Demonstrações Financeiras. No final do ano, os desvios atuariais negativos associados às
responsabilidades com as pensões ascendiam a cerca de 469,8 milhões de euros (contra 753,5 milhões de
euros em 2021).
Numa perspetiva de continuidade a Caixa atualizou a taxa de desconto de 1,35%, em dezembro de 2021,
para 3,60%, em dezembro de 2022, devido ao comportamento verificado nas taxas de juro nos mercados
internacionais, designadamente nas que determinam as diversas taxas de referência calculadas para
atualização de responsabilidades atuariais. De facto, após um longo período de descida das taxas de juro
nos mercados internacionais, nomeadamente dos emitentes sem risco, observou-se a partir do segundo
semestre de 2021 um fenómeno de subida das taxas, muito acentuado ao longo de 2022, em função do
enquadramento macroeconómico inflacionista. Os condicionamentos que a pandemia colocou à atividade
económica e ao comércio global foram acentuados com a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022,
refletindo-se num crescimento significativo e generalizado dos preços internacionais, nomeadamente das
matérias-primas.
É também importante referir que, em complemento da evolução do conflito militar na Ucrânia, a forma como
os mercados estão a reagir às políticas orçamentais das principais economias europeias e às políticas
monetárias dos bancos centrais tem conduzido a um relevante incremento da volatilidade das taxas de
referência no curto prazo. Como tal, a Caixa aplicou uma taxa de desconto ligeiramente inferior aos
principais referenciais, como fator mitigador dos efeitos conjunturais observados no mercado.
Adicionalmente, foram revistos em alta os pressupostos relativos à taxa de crescimento salarial e das
pensões, com destaque para 2023, em resultado das condicionantes da atividade económica em 2022
mencionadas anteriormente que tiveram impacto na economia portuguesa, implicando um aumento da
incerteza e maiores taxas de inflação, em particular nas componentes energética e alimentar.
A Caixa considera que haveria condições para manter a taxa de crescimento salarial no longo prazo, isto
é, nos 0,9%, após 2024, patamar utilizado no cálculo atuarial de junho de 2022 e que nessa data estava
em linha com o pressuposto mais conservador utilizado no mercado. Contudo, face ao cenário de incerteza
e à abordagem conservadora que tem caracterizado a política da Caixa nesta matéria, foi decidido
83
incorporar uma margem de 50 pb sobre a referida taxa de crescimento salarial para acomodar o risco de
desvios no futuro, resultando na utilização como pressuposto de uma taxa de crescimento salarial de 4,4%
para 2023 e uma taxa de 1,4% nos anos seguintes.
Utilizando a mesma abordagem no pressuposto para a taxa de crescimento das pensões, ou seja, uma
margem de 50 pb para acomodar eventuais riscos de desvio - foi definida uma taxa de 3,9% para 2023 e
de 1% nos anos seguintes.
Contrariando a tendência observada nos anos de 2020 a 2022, muito influenciada pela pandemia e cujos
efeitos futuros ainda estão por determinar, a Caixa prosseguiu também ao nível das taxas de mortalidade
uma abordagem conservadora no cálculo das responsabilidades com benefícios pós-emprego, adotando,
em junho de 2022, as seguintes tábuas de mortalidade, que refletem um aumento da esperança de vida
média face às anteriores:
31-12-2021 31-12-2022
Tábua de mortalidade
Homens TV 88/90 TV 88/90 (-1 ano)
Mulheres TV 88/90 (-3 anos) TV 99/01 (-2 anos)
Em 31 de dezembro de 2022, o valor do Fundo calculado pela Sociedade Gestora ascendia a 3.306,9
milhões de euros, valor suficiente para cobrir o financiamento mínimo obrigatório exigido pelo atual
normativo aplicável a essa categoria de responsabilidades, isto é, cobrir 100% das responsabilidades com
os reformados e pelo menos 95% com os ativos.
No ano foram relevados na rúbrica de custos com pessoal cerca de 38,3 milhões de euros, sendo 30,3
milhões de euros relativos ao custo normal do exercício, cerca de 10,3 milhões de euros relativos ao
acréscimo de responsabilidades por reformas antes da idade normal da reforma e -2,3 milhões de euros
resultantes de ganhos associados a rescisões por mútuo acordo.
A evolução dos desvios atuariais (acumulados) reconhecidos diretamente no capital próprio contabilístico,
que passaram de um valor negativo de 753,5 milhões de euros, no final de 2021, para um valor negativo
de 469,8 milhões de euros em 2022, é explicada pelo desvio favorável associado às responsabilidades
(578,2 milhões de euros), mitigado pelo desvio atuarial negativo da rentabilidade do fundo de pensões
(cerca de -294 milhões de euros).
A rentabilidade do Fundo de Pensões da CGD foi de -6,03%, com a composição da carteira detalhada nas
Notas 34 e 36 do Anexo às Demonstrações Financeiras.
A evolução das responsabilidades com as pensões de reforma e das contribuições nos últimos cinco anos
foram as seguintes:
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RESPONSABILIDADES COM AS PENSÕES DE REFORMA
(milhões de euros)
2018 2019 2020 2021 2022(1)
Responsabilidades com as pensões 2.740,1 3.226,0 3.429,8 3.299,6 2.772,6
Contribuições para o Fundo de Pensões 190,9 359,0 67,7 55,7 29,8
Regular 61,7 58,0 67,7 55,7 29,8
Extraordinária - registada no passivo 129,2 221,5 0,0 0,0 0,0
Extraordinária - entregue no próprio ano 0,0 79,5 0,0 0,0 0,0
(1) Para 2022, o valor das responsabilidades apresentado foi calculado na perspetiva de continuidade do Fundo de Pensões (cenário going concern).
As responsabilidades associadas aos benefícios médicos pós-emprego do pessoal da CGD - plano médico
encontram-se provisionadas na sua totalidade e ascendiam, em 31 de dezembro de 2021 e de 2022 a 356,5
milhões de euros e 309,2 milhões de euros, respetivamente, como se evidencia no quadro seguinte:
Os ganhos atuariais mencionados no quadro resultam da atualização dos cálculos das responsabilidades
com o plano médico. O saldo acumulado dos desvios atuariais somava 130,5 milhões de euros em 31 de
dezembro de 2022.
85
1.5. Gestão do risco
O responsável máximo pela função de Gestão de Risco do Grupo Caixa é o “Chief Risk Officer” (“CRO”),
membro da Comissão Executiva do Conselho de Administração da Caixa. O CRO da Caixa é globalmente
responsável pela monitorização do quadro de Gestão de Risco do Grupo e, em particular, por zelar pelo
funcionamento adequado e eficaz da função de Gestão de Risco, competindo-lhe igualmente informar e
esclarecer os membros dos órgãos de administração e fiscalização sobre os riscos incorridos, o perfil global
de risco da Caixa e do Grupo, e o grau de cumprimento dos níveis de tolerância ao risco definidos.
A função de Gestão de Risco no Grupo Caixa está suportada num modelo de governação que pretende,
respeitar as melhores práticas na matéria, conforme explicitadas na “Guidelines on Internal Governance
under Directive 2013/36/UE (EBA/GL/2021/05), e garantir solidez e eficácia ao sistema de identificação,
medição, monitorização, reporte e controlo dos riscos financeiros (crédito, mercado, liquidez, taxa de juro
no balanço e fundo de pensões) e não financeiros (estratégia e negócio, operacional, IT e reputacional) a
que o Grupo Caixa está ou poderá vir a estar exposto.
A gestão dos riscos é efetuada de forma centralizada e apoiada por uma estrutura dedicada, a Direção de
Gestão de Risco (DGR), sob a responsabilidade do CRO. Com o objetivo da consagração do princípio da
segregação de funções entre as funções owner dos modelos de risco e a função de avaliação da qualidade
dos mesmos, existe um órgão de estrutura independente dedicado à validação interna dos modelos de
avaliação de riscos utilizados no Grupo Caixa, o Gabinete de Validação de Modelos.
A DGR desenvolve funções na área da gestão e do controlo dos riscos do Grupo Caixa com objetivos de
estabilidade, solvabilidade e solidez financeira, garantindo as funções de identificação, avaliação,
mensuração, acompanhamento, controlo e reporte dos riscos a que o Grupo Caixa se encontra exposto e
das inter-relações existentes entre eles, por forma a assegurar a coerente integração dos seus contributos
parcelares, que aqueles se mantêm ao nível da apetência pelo risco definida pelo Conselho de
Administração e que não afetarão significativamente a situação financeira da instituição, assegurando
continuadamente o cumprimento e conformidade com as normas externas e requisitos legais e regulatórios
neste âmbito. A DGR garante a implementação da estratégia de Continuidade de Negócio na Caixa, através
da coordenação global e planeamento das respetivas atividades e assegura a supervisão desta temática
nas entidades do Grupo, assim como fomenta uma cultura de continuidade de negócio no Grupo. Coordena
a realização de exercícios transversais no âmbito de processos regulatórios ou enquadrados em iniciativas
internas. Controla e promove a resolução das recomendações identificadas interna e externamente,
contribuindo para a eficácia do Sistema de Controlo Interno e dissemina e melhora a cultura de risco por
todo o grupo Caixa, aumentado a eficácia e eficiência na gestão de risco entre as diversas entidades do
Grupo.
Esta informação é complementada no capítulo 3. Relatório do Governo Societário, com o detalhe do modelo
de governação de risco existente no Grupo, bem como a respetiva política de risco, consubstanciada na
Declaração de Apetência pelo Risco, facultando ao mercado informação mais pormenorizada no âmbito do
framework de risco da Caixa.
Em abril de 2022 foram aprovadas medidas para as Empresas mais vulneráveis ao aumento dos custos
energéticos e, em dezembro de 2022, foram também aprovadas medidas no âmbito do Plano Operacional
para os Particulares mais vulneráveis devido à subida da Euribor (dentro e fora do âmbito do Decreto Lei
nº. 80-A/2022).
86
O ano de 2022 foi também marcado pela atualização dos normativos de todas as Unidades no Exterior
(Regulamentos Internos de Crédito/Guidelines).
Em 2022, o BCE realizou dois exercícios de supervisão relacionados com os riscos climáticos e ambientais
nomeadamente os testes de Esforço Climático e uma avaliação temática sobre o alinhamento dos bancos
com as expectativas de supervisão bem como a solidez e o alcance dos respetivos planos para fortalecer
a governação e a estratégia de gestão destes riscos. Os resultados da Caixa em ambos os exercícios foram
muito positivos, posicionando a instituição acima da performance média dos seus pares.
Os resultados do teste de esforço climático mostram que a Caixa Geral de Depósitos ficou acima da média
dos 104 bancos que participaram neste exercício, com uma nota de 2 (Médio-avançado), onde cerca de
65% dos bancos, tiveram notas de 3 (Médio) ou 4 (Subdesenvolvido) relativamente à sua framework de
testes de esforço climático, confirmando a importância que a Caixa Geral de Depósitos tem dado ao
combate às alterações climáticas e os progressos que tem vindo a fazer nesse sentido.
Ao longo do ano a DGR deu continuidade à implementação do novo plano estratégico da função de Gestão
de Risco para os anos 2022-2024 integrado no plano estratégico do Grupo Caixa de forma a posicionar a
Caixa como uma referência no sistema bancário nacional.
Risco de solvência
O risco de solvência corresponde ao risco de impactos negativos nos resultados ou no capital resultantes
de mudanças nos quadros regulatórios ou fiscais, incluindo o risco de desalinhamento entre a adequação
de capital e o perfil de risco.
Formalizado na última revisão da taxonomia de riscos do Grupo Caixa, o risco de solvência compreende as
dimensões dos riscos fiscais, capital regulatório e capital interno.
Metodologia
No âmbito do acompanhamento do risco de solvência, salienta-se, ao nível do perímetro de consolidação
prudencial, a monitorização regular da adequação entre fundos próprios e o perfil de risco.
No final de 2022, o valor dos ativos ponderados pelo risco (RWA) ascende a 43,363 milhões de euros, dos
quais 87% são referentes a risco de crédito, 9% a risco operacional e o remanescente ao risco de mercado.
Para o cálculo dos requisitos para risco de crédito, o Grupo Caixa adotou o método padrão, conforme
definido no Capítulo 2, Título II, Parte III do Regulamento (UE) n.º 575/2013.
Esta metodologia consiste na segmentação das posições em risco originais pelas classes de risco definidas
no artigo 112.º do referido Regulamento. As posições são objeto de correções de valor por imparidade para
obtenção das posições em risco.
Tendo em conta as garantias e cauções associadas às posições, o mesmo Regulamento prevê a aplicação
de técnicas de redução de risco para reclassificação (proteção pessoal) e/ou redução (proteção real) das
posições em risco. As posições em risco são objeto de uma ponderação consoante a sua classe de risco
final (após eventual reclassificação), definida no Capítulo 4, Título II, Parte III do mesmo Regulamento.
Para posições em risco sobre Soberanos, Entidades do Setor Público, Empresas, Instituições e Organismos
de Investimento Coletivo, a entidade de supervisão permite que o ponderador de risco seja determinado
com base em avaliações de qualidade de crédito atribuídas pelas agências de notação externa (ECAIs) que
considera elegíveis (Regulamento (CE) 1060/2009).
Os requisitos de fundos próprios para a carteira de negociação são apurados pela aplicação do método
padrão aos instrumentos de dívida, de capital e cambial e, por último, os requisitos de fundos próprios para
87
risco operacional resultam da média trienal do indicador relevante ponderado pelo risco, calculado em cada
ano relativamente a cada um dos segmentos de atividade, conforme definido no mesmo Regulamento ao
abrigo do método padrão.
Tendo por base os resultados do Supervisory Review and Evaluation Process (SREP), em 2022, a Caixa
deverá assegurar (em 2023) em base consolidada um rácio total (TSCR) de 9,90% (dos quais requisitos de
fundos próprios adicionais do Pilar 2 (P2R) de 1,90%, a ser detido, no mínimo, sob a forma de 56,25% de
instrumentos CET 1 e de 75% por instrumentos Tier 1). De referir que, face a 2022, o requisito de Pilar 2
definido para a Caixa apresenta uma redução de 0,1% refletindo, dessa forma, uma melhoria da perceção
do supervisor em relação ao risco global da instituição.
O documento "Disciplina de Mercado 2022", a publicar durante o primeiro semestre de 2023, facultará
informação detalhada sobre os requisitos regulamentares de capital do Grupo Caixa apurados nas três
dimensões de risco.
O processo de identificação e mensuração de riscos incide sobre todos os riscos definidos na taxonomia
de riscos do Grupo Caixa. Por sua vez, e de acordo com a perceção da materialidade dos riscos, procede-
se, através das metodologias e/ou fatores de risco internos, à quantificação do capital interno necessário
para absorver perdas inesperadas resultantes de riscos que podem afetar materialmente o Grupo Caixa,
repartidas por categorias e, quando aplicável, subcategorias de riscos.
Tendo presente que a identificação de necessidades de capital interno deve apoiar a tomada de decisões
de caráter estratégico e, ao mesmo tempo, ter como objetivo, no plano operacional, a manutenção de uma
capitalização adequada, a política corporativa de utilização de capital interno, publicada em 2020, veio
instituir formalmente a utilização de capital interno no suporte aos processos de decisão do Grupo Caixa e
das suas entidades.
Neste enquadramento, e em conformidade com o quadro e a declaração de apetência pelo risco aprovados,
a avaliação da adequação do capital, interno e regulamentar, incide sobre o planeamento que suporta a
implementação da estratégia do Grupo. O planeamento de capital e das necessidades de capital a curto e
médio prazo é elaborado no contexto do cenário normal (base), mas também considerando um
enquadramento macroeconómico e eventos idiossincráticos adversos, permitindo assim avaliar a posição
do Grupo Caixa em termos de solvabilidade quando sujeito a cenários extremos.
Risco de crédito
O risco de crédito encontra-se associado às perdas e grau de incerteza quanto à capacidade de um
cliente/contraparte cumprir as suas obrigações.
Dada a natureza da atividade bancária, o risco de crédito reveste-se de uma particular importância face à
sua materialidade, não obstante a sua interligação com os restantes riscos.
Para a gestão e controlo do risco de crédito existem normativos e modelos internos que por recurso a
notações internas risco, valor de exposição, existência de alertas preventivos (early warnings) ou de
situações de dificuldades financeiras, definem os níveis de competências necessários no processo de
decisão de crédito.
O seguimento das carteiras de crédito e o controlo do risco de crédito, incluindo o cumprimento dos critérios
definidos para a decisão de risco de crédito, são realizados regularmente pela DGR, sendo suportado em
88
sistemas operacionais que diariamente identificam potenciais eventos de deterioração da qualidade do risco
de crédito, bem como eventos que geram as marcações automáticas de crédito reestruturado por
dificuldades financeiras ou de default/non-performing exposures. São elaborados relatórios que relevam o
comportamento e a qualidade percebida da carteira de crédito, nomeadamente nas vertentes de (i) nova
produção, (ii) reestruturações por dificuldades financeiras do cliente, (iii) non-performing exposures, (iv)
incumprimento, e (v) concentração. Estes relatórios são submetidos à apreciação dos órgãos de gestão e
partilhados com a primeira linha de defesa.
Também relacionado com o incumprimento e com a valorização dos ativos de crédito, está implementado
no Grupo Caixa um processo para determinação de perdas por imparidade objeto de acompanhamento
mensal pelo órgão de gestão, em cumprimento da norma IFRS 9, sendo os critérios e metodologias
inerentes ao cálculo da imparidade sujeitos a processos de controlo e auditoria quer pelos órgãos internos
responsáveis pela validação (Gabinete de Validação de Modelo e Direção de Auditoria Interna), quer pelos
auditores externos da Caixa, que elaboram um relatório independente para o Banco de Portugal com caráter
semestral. A DGR, mensalmente, submete à apreciação dos órgãos de gestão da evolução das provisões
e da imparidade do crédito, incluindo a evolução da carteira pelos stages da IFRS 9 e do respetivo grau de
cobertura por provisões e imparidade do crédito.
A Direção de Riscos de Crédito (DRC) é um órgão de primeiro nível da estrutura orgânica da Caixa, com
âmbito corporativo, com funções de análise do risco, emissão de pareceres e decisão em operações de
crédito, de acordo com o normativo de crédito e de delegação de competências em vigor, competindo-lhe
ainda a atribuição e validação de limites de exposição de crédito, o acompanhamento dos alertas de crédito
definidos e a aprovação da constituição / alteração dos Grupos Económicos conforme os normativos em
vigor.
A DRT (Direção de Rating e Controlo Interno) desenvolve uma função corporativa, independente das linhas
e áreas de negócio, com a responsabilidade pela atribuição de notações de risco a todos os segmentos que
apresentem relacionamento com o Grupo CGD, garantindo que todas as exposições são notadas e
permanentemente atualizadas, refletindo de forma adequada o risco de crédito dos clientes. Compete-lhe
ainda garantir a adequação dos modelos de rating (quantitativos e qualitativos) e ainda, tendo presente a
sua função Corporativa, garantir a uniformização das políticas e dos processos de atribuição de rating ao
nível do Grupo CGD.
Metodologia
Institucionais e Empresas 4 5
1 Análise de risco (PDs por entidade, LGDs, CCFs)
Acompanhamento
Recuperação
2 Imparidade
3 Limites
Retalho
1 Análise de risco (PDs por operação, LGDs, CCFs)
2 Imparidade
6 Requisitos regulamentares de capital
7 Testes de esforço
8 Requisitos de capital interno
Análise de Risco - o Grupo Caixa tem estabelecido um sistema de identificação, avaliação e controlo do
risco da sua carteira de crédito que abrange todos os segmentos de clientes e é ativo tanto no momento da
concessão de crédito como na monitorização do risco ao longo da vida das operações.
89
bem como ao montante global das suas responsabilidades para com o Grupo e o sistema
financeiro.
O montante e o prazo de cada operação deverão ser os adequados à sua natureza e finalidade
e às condições materiais da operação real subjacente.
Para empresas, câmaras municipais, regiões autónomas e instituições financeiras com um nível
de exposição mais significativo, ou com outros critérios/triggers de risco acrescido, a apreciação
do risco de crédito, além do suporte dos modelos de rating interno (que incorporam quer
informação financeira quer elementos de caráter qualitativo), é sujeita a análise individual por
uma equipa de analistas que elaboram relatórios de análise de risco de crédito e emitem uma
opinião sobre o risco de crédito inerente. Esta análise individual abrange (i) a ponderação de
diversa informação atualizada (desde logo, exposição ao Grupo Caixa e ao restante sistema
bancário, o(s) rating(s), informações de incumprimento e incidentes, dívidas fiscais e à
Segurança Social, penhoras, ações judiciais, etc.), (ii) a avaliação da capacidade de gestão, (iii)
a ponderação da razoabilidade da proposta, (iv) a avaliação da capacidade de reembolso dos
proponentes/projetos, promovendo-se o respetivo ajustamento do perfil de reembolso quando
se considera o risco comportável, e (v) a ponderação de mitigadores de risco (garantias,
covenants, etc.). A análise é sempre feita na perspetiva do grupo económico em que o
proponente se insere e as equipas de análise obedecem, a partir de certo nível de exposição, a
uma lógica de especialização setorial.
Em 2023, a DRC, no seguimento da sua ambição inerente ao Plano Estratégico 2 1-24, continuará o
caminho da modernização do atual processo e otimização da Decisão de Crédito, sempre no
cumprimento estrito das melhores práticas e princípios de risco/guidelines do setor.
O modelo de imparidade do crédito, desenvolvido pelo Grupo Caixa no âmbito da IFRS 9, permite
mensurar as perdas esperadas (imparidade) segundo a qualidade do crédito dos mutuários e atendendo
ao nível dos colaterais existentes, mediante a afetação dos créditos aos seguintes macro segmentos:
90
Stage 2 - Crédito sem incumprimento, mas em que foram identificados critérios de degradação
significativa do risco de crédito. Neste segmento estão incluídas as reestruturações por
dificuldades financeiras do cliente que não tenham ativado critérios de incumprimento;
Os fatores de risco utilizados no modelo de imparidade do crédito (PD a 12 meses, PD lifetime, LGD, etc.)
são atualizados anualmente e são objeto de backtesting e de ajustamentos point-in-time para garantir que
refletem adequadamente as condições de mercado.
Os cenários macroeconómicos que suportam a vertente forward-looking dos fatores de risco são
atualizados duas vezes por ano pelo Gabinete de Estudos da Caixa, considerando as projeções
macroeconómicas mais recentes no fecho de cada semestre, disponibilizadas, por exemplo, pelo FMI e
pelo Banco de Portugal. No cálculo de imparidade são considerados três cenários macroeconómicos
(favorável, central e adverso) cuja ponderação é definida pelo Gabinete de Estudos da Caixa.
Abordagem going concern (empresa em atividade não sendo previsível a sua liquidação) - o
devedor irá continuar a gerar cash flows operacionais que podem ser utilizados para o reembolso
da dívida a todos os credores. Adicionalmente, o colateral pode ser considerado na medida em
que não influencie os cash flows operacionais;
No contexto da avaliação individual de imparidade dos clientes com grande exposição, a análise está
centrada, essencialmente, nas seguintes dimensões:
Verificação da existência de operações com crédito e juros vencidos no Grupo Caixa e/ou no
sistema financeiro;
No caso das exposições significativas avaliadas individualmente em que não foram identificadas situações
objetivas de imparidade, procede-se ao apuramento de uma imparidade coletiva em conformidade com os
fatores de risco determinados para créditos com características semelhantes.
Decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia, que contribuiu para agravar a subida dos preços de energia
que se fazia sentir desde 2021 que, aliado a constrangimentos que ainda se faziam sentir nas cadeias de
produção e abastecimento, bem como à subida da inflação e das taxas de juro, a Caixa implementou
processos adicionais de avaliação do risco de crédito.
Os novos processos implementados tiveram como objetivo identificar potenciais riscos de incumprimento
ou de degradação significativa do risco de crédito, suportados em análises prospetivas considerando
diversos cenários macroeconómicos e avaliação dos impactos dos referidos impactos no segmento de
91
empresas, com especial incidência nos setores de atividades mais expostos à subida dos preços da energia
ou em clientes que ainda apresentam fragilidades decorrentes da pandemia de Covid-19.
Em resultado destas análises foram definidas regras de atuação com os seguintes objetivos:
a) Identificação dos clientes potencialmente mais vulneráveis à subida dos preços da energia,
da inflação e das taxas de juro, nomeadamente no que respeita à capacidade económico-
financeira e à sua capacidade em assegurar o normal serviço da dívida;
Limites - para agilizar o processo de concessão de crédito de curto prazo a empresas, e promover a
utilização, pelos diferentes intervenientes, de critérios de risco rigorosos e uniformes, o Grupo Caixa
promove a atribuição de limites internos de crédito. Paralelamente, para também agilizar e uniformizar a
análise de risco destas operações, o Grupo Caixa desenvolveu e implementou um modelo de definição de
limites de referência de exposição de curto prazo para empresas, que fornece orientações quanto ao nível
de exposição de curto prazo recomendado para cada cliente. O modelo permite a utilização de um mesmo
conjunto de regras claras e objetivas para cálculo de limites de referência, os quais têm um caráter
indicativo.
O cumprimento dos limites, as exposições de crédito, bem como o perfil de risco das contrapartes e grupos
são acompanhados de forma regular pelos analistas de risco de crédito.
92
euros, cuja situação aconselhe medidas de atuação que visem a integral regularização e recuperação dos
créditos concedidos, incluindo os concedidos por empresas do Grupo nos casos de clientes comuns.
EXPOSIÇÃO DA CARTEIRA
Negocial (682 milhões de euros);
Em termos globais, a carteira apresentava imparidades na ordem dos 337,9 milhões de euros, que
representavam cerca de 25,7% da exposição dos clientes em carteira. Cerca de 29,2% (98,7 milhões de
euros) destas imparidades encontravam-se constituídas na carteira do negocial e 70,8% (239 milhões de
euros) na carteira de contencioso. Relativamente à performance do ano de 2022, não obstante a situação
de pós pandemia bem como a pressão do aumento da inflação e combustíveis e os efeitos daí decorrentes,
foi possível reduzir o nível de NPL em 171 milhões de euros (30% da carteira de NPL sob gestão no início
de 2022).
Considerando a carteira performing e non-performing o total de recuperação em 2022 foi de 424 milhões
de euros. As cobranças (279 milhões de euros) mantêm-se como a principal forma de recuperação,
representando 66% do montante recuperado, as curas passaram para apenas 12%,cerca de 51 milhões de
euros (salientar que as moratórias e as medidas pós moratórias tiveram o impacto de suspender durante a
sua manutenção os períodos de cura), realizou-se ainda a venda de uma carteira de 61 milhões de euros,
que representou 14% das recuperações e por fim as arrematações e os write-offs representaram 21 milhões
de euros (8%).
Perspetivas futuras
Em 2023, para além da gestão corrente da carteira, acresce ainda um especial enfoque no
acompanhamento do incumprimento e na implementação das medidas de prevenção ao incumprimento
não só pelo reforço das ações de acompanhamento dos incumprimentos iniciais, como e principalmente na
prevenção do nível de incumprimento muito focada na implementação das medidas inerentes ao Decreto-
lei nº.80 A de 25 de novembro, que se vão manter durante todo o ano de 2023.
93
acima de 1 milhão de euros. A DAE é ainda responsável pela gestão da participação da Caixa em Fundos
de Recuperação Empresarial e Fundos de Recuperação Imobiliária.
Procurar uma articulação preferencial com os outros bancos, através das respetivas Direções
de Recuperação por forma a facilitar o processo de negociação e obter a melhor solução global;
Articular e colaborar com o CaixaBI na desalavancagem dos clientes acompanhados por esta
entidade;
Sempre que não seja possível alcançar uma solução negocial, garantir o correspondente
procedimento judicial, assegurando a instauração, o acompanhamento e controlo dos processos
de Contencioso das empresas sob sua gestão, procurando simultaneamente maximizar o valor
recuperado pela Caixa e minimizar o tempo necessário para a recuperação pela via judicial;
Ao nível das vendas de créditos, em 2022 foram efetuadas três vendas individuais, e foi lançada no mercado
uma carteira para venda de créditos unsecured, composta quer por créditos da carteira do
94
acompanhamento de empresas quer por créditos da carteira de acompanhamento de particulares (Carteira
Saturn), com concretização esperada no 1ºtrimestre de 2023.
No que se refere aos Fundos de Recuperação, foi possível desalavancar cerca de 50% da exposição em
Fundos através de um processo competitivo que abrangeu os Fundos FRT, FLIT e FRE.
No que concerne ao Gabinete de Contencioso, em 2022, acompanhava e controlava 596 ações em tribunal,
relativas a 335 clientes, com a seguinte distribuição:
PER Outros
4% 10%
Execução própria
30%
Insolvência
45%
Execução fiscal
3%
Execução cível terceiros
8%
No que toca às questões ambientais, a carteira do acompanhamento de empresas continuou a adotar todas
as medidas de sustentabilidade assumidas pela Caixa, nomeadamente ao nível da estratégia de paperless.
A dezembro de 2022, a carteira do acompanhamento de empresas ascendia a cerca de 3,4 mil Milhões de
euros.
Conforme ilustrado no gráfico abaixo, a dívida sob gestão distribui-se entre a Área Negocial, que gere 1,2
mil milhões de euros, a Área de Contencioso, que tem sob sua gestão 646 milhões de euros e o CaixaBI
que se encontra a gerir 1,5 mil Milhões de euros:
14
149
938
25 739
614
340 393
21
Contencioso Negocial CxBI
Dívida CGD (exclui Ab. Ativo) Abatido ao Ativo Resp. Empresas Grupo Extrapatrimoniais
De referir que a dívida sob gestão da carteira do acompanhamento de empresas inclui 56 milhões de euros
em leasing e factoring e cerca de 2,3 mil milhões de euros de créditos abatidos ao ativo, relativamente aos
quais a carteira do acompanhamento de empresas mantem o enfoque na perspetiva de recuperação.
95
O volume de crédito sob gestão encontra-se repartido por um total de 656 dossiers, dos quais 462 são
NPEs. Os clientes encontram-se distribuídos da seguinte forma: 316 dossiers na Região Negocial, 321 no
Gabinete de Contencioso e 19 dossiers no CaixaBI.
Destaca-se abaixo o peso relativo dos vários setores de atividade, em volume de dívida e quantidade de
dossiers, na carteira do acompanhamento de empresas no final de 2022:
Desinvestimento em imóveis
Enquadramento
A Direção de Negócio Imobiliário desenvolve a sua atividade gerindo, de forma integrada, o negócio
imobiliário, apoiando a estratégia delineada para o Grupo Caixa, nomeadamente na emissão de pareceres
de suporte a decisões de financiamento ou aquisição, no acompanhamento de operações de fomento à
construção de colaterais imobiliários, bem como na gestão e comercialização dos imóveis afetos a
desinvestimento, de forma a minimizar o risco e maximizar o valor para o acionista.
Paralelamente foram financiadas pela Caixa mais de 60% das vendas realizadas.
Relativamente à tipologia de imóveis, para além da habitação que manteve uma ótima performance, em
2022 foram os imóveis associados à logística e retalho que tiveram uma maior procura.
96
Nas análises de Risco Imobiliário foram os setores residencial e hospitality que registaram um maior
aumento quer em número, quer em valor de projetos imobiliários analisados.
Risco de mercado
O risco de mercado traduz-se em impactos negativos potenciais em resultados ou no capital da instituição,
decorrentes de movimentos desfavoráveis do preço dos ativos em carteira, incluindo o impacto de variações
adversas de taxas de câmbio na posição cambial do balanço. Resulta, deste modo, da incerteza sobre a
flutuação dos preços e taxas de mercado como sejam preços de ações e índices, ou taxas de juro ou
câmbio, spreads de crédito, ou ainda preço de mercadorias, e sobre o comportamento das correlações
entre ativos ou fatores de risco. Verifica-se a existência de risco de mercado em instrumentos como sejam
ações, fundos, obrigações, operações cambiais à vista e a prazo, derivados sobre taxa de juro, sobre taxa
de câmbio, sobre ações/índices/cabazes, sobre mercadorias e de crédito. A exposição a este tipo de risco
é assim transversal às diversas categorias: preço, taxa de juro, spread de crédito, taxa de câmbio,
volatilidade e mercadorias. O perímetro de medição e monitorização do risco de mercado engloba as
operações onde se assume risco patrimonial, com partições de gestão por unidade geográfica ou por
carteira. A gestão do risco de mercado visa balizar as perdas potenciais e procura otimizar a relação entre
o nível de exposição assumido e os benefícios esperados.
O front office de mercados financeiros, onde se insere a Direção de Mercados Financeiros, é responsável
pela gestão diária do risco de mercado e inerente execução das operações de mercado. Encontram-se
completamente segregadas as funções de execução das operações de mercado e o controlo do risco
incorrido decorrente das mesmas, competindo à DGR a mensuração, a monitorização, o controlo, a análise
e o reporte diários do risco de mercado assim como a verificação de cumprimento dos limites estabelecidos
nesta matéria. Igualmente numa base diária, é assegurada a fiabilidade de preços e taxas, um dos principais
garantes de qualidade das medidas e métricas obtidas. O segundo principal vetor de variação, a rotatividade
das posições, é também alvo de monitorização diária, permitindo identificar incidências operacionais
fortuitas ou alterações no perfil das carteiras ou no seu perfil de risco.
Limites
A prática de definição e monitorização de limites de diversa natureza é de extrema importância para a
mitigação de risco de mercado. Estes limites globais são submetidos pela DGR à apreciação, discussão e
aprovação do Conselho Delegado de Gestão de Capital, Ativos e Passivos. As regras de gestão
estabelecidas para o Grupo Caixa, para cada carteira ou para cada unidade de negócio, incluem limites
defensores de perdas potenciais futuras bem como limites de cristalização de perdas efetivas. Assim, são
estabelecidos limites de risco de mercado nas métricas de VaR, medidas de stress test e indicadores de
sensibilidade e ainda limites quanto a tipos de instrumentos autorizados, limites de exposição ou
concentração, além de níveis de perdas máximas admissíveis (“loss warnings”, “loss triggers” ou “stop
loss”). Esta prática visa enquadrar preventivamente a exposição a risco de mercado no quadro de apetência
pelo risco.
O consumo de limites de risco de mercado e de limites de perda admissível é objeto de medição, controlo
e reporte, no mínimo, diários. Os procedimentos de atuação em caso de quebra de limites estão
perfeitamente definidos.
Aplicam-se ainda regras de gestão específicas para risco de posição cambial das entidades do Grupo
Caixa, onde são definidas balizas de posição aberta líquida, posição aberta por moeda e limites de consumo
de VaR.
Metodologia
O Value at Risk (VaR) é uma medida de perda de valor potencial futura que, em condições normais de
mercado, será majorante de perda assumindo um certo nível de confiança e um determinado horizonte
temporal de investimento. Desde 2002, a gestão de risco de mercado utiliza a medida VaR para monitorizar
o risco de mercado do Grupo, sendo os limites de risco baseados nessa medida e, nalguns casos,
complementados com limites de sensibilidade à variação de fatores de risco: basis point value (bpv) e
duration para taxa de juro, e outros indicadores de sensibilidade habitualmente aplicados a carteiras de
opções (vulgo, gregos). O VaR é apurado para todos os tipos de risco de mercado (taxa de juro, ações,
taxa de câmbio e volatilidade) segundo a metodologia de simulação histórica, estando os níveis de
confiança utilizados e os horizontes temporais de investimento considerados dependentes do objetivo de
detenção das carteiras. Não é assumida, portanto, qualquer distribuição estatística nesta mensuração,
considerando-se para cada fator de risco as rendibilidades históricas e aplicando uma completa reavaliação
da carteira.
97
Durante o ano de 2022 manteve-se a aplicação de duas métricas complementares de risco de mercado:
Expected Shortfall (ES), que pretende quantificar a perda de valor potencial em condições adversas de
mercado, e Three Worst (3W), que pretende quantificar a perda potencial da carteira em condições
extremas, correspondendo a leituras na aba das perdas da distribuição teórica empírica de P&L.
As métricas de risco de mercado são complementadas com avaliações do impacto nas valorizações de
ativos e derivados no caso de ocorrência de cenários extremos de flutuação dos fatores de risco (stress
testing).
A gestão de risco de mercado prevê o cálculo diário e monitorização destes indicadores, tendo concebido
uma estrutura exaustiva de reporte de VaR, ES, 3W, análise de sensibilidade, resultados de stress tests
internos, indicadores de rentabilidade e respetivo enquadramento nos limites estabelecidos para cada
perímetro de monitorização, cobrindo todas as entidades do Grupo com exposição a risco de mercado nas
carteiras de negociação e bancária e no risco cambial de balanço.
O controlo e a avaliação do risco cambial são efetuados, ao nível individual, diariamente para a atividade
doméstica e para cada uma das sucursais e filiais, e mensalmente ao nível consolidado para todo o Grupo.
O modelo de VaR é continuamente posto à prova quer pela sua utilização diária, quer através das análises
diárias de back testing teórico, quer ainda através do apuramento mensal de back testing real para os
perímetros de gestão mais relevantes.
O número de exceções obtidas, isto é, o número de vezes em que as perdas teóricas ou reais (clean)
ultrapassam o valor de VaR, bem como os testes adicionais de cobertura condicional e de cobertura
incondicional, permitem avaliar a bondade do modelo utilizado e introduzir a necessidade de ponderação
de medidas de ajustamento, caso necessário.
Para o ano de 2022 os valores de VaR registaram os seguintes valores mínimo, médio e máximo, para os
perímetros mais relevantes:
75
50
25
0
FVPnL Trading Book Carteira de Carteira de Caixa BI BCG Brasil BNU Macau
Grupo CGD Grupo CGD Negociação Investimento (EUR) (BRL) (MOP)
(EUR) (EUR) CGD Sede CGD Sede
(EUR) (EUR)
O risco de mercado da carteira de negociação prudencial registou uma diminuição ao longo do ano (2,5
milhões de euros comparativamente com 4,4 milhões de euros em 2021), observando-se um valor médio
de 3 milhões de euros. No que diz respeito ao risco das carteiras geridas, no geral o risco de mercado
observou uma diminuição, essencialmente por via da diminuição da duração aliada a uma maior
diversificação da exposição a dívida soberana.
98
se de um plano fechado à entrada de novos participantes desde 2012. A capacidade para satisfazer as
responsabilidades do plano de pensões era coberta pela gestão de uma carteira de ativos com uma
estratégia aprovada pelo Conselho de Administração do associado, sob gestão de uma entidade gestora
independente. Estipulavam-se adicionalmente contribuições regulares do associado e dos participantes
para o fundo.
Neste contexto, o risco de fundo de pensões surgia pelo desfasamento entre o valor do ativo e o valor do
passivo do fundo de pensões. Este desfasamento podia advir da degradação do valor de mercado dos
ativos do fundo de pensões ou do aumento do valor estimado das responsabilidades com pensões por via
de fatores atuariais, demográficos ou de mercado. Dependendo da magnitude e do móbil do desfasamento,
o associado (Caixa) tinha que prevenir carências potenciais ou resolver deficiências, através de
contribuições extraordinárias para o fundo de pensões.
Este risco com o fundo de pensões foi monitorizado ao longo do ano em sede de declaração de apetência
pelo risco, com reporte mensal à Comissão Executiva e à Comissão de Riscos. Neste cômputo foram
monitorizados os desvios de valor entre carteira de ativos e valor estimado de responsabilidades, a evolução
da performance da carteira de ativos e ainda a evolução prospetiva da taxa de desconto das
responsabilidades, visando mitigar a possibilidade de se observarem desfasamentos significativos ou, pelo
menos, não prognosticados.
A particular dicotomia no universo dos ativos e passivos detidos pelas instituições de crédito entre carteiras
de taxa fixa e de taxa variável, de curto, médio e de longo prazo, também pode induzir risco de taxa de juro
nas suas dimensões de risco de desfasamento de prazos de refixação, de risco de base e de risco da curva
de rendimentos, que deverão ser objeto de monitorização próxima em matéria de avaliação do risco de taxa
de juro da carteira bancária.
Metodologia
A metodologia adotada na Caixa para medição deste tipo de risco abrange as perspetivas contabilística (ou
de curto prazo) e económica (ou de longo prazo) e recorre quer a modelos simplificados de gaps de taxa
de juro (agregação em intervalos residuais de revisão de taxa de juro de todos os ativos e passivos sensíveis
à sua variação, obtendo-se, desse modo, os mismatches correspondentes) e de duração efetiva (estimativa
da variação percentual do preço dos instrumentos financeiros para uma variação nas taxas de juro de 100
p.b.), quer a modelos robustos de técnicas de simulação onde se enquadram as métricas de Earnings at
Risk (impacto na margem de juros de variações adversas das taxas de juro) e Economic Value of Equity at
Risk (impacto no valor económico do capital de variações adversas das taxas de juro).
99
Risco de Taxa de Juro do Balanço
SAS ALM (software)
Informação do Grupo
Risco de Taxa de Juro do Balanço
1 Informação de gestão
Gap de Taxa de Juro
Gap de Duração
Valor Económico do Capital
Análise de Sensibilidade
Margem Financeira (Earnings at Risk)
Valor Económico do Capital (Economic Value at Risk)
2 Informação prudencial
Short Term Exercise - Interest Rate Risk in the Banking Book
A gestão e controlo do risco de taxa de juro do balanço e da carteira bancária são suportados por um
conjunto de guidelines que incluem a fixação de limites para as variáveis consideradas significativas do
nível de exposição a este tipo de risco. O objetivo do cumprimento dessas guidelines é assegurar que a
Caixa possui, a todo o tempo, um modo de gerir o trade-off rentabilidade-risco no que se refere à gestão do
balanço e que simultaneamente está em condições de fixar o nível de exposição mais adequado e de
controlar os resultados das diferentes políticas e posições de risco assumidas.
O quadro seguinte apresenta o gap de taxa de juro (repricing gap) do balanço do Grupo Caixa no final do
ano de 2022.
<= 1S >1S <=1M >1M <=3M >3M <=6M >6M <=12M >12M <=3A >3A
Total ativo 25.366 6.865 15.142 13.629 9.352 5.955 17.973
Total passivo + capital 20.127 777 3.443 6.768 18.760 17.090 21.288
Total de derivados de taxa de juro 21 57 151 276 402 -24 -819
Gap do período 5.259 6.145 11.850 7.137 -9.006 -11.159 -4.134
Gap acumulado 5.259 11.404 23.254 30.392 21.386 10.227 6.093
A dimensão da exposição a risco de taxa de juro em dezembro de 2022 mantém o cumprimento do respetivo
nível de apetência pelo risco estabelecido na Declaração de Apetência pelo Risco do Grupo Caixa,
permitindo assegurar um nível de risco de taxa de juro controlado e alinhado com o foco em banca de
retalho/comercial. A métrica de repricing gap acumulado a 12 meses no montante de 21.386 milhões de
euros revela níveis de sensibilidade da margem de juros a variações adversas das taxas de juro em
cumprimento da apetência pelo risco do Grupo.
No contexto dos compromissos regulamentares de reporte do risco de taxa de juro, o modelo de supervisão
do BCE no quadro do Mecanismo Único de Supervisão (Single Supervisory Mechanism - SSM) inclui a
realização de Short Term Exercises com periodicidade trimestral, que se traduzem em exercícios de curto
prazo de recolha de dados destinados a fornecer informação complementar para o Supervisory Review and
Evaluation Process do supervisor. Em matéria de risco de taxa de juro da carteira bancária os requisitos do
supervisor incluem i) a desagregação dos ativos, passivos e extrapatrimoniais por prazos residuais de
revisão de taxa de juro e ii) análises de sensibilidade da margem de juros e do valor económico do capital
a choques paralelos nas taxas de juro de 200 p.b., bem como a choques não paralelos.
100
Risco de liquidez
O risco de liquidez traduz-se na possibilidade de ocorrência de um desfasamento ou descompensação entre
os fluxos monetários de pagamentos e de recebimentos, gerando uma incapacidade de cumprimento dos
compromissos assumidos. Ou seja, em tal situação, as reservas e disponibilidades de uma instituição
tornar-se-iam insuficientes para honrar as suas obrigações no momento em que ocorressem.
O risco de liquidez no negócio bancário pode ter a sua origem quando ocorram:
Metodologia
A gestão do risco de liquidez do Grupo CGD abrange diversos horizontes temporais por forma a garantir
uma posição de liquidez adequada a todo o momento. O processo de identificação e medição do risco inclui
uma estrutura robusta de projeção exaustiva dos fluxos de caixa decorrentes dos ativos, passivos e
posições extrapatrimoniais do Grupo, e compreender diversas dimensões incluindo, entre outras:
a) Um programa rigoroso e abrangente de medição do risco de liquidez integrado na estratégia de
gestão de liquidez e nos planos de contingência da instituição, e que deverá incluir:
I. Uma metodologia de medição e reporte de necessidades de financiamento pró-forma
através da projeção de fluxos de caixa contratuais e contingentes;
II. A manutenção de um stock de ativos líquidos não onerados de elevada qualidade que
possam ser rapidamente convertidos em numerário nos mercados privados, dentro de
um curto espaço de tempo e sem perda significativa de valor, durante um período de
tensão de liquidez;
b) Um plano de financiamento de contingência determinado em função dos resultados dos exercícios
de testes de esforço de liquidez, e que se pretende eficaz na gestão de qualquer indício de risco
de financiamento e de liquidez de mercado;
c) A definição de limites internos e controlos consistentes com a tolerância ao risco da instituição;
d) Incentivos à tomada de risco das diferentes linhas de negócio no sentido de assegurar que estão
alinhados com a exposição objetivo ao risco de liquidez pretendida para cada instituição, seja ela
estrutural ou contingente;
e) Gestão do acesso a um conjunto diversificado de fontes e prazos de financiamento.
101
Risco de Liquidez do Balanço
SAS ALM (software)
Informação do Grupo
Risco de Liquidez do Balanço
1 Informação de gestão
Gaps de Liquidez
Stress Testing de Liquidez
Buffer de Ativos Líquidos - Diversificação
Informação prudencial
2
Rácio de Cobertura de Liquidez (LCR)
Rácio de Financiamento Estável (NSFR)
Additional Liquidity Monotoring Metrics
Internal Liquidity Adequacy Assessment Process (ILAAP)
Asset Encumbrance
A medição da liquidez de uma instituição envolve entre outras a avaliação dos seus fluxos de recebimentos
face aos seus fluxos de pagamentos face ao valor de liquidez dos seus ativos, para identificar os potenciais
deficits futuros de financiamento líquido. Para efeitos de análise e definição de limites de exposição utiliza-
se o conceito de liquidez estrutural, que pretende incorporar, nomeadamente, o comportamento histórico
dos depositantes ao nível da gestão das suas contas à ordem e de poupança, distribuindo os seus saldos
pelos diferentes intervalos temporais considerados de acordo com estudos e modelos desenvolvidos
internamente (nota 42).
A gestão do risco de liquidez incorpora, ainda, a realização de exercícios de stress testing também em
articulação com o Plano de Contingência de Liquidez existente, conforme os princípios e recomendações
divulgadas pelo BCBS (Basel Committee on Banking Supervision), CEBS (Committee of European Banking
Supervisors) e pela EBA (European Banking Authority).
O modelo existente engloba, também, um conjunto de valores mínimos a observar para os períodos de
sobrevivência apurados em cada um dos cenários referidos. Um eventual não cumprimento de qualquer
um dos mínimos estabelecidos pressupõe a implementação das medidas de contingência previstas no
Plano de Contingência de Liquidez da instituição, de acordo com os níveis de prioridade aí definidos quanto
à utilização dos diferentes instrumentos de financiamento.
Rácio de Cobertura de Liquidez (Liquidity Coverage Ratio - LCR), standard mínimo de liquidez
enquadrado no quadro regulamentar da CRR/CRD IV;
O rácio Net Stable Funding Ratio (NSFR), obrigatório a partir de junho de 2021 enquadrado no
quadro regulamentar do Regulamento (UE) n.º 2019/876, permite avaliar a dependência de
financiamento estável das instituições. Deve ser superior ou igual a 100% para garantir que o
financiamento disponível cumpre o financiamento necessário, no horizonte temporal de um ano,
sendo o rácio entre o montante de financiamento estável disponível e o montante de
financiamento estável necessário o rácio;
102
por contraparte e tipo de produto, ii) custo de funding, iii) renovação do funding, e iv)
concentração da counterbalancing capacity (ativos líquidos) por emitente/contraparte;
Rácio de oneração, valor dos ativos onerados e valor justo das garantias recebidas e reutilizadas
sobre o total de ativos e total de garantias recebidas disponíveis para oneração;
Também a confirmar a excelente posição de liquidez do Grupo, o NSFR apresentava um valor confortável
de 182,6% em 31 de dezembro de 2022. Este rácio pretende promover a existência de uma estrutura de
maturidades sustentável entre ativos, passivos e elementos extrapatrimoniais, com um mínimo exigido de
100%.
Ao longo do ano de 2022, a instituição prosseguiu, como habitualmente, uma política de captação de
recursos que procurou garantir uma estrutura de financiamento sustentável da sua atividade, baseada nas
características de liquidez e de prazo residual dos seus ativos e exposições fora de balanço.
Trata-se de um risco transversal aos vários processos desenvolvidos, sendo minimizado através da
implementação dos adequados procedimentos de controlo e mitigação.
Em termos de cálculo dos requisitos de fundos próprios para cobertura do risco operacional, o Grupo Caixa
adota em base consolidada o método standard (ou padrão), que é também utilizado em base individual pela
Caixa e Caixa BI.
Metodologia
A gestão do risco operacional no Grupo Caixa adota uma metodologia que tem como base uma visão por
processos (end to end) e que se encontra suportada num conjunto de orientações, princípios e
regulamentos reconhecidos como boas práticas a nível nacional e internacional.
Esta metodologia está implementada na Caixa e respetivas sucursais e filiais, numa vertente corporativa, e
incorpora um conjunto de componentes, como sejam:
Definição e acompanhamento e reporte de limites de tolerância e apetência pelo risco para todo
o Grupo;
103
Análise de impactos de cenários extremos;
Nesta área integra-se igualmente uma estrutura dedicada à Gestão da Continuidade de Negócio,
responsável por assegurar a gestão, manutenção e implementação das respetivas iniciativas.
Com a manutenção da certificação, a Caixa confirma que os princípios e boas práticas da continuidade de
negócio são assegurados e estão implementados, mantendo-se, assim, resiliente e capacitada para
responder a potenciais ameaças ao seu negócio.
Em termos de Grupo, é responsável por assegurar a supervisão desta temática junto das Entidades do
Grupo, realizando o respetivo reporte às entidades reguladoras e de supervisão.
Não obstante a melhoria da situação epidemiológica causada pela doença Covid-19, a Caixa está a
acompanhar a evolução da pandemia e reavaliará a necessidade de novas medidas caso se justifiquem e
consequente ativação do Plano de Contingência.
104
O principal objetivo em matéria de controlo e gestão de riscos não financeiros (que não os endereçados no
centro especializado de risco operacional) consiste na identificação, avaliação, mensuração,
acompanhamento, mitigação e reporte destes riscos, sendo que a identificação e mitigação das fontes de
risco constituem uma prioridade para a Caixa independentemente de as mesmas terem ou não dado origem
a perdas efetivas
Metodologia
A supervisão e controlo dos riscos não financeiros é realizada através dos órgãos de governo da Caixa. O
Conselho de Administração e a Comissão Executiva incluem na sua gestão o tratamento de aspetos
relevantes em matéria de controlo e mitigação dos riscos não financeiros, de forma periódica.
O modelo de governo dos riscos não financeiros é estabelecido em conformidade com a declaração de
apetência pelo risco do Grupo Caixa, visando controlar adequadamente todas as atividades e processos,
de forma a limitar perdas motivadas por riscos não financeiros, mantendo-as dentro dos níveis de tolerância
definidos pelo Conselho de Administração da Caixa, bem como mitigar outros impactos negativos
relevantes, nomeadamente ao nível da concretização de objetivos estratégicos, da reputação ou do
cumprimento de requisitos regulamentares.
Um dos principais elementos desta metodologia é a Taxonomia de Riscos do Grupo Caixa, que fornece
uma linguagem única e comum para as três linhas de defesa, num quadro de intervenção coordenada entre
si e estabelecendo uma base sobre a qual o Grupo Caixa pode criar uma abordagem integrada para gerir
todos os riscos não financeiros que enfrenta. De acordo com o modelo das linhas de defesa, a primeira
linha de defesa é constituída pelas áreas de negócio e de suporte da Caixa e compete-lhe a identificação,
avaliação, mitigação, monitorização e comunicação dos riscos identificados nas suas respetivas esferas de
atuação. A segunda linha de defesa é responsável por assegurar o adequado desenvolvimento e
implementação de um modelo sólido de gestão e controlo de riscos em toda a instituição, de forma
independente. A terceira linha de defesa é constituída pela auditoria interna, cujo principal objetivo é
identificar eventuais insuficiências ou deficiências que deverão ser objeto de ações conducentes à sua
eliminação ou mitigação.
Não obstante a maturidade das práticas e a experiência recolhida nas diferentes tipologias dos riscos não
financeiros ser bastante díspar entre si, o modelo de gestão dos riscos não financeiros incorpora um
conjunto de componentes transversais, tais como:
105
Identificar e validar eventos de riscos não financeiros e acompanhar planos de ação quando
aplicável;
Com o objetivo de integrar, de forma objetiva e consistente, o impacto dos critérios ESG (i.e., de riscos não
financeiros) nas decisões de investimento e de financiamento, foi desenvolvido e implementado em 2021
pela Direção de Rating e Controlo Interno (DRT) um novo Modelo de rating ESG (ambiental, social e de
governance) aos segmentos Corporate e Project Finance, o qual, conjugado com os ratings financeiros
tradicionais, permite definir Estratégias de Financiamento Sustentável, visando apoiar a transição para uma
economia mais sustentável.
Conclusão dos planos de implementação estabelecidos para riscos climáticos e ambientais, para
o alinhamento com as expectativas de supervisão e boas práticas;
Realização do exercício de teste de esforço 2023 EU-wide stress test;
Participação no desenho e implementação de um plano operacional focado nos clientes
expostos ao impacto dos custos com a energia, inflação e guerra da Ucrânia, bem como o plano
operacional para responder ao regime previsto no Decreto Lei DL 80-A/2022, de 25 de
novembro, relativo às medidas de reestruturação a aplicar a créditos com habitação própria
permanente em resposta à subida de taxas de juro;
Elaboração de modelos de avaliação de risco de crédito nas entidades (ratings em todas as
entidades e scorings nas principais carteiras), de modelos para desenvolvimento da framework
de gestão de risco climático, entre outros relevantes para o negócio;
Continuação da implementação do novo plano estratégico da função de Gestão de Risco para
os anos 2022-2024 integrado no plano estratégico do Grupo Caixa;
Centralização de processos de recolha de dados e de elaboração de reportes de risco,
promovendo a eficiência e harmonização de critérios de qualidade e de suportes documentais;
Disseminação da cultura de risco, materializada na implementação dos processos i) de
autoavaliação da cultura de risco, e ii) de visitas as entidades, assim como do programa de
formação à primeira linha de defesa;
Em complemento, importa salientar que os desafios, no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia e no
atual contexto de ação climática e a consequente exigência em matéria de gestão de risco são inequívocos,
mas importa assegurá-los num contexto de continuidade, sem desvio material no caminho pretendido.
106
1.6. Eventos subsequentes
Alteração do outlook do rating de depósitos da Caixa para Positivo
A 13 de janeiro de 2023, a Moody’s Investors Service subiu o outlook do rating de depósitos da Caixa para
“Positivo”. Em simultâneo, confirmou os ratings de depósitos e da dívida sénior de longo prazo em
Baa2/Prime-2, bem como da dívida sénior não preferencial de longo prazo em Baa3, mantendo o outlook
da dívida sénior em “Estável”.
Com efeitos a 12 de março de 2023, o Prof. Doutor Nuno Filipe Abrantes Leal da Cunha Rodrigues
renunciou ao cargo de Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Caixa Geral de Depósitos, S.A.,
considerando a sua nomeação como Presidente do Conselho de Administração da Autoridade da
Concorrência.
No dia 20 de março de 2023, a Caixa Geral de Depósitos registou o aumento do capital social em
681.570.760 euros e a emissão de 136.314.152 novas ações, com valor nominal unitário de 5 euros cada,
por via da incorporação de reservas decorrentes de igual número de direitos de conversão, emitidos a favor
do acionista na sequência da adesão da Caixa ao Regime Especial aplicável aos Ativos por Impostos
Diferidos, deliberada em 2014.
Decorrente desta conversão, o capital social da Caixa passou de 3.844.143.735 euros para 4.525.714.495
euros, integralmente detido pelo acionista único da Caixa, o Estado Português.
Renúncia ao cargo de membro executivo do Conselho de Administração e Chief Financial Officer (CFO)
Com efeitos a 31 de março de 2023, a Dra. Maria João Borges Carioca Rodrigues renunciou ao cargo de
membro executivo do Conselho de Administração e Chief Financial Officer (CFO) da Caixa Geral de
Depósitos, S.A. Francisco Ravara Cary, membro executivo do Conselho de Administração da Caixa,
assumiu as funções de CFO no período compreendido entre a data de produção de efeitos da renúncia e a
data de início do exercício de funções do novo membro.
107
1.7. Proposta de aplicação de resultados
Considerando as disposições legais relativas à proposta de aplicação de resultados líquidos do exercício,
nomeadamente os artigos 66º, n.º 5 alínea f) e 376º do Código das Sociedades Comerciais;
Considerando, por último, a política de dividendos em vigor na Caixa Geral de Depósitos, aprovada em
2019;
O Conselho de Administração
Presidente
António Farinha Morais
Vice-Presidente
Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo
Vogais
José João Guilherme
Hans-Helmut Kotz
108
1.8. Declaração sobre a conformidade da informação
financeira apresentada
Nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º-G do Código dos Valores Mobiliários, cada um dos abaixo
assinados, na qualidade indicada, declara que as demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2022
e demais documentos de prestação de contas, tanto quanto é do seu conhecimento, foram elaborados em
conformidade com as normas contabilísticas aplicáveis e apresentam uma imagem verdadeira e apropriada
do ativo e do passivo, da situação financeira e dos resultados da Caixa Geral de Depósitos, S.A. e das
empresas incluídas no perímetro da consolidação e, bem assim, que o relatório de gestão expõe fielmente
a evolução dos negócios, do desempenho e da posição das referidas entidades e contém uma descrição
dos principais riscos e incertezas com que se defrontam.
O Conselho de Administração
Presidente
António Farinha Morais
Vice-Presidente
Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo
Vogais
José João Guilherme
Hans-Helmut Kotz
109
31-12-2022 31-12-2021
Imparidade e
Notas Ativo bruto Ativo líquido Ativo líquido Notas 31-12-2022 31-12-2021
amortizações
ATIVO PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 3 20.781.275 - 20.781.275 22.081.560 Recursos de instituições de crédito e bancos centrais 18 808.554 7.215.620
Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 417.571 - 417.571 368.601 Recursos de clientes e outros empréstimos 19 75.937.882 72.092.064
(milhares de euros)
Aplicações em instituições de crédito 5 1.780.015 728 1.779.287 1.867.041 Responsabilidades representadas por títulos 20 1.368.330 1.790.117
Ativos financeiros ao justo valor através de resultados 6 1.729.319 - 1.729.319 3.240.561 Passivos financeiros ao justo valor através de resultados 6 220.947 380.605
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 7 1.856.874 - 1.856.874 5.415.687 Passivos financeiros associados a ativos transferidos 21 - 2.593.366
Crédito a clientes 11 48.235.657 2.055.374 46.180.283 45.613.121 Passivos por impostos correntes 16 2.171 3.192
Ativos não correntes detidos para venda 12 310.654 183.422 127.232 120.689 Passivos por impostos diferidos 16 59.097 93.573
Propriedades de investimento 6.122 - 6.122 7.847 Outros passivos subordinados 23 1.118.490 1.117.883
Outros ativos tangíveis 13 1.416.263 994.803 421.460 399.545 Outros passivos 24 2.245.711 1.968.635
Ativos intangíveis 14 290.558 113.128 177.430 159.761 Total do passivo 82.617.537 88.223.836
Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 15 1.574.215 325.103 1.249.112 1.264.710 Capital 25 3.844.144 3.844.144
Ativos por impostos correntes 16 52.703 - 52.703 434.631 Outros instrumentos de capital 25 - 500.000
Ativos por impostos diferidos 16 935.202 - 935.202 1.100.530 Reservas de reavaliação 26 137.110 243.691
Outros ativos 17 2.418.211 204.073 2.214.137 1.235.936 Outras reservas e resultados transitados 26 3.484.975 3.115.158
CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A.
110
Total do ativo 94.632.685 3.876.631 90.756.054 96.368.363 Total do passivo e do capital próprio 90.756.054 96.368.363
Vogais Vogais
José João Guilherme António Alberto Henrique Assis
Francisco Ravara Cary José António da Silva Brito
João Paulo Tudela Martins Maria del Carmen Gil Marín
1.9. Demonstrações financeiras separadas e
Resultados de ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 30 24.892 7.841
Vogais
José João Guilherme
Francisco Ravara Cary
João Paulo Tudela Martins
Nuno Alexandre de Carvalho Martins
Madalena Rocheta de Carvalho Talone
Maria Manuela Martins Ferreira
António Alberto Henrique Assis
José António da Silva Brito
Maria del Carmen Gil Marín
Maria João Martins Ferreira Major
Arlindo Manuel Limede de Oliveira
Hans-Helmut Kotz
Luís Filipe Coimbra Nazaret
Monique Eugénie Hemerijck
111
CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A.
DEMONSTRAÇÃO SEPARADA DO RENDIMENTO INTEGRAL
(milhares de euros)
31-12-2022 31-12-2021
Outros 0 (27)
112
CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A.
DEMONSTRAÇÃO SEPARADA DOS FLUXOS DE CAIXA
(milhares de euros)
31-12-2022 31-12-2021
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Fluxos operacionais antes das variações nos ativos e passivos
1.048.009 649.270
(Aumentos) / diminuições nos ativos operacionais
Ativos detidos para negociação e outros ativos avaliados ao justo valor através de resultados 1.633.385 3.004.091
Outros ativos (673.444) (809.612)
511.523 418.912
Aumentos / (diminuições) nos passivos operacionais
(5.030.689) 10.870.064
Caixa líquida das atividades operacionais antes dos impostos sobre lucros (3.471.157) 11.938.246
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Rendimentos de ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 833 285
Aquisições de investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos, líquidas de alienações 68.609 17.533
Aquisições de ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral, líquidas de alienações 3.183.716 742.355
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Emissão de responsabilidades representadas por títulos, líquida de recompras e reembolsos (414.104) 416.885
113
Reservas de reavaliação Outras reservas e resultados transitados
Outros
Reservas por Outras reservas Resultado do
Capital instrumentos de Total
(milhares de euros)
Reservas de exercício
capital impostos Imobilizado Total Reserva Legal e resultados Total
justo valor
diferidos transitados
Saldos em 31 de dezembro de 2020 3.844.144 500.000 200.219 (54.760) 110.425 255.884 224.891 2.575.240 2.800.129 406.539 7.806.696
Distribuição de dividendos
Total de ganhos e perdas do exercício reconhecidos nos capitais próprios - - (16.784) 4.590 - (12.193) - 345.879 345.879 441.534 775.219
114
Dividendos e outros encargos associados à emissão de outros instrumentos de capital - - - - - - - (53.750) (53.750) - (53.750)
Saldos em 31 de dezembro de 2021 3.844.144 500.000 183.435 (50.169) 110.425 243.691 306.198 2.808.961 3.115.158 441.534 8.144.527
Distribuição de dividendos
Distribuição de dividendos 2021 - - - - - - - - - (241.071) (241.071)
Outros - 0 - 0
Total de ganhos e perdas do exercício reconhecidos nos capitais próprios - - (146.705) 40.124 - (106.581) - 319.653 319.653 672.289 885.361
DEMONSTRAÇÃO SEPARADA DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO
Dividendos e outros encargos associados à emissão de outros instrumentos de capital - - - - - - - (13.139) (13.139) - (13.139)
Saldos em 31 de dezembro de 2022 3.844.144 - 36.730 (10.046) 110.425 137.110 394.505 3.090.471 3.484.975 672.289 8.138.517
31-12-2022 31-12-2021
Imparidade e
Notas Ativo bruto Ativo líquido Ativo líquido Notas 31-12-2022 31-12-2021
amortizações
ATIVO PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 4 21.811.574 - 21.811.574 23.000.073 Recursos de instituições de crédito e bancos centrais 21 338.153 6.745.201
Disponibilidades em outras instituições de crédito 5 569.985 - 569.985 677.351 Recursos de clientes e outros empréstimos 22 83.971.711 79.755.690
Aplicações em instituições de crédito 6 3.422.817 897 3.421.920 3.246.364 Responsabilidades representadas por títulos 23 1.368.330 1.789.714
(milhares de euros)
Ativos financeiros ao justo valor através de resultados 7 2.079.941 - 2.079.941 2.125.489 Passivos financeiros ao justo valor através de resultados 10 221.099 381.661
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 8 2.367.528 163 2.367.366 6.031.819 Derivados de cobertura 11 310 35.628
Ativos financeiros com acordo de recompra 9 - - - 7.828 Passivos não correntes detidos para venda 14 989.507 147.714
Derivados de cobertura 11 51.601 - 51.601 5.898 Provisões para benefícios a empregados 24 556.864 658.255
Investimentos ao custo amortizado 12 14.259.919 17.821 14.242.097 12.994.274 Provisões para garantias e outros compromissos assumidos 24 247.044 219.685
Crédito a clientes 13 53.032.491 2.254.541 50.777.949 50.183.664 Provisões para outros riscos 24 102.479 99.155
Ativos não correntes detidos para venda 14 1.424.914 204.448 1.220.466 336.347 Passivos por impostos correntes 19 47.819 32.489
BALANÇO CONSOLIDADO
Propriedades de investimento 15 56.419 - 56.419 33.346 Passivos por impostos diferidos 19 77.740 111.431
Outros ativos tangíveis 16 1.755.117 1.169.773 585.343 568.929 Outros passivos subordinados 25 1.118.490 1.117.883
Ativos intangíveis 17 372.402 177.454 194.948 177.534 Outros passivos 26 3.980.803 3.628.679
Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos 18 476.627 439 476.188 529.794 Total do passivo 93.020.348 94.723.184
Ativos por impostos correntes 19 61.115 - 61.115 443.163 Capital 27 3.844.144 3.844.144
Ativos por impostos diferidos 19 967.858 - 967.858 1.131.948 Outros instrumentos de capital 27 - 500.000
Outros ativos 20 3.767.833 149.594 3.618.239 2.516.327 Reservas de reavaliação 28 129.663 255.079
CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A.
115
Capital próprio atribuível ao acionista da CGD 9.182.497 9.049.156
Total do ativo 106.478.139 3.975.130 102.503.009 104.010.147 Total do passivo e do capital próprio 102.503.009 104.010.147
Vogais Vogais
José João Guilherme António Alberto Henrique Assis
Francisco Ravara Cary José António da Silva Brito
João Paulo Tudela Martins Maria del Carmen Gil Marín
Nuno Alexandre de Carvalho Martins Maria João Martins Ferreira Major
Madalena Rocheta de Carvalho Talone Arlindo Manuel Limede de Oliveira
Maria Manuela Martins Ferreira Hans-Helmut Kotz
Luís Filipe Coimbra Nazaret
Monique Eugénie Hemerijck
CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A.
DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS RESULTADOS
(milhares de euros)
Reexpresso
Resultados de ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 33 18.587 10.260
Resultados de reavaliação cambial 33 76.767 41.599
Vogais
José João Guilherme
Francisco Ravara Cary
João Paulo Tudela Martins
Nuno Alexandre de Carvalho Martins
Madalena Rocheta de Carvalho Talone
Maria Manuela Martins Ferreira
António Alberto Henrique Assis
José António da Silva Brito
Maria del Carmen Gil Marín
Maria João Martins Ferreira Major
Arlindo Manuel Limede de Oliveira
Hans-Helmut Kotz
Luís Filipe Coimbra Nazaret
Monique Eugénie Hemerijck
116
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
Operações Operações
Operações em descontinuadas ou Operações em descontinuadas ou
Total Total
continuação em continuação em
(milhares de euros)
descontinuação descontinuação
Variações em ativos de empresas associadas e empreendimentos conjuntos (84.373) - (84.373) (30.893) - (30.893)
117
Sub-Total (126.654) 6.663 (119.990) 61.271 (168) 61.103
Saldos não passíveis de reclassificação para resultados
Total do rendimento integral do exercício reconhecido em reservas 192.684 6.663 199.347 407.087 (168) 406.919
31-12-2022 31-12-2021
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Ativos detidos para negociação e outros ativos avaliados ao justo valor através de resultados 185.768 2.889.202
Outros ativos (3.077.655) (949.432)
(3.665.304) (1.167.383)
Aumentos / (diminuições) nos passivos operacionais
(1.207.639) 12.153.987
Caixa líquida das atividades operacionais antes dos impostos sobre lucros (3.477.312) 11.931.838
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Aquisições de ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 3.266.971 768.360
Aquisições de ativos tangíveis, intangíveis e propriedades de investimento, líquidas de alienações (88.668) (8.602)
Caixa líquida das atividades de investimento 3.207.628 771.778
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Emissão de responsabilidades representadas por títulos, líquida de recompras e reembolsos (413.703) 416.885
118
Outros Outras reservas
Reservas de Resultado do Interesses que
Capital instrumentos de e resultados Subtotal Total
reavaliação execício não controlam
capital transitados
Saldos em 31 de dezembro de 2020 3.844.144 500.000 267.266 3.393.753 491.592 8.496.754 204.076 8.700.830
Total de ganhos e perdas do exercício reconhecidos nos capitais próprios - - (12.187) 419.404 583.361 990.578 50.036 1.040.614
Dividendos e outros encargos associados à emissão de outros instrumentos de capital - - - (53.750) - (53.750) - (53.750)
CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A.
119
Saldos em 31 de dezembro de 2021 3.844.144 500.000 255.079 3.866.572 583.361 9.049.156 237.807 9.286.963
Total de ganhos e perdas do exercício reconhecidos nos capitais próprios - - (125.416) 307.316 842.786 1.024.686 97.736 1.122.422
Dividendos e outros encargos associados à emissão de outros instrumentos de capital - - - (13.139) - (13.139) - (13.139)
122
1. Nota introdutória
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. (CGD), fundada em 1876, é uma sociedade anónima de capitais
exclusivamente públicos. A transformação em sociedade anónima ocorreu em 1 de setembro de 1993,
através do Decreto-Lei n.º 287/93, de 20 de agosto, que aprovou igualmente os respetivos estatutos. Em
23 de julho de 2001, a CGD incorporou por fusão o Banco Nacional Ultramarino, S.A. (BNU).
A CGD desenvolve a sua atividade numa ótica de banca universal, atuando também, diretamente ou através
de empresas do Grupo, nas áreas de banca de investimento, corretagem, capital de risco, imobiliário,
gestão de ativos, crédito especializado, comércio eletrónico e atividades culturais.
Para a realização das suas operações a CGD contava, em 31 de dezembro de 2022, com uma rede nacional
de 521 agências (das quais 486 presenciais e espaços Caixa, 3 móveis, 6 automáticas e 26 gabinetes de
empresas e extensões), uma sucursal em França com 48 agências e uma sucursal em Timor com 14
agências.
Plano Estratégico
Durante o exercício de 2021 o Grupo, sob o mote Construir o Futuro, promoveu iniciativas estratégicas
necessárias ao reforço da sustentabilidade da CGD, realizando os trabalhos conducentes à preparação das
bases do Plano Estratégico para o período 2021-2024, implementado por um novo Conselho de
Administração, cuja nomeação ocorreu formalmente em dezembro de 2021. Com a nomeação do novo
Conselho da Caixa, o Plano Estratégico foi submetido à sua apreciação, tendo sido aprovado já no início
de 2022.
O Plano Estratégico para o referido período, permite à CGD iniciar um novo ciclo, focado em assegurar que
o Grupo presta serviços de banca universal, por processos digitais “end-to-end” e com um serviço e tempo
dedicado ao cliente. Pretende-se que, através da capacitação e reforço de competências dos seus
empregados, a CGD consiga que a inovação seja um fator diferenciador no mercado, a par de um propósito
geneticamente ligado à economia “verde e sustentável”, assegurando, no final, a adequada remuneração
dos investidores, Estado e privados.
123
2. Políticas contabilísticas
2.1 Bases de apresentação
As políticas contabilísticas descritas nesta nota foram aplicadas de forma consistente em todos os períodos
apresentados nas demonstrações financeiras, com as exceções identificadas.
Não ocorreram durante o exercício de 2022 modificações voluntárias de políticas contabilísticas face às
consideradas na preparação da informação financeira relativa ao exercício anterior apresentada nos
comparativos. Não ocorreram também alterações de julgamentos ou estimativas relativas a exercícios
anteriores, nem se verificaram correções de erros materiais.
A CGD adotou, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2022, as seguintes normas, interpretações, emendas
ou alterações, emitidas pelo IASB e endossadas pela União Europeia, com relevância para a sua atividade:
(i) Correção da menção efetuada à estrutura conceptual aplicável, a qual ainda referenciava a versão
emitida em 1989, em detrimento da mais recente (emitida em 2018);
(iii) Explicitação no texto da norma que um adquirente não deve reconhecer ativos contingentes
adquiridos em resultado de uma concentração de atividades empresariais.
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2022, produzindo efeitos de forma prospetiva.
- IAS 16 (Alterações) – “Ativos fixos tangíveis” – As alterações ao texto da norma clarificam que não podem
ser deduzidos ao custo de aquisição quaisquer proveitos obtidos com a utilização do ativo até à sua
instalação definitiva no local em que irá operar de acordo com as condições definidas pela gestão para o
seu uso pretendido. A entidade reconhece os rendimentos obtidos da venda de tais produtos e os custos
da sua produção diretamente em resultados.
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2022. A aplicação retrospetiva é obrigatória apenas para os ativos elegíveis que tenham sido instalados
na localização pretendida após a data do primeiro período comparativo apresentado.
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2022, produzindo efeitos de forma prospetiva. No exercício da primeira aplicação da alteração
encontram-se abrangidos todos os contratos cujas obrigações não se encontrem integralmente cumpridas
124
à data do início do primeiro período comparativo apresentado, sem haver lugar à reexpressão do
comparativo.
(i) IFRS 9 – A alteração clarifica os critérios de elegibilidade das comissões a considerar pela entidade
no âmbito da realização do teste de desreconhecimento de passivos conforme parágrafo B3.3.6
da norma (teste dos 10%). Devem apenas ser reconhecidas comissões pagas ou recebidas entre
a instituição (o emitente do passivo financeiro) e o investidor (ou investidores), incluindo aqueles
pagos ou recebidos em nome ou representação da outra parte.
(ii) IFRS 16 – A alteração introduzida retira do texto do Exemplo Ilustrativo n.º 13 (texto que
acompanha a norma IFRS 16) o exemplo relativo a reembolsos de encargos suportados pelo
locador com beneficiações realizadas ao ativo locado, dado o entendimento de que a sua redação
não potenciava uma correta e clara interpretação do tratamento de incentivos em contratos de
locação.
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2022.
Da adoção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas não resultaram impactos
patrimoniais na preparação das demonstrações financeiras da CGD do exercício de 2022.
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões já endossadas pela União Europeia são de
aplicação obrigatória em exercícios económicos futuros:
As alterações são de adoção obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro de
2023 e devem ser aplicados prospetivamente.
As alterações são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2023.
- IAS 12 (Alterações) – As alterações ao texto da norma tiveram como objetivo esclarecer como contabilizar
o imposto diferido sobre transações como locações. As alterações incluem uma condição adicional onde a
isenção para o reconhecimento inicial não se aplica. Uma diferença temporária resultante do
reconhecimento inicial de um ativo sob direito de uso ou passivo de locação não está sujeita a isenção
inicial se a transação der origem a diferenças temporárias tributáveis e dedutíveis iguais. Apenas é aplicável
se o reconhecimento de um ativo sob direito de uso e um passivo de locação derem origem a diferenças
temporárias tributáveis e dedutíveis que não sejam iguais.
As alterações são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2023.
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões ainda não endossadas pela União Europeia são
de aplicação obrigatória em exercícios económicos futuros:
125
- IFRS 16 (Alterações) – As alterações ao texto da norma introduzem distinções relativamente à
apresentação e divulgação de diferentes naturezas dos passivos de locação na venda e na locação.
Esta alteração à norma das locações introduz orientações relativamente à mensuração subsequente de
passivos de locação, relacionados com transações de venda e relocação (“sale & leaseback”) que
qualificam como “venda” de acordo com os princípios da IFRS 15 – Rédito de contratos com clientes’, com
maior impacto quando alguns ou todos os pagamentos de locação são pagamentos de locação variáveis
que não dependem de um índice ou de uma taxa. Ao mensurar subsequentemente os passivos de locação,
os vendedores-locatários deverão determinar os “pagamentos de locação” e “pagamentos de locação
revistos” de maneira a que estes não venham a reconhecer ganhos/(perdas) relativamente ao direito de
uso que retêm. Esta alteração é de aplicação retrospetiva.
As alterações são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2024.
As alterações são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2024.
Não estimamos que da adoção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas resultem
quaisquer impactos patrimoniais na preparação das demonstrações financeiras da CGD.
As contas da CGD e das sucursais são preparadas de acordo com a divisa utilizada no ambiente económico
em que operam (denominada “moeda funcional”). Nas contas globais, os resultados e posição financeira
de cada entidade são expressos em Euros, a moeda funcional da CGD.
As diferenças de câmbio apuradas na conversão cambial são refletidas em resultados do exercício, com
exceção das originadas por instrumentos financeiros não monetários registados ao justo valor, tal como
instrumentos de capital relativamente aos quais tenha sido exercida a opção de classificação ao justo valor
por contrapartida de outro rendimento integral, que são registadas diretamente em “Outras reservas”.
Nas contas globais, os ativos e passivos de sucursais com moeda funcional distinta do euro são convertidos
à taxa de câmbio de fecho, enquanto os proveitos e custos são convertidos à taxa média do período. As
diferenças resultantes da conversão cambial, de acordo com este método, são registadas na rubrica “Outras
reservas” do capital próprio, sendo o respetivo saldo transferido para resultados no momento da alienação
das respetivas sucursais.
Tal como permitido pela Norma IFRS 1 – “Adoção pela primeira vez das normas internacionais de relato
financeiro”, a CGD optou por não recalcular e, por consequência, não registar nas “Outras reservas” o
impacto da conversão de demonstrações financeiras de sucursais expressas em moeda estrangeira até 31
de dezembro de 2003. Deste modo, na alienação ou encerramento de sucursais ocorridos posteriormente
a esta data apenas serão reclassificadas para resultados do exercício as variações cambiais originadas a
partir de 1 de janeiro de 2004.
126
2.4 Instrumentos financeiros
A. Ativos financeiros
A classificação dos ativos financeiros depende do modelo de negócio da entidade e das características dos
cash flows contratuais do instrumento financeiro, exceto quando seja aplicada a opção de mensurar o
instrumento financeiro pelo seu justo valor através de resultados.
A CGD classifica e mensura um ativo financeiro pelo custo amortizado quando este seja incluído num
portfolio gerido com base num modelo de negócio cujo objetivo é alcançado através do recebimento de
todos os cash flows contratuais e estes possam ser considerados como pagamentos de capital e juros sobre
o capital em dívida. Por outro lado, a CGD classifica e mensura um ativo financeiro pelo justo valor através
de outro rendimento integral (“FVTOCI” – Fair Value Through Other Comprehensive Income) quando este
seja incluído num portfolio gerido com base num modelo de negócio cujo objetivo é alcançado tanto através
do recebimento dos cash flows contratuais que constituam pagamentos de capital e juros sobre o capital
em dívida como através da venda. Um ativo financeiro é classificado e mensurado pelo justo valor através
de resultados (“FVTPL” – Fair Value Through Profit or Loss) quando não seja classificado e mensurado pelo
custo amortizado nem pelo FVTOCI. No entanto, no momento do reconhecimento inicial a CGD pode optar,
de forma irrevogável, por classificar e mensurar pelo FVTOCI um investimento num instrumento de capital
(que não seja detido para negociação nem constitua uma retribuição contingente reconhecida pelo
adquirente numa concentração de atividades empresariais à qual se aplique a IFRS 3 – “Concentrações de
atividades empresariais”), que de outra forma seria classificado e mensurado pelo FVTPL.
Para determinar qual o modelo de negócio usado na gestão de um ativo financeiro, a CGD define como
espera vir a obter cash flows desse ativo financeiro. O modelo de negócio é determinado a um nível que
reflita como um grupo de ativos financeiros é gerido no seu conjunto para alcançar o objetivo específico
desse modelo de negócio, não dependendo dos planos para qualquer ativo financeiro em particular. Como
a alocação a um modelo de negócio constitui um facto e não uma asserção, a CGD considera todas as
informações relevantes que permitam concluir sobre qual o modelo de negócio considerado para a gestão
dos seus ativos financeiros. Neste contexto, a CGD avalia:
Quais os riscos que afetam o desempenho do modelo de negócio (e os ativos financeiros detidos
no âmbito desse modelo de negócio) e, em particular, a forma como esses riscos são geridos; e,
O modo como os gestores são retribuídos (por exemplo, se a retribuição se baseia no justo valor
dos ativos geridos ou nos fluxos de caixa contratuais recolhidos).
As características dos cash flows contratuais do ativo financeiro: apenas pagamentos de capital e
juros (SPPI - Solely Payments of Principal and Interest).
127
Reconhecimento inicial
Qualquer alteração no justo valor do ativo financeiro entre a data em que o compromisso é assumido (trade
date) e a data em que este é colocado à disposição (settlement date) é reconhecido de acordo com os
critérios de mensuração inerentes à classificação que lhe é atribuída no momento do seu registo inicial.
Desreconhecimento
Um ativo financeiro é desreconhecido quando, e apenas quando, expira o direito contratual ao recebimento
dos cash flows ou o ativo financeiro é transferido e a transferência é qualificável para desreconhecimento.
Considera-se que um ativo financeiro é transferido se, e apenas se, forem transferidos os direitos
contratuais ao recebimento fluxos de caixa desse ativo financeiro ou se forem mantidos os direitos
contratuais ao recebimento dos fluxos de caixa mas a CGD assumir uma obrigação contratual de entregar
esses fluxos de caixa a um ou mais beneficiários. Quando sejam mantidos os direitos contratuais ao
recebimento dos fluxos de caixa, a CGD trata a operação como uma transferência apenas se todas as
seguintes condições forem cumpridas:
(i) A CGD não tem a obrigação de pagar valores ao beneficiário exceto aqueles que sejam recebidos
do ativo original;
(ii) A CGD encontra-se impedida pelos termos do acordo de transferência de vender o ativo original;
e,
(iii) A CGD tem a obrigação de pagar os fluxos de caixa recebidos sem atrasos materiais e não é
permitido reinvestir esses fluxos de caixa até ao seu pagamento.
Quando os fluxos de caixa contratuais de um ativo financeiro são renegociados ou de outra forma
modificados e essa renegociação ou modificação não resulta no desreconhecimento do ativo financeiro, a
CGD recalcula o valor de balanço bruto do ativo financeiro e reconhece um ganho ou uma perda pela
diferença para o anterior valor de balanço bruto. O novo valor de balanço bruto do ativo é determinado
como o valor atual dos fluxos de caixa renegociados ou modificados, descontado à taxa efetiva original do
ativo (ou à taxa de juro ajustada no caso de créditos adquiridos ou originados com imparidade) ou, quando
aplicável, a taxa de juro efetiva revista. Quaisquer custos ou comissões incorridos são incluídos no novo
valor de balanço bruto e amortizados durante o período de vida remanescente do ativo.
Num cenário em que a modificação dos fluxos contratuais resulta no desreconhecimento do ativo financeiro
observam-se as seguintes implicações:
Registo do novo ativo financeiro pelo justo valor no momento inicial, sendo a eventual diferença
face ao valor líquido contabilístico do ativo anterior registada em resultados;
128
Caso as modificações contratuais tenham sido motivadas por reestruturação de um ativo por
dificuldades financeiras do devedor, o novo ativo é considerado POCI (Purchased or originated
credit impaired financial asset) sendo as perdas por imparidade sempre reconhecidas com base
na PD lifetime, ou seja, o novo ativo nunca poderá ser classificado como stage 1;
O custo amortizado do novo ativo será determinado com base nos fluxos de caixa esperados;
O novo ativo financeiro reconhecido que resulte de uma modificação contratual de um ativo
financeiro anteriormente marcado como forbearance (de acordo com o Regulamento de Execução
(UE) 2015/227 da Comissão de 9 de janeiro de 2015 e em conformidade com a política interna
definida pela CGD) continuará a manter esta marcação, sendo que o período de cura é reiniciado
a partir da data da última reestruturação; e,
Se a CGD alterar o seu modelo de negócio de gestão de ativos financeiros, o que se espera que ocorra de
forma pouco frequente e excecional, reclassifica todos os ativos financeiros afetados, em conformidade
com os requisitos definidos na IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”. A reclassificação é aplicada
prospetivamente a partir da data em que se torne efetiva. De acordo com a IFRS 9 – “Instrumentos
financeiros”, não são permitidas reclassificações de instrumentos de capital para os quais tenha sido
incluída a opção de valorização ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral ou para ativos
e passivos financeiros classificados ao justo valor no âmbito da fair value option.
Justo valor
Conforme referido, os ativos financeiros registados nas categorias de “Ativos financeiros ao justo valor
através de resultados” e “Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” são
valorizados pelo justo valor.
O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao montante pelo qual um ativo ou passivo
financeiro pode ser vendido ou liquidado entre partes independentes, informadas e interessadas na
concretização da transação em condições normais de mercado.
O justo valor de ativos financeiros é determinado por um órgão da CGD independente da função de
negociação, com base nos seguintes critérios:
(i) Preços (“bid prices”) divulgados por meios de difusão de informação financeira,
nomeadamente a Bloomberg e a Reuters, incluindo preços de mercado disponíveis para
transações recentes;
(ii) Cotações indicativas (“bid prices”) obtidas junto de instituições financeiras que funcionem
como “market-makers”; e,
(iii) Modelos internos de valorização, os quais têm em conta os dados de mercado que seriam
utilizados na definição de um preço para o instrumento financeiro, refletindo as taxas de juro
de mercado e a volatilidade, bem como a liquidez e o risco de crédito associado ao
instrumento.
Os fundos de investimento não transacionados em mercados ativos são valorizados com base no
último NAV (Net Asset Value) disponível. Sempre que considerado adequado, o valor do NAV pode
sofrer ajustamentos em função da avaliação crítica efetuada pela CGD aos critérios de
mensuração aplicados aos ativos sob gestão dos referidos fundos de investimento.
129
Custo amortizado
Os instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo justo valor
acrescido ou deduzido de proveitos ou custos diretamente atribuíveis à transação. O reconhecimento dos
juros é efetuado pelo método da taxa efetiva.
No caso de ativos financeiros em imparidade (stage 3), o reconhecimento dos juros é realizado com base
na taxa utilizada para desconto dos cash flows futuros inerentes à determinação da perda por imparidade.
B. Passivos financeiros
Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respetivo justo valor, deduzido de
custos diretamente atribuíveis à transação. Os passivos financeiros são classificados nas seguintes
categorias:
Os passivos financeiros detidos para negociação incluem instrumentos financeiros derivados com
reavaliação negativa, assim como títulos de rendimento fixo e variável transacionados em
mercados ativos a descoberto (short selling).
Estes passivos encontram-se registados pelo respetivo justo valor, sendo os ganhos e perdas
resultantes da sua valorização subsequente registados nas rubricas de “Resultados em operações
financeiras”.
Estes passivos são inicialmente registados pelo valor recebido na cessão de créditos, sendo
posteriormente valorizados pelo custo amortizado, de forma coerente com a valorização dos
correspondentes ativos e as condições definidas na operação de titularização.
Esta categoria inclui recursos de instituições de crédito e de clientes, obrigações emitidas, passivos
subordinados e passivos incorridos para pagamento de prestações de serviços ou compra de
ativos, registados em “Outros passivos”.
Estes passivos financeiros são valorizados pelo custo amortizado, sendo os juros, quando
aplicável, reconhecidos de acordo com o método da taxa efetiva.
A CGD realiza operações com produtos derivados no âmbito da sua atividade, com o objetivo de satisfazer
as necessidades dos seus clientes e de reduzir a sua exposição a flutuações cambiais, de taxas de juro e
de cotações.
Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua contratação.
Adicionalmente, são refletidos em rubricas extrapatrimoniais pelo respetivo valor nocional.
O justo valor dos instrumentos financeiros derivados não transacionados em mercados organizados é
apurado através de modelos que incorporam técnicas de valorização baseadas em fluxos de caixa
descontados, refletindo também o efeito do risco de crédito das contrapartes e do risco de crédito próprio
(Credit Value Adjustment and Debt Value Adjustment – CVA/DVA).
Derivados embutidos
A totalidade do instrumento financeiro combinado não esteja registada ao justo valor com as
respetivas variações refletidas em resultados.
130
O maior impacto deste procedimento no que respeita à atividade da CGD consiste na necessidade de
separar e valorizar os derivados embutidos em depósitos e instrumentos de dívida, nomeadamente aqueles
em que a remuneração não tem a natureza de juro (por exemplo, remunerações indexadas a cotações ou
índices de ações, a taxas de câmbio ou outros). No momento da separação, o derivado é reconhecido pelo
respetivo justo valor, correspondendo o valor inicial do contrato de base à diferença entre o valor total do
contrato combinado e a reavaliação inicial do derivado. Deste modo, não é apurado qualquer resultado no
registo inicial da operação.
Derivados de negociação
Inclui todos os derivados que não estejam associados a relações de cobertura eficazes, nomeadamente:
Derivados contratados para cobertura de risco em ativos ou passivos registados ao justo valor
através de resultados, tornando assim desnecessária a utilização de contabilidade de cobertura;
Derivados contratados para cobertura de risco que não reúnem as condições necessárias para a
utilização de contabilidade de cobertura ao abrigo da IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”,
nomeadamente pela dificuldade em identificar especificamente os elementos cobertos, nos casos
em que não se trate de micro-coberturas, ou por os resultados dos testes de eficácia revelarem
que a mesma não é eficaz; e,
Os derivados de negociação são registados ao justo valor, sendo os resultados da reavaliação apurados
diariamente reconhecidos em proveitos e custos do período, nas rubricas de “Resultados em operações
financeiras”, com exceção da parcela relativa a juros corridos e liquidados, a qual é refletida em “Juros e
rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”. As reavaliações positivas e negativas são registadas
nas rubricas do balanço de “Ativos financeiros detidos para negociação” e “Passivos financeiros detidos
para negociação”, respetivamente.
Derivados de cobertura
Trata-se de derivados contratados com o objetivo de cobertura da exposição da CGD a riscos inerentes à
sua atividade.
Para todas as relações de cobertura, a CGD prepara no início da operação documentação formal que inclui
no mínimo os seguintes aspetos:
Os derivados de cobertura são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados diariamente
reconhecidos em proveitos e custos do exercício. Caso se demonstre que a cobertura é eficaz, a CGD
reflete igualmente no resultado do exercício a variação no justo valor do elemento coberto atribuível ao risco
coberto nas rubricas de “Resultados em operações financeiras”. No caso de instrumentos que incluem uma
componente de juros (como por exemplo, swaps de taxa de juro), a periodificação de juros relativa ao
período em curso e os fluxos liquidados são refletidos em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e
encargos similares”, da margem financeira.
Sempre que as coberturas deixem de satisfazer os requisitos para aplicação de contabilidade de cobertura
definidos na Norma, a contabilidade de cobertura é descontinuada. Nesta situação, os ajustamentos
efetuados aos elementos cobertos até à data em que a contabilidade de cobertura deixa de ser eficaz ou é
decidida a revogação dessa designação passam a ser refletidos em resultados pelo método da taxa efetiva
até à maturidade do correspondente ativo ou passivo financeiro.
131
As valorizações dos elementos cobertos são refletidas nas rubricas de balanço onde se encontram
registados esses instrumentos.
Esta forma de avaliação da eficácia da cobertura é consistente com a abordagem utilizada pela gestão
na monitorização desta cobertura – garante-se que a cobertura é perfeita (back-to-back) e assegura-
se apenas em cada momento que o nocional de derivados contratados iguala o valor nominal das
obrigações detidas.
Não obstante considerar-se que o método de comparação dos termos críticos é suficiente para
concluir quanto à eficácia da relação de cobertura (apesar da fonte de ineficácia que foi identificada),
procedeu-se no momento da designação inicial a uma análise quantitativa de forma a reforçar a
conclusão anteriormente efetuada quanto à existência de uma relação económica.
Neste contexto, foi efetuada uma análise de sensibilidade às variações do justo valor do elemento
coberto e do instrumento de cobertura face a variações na taxa de juro. Para tal, foi utilizado a métrica
DV01, uma das métricas de risco utilizadas pela CGD para gestão de risco de taxa de juro.
Avaliação da eficácia da relação de cobertura efetuada com futuros de taxa de juro sobre obrigações
soberanas alemãs
A eficácia da relação de cobertura é avaliada quantitativamente, uma vez que os termos do elemento
coberto e dos instrumentos de cobertura não são diretamente comparáveis. Por outro lado, uma vez
que os futuros são produtos estandardizados, os mesmos não podem ser ajustados às características
do elemento coberto, pelo que uma avaliação qualitativa através da comparação dos termos críticos
não é adequada.
Desta forma, e com o intuito de medir a eficácia prospetiva da relação de cobertura, considerou-se
uma abordagem que pressupõe a utilização de um método quantitativo. O método utilizado consiste
na análise da sensibilidade às variações do justo valor do elemento coberto e do instrumento de
cobertura face a variações na taxa de juro de mercado. Para o efeito, foi considerada a métrica DV01,
uma das métricas de risco privilegiadas pela CGD para gestão de risco.
Fontes de ineficácia da relação de cobertura efetuada com futuros de taxa de juro sobre obrigações
soberanas alemãs
Na relação de cobertura acima exposta, existem fontes de ineficácia que levam a que a cobertura não
se traduza numa variação de justo valor nula:
Aquisições do instrumento designado como elemento coberto que venha a ser designado na
mesma relação de cobertura e alienações do elemento coberto;
132
Venda ou aquisição de novos instrumentos de cobertura; e,
Risco de crédito.
Visto que os futuros se transacionam em contratos de 100 mEuros, por vezes as quantidades
necessárias para cobrir a totalidade da variação do risco de taxa de juro poderão estar ligeiramente
desbalanceadas.
Caso a obrigação cheapest to deliver altere, poderá mudar a quantidade de futuros necessários para
cobrir o elemento coberto, visto que a sua sensibilidade à taxa de juro poderá alterar ligeiramente.
A CGD avalia, no início da relação de cobertura e de forma contínua, se a relação de cobertura satisfaz
os requisitos de eficácia da cobertura. No mínimo, a CGD efetua a avaliação contínua em cada período
de reporte ou quando ocorra uma alteração significativa nas circunstâncias que afete os requisitos de
eficácia da cobertura, consoante o que ocorrer em primeiro lugar.
Quando a relação de cobertura deixa de satisfazer o requisito de eficácia da cobertura relativo ao rácio
de cobertura, mas o objetivo da gestão do risco para esta relação não se altera, a CGD deverá ajustar
o respetivo rácio. Este rebalanceamento refere-se aos ajustamentos efetuados às quantidades
designadas do elemento coberto ou do instrumento de cobertura nesta relação com o intuito de manter
um rácio de cobertura de acordo com o objetivo de gestão de risco definido.
(i) Ocorra a aquisição de novos títulos e em que não seja designada uma nova relação de
cobertura para estes títulos adquiridos, mas antes seja utilizada a designação destes novos
títulos nesta relação de cobertura; ou,
(ii) Ocorra a alienação parcial dos títulos designados como elemento coberto nesta relação de
cobertura, e a CGD proceda ao rebalanceamento da relação de cobertura de forma que o
rácio de cobertura se mantenha em conformidade com o objetivo de gestão de risco definido.
A relação de cobertura deve ser descontinuada em todos os seus elementos quando, considerada no
seu todo, deixar de cumprir os critérios de qualificação, nomeadamente quando:
(i) A relação de cobertura deixa de cumprir o objetivo de gestão do risco com base no qual foi
qualificado para efeitos de contabilidade de cobertura;
(iii) Já não existe uma relação económica entre o elemento coberto e o instrumento de cobertura
ou o efeito do risco de crédito começa a dominar as alterações de valor que resultam dessa
relação económica.
O modelo de imparidade da norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” é aplicável aos seguintes ativos
financeiros:
Instrumentos de dívida mensurados ao justo valor por contrapartida de Outro Rendimento Integral
(FVTOCI);
Direitos e obrigações conforme referenciados pela IFRS 15 – “Réditos de contratos com clientes”,
nos casos em que esta norma remeta a contabilização para a IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”;
133
Ativos que traduzam o direito ao reembolso de pagamentos efetuados pela entidade na liquidação
de passivos reconhecidos no âmbito da IAS 37 – “Provisões, passivos contingentes e ativos
contingentes”; e,
Estes ativos financeiros são divididos em 3 grupos de risco, dependendo da degradação significativa de
risco de crédito:
Stage 1 - Ativos sem degradação significativa de risco de crédito desde o reconhecimento inicial;
Stage 2 - Ativos com degradação significativa de risco de crédito desde o reconhecimento inicial; e,
Dependendo da classificação do stage da operação, as perdas de crédito são estimadas de acordo com os
seguintes critérios:
Perdas esperadas a 12 meses: perda esperada resultante de um evento de perda que ocorre nos
12 meses após a data de cálculo, sendo aplicada para operações em stage 1; e,
Perdas esperadas lifetime: perda esperada obtida através da diferença entre os fluxos de caixa
contratuais e os fluxos de caixa que a entidade espera vir a receber até à maturidade do contrato.
Ou seja, a perda esperada resulta de todos os potenciais eventos de perda até à maturidade,
sendo aplicada para operações em stage 2 e 3.
A norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” não define um conceito de default, no entanto, a CGD aplica a
mesma definição de default utilizada para efeitos de gestão a nível interno do risco de crédito, a qual
incorpora as recomendações da EBA definidas no “Final Report on Guidelines on default definition (EBA-
GL-2016-07)” emitido em 28 de setembro de 2016.
A métrica quantitativa para determinar quando um ativo é transferido para stage 2 resulta da comparação
da degradação da probabilidade de default lifetime forward-looking desde o reconhecimento inicial até à
data de reporte.
Adicionalmente, foram considerados critérios qualitativos para transferência de um ativo financeiro para
stage 2, nomeadamente créditos com atraso superior a 30 dias (backstop), créditos reestruturados por
dificuldades financeiras e critérios objetivos de risco de crédito capturados no processo de monitorização
dos clientes.
O apuramento da perda esperada baseia-se em informações históricas e atuais, mas deve igualmente
incorporar cenários de projeções futuras que sejam fiáveis, razoáveis, suportáveis e disponíveis sem custo
ou esforço excessivo (forward-looking).
O valor da perda de crédito esperada a reconhecer considera assim uma componente forward-looking
incorporada através da ponderação de três cenários macroeconómicos distintos (cenário central, cenário
pessimista e cenário otimista). A definição dos cenários a considerar assenta numa abordagem
metodológica de projeção de variáveis macroeconómicas e as probabilidades de ocorrência de cada um
dos cenários são definidas a nível interno.
134
2.5 Ativos não correntes detidos para venda e grupos de ativos e passivos a alienar
A norma IFRS 5 – “Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas” é
aplicável a ativos isolados e também a grupos de ativos a alienar, através de venda ou outro meio, de forma
agregada numa única transação, bem como todos os passivos diretamente associados a esses ativos que
venham a ser transferidos na transação (denominados “grupos de ativos e passivos a alienar”).
Os ativos não correntes ou grupos de ativos e passivos a alienar são classificados como detidos para venda
sempre que seja expectável que o seu valor de balanço venha a ser recuperado através de venda e não de
uso continuado. Para que um ativo (ou grupo de ativos e passivos) seja classificado nesta rubrica é
necessária a verificação dos seguintes requisitos:
Deverá existir a expectativa de que a venda se venha a concretizar até um ano após a classificação
do ativo nesta rubrica.
Os ativos registados nesta rubrica não são amortizados, sendo valorizados ao menor entre o custo de
aquisição e o justo valor, deduzido dos custos a incorrer na venda. O justo valor destes ativos é determinado
com base em avaliações de peritos.
Caso o valor registado em balanço seja superior ao justo valor deduzido dos custos de venda, são
registadas perdas por imparidade na rubrica “Imparidade de outros ativos, líquida de reversões e
recuperações”.
São igualmente classificados nesta rubrica os imóveis e outros bens arrematados obtidos por recuperação
de créditos vencidos, os quais são registados pelo menor entre:
(ii) O valor de balanço, líquido de imparidade, dos créditos objeto de recuperação que lhe estejam
diretamente associados.
A CGD analisa periodicamente o valor recuperável dos imóveis recebidos por recuperação de créditos ou
outros imóveis reclassificados como ativos não correntes detidos para venda através de um modelo de
imparidade desenvolvido para o efeito.
Modelo de imparidade
O modelo de imparidade dos imóveis não correntes detidos para venda, é repartido entre imóveis
analisados em base individual e em base coletiva.
O apuramento de imparidade dos ativos imobiliários é determinado de forma individual para todos os
imóveis de valor contabilístico bruto igual ou superior a 3.000 mEuros e para os imóveis de valor
contabilístico bruto inferior mas com características específicas que justificam a análise individual.
A imparidade individual é determinada com base numa análise individual que valoriza cada imóvel de
acordo com a estratégia comercial de desinvestimento prosseguida para esse imóvel, incorporando toda a
informação disponível sobre a procura, a oferta e riscos específicos, nomeadamente a nível de
licenciamentos, necessidades de investimento, situações de ocupação, contratos de arrendamento ou
outros suscetíveis de influenciar o valor desse imóvel.
Para os restantes ativos imobiliários, a imparidade é determinada com base num modelo coletivo,
nomeadamente:
Este modelo de imparidade coletiva aplica-se a todos os imóveis não abrangidos por análise
individual, com exceção dos imóveis com contrato promessa de compra e venda (CPCV) ou em
processo de venda imediata (VIME), para os quais o valor recuperável corresponde ao valor
negociado para a sua alienação. São considerados válidos para efeito da presente valorização os
135
CPCV e os VIME cuja data para concretização ainda não tenha excedido os 30 dias. Caso seja
excedido este prazo, a imparidade é calculada com base nos parâmetros do modelo coletivo.
A reversão de perdas por imparidade reconhecidas em períodos anteriores é registada sempre que ocorre
a venda ou quando existem evidências de que as perdas por imparidade reconhecidas anteriormente já não
existem ou diminuíram. Uma perda por imparidade de um ativo reconhecida em períodos anteriores deve
ser revertida se houver uma alteração nas estimativas usadas para determinar o valor recuperável do ativo
desde que a última perda por imparidade foi reconhecida.
Pela venda dos bens arrematados procede-se ao abate do ativo, sendo o respetivo resultado determinado
nessa data pelo diferencial entre o valor de realização e o respetivo valor de balanço ajustado de
imparidade.
As propriedades de investimento não são amortizadas, sendo registadas ao justo valor, determinado
anualmente com base em avaliações de peritos. As variações no justo valor são refletidas em resultados,
nas rubricas de “Outros resultados de exploração”.
Os outros ativos tangíveis são registados ao custo de aquisição, reavaliado ao abrigo das disposições legais
aplicáveis e deduzido de amortizações e perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação,
manutenção e outras despesas associadas ao seu uso não incorporados no ativo são reconhecidos como
custo do exercício, na rubrica “Gastos gerais administrativos”.
Até 1 de janeiro de 2004 tinham sido realizadas pela CGD reavaliações de ativos tangíveis ao abrigo das
disposições legais aplicáveis. De acordo com o permitido pela Norma IFRS 1 – “Adoção pela primeira vez
das normas internacionais de relato financeiro”, na transição para as IFRS foi considerado como custo o
valor de balanço incorporando o efeito das referidas reavaliações, uma vez que o resultado das mesmas,
no momento em que foram efetuadas, correspondia genericamente ao custo ou ao custo depreciado
determinado de acordo com as normas internacionais de contabilidade, ajustado de forma a refletir as
alterações em índices de preços. Em Portugal, uma parcela correspondente a 40% do aumento das
amortizações que resulta dessas reavaliações não é aceite como custo para efeitos fiscais, sendo
registados os correspondentes impostos diferidos passivos.
As amortizações são calculadas numa base sistemática ao longo da vida útil estimada do bem, a qual
corresponde ao período em que se espera que o ativo esteja disponível para uso, conforme seguidamente
discriminado:
Equipamento
Mobiliário e material 8
Instalações interiores 3 - 10
Equipamento de segurança 4 - 10
As despesas com obras e beneficiações em imóveis ocupados pela CGD como locatário em regime de
locação operacional são capitalizadas nesta rubrica e amortizadas, em média, ao longo de um período de
10 anos.
136
As amortizações são registadas em custos do exercício.
Anualmente são realizadas análises no sentido de identificar evidências de imparidade em ativos tangíveis.
Sempre que o valor líquido contabilístico dos ativos tangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de
entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo em resultados
na rubrica “Imparidade de outros ativos, líquida de reversões e recuperações”. As perdas por imparidade
podem ser revertidas, também com impacto em resultados, caso subsequentemente se verifique um
aumento no valor recuperável do ativo.
A CGD avalia anualmente a adequação da vida útil estimada dos seus ativos tangíveis.
2.8 Locações
Locatário
A norma define um único molde de contabilização de contratos de locação, que emerge no reconhecimento
de um ativo sob direito de uso e de um passivo da locação para todos os contratos de locação à exceção
das locações com um período inferior a 12 meses ou para as locações que incidam sobre ativos de valor
reduzido, em que o locatário poderá optar pela isenção de reconhecimento prevista na IFRS 16, sendo que
nesse caso deverá reconhecer os pagamentos de locação associados a esses contratos como despesas.
A CGD considera um ativo subjacente de valor reduzido quando o valor desse ativo em novo é inferior a
4.688 Euros (conforme orientação fornecida pelo IASB - valor convertido de dólares para euros à taxa de
câmbio de fecho de dezembro de 2022).
Locador
As locações são classificadas como locações financeiras ou locações operacionais. Os ativos em regime
de locação financeira são registados no balanço como “Crédito a clientes”, sendo este reembolsado através
das amortizações de capital constantes do plano financeiro dos contratos. Os juros incluídos nas rendas
são registados como “Juros e rendimentos similares”.
Esta rubrica compreende essencialmente custos com a aquisição, desenvolvimento ou preparação para
uso de software utilizado na prossecução das atividades da CGD. Nos casos em que sejam cumpridos os
requisitos definidos na Norma IAS 38 – “Ativos intangíveis”, os custos internos diretos incorridos no
desenvolvimento de aplicações informáticas são capitalizados como ativos intangíveis. Estes custos
correspondem essencialmente a custos com pessoal.
Os ativos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por
imparidade acumuladas.
As amortizações são registadas numa base sistemática ao longo da vida útil estimada dos ativos, a qual
corresponde a um período compreendido entre os 3 e os 6 anos.
As despesas com manutenção de software são contabilizadas como custo no exercício em que são
incorridas.
Esta rubrica inclui participações nas quais a CGD se encontre exposta ou detenha direitos sobre os
resultados variáveis gerados no âmbito da atividade que esta desenvolva e, simultaneamente, no seu papel
de investidor, se encontre capacitada para influenciar o valor desses resultados através do exercício do
poder que detém (controlo de facto).
Inclui ainda as participações em que a CGD detenha uma influência significativa, mas sobre as quais não
exerce um controlo de facto sobre a sua atividade (“associadas”), assim como sociedades em que o controlo
é partilhado de forma equitativa com os restantes investidores ("empreendimentos conjuntos"). Assume-se
a existência de influência significativa sempre que a participação da CGD seja superior a 20% do capital ou
dos direitos de voto.
Estes ativos são registados ao custo de aquisição, sendo objeto de análises periódicas de imparidade.
137
Os dividendos são registados como proveitos no exercício em que é decidida a sua distribuição pelas filiais,
empreendimentos conjuntos e associadas.
Impostos correntes
A CGD está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Coletivas (Código do IRC), sendo tributada de acordo com o regime especial de tributação dos grupos de
sociedades previsto no artigo 69.º e seguintes do Código. O perímetro do grupo abrangido pelo referido
normativo, do qual a CGD é a entidade dominante, compreende todas as sociedades com sede ou direção
efetiva em Portugal e cuja totalidade dos rendimentos esteja sujeita ao regime geral de tributação em IRC
à taxa normal mais elevada, nas quais esta detenha, direta ou indiretamente, uma participação de pelo
menos 75% no capital social por um período superior a 1 ano e esta participação lhe confira mais de 50%
dos direitos de voto. O lucro tributável do grupo é calculado pela soma algébrica dos lucros tributáveis e
prejuízos fiscais individuais das sociedades que integram o perímetro.
As contas das sucursais são integradas nas contas da sede ao abrigo do princípio da tributação do lucro
global previsto no artigo 4.º do Código do IRC. Para além da sujeição a IRC em Portugal, os resultados das
sucursais podem ainda ser sujeitos a impostos locais nos países ou territórios onde estas estão
estabelecidas. Os impostos locais são dedutíveis à coleta de IRC do grupo, a título de crédito de imposto
por dupla tributação jurídica internacional, nos termos do artigo 91.º do respetivo Código.
O imposto corrente é calculado com base no lucro tributável, o qual difere do resultado contabilístico devido
a ajustamentos resultantes de gastos ou rendimentos não relevantes para efeitos fiscais ou que apenas
serão considerados noutros períodos contabilísticos, destacando-se os seguintes:
Nos termos do artigo 66.º do Código do IRC, são imputados à CGD, na proporção da sua participação
e independentemente de distribuição, os lucros obtidos por entidades não residentes submetidas a
um regime fiscal claramente mais favorável, desde que a CGD detenha, direta ou indiretamente, pelo
menos 25% do capital, dos direitos de voto ou dos direitos sobre os rendimentos ou os elementos
patrimoniais dessas entidades.
Considera-se que uma entidade está submetida a um regime claramente mais favorável quando:
(i) O território de residência da mesma constar de Portaria aprovada por membro do Governo
responsável pela área das finanças; ou,
(ii) O imposto sobre os lucros efetivamente pago seja inferior a 50% do imposto que seria devido
nos termos do Código do IRC.
A imputação dos lucros em questão é feita no exercício que integrar o termo do período de tributação
da entidade não residente e corresponde ao lucro líquido obtido por esta, de acordo com a proporção
do capital detido pela CGD. O valor dos rendimentos imputados será dedutível ao lucro tributável do
exercício em que os referidos lucros sejam distribuídos à CGD. A CGD não regista impostos diferidos
relativos a esta situação.
Em 4 de setembro de 2019, foi publicada a Lei n.º 98/2019, que altera o Código do IRC em matéria
de imparidades das instituições de crédito e outras instituições financeiras e cria regras aplicáveis às
perdas por imparidade registadas nos períodos de tributação com início anterior a 1 de janeiro de
2019, ainda não aceites fiscalmente. De acordo com este novo regime, passam a ser integralmente
dedutíveis as perdas por imparidade para risco de crédito relativas a exposições analisadas em base
individual ou em base coletiva registadas nos períodos de tributação com início em, ou após, 1 de
janeiro de 2019, reconhecidas nos termos das normas contabilísticas e regulamentares aplicáveis
(com as exceções previstas no n.º 7 do artigo 28.º-C do Código do IRC). Às perdas por imparidade e
outras correções de valor para risco específico de crédito que tenham sido contabilizadas nos períodos
de tributação anteriores, continuam a aplicar-se as regras em vigor até 31 de dezembro de 2018, ou
seja, limitando a dedutibilidade fiscal aos montantes apurados de acordo com as disposições do Aviso
n.º 3/95 do Banco de Portugal (entretanto revogado) e desde que, nomeadamente, os créditos não se
encontrassem cobertos por direitos reais sobre bens imóveis.
138
De acordo com as disposições do artigo 4.º da nova Lei, em 31 de outubro de 2019 a CGD formalizou
a sua intenção de adesão ao novo regime para os períodos de tributação iniciados em 1 de janeiro de
2019 mediante comunicação dirigida ao Diretor-Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, passando
esta a ser-lhe aplicável a partir desse exercício fiscal.
Conforme disposições do n.º 2 do artigo 28.º-A do CIRC, são consideradas dedutíveis as perdas por
imparidade em títulos e outras aplicações registadas de acordo com as normas contabilísticas
aplicáveis às entidades sob supervisão do Banco de Portugal.
Com a publicação da Lei n.º 42/2016, foi alterado o artigo 51.º- C do CIRC, mediante aditamento do
seu n.º 6, o qual dispõe, para os exercícios de 2017 e seguintes, que as perdas por imparidade e
outras correções de valor de partes sociais ou de outros instrumentos de capital próprio que tenham
concorrido para a formação do lucro tributável consideram-se componentes positivas do lucro
tributável no período de tributação em que ocorra a respetiva transmissão onerosa. Em resultado desta
situação, a CGD passou a reconhecer impostos diferidos passivos para imparidades em participações
financeiras aceites fiscalmente no momento da sua constituição para as quais exista uma intenção de
venda ou liquidação (ou estas já se encontrem em curso), as quais, em 31 de dezembro de 2022 e 31
de dezembro de 2021, ascendiam a 42.776 mEuros e 30.055 mEuros, respetivamente.
A CGD tem vindo a considerar como fiscalmente aceites para determinação da matéria coletável os
encargos com o pessoal suportados e registados contabilisticamente, incluindo, entre outros, os
associados às responsabilidades com pensões e outros benefícios pós-emprego, até ao limite das
contribuições efetivamente entregues ao Fundo de Pensões. Este procedimento releva o
entendimento do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais relativo a esta matéria, de 19 de janeiro
de 2006, de acordo com o qual são dedutíveis para efeitos do apuramento do lucro tributável os
montantes registados em custos, nos termos dos normativos contabilísticos aplicáveis, mas com o
limite da contribuição efetivamente entregue ao Fundo de Pensões, no próprio exercício ou em
exercícios anteriores, e atendendo às regras previstas no artigo 43.º do Código do IRC.
Ainda neste âmbito e em resultado da alteração da política contabilística relativa ao reconhecimento
de ganhos e perdas atuariais com planos de pensões e outros benefícios pós-emprego ocorrida com
referência a 31 de dezembro de 2011, o saldo dos encargos líquidos diferidos que se encontrava
registado no balanço da CGD nessa data foi integralmente reconhecido por contrapartida de Reservas.
Atendendo a que a componente relativa a responsabilidades com pensões, no valor de 60.837
mEuros, cumpria os requisitos previstos no artigo 183.º da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro, as
variações patrimoniais negativas originadas no exercício de 2011, as quais não relevaram para efeitos
fiscais nesse período, foram reconhecidas como uma dedução ao lucro tributável, em partes iguais,
nos dez exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2012.
139
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a CGD não tinha registados impostos
diferidos para ganhos e perdas atuariais ou financeiras com o seu plano de pensões que se
encontrassem associados a colaboradores no ativo.
- Resultado da liquidação
Nos termos do artigo 92.º do Código do IRC, a coleta, líquida das deduções relativas à dupla tributação
internacional e benefícios fiscais, não pode ser inferior a 90% do montante que seria determinado se
o sujeito passivo:
A referida limitação não se aplica aos benefícios fiscais previstos no n.º 2 do mesmo artigo.
A CGD não apurou quaisquer ajustamentos na determinação da sua coleta relativa ao exercício de
2022 e ao exercício de 2021 em resultado da aplicação deste artigo.
Impostos diferidos
O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os impostos
diferidos.
Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias
tributáveis, enquanto os impostos diferidos ativos só são reconhecidos até ao montante em que seja
provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes diferenças
tributárias dedutíveis ou de reporte de prejuízos fiscais. Adicionalmente, não são registados impostos
diferidos ativos nos casos em que a sua recuperabilidade possa ser questionada devido a outras situações,
incluindo por diferentes interpretações da legislação fiscal em vigor.
Não são igualmente registados impostos diferidos relativos a diferenças temporárias originadas no
reconhecimento inicial de ativos e passivos em transações que não afetem o resultado contabilístico ou o
lucro tributável.
As principais situações que originam diferenças temporárias no âmbito da atividade da CGD correspondem
a provisões, imparidades e benefícios dos empregados temporariamente não aceites fiscalmente.
Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em vigor à
data da reversão das diferenças temporárias, as quais correspondem às taxas aprovadas ou
substancialmente aprovadas na data de balanço.
Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são refletidos nos resultados do período, exceto
nos casos em que as transações que os originaram tenham sido refletidas noutras rubricas de capital
próprio. Nestas situações, o correspondente imposto é igualmente refletido por contrapartida de capital
próprio.
Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de
eventos passados relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos e este possa ser
determinado com fiabilidade. O montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a
desembolsar para liquidar a responsabilidade na data do balanço.
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos
contingentes são apenas objeto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja
remota.
140
Contingências judiciais, fiscais, e outras resultantes da atividade do CGD.
As responsabilidades com benefícios dos empregados são reconhecidas de acordo com os princípios
estabelecidos pela Norma IAS 19 – “Benefícios dos empregados”. Os principais benefícios concedidos pela
CGD incluem pensões de reforma e sobrevivência, encargos com saúde e outros benefícios de longo prazo.
A CGD estabeleceu um plano de pensões de benefício definido, o qual tem por objetivo garantir o
pagamento de pensões de reforma, invalidez e sobrevivência aos seus empregados. Adicionalmente, a
assistência médico-social aos empregados no ativo e pensionistas da sede está a cargo dos Serviços
Sociais da Caixa Geral de Depósitos (Serviços Sociais), que são financiados através de contribuições da
sede e dos empregados.
A CGD tem ainda responsabilidades com as contribuições para os Serviços de Assistência Médico-Social
(SAMS) relativas aos colaboradores do Ex-BNU reformados até à data da fusão deste banco com a CGD,
ocorrida em 23 de julho de 2001.
Os custos do exercício com pensões de reforma e encargos com saúde, incluindo o custo dos serviços
correntes e os encargos líquidos com juros, são refletidos de forma agregada na rubrica apropriada de
“Custos com pessoal”.
O impacto da passagem à reforma de colaboradores antes da idade normal de reforma definida no estudo
atuarial é refletido diretamente em "Custos com pessoal". Adicionalmente, a CGD regista um passivo
específico correspondente ao impacto da passagem à situação de inativo de trabalhadores com os quais
celebrou acordos de suspensão da prestação de trabalho. Esta provisão é igualmente registada por
contrapartida de resultados, na rubrica “Custos com pessoal”.
Nos termos estabelecidos na IAS 19, a CGD reconheceu na Demonstração de Resultados de 2022, na
rubrica de custos com pessoal, o prémio suportado com a operação que corresponde à diferença entre o
valor das responsabilidades calculado numa perspetiva de continuidade (going concern scenario) e o valor
definido na operação, calculado num perspetiva de liquidação de responsabilidades (settlement scenario).
A transação prevê um Mecanismo de Compensação da GGD à CGA por eventuais desvios entre as taxas
de crescimento dos salários e pensões utilizadas como pressupostos na operação e as efetivas. Esta
compensação será avaliada em 2028 com dados até dezembro de 2027 e terá um valor máximo de
320.000mEuros.
De acordo com as normas contabilísticas, designadamente a IAS 37, a Caixa tem que registar nas suas
demonstrações financeiras o passivo contingente associado a este Mecanismo de Compensação. A
avaliação realizada no contexto da preparação das demonstrações financeiras de dezembro de 2022
conduziu à conclusão de este Mecanismo ter valor nulo neste momento, atendendo, quer à capacidade de
gestão que a Caixa tem das várias componentes remuneratórias com impacto no crescimento das
remunerações e pensões do universo de beneficiários, cujas responsabilidades estão a ser transferidas
para a CGA, quer ao grau de o conservadorismo das premissas subjacentes à transferência.
141
As responsabilidades para encargos com saúde encontram-se registadas numa rubrica de "Provisões para
encargos com benefícios de empregados" (Nota 22).
A CGD tem ainda outras responsabilidades por benefícios de longo prazo concedidos a trabalhadores,
incluindo responsabilidades com reformas antecipadas, prémios de antiguidade e subsídio por morte antes
da idade normal de reforma. O subsídio por morte após a idade normal de reforma está abrangido pelo
Fundo de Pensões.
As responsabilidades com estes benefícios são igualmente determinadas com base em avaliações
atuariais. Os ganhos e perdas atuariais observados são integralmente reconhecidos por contrapartida de
resultados do exercício, conforme disposições do IAS 19 – “Benefícios dos empregados” relativamente à
natureza dos benefícios identificados.
As responsabilidades para encargos com prémios de carreira e subsídios por morte encontram-se
registadas em rubricas de "Outros passivos" (Nota 24) e "Provisões para encargos com benefícios de
empregados" (Nota 22), respetivamente.
Os benefícios de curto prazo, incluindo prémios de produtividade pagos aos colaboradores pelo seu
desempenho, são refletidos em “Custos com pessoal” (Nota 32) no exercício a que respeitam, de acordo
com o princípio da especialização de exercícios.
2.14 Comissões
Conforme referido na Nota 2.4, as comissões relativas a operações de crédito e outros instrumentos
financeiros, nomeadamente comissões cobradas ou pagas diretamente imputáveis à sua originação, são
reconhecidas ao longo do período destas operações em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e
encargos similares” (Nota 27).
As comissões por serviços prestados são normalmente reconhecidas como proveito ao longo do período
de prestação do serviço ou de uma só vez, se corresponderem a uma compensação pela execução de atos
únicos.
Para efeitos da preparação da demonstração de fluxos de caixa, a CGD considera como “Caixa e seus
equivalentes” o total das rubricas “Caixa e disponibilidades em bancos centrais” e “Disponibilidades em
outras instituições de crédito” (Notas 3 e 4).
2.17 Estimativas contabilísticas críticas e aspetos julgamentais mais relevantes na aplicação das políticas
contabilísticas
Na aplicação das políticas contabilísticas acima descritas é necessária a realização de estimativas pela
Comissão Executiva da CGD. As estimativas com maior impacto na preparação das demonstrações
financeiras separadas incluem as abaixo apresentadas:
As perdas por imparidade em crédito concedido valorizado ao custo amortizado são determinadas de
acordo com a metodologia definida na Nota 2.4 d). Esta avaliação resulta da ponderação de um conjunto
de fatores que refletem o conhecimento da realidade dos clientes, o tratamento de dados históricos, o valor
das garantias associadas às operações em questão, entre outros, apresentando como tal um elevado grau
de julgamento.
142
A CGD considera que a imparidade determinada com base nesta metodologia permite refletir de forma
adequada o risco associado à sua carteira de crédito concedido, tendo em conta as regras definidas pela
IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”.
b) Determinação de perdas por imparidade em instrumentos de dívida valorizados ao justo valor por
contrapartida de outro rendimento integral
De acordo com os requisitos de valorização destes ativos, as variações do justo valor são reconhecidas por
contrapartida de outro rendimento integral. Sempre que, em resultado das análises efetuadas (Nota 2.4 d)),
seja determinada a existência de imparidade, o valor da perda assim determinado é reclassificado de outro
rendimento integral para custos do período.
Esta avaliação é realizada com recurso a informação disponível no mercado e inclui a utilização de
pressupostos e julgamentos na sua modelização cuja alteração poderia determinar diferentes resultados.
No entanto, é entendimento da CGD que a imparidade determinada com base nesta metodologia permite
refletir de forma adequada o risco associado a estes ativos, tendo em conta as regras definidas pela IFRS
9 – “Instrumentos financeiros”.
De acordo com a Norma IFRS 9 – “Instrumentos financeiros“, a CGD valoriza ao justo valor todos os
instrumentos financeiros, com exceção dos registados ao custo ou ao custo amortizado. Na valorização de
instrumentos financeiros não negociados em mercados líquidos são utilizados modelos e técnicas de
valorização, tal como descrito na Nota 2.4. As valorizações obtidas correspondem à melhor estimativa do
justo valor dos referidos instrumentos na data do balanço. De modo a assegurar uma adequada segregação
de funções, a valorização destes instrumentos financeiros é determinada por um órgão independente da
função de negociação.
d) Valorização dos ativos não correntes detidos para venda – investimentos em filiais
A valorização dos investimentos em filiais registados nas rubricas de “Ativos não correntes detidos para
venda” tem por base metodologias de avaliação suportadas maioritariamente em avaliações externas, as
quais recorrem a diferentes técnicas de apuramento de justo valor, considerando as estimativas do órgão
de gestão para cada entidade, as condições de mercado em que atuam e determinados pressupostos ou
julgamentos. Metodologias alternativas e a utilização de diferentes pressupostos e estimativas poderiam ter
como resultado um nível diferente de valorização destes investimentos.
Conforme referido na Nota 2.13, as responsabilidades da CGD por benefícios pós-emprego e outros
benefícios de longo prazo concedidos aos seus empregados são determinadas com base em avaliações
atuariais. Estas avaliações atuariais incorporam pressupostos financeiros e atuariais relativos a
mortalidade, invalidez, crescimentos salariais e de pensões, rendibilidade dos ativos afetos à cobertura
destas responsabilidades e taxa de desconto, entre outros. Os pressupostos adotados correspondem à
melhor estimativa da CGD e dos seus atuários do comportamento futuro das respetivas variáveis.
Os impostos sobre os lucros (correntes e diferidos) são determinados pela CGD com base nas regras
definidas pelo enquadramento fiscal em vigor. No entanto, em algumas situações, a legislação fiscal não é
suficientemente clara e objetiva e pode dar origem a diferentes interpretações. Nestes casos, os valores
registados resultam do melhor entendimento dos órgãos responsáveis da CGD sobre o correto
enquadramento das suas operações, o qual é no entanto suscetível de ser questionado por parte das
autoridades fiscais.
O reconhecimento de impostos diferidos ativos pela CGD, incluindo aqueles que são relativos a prejuízos
fiscais reportáveis, tem por base a expectativa de lucros fiscais tributáveis futuros que permitam a sua
realização, determinados com base nas projeções de resultados contabilísticos mais atuais e considerando
o objetivo estabelecido para a redução de ativos non-performing. As projeções dos resultados fiscais foram
preparadas no pressuposto da manutenção das regras de dedutibilidade de perdas por imparidade em
crédito e outros valores a receber existentes em 31 de dezembro de 2018. Desta forma, a recuperabilidade
dos impostos diferidos ativos depende da concretização da estratégia do Conselho de Administração da
CGD, nomeadamente da capacidade de gerar os resultados tributáveis estimados e da interpretação
efetuada quanto ao quadro legal a vigorar no futuro (Nota 16).
143
g) Valorizações de imóveis
A valorização dos imóveis registados nas rubricas de "Ativos não correntes detidos para venda" considera
um conjunto de pressupostos julgamentais que dependem das características específicas de cada ativo e
da estratégia da CGD para a sua comercialização. Os pressupostos relativos a acontecimentos futuros
poderão não se concretizar ou, mesmo que se concretizassem, os resultados reais poderão ser diferentes.
A título de exemplo, podem verificar-se alterações ao nível das expectativas do mercado imobiliário, de
variáveis macroeconómicas relevantes ou ao nível de características intrínsecas do próprio imóvel e da
envolvente física circundante.
Conforme referido na Nota 2.12, são reconhecidas provisões sempre que exista uma obrigação presente
(legal ou construtiva), de que seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido no futuro e este possa
ser mensurado com fiabilidade.
Os passivos contingentes não são registados nas demonstrações financeiras, sendo objeto de divulgação
caso a possibilidade de virem a ser realizados pagamentos não seja classificada como remota.
A CGD avalia anualmente com referência ao final do exercício o valor recuperável dos investimentos em
filiais, associadas e empreendimentos conjuntos. O valor recuperável é determinado com base em
metodologias de avaliação suportadas em técnicas de fluxos de caixa descontados, considerando a
estratégia do Conselho de Administração para cada entidade, as condições de mercado e o valor temporal
e os riscos de negócio para os quais são utilizados determinados pressupostos ou julgamento no
estabelecimento de estimativas de justo valor.
144
3. Caixa e disponibilidades em bancos centrais
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
20.779.565 22.084.814
20.781.275 22.081.560
Os depósitos à ordem no Banco de Portugal visam satisfazer as exigências de reservas mínimas do Sistema
Europeu de Bancos Centrais (SEBC).
145
4. Disponibilidades em outras instituições de crédito
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Cheques a cobrar
45.410 22.014
368.023 345.140
417.571 368.601
Os cheques a cobrar correspondem a cheques sobre clientes de outros bancos enviados para
compensação. Estes valores são cobrados nos primeiros dias do período subsequente.
146
5. Aplicações em instituições de crédito
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Depósitos a prazo
Empréstimos
Outras aplicações
1.777.559 1.867.725
1.780.015 1.868.889
1.779.287 1.867.041
147
6. Ativos financeiros ao justo valor através de resultados
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Ao justo valor Ao justo valor
Detidos para Detidos para
através de Total através de Total
negociação negociação
resultados resultados
Instrumentos de dívida
De emissores públicos
De outros emissores
Instrumentos de capital
Unidades de participação
Na sequência da cedência dos referidos ativos (para a própria sociedade ou para sociedades detidas pelo
veículo no qual a CGD detém a sua participação), estes foram desreconhecidos do balanço, dado ter-se
concluído que se encontravam cumpridos os requisitos previstos na IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”,
nomeadamente a transferência de parte substancial dos riscos e benefícios associados às operações de
crédito, assim como do respetivo controlo. De referir que as sociedades veículo, nas quais a CGD detém
uma participação minoritária, retêm autonomia na sua gestão. De forma a assegurar a neutralidade das
operações no momento da sua concretização, as imparidades afetas a perdas estimadas nos ativos
transferidos foram imputadas ao valor da participação nas respetivas sociedades veículo que lhes estão
148
associadas. Posteriormente ao seu registo inicial, estas posições refletem a revalorização do património
destas sociedades.
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a exposição mantida pela CGD nesses ativos
apresenta o seguinte detalhe:
31-12-2022 31-12-2021
Nexponor - Sociedade Especial de Investimento Imobiliário de Capital Fixo - SICAFI 3.255 3.255
158.331 391.992
A valorização dos fundos de cedência de ativos considera uma análise efetuada pela CGD ao valor
recuperável do património de cada fundo, pelo que o valor registado pode ser inferior ao respetivo NAV (Net
Asset Value) calculado e divulgado pelas sociedades gestoras. Os critérios internos de valorização
aplicados a estes fundos encontram-se detalhados na Nota 40 - “Divulgações relativas a instrumentos
financeiros”, no capítulo “Fundos de Reestruturação”.
Acordo para a venda de participações detidas em fundos de reestruturação e outros ativos (Projeto Crow)
A CGD e os restantes participantes (“vendedores”) lançaram em 2021, através da sociedade gestora ECS
Capital, um processo de venda organizado e competitivo de 100% das ações do fundo FLIT - PTREL SICAV
(“FLIT”), 100% das unidades de participação do Fundo de Recuperação Turismo, FCR (“FRT”) e ainda de
alguns ativos hoteleiros do Fundo de Recuperação, FCR (“Projeto Crow”).
Após a celebração, no dia 12 de Agosto de 2022, dos contratos de compra e venda e outros acordos com
uma sociedade relacionada com a Davidson Kempner Capital Management LP (“compradora”), os
vendedores, concluíram em 29 de dezembro de 2022, o Projeto Crow através da implementação dos
contratos, na sequência da verificação das condições suspensivas contratuais aí estipuladas.
b. as ações que os vendedores tinham no FLIT juntamente com os ativos detidos direta e
indiretamente por si, foram também vendidos à Compradora.
Antes da venda:
(iii) alguns ativos hoteleiros detidos indiretamente pelo Fundo Recuperação, FCR foram adquiridos
indiretamente pelo FLIT (carve-in)
(iv) alguns ativos detidos indiretamente pelo FLIT e pelo Fundo de Recuperação Turismo, FCR
foram transferidos para os vendedores (carve-out).
149
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o valor de balanço dos fundos de investimento
mobiliário e imobiliário geridos por entidades do Grupo registados na carteira de ativos financeiros ao justo
valor por contrapartida de resultados era o seguinte:
31-12-2022 31-12-2021
Fundos de Fundos de Fundos de Fundos de
Investimento Investimento Investimento Investimento
Mobiliário Imobiliário Mobiliário Imobiliário
150
7. Ativos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Instrumentos de dívida
1.720.524 5.270.843
1.856.874 5.415.967
1.856.874 5.415.687
A redução dos instrumentos de dívida enquadra-se na gestão dos excedentes de liquidez, sendo
principalmente explicada pela diminuição da componente de títulos de curto prazo, para tal contribuindo o
vencimento de instrumentos detidos.
31-12-2022 31-12-2021
Reserva de Reserva de
Valor Balanço Valor Balanço
justo valor justo valor
A CGD optou por classificar e mensurar o instrumento de capital acima referido pelo justo valor através de
outro rendimento integral em conformidade com a opção prevista na IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”
(Nota 2.4). Os critérios internos de valorização aplicados a estes fundos encontram-se detalhados na Nota
40 - “Divulgações relativas a instrumentos financeiros”, no capítulo “Fundos de Reestruturação”.
151
8. Derivados
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, estas operações encontram-se valorizadas de
acordo com os critérios descritos na Nota 2.4 c). Nestas datas, o seu montante nocional e o valor
contabilístico apresentavam a seguinte desagregação:
31-12-2022
Swaps
Swaps Cambiais 68.567 (12.656) - - 55.911
Futuros
Opções
Divisas 13 (1) - - 12
152
31-12-2021
Swaps
Futuros
Futuros de Cotações - - - - -
Outros Futuros - - - - -
Opções
Divisas 32 (21) - - 11
O valor dos ajustamentos relativos a CVA (Credit Value Adjustments) e DVA (Debit Value Adjustments)
encontra-se detalhado na Nota 40.
153
A distribuição das operações com instrumentos financeiros derivados em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021 por prazos residuais apresenta o seguinte detalhe (por montante nocional):
31-12-2022
> 3 meses > 6 meses > 1ano
<= 3 meses > 5 anos Total
<= 6 meses <= 1 ano <= 5 anos
Swaps
Swaps Cambiais
Opções
Divisas e Cotações
154
31-12-2021
> 3 meses > 6 meses > 1ano
<= 3 meses > 5 anos Total
<= 6 meses <= 1 ano <= 5 anos
Forwards Cambiais
Swaps
Swaps Cambiais
Swaps de Cotações
Futuros
Futuros de Cotações
Outros Futuros
Opções
Divisas e Cotações
155
A distribuição das operações com instrumentos financeiros derivados em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021 por tipo de contraparte apresenta o seguinte detalhe:
31-12-2022 31-12-2021
Valor Valor Valor Valor
Nocional Contabilístico Nocional Contabilístico
Forwards Cambiais
Forwards Bond
Outras - - - 6.653
- - - 6.653
Swaps
Swaps Cambiais
Swaps de Cotações
- - 1.920 (158)
Interest rate swaps e cross currency
interest rate swaps
Futuros
492.219 - 1.887.288 -
Futuros de Cotações
Em Bolsa - - 1.418 -
- - 1.418 -
Outros Futuros
Em Bolsa - - 2.517.930 -
- - 2.517.930 -
Opções
156
9. Contabilidade de cobertura
Conforme referido na Nota 2.4 c), a CGD realiza operações com instrumentos derivados com o objetivo de
cobrir a sua exposição a riscos inerentes à sua atividade. No exercício de 2022 e exercício de 2021, a opção
de aplicação da contabilidade de cobertura de acordo com os requisitos definidos pela IFRS 9 incidiu sobre
o modelo de coberturas de variação de justo valor associadas a risco de taxa de juro da sua carteira de
títulos, assim como de dívida não subordinada emitida ao abrigo do programa EMTN.
Os derivados de cobertura são valorizados pelo seu justo valor, sendo as respetivas variações reconhecidas
por contrapartida de resultados. O justo valor dos instrumentos financeiros derivados não transacionados
em mercados organizados é apurado através de modelos internos que incorporam técnicas de valorização
baseadas em fluxos de caixa descontados e que recorrem, sempre que disponíveis, a dados observáveis
de mercado. De acordo com os critérios de classificação da hierarquia de justo valor apresentados na Nota
40, estes instrumentos encontram-se classificados no nível 2.
No âmbito da Estratégia de Gestão do Risco de Taxa de Juro do Balanço do Grupo CGD, a qual se encontra
em consonância com os princípios previstos na Política Corporativa de Gestão do Risco de Taxa de Juro
do Balanço e com a declaração de Apetência pelo Risco da Instituição, e que visa o princípio de redução
da volatilidade da margem financeira e do capital do banco face a variações das taxas de juro, bem como
no âmbito das Guidelines sobre os portfolios de títulos da carteira bancária ao justo valor através de outro
rendimento integral, que estabelecem, entre outras regras, limites ao risco de taxa de juro que pode ser
incorrido pela detenção desses títulos, alguns portfolios desta carteiras são objeto de realização de
operações de coberturas para assegurar o cumprimento dos limites estabelecidos nas Guidelines.
O objetivo destas coberturas visa reduzir a exposição ao risco de taxa de juro dos títulos de dívida e traduz-
se em limitar o impacto em capital próprio decorrente das alterações de valor dos títulos de dívida da carteira
bancária ao justo valor através de outro rendimento integral, essencialmente títulos de divida soberana,
relativos às variações da taxa de juro de mercado (benchmark rate), ou seja, a alterações na estrutura
temporal das taxas de juro. Para tal, são realizadas operações de cobertura através da contratação de
swaps de taxa de juro e/ou de Futuros de taxa de juro sobre obrigações da República Alemã. Assim, o
efeito das alterações de valor dos ativos que respeitam às variações da taxa de juro de mercado são
reconhecidas em resultados, compensando o efeito das alterações de valor dos swaps de taxa de juro e
dos Futuros de taxa de juro sobre as obrigações soberanas alemãs que são igualmente reconhecidos em
resultados. De salientar que o risco de crédito inerente aos emitentes dos títulos de dívida não está
contemplado como parte da relação desta cobertura.
Tendo em consideração as características dos títulos de divida e a relação de cobertura que se pretende
designar, o elemento coberto de cada título de dívida corresponderá à componente da taxa de juro de
referência (benchmark component). Esta componente é identificável separadamente através das curvas de
taxa de juro observáveis na data de designação da cobertura, pelo que o elemento coberto é representado
por uma obrigação exatamente com as mesmas condições contratuais que a obrigação detida mas com
uma taxa de juro fixa que corresponda à taxa de juro sem risco (benchmark rate) aplicável para o prazo
residual do elemento coberto, tendo em consideração a estrutura temporal de taxas de juro.
Conforme acima referido, as coberturas são realizadas através de operações de swaps de taxa de juro e
de futuros de taxas juro de juro cujo DV01 é praticamente equivalente ao obtido ao elemento coberto
designado para a relação de cobertura. De acrescentar que em relação aos futuros de taxa de juro, uma
vez que estes têm maturidade de 3 meses, são efetuados roll-over destes derivados sendo a quantidade
dos contratos ajustada pelas quantidades necessárias para satisfazer as alterações no rácio DV01, de tal
forma que a cobertura das alterações de justo valor atribuídas a variações na taxa de juro de mercado
corresponda a 100%.
Por fim, em termos dos requisitos de eficácia da cobertura, informa-se que o rácio de cobertura da relação
de cobertura deve ser idêntico ao que resulta da quantidade do elemento coberto que a entidade cobre
efetivamente e da quantidade do instrumento de cobertura que a entidade utiliza efetivamente para cobrir
essa quantidade do elemento coberto. Assim sendo, considerando a estratégia adotada pela CGD de
efetuar a cobertura integral do risco de taxa de juro das obrigações, o rácio de cobertura a considerar é de
100%. No entanto, em cada data de reavaliação deverá ser feita uma avaliação de forma a ajustar as
quantidades de instrumentos de cobertura, de forma a satisfazer alterações na sensibilidade à taxa de
juro.Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a decomposição dos instrumentos de
cobertura apresenta o seguinte detalhe:
157
31-12-2022
31-12-2021
31-12-2022 31-12-2021
(*) Co rrespo nde à variação acumulada no exercício do justo valo r do s instrumento s co berto s asso ciado s a o peraçõ es de co bertura, co nsiderada para o apuramento da ineficácia da relação
No exercício de 2022, a CGD reconheceu prejuízos resultantes da componente de inefetividade nas suas
relações de cobertura que ascenderam a 3.813 mEuros (Nota 30).
158
10. Investimentos ao custo amortizado
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os saldos de investimentos ao custo amortizado
apresentam a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Instrumentos de dívida
12.623.646 11.683.914
De outros emissores
152.801 1.368.346
12.776.447 13.052.260
12.776.447 13.052.244
159
11. Crédito a clientes
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
43.280.264 38.622.356
Créditos afetos à emissão de obrigações hipotecárias
(Nota 20) 4.085.921 5.604.258
47.542.683 46.902.953
48.235.657 47.692.000
46.180.283 45.613.121
160
Outras operações de venda de créditos
Estavam igualmente incluídos créditos abatidos ao ativo no momento da transação, tendo sido
reconhecidos proveitos associados a essas operações de aproximadamente 15.765 mEuros
(Nota 35).
161
12. Ativos não correntes detidos para venda
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os saldos de ativos não correntes detidos para
venda apresentam a seguinte composição:
Filiais
310.654 354.278
Filiais
(183.422) (233.589)
127.232 120.689
No quadro dos compromissos negociados entre o Estado Português, enquanto acionista único da CGD, e
as competentes autoridades europeias, a CGD encetou um conjunto de ações tendentes à alienação das
participações no Banco Caixa Geral – Brasil, S.A. (BCG – Brasil) e no Banco Comercial do Atlântico na
República de Cabo Verde. Em resultado direto desta situação, os saldos dos investimentos realizados
nestas entidades, líquidos das respetivas imparidades, foram reclassificados da classe de “Investimentos
em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos” para “Ativos não correntes detidos para venda”.
No que concerne ao processo de alienação do BCG Brasil, o mesmo foi num primeiro momento
condicionado pelo período de instabilidade política que afetou o país durante o exercício de 2018, tendo
introduzido alguns atrasos na conclusão de diversas iniciativas que se encontravam inicialmente
programadas, que só puderam ser desenvolvidas no decurso de 2019. Neste âmbito, foi especialmente
relevante a aprovação pelo Governo em agosto de 2019, do caderno de encargos da venda direta das
ações do BCG Brasil, detidas direta e indiretamente pela Caixa Geral de Depósitos.
Ainda no decurso de 2019 foi aprovada a redução do capital do BCG Brasil e da CGD Investimentos para
71.689 mEuros e 2.732 mEuros, respetivamente (taxa de câmbio dezembro 2019) enquanto elementos
preparatórios ao processo de venda em curso.
Em 4 de setembro de 2019, o Governo Português selecionou três investidores para participar da Fase II,
iniciada em 25 de setembro (após a publicação, em 24 de setembro, da Ordem Ministerial com prazos para
a Fase II) e na qual os licitantes puderam realizar uma due diligence abrangente no BCG - Brasil e interagir
com a CGD em questões estratégicas, além de aspetos chave subjacentes aos documentos da transação.
As ofertas vinculativas foram recebidas em 16 de dezembro de 2019, sendo que nenhuma das propostas
recebidas foi considerada aceitável por parte da CGD, pelo que o processo foi encerrado sem sucesso.
No decorrer do exercício de 2020, e apesar dos efeitos de incerteza introduzidos pelo atual contexto
pandémico, foram retomadas as iniciativas conducentes à avaliação da oportunidade de iniciar novos
contactos junto de potenciais investidores. Apesar das diversas iniciativas encetadas com vista à alienação
do banco, não foi possível até à presente data concluir com sucesso este processo, tendo contribuído de
forma significativa para esta situação o contexto de elevada instabilidade político-económica que tem
162
caracterizado não só o Brasil, mas o mundo na sua globalidade, destacando-se os efeitos da crise
Pandémica e mais recentemente da guerra em curso entre os estados da Ucrânia e da Rússia.
Nestes termos, o BCG Brasil encontra-se classificado no segmento de linhas de negócio “Outros” (Nota
36).
Em virtude de uma revisão pontual dos compromissos assumidos com a DGComp no âmbito do processo
de recapitalização, a Caixa Geral de Depósitos, S.A. deliberou, em janeiro de 2019, a alienação da sua
participação acionista no Banco Comercial do Atlântico na República de Cabo Verde (BCA), iniciando o
processo e o desenvolvimento dos respetivos trâmites legais e processuais. Em setembro de 2019 foi
publicado o Decreto-Lei n.º 146/2019, que aprova os termos em que deverá decorrer a alienação, total ou
parcial, das ações que a CGD possui no capital social do BCA. Desde essa data foram concretizadas
diversas iniciativas com vista à seleção de potenciais investidores como condição prévia à evolução do
processo negocial.
Em novembro de 2021, foi dado como concluído, sem sucesso, o processo de venda do BCA que estava
em curso desde 2019, pelo que deixaram de estar reunidas as condições estabelecidas na IFRS 5 para a
manutenção desta filial como ativo não corrente detido para venda, passando a ser reclassificado na classe
de “Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos”.
Em setembro de 2022 a CGD foi notificada pela Secretaria de Estado do Tesouro (Despacho nº 267/2022-
SET) da autorização para relançamento do processo de venda com o objetivo de identificar e selecionar
potenciais investidores e recolher intenções de compra através do recebimento de ofertas não vinculativas
(NBO). Em resultado destas orientações, a Comissão Executiva de 14 de novembro de 2022 apreciou os
resultados da prospeção de mercado encetada pelo Caixa-BI tendo aprovado favoravelmente o
relançamento do processo de venda e o respetivo calendário de implementação, pelo que, em 31 de
dezembro de 2022 se encontravam reunidas as condições para classificação do BCA como ativo não
corrente detido para venda ao abrigo da IFRS 5, tendo o Grupo procedido à reclassificação dos ativos e
passivos do Banco Comercial Atlântico (Cabo Verde), para rubricas de “Ativos e passivos não correntes
detidos para venda – Filiais” ao abrigo da IFRS 5 – “Ativos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas”. Ainda ao abrigo deste normativo, os resultados gerados por esta
participação são apresentados numa única linha da Demonstração de Resultados (“Resultados em filiais
detidas para venda”), tendo o período comparativo sido reexpresso em conformidade.
Em junho de 2022 registou-se a alteração do método de integração da Esegur, entidade do Grupo à qual
passou a ser aplicada a classificação de ativo não corrente detido para venda, ao abrigo da IFRS 5,
deixando de estar contabilizada pelo método de equivalência patrimonial.
Após a obtenção das autorizações necessárias, no dia 28 de julho de 2022 efetivou-se a alienação da
participação da Caixa na Esegur ao grupo espanhol Trablisa pelo montante de 6.486 mEuros. O valor de
balanço já refletia o valor estimado para a venda pelo que não foi reconhecido nenhum impacto adicional
nas contas do grupo.
Adicionalmente, e conforme descrito na Nota 2.5, a CGD também regista nesta rubrica, imóveis e outros
bens obtidos por recuperação de crédito.
163
Saldo em 31-12-2020 Saldo em 31-12-2021
Outras
Valor Balanço Imparidade Alienações e Imparidade Valor Balanço Imparidade
Adições transferências e
(Bruto) Acumulada abates (Nota 35) (Bruto) Acumulada
regularizações
Nos exercícios de 2022 e 2021, os resultados relativos a ativos não correntes detidos para venda
ascenderam a 16.908 mEuros e 24.122 mEuros, respetivamente (Nota 31), dos quais 1.979 mEuros e 2.226
mEuros relativos a encargos suportados com a manutenção dos referidos bens no período que decorre até
à concretização da sua venda.
164
13. Outros ativos tangíveis
O movimento ocorrido nas rubricas de “Outros ativos tangíveis” durante os exercícios de 2022 e 2021 foi o
seguinte:
Saldo em 31-12-2021 Saldo em 31-12-2022
Dotações
Outras
Amortizações Transferências líquidas de Amortizações
Valor Balanço Diferenças de transferências Amortizações Vendas e Valor Balanço
e imparidade Adições entre ativos imparidade do e Imparidade
(Bruto) câmbio e do exercício abates líquidos (Bruto)
acumuladas tangíveis exercício Acumulada
regularizações
(Nota 35)
Edifícios 325.596 (222.957) 1 0 104 (5.164) (5.386) 993 (9.004) 297.082 (212.900)
Obras em imóveis arrendados 75.668 (64.455) 924 50 7.786 - (2.654) (7.068) - 84.622 (74.370)
Equipamento
Mobiliário e material de escritório 49.721 (47.326) 1.288 4 62 0 (615) - (1) 50.232 (47.098)
Equipamento informático 218.202 (201.515) 8.595 28 799 (0) (6.909) - (7) 209.394 (190.200)
Instalações interiores 334.979 (314.740) 6.408 32 8.951 (400) (6.654) 94 (133) 342.809 (314.272)
Equipamento de segurança 39.947 (37.484) 1.083 8 302 (0) (1.077) (130) - 41.363 (38.714)
Ativos em locação operacional 223.098 (54.057) 83.530 59 - (434) (42.303) - 1 299.036 (89.141)
Outros ativos tangíveis 9.212 (8.612) 118 - 1.217 - (208) - - 10.499 (8.773)
1.369.170 (969.626) 121.901 191 - (9.367) (66.007) (6.754) (18.049) 1.416.263 (994.803)
Edifícios 346.574 (231.613) 1.203 - - (7.689) (5.932) 136 (42) 325.596 (222.957)
Obras em imóveis arrendados 67.961 (62.603) 481 66 7.620 - (2.479) 167 - 75.668 (64.455)
Equipamento
Instalações interiores 330.713 (310.936) 3.468 43 8.159 (1.407) (8.714) (1.086) (1) 334.979 (314.740)
Ativos em locação operacional 212.175 (52.313) 37.340 39 - (35) (27.943) - (222) 223.098 (54.057)
1.369.960 (963.473) 59.894 222 - (13.157) (52.851) (783) (267) 1.369.170 (969.626)
165
14. Ativos intangíveis
O movimento ocorrido nas rubricas de “Ativos intangíveis” durante o exercício de 2022 e exercício de 2021
foi o seguinte:
Saldo em 31-12-2021 Abates Saldo em 31-12-2022
Transferências Outras
Valor Balanço Amortizações e Diferenças de Amortizações Valor Balanço
Amortizações Adições Valor Bruto entre ativos transferências e Amortizações
(Bruto) Imparidade câmbio do exercício (Bruto)
intangíveis regularizações
Sistemas de tratamento automático de dados (Software) 187.011 (84.286) 19.820 (24.076) 13.256 - 63.921 8 (41.941) 246.836 (113.122)
166
15. Investimentos em filiais, associadas e
empreendimentos conjuntos
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o saldo desta rubrica apresenta a seguinte
composição:
31-12-2022 31-12-2021
Filiais
Banco Nacional Ultramarino, S.A. (Macau) 99,43% 213.558 - 213.558 99,43% 213.558 - 213.558
Banco Caixa Geral Angola, S.A. 51,00% 51.790 - 51.790 51,00% 51.790 - 51.790
Banco Comercial e de Investimentos, S.A. 10,51% 31.084 - 31.084 10,51% 31.084 (13.130) 17.954
CGD Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. 100,00% 3.059 - 3.059 100,00% 3.059 - 3.059
Caixa - Participações, SGPS, S.A. 100,00% 341.542 - 341.542 100,00% 27.688 - 27.688
Caixa Imobiliário, S.A. 89,29% 266.475 (237.384) 29.091 89,29% 266.475 (243.498) 22.977
Inmobiliaria Caixa Geral, S.L. 100,00% 3.461 (3.461) - 100,00% 3.461 (3.461) -
SCI du 8 Rue du Helder 100,00% 9.583 (545) 9.038 100,00% 9.583 (689) 8.894
A Promotora, Sociedade de Capital de Risco, S.A.R.L. 36,21% 1.032 - 1.032 36,21% 1.326 - 1.326
SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços, S.A. 21,60% 12.969 - 12.969 21,60% 12.969 - 12.969
Fidelidade - Companhia de Seguros, S.A. 15,00% 336.393 - 336.393 15,00% 336.393 - 336.393
Outras 1 - 1 1 - 1
SOFID - Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento
Instituições Financeiras Crédito, S.A. 4,27% 1.250 (439) 811 4,27% 1.250 (439) 811
GCI - Sociedade Gestora de Capital de Risco - Moçambique 30,00% 66 (66) - 30,00% 66 (66) -
Banco Internacional de São Tomé e Príncipe, S.A. 27,00% 624 624 27,00% 624 - 624
Outros
Fundo de Capital de Risco Caixa Fundos 100,00% 93.188 - 93.188 100,00% 93.188 - 93.188
Fundo de Capital de Risco Empreender Mais 100,00% 92.593 (6.746) 85.848 100,00% 92.593 (10.352) 82.241
Fundolis - Fundo de Investimento Imobiliário Fechado 100,00% 81.061 (76.459) 4.602 100,00% 111.061 (100.675) 10.386
(a) A participação na entidade passou a estar registada como ativo não corrente detido para venda
Para além dos instrumentos de capital incluídos nesta rubrica, a CGD concedeu a algumas das suas filiais
suprimentos e empréstimos subordinados para financiar as suas atividades, os quais se encontram
registados em “Outros ativos” (Nota 17).
Os principais movimentos ocorridos nestes investimentos durante o exercício de 2022 e exercício de 2021
foram os seguintes:
167
BCA
Em 31 de dezembro de 2022, a CGD procedeu à reclassificação dos ativos e passivos do Banco Comercial
Atlântico (Cabo Verde), para rubricas de “Ativos e passivos não correntes detidos para venda – Filiais” ao
abrigo da IFRS 5 – “Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas”.
Ainda ao abrigo deste normativo, os resultados gerados por esta participação são apresentados numa única
linha da Demonstração de Resultados (“Resultados em filiais detidas para venda”), tendo o período
comparativo sido reexpresso em conformidade.
Esegur, S.A.
Em junho de 2022 registou-se a alteração do método de integração da Esegur, entidade do Grupo à qual
passou a ser aplicada a classificação de ativo não corrente detido para venda, ao abrigo da IFRS 5,
deixando de estar contabilizada pelo método de equivalência patrimonial. No dia 28 de julho de 2022
efetivou-se a alienação da participação da Caixa na Esegur ao grupo espanhol Trablisa. O valor de balanço
já refletia o valor estimado para a venda pelo que não foi reconhecido nenhum impacto adicional nas contas
do grupo em resultado desta operação.
Em fevereiro de 2022, foi alienado um imóvel, situado em Marvila, detido pela Caixa através de um fundo
imobiliário. Em resultado desta transação a Caixa reverteu imparidades constituídas para a participação
que detém nesse fundo, no montante de 24.917 mEuros (Nota 35).
Banco Interatlântico
No dia 3 de agosto de 2022, foram adquiridas 11.687 ações, representativas de 11,69% do Banco
Interatlântico, por parte da CGD, passando de uma participação de 70% para 81,687% do Capital social do
banco.
No exercício de 2022, foi concluído o processo de venda organizado e competitivo promovido pela ECS
Capital a pedido da CGD e dos restantes participantes em 2021 e denominado Projecto Crow de 100% das
ações do fundo FLIT - PTREL SICAV (“FLIT”), 100% das unidades de participação do Fundo de
Recuperação Turismo, FCR (“FRT”) e ainda de alguns ativos hoteleiros do Fundo de Recuperação, FCR
(“Projeto Crow”). O processo foi concluído a 29 de dezembro de 2022. No âmbito desta operação, a CGD
ficou detentora da sociedade. FlitPtrel IV, S.A, que, por sua vez, detém 100% da FlitPtrel Porto Santo, S.A.
(designados ativos “carve-out”), passando a integrar a esfera da CGD.
168
16. Imposto sobre o rendimento
Os saldos de ativos e passivos por impostos sobre o rendimento em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021 eram os seguintes:
31-12-2022 31-12-2021
52.703 434.631
2.171 3.192
50.531 431.440
935.202 1.100.530
876.105 1.006.957
O imposto sobre o rendimento a recuperar inclui o valor a receber pela CGD no âmbito do Regime Especial
de Tributação dos Grupos de Sociedades (RETGS).
Em 31 de dezembro de 2021, a rubrica “Ativos por impostos correntes – Créditos tributários”, refere-se a
ativos por impostos diferidos convertidos em crédito tributário ao abrigo do regime especial aprovado pela
Lei n.º 61/2014.O crédito tributário foi integralmente liquidado no decorrer do mês de dezembro de 2022.
O movimento ocorrido nos impostos diferidos durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e
31 de dezembro de 2021 foi o seguinte:
Variação em Transferência
Saldo em Saldo em
para imposto
31-12-2021 Capital Próprio Resultados 31-12-2022
corrente
Imparidade para participações financeiras e outros títulos 33.072 - (24.964) (6.185) 1.923
Ativos financeiros valorizados ao justo valor por contrapartida
de outro rendimento integral (Nota 22) (50.169) 40.124 - - (10.046)
169
Variação em Transferência
Saldo em Saldo em
para imposto Outros
31-12-2020 Capital Próprio Resultados 31-12-2021
corrente
Imparidade para participações financeiras e outros títulos 38.690 - (6.650) 1.032 - 33.072
Ativos financeiros valorizados ao justo valor por
contrapartida de outro rendimento integral (Nota 23) (54.760) 4.590 - - - (50.169)
No exercício de 2014, a CGD aderiu ao regime especial aplicável aos ativos por impostos diferidos, após
deliberação favorável da Assembleia Geral de Acionistas.
O regime, aprovado pela Lei n.º 61/2014, de 26 de agosto (e alterações posteriores), abrange os ativos por
impostos diferidos que tenham resultado da não dedução de gastos e variações patrimoniais negativas com
perdas de imparidade em créditos (conforme previstas nos n.º 1 e 2 do artigo 28.º-A do CIRC e respetivas
exclusões) e com benefícios pós-emprego ou a longo prazo de empregados.
As alterações ao regime introduzidas pela Lei n.º 23/2016, de 19 de agosto, vieram retirar do seu âmbito
de aplicação temporal os gastos e variações patrimoniais negativas contabilizados nos períodos de
tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016, assim como os impostos diferidos a eles
associados. Assim, os impostos diferidos protegidos por este regime correspondem apenas aos gastos e
variações patrimoniais negativas apurados até 31 de dezembro de 2015.
Os ativos por impostos diferidos que tenham resultado da não dedução de gastos e variações patrimoniais
negativas com perdas de imparidade em créditos e com benefícios pós-emprego ou a longo prazo de
empregados são convertidos em créditos tributários quando o sujeito passivo registe um resultado líquido
negativo no respetivo período de tributação ou em caso de liquidação por dissolução voluntária ou
insolvência decretada por sentença judicial. Num cenário de conversão que resulte da obtenção de um
resultado líquido negativo, o montante do crédito tributário a atribuir resultará da proporção entre o resultado
líquido negativo do período e o total dos capitais próprios do sujeito passivo (apurado antes da dedução
desse resultado) acrescido do montante de instrumentos de capital contingente (CoCo), aplicado ao saldo
elegível dos ativos por impostos diferidos. Quando a conversão resulte de liquidação ou insolvência ou o
sujeito passivo apresente capitais próprios negativos, a conversão dos ativos por impostos diferidos em
crédito tributário é efetuada pelo seu valor total.
Na conversão em crédito tributário (que não por liquidação ou insolvência), deverá ser criada uma reserva
especial pelo valor do respetivo crédito majorado em 10% e corrigido, nos casos em que o capital próprio é
inferior ao capital social, pelo quociente entre o primeiro e o segundo, sendo este último deduzido do
montante do crédito tributário majorado. Adicionalmente, serão emitidos valores mobiliários sob a forma de
direitos de conversão a atribuir ao Estado, que no caso da CGD é simultaneamente o seu único acionista.
O exercício dos direitos de conversão tem por consequência o aumento do capital social do sujeito passivo
por incorporação da reserva especial e emissão de novas ações ordinárias a entregar de forma gratuita ao
Estado. Esta reserva especial não poderá ser distribuída.
Os impostos diferidos ativos registados pela CGD e considerados elegíveis ao abrigo do regime em 31 de
dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021 apresentam a seguinte composição:
102.959 365.024
170
foram convertidos em crédito tributário em função da proporção desse resultado líquido no valor dos seus
capitais próprios, ascendendo esse montante a 420.575 mEuros. Conforme anteriormente referido, o valor
do crédito tributário foi integralmente liquidado no decorrer do mês de dezembro de 2022.
Ao abrigo da legislação aplicável, a conversão dos ativos por impostos diferidos foi precedida da
constituição de uma reserva especial de 681.571 mEuros, correspondente ao valor do crédito tributário
apurado no âmbito da conversão, majorado em 10% e ajustado ao abrigo dos requisitos do n.º 3 do artigo
11.º da Lei n.º 61/2014 (Nota 26). A constituição da reserva especial foi acompanhada da emissão e
atribuição simultânea ao Estado de direitos de conversão por montante equivalente. Conforme especificado
no artigo 12.º do Anexo à Lei n.º 61/2014 (que dela faz parte integrante), os atos societários anteriormente
descritos, assim como o montante do crédito tributário convertido, foram objeto de certificação por revisor
oficial de contas.
Em resultado da sua posição enquanto único detentor do capital social da CGD, a emissão e atribuição dos
direitos de conversão ao Estado não determinou qualquer diluição da sua posição acionista.
O valor do imposto associado à componente contribuída dos desvios atuariais originados após a data de
alteração da política contabilística que seja considerada dedutível nos termos dos limites enquadráveis nos
n.ºs 2 e 3 do artigo 43.º do Código do IRC, ou aquelas realizadas ao abrigo do n.º 8 do referido artigo, são
relevados patrimonialmente por uma rubrica de capital próprio, conforme a base de reconhecimento das
responsabilidades que lhe deram origem.
171
Impostos sobre lucros registados por contrapartida de resultados
Nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os encargos com impostos
sobre lucros registados em resultados, bem como a carga fiscal, medida pela relação entre a dotação para
impostos sobre lucros e o resultado líquido do período antes de impostos, podem ser apresentados como
se segue:
31-12-2022 31-12-2021
Impostos correntes
Do exercício
43.668 53.742
Impostos diferidos
154.902 154.972
Nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a rubrica “Impostos correntes
- Imposto sobre o resultado" inclui correções de exercícios anteriores com a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Insuficiência / (excesso) de estimativa de imposto
(exercícios de 2020 e 2021) 6.048 21.937
Liquidações adicionais, líquidas de reembolsos de IRC -
correções ao lucro tributável (2.669) (1.328)
3.379 20.609
A reconciliação entre o imposto apurado com base na taxa nominal e os encargos/proveitos com impostos
sobre lucros nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021 pode ser
demonstrada como se segue:
172
31-12-2022 31-12-2021
Imposto apurado com base na taxa nominal 27,35% 238.178 27,35% 177.843
Encargos com dividendos de outros instrumentos de capital (0,41%) (3.593) (2,26%) (14.701)
Com a publicação da Lei n.º 42/2016, foi alterado o artigo 51.º-C do CIRC, mediante aditamento do seu n.º
6, o qual dispõe, para os exercícios de 2017 e seguintes, que as perdas por imparidade e outras correções
de valor de partes sociais ou de outros instrumentos de capital próprio que tenham concorrido para a
formação do lucro tributável, ao abrigo do estabelecido no n.º 2 do artigo 28.º-A, consideram-se
componentes positivas do lucro tributável no período de tributação em que ocorra a respetiva transmissão
onerosa.
Em resultado desta situação, a CGD reconheceu impostos diferidos passivos para imparidades em
participações financeiras aceites fiscalmente no momento da sua constituição para as quais exista uma
intenção de venda ou liquidação (ou estas já se encontrem em curso), os quais, em 31 de dezembro de
2022 e 31 de dezembro de 2021, ascendem a 42.776 mEuros e 30.055 mEuros, respetivamente.
Limitações à dedutibilidade fiscal de perdas com imparidade em créditos e outras correções de valor (Nota
2.11)
Em 4 de setembro de 2019, foi publicada a Lei n.º 98/2019 que altera o Código do IRC em matéria de
imparidades das instituições de crédito e outras instituições financeiras e cria regras aplicáveis às perdas
por imparidade registadas nos períodos de tributação com início anterior a 1 de janeiro de 2019, ainda não
aceites fiscalmente. De acordo com este novo regime, passam a ser integralmente dedutíveis as perdas
por imparidade para risco de crédito relativas a exposições analisadas em base individual ou em base
173
coletiva registadas nos períodos de tributação com início em, ou após, 1 de janeiro de 2019, reconhecidas
nos termos das normas contabilísticas e regulamentares aplicáveis (com as exceções previstas no n.º 7 do
artigo 28.º-C do CIRC).
Às perdas por imparidade e outras correções de valor para risco específico de crédito que tenham sido
contabilizadas nos períodos de tributação anteriores, continuam a aplicar-se as regras em vigor até 31 de
dezembro de 2018, ou seja, limitando a dedutibilidade fiscal aos montantes apurados de acordo com as
disposições do Aviso n.º 3/95 do Banco de Portugal (entretanto revogado) e desde que, nomeadamente,
os créditos não se encontrassem cobertos por direitos reais sobre bens imóveis.
Conforme disposições do artigo 4.º da nova Lei, a CGD formalizou a sua intenção de adesão ao novo regime
para os períodos de tributação iniciados em 1 de janeiro de 2019, mediante comunicação dirigida ao Diretor-
Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira em 31 de outubro de 2019.
As regras de dedutibilidade aplicáveis no âmbito da referida Lei foram incorporadas na análise efetuada à
recuperabilidade de ativos por impostos diferidos registados no balanço.
Tendo por referência os requisitos definidos pela IAS 12 – “Impostos sobre o rendimento”, os ativos por
impostos diferidos são reconhecidos na medida da expectativa da CGD quanto à sua recuperabilidade
futura, a qual assenta, fundamentalmente:
Esta avaliação foi realizada tendo por base exercícios de projeção de atividade elencados aos objetivos
estratégicos propostos ao acionista para concretização no decurso do atual mandato do Conselho de
Administração e que permitirão à CGD assegurar, no referido intervalo temporal, níveis de rendibilidade e
de capital adequados, assim como o cumprimento dos objetivos de redução de ativos non-performing
comunicados às entidades de supervisão.
Foram igualmente considerados os impactos potenciais na atividade da CGD introduzidos pela evolução
da pandemia no desenvolvimento económico nacional e mundial, cujos efeitos podem influenciar a sua
capacidade para atingir as metas económico-financeiras pretendidas.
(i) Aplicação das regras de dedutibilidade em imparidade para risco de crédito definidas pela Lei n.º
98/2019;
(ii) Incorporação dos resultados fiscais estimados decorrentes da estratégia de reestruturação das
operações internacionais e do processo de desalavancagem de ativos non-performing acordada
com as entidades de supervisão; e,
(iii) Projeção da dedutibilidade de encargos com benefícios a empregados atuais e futuros, em função
do período de tributação em que se estima vir a realizar os respetivos pagamentos.
Outro aspeto com significado na definição dos pressupostos do exercício de recuperabilidade resultou da
alteração introduzida ao Código do IRC pela Lei n.º 24-D/2023, que aprova o Orçamento do Estado para
2023, no que respeita à eliminação do período temporal para reporte futuro de prejuízos fiscais, combinado
com a redução do limite anual de dedução ao lucro tributável para 65% da matéria coletável (anteriormente,
70%). De notar que esta alteração aplica-se à dedução de prejuízos fiscais de períodos de tributação que
se iniciem em, ou após, 1 de janeiro de 2023, bem como aos prejuízos de períodos anteriores cujo período
de dedução ainda se encontre em curso nessa data.
Para este efeito, e apesar da eliminação do período temporal para reporte de prejuízos fiscais, a CGD
entendeu incluir na sua análise ao limite anual da dedução do saldo acumulado de prejuízos fiscais
reportáveis de que dispõem em 31 de dezembro de 2022, um período máximo de 5 anos, por entender que
períodos mais longos de projeção estão sujeitos a maiores fatores de incerteza e volatilidade. Na sequência
da análise efetuada, conclui-se que os prejuízos fiscais originados no exercício de 2017, anteriormente
desreconhecidos por inexistência de perspetiva de matéria coletável suficiente para a sua dedução, serão
174
agora passíveis de recuperação. Na sequência desta conclusão, foram reconhecidos os respetivos
impostos diferidos, os quais originaram um ganho no exercício de 62,668 mEuros. Adicionalmente foram
igualmente registados impostos diferidos associados a crédito de imposto por dupla tributação internacional
no âmbito da atividade das sucursais no exterior relativa a exercícios anteriores no montante de 17.362
mEuros.
Relativamente aos restantes impostos diferidos registados em balanço, não foram estimadas quaisquer
perdas..Eventuais alterações nos pressupostos utilizados ou nas variáveis pertinentes à determinação dos
lucros tributáveis projetados poderiam conduzir a resultados e conclusões substancialmente diferentes.
De notar que confrontados com as incertezas introduzidas pelo conflito armado que eclodiu no espaço
territorial europeu em fevereiro de 2022 e cuja dimensão e impactos geopolíticos apresentam inegável e
profunda dimensão, a natureza da avaliação efetuada e a robustez dos resultados obtidos permitem ao
Conselho de Administração, de acordo com os dados atualmente à sua disposição, considerar válidos os
resultados alcançados.
A Lei do Orçamento do Estado para 2011 (Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro), através do seu artigo
141.º veio estabelecer a introdução de um novo regime de contribuição aplicável ao setor bancário. A base
de incidência desta contribuição, regulamentada no âmbito da Portaria n.º 121/2011, de 30 de março, incide
sobre os passivos da instituição, deduzidos dos fundos próprios e complementares nele incluídos e ainda
dos depósitos abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, assim como sobre o valor nocional dos
instrumentos financeiros derivados que não tenham natureza de cobertura.
A este regime foi adicionado em 2020 um complemento de solidariedade sobre o setor bancário, como
instrumento de política orçamental em resposta à crise provocada pela pandemia. A base de incidência
desta contribuição é regulamentada pela Portaria n.º 191/2020, de 10 de agosto e tem por referência os
mesmos requisitos aplicáveis ao apuramento da contribuição sobre o setor bancário anteriormente
descritos.
As autoridades fiscais têm a possibilidade de rever a situação fiscal da CGD durante um período de quatro
anos (exceto em caso de ter sido efetuado reporte de prejuízos, bem como de qualquer outra dedução ou
crédito de imposto, em que o prazo de caducidade é o do exercício desse direito), podendo resultar devido
a diferentes interpretações da legislação, eventuais correções ao lucro tributável. Considerando que os
exercícios de 2017 a 2019 foram já objeto de inspeção pelas autoridades fiscais (2017 e 2018 no perímetro
RETGS), permanecem ainda em aberto para revisão os exercícios de 2020 a 2021. Dada a natureza das
eventuais correções que poderão ser efetuadas, não é possível quantificá-las neste momento. No entanto,
na opinião do Conselho de Administração da CGD, não é previsível que qualquer correção relativa aos
exercícios acima referidos seja significativa para as demonstrações financeiras.
175
17. Outros ativos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Outros ativos
Outras disponibilidades 12 13
Bonificações a receber
Rendas 20 18
2.418.211 1.430.490
2.214.137 1.235.936
O movimento na imparidade para outros ativos, durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2022
e 31 de dezembro de 2021 é apresentado na Nota 35.
176
de juro” (“IRS”) com essas entidades (Nota 8). A variação observada resulta da evolução do justo valor das
operações subjacentes.
31-12-2022 31-12-2021
Suprimentos
135.034 103.929
Imparidade
(85.373) (75.784)
49.660 28.146
Os suprimentos concedidos à Parbanca, SGPS, S.A. e que tiveram como objetivo o financiamento desta
sociedade no reforço do investimento realizado junto da sua participada Banco Comercial e de
Investimentos, S.A., dos quais 21.868 mEuros aplicados na realização de um aumento de capital do banco
no decorrer do primeiro semestre de 2015 foram transferidos para a Caixa Participações, no âmbito do
processo de fusão (Nota 15).
Os suprimentos da Flitpltrel IV, S.A. resultaram da conclusão do processo de venda denominado Projecto
Crow de 100% das ações do fundo FLIT - PTREL SICAV (“FLIT”), 100% das unidades de participação do
Fundo de Recuperação Turismo, FCR (“FRT”) e ainda de alguns ativos hoteleiros do Fundo de
Recuperação, FCR (“Projeto Crow”). O processo foi concluído a 29 de dezembro de 2022. No âmbito desta
operação, a CGD ficou detentora da sociedade. FlitPtrel IV, S.A, que, por sua vez, detém 100% da FlitPtrel
Porto Santo, S.A. (designados ativos “carve-out”), passando a integrar a esfera da CGD.
177
18. Recursos de instituições de crédito e bancos centrais
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
60.568 5.813.236
Empréstimos
747.985 1.402.384
808.554 7.215.620
A operação foi reconhecida de acordo com os requisitos da IFRS 9, configurando um financiamento a taxa
variável, indexado a taxas variáveis fixadas administrativamente pelo BCE. Assim, cada alteração às taxas
do programa faz alterar a taxa de juro efetiva dos financiamentos e os impactos são reconhecidos
prospectivamente.
A terceira Série de TLTRO, anunciada em 7 de março de 2019, inicialmente para operações a dois anos e
posteriormente alterada para três anos, com a realização de leilões trimestrais, tem conhecido diversas
178
adaptações nas suas condições de participação e remuneração. O acesso ao financiamento por parte das
instituições financeiras pôde alargar-se até 55% de um conjunto específico dos seus empréstimos (para o
total das 10 operações previstas no âmbito do programa) e é remunerado em função do nível médio da taxa
de juro aplicável às operações principais de refinanciamento (MRO – Main Refinancing Operations).
No decorrer do último trimestre de 2022, a Caixa reembolsou os financiamentos obtidos junto do BCE
(terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas - TLTRO-III), no âmbito
das medidas de política monetária do Eurosistema, e que totalizavam 5.800.000 mEuros.
O impacto líquido das referidas operações, nas demonstrações financeiras do exercício, foi de 49.059
mEuros, reconhecido no agregado da margem financeira (Nota 27).
179
19. Recursos de clientes e outros empréstimos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Outros débitos
A prazo
Outros recursos
30.662.857 29.788.233
73.589.042 69.703.935
15.375 9.787
75.937.882 72.092.064
180
20. Responsabilidades representadas por títulos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Obrigações em circulação
1.361.597 1.776.050
Outros
Emissões no âmbito do Programa Euro Commercial Paper and
Certificates of Deposit
745 395
Correção de valor de passivos objeto de operações de cobertura 175 5.793
Despesas com encargo diferido, líquidas de proveitos (4.530) (2.007)
Juros a pagar 10.344 9.888
1.368.330 1.790.117
31-12-2022 31-12-2021
3.000.000 3.000.000
Como forma de diversificação das fontes de financiamento, a CGD recorre aos seguintes Programas
específicos:
Ao abrigo do programa denominado “EUR 10.000.000.000 Euro Commercial Paper and Certificate
of Deposits”, a CGD (diretamente ou através da sucursal de França) pode emitir certificados de
depósitos (CD) e “Notes” com uma maturidade máxima de 5 anos e 1 ano, respetivamente,
denominados em Euros, Dólares Norte Americanos, Libras, Ienes Japoneses ou outra divisa que
as partes acordem entre si. Estas emissões podem ser remuneradas a uma taxa de juro fixa,
variável ou indexada à performance de índices ou ações.
O Grupo CGD, através da CGD (diretamente ou a partir da sucursal de França), pode emitir ao
abrigo deste Programa títulos de dívida no montante máximo de 15.000.000 mEuros.
As obrigações podem ser emitidas em qualquer divisa com prazos mínimos de 1 ano para
emissões não subordinadas e subordinadas. Não estão definidos prazos máximos para as
operações.
Estas emissões podem ser emitidas a desconto e ser remuneradas a taxas de juro fixasou
variáveis.
181
(iii) Obrigações Hipotecárias
As emissões podem ser efetuadas em qualquer divisa com um prazo mínimo de 2 anos e máximo
de 50 anos. A sua remuneração pode ter subjacentes taxas de juro fixasou variáveis.
Estas obrigações conferem ao seu detentor um privilégio creditório especial – com precedência
sobre quaisquer outros credores – sobre um património de ativos que ficam segregados no balanço
da entidade emitente, constituindo estes uma garantia da dívida, ao qual os obrigacionistas terão
acesso em caso de insolvência.
São ativos elegíveis para constituição do património autónomo, os créditos hipotecários destinados
à habitação ou para fins comerciais situados num Estado membro da União Europeia, ou em
alternativa, créditos sobre Administrações Centrais ou Autoridades Regionais e Locais de um dos
Estados membros da União Europeia e créditos com garantia expressa e juridicamente vinculativa
das mesmas entidades. No caso de créditos hipotecários, o respetivo montante não pode exceder
80% do valor dos bens hipotecados dados em garantia relativamente a imóveis destinados à
habitação (60% para os restantes imóveis).
- O valor nominal global das obrigações hipotecárias em circulação não pode ultrapassar 95%
do valor global dos créditos hipotecários e outros ativos afetos às referidas obrigações;
- O vencimento médio das obrigações hipotecárias emitidas não pode ultrapassar, para o
conjunto das emissões, a vida média dos créditos hipotecários que lhes estejam afetos;
- O montante global dos juros a pagar de obrigações hipotecárias não deve exceder, para o
conjunto das emissões, o montante dos juros a cobrar dos mutuários dos créditos hipotecários
afetos às referidas obrigações; e,
- O valor atual das obrigações hipotecárias não pode ultrapassar o valor atual do património
afeto, tendo esta relação de se manter para deslocações paralelas de 200 pontos base na
curva de rendimentos.
Podem ainda fazer parte do património autónomo, num montante máximo de 20% do seu valor, ativos de
substituição, nomeadamente depósitos no Banco de Portugal ou títulos elegíveis no âmbito das operações
de crédito do Eurosistema, entre outros definidos na lei.
3.000.000 4.250.000
(a) Emissão integralmente readquirida pela CGD. Estes título s enco ntram-se a co laterizar o peraçõ es de cedência de liquidez junto do B anco Central Euro peu
O património autónomo que garante as emissões é composto por créditos à habitação originados em
Portugal, ascendendo o seu valor de balanço em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021 a
4.085.921 mEuros e 5.604.258 mEuros, respetivamente (Nota 11).
182
Em 31 de dezembro de 2022, as notações de rating atribuídas às emissões de obrigações hipotecárias
pelas agências Fitch (não solicitado) e DBRS eram de A e AA, respetivamente.
A CGD realizou uma emissão de dívida sénior preferencial em 21 de setembro de 2021, no montante de
500.000 mEuros, com maturidade máxima de 6 anos e um cupão de 0,375%, o que constitui o cupão mais
baixo alguma vez conseguido pelo Grupo em emissões no mercado de capitais. Esta emissão tem a
particularidade de ser sustentável, direcionando os fundos captados para o financiamento de operações de
crédito dos seus clientes no domínio ambiental e do desenvolvimento socioeconómico, tratando-se da
primeira emissão realizada por um banco português com estas características.
Seguindo a mesma linha de orientação, a 15 de junho de 2022, a CGD emitiu outra emissão “verde” de
dívida sénior preferencial no montante de 300.000 mEuros, com o prazo de 4 anos e possibilidade de
reembolso antecipado ao fim de 3 anos e um cupão de 2,875%.
A 31 de outubro de 2022, a CGD voltou a lançar no mercado nova emissão “verde” de dívida sénior
preferencial no montante de 500.000mEuros, com o prazo de 6 anos e possibilidade de reembolso
antecipado ano fim de 5 anos e um cupão de 5,75%.
As referidas emissões inserem-se no plano de financiamento definido para o cumprimento dos requisitos
de MREL (Minimum Requirements for own funds and Eligible Liabilities) fixados pelo Banco de Portugal,
conforme decisão do Conselho Único de Resolução. Tratam-se da segunda e terceira emissão,
respetivamente, colocada nos mercados de dívida internacionais para este fim, após a emissão de dívida
sénior não preferencial realizada em novembro de 2019. É um marco importante na concretização dos
compromissos assumidos no domínio do financiamento sustentável, o que cria valor e reduz o impacto
ambiental da sua atividade.
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe das obrigações emitidas por tipo de
remuneração e por prazos residuais até à maturidade é o seguinte:
31-12-2022
Programa EMTN
Outras
Ativo indexado a Total
Obrigações
Taxa de Juro
31-12-2021
Programa EMTN
Obrigações Outras
Ativo indexado a Total
hipotecárias Obrigações
Taxa de Juro
183
21. Passivos financeiros associados a ativos transferidos
Em novembro de 2010, a CGD procedeu à venda de parte da sua carteira de crédito hipotecário no
montante de 5.345.504 mEuros, através de uma operação de titularização. As principais condições desta
operação foram as seguintes:
Em 5 de novembro de 2010, a CGD procedeu à venda de parte da sua carteira de crédito hipotecário à
Tagus – Sociedade de Titularização de Créditos, S.A. (Tagus). A transmissão dos créditos foi efetuada
nessa data pelo respetivo valor nominal, acrescido de juros a receber e deduzido de outros encargos
associados à operação, tendo o valor global da operação ascendido a 5.349.775 mEuros.
A CGD continuou a efetuar a gestão dos contratos hipotecários, ficando a seu cargo a administração da
relação com os clientes, o recebimento dos montantes de capital e juros ao abrigo dos créditos contratados,
a determinação das taxas de juro aplicáveis e procedimentos de resgate de possíveis montantes em
incumprimento relativos aos créditos da carteira transferida. Os montantes recebidos pela CGD eram
entregues à Tagus num período que não deveria exceder 5 dias úteis de acordo com os termos definidos
para a transação.
Como forma de financiamento, a Tagus emitiu obrigações com um valor nominal de 5.429.950 mEuros, as
quais foram integralmente subscritas pela CGD, encontrando-se registadas como “Ativos financeiros ao
justo valor através de resultados” (Classe B e C) (Nota 6) e ”Investimentos ao custo amortizado” (Classe A)
(Nota 10). As obrigações foram emitidas com diferentes níveis de subordinação, de rating e,
consequentemente, com diferentes remunerações associadas, e apresentam as seguintes características,
com referência a 31 de dezembro de 2021:
Rating (*)
Dívida emitida Montante Maturidade Remuneração
Moody's Fitch DBRS
Class A Mortgage Back ed Floating 20 de maio de
Rate Securitization Notes due 2065 4.008.800 Aa2 AA AAA 2065 Euribor 3m+ 0,20%
Class B Mortgage Back ed Floating 20 de maio de
Rate Securitization Notes due 2065 1.336.250 n.a. n.a. n.a. 2065 Euribor 3m+ 0,30%
5.345.050
Class C Securitization Notes due 20 de maio de Rendimento residual gerado pela
2065 84.900 n.a. n.a. n.a. 2065 carteira titularizada
5.429.950
(*) De aco rdo co m a última no tação de rating dispo nível
Estas obrigações venciam juros trimestralmente em 20 de fevereiro, maio, agosto e novembro de cada ano.
Em cada data de pagamento de juros, a Tagus tinha a faculdade de proceder à amortização parcial das
obrigações, sendo esta efetuada de forma sequencial e em função do grau de subordinação das obrigações.
Para cobertura do risco de taxa de juro associado à transação, a Tagus contratou um swap de taxa de juro,
nos termos do qual o veículo entregava, em cada data de vencimento de juros das obrigações, um montante
calculado em função dos juros efetivamente recebidos no âmbito da carteira de crédito titularizada no
decurso do período em análise, e recebe um montante calculado com referência à Euribor 3 meses,
adicionada do spread médio da carteira de crédito calculada para o período de juros relevante e de uma
margem adicional de 0,6%.
184
Movimento nos créditos
O movimento ocorrido no valor dos ativos cedidos durante o exercício de 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021 pode ser demonstrado da seguinte forma:
Nostrum
Mortgages nº2
Reembolsos (240.348)
Recompras (10.654)
Outros (1.706)
Reembolsos (124.769)
Recompras (890)
Outros (418)
Saldos em 31-12-2022 0
Registo contabilístico
185
22. Provisões e passivos contingentes
Provisões
O movimento nas provisões para benefícios dos empregados e nas provisões para outros riscos nos
exercícios findos em exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e em 31 de dezembro de 2021, foi o
seguinte:
Reforços,
Saldo em Diferenças de Transferências Saldo em
reposições e Utilizações
31-12-2021 câmbio e outros 31-12-2022
anulações
Provisões para encargos com benefícios de
empregados 648.094 (57.752) (58.634) - 13.686 545.395
Reforços,
Saldo em Diferenças de Transferências Saldo em
reposições e Utilizações
31-12-2020 câmbio e outros 31-12-2021
anulações
Provisões para encargos com benefícios de
empregados 716.808 105.693 (61.992) - (112.415) 648.094
- 21.294 mEuros relativos ao plano médico-social, 33.599 mEuros do Plano Horizonte e outros
acordos de suspensão de prestação de trabalho e 3.741 mEuros relativos a rescisões por mútuo
acordo, para o exercício de 2022;
- 22.370 mEuros relativos ao plano médico-social, 33.848 mEuros do Plano Horizonte e outros
acordos de suspensão de prestação de trabalho e 5.774 mEuros relativos a rescisões por mútuo
acordo, para o exercício de 2021.
No exercício de 2022, o valor das "Provisões para encargos com benefícios de empregados", inclui um
reforço da provisão do programa de pré-reforma PPR para 2022, no montante de 36.178 mEuros, por
contrapartida de Custos com Pessoal (Nota 32).
186
Nos períodos findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os montantes apresentados
na coluna “Transferências e outros” no mapa de movimentos nas provisões para encargos com benefícios
de empregados apresentam a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
50.798 (101.860)
13.686 (112.415)
As provisões para outros riscos e encargos destinam-se a fazer face a contingências resultantes da
atividade da CGD.
187
Passivos contingentes e compromissos
31-12-2022 31-12-2021
Passivos eventuais
14.080.862 20.550.055
Compromissos
A constituir - 3.491
11.377.204 10.392.235
31-12-2022 31-12-2021
Instrumentos de dívida
Recursos consignados
11.402.802 17.823.271
(*) Englo ba a carteira de título s afecto s a to madas de liquidez junto do B anco Central Euro peu, assim co mo o s título s dado s em garantia ao
B anco de P o rtugal no âmbito do "Co ntrato de Garantia do Crédito Intradiário " no valo r de 500 milhõ es de Euro s e o utras o peraçõ es em mercado
mo netário Interbancário .
188
Os ativos dados em garantia referem-se a instrumentos de dívida, os quais, em função da sua natureza, se
encontram classificados no balanço da CGD como ativos ao justo valor por contrapartida de resultados,
ativos financeiros ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral, crédito a clientes e
responsabilidades representadas por títulos (Nota 20).
Os ativos dados em garantia não estão disponíveis para livre utilização pela CGD nas suas operações,
encontrando-se registados em rubricas extrapatrimoniais pelo valor nominal.
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os títulos dados em garantia para fazer face aos
compromissos com responsabilidades a prazo de contribuições anuais para o Fundo de Garantia de
Depósitos e com o Sistema de Indemnização aos Investidores assumidos pela CGD, apresentam um valor
de mercado de 204.036 mEuros e 201.229 mEuros, respetivamente.
O Fundo de Garantia de Depósitos tem por objetivo garantir os depósitos dos clientes, de acordo com os
limites estabelecidos no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras. Para este
efeito, são efetuadas contribuições anuais regulares. Em exercícios passados, parte destas
responsabilidades foram assumidas através de um compromisso irrevogável de realização das referidas
contribuições no momento em que o Fundo o solicite, não tendo este montante sido relevado como custo.
O valor total dos compromissos assumidos desde 1996 ascende a 155.391 mEuros. Em 31 de dezembro
de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a CGD reconheceu encargos com a contribuição anual para o Fundo
nos montantes de 738 mEuros e 114 mEuros, respetivamente.
Autoridade da Concorrência
Em 3 de junho de 2015, a CGD foi notificada de Nota de Ilicitude através da qual a Autoridade da
Concorrência lhe imputa, bem como a catorze outras instituições de crédito, diversas práticas,
designadamente troca de informação com parte das mesmas instituições de crédito, que, na ótica da
mencionada Autoridade, constituem práticas concertadas que tiveram como objeto falsear, de forma
sensível, a concorrência no mercado.
Em razão de requerimentos apresentados por diversas instituições de crédito visadas, o prazo inicial veio
a ser prorrogado por mais de uma vez, não se encontrando ainda esgotado. Apesar de tal facto, a CGD
concluiu a preparação da sua defesa no decorrer do período inicialmente previsto para o efeito, e que
findava em 17 de novembro de 2015.
Em junho, julho e outubro de 2018, a CGD respondeu a pedidos de elementos adicionais da Autoridade da
Concorrência.
Em março de 2019, a CGD foi notificada da deliberação da Autoridade da Concorrência que prorrogou o
prazo da instrução do processo até 31 de dezembro de 2020.
A CGD considera existirem falhas e omissões na imputação das alegadas infrações e na fixação da coima
que lhe foi aplicada, razão pela qual procedeu à sua impugnação junto do Tribunal da Concorrência,
Regulação e Supervisão em 21 de outubro de 2019.
Nesse âmbito, em 21 de dezembro de 2020, foi prestada garantia bancária no montante de 41.000 mEuros
por o tribunal ter entendido que tal era necessário para efeitos de suspensão da execução da coima. Não
obstante, esta decisão está a ser contestada pela CGD.
189
O julgamento iniciou-se em 6 de outubro de 2021, tendo a audiência de julgamento sido reaberta em 8 de
abril de 2022, já após a produção de alegações finais pelas partes. A reabertura da audiência de julgamento
foi determinada pela juíza titular do processo para alteração de factos não substanciais relativamente aos
constantes da acusação, estando agendada para 20 de abril de 2022 nova sessão para produção de prova
adicional. Em 28 de abril de 2022, o tribunal decidiu o reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União
Europeia de várias questões em que releva a interpretação de direito da União Europeia, encontrando-se o
processo de contraordenação suspenso até que aquele tribunal se pronuncie.
Fundo de Resolução
O Fundo de Resolução foi criado pelo Decreto-Lei n.º 31-A/2012, de 10 de fevereiro, sendo os seus recursos
provenientes do pagamento das contribuições devidas pelas instituições participantes no Fundo e da
contribuição sobre o setor bancário. Adicionalmente, está também previsto que sempre que esses recursos
se mostrem insuficientes para o cumprimento das suas obrigações podem ser utilizados outros meios de
financiamento, nomeadamente:
O Conselho de Administração do Banco de Portugal deliberou, no dia 3 de agosto de 2014, aplicar ao Banco
Espírito Santo, S.A. (“BES”) uma medida de resolução, tendo a generalidade da atividade e do património
do BES sido transferida para o Novo Banco S.A., uma nova instituição bancária de transição criada para o
efeito, integralmente detida pelo Fundo de Resolução.
Na sequência da medida de resolução, foram determinadas necessidades de capital do Novo Banco, S.A.
de 4.900.000 mEuros a realizar pelo único acionista nos termos da legislação em vigor. Considerando que
o Fundo de Resolução não detinha nessa data os recursos próprios necessários à operação, a subscrição
de capital foi efetuada mediante a obtenção de dois financiamentos:
- 700.000 mEuros de oito instituições participantes no Fundo (dos quais 174.000 mEuros
assegurados pela CGD).
O processo de alienação da participação detida pelo Fundo de Resolução no capital do Novo Banco foi
relançado em janeiro de 2016.
190
de 2016), cujo vencimento passou a ser 31 de dezembro de 2017, sem prejuízo de reembolso antecipado
ou de serem acordadas novas alterações.
Em 28 de setembro de 2016, o Fundo de Resolução anunciou ter acordado com o Ministério das Finanças
a revisão das condições dos empréstimos obtidos para o financiamento da medida de resolução do BES.
De acordo com o comunicado do Fundo de Resolução, a revisão então acordada "permitiria a extensão
dessa maturidade em termos que garantam a capacidade do Fundo de Resolução para cumprir
integralmente as suas obrigações com base nas suas receitas regulares, e independentemente das
contingências positivas ou negativas a que o Fundo de Resolução se encontra exposto”. Na mesma data,
o Gabinete do Ministro das Finanças anunciou também que "no âmbito do contrato com o Fundo de
Resolução, e de acordo com as bases já estabelecidas, quaisquer aumentos ou reduções de
responsabilidades decorrentes da materialização de contingências futuras, determinarão o ajustamento da
maturidade dos empréstimos do Estado e dos bancos ao Fundo de Resolução, mantendo-se o esforço
contributivo exigido ao setor bancário nos níveis atuais."
Em 21 de março de 2017, o Fundo de Resolução anunciou a formalização das alterações contratuais acima
mencionadas, incluindo a extensão do prazo de vencimento para 31 de dezembro de 2046. A revisão das
condições dos empréstimos visou assegurar a sustentabilidade e o equilíbrio financeiro do Fundo de
Resolução, com base num encargo estável, previsível e comportável para o setor bancário.
Em 31 de março de 2017, o Banco de Portugal selecionou a Lone Star para a conclusão da operação de
venda do Novo Banco. Este acordo implicou a realização de dois aumentos de capital, o primeiro no valor
de 750.000 mEuros ocorrido em outubro e o segundo no valor de 250.000 mEuros em dezembro de 2017.
Esta venda foi precedida da concretização de uma operação de Liability Management Exercise (LME) sobre
36 séries de obrigações no valor contabilístico de 3.000.000 mEuros. O sucesso desta operação traduziu-
se na compra e reembolso de obrigações representativas de 73% do seu valor contabilístico, com um
resultado imediato de 209.700 mEuros.
Na sequência do processo de venda foi criado um Mecanismo de Capital Contingente que permite ao Novo
Banco poder ser compensado, até ao limite máximo de 3.890.000 mEuros, por perdas que venham a ser
reconhecidas em alguns dos seus ativos a cargo do Fundo de Resolução.
Após a conclusão desta operação, cessou a aplicação do regime das instituições de transição ao Novo
Banco, passando este a operar em total normalidade ainda que sujeito a algumas medidas limitativas à sua
atividade impostas pela autoridade da concorrência europeia.
Em 28 de março de 2018, após o anúncio dos resultados do banco relativos ao exercício de 2017, acionou-
se o mecanismo de capitalização contingente previsto nos contratos celebrados aquando da venda, o que
determinou a obrigação de pagamento de 792.000 mEuros ao Novo Banco pelo Fundo de Resolução.
Em 24 de maio de 2018, foi realizado o pagamento acima referido, após a certificação legal de contas do
Novo Banco e após a conclusão dos procedimento de verificação necessários, dos quais resultou a
confirmação de que estavam verificadas as condições que, nos termos do contrato, determinam a
realização do pagamento, bem como a confirmação do exato valor a pagar pelo Fundo de Resolução.
Para o efeito, o Fundo de Resolução utilizou os seus recursos próprios, resultantes das contribuições pagas
pelo setor bancário, complementados por um empréstimo do Estado Português, no montante de 430.000
mEuros.
Em 1 de março de 2019, o Novo Banco anunciou os resultados relativos ao exercício de 2018 dos quais
resulta o acionamento do mecanismo de capitalização contingente previsto nos contratos celebrados em
191
2017, no âmbito da venda da instituição. De acordo com os resultados divulgados pelo Novo Banco, o
montante pago em 2019 pelo Fundo de Resolução ascendeu a 1.149.000 mEuros.
O pagamento devido em 2019 pelo Fundo de Resolução foi realizado a 6 de maio de 2019. Para o efeito,
o Fundo de Resolução utilizou tal como em 2018, os seus recursos financeiros disponíveis, resultantes das
contribuições pagas pelo setor bancário, complementadas por um empréstimo do Estado Português, no
montante de 850.000 mEuros.
De acordo com o comunicado do Novo Banco referente aos resultados de 2019, o Novo Banco solicitou
uma compensação de 1.037.000 mEuros ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente, tal como
estipulado no contrato de venda. O referido pagamento foi realizado em maio de 2020, no montante de
1.035.000 mEuros.
O Fundo de Resolução também prestou à Comissão de Orçamento e Finanças, por escrito, todos os
esclarecimentos sobre a sua decisão de deduzir, ao valor apurado nos termos do mecanismo de capital
contingente, o montante relativo à remuneração variável atribuída aos membros do Conselho de
Administração Executivo do Novo Banco.
O valor das compensações pagas em 2018 (792.000 mEuros referentes a 2017), 2019 (1.149.000 mEuros
referentes a 2018) e 2020 (1.035.000 mEuros referentes a 2019) totalizam 2.976.000 mEuros. O montante
máximo de pagamentos a realizar pelo Fundo de Resolução estabelecido no Acordo de Capitalização
Contingente é de 3.890.000 mEuros.
A propósito das informações difundidas a 4 de junho de 2020 na sequência da publicação, pelo Conselho
das Finanças Públicas das “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2020-2022”, o Fundo de Resolução
esclarece que iniciou, em conjunto com o Novo Banco, um procedimento arbitral com vista a esclarecer o
tratamento que devem merecer, à luz do Acordo de Capitalização Contingente celebrado entre ambos, os
efeitos decorrentes da intenção do Novo Banco em prescindir do regime transitório de que atualmente
beneficia e que visa reduzir o impacto da introdução da IFRS 9 sobre os fundos próprios das instituições de
crédito.
O procedimento arbitral referido não representa risco adicional face ao limite de 3.890.000 mEuros.
A aquisição foi feita pelos fundos “APAX Partners”, cuja idoneidade foi objeto de avaliação pela autoridade
competente. Na avaliação do Fundo de Resolução, o valor da venda correspondeu ao valor da melhor oferta
recebida na sequência de um processo de venda aberto e competitivo e reflete o valor de mercado, naquele
momento, do ativo em causa.
Na sequência do pagamento que efetuou ao Novo Banco, em maio de 2019, em cumprimento do Acordo
de Capitalização Contingente, o Fundo de Resolução divulgou, a 3 de setembro de 2020, que recebeu o
relatório da auditoria especial determinada pelo Governo, nos termos do disposto na Lei n.º 15/2019, de 12
de fevereiro, que estabelece que sempre que são disponibilizados, direta ou indiretamente, fundos públicos
a uma instituição de crédito deve ser efetuada uma auditoria por uma entidade independente, neste caso a
Deloitte & Associados, SROC., e veio também ao encontro de uma necessidade identificada, em fevereiro
de 2019, pelo Fundo de Resolução.
Os resultados da auditoria revelam que Novo Banco continua fortemente marcado pelo vasto legado de
ativos não produtivos, gerado ainda na esfera do Banco Espírito Santo, S.A., com o consequente registo
de imparidades e provisões, mas que tem robustecido os seus procedimentos internos. Revela também a
adequação dos princípios e critérios adotados no que respeita ao exercício dos poderes do Fundo de
Resolução no âmbito do Acordo de Capitalização Contingente.
No dia 4 de junho de 2021, o Fundo de Resolução efetuou o pagamento ao Novo Banco, referente ao
Acordo de Capitalização Contingente no valor de 317.013 mEuros, com respeito às contas do exercício de
192
2020. Este pagamento resulta do pedido do Novo Banco, a 7 de abril de 2021, no montante de 598.312
mEuros. Concluídos todos os procedimentos de validação, foi confirmado que, com referência a 31 de
dezembro de 2020, se verificava a condição que determina a realização de um pagamento por parte do
Fundo de Resolução. O montante necessário para que o rácio CET1 do Novo Banco se situe no nível
contratualmente estipulado de 12% é de 598.312 mEuros valor confirmado pelo Banco de Portugal e pelo
Banco Central Europeu, as autoridades com competência legal para o efeito.
O Fundo de Resolução considerou que, ao valor solicitado pelo Novo Banco, era devido um ajustamento
no montante agregado de 169.299 mEuros. Esse ajustamento resulta do somatório dos valores relativos às
situações a seguir indicadas:
(iii) A redução dos custos correspondentes à remuneração variável atribuída aos membros do
Conselho de Administração Executivo do Novo Banco referente aos exercícios de 2020 (no
montante de 1.860 mEuros) e de 2019 (no montante de 1.997 mEuros). Esta última parcela já
havia justificado uma redução no pagamento realizado em 2020, mas deve continuar a ser objeto
de ajustamento, tendo em conta o funcionamento do mecanismo de capitalização contingente.
Assim, o valor apurado pelo Fundo de Resolução para efeitos de pagamento ao Novo Banco foi
de 429.013 mEuros.
A realização do pagamento por parte do Fundo de Resolução exigiu uma alteração orçamental, que foi
autorizada por Despacho do Ministro de Estado e das Finanças.
Do valor de 429.013 mEuros, a autorização relativa a uma parcela de 112.000 mEuros ficou dependente
da conclusão de uma averiguação suplementar, que inclua a obtenção de uma opinião externa,
relativamente à opção do Novo Banco de não aplicar a política de contabilidade de cobertura aos
instrumentos financeiros derivados contratados para cobrir risco de taxa de juro resultante da exposição a
obrigações de dívida soberana de longo prazo. Assim, foi realizado o pagamento ao Novo Banco do
montante de 317.013 mEuros e prosseguirão as diligências necessárias para aferir a verificação da
condição a que ficou sujeita a transferência do montante de 112.000 mEuros.
O pagamento ao Novo Banco foi integralmente financiado com recursos provenientes de um empréstimo
obtido junto de sete instituições de crédito nacionais. O empréstimo tem vencimento em 2046 e é
remunerado a uma taxa de juro correspondente ao custo de financiamento da República para o prazo entre
a data de celebração do contrato (31 de maio de 2021) e 31 de dezembro de 2026, acrescido de uma
margem de 15 pontos base. A taxa de juro será revista a 31 de dezembro de 2026 e depois a cada período
de cinco anos, correspondendo ao custo de financiamento da República a cinco anos, acrescido de uma
margem de 15 pontos base.
Mesmo considerando o valor de 429.013 mEuros (ou até o valor solicitado pelo Novo Banco), o valor
apurado relativamente ao ano de 2020 é inferior ao valor das perdas registadas nesse ano relativamente
aos ativos abrangidos pelo mecanismo de capitalização contingente, que foi de 752.000 mEuros.
Por outro lado, o valor acumulado das perdas relativas a esses ativos (entre 30 de junho de 2016 e 31 de
dezembro de 2020) ascende a 4.367.000 mEuros, pelo que – mesmo que se considere o valor de 429.013
mEuros referentes a 2020 – o valor acumulado dos pagamentos do Fundo de Resolução será de 3.405.000
mEuros, ou seja, inferior em 962.000 mEuros ao valor acumulado das perdas.
Tal como tem acontecido em anos anteriores, o mecanismo de capitalização contingente limita o valor dos
pagamentos pelo Fundo de Resolução ao montante necessário para que os rácios de capital do Novo Banco
se mantenham nos níveis acordados.
A 13 de fevereiro de 2023, foi divulgado pelo Ministério das Finanças que a Comissão Europeia pretendia
dar como concluído o processo de reestruturação do Novo Banco, confirmando a reestruturação bem-
sucedida do Novo Banco, resultante da execução conjugada do plano de reestruturação acordado em 2017,
no âmbito da operação de venda conduzida pelo Banco de Portugal, e dos contratos de venda,
designadamente do Acordo de Capitalização Contingente, ao abrigo do qual o Fundo de Resolução
transferiu para o Novo Banco menos 485.000 mEuros do que o valor máximo fixado no contrato (3.890.000
mEuros).
193
A conclusão da reestruturação do Novo Banco, no qual o Fundo de Resolução mantém uma participação
de 19,31%, é também mais um indicador de que o Novo Banco não deverá necessitar de solicitar mais
nenhum pagamento ao Fundo de Resolução ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente, sem
prejuízo do contencioso que atualmente está em curso ou possa ainda existir relativamente às verbas já
solicitadas pelo Novo Banco relativamente a exercícios passados e que o Fundo de Resolução considera
que não são devidas.
De acordo com o comunicado do Banco de Portugal de 20 de dezembro de 2015, foi decidida a venda da
atividade do Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. (Banif) e da maior parte dos seus ativos e
passivos ao Banco Santander Totta por 150.000 mEuros. Segundo o referido comunicado, as imposições
das instituições europeias e a inviabilização da venda voluntária do Banif conduziram a que esta alienação
fosse tomada no contexto de uma medida de resolução.
A maior parte dos ativos que não foram objeto de alienação foram transferidos para um veículo de gestão
de ativos, denominado Oitante, S.A. (Oitante), criado especificamente para o efeito, o qual tem como
acionista único o Fundo de Resolução. Neste âmbito, a Oitante procedeu à emissão de obrigações
representativas de dívida, as quais foram adquiridas na totalidade pelo Banco Santander Totta, tendo sido
prestada uma garantia pelo Fundo de Resolução e uma contragarantia pelo Estado Português.
A operação envolveu um apoio público de cerca de 2.255.000 mEuros para cobertura de contingências
futuras, dos quais 489.000 mEuros pelo Fundo de Resolução e 1.766.000 mEuros diretamente pelo Estado
Português, em resultado das opções acordadas entre as autoridades portuguesas, as instâncias europeias
e o Banco Santander Totta, para a delimitação do perímetro dos ativos e passivos alienados.
O montante não transferido para o Fundo Único de Resolução será pago pelas Instituições abrangidas no
âmbito do Regulamento UMR ao mesmo Fundo Único de Resolução ao longo de um período de oito anos
(a terminar em 2024), conforme previsto no Regulamento de Execução (UE) 2015/81 do Conselho, de 19
de dezembro de 2014.
Em 21 de março de 2017, o Fundo de Resolução anunciou a alteração das condições dos empréstimos
obtidos para o financiamento da medida de resolução do Banif em moldes similares ao anteriormente
descrito relativamente aos financiamentos da medida de resolução do BES.
(i) Não é previsível que o Fundo de Resolução venha a propor a criação de uma contribuição especial
para financiamento das medidas de resolução descritas acima, pelo que a probabilidade de
eventual cobrança de uma contribuição especial afigura-se remota; e,
(ii) Prevê-se que eventuais défices do Fundo de Resolução sejam financiados através de
contribuições periódicas ao abrigo do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 24/2013, de 19 de fevereiro, o
qual estipula que as contribuições periódicas para o Fundo de Resolução devem ser pagas pelas
instituições que nele participam, e que estejam em atividade no último dia do mês de abril do ano
a que respeita a contribuição periódica. Estas contribuições, bem como a contribuição sobre o
setor bancário, são registadas em custos do período, de acordo com a IFRIC 21 – “Taxas”.
194
23. Outros passivos subordinados
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
1.118.490 1.117.883
Em 29 de junho de 2012, a CGD emitiu instrumentos financeiros híbridos, elegíveis para fundos próprios
Core Tier 1, no valor global de 900.000 mEuros, os quais foram subscritos na sua totalidade pelo Estado
Português (condições definidas no Despacho n.º 8840-C/2012, de 28 de junho de 2012). Estas obrigações
eram convertíveis em ações nas seguintes circunstâncias:
- A CGD não proceder à recompra da totalidade dos instrumentos financeiros híbridos até ao final
do período de investimento (cinco anos);
- Exercício do direito de conversão estipulado nas condições de emissão, por parte do Estado; e,
- No caso de os instrumentos financeiros híbridos deixaram de ser elegíveis para efeitos de fundos
próprios Core Tier 1.
No seguimento da autorização concedida pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Portugal, em 6 de
dezembro de 2016, obtida no âmbito do novo processo de recapitalização negociado com as autoridades
europeias, a Caixa recebeu a título de aumento de capital em espécie os instrumentos financeiros híbridos,
elegíveis para fundos próprios Core Tier 1 (CoCo), acrescidos dos correspondentes juros corridos e não
pagos até à data de 4 de janeiro de 2017 (data de realização do aumento de capital).
Ainda na sequência deste processo, foi levantada pela Comissão Europeia a interdição que se encontrava
em vigor, relativa ao pagamento de cupões discricionários na dívida subordinada. No primeiro trimestre de
2017, a CGD retomou o pagamento dos respetivos cupões.
No decorrer do primeiro trimestre de 2018, a CGD concluiu a última fase dos procedimentos acordados com
as instituições europeias no âmbito do processo de recapitalização mediante emissão de 500.000 mEuros
de dívida subordinada Tier 2 (Nota introdutória).
195
24. Outros passivos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Credores
Outras exigibilidades
Operações de Bolsa - 2
2.245.711 1.968.635
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a rubrica “Recursos – conta caução” inclui 72.670
mEuros e 27.300 mEuros, respetivamente, relativos a saldos depositados junto da CGD por diversas
instituições financeiras no âmbito da contratação de operações de “Swaps de taxa de juro” (“IRS”).
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a rubrica "Encargos a pagar" inclui 8.167 mEuros
e 8.963 mEuros, respetivamente, relativo a prémios de carreira.
196
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os montantes relativos às “Operações passivas a
regularizar” dizem respeito, essencialmente, a operações com meios de pagamento cuja liquidação
financeira ainda não aconteceu e a posição cambial a prazo de operações em moeda estrangeira.
CGD Loan for SMES and other PRIO II Banco Europeu de Investimento 300.000 300.000 10-04-2015 06-04-2023
CGD Loan for SMES and other PRIO III - A Banco Europeu de Investimento 150.000 150.000 21-07-2017 21-07-2025
CGD Loan for SMES and other PRIO III - B Banco Europeu de Investimento 150.000 150.000 07-03-2018 06-03-2026
Projeto Scut Açores Banco Europeu de Investimento 34.286 37.143 15-12-2010 15-09-2034
CGD - Empréstimo Global XIII Banco Europeu de Investimento 18.750 23.438 15-12-2010 15-09-2026
CGD Efficient Private Housing Programme PT Banco Europeu de Investimento - - 06-02-2020 08-02-2021
CEB - PARES CEB - Council of Europe Development Bank 1.229 4.612 23-12-2010 23-12-2024
CEB - Educação CEB - Council of Europe Development Bank 3.075 2.458 21-02-2011 21-11-2023
Outros 5 16
657.345 677.658
197
25. Capital e outros instrumentos
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o capital da CGD é integralmente detido pelo
Estado Português e apresenta a seguinte composição (em Euros):
31-12-2022 31-12-2021
O Estado Português, ao abrigo do acordo celebrado em março de 2017 com as autoridades europeias no
âmbito do processo de recapitalização da CGD, deliberou em 4 de janeiro de 2017 a realização das
seguintes operações:
(i) O aumento do capital social da CGD para 7.344.144 mEuros, mediante a emissão de 288.828.747
ações ordinárias com um valor nominal de 5 euros cada, através da transmissão em espécie de
490.000.000 ações do capital social da Parcaixa, SGPS, S.A. pelo montante de 498.996 mEuros,
e da transmissão em espécie de obrigações convertíveis de capital contingente (CoCos), no
montante de 900.000 mEuros (Nota 21), acrescidos dos correspondentes juros corridos no
montante de 45.148 mEuros; e,
(ii) A redução do capital social da CGD em 6.000.000 mEuros, por extinção de 1.200.000.000 ações
para cobertura de resultados transitados negativos no valor de 1.404.506 mEuros e para
constituição de reservas livres no montante de 4.595.494 mEuros.
Posteriormente, em 30 de março de 2017, o Estado deliberou proceder a um novo aumento do capital social
no montante de 2.500.000 mEuros, mediante a emissão de 500.000.000 de novas ações ordinárias com
um valor nominal de 5 euros cada, integralmente subscrito pelo único acionista.
Nessa mesma data, a CGD emitiu 500.000 mEuros de valores mobiliários representativos de fundos
próprios adicionais de nível 1 (Additional Tier 1), integralmente subscritos por investidores profissionais
privados. Esta emissão é remunerada a uma taxa de 10,75%.
No dia 1 de fevereiro de 2022, a Caixa recebeu autorização do Banco Central Europeu para o reembolso
antecipado da emissão de fundos próprios adicionais de nível 1 (Additional Tier 1), no montante de 500.000
mEuros, com efeitos a 30 de março de 2022.
A autorização para o reembolso antecipado resulta da avaliação positiva feita pelo BCE à solidez financeira
da Caixa, reflexo da conclusão com sucesso do difícil e exigente plano de reestruturação.
198
26. Reservas, resultados transitados e resultado do período
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, as rubricas de reservas e resultados transitados
têm a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Reservas de reavaliação
137.110 243.691
3.484.975 3.115.158
4.294.374 3.800.383
Conforme referido em maior detalhe na Nota 16, em consequência do apuramento de um resultado líquido
negativo no âmbito da sua atividade individual no exercício de 2016 e ao abrigo das condições definidas
pela Lei n.º 61/2014, foram concluídos no decorrer do exercício de 2019, os procedimentos de conversão
de ativos por impostos diferidos em créditos tributários, cujo valor final ascendeu a 420.575 mEuros. No
âmbito da legislação aplicável, a conversão dos ativos por impostos diferidos foi precedida da constituição
de uma reserva especial de 681.571 mEuros, correspondente ao valor do crédito tributário apurado no
âmbito da conversão, majorado em 10% e ajustado ao abrigo dos requisitos do n.º 3 do artigo 11.º da Lei
n.º 61/2014. A constituição da reserva especial foi acompanhada da emissão e atribuição simultânea ao
Estado de direitos de conversão por montante equivalente.
A “Reserva de justo valor” reflete as mais e menos-valias potenciais em instrumentos de dívida valorizados
ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral.
A reserva de conversão cambial, que reflete o efeito da conversão cambial das demonstrações financeiras
de sucursais expressas em moeda estrangeira, está incluída em “Outras reservas”.
As reservas de reavaliação legal de imobilizado só podem ser utilizadas para a cobertura de prejuízos
acumulados ou para aumentar o capital. Estas reservas foram constituídas ao abrigo da seguinte legislação:
199
Imobilizações corpóreas
110.425
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o resultado individual da CGD foi determinado da
seguinte forma:
31-12-2022 31-12-2021
672.289 441.534
Os valores apresentados foram apurados antes da eliminação de operações intragrupo realizada no
processo de agregação.
Exercício de 2021
Em Assembleia Geral, realizada em 31 de maio de 2022, foi deliberada a aplicação de 20% do Resultado
líquido em Reserva Legal (88.307 mEuros) e a incorporação de 112.156 mEuros na rubrica “Outras
Reservas e Resultados Transitados” e a distribuição de dividendos no valor de 241.071 mEuros, tendo sido
obtida a respetiva aprovação por parte das entidades de supervisão competentes, nos termos da legislação
europeia e nacional em vigor. Adicionalmente, considerando que a Caixa dispõe de uma situação financeira
robusta e que a alteração do montante a entregar ao acionista não prejudica a sua capacidade de cumprir
com os requisitos legais e regulamentares, designadamente, prudenciais, incluindo o MREL (Minimum
Requirement for own funds and Eligible Liabilities), considerando também, as comunicações estabelecidas
com as entidades de supervisão sobre esta matéria foi deliberada a distribuição de um montante adicional,
no valor de 137.160 mEuros, nos mesmos termos e condições da deliberação do passado dia 29 de
novembro de 2021.
Deste modo, a Caixa entregou ao seu acionista, em 2022, um montante de 378.231 mEuros.
200
Exercício de 2020
Em Assembleia Geral realizada, em 31 de maio de 2021, foi deliberada a aplicação de 20% do Resultado
líquido em Reserva Legal (81.308 mEuros) e a incorporação de 241.592 mEuros na rubrica “Outras
Reservas e Resultados Transitados” e a distribuição de dividendos no valor de 83.639 mEuros, tendo sido
obtida a respetiva aprovação por parte das entidades de supervisão competentes, nos termos da legislação
europeia e nacional em vigor.
Por Deliberação Social Unânime por escrito do seu acionista único, o Estado Português, de 29 de novembro
de 2021, foi determinado o pagamento de um dividendo extraordinário no valor de 300.000 mEuros,
liquidado em novembro de 2021. Esta deliberação teve por fundamento as recomendações do BCE relativas
à distribuição de dividendos durante a pandemia e o levantamento, em julho de 2021, das restrições à sua
distribuição para além de setembro de 2021, a normalização da atividade económica e dos mercados
financeiros e as deliberações dos órgãos de administração e de fiscalização da CGD em outubro de 2021
favoráveis a esta distribuição de dividendos, tendo a Caixa entregue ao seu acionista em 2021 um montante
total de 383.639 mEuros.
201
27. Juros e rendimentos e juros e encargos similares
Estas rubricas têm a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Juros de ativos financeiros ao justo valor através de resultados (excepto instrumentos derivados) 5.569 (6.498)
Juros de ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 25.215 21.686
1.283.516 1.005.004
Juros de responsabilidades representadas por títulos sem carácter subordinado 13.047 11.498
313.428 344.525
202
28. Rendimentos de instrumentos de capital
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
71.436 71.172
203
29. Rendimentos e encargos com serviços e comissões
Estas rubricas têm a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
620.395 562.652
117.299 98.272
204
30. Resultados em operações financeiras
Estas rubricas têm a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
21.125 11.853
Em títulos
Outros instrumentos 50 -
(626) (1.478)
Em derivados
70.531 13.165
69.905 11.687
Em títulos
38.894 104.270
108.800 115.957
24.892 7.841
(3.813) (3.902)
151.002 131.750
Os resultados em operações financeiras refletem, em particular, o impacto da subida das taxas de juro
sobre os instrumentos de cobertura de risco, em face da evolução da política monetária. A redução
relativamente ao período homólogo nos instrumentos de dívida ao justo valor por resultados fica a dever-
se aos efeitos extraordinários registados em 2021.
205
31. Outros resultados de exploração
Estas rubricas têm a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Ativos não correntes detidos para venda (Nota 12) 18.887 26.348
Outros ativos tangíveis 36.019 107
138.271 70.010
Ativos não correntes detidos para venda (Nota 12) 1.979 2.226
94.180 73.664
44.091 (3.653)
O aumento dos “Ganhos em ativos não financeiros – Outros ativos tangíveis” é justificado pela mais-valia
da venda do imóvel Sede da Rue de Provence da sucursal de França no valor de 35.902 mEuros.
206
O Fundo de Resolução, criado pelo Decreto-Lei n.º 31-A/2012, de 10 de fevereiro, veio introduzir um regime
de resolução no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro.
Neste contexto, a principal missão do Fundo de Resolução consiste em prestar apoio financeiro à aplicação
de medidas de resolução adotadas pelo Banco de Portugal.
31-12-2022 31-12-2021
37.619 31.490
Nos exercícios de 2022 e de 2021, o Grupo realizou contribuições para o Fundo Único de Resolução em
numerário no montante de 20.990 mEuros e 17.885 mEuros, respetivamente, e 3.704 mEuros e 3.156
mEuros sob a forma de um compromisso irrevogável, mediante a constituição de uma caução para o efeito
(Nota 17).
207
32. Custos com pessoal e número médio de empregados
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Provisão para acordos de suspensão da prestação de trabalho e pré-reforma (Nota 22) 36.251 30.109
306.080 303.854
99.000 (17.571)
660.708 291.595
Neste contexto, durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2022, a CGD registou em custos com
pessoal um montante global de 46.546 mEuros, sendo 36.251 mEuros associados a provisão de pré-
reformas e de acordos de suspensão da prestação de trabalho e o remanescente respeita a um reforço de
10.295 mEuros reconhecido no agregado das “Responsabilidades com Pensões” na componente
“Reformas antes da idade normal de reforma”. Adicionalmente, registou um custo líquido de 2.044 mEuros
em custos com pessoal resultante da conjugação dos custos incorridos com as rescisões por mútuo acordo
(aproximadamente, 4.353 mEuros) com os ganhos associados a esse acordo (aproximadamente, 2.309
mEuros).
208
O número médio de empregados da CGD e das suas filiais durante os períodos findos em 31 de dezembro
de 2022 e 31 de dezembro de 2021, por tipo de função, foi o seguinte:
31-12-2022 31-12-2021
Auxiliares 14 13
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o número de efetivos no final do período não inclui
os empregados pertencentes ao departamento de apoio à Caixa Geral de Aposentações (218 e 234,
respetivamente), os afetos aos serviços sociais da CGD (32 e 33, respetivamente) e outros abrangidos por
outras situações (117 e 113, respetivamente) designadamente por requisição ou ausência prolongada.
209
33. Pensões de reforma e outros benefícios dos
empregados
Pensões de reforma e subsídio por morte após a idade da reforma
De acordo com o artigo 39.º do Decreto-Lei n.º 48.953, de 5 de abril de 1969 e o Decreto-Lei n.º 161/92, de
1 de agosto, competia à CGD o pagamento das pensões de reforma por doença, invalidez ou velhice dos
seus colaboradores, bem como das pensões de sobrevivência dos empregados admitidos a partir de 1 de
janeiro de 1992. As pensões de sobrevivência relativas aos empregados admitidos antes de 1 de janeiro
de 1992 são suportadas pela Caixa Geral de Aposentações (“CGA”). Para o efeito, estes empregados
descontam 2,5% das suas remunerações para a CGA.
Adicionalmente, em conformidade com o Acordo Coletivo de Trabalho Vertical (ACTV) em vigor para o setor
bancário, o ex-BNU tinha o compromisso de conceder aos seus empregados prestações pecuniárias a título
de reforma antecipada e por velhice, invalidez e sobrevivência. Estas prestações consistiam numa
percentagem, crescente com o número de anos de serviço, aplicada à tabela salarial negociada anualmente
com os sindicatos dos trabalhadores bancários. No exercício de 2001, na sequência da integração por fusão
do BNU na CGD, as responsabilidades com pensões dos empregados do BNU transitaram para a CGD.
Deste modo, os ex-empregados do BNU ainda no ativo à data da fusão ficaram abrangidos pelo plano de
pensões e benefícios em vigor na CGD. Quanto aos reformados e pensionistas do BNU à data da fusão,
continua a aplicar-se o plano de pensões que estava em vigor à data das respetivas reformas.
Com referência a 30 de novembro de 2004, foram transferidas para a CGA todas as responsabilidades com
pensões de aposentação do pessoal da CGD, relativamente ao tempo de serviço prestado até 31 de
dezembro de 2000, ao abrigo dos Decretos-Lei n.º 240-A/2004, de 29 de dezembro e n.º 241-A/2004, de
30 de dezembro. A transferência incluiu a responsabilidade com o subsídio por morte após a idade normal
de reforma, relativamente ao tempo de serviço acima referido.
A 24 de fevereiro de 2023, o governo português publicou o Decreto-Lei 14/2023 que procede à transferência
das restantes responsabilidades cobertas pelo Fundo de Pensões da CGD (FPCGD) para a Caixa Geral de
Aposentações, à extinção e liquidação do FPCGD e à entrega, pela Caixa à CGA, de uma compensação
financeira pelas responsabilidades transferidas.
4. Responsabilidades com o subsídio por morte relativas ao tempo de serviço prestado após 31 de
dezembro de 2000.
As pensões pagas são função do tempo de serviço prestado pelos trabalhadores e da respetiva retribuição
à data da reforma, sendo atualizadas com base nas remunerações vigentes para o pessoal no ativo.
O plano de pensões da CGD não é aplicável aos colaboradores ativos admitidos após 1 de janeiro de 2006,
uma vez que após o fecho do regime da Caixa Geral de Aposentações a novas inscrições a partir dessa
data, os trabalhadores contratados pela CGD a partir daquela data já foram obrigatoriamente inscritos no
Regime Geral de Segurança Social.
210
A CGD assegura o esforço contributivo necessário para a cobertura das suas responsabilidades por
pensões, dispondo para o efeito de um fundo de pensões, constituído em dezembro de 1991. De acordo
com o regime aplicável à CGD, os empregados contribuem para o fundo de pensões com as seguintes
percentagens das suas retribuições:
A contribuição destes últimos é efetuada integralmente para o fundo de pensões, dado que o respetivo
regime de pensões de sobrevivência está a cargo do fundo.
O custo do exercício com pensões de reforma e sobrevivência, que inclui o custo dos serviços correntes e
o custo dos juros, deduzido do rendimento esperado dos ativos do Fundo e das contribuições dos
empregados, é refletido pelo valor líquido na rubrica de “Custos com pessoal”.
O impacto da passagem à reforma de colaboradores antes da idade normal de reforma definida no estudo
atuarial é refletido diretamente em “Custos com pessoal”.
Determinação das responsabilidades com pensões de reforma e subsídio por morte após a idade da
reforma do pessoal da CGD
Para determinação das responsabilidades com pensões de reforma em pagamento e por serviços passados
dos empregados no ativo, com referência a 31 de dezembro de 2022 (cenário de continuidade do Fundo
de Pensões) e 31 de dezembro de 2021, foram efetuados estudos atuariais por uma entidade especializada
independente.
31-12-2022 31-12-2021
Tábua de mortalidade
Taxa de crescimento dos salários 4,4% em 2023 e 1,4% após 0,60% a partir de 2022
Taxa de crescimento das pensões 3,9% em 2023 e 1,0% após 0,30% a partir de 2022
211
Conforme definido pela Norma IAS 19 – “Benefícios dos empregados”, a taxa de desconto é determinada
com base em taxas de mercado de obrigações de baixo risco, cuja duração é semelhante à das
responsabilidades da CGD (15 anos). Em 2022, face às alterações significativas ocorridas nos principais
referenciais de mercado para fixação da taxa de desconto entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, a
CGD optou por aumentar a sua taxa de desconto de 1,35% para 3,60 % numa perspetiva de continuidade
do Fundo de Pensões, devido ao comportamento verificado nas taxas de juro nos mercados internacionais,
designadamente nas que determinam as diversas taxas de referência calculadas para atualização de
responsabilidades atuariais.
De facto, após um longo período de descida das taxas de juro nos mercados internacionais, nomeadamente
dos emitentes sem risco, observou-se a partir do segundo semestre de 2021 um fenómeno de subida das
taxas, muito acentuado ao longo de 2022, em função do enquadramento macroeconómico inflacionista. Os
condicionamentos que a pandemia colocou à atividade económica e ao comércio global foram acentuados
com a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, refletindo-se num crescimento significativo e generalizado
dos preços internacionais, nomeadamente das matérias-primas.
É também importante referir que, em complemento da evolução do conflito militar na Ucrânia, a forma como
os mercados estão a reagir às políticas orçamentais das principais economias europeias e às políticas
monetárias dos bancos centrais tem conduzido a um relevante incremento da volatilidade das taxas de
referência no curto prazo. Como tal, a CGD aplicou fixou uma taxa de desconto liegeiramente inferior aos
principais referencias, como fator mitigador dos efeitos conjunturais observados no mercado.
Adicionalmente, foram revistos em alta os pressupostos relativos à taxa de crescimento salarial e das
pensões, com destaque para 2023, em resultado das condicionantes da atividade económica em 2022
mencionadas anteriormente que impactaram a economia portuguesa, implicando um aumento da incerteza
e maiores taxas de inflação, em particular nas componentes energética e alimentar.
A CGD considera que haveria condições para manter a taxa de crescimento salarial no longo prazo, isto é,
nos 0,9%, após 2024, patamar utilizado no cálculo atuarial de junho de 2022 e que nessa data estava em
linha com o pressuposto mais conservador utilizado no mercado.
Contudo, face ao cenário de incerteza e à abordagem conservadora que tem caracterizado a política da
CGD nesta matéria, foi decidido incorporar uma margem de 50 pb sobre a referida taxa de crescimento
salarial para acomodar o risco de desvios no futuro, resultando na utilização como pressuposto de uma taxa
de crescimento salarial de 4,4% para 2023 e uma taxa de 1,4% nos anos seguintes.
Utilizando a mesma abordagem no pressuposto para a taxa de crescimento das pensões, ou seja, utilizar
uma margem de 50 pb para acomodar eventuais riscos de desvio - foi definida uma taxa de 3,9% para 2023
e de 1% nos anos seguintes.
Contrariando a tendência observada nos anos de 2020 a 2022, muito determinada pela pandemia e cujos
efeitos futuros ainda estão por determinar, a CGD prosseguiu também ao nível das taxas de mortalidade
uma abordagem conservadora no cálculo das responsabilidades com benefícios pós-emprego, alterando,
em junho de 2022, as tábuas de mortalidade, que refletem um aumento da esperança de vida média face
às anteriores.
A comparação entre os pressupostos atuariais e financeiros utilizados na determinação dos custos com
pensões da CGD para os exercícios de 2022 e 2021 e os valores efetivamente verificados é apresentada
no quadro seguinte:
31-12-2022 31-12-2021
212
31-12-2022 31-12-2021
Número de Número de
Responsabilidades Responsabilidades
pessoas pessoas
Nos termos do Aviso n.º 4/2005, de 28 de fevereiro, do Banco de Portugal, é definida a obrigatoriedade de
financiamento integral das responsabilidades com reformados e pré-reformados e de um nível mínimo de
financiamento de 95% das responsabilidades por serviços passados de pessoal no ativo.
Em 31 de dezembro de 2022, o valor do Fundo calculado pela Sociedade Gestora ascendia a 3.306.871
mEuros, valor suficiente para cobrir o financiamento mínimo obrigatório exigido pelo atual normativo
aplicável a essa categoria de responsabilidades, isto é, cobrir 100% das responsabilidades com os
reformados e pelo menos 95% com os ativos. No exercício de 2022, as responsabilidades com o Plano e
Pensões encontravam-se financiadas em cerca de 119%.
31-12-2022 31-12-2021
13.739 13.723
213
O movimento nos fundos de pensões e provisões para pensões e encargos similares durante os exercícios
de 2022 e 2021 foi o seguinte:
Contribuições pagas
De natureza regular
Contribuições pagas
De natureza regular
De natureza extraordinária
214
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os elementos que compõem o valor do Fundo de
Pensões do Pessoal da CGD apresentavam a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Saúde - 436
163.891 186.447
Carteira de obrigações por rating de crédito
AA 341.205 297.409
A 277.903 353.140
1.453.884 1.645.933
Em 31 de dezembro de 2022, o valor do Fundo de Pensões do Pessoal da CGD calculado pela CGD
Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. ascendia a 3.306.871 mEuros.
215
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, as ações e as obrigações podem ser analisadas
da seguinte forma:
31-12-2022 31-12-2021
Os ativos do fundo estão sujeitos aos riscos de taxa de juro, de crédito, de mercado acionista, de mercado
imobiliário, de liquidez e ao risco cambial.
A política de investimentos implementada no fundo tem um objetivo de mitigação de parte dos riscos de
taxa de juro e de inflação. Essa proteção concretiza-se na alocação definida de investimentos em
obrigações de longo prazo e de taxa variável, o que induz uma proteção parcial contra as oscilações da
curva de rendimentos do mercado financeiro a longo prazo.
Para a mitigação dos riscos de mercado e cambial, o fundo pode utilizar futuros e opções sobre índices de
ações e forwards de taxa de câmbio.
A conjuntura económica dos últimos anos aliada à escassez de alternativas de investimentos com
maturidades mais longas, não tem permitido a adequação das diferentes classes de ativos com a duração
média das responsabilidades, numa perspetiva Asset Liability Matching (ALM).
A variação no diferencial entre as responsabilidades por serviços passados e o fundo de pensões, bem
como o correspondente impacto nas demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021, podem ser demonstrados da seguinte forma:
216
31-12-2022 31-12-2021
Situação dos exercícios antes Contrib. Extraordinária (I) + (II) + (III) + (IV) 534.303 259.079
31-12-2022 31-12-2021
578.208 179.232
Assistência médico-social
A assistência médico-social aos empregados no ativo e pensionistas da CGD (Sede) está a cargo dos
Serviços Sociais da Caixa Geral de Depósitos (Serviços Sociais). Com a celebração de um novo protocolo
entre a CGD e os Serviços Sociais (SS CGD) em 30 de abril de 2021, o regime de contribuição da CGD
para os Serviços Sociais passou de uma taxa fixa (6,5%) para um valor fixo mensal distinto consoante a
situação do inscrito (ativo, aposentado e outros beneficiários). Adicionalmente, a CGD tem
responsabilidades com as contribuições para os Serviços de Assistência Médico-Social (SAMS) relativas
aos colaboradores do Ex-BNU reformados até 23 de julho de 2001.
As responsabilidades por serviços passados com assistência médico-social foram determinadas com base
em estudos atuariais efetuados por entidades especializadas, utilizando pressupostos atuariais idênticos
aos acima apresentados para as responsabilidades com pensões.
217
As responsabilidades por serviços passados encontram-se registadas na rubrica “Provisões” (Nota 22). O
movimento nesse passivo no exercício de 2022 e exercício de 2021 foi o seguinte:
A partir de março de 2020, a CGD, no âmbito das alterações do Acordo de Empresa, substitui o Prémio de
Antiguidade por um Prémio Carreira, a pagar a cada empregado na data de saída para a reforma, e
corresponde até 1,5 * valor da remuneração. O passivo registado em 31 de dezembro de 2022 para fazer
face a esse compromisso ascendia a 8.167 mEuros e encontrava-se registado em “Outros passivos” (Nota
24).
A CGD paga uma verba a título de subsídio por morte aos colaboradores no ativo, isto é, antes da idade
normal de reforma.
Adicionalmente, a Sucursal de França assegura o pagamento de benefícios de longo prazo aos seus
trabalhadores, tendo sido apuradas responsabilidades no montante de 14.724 mEuros e 15.247 mEuros,
respetivamente, em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021.
Ganhos e perdas atuariais
A evolução dos ganhos e perdas atuariais da CGD Sede acumulados nos exercícios de 2022 e 2021 pode
ser demonstrada como segue:
218
A evolução das responsabilidades e saldo do Fundo de Pensões do Pessoal da CGD, bem como os ganhos
e perdas atuariais no ano corrente e nos últimos 4 anos é analisado como segue:
31-12-2022 31-12-2021 31-12-2020 31-12-2019 31-12-2018
Pensões de Pensões de Pensões de Pensões de Pensões de
Plano médico Plano médico Plano médico Plano médico Plano médico
reforma reforma reforma reforma reforma
Responsabilidades 2.772.568 309.231 3.299.619 356.488 3.432.199 524.845 3.226.048 511.287 2.740.053 452.878
Ganhos / (Perdas) decorrentes de responsabilidades 578.208 36.157 179.232 8.854 (191.431) (44.554) (417.396) (67.078) (29.767) 4.874
Ganhos / (Perdas) decorrentes dos ativos do Fundo (294.486) - 149.950 - 93.390 - 118.211 - (114.281) -
283.722 36.157 329.182 8.854 (98.041) (44.554) (299.185) (67.078) (144.048) 4.874
Provisões
31-12-2022 31-12-2021
545.395 648.094
219
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o passivo registado pela CGD a este respeito
ascende a 220.201 mEuros e a 275.732 mEuros, respetivamente, e encontra-se registado na rubrica
“Provisões” (Nota 22):
31-12-2022 31-12-2021
13.686 (112.415)
Transferência das atuais responsabilidades do Fundo de Pensões da CGD para a Caixa Geral de
Aposentações (CGA)
Conforme nota prévia, a 24 de fevereiro de 2023, o governo português publicou o Decreto-Lei 14/2023 que
procede à transferência de todas as responsabilidades cobertas pelo Fundo de Pensões da CGD (FPCGD)
para a CGA, à extinção e liquidação do FPCGD e à entrega, pela Caixa à CGA, de uma compensação
financeira pelas responsabilidades transferidas.
Esta operação teve por base um cenário conservador tecnicamente suportado, de acordo com o
enquadramento legal e estudos atuariais realizados por atuário independente, validados pela Autoridade
de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
Considerando que todas as responsabilidades atuais e potenciais da Caixa asseguradas através do Fundo
serão transferidas para a CGA, incluindo as responsabilidades com pensões e prestações em pagamento
e novas pensões e prestações, o Fundo de Pensões será liquidado nos termos do Decreto-Lei acima
referido com efeitos a 31 de dezembro de 2022.
Nos termos estabelecidos na IAS 19, a CGD já reconheceu na Demonstração de Resultados de 2022, na
rubrica de custos com pessoal, o prémio suportado com a operação que corresponde à diferença entre o
valor das responsabilidades calculado numa perspetiva de continuidade - 2.772.568 mEuros (considerando
uma taxa de desconto de 3,6%) e o valor definido na operação – 3.018.340 mEuros (considerando uma
taxa de desconto de 3,2%), calculado numa perspetiva de liquidação de responsabilidades (settlement
scenario). Nestes termos, reconheceu um custo de 245.772 mEuros em 2022 (valor bruto, para um impacto
líquido de cerca de 178.554 mEuros).
De referir ainda que, na sequência do processo formal de aprovação do Diploma legal a CGD executou os
passos necessários tendo em vista a alienação da maior parte dos ativos do Fundo, nomeadamente ativos
de risco. A 24 de fevereiro, data de promulgação do Decreto-Lei, tinha-se já alcançado uma considerável
redução da exposição a todas as classes de ativos, exceto imóveis, conforme quadro seguinte:
220
Variação desde
Classe de Ativo Exposição do Fundo
31-12-2022
(24-02-2023)
31-12-2022 31-01-2023 24-02-2023 31-01-2023 24-02-2023
Através desta operação a Caixa suporta um custo imediato mas elimina os riscos atuariais futuros
associados ao Fundo de Pensões.
O único risco da Caixa que subsiste até ao final de 2027 prende-se com um Mecanismo de Compensação
da CGA por eventuais desvios entre as taxas de crescimento dos salários e pensões utilizadas como
pressupostos na operação e as efetivas. Esta compensação será avaliada em 2028 com dados até
dezembro de 2027 e terá um valor máximo de 320.000 mEuros.
De acordo com as normas contabilísticas, designadamente a IAS 37, a Caixa tem que registar nas suas
demonstrações financeiras o passivo contingente associado a este Mecanismo de Compensação. A
avaliação realizada no contexto da preparação das demonstrações financeiras de dezembro de 2022
conduziu à conclusão de este Mecanismo ter valor nulo neste momento, atendendo, quer à capacidade de
gestão que a Caixa tem das várias componentes remuneratórias com impacto no crescimento das
remunerações e pensões do universo de beneficiários, cujas responsabilidades estão a ser transferidas
para a CGA, quer ao grau de conservadorismo das premissas subjacentes à transferência:
• Salários 4,4% em 2023 e 1,4% a partir de 2024, o que compara com o pressuposto de 0,9% que
a CGD utilizaria num cenário de continuidade, considerando os dados históricos;
• Pensões 3,9% em 2023 e 1% a partir de 2024 e seguintes, que compara com o pressuposto de
0,5% que a CGD utilizaria num cenário de continuidade, considerando os dados históricos.
A Caixa avaliará semestralmente o valor deste passivo contingente no âmbito da preparação das suas
demonstrações financeiras para efeitos de divulgação, procedendo ao registo de uma provisão caso no
âmbito dessa avaliação surja um valor positivo.
221
34. Gastos gerais administrativos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Serviços especializados
189.503 179.136
222
35. Imparidade em ativos
O movimento na imparidade durante os períodos findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de
2021 foi o seguinte:
Reforços
Recuperação
Saldo em Nova Reposições e Diferenças de Transferências Saldo em de crédito,
Reforços Utilizações
31-12-2021 produção anulações câmbio e outros 31-12-2022 juros e
despesas
Imparidade de crédito a clientes (Nota 11) 2.078.879 111.486 675.127 (740.578) (90.722) (130) 21.312 2.055.374 (75.902)
Imparidade de aplicações em instituições de crédito (Nota 5) 1.848 - 504 (1.623) - - 0 728
Imparidade de ativos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral (Nota 7) 280 - 55 (195) - - (140) -
Imparidade de investimentos ao custo amortizado (Nota 10) 16 - - (16) - - - -
Imparidade de outros ativos tangíveis 23.050 - 29.454 (22.700) - - - 29.804
Imparidade de ativos não correntes detidos para venda (Nota 12)
Imparidade de outros ativos (Nota 17) 194.553 - 18.340 (1.964) (6.856) - - 204.073
Reforços
Recuperação
Saldo em Nova Reposições e Diferenças de Transferências Saldo em de crédito,
Restantes Utilizações
31-12-2020 produção anulações câmbio e outros 31-12-2021 juros e
despesas
Imparidade de crédito a clientes (Nota 11) 2.081.313 149.183 4.327.209 (4.303.634) (59.175) 62 (116.077) 2.078.879 (152.819)
Imparidade de aplicações em instituições de crédito (Nota 5) 1.123 - 5.278 (4.553) - - - 1.848
Imparidade de ativos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral (Nota 7) 319 - 185 (224) - - - 280
Imparidade de investimentos ao custo amortizado (Nota 10) 16 - - - - - - 16
Imparidade de outros ativos tangíveis 22.267 - 21.760 (20.977) - - - 23.050
Imparidade de ativos não correntes detidos para venda (Nota 12)
Imparidade de outros ativos (Nota 17) 190.868 - 42.886 (34.596) (4.605) - - 194.553
223
Apresenta-se no quadro abaixo o movimento da imparidade de crédito a clientes por stages:
224
36. Entidades relacionadas
São consideradas entidades relacionadas da CGD todas as empresas controladas pelo Grupo CGD, as
empresas associadas, os empreendimentos conjuntos, os órgãos de gestão da CGD e outras entidades
controladas pelo Estado Português.
31-12-2022
Outras entidades
Estado Português Outras empresas
do Estado Associadas
(DGT) do Grupo CGD
Português
Ativos
Passivos
Resultados
225
31-12-2021
Outras entidades
Estado Português Outras empresas
do Estado Associadas
(DGT) do Grupo CGD
Português
Ativos
Passivos
Resultados
Os valores apresentados nos quadros acima, com exceção dos relativos a outras empresas do Grupo CGD,
correspondem à atividade individual da CGD, e resultam de uma extração de informação das principais
aplicações de negócio, não constituindo assim um detalhe integral de todas as transações com as entidades
referidas.
As transações com entidades relacionadas são efetuadas com base nos valores de mercado nas respetivas
datas.
226
37. Contratos de locação
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, estavam contabilizados:
31-12-2022
Quantia escriturada dos ativos sob direito de uso no final do período 154.359 1.191 54.345
Quantia escriturada dos passivos de locação no final do período (160.943) 2.871 (58.388)
31-12-2021
Quantia escriturada dos ativos sob direito de uso no final do período 166.612 2.429 -
A distribuição das rendas das operações com contratos de locação financeira no que respeita ao valor
presente dos pagamentos mínimos e ao rendimento financeiro não obtido em 31 de dezembro de 2022 e
31 de dezembro de 2021, por prazos residuais, apresenta o seguinte detalhe:
227
31-12-2022
> 3 meses > 1 ano > 2 anos
<= 3 meses > 5 anos Total
<= 1 ano <= 2 anos <= 5 anos
Valor presente dos pagamentos mínimos 85.056 232.532 262.988 435.773 375.754 1.392.103
Rendimento financeiro não obtido 15.164 40.861 44.345 84.556 78.569 263.496
31-12-2021
> 3 meses > 2 ano > 2 anos
<= 3 meses > 5 anos Total
<= 1 ano <= 1 ano <= 5 anos
Valor presente dos pagamentos mínimos 86.633 228.303 257.841 433.838 349.761 1.356.377
Rendimento financeiro não obtido 6.725 18.263 20.054 39.106 38.101 122.249
228
38. Prestação de serviço de mediação de seguros
Nos exercícios de 2022 e 2021, o total de remunerações referentes à prestação de serviços de mediação
de seguros ascendeu a 79.856 mEuros e 71.196 mEuros, respetivamente, dizendo respeito na sua
totalidade a comissões recebidas sob a forma de numerário.
79.856 71.196
As comissões recebidas pela mediação de produtos do ramo Vida e Não Vida da Fidelidade - Companhia
de Seguros, S.A. através da rede comercial são integralmente reconhecidas pela CGD em resultados do
exercício no momento da sua originação, encontrando-se contabilizadas na rubrica de “Rendimentos e
encargos com serviços e comissões” (Nota 29).
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os saldos a receber pela CGD junto da Fidelidade
- Companhia de Seguros, S.A. relativos a comissões de mediação ascendiam a 19.239 mEuros e 4.623
mEuros, respetivamente. No âmbito da sua atividade de mediador, a CGD não exerce qualquer atividade
de cobrança junto de clientes relacionados com pagamentos associados a contratos de seguros.
Apesar de o Grupo CGD manter uma participação minoritária no capital social da Fidelidade, não tem
interferência direta na política de investimentos da Companhia, nem assume qualquer responsabilidade
contratual com os clientes relativamente a estes produtos.
229
39. Divulgações relativas a instrumentos financeiros
Políticas de gestão dos riscos financeiros inerentes à atividade do Grupo
A CGD mantém um modelo de gestão de risco centralizado que abrange a avaliação e controlo dos riscos
de crédito, de mercado, e de liquidez incorridos em todo o Grupo, e que consagra o princípio da segregação
de funções entre as atribuídas às áreas comerciais e à área de risco.
Risco de crédito
No que respeita à monitorização da carteira de crédito, realizada pela Direção de Gestão de Risco,
procedeu-se à revisão da Política de Acompanhamento e Recuperação de Crédito, bem como à
incorporação dos conceitos de Incumprimento e de Non-Performing Exposure, alinhadas com as definições
publicadas pela European Banking Authority (EBA), no sistema operacional que suporta o processo de
monitorização diário da carteira de crédito. Este sistema incorpora um conjunto de regras e funcionalidades
que visam a identificação tempestiva de eventos de risco, permitindo iniciar um conjunto de ações corretivas
visando a regularização e a recuperação do crédito:
(i) Todos os clientes tem um grau de risco associado, o qual é atualizado diariamente;
(ii) Os clientes de retalho para os quais são identificados graus de risco mais gravosos são afetos, de
forma automática, às áreas especializadas de recuperação; e,
(iii) As medidas de atuação adotadas, e que visam a regularização do crédito, são identificadas,
permitindo determinar o seu grau de eficiência.
No âmbito do processo de concessão de crédito, a Direção de Riscos de Crédito, com funções corporativas
e dependendo diretamente da Comissão Executiva, tem as funções de decisão e/ou análise de crédito a
Empresas, Instituições Financeiras, Institucionais e Particulares.
No que respeita a crédito concedido a empresas, para além do acompanhamento natural da carteira, a
análise incide sobre o risco de crédito do cliente, seu respetivo grupo económico e também sobre as
operações objeto da proposta, segregando funções com a área comercial, a quem cabe apresentar a
proposta com as condições das operações.
Esta análise tem por base a notação de risco atribuída pelas agências de rating e pelos modelos internos
de avaliação e também a ponderação de fatores de ordem quantitativa e qualitativa, relativamente ao
cliente/grupo económico e operação em análise. É igualmente tido em consideração todo o enquadramento
do mercado e da economia em que se encontram inseridas as entidades, bem como a identificação de
aspetos/condições que poderão mitigar o risco de crédito.
Risco de mercado
De modo a garantir que os níveis de risco incorridos nas carteiras do Grupo CGD se enquadram nas balizas
de apetência pelo risco, são estabelecidas, com periodicidade mínima anual, regras de gestão do risco de
mercado para cada carteira ou unidade de negócio. O conjunto de regras abarca as tipologias relevantes
de risco de mercado, incluindo concentração de exposição (por nome, setor, rating e país), indicadores de
liquidez de mercado dos ativos, composição de ativos e instrumentos autorizados e define ainda níveis de
perdas máximas admissíveis.
230
Diariamente é efetuado um controlo exaustivo das alterações nas carteiras de modo a identificar alterações
de perfil ou eventuais segmentos merecedores de especial monitorização. Os consumos dos limites
estabelecidos são acompanhados diariamente pela função de gestão de risco e comunicados aos órgãos
de administração e responsáveis pela gestão de cada carteira.
As operações de cobertura de risco de mercado são decididas pelos gestores das carteiras ou das unidades
de negócio, tendo em conta o necessário cumprimento das regras de gestão do risco de mercado,
nomeadamente os instrumentos autorizados e os limites definidos.
A métrica de monitorização de risco de mercado mais utilizada é o Value at Risk (VaR), apurado para todos
os tipos de risco de mercado (taxa de juro (e de spread), ações, taxa de câmbio e volatilidade), segundo a
metodologia de simulação histórica, sendo os níveis de confiança utilizados na simulação dependentes do
objetivo de detenção das carteiras. Em determinadas carteiras são igualmente monitorizadas métricas
adicionais: Expected Shortfall e Third Worst. Adicionalmente, são utilizadas outras medidas de risco de
mercado, como a sensibilidade a variações de preço dos ativos subjacentes (basis point value (bpv), para
taxa de juro) e outros indicadores de sensibilidade comummente aplicados a carteiras de opções (vulgo,
gregos).
A fiabilidade do modelo de VaR é monitorizada diariamente através da análise comparativa entre o valor
em risco e o resultado diário teórico (backtesting teórico) e o resultado real (backtesting real). O número de
exceções obtidas permite avaliar a fiabilidade do modelo e equacionar eventuais medidas de ajustamento
ou calibração. Adicionalmente, no backtesting são efetuados testes de hipóteses: testes de excessos e
testes de normalidade.
O Grupo CGD realiza regularmente testes de esforço (stress-testing) com incidência no risco de mercado
e cambial com uma periodicidade mínima mensal. A realização de testes de esforço visa avaliar o impacto
de eventos adversos da exposição ao risco, por via do impacto no justo valor dos investimentos e na
adequação quantitativa e qualitativa dos fundos próprios do Grupo CGD. Os testes de esforço são baseados
em cenários para os fatores de risco, os quais e no seu conjunto representam situações que podem originar
perdas extraordinárias nas carteiras sujeitas a risco de mercado. Esses fatores incluem, especificamente,
os eventos de baixa probabilidade associados aos principais tipos de risco, incluindo as várias componentes
dos riscos de mercado e cambial. Os cenários utilizados pretendem identificar o risco potencial sobre
condições de mercado extremas e nas franjas de probabilidade de ocorrência não cobertas pela métrica
VaR. Assim, alguns dos cenários pretendem replicar o comportamento de variáveis financeiras perante
factos ocorridos no passado (crises) enquanto outros correspondem a análises de sensibilidade a um ou
vários fatores de risco.
Risco cambial
O controlo e a avaliação do risco cambial são efetuados a nível individual, diariamente, para a atividade
doméstica e para cada uma das Sucursais e Filiais e, mensalmente, a nível consolidado para todo o Grupo.
São calculados valores e limites em termos de VaR, assim como por posição aberta total e posição aberta
por moeda.
As políticas de gestão do risco de liquidez e de taxa de juro do balanço são definidas pelo Conselho
Delegado de Gestão de Capital, de Ativos e Passivos (Capital, Asset and Liability Committee, CALCO). A
Área de Risco de Liquidez e de Taxa de Juro do Balanço da Direção de Gestão de Risco mede monitoriza
e reporta os dois tipos de riscos.
A gestão do risco de liquidez compreende a análise dos prazos residuais de maturidade dos diferentes
ativos e passivos do balanço, evidenciando, para cada um dos diferentes intervalos temporais considerados
(buckets), os volumes de cash inflows e cash outflows, bem como os respetivos gaps (diferenciais) de
liquidez.
231
Inclui, também, a realização de testes de esforço segundo metodologia desenvolvida internamente e
articulados com o plano de contingência de liquidez existente, visando a determinação das perspetivas de
financiamento em cada momento, o reforço da capacidade de resistência da instituição a choques adversos
e o estudo de alternativas em termos de financiamento.
O Grupo CGD prosseguiu, ao longo do ano, uma política de captação de recursos que procurou promover
uma estrutura de financiamento sustentável da sua atividade, baseada nas características de liquidez e de
prazo residual dos seus ativos e exposições fora de balanço.
Relativamente à gestão do risco de taxa de juro, a metodologia adotada na mensuração compreende, por
um lado, uma perspetiva de curto prazo ou contabilística e, por outro lado, uma perspetiva de longo prazo
ou económica.
A perspetiva de curto prazo ou contabilística de avaliação do risco de taxa de juro pretende estimar o efeito
na margem de juros de variações adversas das taxas de juro. A metodologia utilizada para o efeito agrega
em intervalos temporais todos os ativos e passivos sensíveis a variações de taxa de juro, de acordo:
(i) Com os seus prazos de vencimento residual se forem instrumentos financeiros de taxa fixa; e,
(ii) Com os prazos que decorrem até à refixação das suas taxas de juro se forem instrumentos
financeiros de taxa variável.
Os respetivos gaps de taxa de juro são posteriormente calculados para esses intervalos temporais,
permitindo assim aproximar o efeito na margem financeira de variações das taxas de juro.
Adicionalmente, com o objetivo de promover a fiabilidade das estimativas obtidas a partir dos gaps de taxa
de juro da sensibilidade da margem de juros, são utilizadas técnicas de simulação de margem financeira
que incluem, nomeadamente, a elaboração de cenários previsionais da evolução do balanço do Grupo
integrando comportamentos e tendências relevantes da atividade bancária, bem como cenários da evolução
das diferentes taxas de mercado e das expectativas refletidas nas yield curves.
A perspetiva de longo prazo ou económica de avaliação do risco de taxa de juro pretende estimar o efeito
no valor económico do capital de variações adversas das taxas de juro. A metodologia utilizada para o efeito
envolve o cálculo da duração efetiva dos ativos e passivos sensíveis a variações de taxa de juro, bem como
do respetivo gap de duração, que permite aproximar o efeito no valor económico do capital de variações
das taxas de juro.
No mesmo âmbito, com o objetivo de promover a fiabilidade das estimativas obtidas a partir do gap de
duração da sensibilidade do valor económico do capital, são utilizadas técnicas de simulação que
compreendem a avaliação e respetiva estimativa de todos os cash flows futuros gerados pelos ativos e
passivos sensíveis a variações de taxa de juro (full valuation).
A gestão dos riscos de liquidez e de taxa de juro do balanço é suportada por um conjunto de guidelines
aprovadas em sede de CALCO, que incluem a fixação de limites para um conjunto de variáveis significativas
do nível de exposição a estes tipos de riscos. O objetivo dessas guidelines é o de assegurar que o Grupo
CGD possui um modo de gerir o trade-off rentabilidade-risco no que se refere à gestão do balanço e que,
simultaneamente, está em condições de fixar o nível de exposição conveniente e de controlar os resultados
das políticas e posições de risco assumidas.
232
Risco de Crédito
31-12-2022 31-12-2021
Títulos de negociação
633.117 336.990
64.861 1.505.566
1.720.524 5.270.563
12.776.447 13.052.244
15.194.949 20.165.363
50.882.415 49.459.292
Outros compromissos
4.193.731 4.006.810
(a) Em 31de dezembro de 2022 e 31de dezembro de 2021, inclui dívida adquirida ao M ecanismo de Estabilização Financeira da União Euro peia, no mo ntante
de 100.000 mEuro s e 101.102 mEuro s, respetivamente
233
O montante de exposição a instrumentos financeiros derivados apresentado no quadro anterior não inclui
o efeito de mitigação de risco decorrente de contas caução (Nota 23) e de acordos de netting.
Nas classificações de risco apresentadas para as aplicações em instituições de crédito foi considerado
como rating de contraparte o menor dos ratings atribuídos por duas das agências internacionais de rating,
limitado, em termos gerais, pelo rating do país em que a instituição financeira está sediada e, se for o caso,
pelo rating do grupo financeiro em que está inserida. No caso de instituições financeiras que não possuam
rating externo mas que sejam maioritariamente de capitais públicos, o rating utilizado será equivalente ao
rating externo atribuído ao Estado onde a entidade estiver sedeada.
O quadro seguinte apresenta a desagregação do valor de balanço das aplicações em instituições de crédito,
com referência a 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, considerando as classes
agregadoras de risco (reduzido, médio e elevado) associadas aos ratings externos e por país de origem da
contraparte:
31-12-2022
Resto da União
Portugal Ásia Outros Total
Europeia
Risco reduzido - 1.036.569 91.303 469.047 1.596.919
31-12-2021
Resto da União
Portugal Ásia Outros Total
Europeia
Risco reduzido 39.864 1.055.582 69.155 509.790 1.674.391
234
Qualidade de crédito de títulos de dívida
31-12-2022
Resto da União América do
Portugal Outros Total
Europeia Norte
Ativos financeiros registados ao justo valor através
de resultados
633.209 - - - 633.209
Emitidos por
633.209 - - - 633.209
Ativos financeiros registados ao justo valor através
de outro rendimento integral
Emitidos por
Emitidos por
235
31-12-2021
Resto da União América do
Portugal Outros Total
Europeia Norte
Ativos financeiros registados ao justo valor através
de resultados
Emitidos por
Emitidos por
Emitidos por
236
Exposição a dívida soberana de países periféricos da Zona Euro
As principais características de emissões de dívida soberana de países periféricos da Zona Euro nas
carteiras da Caixa e suas sucursais em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021 são
seguidamente apresentadas:
Total
Portugal 46 - 46 46 -
Total
237
Critérios de Valorização
As emissões da dívida soberana de países periféricos da Zona Euro considerados no quadro anterior foram
mensurados considerando preços observáveis de mercado, quando aplicável, ou, na ausência de mercado
ativo, com base em preços fornecidos por contrapartes externas. Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021, estas carteiras encontram-se segmentadas nos níveis 1 e 2 da hierarquia de justo valor,
sendo os elementos distintivos destas categorias, assim como os principais pressupostos utilizados,
apresentados em maior detalhe na coluna “Justo valor”.
As divulgações sobre qualidade dos ativos e gestão de risco de crédito são seguidamente apresentadas,
tendo por base, essencialmente, as práticas da CGD Sede.
De caráter qualitativo
Em resposta aos diversos requisitos legais e regulamentares, e tendo como objetivo a utilização das
melhores práticas na gestão do risco de crédito, a Caixa Geral de Depósitos tem implementado um processo
de gestão do risco de crédito, suportado numa estrutura organizacional que garante a independência entre
as áreas comerciais (tomadoras de risco), de recuperação, de decisão e de risco.
A atividade de concessão encontra-se alinhada com a estratégia e as políticas de gestão do risco de crédito
definida pelos órgãos competentes na CGD.
A CGD definiu um modelo de decisão centralizada do crédito, passando a Direção de Riscos de Crédito a
ter a função de decisão de crédito para Empresas, Instituições Financeiras e Institucionais, bem como para
crédito a particulares. O modelo de governo da decisão de crédito, incluindo os limites de delegação de
competências, estão definidos em normativo interno.
(i) A emissão, prévia e obrigatória, de parecer de risco para atribuição de limites internos ou
apreciação de operações não abrangidas por aqueles limites, para clientes cujo montante de
exposição (em termos de Grupo Económico), rating ou características específicas da operação
(ou proponente) assim o justifiquem (de acordo com os normativos internos);
(ii) Propor superiormente a redefinição de limites de crédito sempre que as circunstâncias assim o
aconselhem; e,
A Direção de Gestão de Risco intervém no processo de controlo e monitorização do risco de crédito, nas
fases de concessão e de posterior acompanhamento, quer na perspetiva cliente/operação, quer na ótica de
carteira de crédito, mediante:
(i) A definição, desenvolvimento e manutenção dos modelos internos de avaliação de risco (rating e
scoring);
(ii) A monitorização e controlo global do risco de crédito do Grupo CGD por carteiras de crédito,
produtos e unidades de negócio;
(iii) A identificação dos clientes com risco acrescido de incumprimento, através da deteção de sinais
de alerta;
238
(iv) A avaliação e validação da imparidade individual;
(v) A determinação da perda de crédito esperada (imparidade coletiva) para todos os segmentos da
carteira de crédito;
A Direção de Gestão de Risco pode ainda propor superiormente a aprovação e revisão de políticas e
guidelines no âmbito da gestão do risco de crédito do Grupo.
(ii) Clientes regulares mas com sinais de alerta (early warnings) que poderão indiciar um aumento da
probabilidade de incumprimento do cliente;
(iii) Clientes que registam eventos graves, com elevada probabilidade de incumprimento, sendo assim
classificados como estando em dificuldades financeiras;
(iv) Clientes no período probatório de 24 meses, após ocorrência de uma reestruturação por
dificuldades financeiras do cliente;
O processo de workflow incorpora medidas de atuação, que variam consoante a gravidade do evento,
fornecendo à primeira linha de defesa mecanismos que permitem uma prevenção ativa de potenciais futuros
incumprimentos.
Para as situações em que são identificados eventos mais gravosos, existe um processo automático que
transfere de imediato os clientes das áreas comerciais para as áreas de recuperação, assegurando assim
que os casos potencialmente mais problemáticos passem a ser tratados por gestores especializados na
recuperação de crédito.
Caso se trate de clientes empresa com exposições relevantes, a decisão de manutenção da gestão do
cliente nas estruturas comerciais ou de transferência para as áreas especializadas de recuperação, é da
competência da Comissão Executiva de Riscos de Crédito e do Conselho de Crédito, consoante o nível de
responsabilidades dos clientes em análise, suportados num relatório específico elaborado pela Direção de
Gestão de Risco ou em avaliações efetuadas no processo de decisão de crédito pela Direção de Risco de
Crédito.
Sempre que seja identificada qualquer situação de atraso ou de potencial atraso de pagamento, são
desenvolvidas as diligências adequadas à recuperação do crédito vencido e à obtenção de condições que
permitam a regularização da situação, cumprindo o disposto pelo Decreto-Lei n.º 227/2012 complementado
pelo Decreto-Lei n.º 70-B/2021 – PARI e PERSI no que respeita ao crédito a particulares, tendo o processo
na CGD sido revisto no final do ano de 2022 para responder ao Decreto-Lei n.º 80-A/2022.
239
A recuperação de crédito consiste no conjunto das ações do Grupo CGD, em caso de atraso no pagamento
de uma ou mais prestações referentes a uma operação de crédito. É uma função fundamental na gestão
do crédito no Grupo, que tem lugar a partir do momento em que se verifica o primeiro atraso numa prestação
e que está presente durante todo o restante ciclo de vida do crédito, até que este volte a estar regularizado.
A recuperação de crédito via negocial é composta por três tipos de ações, por ordem de prioridade na sua
aplicação:
Na fase inicial de cobrança do crédito, os contactos com o cliente, tendo em vista a regularização dos
montantes em atraso, é assegurada pelo call center e pela área comercial. No caso dos contactos iniciais
não surtirem efeito e o cliente passar a registar pagamentos em atraso há mais de 30 dias, procede-se à
sua realocação a uma área de recuperação com o objetivo de ser encontrada a solução mais apropriada
que permita a recuperação do crédito.
Nas situações em que o processo negocial com o cliente não esteja a surtir o efeito desejado para o Grupo
CGD e para os seus clientes, a recuperação de crédito deve passar pelo recurso ao contencioso. Esta
solução consiste na execução de bens ou direitos, hipotecados/empenhados para garantia do crédito com
o intuito de se proceder à venda judicial.
Como medida alternativa de recuperação, o Grupo CGD também considera a venda de carteiras de crédito
ou de crédito individuais sempre que, após a devida avaliação custo/benefício, se entende ser a solução
mais eficiente.
A gestão do risco de concentração de crédito do grupo CGD é assegurada pela Direção de Gestão de Risco
que procede à identificação, medição e controlo de exposições significativas.
Para monitorizar o risco de concentração foram definidas métricas no Risk Appetite Statement que permitem
assegurar o controlo mensal da evolução de segmentos de carteira que foram considerados mais críticos
no que respeita ao risco de crédito.
A quantificação das perdas por imparidade é condicionada à identificação de eventos que indiciem uma
degradação da qualidade creditícia da contraparte com impacto nos cash flows futuros do crédito.
Nas situações em que ocorram melhorias significativas na capacidade creditícia dos devedores e/ou um
reforço adequado das garantias reais, a perda anteriormente reconhecida reduz-se até ao nível da nova
perda calculada, existindo assim uma reversão de imparidade direta.
Nas situações de venda de operações de crédito por uma quantia superior à da sua exposição líquida de
imparidade também se regista uma reversão na imparidade.
240
4. Descrição das medidas de reestruturação aplicadas e respetivos riscos associados, bem como os
mecanismos de controlo e monitorização dos mesmos
Entende-se por reestruturação de crédito qualquer alteração às condições em vigor das operações de
crédito de clientes em dificuldades financeiras de que resulte uma modificação dos direitos ou deveres das
partes.
As soluções de recuperação são aplicadas tendo sempre presente a realidade do cliente e o melhor
interesse da CGD, com base em três princípios básicos:
(i) Impacto no capital e fluxos de caixa: O primeiro aspeto a ser considerado deve ser o impacto que
o referido tratamento terá no capital investido pelo Grupo CGD e nos fluxos de caixa gerados pela
operação no futuro. Este impacto deve ser medido através do cálculo do NPV incremental do
tratamento por oposição a uma solução litigiosa (tida como último recurso na recuperação de
crédito);
(ii) Impacto no cliente: Em segundo lugar, deve ser considerado o impacto que a solução de
tratamento terá para o cliente, segundo dois critérios fundamentais:
Capacidade de pagamento: é necessário que o cliente seja capaz de fazer face às suas
obrigações financeiras no novo cenário, tendo em conta o seu rendimento esperado; e,
(iii) Impacto da complexidade: Por último, deve ser considerado na estratégia de tratamentos um
conjunto de fatores suscetíveis de adicionar complexidade às situações de incumprimento,
devendo ter um tratamento diferenciado daquele que seria proposto tendo em conta apenas os
dois princípios anteriores. Ainda que o impacto financeiro da solução possa não ser ótimo, outros
parâmetros como especificidades do cliente, o impacto do tratamento na imagem pública do Grupo
CGD, o risco reputacional ou a disponibilidade dos clientes para negociar fazem também parte das
regras de decisão de tratamentos a aplicar.
A generalidade dos créditos objeto de reestruturação devido a dificuldades financeiras do cliente está sujeita
a um tratamento específico para efeitos de cálculo de imparidade, durante todo o período de vigilância
mínimo de 24 meses, em conformidade com o preconizado no Regulamento de Execução (UE) 2021/451,
da Comissão, de 17 de dezembro de 2020.
Bens Imóveis
(i) Construções:
Construções concluídas; e,
Construções inacabadas.
(ii) Terrenos:
Terrenos com potencial construtivo (o seu maior e melhor uso tem em consideração o potencial
construtivo); e,
Terrenos sem potencial construtivo (o seu maior e melhor uso não é o potencial construtivo).
(i) Verificação do bem imóvel: a verificação de imóveis é efetuada para efeitos da contratação de
novas operações de crédito imobiliário, tendo como objetivo determinar o presumível valor de
transação em mercado livre.
241
A verificação do valor do bem imóvel é documentada e inclui, entre outras, cópias das plantas, da
caderneta predial e da descrição da conservatória do registo predial, quando disponibilizadas.
Complementarmente, são realizadas avaliações individuais (por observação direta no local);
(ii) Atualização da avaliação do valor do bem imóvel por perito avaliador: as operações de crédito
imobiliário que são objeto de alterações contratuais são, em regra, passíveis de nova avaliação,
realizada nos mesmos moldes que as novas operações.
Tratando-se de crédito não produtivo, os valores das garantias reais são sujeitos a verificações de
valor e/ou atualizações de valores, cumprindo a periodicidade definida em normativo interno; e,
(iii) Revisão de valorização indexada: Revisão de valores de imóveis, sempre que existam dados
suficientes que permitam a mensuração por este método, efetuada por um perito avaliador
imobiliário, interno, registado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Esta
metodologia é utilizada para imóveis habitacionais ou imóveis para fins comerciais, no crédito não
produtivo com saldo devedor inferior a 300 mEuros e no crédito regular, com saldo devedor inferior
a 500 mEuros.
A área de avaliações da CGD inclui no seu quadro de pessoal engenheiros e arquitetos com
experiência significativa na área das avaliações, tendo os responsáveis de visto técnico formação
complementar em cursos de avaliação de imóveis, estando registados e certificados na CMVM
como peritos avaliadores de imóveis;
São prestadores de serviço externo, para a área de avaliações da CGD, uma rede de peritos
avaliadores imobiliários, tanto empresas como individuais registados na Comissão do Mercado de
Valores Mobiliários (CMVM), os quais se encontram distribuídos pelo país, em função da área
onde exercem a sua atividade profissional, existindo vários para cada concelho, de modo a garantir
a adequada diversificação e rotação;
Os peritos avaliadores constam de uma lista, na qual são definidos os concelhos prioritários de
atuação, atendendo a critérios de eficiência de deslocações e ao conhecimento aprofundado do
mercado local. Os pedidos de avaliação são dirigidos aos avaliadores por meio de um portal de
gestão imobiliária da CGD. O avaliador regista no portal a data de visita, bem como o relatório de
avaliação, cujo conteúdo se encontra normalizado, incluindo nomeadamente documentos
relevantes para a avaliação e fotografias do imóvel.
Outros Colaterais
Para além dos bens imóveis são elegíveis para efeitos de mitigação no cálculo da imparidade do crédito os
seguintes colaterais:
(ii) Penhores de obrigações emitidas pela CGD – avaliação pelo valor nominal das obrigações; e,
(iii) Penhores de ações cotadas – avaliação pelo valor de mercado na data de referência do cálculo.
Existem abordagens na modelização que, na perspetiva da CGD, são as mais adequadas para
determinação de imparidade, mas sobre as quais existiram julgamentos na definição dos processos,
nomeadamente:
(i) Histórico de informação considerado para efeito de modelização (PD, LGD, haircuts sobre
colaterais);
(ii) Período de workout para cálculo das LGD e metodologias de avaliação de múltiplos defaults;
242
(iii) Critérios utilizados para a segmentação da carteira:
(vi) Critérios para determinar o aumento significativo do risco, desde o reconhecimento inicial do
instrumento financeiro, que incorporam informação prospetiva; e,
(vii) Para determinação da perda de crédito, são definidos três cenários macroeconómicos prováveis
(um otimista, um pessimista e um cenário base) revistos semestralmente, sendo os respetivos
fatores de risco ajustados a cada cenário para suportar o cálculo de perdas esperadas.
7. Descrição das metodologias de cálculo da imparidade, incluindo a forma como as carteiras são
segmentados, para refletir as diferentes características dos créditos
(i) Imparidade individual: que se suporta numa avaliação efetuada a clientes com exposições
individualmente significativas, mediante o preenchimento de uma ficha de imparidade e do
template de cálculo mediante a abordagem Going ou Gone Concern; e,
(ii) Imparidade coletiva ou paramétrica: que é determinada de forma automática pelo modelo de
imparidade do crédito. O cálculo paramétrico é realizado ao nível de cada operação de crédito.
De acordo com a norma IFRS 9 - "Instrumentos financeiros" foram estabelecidos princípios para a
classificação das operações e ativos da carteira do banco de acordo com o risco de crédito associado.
(i) Stage 3: As exposições para as quais existe evidência objetiva de crédito em imparidade,
correspondendo às operações que se encontram em default;
(ii) Stage 2: As exposições para as quais se observa uma degradação significativa do nível de risco
de crédito desde o reconhecimento inicial (Significant Increase in Credit Risk, SICR) ou apresente
critérios objetivos de indícios de imparidade; e,
Classificação em Stage 3
Para as carteiras de títulos e aplicações noutras instituições de crédito (OICs), a definição de stage 3 está
alinhada com as notações das agências externas de rating e considera todas as exposições com rating D.
Para a carteira de crédito, a definição de stage 3 está alinhada com a definição de default da CGD. São
considerados os seguintes eventos:
Insolvência declarada;
243
Pedido de insolvência (inclui PER) pelo devedor ou pela CGD;
Reestruturação por dificuldades financeiras do cliente, em período probatório com mais de 30 dias
de atraso que estava classificada como non-performing exposure antes da entrada no período
probatório; e,
Reestruturações por dificuldades financeiras caso ocorram perdas de valor (de acordo com a
materialidade definida).
A norma IFRS 9 - "Instrumentos financeiros" não define um conceito de default. No entanto, a CGD aplica
a mesma definição de default utilizada para efeitos de gestão, a nível interno do risco de crédito, a qual
incorpora as recomendações da EBA definidas no “Final Report on Guidelines on default definition (EBA-
GL-2016-07)” emitido em 28 de setembro de 2016. O histórico considerado para modelização dos fatores
de risco foi reprocessado com a definição de default que vigora na CGD.
Classificação em Stage 2
Crédito vencido na CGD com atrasos superiores a 30 dias e que não esteja classificado em default;
Operações reestruturadas por dificuldades financeiras que não se enquadrem nos critérios de
stage 3;
Operações POCI (Purchased or Originated Credit-Impaired) que não se enquadrem nos critérios
de stage 3;
Decréscimo de 20% no valor da garantia real, quando tal resulte num LTV superior a 80%
(aplicável a projetos imobiliários);
Carências intercalares;
244
Processos de insolvência que não a insolvência declarada e o PER;
Classificação em Stage 1
O stage 1 inclui todos os créditos que não apresentam critérios para classificação em stage 2 e stage 3.
Neste âmbito, são também classificadas em stage 1 as exposições da carteira de títulos que não registam
critérios de stage 2 ou de stage 3.
Para determinação das perdas por imparidade para a análise coletiva é necessária a determinação dos
seguintes fatores de risco:
(iii) Loss Given Default (LGD) – Perda caso a operação ou cliente entre em default. Para determinação
da LGD são observadas as recuperações das operações ou clientes que entraram em
incumprimento no período de histórico definido, apuradas de acordo com a antiguidade de
incumprimento registada em cada operação e em cada mês do histórico. São assim determinadas
LGD diferenciadas consoante a permanência do crédito na situação de incumprimento, o que
permite diferenciar as perdas por imparidade por tempo em incumprimento. Existem LGD
diferenciadas em função da tipologia de colateral existente na data de determinação da
imparidade; e,
(iv) Exposure at default (EAD) – Corresponde ao montante da exposição de cada operação à data de
entrada em default, sendo composta pelo somatório da exposição patrimonial e da exposição
extrapatrimonial após CCF (Credit Conversion Factor). O CCF representa um fator de conversão
de crédito que mede a proporção da exposição extrapatrimonial que é convertida em exposição
patrimonial até à data de entrada em default.
As estimativas dos fatores de risco, nomeadamente das probabilidades de default incluem uma componente
prospetiva ou de forward-looking, suportada em cenários macroeconómicos atualizados em cada semestre.
No Grupo CGD os limites definidos para a avaliação individual de imparidade definidos em normativo interno
têm em linha de conta as especificidades das diversas carteiras de crédito de cada unidade do Grupo, tendo
como objetivo a avaliação de todas as exposições consideradas individualmente significativas na perspetiva
de cada unidade e do Grupo. No caso da CGD, com referência a 31 de dezembro de 2022 são objeto de
análise individual os clientes empresa em que a exposição conjugada com critérios de risco cumpram os
seguintes critérios:
(i) Stage 1: Todos os clientes com exposição igual ou superior a EUR 20 Mios ou com exposição
igual ou superior a EUR 10 Mios se o cliente registar indícios de risco acrescido (e.g. early
warnings) ou o rating pior que 12 (escala de 1 a 15, excluindo o default);
(ii) Stage 2: Todos os clientes com exposição igual ou superior a EUR 10 Mios ou com exposição
igual ou superior a EUR 3 Mios se o cliente se registar indícios ou alertas de risco acrescido (e.g.
245
early warnings ou eventos mais gravosos) ou o rating pior que 12 (escala de 1 a 15, excluindo o
default);
(iii) Stage 3: Todos os clientes com exposição igual ou superior a 3.000 mEuros.
9. Política relativa aos graus de risco internos, especificando o tratamento dado a um mutuário classificado
como em incumprimento
Os clientes que entram em situação de incumprimento são, por norma interna, afetos às áreas
especializadas de acompanhamento e recuperação de crédito, podendo essa decisão de afetação ser
tomada pelo Conselho de Crédito ou pela Comissão Executiva de Riscos de Crédito.
De notar que devido à inovação implementada pelo processo de workflow de acompanhamento de clientes
(ponto 1.1.2, acima) a generalidade dos clientes que entram em incumprimento já estavam previamente
alocados a gestores das áreas de recuperação, não existindo assim uma rutura do processo negocial, que
se inicia aquando da transferência dos clientes das áreas comerciais para as áreas de recuperação.
Em função da análise efetuada aplica-se a solução de recuperação considerada mais adequada aos
interesses do cliente e da CGD, aplicando-se a solução litigiosa como último recurso na recuperação do
crédito.
10. Descrição genérica da forma de cálculo do valor atual dos cash flows futuros no apuramento das perdas
de imparidade avaliadas, individual e coletivamente
Avaliação Individual
A determinação dos cash flows futuros esperados dos créditos considera em que medida o cliente gerará
os meios libertos para pagamento da dívida. O valor recuperável de um crédito traduz-se no somatório dos
cash flows futuros esperados, estimados de acordo com as condições contratuais em vigor (prazo, taxa,
método de amortização, etc.) e de acordo com as expectativas de cobrabilidade subjacentes.
Nas situações em que os clientes registem indícios de perda, procede-se a uma avaliação para determinar
se os cash flows esperados são inferiores aos cash flows contratuais. Nestas situações, efetua-se o
consequente ajustamento no valor da imparidade.
Para determinar os cash flows futuros da empresa é utilizada uma das seguintes abordagens:
(i) Abordagem going concern, em que se considera a continuação da atividade da empresa e assim
os cash flows operacionais são projetados para determinar se são suficientes para assegurar o
pagamento da dívida de todos os credores. Adicionalmente, poder-se-á assumir a venda ou
execução de colaterais para ressarcimento da dívida, desde que os mesmos não tenham qualquer
influência e impacto nos cash flows futuros estimados da empresa (ou seja, desde que se trate de
ativos não operacionais). Esta abordagem de going concern é utilizada se:
a) Os cash flows operacionais futuros da empresa são materiais e podem ser adequadamente
estimados; e,
b) O ressarcimento da dívida não passa pela execução de colaterais que são determinantes para
o normal funcionamento da empresa.
(ii) Abordagem gone concern, associada a um cenário de cessação da atividade da empresa, em que
os colaterais são executados cessando assim os cash flows operacionais da empresa. A aplicação
desta abordagem é considerada quando se verifica pelo menos uma das situações a seguir
elencadas:
b) Os cash flows operacionais futuros estimados são residuais ou negativos ou inferiores ao valor
estimado dos colaterais e claramente insuficientes para permitir ao cliente fazer face ao
serviço de dívida;
246
d) A aplicação da abordagem going concern teria um impacto material e negativo no montante
recuperável face à abordagem gone concern;
e) Existe um elevado nível de incerteza na estimativa dos cash flows futuros, nomeadamente
quando o EBITDA dos últimos anos é negativo; e,
De notar que, em algumas situações, poderá ser aplicada uma abordagem mista, em que se consideram
cash flows resultantes da atividade da empresa, os quais podem ser complementados por cash flows que
sejam originados pela venda de ativos da empresa, assumindo-se o cenário de continuidade da empresa.
Caso os ativos objeto de venda tenham impacto nos cash flows futuros operacionais da empresa, proceder-
se-á ao respetivo ajustamento para determinar os montantes recuperáveis.
Imparidade Coletiva
Para operações que se encontram em stage 1, o cálculo da perda esperada (Expected Credit Loss - ECL(3))
considera a perda a 12 meses e resulta da seguinte expressão.
Para as operações em stage 2, as perdas de crédito lifetime são calculadas de acordo com a seguinte
expressão:
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 (1)
𝐸𝐴𝐷𝑘 × 𝐿𝐺𝐷𝑘 × 𝑆𝑅𝑘−1 × 𝑃𝐷𝑘
𝐸𝐶𝐿𝑆𝑡𝑎𝑔𝑒 2 = ∑
(1 + 𝑟)𝑘
𝑘=𝑡
Dado que o conceito de stage 3 está alinhado com o conceito de default interno, considera-se que a PD
lifetime é de 100%. Como tal, as perdas esperadas para as operações em stage 3 são dadas através da
seguinte expressão:
Adicionalmente, as perdas a atribuir a um crédito deverão ser o resultado das perdas apuradas para três
cenários macroeconómicos possíveis (cenário central, cenário central pessimista e cenário central otimista),
ponderadas pelas probabilidades de ocorrência de cada cenário.
(1): EAD = Exposure at Risk; PD = Probability of Default; LGD = Loss Given Default.
247
De caráter quantitativo
Os quadros seguintes apresentam elementos relativos à carteira de crédito a clientes e imóveis recebidos
em dação ou execução, tendo por referência os conteúdos aplicáveis à atividade do Grupo.
Segmento
Administrações públicas 3.431.734 15.396 4.529 3.451.659 248 132 203 583
Outras empresas financeiras 248.461 54.831 3.837 307.129 4.775 4.462 934 10.171
Empresas não financeiras 13.759.980 2.046.905 1.102.723 16.909.608 164.597 430.626 811.305 1.406.528
Pequenas e médias empresas 8.147.642 1.538.465 816.848 10.502.955 87.147 263.311 580.306 930.765
Imóveis comerciais 2.951.734 459.998 273.839 3.685.571 20.234 73.528 135.733 229.494
Outras empresas 5.612.339 508.439 285.874 6.406.652 77.450 167.315 230.999 475.764
Imóveis comerciais 578.489 8.813 72.854 660.156 8.044 144 47.406 55.593
Crédito ao consumo 827.008 57.342 24.954 909.303 1.790 8.041 24.153 33.984
Segmento
Outras empresas financeiras 230.983 60.147 5.528 296.658 1.090 12.838 3.553 17.480
Empresas não financeiras 13.485.403 2.430.192 1.307.381 17.222.976 101.240 501.217 866.995 1.469.452
Pequenas e médias empresas 7.816.902 1.941.302 941.204 10.699.408 68.891 389.527 615.269 1.073.688
Imóveis comerciais 2.652.753 548.757 296.888 3.498.398 15.653 99.525 192.879 308.058
Outras empresas 5.668.501 488.890 366.177 6.523.568 32.349 111.689 251.726 395.764
Imóveis comerciais 901.183 61.203 35.462 997.848 13.029 9.337 22.574 44.940
Crédito ao consumo 725.041 53.581 23.871 802.494 1.101 9.771 17.399 28.271
248
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe das exposições e imparidade entre
operações performing e non-performing é o seguinte:
Exposição em 31-12-2022 Imparidade em 31-12-2022
Segmento
Administrações públicas 3.433.497 13.633 3.447.130 2.124 - 576 1.056 774 4.529 3.451.659 380 203 - - - - 203 583
Outras empresas financeiras 299.499 3.793 303.292 13 2 3.256 566 0 3.837 307.129 9.237 1 - 0 781 151 934 10.171
Empresas não financeiras 15.692.291 114.594 15.806.885 674.681 36.204 39.524 275.525 76.788 1.102.723 16.909.608 595.223 482.955 20.372 22.513 228.160 57.306 811.305 1.406.528
Pequenas e médias empresas 9.614.217 71.890 9.686.107 430.013 31.336 39.522 241.876 74.101 816.848 10.502.955 350.458 290.416 15.827 22.511 196.301 55.251 580.306 930.765
Imóveis comerciais 3.395.269 16.463 3.411.732 137.482 7.811 10.826 74.680 43.040 273.839 3.685.571 93.761 47.312 2.779 3.846 51.151 30.644 135.733 229.494
Outros 6.218.948 55.427 6.274.375 292.531 23.525 28.696 167.197 31.061 543.009 6.817.384 256.697 243.104 13.048 18.665 145.149 24.607 444.573 701.270
Outras empresas 6.078.073 42.704 6.120.778 244.668 4.868 2 33.649 2.687 285.874 6.406.652 244.764 192.538 4.545 2 31.859 2.055 230.999 475.764
Imóveis comerciais 585.964 1.338 587.303 70.376 - 2 207 2.269 72.854 660.156 8.187 45.268 - 2 207 1.929 47.406 55.593
Outros 5.492.109 41.366 5.533.475 174.292 4.868 0 33.442 418 213.021 5.746.496 236.577 147.270 4.545 0 31.653 126 183.594 420.171
Famílias 26.999.005 70.247 27.069.252 168.449 14.114 20.938 84.999 209.509 498.008 27.567.261 225.634 121.825 9.754 15.653 66.069 199.156 412.457 638.091
Empréstimos à habitação com
hipoteca do imóvel 25.476.373 57.927 25.534.301 108.201 9.190 11.373 63.584 34.364 226.713 25.761.013 202.452 82.683 6.447 7.457 47.373 29.241 173.203 375.655
Crédito ao consumo 880.349 4.001 884.350 3.034 2.448 8.049 10.567 857 24.954 909.303 9.832 2.982 2.323 7.597 10.394 856 24.153 33.984
Outros 642.283 8.319 650.602 57.214 2.476 1.515 10.848 174.288 246.342 896.944 13.350 36.160 983 599 8.302 169.058 215.102 228.452
46.424.292 202.267 46.626.559 845.267 50.320 64.293 362.146 287.071 1.609.097 48.235.657 830.474 604.984 30.126 38.167 295.010 256.613 1.224.899 2.055.374
Segmento
Administrações públicas 3.122.969 8.766 3.131.735 2.966 - 1.006 - 797 4.768 3.136.503 97 12 - - - - 12 110
Outras empresas financeiras 288.145 2.985 291.130 18 2.755 323 1.267 1.165 5.528 296.658 13.928 2 1.681 199 586 1.085 3.553 17.480
Empresas não financeiras 15.791.906 123.690 15.915.596 811.629 45.257 42.360 298.385 109.750 1.307.381 17.222.976 602.457 517.409 29.101 19.624 227.397 73.464 866.995 1.469.452
Pequenas e médias empresas 9.661.649 96.555 9.758.204 502.082 42.493 41.868 255.590 99.172 941.204 10.699.408 458.418 316.091 27.803 19.232 187.801 64.343 615.269 1.073.688
Imóveis comerciais 3.179.130 22.380 3.201.510 96.599 29.776 21.819 94.500 54.194 296.888 3.498.398 115.179 59.765 22.296 6.953 70.024 33.841 192.879 308.058
Outros 6.482.520 74.174 6.556.694 405.483 12.717 20.049 161.089 44.979 644.316 7.201.010 343.240 256.325 5.507 12.279 117.777 30.501 422.391 765.630
Outras empresas 6.130.257 27.135 6.157.391 309.547 2.764 492 42.795 10.578 366.177 6.523.568 144.038 201.318 1.298 392 39.596 9.122 251.726 395.764
Imóveis comerciais 961.801 585 962.386 25.774 2.764 151 2.795 3.978 35.462 997.848 22.366 14.762 1.298 128 2.447 3.939 22.574 44.940
Outros 5.168.456 26.550 5.195.006 283.774 - 342 40.000 6.600 330.715 5.525.721 121.672 186.556 - 264 37.149 5.183 229.152 350.824
Famílias 26.375.153 67.462 26.442.616 184.743 15.669 19.160 129.193 244.482 593.247 27.035.863 209.940 92.917 5.192 10.100 66.268 207.420 381.897 591.837
Empréstimos à habitação com
hipoteca do imóvel 25.043.800 55.941 25.099.740 121.286 12.189 9.636 106.205 60.692 310.008 25.409.748 177.611 52.492 3.794 3.530 51.280 35.486 146.582 324.193
Crédito ao consumo 774.480 4.143 778.623 3.451 2.135 8.152 9.145 989 23.871 802.494 10.872 2.528 997 6.041 6.896 936 17.399 28.271
Outros 556.874 7.379 564.253 60.007 1.345 1.372 13.843 182.801 259.368 823.620 21.457 37.897 402 529 8.092 170.998 217.917 239.373
45.578.173 202.904 45.781.077 999.356 63.681 62.848 428.844 356.193 1.910.924 47.692.000 826.422 610.340 35.974 29.923 294.250 281.970 1.252.457 2.078.879
Em 31 de dezembro de 2022, o detalhe da carteira de crédito por segmento e ano de produção é o seguinte:
Famílias:
Empresas não financeiras: Famílias:
Administrações públicas Outras empresas financeiras Empresas não financeiras dos quais empréstimos à habitação com Total
dos quais imóveis comerciais dos quais crédito ao consumo e outros
hipoteca do imóvel
Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade
Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
operações constituída operações constituída operações constituída operações constituída operações constituída operações constituída operações constituída
Ano de produção
2007 e anteriores 806 654.682 5 12 383 4 4.224 1.328.400 348.106 696 513.232 114.191 252.928 7.871.924 214.992 115.610 425.058 204.698 373.580 10.280.448 767.806
2008 78 799.191 28 23 51.304 3.872 1.109 744.948 104.675 243 280.937 19.731 28.370 1.408.832 36.688 16.585 42.208 3.929 46.165 3.046.482 149.193
2009 56 97.907 0 8 90 0 1.037 207.538 63.696 214 126.709 28.304 24.963 1.464.524 32.407 18.999 39.698 5.218 45.063 1.809.757 101.321
2010 34 27.409 1 10 176 1 1.152 245.332 45.967 201 36.059 12.175 18.126 1.207.389 24.476 20.488 45.082 6.522 39.810 1.525.387 76.966
2011 12 20.584 22 8 119 1 923 144.739 26.637 172 55.817 8.162 7.717 482.439 10.807 12.943 26.233 2.052 21.603 674.115 39.519
2012 2 2.535 - 4 77 0 980 148.545 34.448 172 26.305 8.768 2.941 168.161 3.863 10.775 27.504 8.521 14.702 346.822 46.833
2013 8 28.653 1 5 215 150 1.400 193.447 58.530 162 21.930 4.556 3.086 184.890 4.730 51.644 38.263 2.214 56.143 445.468 65.626
2014 10 189.058 193 9 14.953 385 2.403 558.475 216.447 313 89.390 14.583 3.786 236.138 5.324 13.939 24.167 1.856 20.147 1.022.791 224.205
2015 26 23.456 1 9 514 2 3.579 929.269 184.992 513 133.328 25.019 7.465 533.278 8.432 16.745 34.650 4.796 27.824 1.521.167 198.222
2016 60 214.341 307 13 72.303 1.831 4.439 937.968 92.573 631 111.613 9.545 8.986 675.326 3.635 22.805 41.294 2.870 36.303 1.941.232 101.214
2017 36 51.256 6 13 4.359 154 6.162 606.382 49.297 888 97.604 9.019 10.111 794.452 4.017 25.287 58.521 3.957 41.609 1.514.970 57.431
2018 62 33.149 0 23 263 1 6.584 711.656 20.551 847 121.666 2.921 12.684 1.102.651 3.065 24.274 66.193 1.017 43.627 1.913.912 24.634
2019 56 152.215 0 41 762 15 9.383 1.738.820 31.915 1.624 695.019 8.999 16.663 1.618.476 5.922 34.852 98.902 3.454 60.995 3.609.174 41.307
2020 124 382.663 2 36 21.080 567 15.825 2.333.680 45.389 2.523 627.072 6.364 18.812 2.017.182 7.095 46.492 169.481 4.623 81.289 4.924.087 57.676
2021 122 365.547 4 44 75.275 2.160 13.150 2.027.886 27.555 2.524 605.657 5.601 25.932 3.062.741 6.134 52.883 269.924 3.723 92.131 5.801.372 39.576
2022 98 409.012 13 62 65.256 1.028 18.972 4.052.523 55.752 3.085 803.390 7.150 23.509 2.932.610 4.067 118.596 399.070 2.985 161.237 7.858.472 63.846
1.590 3.451.659 583 320 307.129 10.171 91.322 16.909.608 1.406.528 14.808 4.345.727 285.087 466.079 25.761.013 375.655 602.917 1.806.247 262.436 1.162.228 48.235.657 2.055.374
Famílias:
Famílias:
Empresas não financeiras: dos quais empréstimos à
Administrações públicas Outras empresas financeiras Empresas não financeiras dos quais crédito ao Total
dos quais imóveis comerciais habitação com hipoteca do
consumo e outros
imóvel
Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade
Avaliação
Coletiva 3.451.659 583 307.129 10.171 16.324.072 953.371 4.168.805 202.555 25.761.013 375.655 1.611.641 82.324 47.455.516 1.422.104
3.451.659 583 307.129 10.171 16.909.608 1.406.528 4.345.727 285.087 25.761.013 375.655 1.806.247 262.436 48.235.657 2.055.374
31-12-2021
Famílias:
Famílias:
Empresas não financeiras: dos quais empréstimos à
Administrações públicas Outras empresas financeiras Empresas não financeiras dos quais crédito ao Total
dos quais imóveis comerciais habitação com hipoteca do
consumo e outros
imóvel
Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade
Avaliação
Coletiva 3.136.503 110 296.653 17.480 16.463.378 928.679 4.359.603 238.536 25.409.748 324.193 1.435.471 90.804 46.741.754 1.361.266
3.136.503 110 296.658 17.480 17.222.976 1.469.452 4.496.246 352.998 25.409.748 324.193 1.626.114 267.644 47.692.000 2.078.879
249
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe do valor de exposição bruta de crédito
e imparidade, por setor de atividade é o seguinte:
31-12-2022
Exposição Crédito
Setor de atividade
Produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar condicionado 555.609 26.874 719 26.161
Serviços de saúde humana e atividades de ação social 243.837 13.740 8.115 12.149
250
31-12-2021
Exposição Crédito
Setor de atividade
Produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar condicionado 615.685 9.373 1.378 2.271
Serviços de saúde humana e atividades de ação social 247.708 24.468 6.022 13.388
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe do justo valor dos colaterais subjacentes
à carteira de crédito dos segmentos de Empresas não financeiras e Famílias: dos quais empréstimos à
habitação com hipoteca do imóvel é o seguinte:
31-12-2022
Justo valor
Empresas não financeiras 465.017 307.746 404.706 242.604 1.629.560 881.180 855.142 447.302 864.503 448.458 1.234.724 575.617 1.295.550 560.336
Empresas não financeiras dos quais:
imóveis comerciais 128.219 91.940 145.793 95.068 760.368 418.220 336.350 170.764 551.378 308.262 478.107 221.359 976.983 405.322
Famílias: dos quais empréstimos à
habitação com hipoteca do imóvel 51.905.297 37.659.249 2.358.139 1.304.231 824.958 401.764 174.294 10.185 145.327 1.277 133.102 681 78.339 44
52.498.532 38.058.935 2.908.638 1.641.904 3.214.886 1.701.164 1.365.786 628.251 1.561.208 757.998 1.845.933 797.658 2.350.871 965.702
31-12-2021
Justo valor
Empresas não financeiras 554.315 364.505 455.177 267.152 1.718.190 939.396 850.008 460.798 901.493 482.831 1.305.304 661.421 1.042.099 337.819
Empresas não financeiras dos quais:
imóveis comerciais 159.834 110.668 149.625 99.373 746.450 424.461 342.563 169.143 583.282 310.126 544.287 287.243 771.616 269.172
Famílias: dos quais empréstimos à
habitação com hipoteca do imóvel 51.720.958 37.999.823 1.983.143 1.111.086 706.057 336.670 204.946 9.140 167.616 1.442 133.102 681 78.339 44
52.435.107 38.474.997 2.587.945 1.477.610 3.170.696 1.700.526 1.397.518 639.082 1.652.391 794.400 1.982.693 949.345 1.892.054 607.035
251
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe da carteira de reestruturados por medida
de diferimento (Forborne) aplicada é o seguinte:
31-12-2022
Medida
Extensão de prazo 2.704 820.752 49.853 1.421 161.436 53.979 81.336 4.125 982.188 53.979 131.189
Período de carência 594 187.145 20.693 282 23.253 - 17.696 876 210.398 - 38.390
Alteração da taxa de juro 287 646.157 155.625 298 317.954 274.073 20.641 585 964.111 274.073 176.266
Outras 4.869 1.274.675 151.017 4.880 392.616 160.048 173.913 9.749 1.667.292 160.048 324.930
8.454 2.928.730 377.189 6.881 895.259 488.100 293.585 15.335 3.823.989 488.100 670.774
31-12-2021
Medida
Extensão de prazo 2.519 934.765 84.668 1.576 213.527 80.669 58.574 4.095 1.148.292 80.669 143.242
Período de carência 616 262.126 16.379 408 96.520 13.681 20.282 1.024 358.646 13.681 36.661
Alteração da taxa de juro 345 595.909 163.353 323 324.572 239.071 25.278 668 920.481 239.071 188.631
Outras 4.475 755.843 84.065 3.931 466.014 189.530 165.430 8.406 1.221.857 189.530 249.495
7.955 2.548.643 348.465 6.238 1.100.634 522.951 269.564 14.193 3.649.277 522.951 618.028
No exercício de 2022 e exercício de 2021, o movimento de entradas e saídas na carteira de crédito diferido
(Forborne), é apresentado abaixo:
Outros 6.421
Outros 35.867
Saldo final da carteira de reestruturados (bruto de imparidade) em 31-12-2022 3.823.989
252
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe da carteira de crédito por rácio de LTV
é o seguinte:
31-12-2022
Exposição Imparidade
>= 60% e < 80% 292.398 25.141 317.539 3.323 16.847 20.170
>= 80% e < 100% 827.329 43.685 871.014 11.941 22.059 34.001
dos quais imóveis comerciais 3.999.035 346.692 4.345.727 101.949 183.139 285.087
>= 60% e < 80% 233.503 19.736 253.239 2.576 13.559 16.135
>= 80% e < 100% 706.374 30.477 736.851 8.682 12.548 21.230
>= 60% e < 80% 10.723.688 60.891 10.784.579 89.301 49.776 139.077
>= 80% e < 100% 2.717.928 35.813 2.753.741 33.981 27.789 61.771
Famílias: dos quais crédito ao consumo e outros 1.534.952 271.295 1.806.247 23.182 239.254 262.436
>= 60% e < 80% 43.246 46.801 90.047 1.283 30.996 32.279
>= 80% e < 100% 17.434 1.874 19.308 638 967 1.605
253
31-12-2021
Exposição Imparidade
>= 60% e < 80% 323.419 50.969 374.387 6.440 28.897 35.337
>= 80% e < 100% 424.772 22.442 447.214 11.222 8.755 19.977
dos quais imóveis comerciais 4.163.896 332.350 4.496.246 137.545 215.453 352.998
>= 60% e < 80% 203.021 39.268 242.289 1.873 27.079 28.952
>= 80% e < 100% 322.149 14.636 336.785 10.023 7.938 17.961
>= 60% e < 80% 7.585.811 67.888 7.653.699 54.423 33.854 88.277
>= 80% e < 100% 2.230.601 50.403 2.281.004 28.758 28.085 56.843
Famílias: dos quais crédito ao consumo e outros 1.342.875 283.239 1.626.114 32.329 235.315 267.644
>= 60% e < 80% 38.299 22.361 60.660 4.052 14.507 18.559
>= 80% e < 100% 27.128 1.267 28.395 2.725 378 3.103
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe do justo valor e valor líquido contabilístico
dos imóveis e equipamentos recebidos em dação ou execução, por tipo de ativo e antiguidade, é o seguinte:
31-12-2022 31-12-2022
Número de Justo valor do Valor Tempo decorrido desde a ≥ 1 ano e ≥ 2,5 anos e
Ativo dação / execução < 1 ano ≥ 5 anos Total
imóveis ativo contabilístico < 2,5 anos < 5 anos
Terreno Terreno
Comerciais 474 71.026 31.424 Comerciais 3.735 1.853 8.482 17.354 31.424
Habitação 968 91.782 46.059 Habitação 10.368 5.810 14.683 15.198 46.059
Outros 1 2 1 Outros 1 - - - 1
254
31-12-2021 31-12-2021
Número de Justo valor do Valor Tempo decorrido desde a >= 1 ano e < >= 2.5 anos e
Ativo dação / execução < 1 ano >= 5 anos Total
imóveis ativo contabilístico 2.5 anos < 5 anos
Terreno Terreno
Urbano 136 33.328 11.085 Urbano 608 1.188 2.298 6.991 11.085
Habitação 105 12.738 4.282 Habitação 314 149 1.574 2.246 4.282
Comerciais 553 98.450 44.530 Comerciais 3.657 6.096 14.483 20.295 44.530
Habitação 1.309 113.078 58.268 Habitação 4.739 11.570 24.828 17.131 58.268
Definições Comuns
(i) “Segmentação”: os segmentos utilizados suportam-se nas definições das Estatísticas Monetárias
e Financeiras do Banco de Portugal:
“Particulares – Habitação”: setor de Famílias, cuja finalidade do crédito diz respeito a crédito
à habitação;
“Particulares – Consumo e Outros”: setor de Famílias, cuja finalidade do crédito não é crédito
à habitação (sendo, tipicamente, crédito ao consumo); e,
(iv) “Análise Individual e Análise Coletiva”: distinção entre créditos com imparidade individual e
coletiva constituída de acordo com o Modelo de Imparidade.
255
Em 31 de dezembro de 2022, o stock de moratórias concedidas tinha a seguinte distribuição de maturidade
residual:
Exposição em 31-12-2022
Novas operações de crédito concedidas no âmbito dos programas de garantia pública para resposta à
pandemia da COVID-19
Valor máximo da
Exposição em 31-12-2022 garantia que pode
ser considerado Inflows em Non-
Performing
Dos quais com Garantias
medidas de públicas
renegociação recebidas
Nova produção de empréstimos e adiantamentos
no âmbito de garantias públicas 1.473.747 10.080 1.186.677 12.916
Famílias 36.301 - - 60
Para preparar a CGD para uma resposta eficiente aos impactos da pandemia na carteira de crédito, a CGD
reviu os seus procedimentos internos para identificação dos clientes que poderiam ser mais afetados pelos
efeitos da pandemia:
(ii) Revisão dos critérios de classificação das operações/clientes em crédito reestruturado por
dificuldades financeiras e default, com a consequente afetação ao stage 2 ou ao stage 3,
suportados nas análises prospetivas e em análises casuísticas para identificar situações de
reduzida probabilidade de pagamento (unlikely-to-pay), com impactos diretos ao nível da
mensuração da perda de crédito esperada;
(iii) Definição de medidas de reestruturação ajustadas ao risco percebido de cada cliente com o
objetivo de disponibilizar apoios efetivos que permitissem suportar o cumprimento do serviço da
dívida.
256
O processo desenvolvido para resposta à pandemia e que decorreu durante os anos de 2020 e 2021 foi
incorporado nos processos internos da CGD, para resposta a eventos disruptivos ou situações
extraordinárias que possam ter potenciais impactos negativos na capacidade económico-financeira dos
clientes, com potenciais efeitos menos positivos ao nível da qualidade da carteira de crédito do banco.
Deste modo, perante a identificação de eventos disruptivos a Direção de Gestão de Risco define um plano
de ação proactivo, que se consubstancia nas seguintes orientações:
Definição de regras e critérios sobre o rating a vigorar para os clientes potencialmente mais
vulneráveis bem como para o processo de decisão de crédito;
Com o deflagrar do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que amplificou a velocidade de crescimento dos
preços de energia o que contribui para a subida da inflação e, subsequentemente, das taxas de juro, a CGD
promoveu uma avaliação dos potenciais impactos na carteira de crédito, considerando a seguinte
abordagem:
(i) Impactos de 1ª ordem, relacionados com exposições ao abrigo das sanções definidas pela União
Europeia, não foram identificados no Grupo CGD;
(ii) Impactos de 2ª ordem, relacionados com exposições diretas ou indiretas a clientes com
nacionalidade russa ou ucraniana, foram considerados não relevantes, atendendo que a exposição
no Grupo CGD a estes clientes é imaterial;
(iii) Impactos de 3ª ordem, relacionados com os impactos na carteira de crédito resultantes de uma
deterioração generalizada das condições macroeconómicas.
Para avaliar os impactos de 3ª ordem a CGD promoveu diversas análises com o objetivo de avaliar
potenciais degradações na carteira de crédito considerando o aumento dos gastos com a energia, a subida
da taxa de juro e da inflação, bem como os constrangimentos existentes ao nível das cadeias de produção
e distribuição:
1. Identificação dos setores considerados mais vulneráveis à subida dos preços da energia (que
representam cerca de 20% do total da exposição do segmento de empresas):
a) Realização de uma avaliação suportada num questionário prospetivo, cliente a cliente, para
identificar situações de dificuldades financeiras, com impactos ao nível da classificação em
stage 2 ou stage 3;
c) Não assumir melhorias dos ratings gerados automaticamente, para os clientes destes
setores.
257
2. Análise de sensibilidade sobre a carteira de crédito a particulares:
Em resultado das análises promovidas, não foram identificados, para o ano de 2022, impactos materiais no
que respeita à degradação significativa da qualidade do risco de crédito. A materialização de alguns riscos,
nomeadamente nos setores mais vulneráveis ao aumento dos preços da energia e/ou mais afetados pela
pandemia, pode conduzir a uma degradação da qualidade creditícia da carteira em 2023, o que determinou
o reconhecimento de overlays.
Portugal - Projeções macroeconómicas (em percentagem) utilizadas no ECL atualização em 31 de dezembro de 2022
2021 2022 2023 2024 2021 2022 2023 2024 2021 2022 2023 2024
Taxa desemprego (2) 6,60% 5,60% 5,40% 5,60% 6,60% 6,10% 6,50% 6,40% 6,60% 6,90% 6,70% 6,60%
Euribor 3M -0,55% 0,30% 1,60% 1,36% -0,55% 0,53% 2,69% 2,44% -0,55% 0,65% 3,70% 3,16%
Yield 10 Anos - Portugal 0,29% 2,19% 2,82% 2,65% 0,29% 2,46% 4,26% 3,73% 0,29% 2,68% 5,96% 4,92%
(1) Taxa de variação anual em percentagem
(2) Em percentagem da po pulação ativa
Comparando com as projeções utilizadas com referência a 31 de dezembro de 2021, conforme tabela
abaixo, destaca-se o aumento acentuado da taxa de inflação e das taxas de juro, tanto no curto prazo como
no longo prazo. A probabilidade de ocorrência do cenário adverso sobe para 25,0%, um aumento de 10,0pp.
2020 2021 2022 2023 2020 2021 2022 2023 2020 2021 2022 2023
Taxa desemprego (2) 7,00% 6,50% 5,90% 5,40% 7,00% 6,90% 6,70% 6,30% 7,00% 7,40% 7,10% 7,30%
Euribor 3M -0,42% -0,51% -0,44% -0,35% -0,42% -0,54% -0,49% -0,39% -0,42% -0,55% -0,55% -0,53%
Yield 10 Anos - Portugal 0,42% 0,34% 0,90% 1,30% 0,42% 0,30% 0,46% 0,58% 0,42% 0,26% 0,30% 0,35%
(1) Taxa de variação anual em percentagem
(2) Em percentagem da po pulação ativa
O caráter abrupto do processo de normalização de política monetária, sem paralelo histórico recente, é
especialmente relevante, em particular por coincidir com a degradação das perspetivas para a atividade
económica, conforme referido nos Relatórios de Estabilidade Financeira de novembro de 2022, do Banco
de Portugal. O mesmo relatório evidencia um conjunto de riscos e vulnerabilidades para o sistema
financeiro, dos quais se destacam a materialização do risco de crédito potenciada pelo agravamento do
enquadramento macroeconómico atual (aumentos dos preços da energia, inflação, taxas de juro e
constrangimentos na cadeias de abastecimento e produção) o que poderá gerar um incremento das
situações em dificuldades financeiras e um aumento dos empréstimos não produtivos (NPL).
Adicionalmente, a CGD realizou várias análises para identificar eventuais deteriorações da carteira de
crédito, no curto e médio prazo, considerando o atual enquadramento macroeconómico do qual se destaca
a subida das taxas de juro e a existência de níveis de inflação elevados. Foram ainda considerados os
eventuais impactos em clientes mais vulneráveis e que necessitaram de medidas no âmbito da pandemia
do Covid-19, atendendo a uma maior probabilidade de migração destes clientes para o stage 2 ou para o
stage 3.Em conclusão das análises efetuadas, a CGD reconheceu 693.950 mEuros de montante de
imparidade adicional para fazer face a potenciais perdas esperadas não capturadas pelo atual modelo de
258
imparidade, o que representa um acréscimo de 50.313 mEuros face ao período anterior. O acréscimo é,
em grande medida, resultado da aplicação de pressupostos mais conservadores para os clientes dos
setores mais vulneráveis ao aumento dos preços da energia, como a não existência de melhorias de rating
ao longo do horizonte de projeção e do aumento da inflação e das taxas de juro bem como o aumento da
probabilidade de ocorrência do cenário adverso.
Análises de sensibilidade
Atendendo à elevada incerteza das projeções macroeconómicas e considerando que desvios aos cenários
apresentados poderão ter impacto no valor das perdas esperadas estimadas, realizaram-se análises de
sensibilidade sobre a distribuição da carteira por stage e o respetivo impacto na imparidade.
2.a) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário base, assumindo que o
mercado imobiliário se mantém estável (i.e. sem desvalorização no valor dos imóveis);
2.b) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário base, assumindo uma ligeira
quebra no mercado imobiliário (desvalorização de 5% no valor dos imóveis);
3.a) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário severo, assumindo que o
mercado imobiliário se mantém estável (i.e. sem desvalorização no valor dos imóveis);
3.b) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário severo, assumindo uma
ligeira quebra no mercado imobiliário (desvalorização de 5% no valor dos imóveis);
3.c) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário severo, assumindo uma
queda mais acentuada no mercado imobiliário (desvalorização de 10% no valor dos imóveis).
Nas análises de sensibilidade são apurados os impactos na perda esperada (ECL) e na evolução do stage
1 e stage 2 resultantes da aplicação dos diferentes cenários macroeconómicos, em conjugação com
distintos fatores de desvalorização dos colaterais imóveis.
Os impactos são medidos face ao cálculo de imparidade de dezembro de 2022, para a carteira de crédito
da CGD Portugal, onde é estimada uma perda esperada que resulta da ponderação dos três cenários
macroeconómicos apresentados: cenário central com 60%, o cenário favorável com 15% e o adverso com
25%.
Nos quadros abaixo são apresentados os impactos totais das análises de sensibilidade em imparidade do
crédito e provisões para exposições extrapatrimoniais (e.g. garantias bancárias prestadas e linhas de
crédito não utilizadas), bem como pelas migrações da exposição entre stage 1 e stage 2, causadas pela
identificação de um acréscimo significativo do risco de crédito face à originação das operações, decorrente
da alteração das curvas de probabilidades de default lifetime, estimadas para cada cenário.
259
Distribuição dos stocks da carteira de crédito (ativo e extrapatrimonial) e das respetivas imparidades e
provisões, por cenário de sensibilidade considerado:
Particulares 31 29 31 32 30 31 32
Particulares 66 62 69 72 71 74 77
260
Impactos em percentagem dos resultados dos cenários de sensibilidade face ao cálculo de imparidade de
31 de dezembro de 2022:
Probabilidade de ocorrência do
cenário 100% 100% 100%
Exposição (EAD)
Stage 1 -0,35% -0,18% -0,18% 0,09% 0,09% 0,09%
O impacto na imparidade do cenário Severo pode variar entre 0,4% e 1,9%, dependendo do nível de descida
dos preços no mercado imobiliário.
No cenário favorável, ocorreria uma redução da imparidade de 0,7%, assumindo que o preço dos imóveis
se mantém estável. Quanto ao cenário Central, o impacto na imparidade pode variar entre 0,1% e 0,8%,
mediante a desvalorização do mercado imobiliário.
Fundos de Reestruturação
Os fundos de reestruturação nos quais a CGD detém posições (nomeadamente estruturas associadas a
operações de cedência de ativos – Nota 6 e Nota 7) são valorizados pelo respetivo justo valor, determinado
261
por referência ao Net Asset Value (NAV) reportado pela sociedade gestora e sujeito a uma análise interna
efetuada pela Direção de Gestão de Risco, relativamente ao valor recuperável dos ativos que integram o
património destas estruturas. Em função da análise realizada, poderão existir situações que determinem
ajustamentos negativos ao NAV dos fundos de reestruturação e o reconhecimento de perdas adicionais
àquelas que seriam registadas em função da valorização comunicada pelas sociedades gestoras.
Esta análise decorre da política interna aprovada pelos órgãos de gestão da CGD de monitorização dos
riscos inerentes a exposições a fundos de reestruturação, conforme recomendações do supervisor na
prossecução de uma atividade de controlo interno e de governo adequadas ao perfil e à estrutura
organizativa do banco, tendo como objetivo a realização de análises que permitam desafiar os pressupostos
utilizados por cada sociedade gestora.
Para efeitos de análise, nos fundos de reestruturação empresarial a CGD avalia a informação que tem
disponível sobre os ativos de cada fundo (representativos de pelo menos 80% do NAV, sempre que
possível), nomeadamente a verificação do EBITDA histórico e do EBITDA projetado, quando este é
facultado. Efetua, ainda, a análise de sensibilidade aos pressupostos utilizados pelas sociedades gestoras
nas determinações dos NAV das empresas sempre que estes dados estão disponíveis (nomeadamente:
taxas de desconto utilizadas, níveis de crescimento das vendas, margens de EBITDA).
De salientar que as sociedades gestoras dos fundos de reestruturação não disponibilizam a totalidade dos
pressupostos e respetivos racionais que sustentam a valorização das empresas, pelo que a CGD recorre a
informação interna a que tem acesso nos seus sistemas, que procura complementar com a utilização de
múltiplos de EBITDA setoriais para realizar o desafio ao valor do NAV, i.e., materializando uma análise de
sensibilidade sobre a valorização dos ativos.
Na componente imobiliária, a Direção de Negócio Imobiliário da CGD emite uma opinião sobre a valorização
deste tipo de ativos face às avaliações imobiliárias que lhes são remetidas pelas sociedades gestoras,
aplicando coeficientes de desvalorização em função da tipologia de ativo e sua localização. O parecer da
Direção de Negócio Imobiliário é utilizado pela Direção de Gestão de Risco para efetuar a comparação com
o NAV reportado pelas sociedades gestoras dos fundos.
A análise realizada pela Direção de Negócio Imobiliário privilegia uma abordagem prudencial sobre a
comercialização futura dos imóveis, tendo em conta aspetos de sustentabilidade do preço do imóvel a longo
prazo, as condições de mercado normal e local, bem como o uso corrente e os possíveis usos alternativos
em que os elementos de natureza especulativa não são considerados na estimativa do valor. Acresce à
análise a valorização de fatores externos, como a atual conjuntura de escassez de matérias-primas,
aumento de preço dos materiais de construção e mão-de-obra (com crescimento a dois dígitos de acordo
com os mais recentes dados divulgados pelo INE), com o consequente aumento de custos de construção,
o aumento das taxas de inflação e das taxas de juro de referência. A isto acrescem ainda os
constrangimentos resultantes da atual conjuntura de pós-pandemia, bem como os efeitos da Guerra vivida
na Ucrânia e as alterações macroeconómicas com impacto no rendimento disponível dos principais agentes
económicos.
No que diz respeito à informação quantitativa subjacente às avaliações do justo valor dos fundos de
reestruturação imobiliários em carteira da CGD a 31.12.2022, apresenta-se de seguida o resumo da
informação das avaliações de imóveis analisadas:
262
No quadro seguinte apresenta-se a amostra dos pressupostos subjacentes aos relatórios de avaliação
disponibilizados (ativos imobiliários) repartidos por tipologia de ativos:
Terrenos em desenvolvimento 5,00% 10,18% 19,40% 5,40% 7,05% 8,50% Mercado e Rendimento
Centros comerciais 8,40% 9,09% 9,60% 7,45% 8,05% 9,00% Mercado e Rendimento
Terrenos rústicos 7,00% 8,56% 12,50% 7,00% 7,17% 7,50% Mercado e Rendimento
Habitação venda 5,00% 7,28% 8,50% 5,21% 5,61% 6,00% Mercado e Rendimento
Habitação rendimento 4,00% 7,83% 11,10% 6,45% 7,30% 8,50% Mercado e Rendimento
Apresenta-se no quadro seguinte os haircuts médios por tipologia de ativo que resultam da análise efetuada
pela CGD às avaliações (ativos imobiliários) quando comparados com o valor da avaliação:
Haircut médio
Tipologia de Ativo Análise CGD vs.
Valor Avaliação
Hotéis -23,73%
Escritórios -31,30%
Para o apuramento dos haircuts médios contribuem variáveis qualitativas relacionadas com: (i) os
pressupostos de avaliação dos ativos imobiliários e (ii) aspetos específicos dos ativos em concreto. Os
pressupostos utilizados pelos avaliadores carecem por vezes de validação face à realidade em termos
documentais, registrais e físicos (verificação do estado de desenvolvimento efetivo do projeto, visita ao
local, validação de documentação referente ao projeto, ativo e licenciamento, bem como ao seu estado de
conservação e ocupação) e podem comprometer o valor dos ativos nomeadamente no que se refere ao
Presumível Valor de Transação (PVT) ou Valor Atual (VA). Acresce ainda ao mencionado anteriormente
questões relacionadas com o risco específico de cada ativo, que incluem depreciação e desgaste dos
materiais, estado do licenciamento dos projetos, afetação, dimensão e singularidade dos projetos,
qualidade da gestão, localização e comparabilidade com a concorrência e a dinâmica da oferta/procura no
mercado. Todos estes fatores não observáveis poderão impactar o valor dos coeficientes apurados e por
conseguinte o justo-valor das participações nos Fundos de Reestruturação Imobiliário.
Como resultado destas análises, têm vindo a ser reportados ajustamentos ao NAV dos Fundos de
Reestruturação.
No exercício de 2022, foi concluído o processo de venda organizado e competitivo promovido pela ECS
Capital a pedido da CGD e dos restantes participantes em 2021 e denominado Projecto Crow, que abrangeu
100% das ações do fundo FLIT - PTREL SICAV, 100% das Unidades de Participação do Fundo de
Recuperação de Turismo e ainda de alguns ativos hoteleiros do Fundo de Recuperação. No âmbito desta
venda foi constituído o Fundo de Turismo Algarve, FCR (FTA) que adquiriu um único ativo ao Fundo de
Recuperação de Turismo (FRT). A CGD passou a deter uma participação no fundo FTA.
263
Risco de liquidez
31-12-2022
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 731.258 498.055 155.034 117.603 34.796 46.787 6.160 47.507 192.908 1.830.108
Carteira de títulos
Negociação 147.114 348.000 50.114 70.228 910 1.051 26.381 - 318.506 962.303
Outros (saldos brutos) (*) 218.622 81.190 106.408 758.242 3.325.018 2.979.080 8.109.110 652.168 (127.195) 16.102.643
Crédito a clientes (saldos brutos) 2.535.076 1.970.921 2.436.106 3.002.684 9.778.189 7.489.590 13.311.669 27.678.794 (75.960) 68.127.068
24.825.122 2.898.166 2.747.663 3.948.756 13.138.912 10.516.508 21.453.319 28.378.469 359.860 108.266.776
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (445.833) (10.954) (21.392) - (457.206) - (280) - 426 (935.239)
Recursos de clientes e outros empréstimos (49.749.946) (9.093.499) (16.079.551) (838.291) (181.212) (93.620) (6.177) (1.180) (112.897) (76.156.375)
Responsabilidades representadas por títulos (0) (159) (8.856) (30.856) (421.314) (1.059.979) (796) (20.368) (745) (1.543.073)
Outros passivos subordinados - (5.980) (528.750) (6.250) (518.212) (11.960) (105.994) - - (1.177.145)
Recursos consignados (16) (96) (311.021) (11.227) (180.549) (175.020) (15.921) (5.886) 10 (699.725)
(50.195.795) (9.110.688) (16.949.570) (886.624) (1.758.492) (1.340.579) (129.168) (27.435) (334.463) (80.732.814)
Instrumentos Financeiros Derivados (1.202) 7.789 2.894 5.062 64.805 30.188 28.012 (1.452) - 136.096
Diferencial (25.371.875) (6.204.733) (14.199.013) 3.067.193 11.445.224 9.206.117 21.352.164 28.349.582 25.398 27.670.058
(*) Excluindo instrumento s de capital e unidades de participação ao justo valo r, cujo saldo de balanço é apresentado líquido de imparidade acumulada na co luna indeterminado
O risco de liquidez representa o risco de impactos negativos nos resultados ou no capital resultante de
insuficiência de liquidez para fazer face a eventos adversos de origem idiossincrática ou sistémica.
Manutenção de um perfil de liquidez estável, sólido e seguro, que garanta adequada capacidade
para fazer face a situações de stress de liquidez;
A medição da liquidez de uma instituição envolve entre outras a avaliação dos seus fluxos de recebimentos
face aos seus fluxos de pagamentos face ao valor de liquidez dos seus ativos, para identificar os potenciais
deficits futuros de financiamento líquido.
264
31-12-2021
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 1.169.098 455.875 70.011 62.134 39.582 32.380 29.433 48.739 (17) 1.907.235
Carteira de títulos
Outros (saldos brutos) (*) 189.259 658.983 1.457.439 1.031.756 2.721.548 2.704.827 10.752.193 2.417.610 831.351 22.764.966
Crédito a clientes (saldos brutos) 1.971.411 2.006.769 2.099.029 2.990.572 9.623.246 7.627.522 11.493.335 16.055.094 (51.171) 53.815.808
25.781.917 3.121.676 3.626.592 4.384.690 12.385.387 10.365.738 22.312.526 18.521.443 1.206.945 101.706.915
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (535.652) (236.995) (5.838.211) (447.701) (424.879) - (221) - (3.676) (7.487.332)
Recursos de clientes e outros empréstimos (46.296.729) (9.008.167) (15.372.988) (1.298.442) (138.815) (15.223) (2.209) (729) (85.302) (72.218.604)
Responsabilidades representadas por títulos (1.010.000) (16) (250.371) (1.881) (9.762) (503.750) - (20.050) (395) (1.796.226)
Passivos financeiros associados a ativos transferidos (6.329) (17.511) (33.508) (71.590) (261.206) (254.417) (621.075) (1.823.271) (17.027) (3.105.934)
Outros passivos subordinados - (5.980) (28.750) (6.250) (1.053.212) (11.960) (111.974) - - (1.218.125)
Recursos consignados (26) (202) (90) (23.359) (329.078) (341.905) (14.848) (8.737) 10 (718.234)
(47.848.736) (9.268.871) (21.523.918) (1.849.222) (2.216.951) (1.127.254) (750.326) (1.852.788) (522.622) (86.960.688)
Instrumentos Financeiros Derivados (733) 8.530 2.190 7.425 27.403 (5.726) (1.472) 6.467 - 44.085
Diferencial (22.067.552) (6.138.664) (17.895.135) 2.542.893 10.195.839 9.232.758 21.560.728 16.675.123 684.323 14.790.312
(*) Excluindo instrumento s de capital e unidades de participação ao justo valo r, cujo saldo de balanço é apresentado líquido de imparidade acumulada na co luna indeterminado
31-12-2022
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 420.846 500.793 159.168 128.459 94.385 87.953 155.386 37.633 192.908 1.777.532
Carteira de títulos
Outros (líquido de imparidade) 11.239.552 9.166 8.958 93.385 386.762 354.525 1.026.204 1.950.351 (127.195) 14.941.709
Crédito a clientes (saldos brutos) 1.905.312 1.994.481 2.380.183 2.782.931 9.006.407 6.613.910 10.279.096 12.479.826 (75.960) 47.366.185
35.236.815 2.563.175 2.556.748 3.016.590 9.487.555 7.056.388 11.465.075 14.547.326 308.260 86.237.931
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (445.672) (10.889) (20.929) - (328.146) - - - 300 (805.336)
Recursos de clientes e outros empréstimos (851.749) (1.137.840) (1.242.653) (2.187.139) (4.369.952) (3.055.442) (5.372.413) (57.592.422) (112.897) (75.922.507)
Responsabilidades representadas por títulos - - - - (341.547) (1.000.000) (0) (20.050) (745) (1.362.341)
Recursos consignados (16) - (300.000) (10.311) (166.627) (160.402) (14.286) (5.714) 10 (657.345)
(1.297.436) (1.148.729) (2.063.583) (2.197.449) (5.706.271) (4.215.844) (5.486.698) (57.618.186) (334.280) (80.068.476)
Instrumentos Financeiros Derivados (1.202) 7.789 2.894 5.062 64.805 30.188 28.012 (1.452) - 136.096
Diferencial 33.938.177 1.422.235 496.059 824.202 3.846.088 2.870.732 6.006.389 (43.072.313) (26.020) 6.305.551
Os quadros apresentados acima incluem fluxos de caixa projetados relativos a capital e juros, pelo que não
são diretamente comparáveis com os saldos contabilísticos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro
de 2021. Os juros projetados para as operações a taxa variável incorporam as taxas forward implícitas na
curva de rendimentos em vigor nas respetivas datas de referência.
Adicionalmente, são abaixo apresentados os valores correspondentes a saldos de capital vincendo, não
incluindo juros projetados nem juros corridos, relativa aos prazos residuais de maturidade "estrutural" do
balanço do Grupo CGD, referentes a 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021:
265
31-12-2021
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 1.166.648 454.680 69.567 61.644 36.800 29.916 10.829 37.633 (17) 1.867.698
Carteira de títulos -
Outros (líquido de imparidade) 9.398.399 102.642 5.918.429 146.657 342.869 356.151 1.548.264 3.142.070 (83.278) 20.872.202
Crédito a clientes (saldos brutos) 1.737.108 1.727.775 1.893.935 2.163.885 7.222.456 5.821.480 8.550.224 17.735.378 (51.171) 46.801.069
34.912.213 2.285.170 7.977.878 2.417.192 7.602.124 6.207.547 10.114.876 20.962.896 271.033 92.750.929
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (530.165) (237.000) (5.800.212) (353.432) (310.236) (1.212) (606) - (3.676) (7.236.538)
Recursos de clientes e outros empréstimos (1.526.637) (2.170.486) (1.437.721) (2.540.356) (4.592.061) (3.294.105) (5.373.652) (51.061.957) (85.302) (72.082.277)
Responsabilidades representadas por títulos (1.000.000) - (250.000) - (6.000) (500.000) - (20.050) (395) (1.776.445)
Passivos financeiros associados a ativos transferidos (5.277) (13.817) (25.411) (54.963) (211.783) (205.038) (488.646) (1.569.741) (17.027) (2.591.704)
(3.062.105) (2.421.303) (7.513.344) (2.969.054) (6.437.934) (4.316.982) (5.977.190) (52.660.320) (486.994) (85.845.226)
Instrumentos Financeiros Derivados (733) 8.530 2.190 7.425 27.403 (5.726) (1.472) 6.467 - 44.085
Diferencial 31.849.376 (127.603) 466.725 (544.437) 1.191.594 1.884.838 4.136.214 (31.690.956) (215.961) 6.949.788
A liquidez estrutural por oposição ao conceito de liquidez contratual (baseado nas determinações
contratuais dos produtos comercializados, especificamente no que diz respeito aos seus prazos de
vencimento), incorpora, por um lado, a existência de um buffer de ativos líquidos de elevada qualidade para
fazer face às necessidades de liquidez da instituição e, por outro, as expetativas comportamentais dos
clientes de retalho. A informação acima apresentada difere assim dos quadros referentes aos prazos
residuais de maturidade contratual, na utilização dos seguintes pressupostos:
Títulos de dívida e de capital: reafetação do montante com elevada liquidez ao bucket “Até 1 mês”,
com exceção dos títulos de dívida onerados que são alocados aos buckets correspondentes ao
vencimento das operações que estão a colaterizar;
Depósitos à ordem de clientes e contas de poupança sem maturidade definida (CGD Sede e
Sucursal de França): distribuição do saldo por buckets de prazo residual de maturidade de acordo
com estudos e modelos desenvolvidos internamente;
No caso particular do crédito à habitação, a distribuição dos fluxos de capital e juros teve em
consideração as expectativas relativas a taxas de reembolso antecipado determinadas em função
da análise ao comportamento histórico das operações, bem como do contexto macroeconómico
atual.
266
31-12-2022
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 657.850 262.815 495.653 219.167 103.142 - 37.633 1.272 1.777.532
Carteira de títulos
Outros (líquido de imparidade) 81.085 107.021 113.568 79.143 707.183 2.915.019 10.341.770 (108.031) 14.236.758
Crédito a clientes (bruto) 2.117.043 6.489.504 11.318.887 12.312.812 7.938.158 1.852.603 5.415.834 (78.656) 47.366.185
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (392.847) (52.466) (10.889) (21.139) - (328.146) - 151 (805.336)
Recursos de clientes e outros empréstimos (45.087.100) (4.472.225) (9.092.058) (16.076.767) (833.407) (163.852) (84.199) (112.897) (75.922.507)
Interest rate swaps e cross currency interest rate swaps 96.013 109.604 436.173 146.385 456.996 (375.584) (869.588) - -
Exposição Líquida (22.056.396) 3.312.676 3.092.437 (4.060.759) 8.398.464 2.906.779 13.589.686 (527.727) 4.655.161
31-12-2021
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 655.382 511.266 454.680 153.534 55.220 - 37.633 (17) 1.867.698
Carteira de títulos
Outros (líquido de imparidade) 46.761 64.111 3.222.038 1.375.844 876.637 1.857.271 11.621.018 831.518 19.895.199
Crédito a clientes (bruto) 2.393.980 6.483.282 12.522.208 10.893.368 7.202.490 2.397.502 4.959.410 (51.171) 46.801.069
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (483.644) (49.897) (586.899) (5.800.271) (3.129) (309.023) - (3.676) (7.236.538)
Recursos de clientes e outros empréstimos (42.027.161) (4.148.724) (9.003.341) (15.364.433) (1.297.623) (137.683) (18.010) (85.302) (72.082.277)
Responsabilidades representadas por títulos - (1.000.000) (250.000) - - (6.000) (520.050) (395) (1.776.445)
Passivos financeiros associados a ativos transferidos (131.059) (482.590) (1.316.670) (590.085) (51.591) (1.164) (1.518) (17.027) (2.591.704)
Interest rate swaps e cross currency interest rate swaps 59.437 38.359 141.545 79.701 566.418 163.259 (998.495) - 50.224
Exposição Líquida (17.713.140) 2.091.324 5.154.712 (9.275.027) 7.645.636 2.662.447 12.821.191 294.280 3.681.423
Os quadros acima incluem valores de capital vincendo, excluindo juros corridos e correções de valor.
(i) As disponibilidades em bancos centrais foram classificadas nas colunas até 1 mês e os depósitos
à ordem de clientes foram classificados na coluna “<= 7 dias”;
(ii) A diferença entre o valor nominal e o valor de mercado dos títulos de dívida registados ao justo
valor está considerada na coluna "Indeterminado", incluindo a componente de juros corridos; e,
267
Análise de sensibilidade
O quadro seguinte apresenta o efeito na margem financeira projetada para o Grupo CGD de uma
deslocação paralela das curvas de taxas de juro de referência de ±50, ±100 e ±200 bps, para os exercícios
de 2023 e 2022. As estimativas foram obtidas a partir do gap de taxa de juro sendo que na projeção para
2023 foi adotada uma metodologia revista, que evidencia um maior conservadorismo, designadamente por
ter em consideração os floors de 0% existentes dos depósitos de clientes nos cenários de descida, e um
pass-through elevado das taxas de mercado às remunerações dos depósitos de clientes em cenários de
subida.
Importa referir que a informação contida no quadro anterior não tem em consideração alterações estruturais
de balanço ou das políticas de gestão do risco de taxa de juro que pudessem vir a ser adotadas em
consequência das análises de sensibilidade efetuadas.Perspetiva de longo prazo ou económica - Justo
valor
Os quadros seguintes apresentam o valor de balanço e o justo valor dos principais ativos e passivos
financeiros mantidos ao custo amortizado, em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021:
31-12-2022
Saldos não
Saldos analisados
analisados
Valor de balanço
Justo valor Total
Valor de balanço Diferença Valor de balanço
Nível 1 Nível 2 Nível 3
Ativo
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (808.851) - - (801.140) 7.711 297 (808.554)
Responsabilidades representadas por títulos (1.368.976) (1.252.622) - (23.148) 93.205 646 (1.368.330)
31-12-2021
Saldos não
Saldos analisados
analisados
Valor de balanço
Justo valor Total
Valor de balanço Diferença Valor de balanço
Nível 1 Nível 2 Nível 3
Ativo
Investimentos ao custo amortizado 13.052.260 11.836.730 227.376 1.267.229 279.074 (16) 13.052.244
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (7.240.648) - - (7.266.105) (25.457) 25.028 (7.215.620)
Responsabilidades representadas por títulos (1.789.984) (1.501.520) - (279.926) 8.539 (133) (1.790.117)
Passivos financeiros associados a ativos transferidos (2.575.089) - - (2.594.743) (19.654) (18.277) (2.593.366)
268
(i) Relativamente aos saldos à vista, o valor de balanço corresponde ao justo valor;
(ii) Para as emissões de dívida cotadas cujos preços são considerados líquidos, o justo valor
corresponde ao respetivo valor de mercado;
(iii) O justo valor dos restantes instrumentos financeiros é determinado com base em modelos de
fluxos de caixa descontados até à maturidade das operações, quer para os instrumentos de taxa
fixa, quer para os instrumentos de taxa variável. Para o efeito são tidas em consideração as
condições contratuais das operações e, adicionalmente, para os instrumentos de taxa variável são
estimados os cash flows futuros incorporando as taxas forward implícitas na curva de rendimentos
em vigor nas respetivas datas de referência, sendo utilizadas curvas de desconto apropriadas ao
tipo de instrumento, incluindo:
Taxas de juro de mercado incorporando os spreads médios praticados nas novas operações
de aplicações e recursos de instituições de crédito; e,
Taxas de juro de mercado incorporando os spreads médios praticados nas novas operações
de crédito e de depósitos de clientes para tipos de crédito e de depósitos comparáveis.
Saldos de algumas sucursais não incluídas no cálculo centralizado efetuado pela CGD.
Análise de sensibilidade
31-12-2022
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 20.932.850 20.931.761 20.931.216 20.930.672 20.930.127 20.929.582 20.928.493
Aplicações em instituições de crédito 1.958.206 1.932.913 1.921.012 1.909.570 1.898.561 1.887.961 1.867.899
Carteira de Títulos
Investimentos a deter até à maturidade (saldos brutos) 14.802.993 14.004.313 13.625.772 13.260.383 12.907.638 12.567.051 11.920.500
Recursos de Bancos Centrais (60.569) (60.568) (60.567) (60.566) (60.565) (60.564) (60.563)
Recursos de outras instituições de crédito (852.406) (845.368) (841.890) (838.440) (835.016) (831.618) (824.902)
Recursos de clientes e outros empréstimos (73.918.273) (72.102.316) (71.251.645) (70.405.631) (69.616.459) (68.858.439) (67.428.850)
Responsabilidades representadas por títulos (1.423.704) (1.372.549) (1.347.784) (1.323.082) (1.298.840) (1.275.102) (1.229.093)
Outros passivos subordinados (1.118.929) (1.102.605) (1.094.597) (1.086.691) (1.078.883) (1.071.173) (1.056.036)
269
Justo Valor
31-12-2021
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 22.066.455 22.066.455 22.066.455 22.066.455 22.066.455 22.066.455 22.066.455
Aplicações em instituições de crédito 2.294.732 2.294.016 2.288.429 2.276.570 2.263.486 2.250.956 2.227.426
Carteira de Títulos
Investimentos a deter até à maturidade (saldos brutos) 13.760.542 13.750.806 13.666.497 13.346.433 12.999.251 12.664.820 12.032.152
Recursos de Bancos Centrais (5.875.003) (5.846.168) (5.831.804) (5.817.475) (5.803.179) (5.788.917) (5.760.501)
Recursos de outras instituições de crédito (1.605.980) (1.605.091) (1.600.479) (1.594.573) (1.588.640) (1.582.774) (1.571.243)
Recursos de clientes e outros empréstimos (71.921.890) (71.906.319) (71.882.364) (71.593.877) (70.910.071) (70.068.325) (68.480.804)
Responsabilidades representadas por títulos (1.797.247) (1.795.926) (1.794.419) (1.783.300) (1.770.016) (1.757.072) (1.732.163)
Outros passivos subordinados (1.680.180) (1.678.581) (1.677.549) (1.669.452) (1.654.910) (1.640.584) (1.612.568)
Justo Valor
No âmbito do processo estabelecido no Grupo CGD para a determinação do justo valor e por forma a
assegurar que são corretamente considerados os princípios do IFRS 13: Por justo valor, entenda-se o preço
que seria recebido pelo desinvestimento em determinado ativo ou a ser pago pela transferência de
determinado passivo numa transação típica e ordeira entre participantes de mercado, à data do apuramento
do justo valor. Trata-se, então, de um preço de saída (e não de um preço de compra), devendo por isso
estar em linha com a informação de mercado. O justo valor visa incluir todos os fatores que os participantes
de mercado utilizariam na prossecução do seu melhor interesse económico.
De um modo geral, no apuramento de justo valor, a fonte privilegiada de informação consiste no mercado
de referência para o ativo em questão ou na avaliação com recurso a modelos standard de mercado com
inputs observáveis, disponíveis e aceites pela indústria. O nível mais representativo de um justo valor é
então a sua cotação de mercado. Na ausência de uma cotação, devem ser usadas técnicas de valorização
maximizando o recurso a fatores de mercado relevantes e observáveis, tentando minimizar a utilização de
inputs não observáveis ou a utilização de premissas de valorização.
Numa intervenção mais estrutural, caso sejam necessárias correções à abordagem de valorização (modelo
de valorização ou alteração estrutural dos fatores de risco) deve ser assegurada uma análise de impacto
que acompanha a proposta de alteração. A proposta de alteração do modelo de valorização ou alteração
estrutural dos fatores de risco deve ser submetida à apreciação da Comissão Executiva em tempo prévio à
sua implementação. O mesmo se aplica no caso de abordagens de valorização para posições em novos
instrumentos que ainda não tenham definição de abordagem de valorização.
Os processos e procedimentos acima descritos são transversais a todos os níveis da hierarquia de justo
valor. No que se refere às técnicas e especificidades de valorização dos instrumentos financeiros pode ser
consultado o detalhe na secção “Instrumentos financeiros derivados”, “Instrumentos de dívida de entidades
financeiras e não financeiras” e “Instrumentos de capital próprio”.
270
31-12-2022
Técnicas de Valorização
Outros ativos financeiros ao justo valor através de resultados 90.171 - 679.641 769.812
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1.718.724 25.142 113.008 1.856.874
31-12-2021
Técnicas de Valorização
Outros ativos financeiros ao justo valor através de resultados 108.981 - 2.373.588 2.482.569
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5.226.399 61.581 127.707 5.415.687
Nível 2 - Inputs observáveis de mercado: nesta coluna foram incluídos os instrumentos financeiros
valorizados com base em modelos internos utilizando inputs observáveis de mercado (taxas de
juro, taxas de câmbio, notações de risco atribuídas por entidades externas, entre outros). Esta
coluna inclui igualmente os instrumentos financeiros valorizados com base em bids indicativos
fornecidos por contrapartes externas; e,
Nível 3 - Outras técnicas de valorização: esta coluna inclui os instrumentos financeiros valorizados
com base em modelos internos, cotações fornecidas por entidades externas que incluem
parâmetros de mercado não observáveis ou NAV (Net Asset Value) fornecido por sociedades
gestoras de fundos de reestruturação ou fundos fechados.
A CGD tem em vigor um normativo interno onde se encontram definidas as regras para a classificação da
hierarquia de justo valor dos instrumentos contabilizados ao justo valor em linha com o definido na IFRS.
Trimestralmente, tendo por base a fonte de preço/valorização de cada ativo financeiro é efetuada a
classificação de cada operação em termos de hierarquia de justo valor sendo analisada a necessidade de
alteração de classificação de algum desses ativos.
271
No decorrer do exercício de 2022 e 2021, o movimento ocorrido nos instrumentos financeiros classificados
na coluna “Outras técnicas de valorização” apresenta o seguinte detalhe:
Titulos ao justo valor através de outro
Títulos ao justo valor através de resultados
rendimento integral
Instrumentos
Instrumentos Instrumentos
financeiros Total
Instrumentos de dívida Instrumentos de dívida
Subtotal Subtotal derivados
de capital Outras de capital Outras
Obrigações Obrigações
Valor de balanço (líquido) em 31-12-2021 943.569 1.430.019 2.373.588 78.936 48.772 127.707 (28) 2.501.267
Aquisições 39.288 - 39.288 153 - 153 (336) 39.105
Alienações (259.481) - (259.481) (719) - (719) - (260.200)
Amortizações (23.773) (1.416.173) (1.439.945) - (14.178) (14.178) - (1.454.123)
Ganhos / (perdas) reconhecidos por contrapartida de
resultados - Instrumentos alienados (1) (13.746) (13.747) 206 (4) 202 - (13.544)
Ganhos / (perdas) reconhecidos por contrapartida de
resultados - Instrumentos em carteira (*) (20.053) (7) (20.060) (363) 2.338 1.974 (2.855) (20.941)
Transferências de / (para) outros níveis de hierarquia
(Níveis 1 e 2) - - - (20) - (20) 2.883 2.863
Valor de balanço (líquido) em 31-12-2022 679.549 93 679.641 79.035 33.973 113.008 (336) 792.313
(*) Inclui valores de resgates de unidades de participação de títulos em carteira
Informações quantitativas dos inputs não observáveis usadas para calcular avaliações de nível 3 são
apresentadas abaixo em 31 de dezembro de 2022:
272
Transferências entre níveis
No decorrer do exercício de 2022 as transferências entre níveis que ocorreram não são materiais e em
2021 as transferências entre níveis 1 e 2 de classificação da hierarquia de justo valor apresentaram o
seguinte detalhe:
31-12-2021
Transferências de Transferências de
nível 1 para nível 2 nível 2 para nível 1
37.106 -
O montante de instrumentos financeiros que foram transferidos entre níveis de avaliação durante o exercício
findo em 31 de dezembro de 2022 corresponde às alterações acima na classificação entre níveis, uma vez
que a avaliação de tais instrumentos financeiros passou a ser efetuada com preço proveniente de fonte
distinta, o que poderá implicar menor liquidez da posição, ou é apurada com recurso à utilização de inputs
não observáveis diretamente me mercado. No caso dos derivados, de modo geral a alteração de nível
estará associada ao peso da componente de CVA comparativamente ao justo valor total do instrumento.
No caso concreto do presente exercício, maioritariamente as transferências entre níveis ocorreu em
instrumento derivados por via do peso do CVA ficou abaixo do threshold definido.
Análise de Sensibilidade
O quadro seguinte apresenta, para os ativos financeiros relevantes incluídos no nível 3 da hierarquia de
justo valor, excluindo a exposição aos fundos de recuperação, os principais métodos de valorização
utilizados e o impacto das principais variáveis utilizadas na respetiva valorização, quando aplicável:
Prémios de Risco
Coeficientes Beta
DFC (Discounted Cash Flow) 196 (8) 74
Instrumentos financeiros Dados Macroeconómicos
representativos de capital próprio Taxas de crescimento na prepetuidade
Desconto minoritários
Prémios de Risco
Coeficientes Beta
DFC (Discounted Cash Flow) - - -
Instrumentos financeiros Dados Macroeconómicos
representativos de capital próprio
Taxas de crescimento na prepetuidade
Desconto minoritários
(a) Não se procedeu à análise de sensibilidade para estas categorias por as mesmas incluírem ativos financeiros de valor individual imaterial
(b) No caso específico das unidades de participação valorizadas de acordo com a cotação forneceda pela respetiva sociedades gestora, não é razoável proceder à análise do impacto da alteração
(c) No caso de valorização por via do valor contabilístico capital próprio, não é razoável proceder à análise do impacto da alteração das variáveis subjacente ao apuramento da cotação.
273
Instrumentos financeiros derivados
As transações de derivados financeiros são efetuadas em mercados organizados e em mercados Over The
Counter (OTC).
As operações de derivados cotados são avaliadas com recurso a cotações extraídas de sistemas de
divulgação de informação financeira (Reuters/Bloomberg).
A avaliação de derivados OTC é efetuada com recurso a modelos teóricos comummente aceites, mais ou
menos complexos dependendo das características do produto em causa:
Desconto dos cash flows futuros através da curva de taxa de juro adequada; e,
Avaliações apuradas com modelos estatísticos aceites no mercado, como por exemplo Black &
Scholes.
O tipo de inputs necessários à valorização depende, igualmente, das características das operações,
incluindo genericamente curvas de taxa de juro, curvas de volatilidade, preços de ações/índices, taxas de
câmbio e dividend yields.
As curvas de taxa de juro são elaboradas com taxas de depósitos e cotações de swaps extraídas da
Reuters/Bloomberg. No caso das moedas com maior exposição é aplicado um ajustamento via futuros de
taxa de juro ou FRA (Forward Rate Agreement's). Salienta-se ainda que, consoante o prazo do indexante
da operação, obtêm-se curvas distintas para geração de fluxos futuros.
As curvas de volatilidade são construídas com base nas volatilidades implícitas nas cotações das opções
cotadas existentes para o subjacente. Caso não existam opções cotadas para um determinado subjacente,
é apurada a volatilidade histórica com base nas séries de preço históricas dos constituintes.
De acordo com os requisitos da IFRS 13 – “Mensuração pelo justo valor”, a CGD incorporou na valorização
destes instrumentos financeiros ajustamentos específicos (add-ons) para refletir o seu risco de crédito
próprio com base numa curva de desconto de mercado que reflete, na sua opinião, o perfil de risco que lhe
está associado. Simultaneamente, em função da sua exposição atual, o Grupo adotou uma metodologia
análoga para refletir o risco de crédito das contrapartes nos derivados com justo valor positivo. Assim, o
justo valor obtido é composto pela valorização sem risco afetada deste adicional.
O Credit Value Adjustment e Debt Value Adjustment – CVA/DVA é determinado através de uma metodologia
implementada ao nível do Grupo Caixa. Esta metodologia assenta na estimativa da exposição no momento
de default (Exposure at default, EAD) para cada operação e na aplicação de parâmetros de risco à EAD
estimada de forma a determinar a perda esperada para a CGD (CVA) e para a contraparte (DVA).
No caso de swaps de taxa de juro, a EAD é estimada para várias datas futuras através da modelização de
swaptions, permitindo desta forma incorporar a exposição potencial futura das operações. Para os restantes
produtos, a EAD corresponde tipicamente ao justo valor do instrumento na data de referência.
Os parâmetros de risco consistem em probabilidades de default (PD) e loss given default (LGD), sendo
determinados centralmente pelo Grupo de acordo com os seguintes critérios:
(i) Para contrapartes ou projetos com dívida cotada ou cotações de credit default swaps disponíveis,
o Grupo infere os parâmetros de risco subjacentes a essas cotações e utiliza-os no cálculo; e,
(ii) As restantes contrapartes ou projetos são classificados em função da sua qualidade creditícia,
tendo por base um conjunto de critérios quantitativos e qualitativos, resultando num rating interno
ao qual o Grupo faz corresponder uma PD histórica.
Em 31 de dezembro de 2022, o valor dos ajustamentos relativos a CVA registados na rubrica de "Ativos
financeiros detidos para negociação" e DVA registados na rubrica de "Passivos financeiros detidos para
negociação" ascendia a 1.110 mEuros e 438 mEuros, respetivamente (5.596 mEuros e 704 mEuros,
respetivamente, em 31 de dezembro de 2021).
274
Instrumentos de dívida de entidades financeiras e não financeiras
Sempre que possível, os títulos são avaliados a preços de mercado obtidos de acordo com um algoritmo
desenvolvido internamente. Esse algoritmo procura obter a cotação mais adequada para cada título, de
acordo com uma hierarquia de contribuidores, definida internamente na CGD. As variações de preços são
analisadas diariamente de forma a garantir a qualidade dos preços utilizados.
De um modo geral, os inputs utilizados nas avaliações efetuadas internamente são obtidos nos sistemas
Bloomberg e Refinitiv (e.g. Thomson Reuters). No entanto, existem alguns títulos para os quais não é
possível obter cotações de mercado, os ativos classificados nos níveis 2 e 3. Os preços desses títulos são
obtidos com recurso a valorizações teóricas internas/externas.
Genericamente, as valorizações passam pelo desconto dos cash flows futuros previstos. A previsão destes
pode ser fruto de um modelo mais ou menos complexo, que vai desde o simples desconto dos cash flows
resultantes de taxas forward (obtidas com base na curva de taxa de juro mais adequada que, por sua vez,
é elaborada com recurso a taxas de mercado monetário e cotações de swaps, sendo a parte de mercado
monetário ajustada com cotações de futuros de taxas de juro ou FRA) à cascata de pagamentos de um
Collateralized Loan Obligation (CLO). Para efeitos de desconto, as valorizações internas utilizam a curva
de crédito cotada que respeita o trinómio moeda/setor/rating, de modo a considerar o risco de cada emissão.
No caso concreto de títulos garantidos por hipotecas e outros ativos (MBS/ABS) incluem MBS residenciais
e comerciais e outros ABS. Os ABS têm características específicas, pois podem possuir diferentes ativos
subjacentes e as entidades emissoras possuem diferentes estruturas de capitais. Genericamente este tipo
de ativos não é cotado em mercado regulado, pelo que é necessário recorrer a modelos de avaliação padrão
do setor que fazem o maior uso possível de entradas observáveis disponíveis. Os modelos padrão da
indústria calculam os pagamentos de principal e juros com base em pressupostos que podem ser testados
de forma independente. Os inputs incluem conditional prepayment rates, prepayment speeds, pressupostos
de perda (timing e severidade), taxas de desconto (spread, taxa de juro ou margem de desconto), entre
outros. Esses inputs/pressupostos sempre que possível são oriundos de transações reais, pesquisas
externas de mercado e índices de mercado. Genericamente este tipo de ativos está classificado como nível
3 atendendo à necessidade de assumir determinados pressupostos para apurar uma valorização.
Sempre que possível, os instrumentos de capital próprio são avaliados a preços de mercado obtidos de
acordo com a praça/índice onde foram transacionados. No caso de ações e fundos não cotadas em
mercado regulado, a avaliação é efetuada com recurso a avaliações externas para os constituintes da
posição. As avaliações podem ser suportados no modelo DCF (Discounted Cash Flow) onde se analisam
e estimam os fluxos futuros para os acionista e credores, para posteriormente atualizar mediante o desconto
de uma taxa média ponderada dos recursos utilizados (WACC). No caso de, devido à imaterialidade da
posição no balanço, não se justificar o pedido de uma avaliação externa, a posição é reavaliada considerado
o valor contabilístico da entidade (Book Value).
As curvas de taxa de juro são elaboradas com base em taxas de mercado monetário e cotações de swaps.
No caso das curvas de taxa de juro de EUR e USD é efetuado um ajustamento com recurso a cotações de
futuros de taxa de juro e/ou FRA (Forward Rate Agreements).
275
Em 30 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os valores das curvas referentes às moedas com
maior exposição eram os seguintes:
31-12-2022 31-12-2021
Em 30 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os valores das curvas de crédito dos governos
português e alemão eram os seguintes:
31-12-2022 31-12-2021
276
Relativamente às taxas de câmbio, são utilizados os valores de fixing do banco central. Na tabela seguinte
apresentam-se as taxas de câmbio de alguns pares de moedas relevantes com referência a 30 de dezembro
de 2022 e 31 de dezembro de 2021:
31-12-2022 31-12-2021
Na sequência do que foram as decisões tomadas pelos reguladores a nível mundial para que se procedesse
à substituição de muitos dos chamados indexantes “IBOR”, foram constituídos, com o suporte desses
mesmos reguladores, diversos Grupos de Trabalho nacionais, com o propósito de ajudar a Indústria a
encontrar indexantes alternativos que fossem ao encontro de princípios de maior transparência e robustez.
A solução encontrada, recomendada pela generalidade dos reguladores financeiros, passou pela utilização
de taxas de juro suportadas em transações realizadas pelo período de “overnight”, as vulgarmente
chamadas Risk Free Rates (RFR).
A CGD de forma a dar cumprimento às reformas em curso constituí-o em finais de 2018 um Grupo de
Trabalho Interno que foi seguindo, de forma contínua, as abordagens e os desenvolvimentos que iam sendo
propostos no âmbito da Reforma dos Indexantes. Este Grupo foi composto por colaboradores afetos à
componente Legal, Financeira, Operacional, Comercial, Tecnológica e de Compliance, tendo o sponsor do
Chief Financial Officer (CFO), através da realização de reuniões periódicas para aferição da evolução dos
trabalhos e o Conselho Delegado de Gestão de Capital, Ativos e passivos (CALCO) na tomada de decisões
mais relevantes.
Decorrente da reforma em curso, o Banco Central Europeu veio, no verão de 2019, solicitar às principais
Instituições de Crédito planos de ação relativos a este tema, tendo a CGD elaborado o seu, o qual, foi
sucessivamente atualizado em função do que foram as diversas alterações programadas sobre os
Indexantes.
Neste âmbito, a CGD de forma a ultrapassar possíveis litigâncias e carga administrativa associada a
alterações de natureza contratual sobre operações legacy, particularmente junto de contrapartes
financeiras, aderiu em 8 janeiro de 2021 ao protocolo “ISDA 2020 IBOR fallbacks Protocol” permitindo-lhe
assim, nas situações em que outra contraparte tenha também consumado essa adesão, a aplicação dos
termos vertidos no referido protocolo.
A CGD concluiu com sucesso a transição do indexante LIBOR sobre as moedas cuja data de cessação
ocorreu em 31-12-2021, estando em fase de conclusão a transição que ocorrerá até 30-06-2023 da
componente LIBOR do USD. Não estão identificados constrangimentos major nesta última etapa.
No âmbito da LIBOR a CGD procedeu ainda, sempre que exequível, à compressão de operações sobre
produtos derivados e respetiva liquidação via compensação central, quer sobre operações de indexantes
cuja cessação já ocorreu quer sobre a cessação da LIBOR do USD a ocorrer no final de junho de 2023.
Os principais riscos que foram identificados, monitorizados e geridos pela CGD na transição da LIBOR
abrangeram, mas não se esgotam, classes como:
277
Risco na valorização de ativos sobre gestão da CGD;
Risco operacional na alteração dos sistemas que suportam a atividade afeta aos índices de taxas
de juro;
Risco contabilístico na definição de que os fluxos de caixa contratuais são economicamente
equivalentes na substituição dos indexantes;
Risco reputacional sobre a não perceção por parte de clientes das alterações introduzidas ou a
introduzir.
Risco de Mercado
O risco de mercado corresponde ao risco de variação do justo valor ou dos cash flows dos instrumentos
financeiros em função de alterações nos preços de mercado, incluindo os seguintes riscos: cambial, taxa
de juro e de preço.
Carteira Held for Trading: perímetro de posições e transações Held for Trading originadas no
Grupo CGD;
Carteira Própria: títulos adquiridos com propósito de investimento, mas que constituem
atualmente objetivo de desalavancagem;
Sucursais: França; e,
BCI; e,
BNU.
O VaR (Value at Risk) corresponde a uma estimativa de máxima perda potencial para uma determinada
carteira de ativos num determinado período de detenção e considerando um determinado nível de
confiança, assumindo comportamentos normais de mercado.
A metodologia de cálculo utilizada é a simulação histórica, ou seja, os eventos futuros são totalmente
explicados pelos eventos passados, com base nos seguintes pressupostos:
278
- Período de Amostra de Preços: últimas 500 observações; e,
Para opções, calcula-se o preço teórico através da utilização de modelos adequados e utiliza-se a
volatilidade implícita. Não é efetuado cálculo para correlações, dada a metodologia aplicada, i.e., as
correlações são empíricas.
Em 30 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o VaR pode ser decomposto da seguinte forma:
Cambial 42 495 2 38
Preço 0 30 0 -
Volatilidade 0 12 0 7
279
Carteira Investimento (VaR 99%, 10 dias)
Volatilidade 0 3 0 3
O efeito de diversificação é calculado implicitamente. O VaR (Value at Risk) total refere-se ao efeito conjunto
dos riscos de taxa de juro, de preço, cambial e de volatilidade.
Risco cambial
Moeda
Valor de
Dólares Norte Balanço de
Euros Libra esterlina Iene Outras Total
Americanos derivados de
negociação
Ativo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 20.731.294 31.249 4.116 1.183 13.432 20.781.275
Disponibilidades em outras instituições de crédito 98.163 298.238 9.090 2.433 9.647 417.571
Ativos financeiros ao justo valor através de resultados 1.389.950 12.979 - - - 326.390 1.729.319
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1.769.157 87.717 - - (0) 1.856.874
Aplicações em instituições de crédito 644.942 320.997 229.399 - 584.678 1.780.015
Passivo
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (161.220) (621.062) (14.921) (1.498) (9.853) (808.554)
Recursos de clientes e outros empréstimos (74.124.943) (1.720.914) (40.001) (1.893) (50.130) (75.937.882)
Derivados (Nocionais)
280
31-12-2021
Moeda
Valor de
Dólares Norte Balanço de
Euros Libra esterlina Iene Outras Total
Americanos derivados de
negociação
Ativo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 22.033.029 27.049 6.033 682 14.768 - 22.081.560
Disponibilidades em outras instituições de crédito 47.892 297.963 8.074 1.954 12.717 - 368.601
Ativos financeiros ao justo valor através de resultados 2.805.810 14.811 - - - 419.940 3.240.561
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5.305.615 110.352 - - - - 5.415.967
Passivo
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (6.414.051) (783.384) (8.264) (1.786) (8.135) - (7.215.620)
Recursos de clientes e outros empréstimos (70.292.315) (1.694.709) (51.661) (1.192) (52.187) - (72.092.064)
Derivados (Nocionais)
De forma a garantir o controlo e a avaliação do risco cambial, a CGD calcula e monitoriza valores e limites
em termos de Value at Risk (VaR) por posição aberta total e posição aberta por moeda para cada unidade
do Grupo relevante numa base diária, consolidando valores com periodicidade mensal.
Real do Brasil 2 4 2 3
865 592
281
40. Gestão de capital
Objetivos da gestão do capital
Gerar uma rendibilidade adequada para a empresa, com criação de valor para o acionista,
proporcionando-lhe a remuneração dos capitais aplicados;
Sustentar o desenvolvimento das operações que a CGD está legalmente autorizada a praticar,
mantendo uma sólida estrutura de capitais, capaz de responder ao crescimento da atividade e que
se mostre adequada ao perfil de risco da Instituição; e,
Para atingir os objetivos descritos, a Caixa procede a um planeamento das suas necessidades de capital a
curto e médio prazo, tendo em vista o financiamento da sua atividade, sobretudo por recurso ao
autofinanciamento e à captação de recursos alheios.
Esse planeamento é efetuado a partir das estimativas internas de evolução das operações de balanço e o
financiamento através de recursos alheios é feito, primordialmente, pela emissão de dívida subordinada,
dentro de determinadas condições.
A atividade das instituições de crédito em Portugal é regulada pelo Regime Geral das Instituições de Crédito
e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 298/92, o qual assume um papel primordial na
regulamentação prudencial portuguesa, refletindo, em larga medida, as Diretivas comunitárias aplicáveis
ao sistema financeiro (Diretivas 2006/48/CE, 2006/49/CE e 2010/76/UE).
Com a entrada em vigor em janeiro de 2014 do novo quadro regulatório designado por Basileia III
(Regulamento (UE) n.º 575/2013 e a Diretiva 2013/36/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, ambos
de e 26 de junho), de aplicação a todos os Estados-Membros da União Europeia, que definiu os requisitos
prudenciais aplicáveis às instituições de crédito e às empresas de investimento, o quadro regulatório passou
a prever um conjunto de disposições transitórias que permitem a aplicação faseada das novas exigências
de capital, contemplando requisitos mais restritivos relativos à qualidade do capital que pode ser computado
e ao cálculo dos ativos ponderados pelo risco, sendo conferida às autoridades competentes dos Estados-
Membros a possibilidade para manter ou acelerar a sua implementação.
Os principais impactos do Regulamento (UE) n.º 575/2013 (CRR/CRD IV) nos rácios de Capital verificaram-
se ao nível dos impostos diferidos ativos (DTA – Deferred Tax Assets), disposições relativas a insuficiências
de imparidade face a perdas esperadas, “corredor” do fundo de pensões, participações minoritárias em
subsidiárias consolidadas, participações significativas em instituições financeiras não consolidadas e
requisitos adicionais para mercado e risco contraparte.
Neste contexto, o Banco de Portugal emitiu o Aviso n.º 6/2013 que regulamenta o regime transitório previsto
no Regulamento (UE) n.º 575/2013, tendo estabelecido a implementação transitória dos impactos dos
elementos que compõem os fundos próprios.
Com a entrada em vigor a partir de 1 de outubro de 2016 do Regulamento (UE) 2016/445 do Banco Central
Europeu, as instituições de crédito passaram a não considerar no cálculo dos seus elementos de fundos
próprios principais de nível 1 - CET1 a percentagem aplicável de ganhos não realizados na aceção do artigo
468.º, n.º 1, do Regulamento (UE) n.º 575/2013 e incluir os ganhos no que respeita às posições em risco
sobre administrações centrais classificadas na categoria “disponíveis para venda”, acelerando assim a
aplicação das disposições transitórias.
Em novembro de 2016, a Comissão Europeia publicou uma versão provisória do novo CRR e CRD IV
incorporando diferentes normas de Basileia, como a Fundamental Review of the Trading Book for Market
Risk, a Net Stable Funding Ratio (NSFR) para risco de liquidez, risco de taxa de juros na carteira bancária,
282
bem como modificações relativas ao tratamento das contrapartes centrais, o MDA (Maximum Distributable
Amount), o Pilar 2, o rácio de alavancagem e o Pilar 3, entre outras.
A mudança mais significativa foi a implementação do TLAC (Total Loss Absorbing Capacity) Term Sheet,
estabelecido internacionalmente pelo Financial Stability Board (FSB) na estrutura de capital, que obrigou a
que os bancos sistemicamente importantes tenham de cumprir os requisitos do MREL/TLAC no âmbito do
Pilar 1, enquanto os bancos que não sejam sistemicamente importantes apenas cumprem o MREL no
âmbito do Pilar 2 mediante decisão casuística da autoridade de resolução.
Em dezembro de 2017, o Banco de Portugal publicou o Aviso n.º 10/2017, que veio revogar o Aviso n.º
6/2013, e definir uma nova estrutura de aplicação gradual de deduções a fundos próprios, entre os quais
se destacam, pela sua relevância, os ativos por impostos diferidos que dependam de rendibilidade futura,
a partir de 1 de janeiro de 2018.
Ainda no mesmo período foi publicado o Regulamento (UE) 2017/2395 do Parlamento Europeu e do
Conselho que veio alterar o Regulamento (UE) n.º 575/2013 no que diz respeito ao regime transitório para
reduzir o impacto da introdução da IFRS 9 - "Instrumentos financeiros" sobre os fundos próprios e para o
tratamento dos grandes riscos de determinadas posições em risco do setor público expressas na moeda
nacional de qualquer Estado-Membro.
Refira-se que a CGD não aderiu à possibilidade de aplicação progressiva de um regime transitório, previsto
no acima referido Regulamento.
Este Regulamento veio complementar as regras prudenciais previstas pelo Regulamento (UE) n.º 575/2013
no que respeita a disposições que exijam uma dedução aos fundos próprios quando as NPE não estiverem
suficientemente cobertas por provisões ou outros ajustamentos.
Ficou definido neste Regulamento que as instituições devem deduzir aos elementos de fundos próprios
principais de nível 1 o montante das exposições não produtivas, se a exposição tiver sido originada após
26 de abril de 2019.
Em maio de 2019, foi publicado o Regulamento n.º 2019/876 (designado CRR II), que altera o Regulamento
n.º 575/2013 e Diretiva n.º 2019/878 (designada CRD V).
As alterações impostas pelo CRR II incidem sobre o rácio de alavancagem, o rácio de financiamento líquido
estável (NSFR – Net Stable Funding Ratio), os requisitos de fundos próprios e de passivos elegíveis, o risco
de crédito da contraparte, o risco de mercado, as posições em risco das contrapartes centrais, os riscos de
organismos de investimento coletivo, as grandes exposições e os requisitos de informação e divulgação.
A CRD V entrou em vigor em 27 de junho de 2020, com aplicação a partir de 28 de dezembro de 2020, por
forma a permitir que os Estados-Membros pudessem dispor de tempo para a sua transposição para o direito
nacional.
O CRR II entrou em vigor em 28 de junho de 2021, com algumas exceções que tinham já entrado em vigor
durante um período iniciado em 1 de janeiro de 2019.
Entre essas exceções, destaca-se a entrada em vigor, em 27 de junho de 2019, das principais alterações
no capital, deduções aos fundos próprios e apuramento do risco de crédito pelo método padrão e IRB.
Em setembro 2015, o Banco de Portugal, através do Aviso n.º 1/2015, impôs às instituições de crédito com
sede em Portugal a antecipação da aplicação da reserva de conservação de fundos próprios de 2,5%, nos
termos previstos no artigo 138.º-D do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.
No contexto do Mecanismo Único de Supervisão (MUS) em que, por um lado, as decisões de capital
relativas às instituições de crédito são apuradas e adotadas para toda a área do euro e, por outro lado, as
operações de capital decorrentes dessas decisões devem ser realizadas essencialmente com recurso a
mercado, houve a necessidade de assegurar que as instituições de crédito nacionais operassem nas
mesmas condições de que a maioria das instituições nesse mesmo espaço.
283
Neste enquadramento, o Banco de Portugal emitiu o Aviso n.º 6/2016 de 31 de maio, que revogou o Aviso
n.º 1/2015, pois entendeu que a antecipação da aplicação da reserva de conservação de fundos próprios
nos termos previstos no Aviso n.º 1/2015 podia prejudicar a verificação daquelas condições, implicando a
sujeição das entidades ao regime transitório estabelecido no n.º 1 a 4 do artigo 23.º do Decreto-Lei n.º
157/2014, de 24 de outubro.
De acordo com o Comité de Basileia, o principal objetivo da reserva contracíclica é garantir que os bancos
detêm um buffer de Capital suficientemente grande que lhes permita absorver perdas não esperadas,
quando confrontados com um choque sistémico negativo, não comprometendo assim a concessão de
crédito à economia real.
O Banco de Portugal, no exercício das suas competências enquanto autoridade macroprudencial nacional,
pode impor às instituições de crédito a constituição de uma reserva adicional de fundos próprios que terá
como objetivo proteger o setor bancário nos períodos em que o risco sistémico cíclico aumenta, devido a
um crescimento excessivo do crédito.
A reserva contracíclica (medida em percentagem do montante total das posições em risco) será definida
entre 0% e 2,5%, exceto quando circunstâncias excecionais justifiquem a definição de uma percentagem
mais elevada.
A percentagem de reserva para cada instituição, ou seja, a “percentagem de reserva contracíclica específica
da instituição”, é uma média ponderada das percentagens de reserva contracíclica aplicáveis nos países
onde se localizam as posições em risco de crédito dessa instituição.
Para o ano de 2021, o Banco de Portugal fixou a reserva contracíclica em 0% do montante total das
posições em risco.
Saliente-se que o eventual incumprimento de algumas das reservas anteriormente identificadas (reserva
contracíclica e reserva específica) não colocaria em causa a continuidade da atividade das instituições,
contudo, implica, nomeadamente, restrições à distribuição de dividendos e à recompra de ações próprias,
bem como a submissão, ao Banco de Portugal, por parte das instituições em causa, de um plano de
conservação de fundos próprios devidamente calendarizado, com o objetivo de cumprir integralmente o
requisito combinado de fundos próprios. Compete ao Banco de Portugal a definição do horizonte temporal
para a concretização desse plano.
O BCE, no âmbito das atribuições conferidas pelo Regulamento (UE) n.º 1024/2013, de 15 de outubro,
efetua exercícios de revisão e avaliação das instituições, incluindo testes de esforço e, com base nesse
processo de revisão (SREP - Supervisory Review and Evaluation Process), pode impor às instituições de
crédito requisitos específicos de fundos próprios adicionais, bem como requisitos específicos de divulgação
de informações.
No processo de revisão SREP de 2021, ficou definido para a Caixa (empresa-mãe) a obrigação de
satisfazer em permanência os fundos próprios e os requisitos de liquidez aplicáveis nos termos do
Regulamento (UE) n.º 575/2013, a legislação nacional que transpõe a Diretiva 2013/36/UE e quaisquer
requisitos de liquidez nacionais aplicáveis na aceção do artigo 412.º, n.º 5, do Regulamento (UE) n.º
575/2013.
Em 2022 a CGD está sujeita ao cumprimento dos seguintes rácios mínimos no perímetro individual:
2022
284
Capital Regulatório
As componentes da situação líquida que contribuem para os Fundos Próprios Principais de nível 1 (CET1)
em dezembro de 2022 são:
Capital Social;
Reservas de reavaliação.
Sobre as componentes positivas acima identificadas, são aplicadas deduções relacionadas com:
Valor contabilístico dos ativos por impostos diferidos (por prejuízos fiscais);
NPE - Non-Performing Exposures (ou prudential backstop): dedução da cobertura insuficiente para
exposições inadimplentes, nos termos definidos na alínea m) do artigo 36.º, n.º 1, e do artigo 47.º-
C do CRR.
4
A inclusão do resultado líquido do exercício nos Fundos Próprios em conformidade com a Decisão (UE) 2015/656 do Banco Central
Europeu, com n.º 2 do artigo n.º 26.º do Regulamento (UE) n.º 575/2013 (BCE/2015/4) e aprovada pelo Supervisor.
285
Regras CRD IV
31-12-2022 31-12-2021
Rácios de solvabilidade
Rácios mínimos
Excedente (buffers)
286
Estrutura do capital regulamentar em 2022
Fundos Próprios
Resultado atribuível ao acionista da CGD (considerados nos Fundos próprios CET 1) 318.253
Ativos por impostos diferidos (por prejuízos fiscais), líquido de impostos diferidos passivos relacionados (66.867)
Fundos Próprios Principais de nível 1, após ajustamentos regulamentares acima mencionados 7.251.654
Fundos Próprios Principais de nível 1, após ajustamentos regulamentares acima mencionados 7.251.654
Fundos Próprios Principais de nível 1, após ajustamentos regulamentares acima mencionados 7.251.654
Filtros nacionais e outras deduções sobre CET1, dos quais: (186.234)
AVA (3.626)
Crédito 29.904.069
Mercado 548.782
Operacional 2.476.419
No apuramento dos fundos próprios e rácios prudenciais individuais reportados ao supervisor referentes a
31 de dezembro de 2022, foi considerado um resultado líquido de cerca de 318.253 mEuros, nos termos
do n.º 2, artigo 26.º do Regulamento (UE) 575/2013 e do artigo 5.º da Decisão (UE) 2015/656 do Banco
Central Europeu de 4 de fevereiro de 2015, relativa a inclusão de lucros provisórios ou de final de exercício
nos Fundos Próprios principais de nível 1, tendo esse montante sido apurado sobre o resultado líquido
contabilístico de cerca de 672.289 mEuros, deduzido de cerca de 354.036 mEuros relativos ao valor máximo
de dividendo distribuível de acordo com o rácio de pagamento de dividendo do exercício anterior (aplicação
da Decisão (UE) 2015/656 do BCE - condições em que as instituições de crédito podem incluir lucros
intercalares ou de final de ano nos Fundos Próprios Principais de nível 1).
Distribuição de dividendos
Em resultado da Pandemia da Covid-19, o BCE adotou um conjunto de medidas com vista a que os Bancos
mantivessem a sua capacidade de absorver as perdas e reforçar a sua capacidade de apoio à economia.
Destas iniciativas destacam-se as relacionadas com a distribuição de dividendos que, numa primeira fase,
pretendiam assegurar uma maior retenção de resultados gerados pelos bancos, com a publicação em 27
de março de 2020 da Recomendação BCE/2020/19 onde se definia que, até 1 de outubro de 2020, não
287
fossem pagos dividendos, que não fossem assumidos compromissos irrevogáveis de pagamento de
dividendos pelas instituições de crédito e que as instituições de crédito se abstivessem de recomprar ações
destinadas a remunerar acionistas.
(i) manter a proposta inicial de distribuição de dividendos, mas condicionando o pagamento efetivo à
reavaliação da situação quando as incertezas causadas pelo COVID-19 desaparecessem (em
qualquer caso não antes de 1 de outubro de 2020);
(ii) propor uma mudança na política de dividendos pela qual nenhum dividendo será distribuído para
o exercício de 2019, comprometendo-se a uma possível distribuição de reservas sujeitas à
reavaliação da situação, uma vez desaparecidas as incertezas causadas pelo COVID-19 (em
qualquer caso não antes de 1 de outubro de 2020).
Seguindo essa orientação, foi aprovada em Assembleia Geral a não distribuição de dividendos referentes
ao ano de 2019, tendo o resultado líquido sido integrado em reservas livres, após dedução da reserva legal
(opção b da recomendação do BCE).
Nestes termos, em novembro de 2021 a CGD procedeu à distribuição de dividendos retidos nos exercícios
de 2019 e 2020, no montante de 300.000 mEuros, através da entrega ao seu acionista de valores
disponíveis em “Outras Reservas e Resultados Transitados”, ao abrigo dos artigos 31.º a 33.º do Código
das Sociedades Comerciais, totalizando assim um montante entregue ao acionista em 2021, de 383.639
mEuros.
Desde a conclusão da recapitalização da CGD até o final do exercício de 2022 foram entregues ao acionista
um montante total de 961.870 mEuros de dividendos.
A CGD solicitou em 2021 ao BCE o reembolso antecipado do Instrumento AT1 e tendo recebido do BCE
em 28 de janeiro de 2022 a autorização para o reembolso antecipado e sem substituição da emissão de
288
Fundos Próprios adicionais de nível 1, efetivado em 30 de março de 2022, a primeira data prevista
contratualmente para o exercício da call.
O reembolso antecipado do AT1 vem, por via do elevado custo do referido cupão (10,75%), melhorar a
capacidade da CGD de gerar capital organicamente.
289
41. Eventos subsequentes
Em 24 de fevereiro de 2023, o governo português publicou o Decreto-Lei 14/2023 que procede à
transferência de todas as responsabilidades cobertas pelo Fundo de Pensões da CGD (FPCGD) para a
CGA, à extinção e liquidação do FPCGD e à entrega, pela Caixa à CGA, de uma compensação financeira
pelas responsabilidades transferidas (Nota 33).
No dia 20 de março de 2023, a Caixa Geral de Depósitos registou o aumento do capital social em
681.570.760 euros e a emissão de 136.314.152 novas ações, com valor nominal unitário de 5 euros cada,
por via da incorporação de reservas decorrentes de igual número de direitos de conversão, emitidos a favor
do acionista na sequência da adesão da Caixa ao Regime Especial aplicável aos Ativos por Impostos
Diferidos, deliberada em 2014.
Decorrente desta conversão, o capital social da Caixa passou de 3.844.143.735 euros para 4.525.714.495
euros, integralmente detido pelo acionista único da Caixa, o Estado Português.
290
2.2. Anexo às demonstrações financeiras consolidadas
(Montantes em milhares de Euros – mEuros, exceto quando expressamente indicado)
291
1. Nota introdutória
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. (CGD), fundada em 1876, é uma sociedade anónima de capitais
exclusivamente públicos, com sede na Av. João XXI, n.º 63, 1000-300 Lisboa, Portugal. A transformação
em sociedade anónima ocorreu em 1 de setembro de 1993, através do Decreto-Lei n.º 287/93, de 20 de
agosto, que aprovou igualmente os respetivos estatutos. Em 23 de julho de 2001, a CGD incorporou por
fusão o Banco Nacional Ultramarino, S.A. (BNU).
Para a realização das suas operações a CGD contava, em 31 de dezembro de 2022, com uma rede nacional
de 521 agências (das quais 486 presenciais e espaços Caixa, 3 móveis, 6 automáticas e 26 gabinetes de
empresas e extensões), uma sucursal em França com 48 agências e uma sucursal em Timor com 14
agências.
Plano Estratégico
Durante o exercício de 2021 o Grupo, sob o mote Construir o Futuro, promoveu iniciativas estratégicas
necessárias ao reforço da sustentabilidade da CGD, realizando os trabalhos conducentes à preparação das
bases do Plano Estratégico para o período 2021-2024, implementado por um novo Conselho de
Administração, cuja nomeação ocorreu formalmente em dezembro de 2021. Com a nomeação do novo
Conselho da Caixa, o Plano Estratégico foi submetido à sua apreciação, tendo sido aprovado já no início
de 2022.
O Plano Estratégico para o referido período, permite à CGD iniciar um novo ciclo, focado em assegurar que
o Grupo presta serviços de banca universal, por processos digitais “end-to-end” e com um serviço e tempo
dedicado ao cliente. Pretende-se que, através da capacitação e reforço de competências dos seus
empregados, a CGD consiga que a inovação seja um fator diferenciador no mercado, a par de um propósito
geneticamente ligado à economia “verde e sustentável”, assegurando, no final, a adequada remuneração
dos investidores, Estado e privados.
292
2. Políticas contabilísticas
2.1 Bases de apresentação
As demonstrações financeiras consolidadas, em 31 de dezembro de 2022, foram preparadas com base nas
Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adotadas na União Europeia, na sequência do
Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de julho, e das disposições
do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de fevereiro.
Conforme referido na Nota 14, o Grupo procedeu à reclassificação dos ativos e passivos do Banco
Comercial Atlântico (Cabo Verde), em dezembro de 2022, para rubricas de “Ativos e passivos não correntes
detidos para venda – Filiais” ao abrigo da IFRS 5 – “Ativos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas”. Ainda ao abrigo deste normativo, os resultados gerados por esta
participação são apresentados numa única linha da Demonstração de Resultados (“Resultados em filiais
detidas para venda”), tendo o período comparativo sido reexpresso em conformidade. Na referida nota é
apresentado, por agregado, o efeito da reclassificação.
As políticas contabilísticas descritas nesta nota foram aplicadas de forma consistente em todos os períodos
apresentados nas demonstrações financeiras, com as exceções identificadas.
Não ocorreram durante o exercício de 2022 modificações voluntárias de políticas contabilísticas face às
consideradas na preparação da informação financeira relativa ao exercício anterior apresentada nos
comparativos. Não ocorreram também alterações de julgamentos ou estimativas relativas a exercícios
anteriores, nem se verificaram correções de erros materiais.
A CGD adotou, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2022, as seguintes normas, interpretações, emendas
ou alterações, emitidas pelo IASB e endossadas pela União Europeia, com relevância para a sua atividade:
- IFRS 16 (alterações) - Concessões relacionadas com a COVID-19 ao nível das rendas para além de 30
de junho de 2021 - As alterações realizadas ao texto da norma clarificam que um locatário pode optar por
não avaliar se uma concessão de renda relacionada com a COVID-19 é uma modificação de locação. Caso
optem pela aplicação deste expediente contabilizam a alteração aos pagamentos das rendas resultantes
de uma concessão relacionada com a COVID-19 da mesma forma que contabilizam uma alteração que não
seja uma modificação da locação, de acordo com a IFRS 16, para pagamentos originalmente devidos até
30 de junho de 2022.
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de abril de
2021.
(iv) Correção da menção efetuada à estrutura conceptual aplicável, a qual ainda referenciava a versão
emitida em 1989, em detrimento da mais recente (emitida em 2018);
(vi) Explicitação no texto da norma que um adquirente não deve reconhecer ativos contingentes
adquiridos em resultado de uma concentração de atividades empresariais.
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2022, produzindo efeitos de forma prospetiva.
- IAS 16 (Alterações) – “Ativos fixos tangíveis” – As alterações ao texto da norma clarificam que não podem
ser deduzidos ao custo de aquisição quaisquer proveitos obtidos com a utilização do ativo até à sua
instalação definitiva no local em que irá operar de acordo com as condições definidas pela gestão para o
seu uso pretendido. A entidade reconhece os rendimentos obtidos da venda de tais produtos e os custos
da sua produção diretamente em resultados.
293
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2022. A aplicação retrospetiva é obrigatória apenas para os ativos elegíveis que tenham sido instalados
na localização pretendida após a data do primeiro período comparativo apresentado.
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2022, produzindo efeitos de forma prospetiva. No exercício da primeira aplicação da alteração
encontram-se abrangidos todos os contratos cujas obrigações não se encontrem integralmente cumpridas
à data do início do primeiro período comparativo apresentado, sem haver lugar à reexpressão do
comparativo.
(iii) IFRS 9 – A alteração clarifica os critérios de elegibilidade das comissões a considerar pela entidade
no âmbito da realização do teste de desreconhecimento de passivos conforme parágrafo B3.3.6
da norma (teste dos 10%). Devem apenas ser reconhecidas comissões pagas ou recebidas entre
a instituição (o emitente do passivo financeiro) e o investidor (ou investidores), incluindo aqueles
pagos ou recebidos em nome ou representação da outra parte.
(iv) IFRS 16 – A alteração introduzida retira do texto do Exemplo Ilustrativo n.º 13 (texto que
acompanha a norma IFRS 16) o exemplo relativo a reembolsos de encargos suportados pelo
locador com beneficiações realizadas ao ativo locado, dado o entendimento de que a sua redação
não potenciava uma correta e clara interpretação do tratamento de incentivos em contratos de
locação.
Estas alterações são de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2022.
Da adoção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas não resultaram impactos
patrimoniais na preparação das demonstrações financeiras do Grupo no exercício de 2022.
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões já endossadas pela União Europeia são de
aplicação obrigatória em exercícios económicos futuros:
As alterações são de adoção obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro de
2023 e devem ser aplicados prospectivamente.
As alterações são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2023.
294
- IAS 12 (Alterações) – As alterações ao texto da norma tiveram como objetivo esclarecer como contabilizar
o imposto diferido sobre transações como locações. As alterações incluem uma condição adicional onde a
isenção para o reconhecimento inicial não se aplica. Uma diferença temporária resultante do
reconhecimento inicial de um ativo sob direito de uso ou passivo de locação não está sujeita a isenção
inicial se a transação der origem a diferenças temporárias tributáveis e dedutíveis iguais. Apenas é aplicável
se o reconhecimento de um ativo sob direito de uso e um passivo de locação derem origem a diferenças
temporárias tributáveis e dedutíveis que não sejam iguais.
As alterações são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2023.
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões ainda não endossadas pela União Europeia são
de aplicação obrigatória em exercícios económicos futuros:
Esta alteração à norma das locações introduz orientações relativamente à mensuração subsequente de
passivos de locação, relacionados com transações de venda e relocação (“sale & leaseback”) que
qualificam como “venda” de acordo com os princípios da IFRS 15 – Rédito de contratos com clientes’, com
maior impacto quando alguns ou todos os pagamentos de locação são pagamentos de locação variáveis
que não dependem de um índice ou de uma taxa. Ao mensurar subsequentemente os passivos de locação,
os vendedores-locatários deverão determinar os “pagamentos de locação” e “pagamentos de locação
revistos” de maneira a que estes não venham a reconhecer ganhos/(perdas) relativamente ao direito de
uso que retêm. Esta alteração é de aplicação retrospetiva.
As alterações são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2024.
As alterações são de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de janeiro
de 2024.
Não estimamos que da adoção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas resultem
quaisquer impactos patrimoniais na preparação das demonstrações financeiras do Grupo.
A consolidação das contas das filiais que integram o Grupo CGD foi efetuada pelo método da integração
global. As transações e os saldos significativos entre as empresas objeto de consolidação foram eliminados.
Adicionalmente, quando aplicável, são efetuados ajustamentos de consolidação de forma a assegurar a
consistência na aplicação dos princípios contabilísticos do Grupo.
O valor correspondente à participação de terceiros nas filiais é apresentado na rubrica "Interesses que não
controlam" do capital próprio. No caso específico de fundos de investimento incluídos no perímetro de
consolidação, sempre que os detentores dos interesses que não controlam tenham opções de resgate do
investimento pelo valor patrimonial, este é registado na rubrica "Outros passivos" (Nota 26), sendo as
correspondentes variações reconhecidas na rubrica respetiva de resultados.
295
O lucro consolidado resulta da agregação dos resultados líquidos da CGD e das entidades filiais, na
proporção da respetiva participação efetiva, após os ajustamentos de consolidação, designadamente a
eliminação de dividendos recebidos e mais e menos-valias geradas em transações entre empresas
incluídas no perímetro de consolidação.
As aquisições de filiais são registadas pelo método da compra. O custo de aquisição corresponde ao justo
valor agregado dos ativos entregues, instrumentos de capital emitidos e passivos incorridos ou assumidos
em contrapartida da obtenção do controlo sobre a entidade adquirida. Os custos incorridos no âmbito da
aquisição que sejam diretamente atribuíveis à operação são reconhecidos como encargos do exercício na
data da compra. Na data de aquisição, que corresponde ao momento em que o Grupo obtém o controlo
sobre a filial, os ativos, passivos e passivos contingentes identificáveis que reúnam os requisitos para
reconhecimento previstos na Norma IFRS 3 – “Concentrações de atividades empresariais” são registados
pelo respetivo justo valor.
O goodwill corresponde à diferença positiva, na data de compra, entre o custo de aquisição da filial e o justo
valor atribuível aos respetivos ativos, passivos e passivos contingentes adquiridos. O goodwill é registado
como um ativo e não é sujeito a amortização.
Caso se verifique que o justo valor dos ativos, passivos e passivos contingentes identificáveis adquiridos
no âmbito da transação excede o custo de aquisição, o excesso deve ser refletido como um proveito na
demonstração de resultados do período.
A aquisição de interesses que não controlam ocorrida após a obtenção de controlo sobre a filial é registada
como uma transação com acionistas, não originando o registo de qualquer goodwill adicional. A diferença
entre o valor atribuído aos interesses que não controlam na data da transação e o respetivo custo de
aquisição é reconhecida diretamente por contrapartida de reservas. Analogamente, os impactos
decorrentes da alienação de interesses que não controlam que não impliquem a perda de controlo sobre a
filial são igualmente registados em reservas. Os ganhos ou perdas resultantes da alienação de interesses
que não controlam que determinem alterações no controlo sobre a filial são reconhecidos pelo Grupo por
contrapartida de resultados na data da transação.
Com uma periodicidade mínima anual, o Grupo realiza testes de imparidade ao goodwill registado em
balanço, de acordo com os requisitos da Norma IAS 36 – “Imparidade de ativos”. Para este efeito, o goodwill
é alocado a unidades geradoras de fluxos de caixa, sendo apurado o respetivo valor recuperável com base
em estimativas dos cash flows futuros, atualizadas com base em taxas de desconto consideradas
apropriadas pelo Grupo. As perdas por imparidade associadas ao goodwill são registadas em resultados
do período e não podem ser revertidas.
Até 1 de janeiro de 2004, conforme previsto nas políticas contabilísticas definidas pelo Banco de Portugal,
o goodwill era totalmente deduzido ao capital próprio no ano de aquisição das filiais. Tal como permitido
pela Norma IFRS 1 – “Adoção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro”, o Grupo
não efetuou qualquer alteração a esse registo, pelo que o goodwill gerado em operações ocorridas até 1
de janeiro de 2004 permaneceu deduzido às reservas.
Contabilização de opções atribuídas a interesses que não controlam (“written put options”)
As responsabilidades decorrentes de contratos de opções sobre interesses que não controlam (“written put
options”) são reconhecidas pelo Grupo no momento inicial por contrapartida de “Outras reservas”. As
variações subsequentes do justo valor da opção de venda, mensurado com base nas condições
contratadas, são igualmente registadas por contrapartida de “Outras reservas”, com exceção dos custos de
financiamento inerentes ao registo da responsabilidade, os quais são reconhecidos em resultados nas
rubricas de “juros e encargos similares”.
Consideram-se entidades associadas aquelas em que o Grupo tem uma influência significativa, mas sobre
as quais não exerce um controlo efetivo sobre a sua gestão. Assume-se a existência de influência
significativa sempre que a participação do Grupo seja superior, direta ou indiretamente, a 20% do capital
ou dos direitos de voto, a não ser que possa ser claramente demonstrado que tal não é o caso.
Paralelamente, assume-se a não existência de influência significativa sempre que a referida participação
seja inferior a 20%, a não ser que também neste caso o contrário possa ser claramente evidenciado.
296
De acordo com os requisitos da IAS 28 – “Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos”, a
observância de influência significativa pelo Grupo pode ser usualmente evidenciada por uma das seguintes
formas:
Existem igualmente situações em que o Grupo exerce controlo juntamente com outras entidades sobre a
atividade da sociedade na qual detém a participação (os designados empreendimentos conjuntos),
usualmente estruturada mediante partilha de direitos de voto e direitos de decisão equiparáveis.
Caso existam divergências com impacto materialmente relevante, são efetuados ajustamentos aos capitais
próprios das sociedades utilizados para efeitos da aplicação do método da equivalência patrimonial, de
forma a refletir a aplicação dos princípios contabilísticos do Grupo.
Os resultados não realizados em transações com empresas associadas e empreendimentos conjuntos são
eliminados na medida da percentagem de participação efetiva do Grupo nas entidades em questão.
As contas individuais de cada entidade do Grupo incluídas na consolidação são preparadas de acordo com
a divisa utilizada no ambiente económico em que operam (denominada “moeda funcional”). Nas contas
consolidadas, os resultados e posição financeira de cada entidade são expressos em Euros, a moeda
funcional do Grupo.
As diferenças de câmbio apuradas na conversão cambial são refletidas em resultados do exercício, com
exceção das originadas por instrumentos financeiros não monetários registados ao justo valor, tal como
instrumentos de capital relativamente aos quais tenha sido exercida a opção de classificação ao justo valor
por contrapartida de outro rendimento integral, que são registadas diretamente em “Outras reservas”.
Nas contas consolidadas, os ativos e passivos de entidades com moeda funcional distinta do euro são
convertidos à taxa de câmbio de fecho, enquanto os proveitos e custos são convertidos à taxa média do
período. As diferenças resultantes da conversão cambial, de acordo com este método, são registadas na
rubrica “Outras reservas” do capital próprio, sendo o respetivo saldo transferido para resultados no momento
da alienação das respetivas filiais.
Tal como permitido pela Norma IFRS 1 – “Adoção pela primeira vez das normas internacionais de relato
financeiro”, o Grupo optou por não recalcular e, por consequência, não registar nas “Outras reservas” o
impacto da conversão de demonstrações financeiras de filiais expressas em moeda estrangeira até 31 de
dezembro de 2003. Deste modo, na alienação ou encerramento de filiais ocorridos posteriormente a esta
297
data apenas serão reclassificadas para resultados do exercício as variações cambiais originadas a partir
de 1 de janeiro de 2004.
B. Ativos financeiros
A classificação dos ativos financeiros depende do modelo de negócio do Grupo e das características dos
cash flows contratuais do instrumento financeiro, exceto quando seja aplicada a opção de mensurar o
instrumento financeiro pelo seu justo valor através de resultados.
A CGD classifica e mensura um ativo financeiro pelo custo amortizado quando este seja incluído num
portfolio gerido com base num modelo de negócio cujo objetivo é alcançado através do recebimento de
todos os cash flows contratuais e estes possam ser considerados como pagamentos de capital e juros sobre
o capital em dívida. Por outro lado, o Grupo classifica e mensura um ativo financeiro pelo justo valor através
de outro rendimento integral (“FVTOCI” – Fair Value Through Other Comprehensive Income) quando este
seja incluído num portfolio gerido com base num modelo de negócio cujo objetivo é alcançado tanto através
do recebimento dos fluxos de caixa contratuais que constituam pagamentos de capital e juros sobre o capital
em dívida como através da venda. Um ativo financeiro é classificado e mensurado pelo justo valor através
de resultados (“FVTPL” – Fair Value Through Profit or Loss) quando não seja classificado e mensurado pelo
custo amortizado nem pelo FVTOCI. No entanto, no momento do reconhecimento inicial o Grupo pode
optar, de forma irrevogável, por classificar e mensurar pelo FVTOCI um investimento num instrumento de
capital (que não seja detido para negociação nem constitua uma retribuição contingente reconhecida pelo
adquirente numa concentração de atividades empresariais à qual se aplique a IFRS 3 – “Concentrações de
atividades empresariais”), que de outra forma seria classificado e mensurado pelo FVTPL.
Para determinar qual o modelo de negócio usado na gestão de um ativo financeiro, o Grupo define como
espera vir a obter cash flows desse ativo financeiro. O modelo de negócio é determinado a um nível que
reflita como um grupo de ativos financeiros é gerido no seu conjunto para alcançar o objetivo específico
desse modelo de negócio, não dependendo dos planos para qualquer ativo financeiro em particular. Como
a alocação a um modelo de negócio constitui um facto e não uma asserção, o Grupo considera todas as
informações relevantes que permitam concluir sobre qual o modelo de negócio considerado para a gestão
dos seus ativos financeiros. Neste contexto, o Grupo avalia:
Quais os riscos que afetam o desempenho do modelo de negócio (e os ativos financeiros detidos
no âmbito desse modelo de negócio) e, em particular, a forma como esses riscos são geridos; e,
O modo como os gestores são retribuídos (por exemplo, se a retribuição se baseia no justo valor
dos ativos geridos ou nos fluxos de caixa contratuais recolhidos).
As características dos cash flows contratuais do ativo financeiro: apenas pagamentos de capital e
juros (SPPI – Solely Payments of Principal and Interest).
298
A imagem seguinte representa o processo de classificação aplicado pelo Grupo:
Reconhecimento inicial
Qualquer alteração no justo valor do ativo financeiro entre a data em que o compromisso é assumido (trade
date) e a data em que este é colocado à disposição (settlement date) é reconhecido de acordo com os
critérios de mensuração inerentes à classificação que lhe é atribuída no momento do seu registo inicial.
Desreconhecimento
Um ativo financeiro é desreconhecido quando, e apenas quando, expira o direito contratual ao recebimento
dos cash flows ou o ativo financeiro é transferido e a transferência é qualificável para desreconhecimento.
Considera-se que um ativo financeiro é transferido se, e apenas se, forem transferidos os direitos
contratuais ao recebimento fluxos de caixa desse ativo financeiro, ou se forem mantidos os direitos
contratuais ao recebimento dos fluxos de caixa mas o Grupo assumir uma obrigação contratual de entregar
esses fluxos de caixa a um ou mais beneficiários. Quando sejam mantidos os direitos contratuais ao
recebimento dos fluxos de caixa, o Grupo trata a operação como uma transferência apenas se todas as
seguintes condições forem cumpridas:
(i) O Grupo não tem a obrigação de pagar valores ao beneficiário exceto aqueles que sejam recebidos
do ativo original;
(ii) O Grupo encontra-se impedido pelos termos do acordo de transferência de vender o ativo original;
e,
(iii) O Grupo tem a obrigação de pagar os fluxos de caixa recebidos sem atrasos materiais e não é
permitido reinvestir esses fluxos de caixa até ao seu pagamento.
Quando os fluxos de caixa contratuais de um ativo financeiro são renegociados ou de outra forma
modificados e essa renegociação ou modificação não resulta no desreconhecimento do ativo financeiro, o
Grupo recalcula o valor de balanço bruto do ativo financeiro e reconhece um ganho ou uma perda pela
diferença para o anterior valor de balanço bruto. O novo valor de balanço bruto do ativo é determinado
como o valor atual dos fluxos de caixa renegociados ou modificados, descontado à taxa efetiva original do
ativo (ou à taxa de juro ajustada no caso de créditos adquiridos ou originados com imparidade) ou, quando
aplicável, a taxa de juro efetiva revista. Quaisquer custos ou comissões incorridos são incluídos no novo
valor de balanço bruto e amortizados durante o período de vida remanescente do ativo.
299
Num cenário em que a modificação dos fluxos contratuais resulta no desreconhecimento do ativo financeiro
observam-se as seguintes implicações:
Registo do novo ativo financeiro pelo justo valor no momento inicial, sendo a eventual diferença
face ao valor líquido contabilístico do ativo anterior registada em resultados;
Caso as modificações contratuais tenham sido motivadas por reestruturação de um ativo por
dificuldades financeiras do devedor, o novo ativo é considerado POCI (Purchased or originated
credit impaired financial asset) sendo as perdas por imparidade reconhecidas com base na PD
lifetime, ou seja, o novo ativo nunca poderá ser classificado como stage 1;
O custo amortizado do novo ativo será determinado com base nos fluxos de caixa esperados;
O novo ativo financeiro reconhecido que resulte de uma modificação contratual de um ativo
financeiro anteriormente marcado como forbearance (de acordo com o Regulamento de Execução
(UE) 2015/227 da Comissão de 9 de janeiro de 2015 e, em conformidade com a política interna
definida pelo Grupo) continuará a manter esta marcação, sendo que o período de cura é reiniciado
a partir da data da última reestruturação; e,
Se o Grupo alterar o seu modelo de negócio de gestão de ativos financeiros, o que se espera que ocorra
de forma pouco frequente e excecional, são reclassificados todos os ativos financeiros afetados, em
conformidade com os requisitos definidos na IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”. A reclassificação é
aplicada prospetivamente a partir da data em que se torne efetiva. De acordo com a IFRS 9 – “Instrumentos
financeiros”, não são permitidas reclassificações de instrumentos de capital para os quais tenha sido
incluída a opção de valorização ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral ou para ativos
e passivos financeiros classificados ao justo valor no âmbito da fair value option.
Justo valor
Conforme referido, os ativos financeiros registados nas categorias de “Ativos financeiros ao justo valor
através de resultados” e “Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” são
valorizados pelo justo valor.
O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao montante pelo qual um ativo ou passivo
financeiro pode ser vendido ou liquidado entre partes independentes, informadas e interessadas na
concretização da transação em condições normais de mercado.
O justo valor de ativos financeiros é determinado por um órgão da CGD independente da função de
negociação, com base nos seguintes critérios:
(i) Preços (“bid prices”) divulgados por meios de difusão de informação financeira,
nomeadamente a Bloomberg e a Reuters, incluindo preços de mercado disponíveis para
transações recentes;
(ii) Cotações indicativas (“bid prices”) obtidas junto de instituições financeiras que funcionem
como “market-makers”; e,
(iii) Modelos internos de valorização, os quais têm em conta os dados de mercado que seriam
utilizados na definição de um preço para o instrumento financeiro, refletindo as taxas de juro
de mercado e a volatilidade, bem como a liquidez e o risco de crédito associado ao
instrumento.
300
Os fundos de investimento não transacionados em mercados ativos são valorizados com base no
último NAV (Net Asset Value) disponível. Sempre que considerado adequado, o valor do NAV
pode sofrer ajustamentos em função da avaliação crítica efetuada pelo Grupo aos critérios de
mensuração aplicados aos ativos sob gestão dos referidos fundos de investimento.
Custo amortizado
Os instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo justo valor
acrescido ou deduzido de proveitos ou custos diretamente atribuíveis à transação. O reconhecimento dos
juros é efetuado pelo método da taxa efetiva.
No caso de ativos financeiros em imparidade (stage 3), o reconhecimento dos juros é realizado com base
na taxa utilizada para desconto dos cash flows futuros inerentes à determinação da perda por imparidade.
C. Passivos financeiros
Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respetivo justo valor, deduzido de
custos diretamente atribuíveis à transação. Os passivos financeiros são classificados nas seguintes
categorias:
Os passivos financeiros detidos para negociação incluem instrumentos financeiros derivados com
reavaliação negativa, assim como títulos de rendimento fixo e variável transacionados em
mercados ativos a descoberto (short selling).
Estes passivos encontram-se registados pelo respetivo justo valor, sendo os ganhos e perdas
resultantes da sua valorização subsequente registados nas rubricas de “Resultados em operações
financeiras”.
Esta categoria inclui recursos de instituições de crédito e de clientes, obrigações emitidas, passivos
subordinados e passivos incorridos para pagamento de prestações de serviços ou compra de
ativos, registados em “Outros passivos”.
Estes passivos financeiros são valorizados pelo custo amortizado, sendo os juros, quando
aplicável, reconhecidos de acordo com o método da taxa efetiva.
O Grupo realiza operações com produtos derivados no âmbito da sua atividade, com o objetivo de satisfazer
as necessidades dos seus clientes e de reduzir a sua exposição a flutuações cambiais, de taxas de juro e
de cotações.
Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua contratação.
Adicionalmente, são refletidos em rubricas extrapatrimoniais pelo respetivo valor nocional.
O justo valor dos instrumentos financeiros derivados não transacionados em mercados organizados é
apurado através de modelos que incorporam técnicas de valorização baseadas em fluxos de caixa
descontados, refletindo também o efeito do risco de crédito das contrapartes e do risco de crédito próprio
(Credit Value Adjustment and Debt Value Adjustment – CVA/DVA).
Derivados embutidos
A totalidade do instrumento financeiro combinado não esteja registada ao justo valor com as
respetivas variações refletidas em resultados.
O maior impacto deste procedimento no que respeita à atividade do Grupo consiste na necessidade de
separar e valorizar os derivados embutidos em depósitos e instrumentos de dívida, nomeadamente aqueles
em que a remuneração não tem a natureza de juro (por exemplo, remunerações indexadas a cotações ou
índices de ações, a taxas de câmbio ou outros). No momento da separação, o derivado é reconhecido pelo
301
respetivo justo valor, correspondendo o valor inicial do contrato de base à diferença entre o valor total do
contrato combinado e a reavaliação inicial do derivado. Deste modo, não é apurado qualquer resultado no
registo inicial da operação.
Derivados de negociação
Inclui todos os derivados que não estejam associados a relações de cobertura eficazes, nomeadamente:
Derivados contratados para cobertura de risco em ativos ou passivos registados ao justo valor
através de resultados, tornando assim desnecessária a utilização de contabilidade de cobertura;
Derivados contratados para cobertura de risco que não reúnem as condições necessárias para a
utilização de contabilidade de cobertura ao abrigo da IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”,
nomeadamente pela dificuldade em identificar especificamente os elementos cobertos, nos casos
em que não se trate de micro-coberturas, ou por os resultados dos testes de eficácia revelarem
que a mesma não é eficaz; e,
Os derivados de negociação são registados ao justo valor, sendo os resultados da reavaliação apurados
diariamente reconhecidos em proveitos e custos do período, nas rubricas de “Resultados em operações
financeiras”, com exceção da parcela relativa a juros corridos e liquidados, a qual é refletida em “Juros e
rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”. As reavaliações positivas e negativas são registadas
nas rubricas do balanço de “Ativos financeiros detidos para negociação” e “Passivos financeiros detidos
para negociação”, respetivamente.
Derivados de cobertura
Trata-se de derivados contratados com o objetivo de cobertura da exposição do Grupo a riscos inerentes à
sua atividade.
Para todas as relações de cobertura, o Grupo prepara no início da operação documentação formal que
inclui no mínimo os seguintes aspetos:
Os derivados de cobertura são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados diariamente
reconhecidos em proveitos e custos do período. Caso se demonstre que a cobertura é eficaz, o Grupo
reflete igualmente no resultado do exercício a variação no justo valor do elemento coberto atribuível ao risco
coberto nas rubricas de “Resultados em operações financeiras”. No caso de instrumentos que incluem uma
componente de juros (como por exemplo, swaps de taxa de juro), a periodificação de juros relativa ao
período em curso e os fluxos liquidados são refletidos em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e
encargos similares”, da margem financeira.
Sempre que as coberturas deixem de satisfazer os requisitos para aplicação de contabilidade de cobertura
definidos na Norma, a contabilidade de cobertura é descontinuada. Nesta situação, os ajustamentos
efetuados aos elementos cobertos até à data em que a contabilidade de cobertura deixa de ser aplicada
passam a ser refletidos em resultados pelo método da taxa efetiva até à maturidade do correspondente
ativo ou passivo financeiro.
As valorizações dos elementos cobertos são refletidas nas rubricas de balanço onde se encontram
registados esses instrumentos.
302
- Avaliação da eficácia da relação de cobertura efetuada com swaps de taxa de juro
Esta forma de avaliação da eficácia da cobertura é consistente com a abordagem utilizada pela gestão
na monitorização desta cobertura – garante-se que a cobertura é perfeita (back-to-back) e assegura-se
apenas em cada momento que o nocional de derivados contratados iguala o valor nominal das
obrigações detidas.
Não obstante considerar-se que o método de comparação dos termos críticos é suficiente para concluir
quanto à eficácia da relação de cobertura (apesar da fonte de ineficácia que foi identificada), procedeu-
se no momento da designação inicial a uma análise quantitativa de forma a reforçar a conclusão
anteriormente efetuada quanto à existência de uma relação económica.
Neste contexto, foi efetuada uma análise de sensibilidade às variações do justo valor do elemento
coberto e do instrumento de cobertura face a variações na taxa de juro. Para tal, foi utilizado a métrica
DV01, uma das métricas de risco utilizadas pela CGD para gestão de risco de taxa de juro.
- Avaliação da eficácia da relação de cobertura efetuada com futuros de taxa de juro sobre obrigações
soberanas alemãs
A eficácia da relação de cobertura é avaliada quantitativamente, uma vez que os termos do elemento
coberto e dos instrumentos de cobertura não são diretamente comparáveis. Por outro lado, uma vez
que os futuros são produtos estandardizados, os mesmos não podem ser ajustados às características
do elemento coberto, pelo que uma avaliação qualitativa através da comparação dos termos críticos
não é adequada.
Desta forma, e com o intuito de medir a eficácia prospetiva da relação de cobertura, considerou-se uma
abordagem que pressupõe a utilização de um método quantitativo. O método utilizado consiste na
análise da sensibilidade às variações do justo valor do elemento coberto e do instrumento de cobertura
face a variações na taxa de juro de mercado. Para o efeito, foi considerada a métrica DV01, uma das
métricas de risco privilegiadas pela CGD para gestão de risco.
- Fontes de ineficácia da relação de cobertura efetuada com futuros de taxa de juro sobre obrigações
soberanas alemãs
Na relação de cobertura acima exposta, existem fontes de ineficácia que levam a que a cobertura não
se traduza numa variação de justo valor nula:
Aquisições do instrumento designado como elemento coberto que venha a ser designado na
mesma relação de cobertura e alienações do elemento coberto;
Risco de crédito.
303
Visto que os futuros se transacionam em contratos de 100 mEuros, por vezes as quantidades
necessárias para cobrir a totalidade da variação do risco de taxa de juro poderão estar ligeiramente
desbalanceadas.
Caso a obrigação cheapest to deliver altere, poderá mudar a quantidade de futuros necessários para
cobrir o elemento coberto, visto que a sua sensibilidade à taxa de juro poderá alterar ligeiramente.
A CGD avalia, no início da relação de cobertura e de forma contínua, se a relação de cobertura satisfaz
os requisitos de eficácia da cobertura. No mínimo, a CGD efetua a avaliação contínua em cada período
de reporte ou quando ocorra uma alteração significativa nas circunstâncias que afete os requisitos de
eficácia da cobertura, consoante o que ocorrer em primeiro lugar.
Quando a relação de cobertura deixa de satisfazer o requisito de eficácia da cobertura relativo ao rácio
de cobertura, mas o objetivo da gestão do risco para esta relação não se altera, a CGD deverá ajustar
o respetivo rácio. Este rebalanceamento refere-se aos ajustamentos efetuados às quantidades
designadas do elemento coberto ou do instrumento de cobertura nesta relação com o intuito de manter
um rácio de cobertura de acordo com o objetivo de gestão de risco definido.
(iii) Ocorra a aquisição de novos títulos e em que não seja designada uma nova relação de
cobertura para estes títulos adquiridos, mas antes seja utilizada a designação destes novos
títulos nesta relação de cobertura; ou,
(iv) Ocorra a alienação parcial dos títulos designados como elemento coberto nesta relação de
cobertura, e a CGD proceda ao rebalanceamento da relação de cobertura de forma que o rácio
de cobertura se mantenha em conformidade com o objetivo de gestão de risco definido.
A relação de cobertura deve ser descontinuada em todos os seus elementos quando, considerada no
seu todo, deixar de cumprir os critérios de qualificação, nomeadamente quando:
(i) A relação de cobertura deixe de cumprir o objetivo de gestão do risco com base no qual foi
qualificado para efeitos de contabilidade de cobertura;
(iii) Já não exista uma relação económica entre o elemento coberto e o instrumento de cobertura
ou o efeito do risco de crédito comece a dominar as alterações de valor que resultem dessa
relação económica.
O modelo de imparidade da norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” é aplicável aos seguintes ativos
financeiros:
Instrumentos de dívida mensurados ao justo valor por contrapartida de Outro Rendimento Integral
(FVTOCI);
Direitos e obrigações conforme referenciados pela IFRS 15 – “Réditos de contratos com clientes”,
nos casos em que esta norma remeta a contabilização para a IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”;
Ativos que traduzam o direito ao reembolso de pagamentos efetuados pela entidade na liquidação
de passivos reconhecidos no âmbito da IAS 37 – “Provisões, passivos contingentes e ativos
contingentes”; e,
304
Estes ativos financeiros são divididos em 3 grupos de risco:
Stage 1 - Ativos sem degradação significativa de risco de crédito desde o reconhecimento inicial;
Stage 2 - Ativos com degradação significativa de risco de crédito desde o reconhecimento inicial; e,
Dependendo da classificação do stage da operação, as perdas de crédito são estimadas de acordo com os
seguintes critérios:
Perdas esperadas a 12 meses: perda esperada resultante de um evento de perda que ocorre nos
12 meses após a data de cálculo, sendo aplicada para operações em stage 1; e,
Perdas esperadas lifetime: perda esperada obtida através da diferença entre os fluxos de caixa
contratuais e os fluxos de caixa que a entidade espera vir a receber até à maturidade do contrato.
Ou seja, a perda esperada resulta de todos os potenciais eventos de perda até à maturidade,
sendo aplicada para operações em stage 2 e 3.
A norma IFRS 9 - “Instrumentos financeiros” não define um conceito de default, no entanto, o Grupo CGD
aplica a mesma definição de default utilizada para efeitos de gestão a nível interno do risco de crédito, a
qual incorpora as recomendações da EBA definidas no “Final Report on Guidelines on default definition
(EBA-GL-2016-07)” emitido em 28 de setembro de 2016.
A métrica quantitativa para determinar quando um ativo é transferido para stage 2 resulta da comparação
da degradação da probabilidade de default lifetime forward-looking desde o reconhecimento inicial até à
data de reporte.
Adicionalmente, foram considerados critérios qualitativos para transferência de um ativo financeiro para
stage 2, nomeadamente créditos com atraso superior a 30 dias (backstop), créditos reestruturados por
dificuldades financeiras e critérios objetivos de risco de crédito capturados no processo de monitorização
dos clientes.
O apuramento da perda esperada baseia-se em informações históricas e atuais, mas deve igualmente
incorporar cenários de projeções futuras que sejam fiáveis, razoáveis, suportáveis e disponíveis sem custo
ou esforço excessivo (forward-looking).
O valor da perda de crédito esperada a reconhecer considera assim uma componente forward-looking
incorporada através da ponderação de três cenários macroeconómicos distintos (cenário central, cenário
pessimista e cenário otimista). A definição dos cenários a considerar assenta numa abordagem
metodológica de projeção de variáveis macroeconómicas e as probabilidades de ocorrência de cada um
dos cenários são definidas a nível interno.
2.8 Ativos não correntes detidos para venda e grupos de ativos e passivos a alienar
A norma IFRS 5 – “Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas” é
aplicável a ativos isolados e também a grupos de ativos a alienar, através de venda ou outro meio, de forma
agregada numa única transação, bem como todos os passivos diretamente associados a esses ativos que
venham a ser transferidos na transação (denominados “grupos de ativos e passivos a alienar”).
Os ativos não correntes ou grupos de ativos e passivos a alienar são classificados como detidos para venda
sempre que seja expectável que o seu valor de balanço venha a ser recuperado através de venda e não de
uso continuado. Para que um ativo (ou grupo de ativos e passivos) seja classificado nesta rubrica é
necessária a verificação dos seguintes requisitos:
305
Exista a expectativa de que a venda se venha a concretizar até um ano após a classificação do
ativo nesta rubrica.
Os ativos registados nesta rubrica não são amortizados, sendo valorizados ao menor entre o custo de
aquisição e o justo valor, deduzido dos custos a incorrer na venda. O justo valor destes ativos é determinado
com base em avaliações de peritos.
Caso o valor registado em balanço seja superior ao justo valor deduzido dos custos de venda, são
registadas perdas por imparidade na rubrica “Imparidade de outros ativos, líquida de reversões e
recuperações”.
São igualmente classificados nesta rubrica os imóveis e outros bens arrematados obtidos por recuperação
de créditos vencidos, os quais são registados pelo menor entre:
(ii) O valor de balanço, líquido de imparidade, dos créditos objeto de recuperação que lhe estejam
diretamente associados.
O Grupo analisa periodicamente o valor recuperável dos imóveis recebidos por recuperação de créditos ou
outros imóveis reclassificados como ativos não correntes detidos para venda através de um modelo de
imparidade desenvolvido para o efeito.
Modelo de imparidade
O modelo de imparidade dos imóveis não correntes detidos para venda é repartido entre imóveis analisados
em base individual e em base coletiva.
O apuramento de imparidade dos ativos imobiliários é determinado de forma individual para todos os
imóveis de valor contabilístico (antes de imparidade) igual ou superior a 3.000 mEuros e para imóveis de
valor contabilístico inferior mas com características específicas que justificam a sua análise individual.
A imparidade individual é determinada com base numa análise individual que valoriza cada imóvel de
acordo com a estratégia comercial de desinvestimento prosseguida para esse imóvel, incorporando toda a
informação disponível sobre a procura, a oferta e riscos específicos, nomeadamente a nível de
licenciamentos, necessidades de investimento, situações de ocupação, contratos de arrendamento ou
outros suscetíveis de influenciar o valor desse imóvel.
Para os restantes ativos imobiliários, a imparidade é determinada com base num modelo coletivo,
nomeadamente:
Este modelo de imparidade coletiva aplica-se a todos os imóveis não abrangidos por análise
individual, com exceção dos imóveis com contrato promessa de compra e venda (CPCV) ou em
processo de venda imediata (VIME), para os quais o valor recuperável corresponde ao valor
negociado para a sua alienação. São considerados válidos para efeito da presente valorização os
CPCV e os VIME cuja data para concretização ainda não tenha excedido os 30 dias. Caso seja
excedido este prazo, a imparidade é calculada com base nos parâmetros do modelo coletivo.
A reversão de perdas por imparidade reconhecidas em períodos anteriores é registada sempre que ocorre
a venda ou quando existem evidências de que as perdas por imparidade reconhecidas anteriormente já não
existem ou diminuíram. Uma perda por imparidade de um ativo reconhecida em períodos anteriores deve
ser revertida se houver uma alteração nas estimativas usadas para determinar o valor recuperável do ativo
desde que a última perda por imparidade foi reconhecida.
Pela venda dos bens arrematados procede-se ao abate do ativo, sendo o respetivo resultado determinado
nessa data pelo diferencial entre o valor de realização e o respetivo valor de balanço ajustado de
imparidade.
306
2.9 Propriedades de investimento
As propriedades de investimento correspondem a imóveis detidos pelo Grupo com o objetivo de obtenção
de rendimentos através do arrendamento e/ou da sua valorização.
As propriedades de investimento não são amortizadas, sendo registadas ao justo valor, determinado
anualmente com base em avaliações de peritos. As variações no justo valor são refletidas em resultados
nas rubricas de “Outros resultados de exploração”.
Os outros ativos tangíveis são registados ao custo de aquisição, reavaliado ao abrigo das disposições legais
aplicáveis e deduzido de amortizações e perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação,
manutenção e outras despesas associadas ao seu uso não incorporados no ativo, são reconhecidos como
custo do período, na rubrica “Gastos gerais administrativos”.
Até 1 de janeiro de 2004 tinham sido realizadas pelo Grupo reavaliações de ativos tangíveis ao abrigo das
disposições legais aplicáveis. De acordo com o permitido pela Norma IFRS 1 – “Adoção pela primeira vez
das normas internacionais de relato financeiro”, na transição para as IFRS foi considerado como custo o
valor de balanço incorporando o efeito das referidas reavaliações, uma vez que o resultado das mesmas,
no momento em que foram efetuadas, correspondia genericamente ao custo ou ao custo depreciado
determinado de acordo com as normas internacionais de contabilidade, ajustado de forma a refletir as
alterações em índices de preços. Em Portugal, uma parcela correspondente a 40% do aumento das
amortizações que resulta dessas reavaliações não é aceite como custo para efeitos fiscais, sendo
registados os correspondentes impostos diferidos passivos.
As amortizações são calculadas numa base sistemática ao longo da vida útil estimada do bem, a qual
corresponde ao período em que se espera que o ativo esteja disponível para uso, conforme seguidamente
discriminado:
Equipamento
Mobiliário e material 8
Instalações interiores 3 - 10
Equipamento de segurança 4 - 10
As despesas com obras e beneficiações em imóveis ocupados pelo Grupo em regime de locação são
capitalizadas nesta rubrica e amortizadas, em média, ao longo de um período de 10 anos.
Anualmente são realizadas análises no sentido de identificar evidências de imparidade em ativos tangíveis.
Sempre que o valor líquido contabilístico dos ativos tangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de
entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo em resultados
na rubrica “Imparidade de outros ativos, líquida de reversões e recuperações”. As perdas por imparidade
podem ser revertidas, também com impacto em resultados, caso subsequentemente se verifique um
aumento no valor recuperável do ativo.
O Grupo avalia anualmente a adequação da vida útil estimada dos seus ativos tangíveis.
307
2.11 Locações
Locatário
A norma define um único molde de contabilização de contratos de locação, que emerge no reconhecimento
de um ativo sob direito de uso e de um passivo de locação para todos os contratos de locação à exceção
das locações com um período inferior a 12 meses ou para as locações que incidam sobre ativos de valor
reduzido, em que o locatário poderá optar pela isenção de reconhecimento prevista na IFRS 16, sendo que
nesse caso deverá reconhecer os pagamentos de locação associados a esses contratos como despesas.
A CGD considera um ativo subjacente de valor reduzido quando o valor desse ativo em novo é inferior a
4.688 Euros (conforme orientação fornecida pelo IASB - valor convertido de dólares para euros à taxa de
câmbio de fecho de dezembro de 2022).
Locador
As locações são classificadas como locações financeiras ou locações operacionais. Os ativos em regime
de locação financeira são registados no balanço como “Crédito a clientes”, sendo este reembolsado através
das amortizações de capital constantes do plano financeiro dos contratos. Os juros incluídos nas rendas
são registados como “Juros e rendimentos similares”.
Esta rubrica compreende essencialmente custos com a aquisição, desenvolvimento ou preparação para
uso de software utilizado na prossecução das atividades do Grupo. Nos casos em que sejam cumpridos os
requisitos definidos na Norma IAS 38 – “Ativos intangíveis”, os custos internos diretos incorridos no
desenvolvimento de aplicações informáticas são capitalizados como ativos intangíveis. Estes custos
correspondem essencialmente a custos com pessoal.
Os ativos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por
imparidade acumuladas.
As amortizações são registadas numa base sistemática ao longo da vida útil estimada dos ativos, a qual
corresponde a um período compreendido entre os 3 e os 6 anos.
As despesas com manutenção de software são contabilizadas como custo no período em que são
incorridas.
Impostos correntes
A CGD está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Coletivas (Código do IRC), sendo tributada de acordo com o regime especial de tributação dos grupos de
sociedades previsto no artigo 69.º e seguintes do Código. O perímetro do grupo abrangido pelo referido
normativo, do qual a CGD é a entidade dominante, compreende todas as sociedades com sede ou direção
efetiva em Portugal e cuja totalidade dos rendimentos esteja sujeita ao regime geral de tributação em IRC
à taxa normal mais elevada, nas quais esta detenha, direta ou indiretamente, uma participação de pelo
menos 75% no capital social por um período superior a 1 ano e esta participação lhe confira mais de 50%
dos direitos de voto. O lucro tributável do grupo é calculado pela soma algébrica dos lucros tributáveis e
prejuízos fiscais individuais das sociedades que integram o perímetro.
As contas das sucursais são integradas nas contas da sede ao abrigo do princípio da tributação do lucro
global previsto no artigo 4.º do Código do IRC. Para além da sujeição a IRC em Portugal, os resultados das
sucursais podem ainda ser sujeitos a impostos locais nos países ou territórios onde estas estão
estabelecidas. Os impostos locais são dedutíveis à coleta de IRC do grupo, a título de crédito de imposto
por dupla tributação jurídica internacional, nos termos do artigo 91.º do respetivo Código.
308
O imposto corrente é calculado com base no lucro tributável, o qual difere do resultado contabilístico devido
a ajustamentos resultantes de gastos ou rendimentos não relevantes para efeitos fiscais ou que apenas
serão considerados noutros períodos contabilísticos, destacando-se os seguintes:
Nos termos do artigo 66.º do Código do IRC, são imputados à CGD, na proporção da sua participação
e independentemente de distribuição, os lucros obtidos por entidades não residentes submetidas a um
regime fiscal claramente mais favorável, desde que a CGD detenha, direta ou indiretamente, pelo menos
25% do capital, dos direitos de voto ou dos direitos sobre os rendimentos ou os elementos patrimoniais
dessas entidades.
Considera-se que uma entidade está submetida a um regime claramente mais favorável quando:
(i) O território de residência da mesma constar de Portaria aprovada por membro do Governo
responsável pela área das finanças; ou,
(ii) O imposto sobre os lucros efetivamente pago seja inferior a 50% do imposto que seria devido nos
termos do Código do IRC.
A imputação dos lucros em questão é feita no exercício que integrar o termo do período de tributação
da entidade não residente e corresponde ao lucro líquido obtido por esta, de acordo com a proporção
do capital detido pela CGD. O valor dos rendimentos imputados será dedutível ao lucro tributável do
exercício em que os referidos lucros sejam distribuídos à CGD. A CGD não regista impostos diferidos
relativos a esta situação.
Em 4 de setembro de 2019, foi publicada a Lei n.º 98/2019, que altera o Código do IRC em matéria de
imparidades das instituições de crédito e outras instituições financeiras e cria regras aplicáveis às perdas
por imparidade registadas nos períodos de tributação com início anterior a 1 de janeiro de 2019, ainda
não aceites fiscalmente. De acordo com este novo regime, passam a ser integralmente dedutíveis as
perdas por imparidade para risco de crédito relativas a exposições analisadas em base individual ou em
base coletiva registadas nos períodos de tributação com início em, ou após, 1 de janeiro de 2019,
reconhecidas nos termos das normas contabilísticas e regulamentares aplicáveis (com as exceções
previstas no n.º 7 do artigo 28.º-C do Código do IRC). Às perdas por imparidade e outras correções de
valor para risco específico de crédito que tenham sido contabilizadas nos períodos de tributação
anteriores, continuam a aplicar-se as regras em vigor até 31 de dezembro de 2018, ou seja, limitando a
dedutibilidade fiscal aos montantes apurados de acordo com as disposições do Aviso n.º 3/95 do Banco
de Portugal (entretanto revogado) e desde que, nomeadamente, os créditos não se encontrassem
cobertos por direitos reais sobre bens imóveis.
De acordo com as disposições do artigo 4.º da nova Lei, em 31 de outubro de 2019 a CGD formalizou
a sua intenção de adesão ao novo regime para os períodos de tributação iniciados em 1 de janeiro de
2019 mediante comunicação dirigida ao Diretor-Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, passando
esta a ser-lhe aplicável a partir desse exercício fiscal.
Conforme disposições do n.º 2 do artigo 28.º-A do CIRC, são consideradas dedutíveis as perdas por
imparidade em títulos e outras aplicações registadas de acordo com as normas contabilísticas aplicáveis
às entidades sob supervisão do Banco de Portugal.
Com a publicação da Lei n.º 42/2016, foi alterado o artigo 51.º-C do CIRC, mediante aditamento do seu
n.º 6, o qual dispõe, para os exercícios de 2017 e seguintes, que as perdas por imparidade e outras
correções de valor de partes sociais ou de outros instrumentos de capital próprio que tenham concorrido
309
para a formação do lucro tributável consideram-se componentes positivas do lucro tributável no período
de tributação em que ocorra a respetiva transmissão onerosa. Em resultado desta situação, a CGD
passou a reconhecer impostos diferidos passivos para imparidades em participações financeiras aceites
fiscalmente no momento da sua constituição para as quais exista uma intenção de venda ou liquidação
(ou estas já se encontrem em curso), as quais, em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021
ascendiam a 42.776 mEuros e 30.055 mEuros, respetivamente.
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o valor dos impostos diferidos passivos não
reconhecidos associados a imparidades em participações financeiras fiscalmente aceites, mas
relativamente às quais não se perspetivam alterações na estratégia para a sua gestão conforme definida
pelo Conselho de Administração, nomeadamente pela inexistência de expectativa de que a sua venda
ou liquidação venha a ocorrer num futuro previsível, ascende a 65.915 mEuros e 71.173 mEuros,
respetivamente.
A CGD tem vindo a considerar como fiscalmente aceites para determinação da matéria coletável os
encargos com o pessoal suportados e registados contabilisticamente, incluindo, entre outros, os
associados às responsabilidades com pensões e outros benefícios pós-emprego, até ao limite das
contribuições efetivamente entregues ao fundo de pensões. Este procedimento releva o entendimento
do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais relativo a esta matéria, de 19 de janeiro de 2006, de
acordo com o qual são dedutíveis para efeitos do apuramento do lucro tributável, os montantes
registados em custos, nos termos dos normativos contabilísticos aplicáveis, mas com o limite da
contribuição efetivamente entregue ao fundo de pensões, no próprio exercício ou em exercícios
anteriores, e atendendo às regras previstas no artigo 43.º do Código do IRC.
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a CGD não tem registados impostos diferidos
para ganhos e perdas atuariais ou financeiras com o seu plano de pensões que se encontrem
associados a colaboradores no ativo.
- Resultado da liquidação
Nos termos do artigo 92.º do Código do IRC, a coleta, líquida das deduções relativas à dupla tributação
internacional e benefícios fiscais, não pode ser inferior a 90% do montante que seria determinado se o
sujeito passivo:
(ii) Não efetuasse contribuições suplementares para fundos de pensões e equiparáveis, destinadas à
cobertura de responsabilidades com benefícios de reforma, em resultado da aplicação das normas
internacionais de contabilidade.
A referida limitação não se aplica aos benefícios fiscais previstos no n.º 2 do mesmo artigo.
A CGD não apurou quaisquer ajustamentos na determinação da sua coleta relativa ao exercício de
2022 e ao exercício de 2021, em resultado da aplicação deste artigo.
Impostos diferidos
O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os impostos
diferidos.
310
Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias
tributáveis, enquanto os impostos diferidos ativos só são reconhecidos até ao montante em que seja
provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes diferenças
tributárias dedutíveis ou de reporte de prejuízos fiscais. Adicionalmente, não são registados impostos
diferidos ativos nos casos em que a sua recuperabilidade possa ser questionada devido a outras situações,
incluindo por diferentes interpretações da legislação fiscal em vigor.
Não são igualmente registados impostos diferidos relativos a diferenças temporárias originadas no
reconhecimento inicial de ativos e passivos em transações que não afetem o resultado contabilístico ou o
lucro tributável.
As principais situações que originam diferenças temporárias no âmbito da atividade do Grupo correspondem
a provisões, imparidades e benefícios dos empregados temporariamente não aceites fiscalmente.
Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em vigor à
data da reversão das diferenças temporárias, as quais correspondem às taxas aprovadas ou
substancialmente aprovadas na data de balanço.
Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são refletidos nos resultados do período, exceto
nos casos em que as transações que os originaram tenham sido refletidas noutras rubricas de capital
próprio. Nestas situações, o correspondente imposto é igualmente refletido por contrapartida de capital
próprio.
Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de
eventos passados relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos e este possa ser
determinado com fiabilidade. O montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a
desembolsar para liquidar a responsabilidade na data do balanço.
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos
contingentes são apenas objeto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja
remota.
As responsabilidades com benefícios dos empregados são reconhecidas de acordo com os princípios
estabelecidos pela Norma IAS 19 – “Benefícios dos empregados”. Os principais benefícios concedidos pelo
Grupo incluem pensões de reforma e sobrevivência, encargos com saúde e outros benefícios de longo
prazo.
No Grupo CGD existem diversos planos de pensões, incluindo planos de benefício definido e, em algumas
situações, de contribuição definida. A CGD estabeleceu um plano de pensões de benefício definido, o qual
tem por objetivo garantir o pagamento de pensões de reforma, invalidez e sobrevivência aos seus
empregados. Existem ainda outras empresas do Grupo com responsabilidades com planos de benefício
definido, nomeadamente o Banco Comercial do Atlântico e o Banco Nacional Ultramarino (Macau).
Adicionalmente, a assistência médico-social aos empregados no ativo e pensionistas da CGD (Sede) está
a cargo dos Serviços Sociais da Caixa Geral de Depósitos (Serviços Sociais), que são financiados através
de contribuições da Sede e dos empregados.
A CGD tem ainda responsabilidades com as contribuições para os Serviços de Assistência Médico-Social
(SAMS) relativas aos colaboradores do Ex-BNU reformados até à data da fusão deste banco com a CGD,
ocorrida em 23 de julho de 2001.
311
pressupostos atuariais considerados adequados. A taxa de desconto utilizada na atualização das
responsabilidades reflete as taxas de juro de mercado de obrigações de empresas de elevada qualidade,
denominadas na moeda em que são pagas as responsabilidades, e com prazos até ao vencimento similares
aos prazos médios de liquidação das responsabilidades.
Os custos do exercício com pensões de reforma e encargos com saúde, incluindo o custo dos serviços
correntes e os encargos líquidos com juros, são refletidos de forma agregada na rubrica apropriada de
“Custos com pessoal”.
O impacto da passagem à reforma de colaboradores antes da idade normal de reforma definida no estudo
atuarial é refletido diretamente em "Custos com pessoal". Adicionalmente, a CGD regista um passivo
específico correspondente ao impacto da passagem à situação de inativo de trabalhadores com os quais
celebrou acordos de suspensão da prestação de trabalho. Esta provisão é igualmente registada por
contrapartida de resultados, na rubrica “Custos com pessoal”.
Nos termos estabelecidos na IAS 19, a CGD reconheceu na Demonstração de Resultados de 2022, na
rubrica de custos com pessoal, o prémio suportado com a operação que corresponde à diferença entre o
valor das responsabilidades calculado numa perspetiva de continuidade (going concern scenario) e o valor
definido na operação, calculado num perspetiva de liquidação de responsabilidades (settlement scenario).
A transação prevê um Mecanismo de Compensação da GGD à CGA por eventuais desvios entre as taxas
de crescimento dos salários e pensões utilizadas como pressupostos na operação e as efetivas. Esta
compensação será avaliada em 2028 com dados até dezembro de 2027 e terá um valor máximo de
320.000mEuros.
De acordo com as normas contabilísticas, designadamente a IAS 37, a Caixa tem que registar nas suas
demonstrações financeiras o passivo contingente associado a este Mecanismo de Compensação. A
avaliação realizada no contexto da preparação das demonstrações financeiras de dezembro de 2022
conduziu à conclusão de este Mecanismo ter valor nulo neste momento, atendendo, quer à capacidade de
gestão que a Caixa tem das várias componentes remuneratórias com impacto no crescimento das
remunerações e pensões do universo de beneficiários, cujas responsabilidades estão a ser transferidas
para a CGA, quer ao grau de o conservadorismo das premissas subjacentes à transferência. As
responsabilidades para encargos com saúde encontram-se registadas numa rubrica de "Provisões para
encargos com benefícios de empregados" (Nota 24).
A CGD tem ainda outras responsabilidades por benefícios de longo prazo concedidos a trabalhadores,
incluindo responsabilidades com reformas antecipadas, prémios de carreira (prémio de antiguidade até
2019) e subsídio por morte antes da idade normal de reforma. O subsídio por morte após a idade normal
de reforma está abrangido pelo Fundo de Pensões.
As responsabilidades com estes benefícios são igualmente determinadas com base em avaliações
atuariais. Os ganhos e perdas atuariais observados são integralmente reconhecidos por contrapartida de
resultados do exercício, conforme disposições do IAS 19 – “Benefícios dos empregados” relativamente à
natureza dos benefícios identificados.
As responsabilidades para encargos com prémios de carreira e subsídios por morte encontram-se
registadas em rubricas de "Outros passivos" (Nota 26) e "Provisões para encargos com benefícios de
empregados" (Nota 24), respetivamente.
312
Benefícios de curto prazo
Os benefícios de curto prazo, incluindo prémios de produtividade pagos aos colaboradores pelo seu
desempenho, são refletidos em “Custos com pessoal” (Nota 35) no exercício a que respeitam, de acordo
com o princípio da especialização de exercícios.
2.16 Comissões
Conforme referido na Nota 2.7 as comissões relativas a operações de crédito e outros instrumentos
financeiros, nomeadamente comissões cobradas ou pagas diretamente imputáveis à sua originação, são
reconhecidas ao longo do período destas operações em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e
encargos similares” (Nota 30).
As comissões por serviços prestados são normalmente reconhecidas como proveito ao longo do período
de prestação do serviço ou de uma só vez, se corresponderem a uma compensação pela execução de atos
únicos.
Os instrumentos de capital próprio emitidos são registados pelo justo valor da contrapartida recebida, líquido
de custos diretos com a sua emissão.
A classificação das ações preferenciais emitidas pelo Grupo é efetuada com base nos critérios definidos na
IAS 32 – “Instrumentos financeiros: divulgação e apresentação”. Deste modo, nas situações em que o
pagamento de dividendos e/ou o reembolso estejam exclusivamente dependentes de uma decisão
discricionária do Grupo, os títulos emitidos são considerados instrumentos de capital próprio. As ações
preferenciais emitidas por filiais que cumprem estes requisitos são refletidas no balanço consolidado na
rubrica “Interesses que não controlam” (Nota 29).
Para efeitos da preparação da demonstração de fluxos de caixa, o Grupo considera como “Caixa e seus
equivalentes” o total das rubricas “Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais” (Nota 4) e
“Disponibilidades em outras instituições de crédito” (Nota 5).
2.20 Estimativas contabilísticas críticas e aspetos julgamentais mais relevantes na aplicação das políticas
contabilísticas
Na aplicação das políticas contabilísticas acima descritas é necessária a realização de estimativas pela
Comissão Executiva da CGD e das entidades do Grupo. As estimativas com maior impacto na preparação
das demonstrações financeiras consolidadas incluem as abaixo apresentadas, tendo sido tidos em
consideração, sempre que relevantes, os reflexos decorrentes da Pandemia Covid-19 e da crise na Europa
de Leste, provocada pela guerra em curso entre a Federação Russa e a Ucrânia:
As perdas por imparidade em crédito concedido valorizado ao custo amortizado são determinadas de
acordo com a metodologia definida na Nota 2.7 d). Esta avaliação resulta da ponderação de um conjunto
de fatores que refletem o conhecimento da realidade dos clientes, o tratamento de dados históricos, o valor
das garantias associadas às operações em questão, entre outros, apresentando como tal um elevado grau
de julgamento.
O Grupo considera que a imparidade determinada com base nesta metodologia permite refletir de forma
adequada o risco associado à sua carteira de crédito concedido, tendo em conta as regras definidas pela
IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”.
313
b) Determinação de perdas por imparidade em instrumentos de dívida valorizados ao justo valor por
contrapartida de outro rendimento integral
De acordo com os requisitos de valorização destes ativos, as variações do justo valor são reconhecidas por
contrapartida de outro rendimento integral. Sempre que, em resultado das análises efetuadas (Nota 2.7 d)),
seja determinada a existência de imparidade, o valor da perda estimada é reclassificado de outro
rendimento integral para custos do período.
Esta avaliação é realizada com recurso a informação disponível no mercado e inclui a utilização de
pressupostos e julgamentos na sua modelização cuja alteração poderia determinar diferentes resultados.
No entanto, é entendimento do Grupo que a imparidade determinada com base nesta metodologia permite
refletir de forma adequada o risco associado a estes ativos, tendo em conta as regras definidas pela IFRS
9 – “Instrumentos financeiros”.
De acordo com a Norma IFRS 9 – “Instrumentos financeiros“, o Grupo valoriza ao justo valor todos os
instrumentos financeiros, com exceção dos registados ao custo amortizado. Na valorização de instrumentos
financeiros não negociados em mercados líquidos são utilizados modelos e técnicas de valorização, tal
como descrito na Nota 2.7. As valorizações obtidas correspondem à melhor estimativa do justo valor dos
referidos instrumentos na data do balanço. De modo a assegurar uma adequada segregação de funções,
a valorização destes instrumentos financeiros é determinada por um órgão independente da função de
negociação.
d) Valorização dos ativos não correntes detidos para venda – investimentos em filiais
A valorização dos investimentos em filiais registados nas rubricas de “Ativos não correntes detidos para
venda” tem por base metodologias de avaliação suportadas maioritariamente em avaliações externas, as
quais recorrem a diferentes técnicas de apuramento de justo valor, considerando as estimativas do órgão
de gestão para cada entidade, as condições de mercado em que atuam e determinados pressupostos ou
julgamentos. Metodologias alternativas e a utilização de diferentes pressupostos e estimativas poderiam ter
como resultado um nível diferente de valorização destes investimentos.
Conforme referido na Nota 2.15, as responsabilidades do Grupo por benefícios pós-emprego e outros
benefícios de longo prazo concedidos aos seus empregados são determinadas com base em avaliações
atuariais. Estas avaliações atuariais incorporam pressupostos financeiros e atuariais relativos a
mortalidade, invalidez, crescimentos salariais e de pensões, rendibilidade dos ativos afetos à cobertura
destas responsabilidades e taxa de desconto, entre outros. Os pressupostos adotados correspondem à
melhor estimativa do Grupo e dos seus atuários do comportamento futuro das respetivas variáveis.
Os impostos sobre os lucros (correntes e diferidos) são determinados pelas empresas do Grupo com base
nas regras definidas pelo enquadramento fiscal em vigor nos países em que operam. No entanto, em
algumas situações, a legislação fiscal não é suficientemente clara e objetiva e pode dar origem a diferentes
interpretações. Nestes casos, os valores registados resultam do melhor entendimento dos órgãos
responsáveis das entidades do Grupo CGD sobre o correto enquadramento das suas operações, o qual é
no entanto suscetível de ser questionado por parte das autoridades fiscais.
O reconhecimento de impostos diferidos ativos pelo Grupo, incluindo aqueles que são relativos a prejuízos
fiscais reportáveis, tem por base a expectativa de lucros fiscais tributáveis futuros que permitam a sua
realização, determinados com base nas projeções de resultados contabilísticos mais atuais e considerando
o objetivo estabelecido para a redução de ativos non-performing. Desta forma, a recuperabilidade dos
impostos diferidos ativos depende da concretização da estratégia do Conselho de Administração da CGD,
nomeadamente da capacidade de gerar os resultados tributáveis estimados e da interpretação efetuada
quanto ao quadro legal a vigorar no futuro (Nota 19).
g) Valorizações de imóveis
A valorização dos imóveis registados nas rubricas de "Ativos não correntes detidos para venda" considera
um conjunto de pressupostos julgamentais que dependem das características específicas de cada ativo e
da estratégia do Grupo para a sua comercialização. Os pressupostos relativos a acontecimentos futuros
poderão não se concretizar ou, mesmo que se concretizassem, os resultados reais poderão ser diferentes.
A título de exemplo, podem verificar-se alterações ao nível das expectativas do mercado imobiliário, de
314
variáveis macroeconómicas relevantes ou ao nível de características intrínsecas do próprio imóvel e da
envolvente física circundante.
Conforme referido na Nota 2.14, são reconhecidas provisões sempre que exista uma obrigação presente
(legal ou construtiva), de que seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido no futuro e este possa
ser mensurado com fiabilidade.
Os passivos contingentes não são registados nas demonstrações financeiras, sendo objeto de divulgação
caso a possibilidade de virem a ser realizados pagamentos não seja classificada como remota.
O Grupo avalia anualmente com referência ao final do exercício o valor recuperável dos investimentos em
associadas e empreendimentos conjuntos. O valor recuperável é determinado com base em metodologias
de avaliação suportadas em técnicas de fluxos de caixa descontados, considerando a estratégia do
Conselho de Administração para cada entidade, as condições de mercado e o valor temporal e os riscos
de negócio para os quais são utilizados determinados pressupostos ou julgamento no estabelecimento de
estimativas de justo valor.
315
3. Empresas do grupo e transações ocorridas no exercício
A estrutura do Grupo a nível das principais empresas filiais, por setores de atividade, e os respetivos dados
financeiros retirados das suas contas estatutárias individuais, exceto quando expressamente indicado,
podem ser resumidos da seguinte forma:
31-12-2022 31-12-2021
% Situação Situação
Resultado Resultado
Setor de atividade/Entidade Sede Participação líquida líquida
líquido líquido
Efetiva (a) (a)
Caixa - Participações, SGPS, S.A. Lisboa 100,00% 589.005 61.357 170.563 27.698
Bancário
Banco Caixa Geral - Brasil, S.A. São Paulo 100,00% 53.411 353 50.130 (1.529)
Banco Nacional Ultramarino, S.A. (Macau) Macau 100,00% 912.683 37.913 825.628 47.249
CGD Investimentos CVC, S.A. São Paulo 100,00% 4.246 136 3.692 78
Caixa - Banco de Investimento, S.A. (b) Lisboa 100,00% 374.799 8.331 385.650 8.100
Banco Comercial e de Investimentos, S.A. Maputo 63,27% 416.734 121.357 334.243 67.893
Banco Comercial do Atlântico, S.A. Praia 58,82% 89.236 15.844 80.728 13.042
Banco Caixa Geral Angola, S.A. Luanda 51,00% 229.610 71.852 158.543 45.261
Gestão de Ativos
Caixa Gestão de Ativos - Sociedade Gestora de Organismos de
Investimento Coletivo, S.A. Lisboa 100,00% 39.786 13.795 38.356 12.495
CGD Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. Lisboa 100,00% 10.136 2.486 10.228 2.578
Capital de Risco
Caixa Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. Lisboa 100,00% 11.114 1.821 15.294 1.728
Imobiliário
Inmobiliaria Caixa Geral, S.L. Madrid 100,00% (74.473) 1.310 (75.784) (314)
Fundo de Capital de Risco Empreender Mais Lisboa 100,00% 85.848 4.918 82.215 4.332
Fundo de Capital de Risco Caixa Fundos Lisboa 100,00% 143.958 6.945 137.014 18.146
Fundolis - Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Lisboa 100,00% 20.740 5.312 45.428 (1.742)
Caixagest Imobiliário Internacional - Fundo Especial de Investimento Lisboa 28,35% 102.112 5.802 105.291 8.981
Caixagest Private Equity - Fundo Especial de Investimento Lisboa 21,41% 55.352 (1.099) 63.944 7.019
(a) A situação líquida inclui o resultado líquido do perío do .
(b) Dado s retirado s das demo nstraçõ es financeiras co nso lidadas. Os dado s co nso lidado s do Caixa - B anco de Investimento , S.A . incluem o s dado s da Caixa Capital - So ciedade de Capital de Risco , S.A .
A relação das empresas Associadas, Sucursais e Entidades de Propósitos Especiais que integram o
perímetro do Grupo é apresentada na Nota 44.
Os principais movimentos nas filiais do Grupo durante o exercício de 2022 e de 2021 foram os seguintes:
A 9 de fevereiro de 2022, pelo facto das empresas do Grupo Segurador terem deixado de integrar o Grupo
Caixa Geral de Depósitos, foi solicitada a sua exoneração como membro do Caixa Serviços Partilhados,
A.C.E. (“ACE”). O ACE passou a partir dessa data a ser 100% detido pela Caixa Geral de Depósitos
(“CGD”).
Banco Interatlântico
No dia 3 de agosto de 2022, foram adquiridas 11.687 ações, representativas de 11,69% do Banco
Interatlântico, por parte da CGD, passando de uma participação de 70% para 81,687% do Capital social do
banco.
316
Na sequência da deliberação da CGD, em 22 de agosto, foi amortizada antecipadamentea transação
Nostrum 2010 e efetuada a recompra dos créditos que constituem o portfolio à TAGUS (sociedade de
titularização), originando a liquidação da estrutura.
Projeto Crow
A CGD e os restantes participantes (“vendedores”) lançaram em 2021, através da sociedade gestora ECS
Capital, um processo de venda organizado e competitivo de 100% das ações do fundo FLIT - PTREL SICAV
(“FLIT”), 100% das unidades de participação do Fundo de Recuperação Turismo, FCR (“FRT”) e ainda de
alguns ativos hoteleiros do Fundo de Recuperação, FCR (“Projeto Crow”). O processo foi concluído a 29
de dezembro de 2022. No âmbito desta operação, a CGD ficou detentora das sociedades FlitPtrel IV, S.A.e
FlitPtrel Porto Santo, S.A. (designados ativos “carve-out”), passando as mesmas a integrar a esfera do
Grupo CGD.
317
4. Caixa e disponibilidades em bancos centrais
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
21.809.864 23.003.327
21.811.574 23.000.073
Os depósitos à ordem da CGD no Banco de Portugal visam satisfazer as exigências de reservas mínimas
do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC).
318
5. Disponibilidades em outras instituições de crédito
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Cheques a cobrar
55.053 32.171
510.794 643.734
569.985 677.351
Os cheques a cobrar correspondem a cheques sobre clientes de outros bancos enviados para
compensação. Estes valores são cobrados nos primeiros dias do período subsequente.
319
6. Aplicações em instituições de crédito
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Depósitos a prazo
Empréstimos
Outras aplicações
No país 21 639
3.421.709 3.247.603
3.422.817 3.248.427
3.421.920 3.246.364
320
7. Ativos financeiros ao justo valor através de resultados
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Ao justo valor Ao justo valor
Detidos para Detidos para
através de Total através de Total
negociação negociação
resultados resultados
Instrumentos de dívida
De emissores públicos
De outros emissores
Instrumentos de capital
Opções de taxa de juro (Caps & Floors ) 15.696 - 15.696 49.943 - 49.943
Na sequência da cedência dos referidos ativos (para a própria sociedade ou para sociedades detidas pelo
veículo no qual a CGD detém a sua participação), estes foram desreconhecidos do balanço, dado ter-se
concluído encontrarem-se cumpridos os requisitos previstos na IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”,
nomeadamente a transferência de parte substancial dos riscos e benefícios associados às operações de
crédito, assim como do respetivo controlo. De referir que as sociedades veículo, nas quais a CGD detém
uma participação minoritária, detêm autonomia na sua gestão. De forma a assegurar a neutralidade das
operações no momento da sua concretização, as imparidades afetas a perdas estimadas nos ativos
transferidos foram imputadas ao valor da participação nas respetivas sociedades veículo que lhes estão
associadas. Posteriormente ao seu registo inicial, estas posições refletem a revalorização do património
destas sociedades.
321
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a exposição mantida pela CGD nesses ativos
apresenta o seguinte detalhe:
31-12-2022 31-12-2021
Nexponor - Sociedade Especial de Investimento Imobiliário de Capital Fixo - SICAFI 3.255 3.255
158.331 391.992
A valorização dos fundos de cedência de ativos considera uma análise efetuada pelo Grupo ao valor
recuperável do património de cada fundo, pelo que o valor registado pode ser inferior ao respetivo NAV (Net
Asset Value) calculado e divulgado pelas sociedades gestoras. Os critérios internos de valorização
aplicados a estes fundos encontram-se detalhados na Nota 43 - “Divulgações relativas a instrumentos
financeiros”, no capítulo “Fundos de Reestruturação”.
Acordo para a venda de participações detidas em fundos de reestruturação e outros ativos (Projeto Crow)
A CGD e os restantes participantes (“vendedores”) lançaram em 2021, através da sociedade gestora ECS
Capital, um processo de venda organizado e competitivo de 100% das ações do fundo FLIT - PTREL SICAV
(“FLIT”), 100% das unidades de participação do Fundo de Recuperação Turismo, FCR (“FRT”) e ainda de
alguns ativos hoteleiros do Fundo de Recuperação, FCR (“Projeto Crow”).
Após a celebração, no dia 12 de Agosto de 2022, dos contratos de compra e venda e outros acordos com
uma sociedade relacionada com a Davidson Kempner Capital Management LP (“compradora”), os
vendedores, concluíram em 29 de dezembro de 2022, o Projeto Crow através da implementação dos
contratos, na sequência da verificação das condições suspensivas contratuais aí estipuladas.
b. as ações que os vendedores tinham no FLIT juntamente com os ativos detidos direta e
indiretamente por si, foram também vendidos à Compradora
Antes da venda:
(iii) alguns ativos hoteleiros detidos indiretamente pelo Fundo Recuperação, FCR foram adquiridos
indiretamente pelo FLIT (carve-in)
(iv) alguns ativos detidos indiretamente pelo FLIT e pelo Fundo de Recuperação Turismo, FCR
foram transferidos para os vendedores (carve-out).
322
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o valor de balanço dos fundos de investimento
mobiliário e imobiliário geridos por entidades do Grupo registados na carteira de ativos financeiros ao justo
valor por contrapartida de resultados era o seguinte:
31-12-2022 31-12-2021
Fundos de Fundos de Fundos de Fundos de
Investimento Investimento Investimento Investimento
Mobiliário Imobiliário Mobiliário Imobiliário
Em 31 de dezembro de 2022, o valor de balanço dos fundos de investimento mobiliário geridos por
entidades do Grupo registados na carteira de ativos financeiros ao justo valor por contrapartida de
resultados apresentava a seguinte composição:
690.247 5.372
323
8. Ativos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Instrumentos de dívida
2.217.243 5.868.502
2.367.528 6.032.304
2.367.366 6.031.819
A redução dos instrumentos de dívida enquadra-se na gestão dos excedentes de liquidez, sendo
principalmente explicada pela diminuição da componente de títulos de curto prazo, para tal contribuindo o
vencimento de instrumentos detidos.
31-12-2022 31-12-2021
Reserva de Reserva de
Valor Balanço Valor Balanço
justo valor justo valor
A CGD optou por classificar e mensurar os instrumentos de capital acima referido pelo justo valor através
de outro rendimento integral em conformidade com a opção prevista na IFRS 9 – “Instrumentos financeiros”
(Nota 2.7). Os critérios internos de valorização aplicados a estes fundos encontram-se detalhados na Nota
43 - “Divulgações relativas a instrumentos financeiros”, no capítulo “Fundos de Reestruturação”.
324
9. Ativos financeiros com acordo de recompra
Em 31 de dezembro de 2021, os ativos financeiros com acordo de recompra apresentam a seguinte
decomposição:
31-12-2022 31-12-2021
- 7.828
Os instrumentos financeiros cedidos em operações de venda com acordo de recompra não são
desreconhecidos de balanço, permanecendo valorizados de acordo com as políticas contabilísticas
aplicáveis aos ativos subjacentes. A diferença entre o valor da venda e o valor da recompra é reconhecida
como um proveito com juros e diferido ao longo do período do contrato.
325
10. Derivados
O Grupo realiza operações com produtos derivados no âmbito da sua atividade, com o objetivo de satisfazer
as necessidades dos seus clientes e de reduzir a sua exposição a flutuações cambiais, de taxas de juro e
de cotações.
O Grupo controla os riscos das suas atividades com derivados através de procedimentos de aprovação das
operações, definição de limites de exposição por produto e cliente, e acompanhamento da evolução diária
dos respetivos resultados.
31-12-2022
Swaps
Futuros
Futuros de Cotações - - - - -
Opções
Divisas 13 (1) - - 12
326
31-12-2021
Swaps
Futuros de Cotações - - - - -
Outros Futuros - - - - -
Opções
Divisas 32 (21) - - 11
O valor dos ajustamentos relativos a CVA (Credit Value Adjustments) e DVA (Debit Value Adjustments)
encontra-se detalhado na Nota 43.
327
A distribuição das operações com instrumentos financeiros derivados em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021 por prazos residuais apresenta o seguinte detalhe (por montante nocional):
31-12-2022
> 3 meses > 6 meses > 1ano
<= 3 meses > 5 anos Total
<= 6 meses <= 1 ano <= 5 anos
Forwards Cambiais
Swaps
Swaps Cambiais
Futuros
Futuros de Cotações
Opções
Divisas
Cotações
328
31-12-2021
> 3 meses > 6 meses > 1ano
<= 3 meses > 5 anos Total
<= 6 meses <= 1 ano <= 5 anos
Forwards Cambiais
Swaps
Swaps Cambiais
Swaps de Cotações
Futuros
Futuros de Cotações
Outros Futuros
Opções
Divisas
Cotações
329
A distribuição das operações com instrumentos financeiros derivados em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021 por tipo de contraparte apresenta o seguinte detalhe:
31-12-2022 31-12-2021
Valor Valor Valor Valor
Nocional Contabilístico Nocional Contabilístico
Forwards Cambiais
Forwards Bond
Outras - - - 6.653
- - - 6.653
Swaps
Swaps Cambiais
Swaps de Cotações
Outras - - 3.686 66
Futuros
Em Bolsa - - - -
36.657 - 44.850 -
667.487 - 1.956.774 -
Futuros de Cotações
Outras - - - -
757 - 1.418 -
Outros Futuros
Em Bolsa - - 2.517.930 -
- - 2.517.930 -
Opções
Divisas
1.257 12 9.668 11
Cotações
Outras - - 1 (634)
330
11. Contabilidade de cobertura
Conforme referido na Nota 2.7 c), o Grupo realiza operações com instrumentos derivados com o objetivo
de cobrir a sua exposição a riscos inerentes à sua atividade. No exercício de 2022 e exercício de 2021, a
opção de aplicação da contabilidade de cobertura de acordo com os requisitos definidos pela IFRS 9 incidiu
sobre o modelo de coberturas de variação de justo valor associadas a risco de taxa de juro da sua carteira
de títulos, assim como de dívida não subordinada emitida ao abrigo do programa EMTN.
Os derivados de cobertura são valorizados pelo seu justo valor, sendo as respetivas variações reconhecidas
por contrapartida de resultados. O justo valor dos instrumentos financeiros derivados não transacionados
em mercados organizados é apurado através de modelos internos que incorporam técnicas de valorização
baseadas em fluxos de caixa descontados e que recorrem, sempre que disponíveis, a dados observáveis
de mercado. De acordo com os critérios de classificação da hierarquia de justo valor apresentados na Nota
43, estes instrumentos encontram-se classificados no nível 2.
No âmbito da Estratégia de Gestão do Risco de Taxa de Juro do Balanço do Grupo CGD, a qual se encontra
em consonância com os princípios previstos na Política Corporativa de Gestão do Risco de Taxa de Juro
do Balanço e com a declaração de Apetência pelo Risco da Instituição, e que visa o princípio de redução
da volatilidade da margem financeira e do capital do banco face a variações das taxas de juro, bem como
no âmbito das Guidelines sobre os portfolios de títulos da carteira bancária ao justo valor através de outro
rendimento integral, que estabelecem, entre outras regras, limites ao risco de taxa de juro que pode ser
incorrido pela detenção desses títulos, alguns portfolios desta carteiras são objeto de realização de
operações de coberturas para assegurar o cumprimento dos limites estabelecidos nas Guidelines.
O objetivo destas coberturas visa reduzir a exposição ao risco de taxa de juro dos títulos de dívida e traduz-
se em limitar o impacto em capital próprio decorrente das alterações de valor dos títulos de dívida da carteira
bancária ao justo valor através de outro rendimento integral, essencialmente títulos de divida soberana,
relativos às variações da taxa de juro de mercado (benchmark rate), ou seja, a alterações na estrutura
temporal das taxas de juro. Para tal, são realizadas operações de cobertura através da contratação de
swaps de taxa de juro e/ou de Futuros de taxa de juro sobre obrigações da República Alemã. Assim, o
efeito das alterações de valor dos ativos que respeitam às variações da taxa de juro de mercado são
reconhecidas em resultados, compensando o efeito das alterações de valor dos swaps de taxa de juro e
dos Futuros de taxa de juro sobre as obrigações soberanas alemãs que são igualmente reconhecidos em
resultados. De salientar que o risco de crédito inerente aos emitentes dos títulos de dívida não está
contemplado como parte da relação desta cobertura.
Tendo em consideração as características dos títulos de divida e a relação de cobertura que se pretende
designar, o elemento coberto de cada título de dívida corresponderá à componente da taxa de juro de
referência (benchmark component). Esta componente é identificável separadamente através das curvas de
taxa de juro observáveis na data de designação da cobertura, pelo que o elemento coberto é representado
por uma obrigação exatamente com as mesmas condições contratuais que a obrigação detida mas com
uma taxa de juro fixa que corresponda à taxa de juro sem risco (benchmark rate) aplicável para o prazo
residual do elemento coberto, tendo em consideração a estrutura temporal de taxas de juro.
Conforme acima referido, as coberturas são realizadas através de operações de swaps de taxa de juro e
de futuros de taxas juro de juro cujo DV01 é praticamente equivalente ao obtido ao elemento coberto
designado para a relação de cobertura. De acrescentar que em relação aos futuros de taxa de juro, uma
vez que estes têm maturidade de 3 meses, são efetuados roll-over destes derivados sendo a quantidade
dos contratos ajustada pelas quantidades necessárias para satisfazer as alterações no rácio DV01, de tal
forma que a cobertura das alterações de justo valor atribuídas a variações na taxa de juro de mercado
corresponda a 100%.
Por fim, em termos dos requisitos de eficácia da cobertura, informa-se que o rácio de cobertura da relação
de cobertura deve ser idêntico ao que resulta da quantidade do elemento coberto que a entidade cobre
efetivamente e da quantidade do instrumento de cobertura que a entidade utiliza efetivamente para cobrir
essa quantidade do elemento coberto. Assim sendo, considerando a estratégia adotada pela CGD de
efetuar a cobertura integral do risco de taxa de juro das obrigações, o rácio de cobertura a considerar é de
100%. No entanto, em cada data de reavaliação deverá ser feita uma avaliação de forma a ajustar as
quantidades de instrumentos de cobertura, de forma a satisfazer alterações na sensibilidade à taxa de juro.
331
31-12-2022
31-12-2021
31-12-2022 31-12-2021
(*) Co rrespo nde à variação acumulada no exercício do justo valo r do s instrumento s co berto s asso ciado s a o peraçõ es de co bertura, co nsiderada para o apuramento da ineficácia da relação
332
12. Investimentos ao custo amortizado
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os saldos de investimentos ao custo amortizado
apresentam a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Instrumentos de dívida
13.848.842 12.595.515
De outros emissores
411.077 408.292
14.259.919 13.003.807
14.242.097 12.994.274
333
13. Crédito a clientes
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
52.074.911 51.497.618
52.249.137 51.602.865
53.032.491 52.498.093
50.777.949 50.183.664
Estavam igualmente incluídos créditos abatidos ao ativo no momento da transação, tendo sido
reconhecidos proveitos associados a essas operações de aproximadamente 15.765 mEuros (Nota 38).
334
Em 31 de dezembro de 2021, a rubrica “Empréstimos” inclui créditos à habitação cedidos pela CGD no
âmbito de operações de titularização. O movimento nestes créditos no exercício de 2021 e exercício de
2022 foi o seguinte:
Nostrum
Mortgages nº2
Reembolsos (240.348)
Recompras (10.654)
Outros (1.706)
Reembolsos (124.769)
Recompras (890)
Outros (418)
Os passivos associados a esta operação eram integralmente detidos pelo Grupo, pelo que foram eliminados
no âmbito da preparação das demonstrações financeiras consolidadas.
335
14. Ativos e passivos não correntes detidos para venda
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os saldos de ativos e passivos não correntes
detidos para venda apresentam a seguinte composição:
Filiais
1.424.914 597.093
(204.448) (260.746)
1.220.466 336.347
PASSIVOS
Filiais
989.507 147.714
Os resultados gerados pelas unidades de negócio classificadas como detidas para venda no exercício de
2022 e de 2021, encontram-se evidenciados de forma individualizada na demonstração consolidada dos
resultados sob a designação "Resultados em filiais detidas para venda", com o detalhe reproduzido abaixo:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
16.561 11.893
Estas entidades encontram-se classificadas no segmento de linhas de negócio “Outros” (Nota 39).
336
Filiais
No quadro dos compromissos negociados entre o Estado Português, enquanto acionista único da Caixa
Geral de Depósitos, e as competentes autoridades europeias, com vista à sua recapitalização, a CGD
encetou um conjunto de ações tendentes à alienação das participações detidas pelo Grupo no Banco Caixa
Geral – Brasil, S.A., na CGD Investimentos CVC, S.A e no Banco Comercial do Atlântico na República de
Cabo Verde. Em resultado direto desta situação, os saldos dos investimentos realizados nestas entidades,
líquidos das respetivas imparidades, foram reclassificados da classe de “Investimentos em filiais,
associadas e empreendimentos conjuntos” para “Ativos não correntes detidos para venda”.
No que concerne ao processo de alienação do BCG Brasil, o mesmo foi num primeiro momento
condicionado pelo período de instabilidade política que afetou o país durante o exercício de 2018, tendo
introduzido alguns atrasos na conclusão de diversas iniciativas que se encontravam inicialmente
programadas e que só puderam ser desenvolvidas no decurso de 2019. Neste âmbito, foi especialmente
relevante a aprovação pelo Governo em agosto de 2019, do caderno de encargos da venda direta das
ações do BCG Brasil, detidas direta e indiretamente pela Caixa Geral de Depósitos.
Ainda no decurso de 2019, foi aprovada a redução do capital do BCG Brasil e da CGD Investimentos, para
71.689 mEuros e 2.732 mEuros, respetivamente (taxa de câmbio dezembro 2019) enquanto elementos
preparatórios ao processo de venda em curso.
Em 4 de setembro de 2019, o Governo Português selecionou três investidores para participar da Fase II,
iniciada em 25 de setembro (após a publicação, em 24 de setembro, da Ordem Ministerial com prazos para
a Fase II) e na qual os licitantes puderam realizar uma due diligence abrangente no BCG Brasil e interagir
com a CGD em questões estratégicas, além de aspetos-chave subjacentes aos documentos da transação.
As ofertas vinculativas foram recebidas em 16 de dezembro de 2019, sendo que nenhuma das propostas
apresentadas foi considerada aceitável por parte da CGD, pelo que o processo foi encerrado sem sucesso.
No decorrer do exercício de 2020, e apesar dos efeitos de incerteza introduzidos pelo atual contexto
Pandémico, foram retomadas as iniciativas conducentes à avaliação da oportunidade de iniciar novos
contactos junto de potenciais investidores. Apesar das diversas iniciativas encetadas com vista à alienação
do banco, não foi possível até à presente data concluir com sucesso este processo, tendo contribuído de
forma significativa para esta situação o contexto de elevada instabilidade político-económica que tem
caracterizado não só o Brasil, mas o mundo na sua globalidade, destacando-se os efeitos da crise
Pandémica e mais recentemente da guerra em curso entre os estados da Ucrânia e da Rússia.
Em virtude de uma revisão pontual dos compromissos assumidos com a DGComp no âmbito do processo
de recapitalização, a Caixa Geral de Depósitos, S.A. deliberou, em janeiro de 2019, a alienação da sua
participação acionista no Banco Comercial do Atlântico na República de Cabo Verde (BCA), iniciando o
processo e o desenvolvimento dos respetivos trâmites legais e processuais. Em setembro de 2019 foi
publicado o Decreto-Lei n.º 146/2019, que aprova os termos em que deverá decorrer a alienação, total ou
parcial, das ações que a CGD possui no capital social do BCA. Desde essa data foram concretizadas
diversas iniciativas com vista à seleção de potenciais investidores como condição prévia à evolução do
processo negocial.
Em novembro de 2021, o Grupo reverteu a reclassificação dos ativos e passivos do Banco Comercial do
Atlântico (Cabo Verde), das rubricas da classe de “Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos
conjuntos”, até então classificadas ao abrigo da IFRS 5 – “Ativos não correntes detidos para venda e
unidades operacionais descontinuadas”, por ter sido dado como concluído, sem sucesso, o processo de
venda do BCA que estava em curso desde 2019, deixando de estar reunidas as condições estabelecidas
na IFRS 5 para a manutenção desta filial como ativo não corrente detido para venda.
Em setembro de 2022 a CGD foi notificada pela Secretaria de Estado do Tesouro (Despacho nº 267/2022-
SET) da autorização para relançamento do processo de venda com o objetivo de identificar e selecionar
potenciais investidores e recolher intenções de compra através do recebimento de ofertas não vinculativas
(NBO). Em resultado destas orientações, a Comissão Executiva de 14 de novembro de 2022 apreciou os
resultados da prospeção de mercado encetada pelo Caixa-BI tendo aprovado favoravelmente o
relançamento do processo de venda e o respetivo calendário de implementação, pelo que, em 31 de
dezembro de 2022 se encontravam reunidas as condições para classificação do BCA como ativo não
337
corrente detido para venda ao abrigo da IFRS 5, tendo o Grupo procedido à reclassificação dos ativos e
passivos do Banco Comercial Atlântico (Cabo Verde), para rubricas de “Ativos e passivos não correntes
detidos para venda – Filiais” ao abrigo da IFRS 5 – “Ativos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas”.
Reexpresso
IFRS 5 -
31-12-2021 Reclassificação 31-12-2021
BCA
Resultados de ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 10.260 - 10.260
338
Banco Caixa Geral – Brasil, S.A.
Os principais dados financeiros do Banco Caixa Geral Brasil em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro
de 2021 são seguidamente apresentados:
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 60.735 47.796
339
RESULTADOS 31-12-2022 31-12-2021
169 (2.842)
Os saldos evidenciados nos quadros anteriores incluem operações realizadas com outras entidades do
Grupo, as quais não foram eliminadas no processo de consolidação, cujo detalhe é espelhado no quadro
abaixo:
31-12-2022 31-12-2021
31-12-2022 31-12-2021
340
CGD Investimentos, CVC
5.022 4.449
190 20
Os saldos evidenciados nos quadros anteriores incluem operações realizadas com outras entidades do
Grupo, as quais não foram eliminadas no processo de consolidação, cujo detalhe é espelhado nos quadros
abaixo:
31-12-2022 31-12-2021
31-12-2022 31-12-2021
341
Banco Comercial do Atlântico, S.A.
ATIVO 31-12-2022
Propriedades de investimento 13
342
RESULTADOS 31-12-2022
Outros 1.417
16.027
Os saldos evidenciados nos quadros anteriores incluem operações realizadas com outras entidades do
Grupo, as quais não foram eliminadas no processo de consolidação, cujo detalhe é espelhado no quadro
abaixo:
31-12-2022 31-12-2021
Passivo 313 -
31-12-2022 31-12-2021
Outros custos 29 39
Esegur, S.A.
Em junho de 2022 registou-se a alteração do método de integração da Esegur, entidade do Grupo à qual
passou a ser aplicada a classificação de ativo não corrente detido para venda, ao abrigo da IFRS 5,
deixando de estar contabilizada pelo método de equivalência patrimonial.
Após a obtenção das autorizações necessárias, no dia 28 de julho de 2022 efetivou-se a alienação da
participação da Caixa na Esegur ao grupo espanhol Trablisa. O valor de balanço já refletia o valor estimado
para a venda pelo que não foi reconhecido nenhum impacto adicional nas contas do grupo.
343
Reservas cambiais
Conforme referido na Nota 2.6, no momento da alienação de participações financeiras cuja moeda funcional
é diferente do Euro, as diferenças cambiais previamente registadas em "Outras Reservas" deverão ser
transferidas para resultados do período, uma vez que constituem uma parte integrante do ganho ou perda
apurado na transação. Para este efeito, e à luz dos requisitos da IAS 21 – “Os efeitos de alterações em
taxas de câmbio”, são igualmente consideradas reduções de interesse em entidades participadas as
operações enquadráveis como um reembolso do valor do investimento realizado, e nomeadamente as
concretizadas mediante redução do seu capital social. Nestes casos, o valor de reservas cambiais a
reclassificar para resultados é determinado em função da proporção entre o valor do reembolso efetuado e
o valor total do investimento.
Em 31 de dezembro de 2022, o valor acumulado das diferenças cambiais reconhecidas por contrapartida
de "Outras Reservas" no âmbito da consolidação de unidades classificadas como ativos e passivos não
correntes detidos para venda correspondem a perdas no montante de aproximadamente 72.393 mEuros
(79.103 mEuros em 31 de dezembro de 2021).
Imóveis e equipamento
Conforme descrito na Nota 2.10, a rubrica de ativos não correntes detidos para venda inclui ainda imóveis
e outros bens obtidos por recuperação de crédito.
O movimento nestes bens durante o exercício de 2022 e exercício de 2021 foi o seguinte:
Saldo em 31-12-2021 Saldo em 31-12-2022
Outras
Valor Balanço Imparidade Alienações e Imparidade Valor Balanço Imparidade
Adições transferências e
(Bruto) Acumulada abates (Nota 38) (Bruto) Acumulada
regularizações
No exercício de 2022, na sequência da venda de 2 imóveis, foram utilizadas imparidades, cujo valor
ascendeu a cerca de 24.125M€ (Nota 38).
344
15. Propriedades de investimento
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, as propriedades de investimento detidas pelo
Grupo encontram-se registadas pelo seu justo valor. Os ganhos e perdas resultantes da reavaliação destes
imóveis são reconhecidos em resultados por contrapartida de “Outros resultados de exploração” (Nota 2.9).
O movimento ocorrido nas “Propriedades de investimento” durante os exercícios de 2022 e 2021 foi o
seguinte:
31-12-2022 31-12-2021
Em dezembro de 2021, a CGD alienou parte significativa da sua posição no fundo Fundiestamo, passando
de uma participação de 78% para 45,4%. No entanto, as unidades de participação detidas não conferiam à
CGD a capacidade de controlar ou influenciar significativamente as atividades relevantes associadas à
gestão do património do Fundo, pelo que a posição no Fundo foi excluída do perímetro de consolidação do
Grupo CGD, no âmbito da aplicação da IFRS 10. Em 31 de dezembro de 2022, na rúbrica “Propriedades
de Investimento” encontravam-se registados os imóveis detidos pelo Fliptrel, no âmbito da conclusão da
operação Crow. Decorrente desta operação, a CGD ficou detentora das sociedades FlitPtrel IV, S.A.e
FlitPtrel Porto Santo, S.A. (designados ativos “carve-out”), passando as mesmas a integrar a esfera do
Grupo CGD.
A determinação do justo valor das propriedades de investimento tem em consideração, entre outros fatores
de relevância para esta avaliação, a natureza, características e localização geográfica dos imóveis, com o
objetivo de determinar o melhor preço que seria obtido em resultado da sua alienação em condições
normais de mercado. O apuramento do justo valor é realizado por peritos avaliadores, os quais devem
utilizar pelo menos dois dos seguintes métodos:
Método do rendimento: Estima o valor de um bem pela técnica da capitalização dos valores anuais
das rendas ou do rendimento operacional anual gerado pela atividade instalada no imóvel. Quando
se perspetivam, ao longo do tempo, alterações de rendimento mais significativas do que é
geralmente expectável no mercado, utiliza-se a técnica da análise dos fluxos de caixa descontados
(DCF). O método do rendimento aplica-se quando existe um arrendamento efetivo do imóvel,
quando o imóvel se destina a arrendamento, quando o mercado de arrendamento está ativo para
o tipo de bem em avaliação ou quando o imóvel se destina a exploração económica;
Método do custo: Estima o valor do bem com base na quantia que seria atualmente necessária
para obter um bem alternativo, réplica do original ou que proporcione utilidade equivalente,
ajustado pela obsolescência. Obtém-se pela soma do valor de aquisição do terreno com os custos
de construção (incluindo encargos), depreciado em função das condições físicas, funcionais,
ambientais e económicas atuais do imóvel, acrescido dos custos de comercialização e
345
margem/risco do promotor. Este método é utilizado como principal abordagem quando não são
conhecidas transações no mercado de bens semelhantes e não são identificáveis potenciais
rendimentos associados ao imóvel.
Método do valor residual: Estima o valor residual de terrenos, construções a reabilitar ou imóveis
inacabados, deduzindo ao presumível valor de transação do imóvel concluído, obtido pelo método
de mercado, todos os custos e margens associados à construção em falta.
A disponibilidade de dados relevantes e a sua subjetividade relativa podem afetar a escolha dos
métodos/técnicas de avaliação. Nessa escolha devem prevalecer, em cada caso, aqueles que maximizam
a utilização de variáveis relevantes observáveis.
As variáveis mais relevantes consideradas em cada um dos métodos de avaliação identificados acima são
as seguintes:
Valor presumível de venda por m2 ou valor presumível de venda por unidade (quando não é
relevante a área, mas sim a utilidade proporcionada pelo bem, por exemplo, parqueamentos).
Em mercados com liquidez, são variáveis que resultam de dados direta ou indiretamente
observáveis no mercado de transação, que podem no entanto requerer ajustamentos
(homogeneização) dependendo de características específicas do bem em avaliação.
- Técnica da capitalização
Valor de renda mensal por m2 ou valor de renda mensal por unidade (quando não é relevante
a área, mas sim a utilidade proporcionada pelo bem, e.g. parqueamentos) – Quando está ativo
o mercado de arrendamento são variáveis que resultam de dados direta ou indiretamente
observáveis nesse mercado, que podem no entanto requerer ajustamentos (homogeneização)
dependendo de características específicas do bem em avaliação.
Variáveis que contribuem para o apuramento do rendimento operacional gerado pelo imóvel
– Estas variáveis podem ser diversas em função do tipo de imóvel e são geralmente aferidas
pelos rendimentos que o bem tem potencialidade para gerar, tendo em conta as informações
disponíveis sobre os pressupostos dos participantes no mercado. Poderão ser utilizados os
dados da própria entidade que explora o imóvel, caso não exista informação razoavelmente
disponível que indique que os participantes no mercado não utilizariam pressupostos
diferentes.
As variáveis que contribuem para a estimativa dos fluxos de caixa podem ser diversas em
função do tipo de imóvel. Esta técnica está dependente das atuais expectativas para as
variações de valores e momentos de ocorrência dos fluxos de caixa no futuro, sendo
normalmente necessário incluir um ajustamento para o risco face à incerteza deste tipo de
mensuração.
Taxa de atualização – Considerada como valor temporal do dinheiro, associada a uma taxa
de juro sem risco e preço a suportar pela incerteza inerente aos fluxos de caixa (prémio de
risco).
346
No que respeita a propriedades de investimento adquiridas por recuperação de créditos, estas encontram-
se igualmente abrangidas pelo âmbito de análise do modelo de avaliação individual e coletiva de imparidade
aplicado aos imóveis classificados como ativos não correntes detidos para venda, e cujas principais
características são descritas na Nota 2.8. Nestes casos, o respetivo justo valor é determinado tendo por
referência o valor recuperável assim determinado.
Em cumprimento dos requisitos da IFRS 13 – “Mensuração pelo justo valor”, apresentamos de seguida as
propriedades de investimento na carteira do Grupo em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021,
classificadas em função da sua tipologia, estado de desenvolvimento na sua preparação para exploração e
ocupação atual, considerando as metodologias de valorização utilizadas no apuramento do seu justo valor:
31-12-2022
Habitação Concluído Arrendado 1.049 Método do custo / Método do rendimento Valor de renda por m2 2
Capitalização / venda 560 Método do rendimento Valor de renda por m2 [2000 - 2500]
1.990
Lojas Concluído Capitalização / venda 50 Método do rendimento e mercado Valor de venda por m2 5.0 / 740
50
Método do rendimento / Método Valor de venda concluído por m2
Terrenos n.a. Capitalização / venda 200 comparativo de mercado / DCF habitação [3315 - 4200]
200
Armazéns Concluído Arrendado 751 Método comparativo de mercado Valor de renda m2 206
751
Método do rendimento / Método
Alojamento Concluído Capitalização / venda 30.646 comparativo de mercado / DCF Taxa de desconto / renda potencial n.a.
Método do rendimento / Método
Em construção Capitalização / venda 8.886 comparativo de mercado / DCF Taxa de desconto / renda potencial n.a.
39.532
42.523
Outros 13.896
56.419
31-12-2021
Habitação Concluído Arrendado 1.229 Método do custo / Método do rendimento Valor de renda por m2 2
Capitalização / venda 630 Método do rendimento Valor de renda por m2 [2000 - 2500]
8.079
Lojas Concluído Arrendado 1.111 Método comparativo de mercado Valor da renda por m2 356
Capitalização / venda 369 Método do rendimento e mercado Valor de venda por m2 5.0 / 740
1.480
Método do rendimento / Método Valor de venda concluído por m2
Terrenos n.a. Capitalização / venda 13.082 comparativo de mercado / DCF habitação [3315 - 4200]
13.082
Armazéns Concluído Arrendado 1.176 Método comparativo de mercado Valor de renda m2 [143 - 252]
1.176
23.817
Outros 9.529
33.346
Conforme anteriormente referido, as avaliações dos terrenos e edifícios maximizam a utilização de dados
observáveis de mercado. No entanto, uma vez que a generalidade das avaliações considera também dados
não observáveis, estes encontram-se classificados no nível 3 da hierarquia de justo valor definida pela IFRS
13 – “Mensuração pelo justo valor”.
347
16. Outros ativos tangíveis
O movimento nos outros ativos tangíveis, líquidos, durante os exercícios de 2022 e 2021, foi o seguinte:
Saldo em 31-12-2021 Saldo em 31-12-2022
Outras Reversões
Amortizações e Transferências Amortizações e
Valor Balanço Diferenças de transferências Amortizações líquidas de Vendas e Valor Balanço
imparidade Adições entre ativos Imparidade
(Bruto) câmbio e do exercício imparidade no abates líquidos (Bruto)
acumuladas tangíveis Acumulada
regularizações exercício
Edifícios 475.200 (277.026) 653 5.774 (15.622) 7.185 (8.899) (526) (10.459) 439.269 (262.991)
Obras em imóveis arrendados 109.529 (81.798) 1.517 1.069 7.786 (97) (3.556) (7.068) (16) 116.832 (89.467)
Equipamento
Mobiliário e material de escritório 63.367 (58.196) 1.386 245 62 (106) (1.267) - (10) 62.294 (56.814)
Máquinas e ferramentas 24.821 (23.023) 181 135 - 78 (667) - (2) 25.204 (23.682)
Equipamento informático 267.550 (241.981) 14.201 664 771 2.048 (11.919) - (90) 261.471 (230.226)
Instalações interiores 355.276 (328.218) 6.409 461 4.805 4.512 (8.674) 94 (160) 362.771 (328.267)
Material de transporte 13.226 (8.969) 1.273 230 - 464 (1.809) - (309) 13.739 (9.632)
Equipamento de segurança 50.474 (46.911) 1.389 53 302 (121) (1.460) (130) (16) 50.469 (46.889)
Outro equipamento 7.017 (5.033) 195 85 - (347) (398) (643) 0 5.773 (4.897)
Contratos de locação - direito de uso 251.384 (66.283) 84.125 1.281 - (173) (49.126) - 15 326.841 (105.618)
Outros ativos tangíveis 9.585 (8.683) 118 38 1.217 - (208) (31) - 13.328 (11.292)
1.715.049 (1.146.121) 148.259 10.973 (23.174) (3.404) (87.984) (8.304) (19.952) 1.755.117 (1.169.773)
Outras Reversões
Amortizações e Transferências Amortizações e
Valor Balanço Diferenças de transferências Amortizações líquidas de Vendas e Valor Balanço
imparidade Adições entre ativos Imparidade
(Bruto) câmbio e do exercício imparidade no abates líquidos (Bruto)
acumuladas tangíveis Acumulada
regularizações exercício
Edifícios 467.625 (266.522) 1.426 14.726 (22.141) 17.975 (9.935) (4.938) (42) 475.200 (277.026)
Obras em imóveis arrendados 92.068 (73.945) 932 3.312 7.623 936 (3.362) 167 - 109.529 (81.798)
Equipamento
Mobiliário e material de escritório 59.526 (54.397) 504 562 (378) 495 (1.148) - 7 63.367 (58.196)
Máquinas e ferramentas 23.349 (21.846) 366 182 387 96 (784) - 47 24.821 (23.023)
Equipamento informático 247.142 (225.873) 11.149 1.406 (6) 1.829 (9.972) - (104) 267.550 (241.981)
Instalações interiores 344.575 (319.502) 3.616 1.378 1.470 7.044 (10.436) (1.086) (2) 355.276 (328.218)
Material de transporte 8.878 (6.311) 601 506 - 2.745 (1.448) - (713) 13.226 (8.969)
Equipamento de segurança 46.832 (43.033) 530 162 243 306 (1.473) - (3) 50.474 (46.911)
Outro equipamento 4.189 (2.803) 456 323 (8) 249 (423) - - 7.017 (5.033)
Contratos de locação - direito de uso 237.554 (60.337) 37.904 3.621 - 1.057 (34.463) - (236) 251.384 (66.283)
Outros ativos tangíveis 30.583 - 14.810 1.991 (16.033) (8.138) - - (25) 23.189 -
1.637.790 (1.083.394) 72.806 28.514 (32.861) 26.400 (73.396) (5.858) (1.072) 1.715.049 (1.146.121)
348
17. Ativos intangíveis
O movimento ocorrido nas rubricas de “Ativos intangíveis” durante o exercício de 2022 e exercício de 2021
foi o seguinte:
Saldo em 31-12-2021 Abates Saldo em 31-12-2022
Amortizações e Transferências Amortizações e
Valor Balanço Diferenças de Amortizações Valor Balanço
Imparidade Adições Valor Bruto Imparidade e Imparidade
(Bruto) câmbio do exercício (Bruto)
Acumulada regularizações Acumulada
Goodwill
Banco Caixa Geral Angola 13.037 (13.037) 2.413 (2.413) 15.450 (15.450)
Sistemas de tratamento automático de dados (Software) 236.413 (124.168) 22.275 (24.238) 13.418 68.599 645 (47.471) 296.966 (151.492)
Outros ativos intangíveis 11.143 (5.650) - (567) 567 (4.806) 305 (267) 11.237 (10.512)
320.389 (142.855) 75.731 (24.805) 13.985 1.525 (1.284) (47.738) 372.402 (177.454)
Goodwill
Banco Caixa Geral Angola 10.486 (10.486) - - - 2.551 (2.551) - 13.037 (13.037)
Sistemas de tratamento automático de dados (Software) 159.343 (83.104) 23.978 (38) (35) 46.064 1.061 (35.026) 236.413 (124.168)
Outros ativos intangíveis 9.759 (4.139) - (238) (238) 319 440 (408) 11.143 (5.650)
224.262 (97.728) 84.327 (276) (273) 2.940 (283) (35.434) 320.389 (142.855)
Nos exercícios de 2022 e 2021 os abates dos sistemas de tratamento automático de dados resultam da
sua descontinuação ou obsolescência.
As variações ocorridas no valor bruto e na imparidade relativas ao goodwill do Banco Caixa Geral Angola,
ocorridas no exercício, resultam da reavaliação cambial.
349
18. Investimentos em associadas e empreendimentos
conjuntos
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Contributo para
Participação Valor de Participação Valor de
os resultados
efetiva (%) balanço efetiva (%) balanço
do grupo
Empreendimentos conjuntos
Empresas associadas
Banco Internacional de São Tomé e Príncipe, S.A. 27,00 5.558 1.022 27,00 4.952
SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços, S.A. 22,97 57.747 8.441 22,97 52.571
Os dados financeiros estatutários (demonstrações financeiras não auditadas) das principais empresas
associadas e empreendimentos conjuntos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021 eram
os seguintes:
31-12-2022
Situação Resultado
Ativos Passivos Proveitos
Setor de atividade / Entidade Sede líquida (a) líquido
Seguros
Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A (b) Lisboa 20.259.208 17.400.479 2.858.730 214.249 4.748.515
Outros setores
SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços, S.A. (c) Lisboa 427.068 175.627 251.441 41.846 280.801
(a) A situação líquida inclui o resultado líquido do exercício
31-12-2021
Situação Resultado
Setor de atividade / Entidade Sede Ativos Passivos Proveitos
líquida (a) líquido
Seguros
Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A (b) Lisboa 20.356.841 16.729.018 3.627.823 274.640 4.339.019
Outros setores
SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços, S.A. Lisboa 396.497 166.403 230.094 44.256 275.663
(a) A situação líquida inclui o resultado líquido do exercício
No decorrer do exercício de 2022 e exercício de 2021, o Grupo recebeu dividendos distribuídos por estas
entidades, no montante de 6.471 mEuros e 3.370 mEuros, respetivamente.
Em junho de 2022 registou-se a alteração do método de integração da Esegur, entidade do Grupo à qual
passou a ser aplicada a classificação de ativo não corrente detido para venda, ao abrigo da IFRS 5,
deixando de estar contabilizada pelo método de equivalência patrimonial. No dia 28 de julho de 2022
efetivou-se a alienação da participação da CGD na Esegur ao grupo espanhol Trablisa. O valor de balanço
já refletia o valor estimado para a venda pelo que não foi reconhecido nenhum impacto adicional nas contas
do grupo em resultado desta operação.
350
19. Imposto sobre o rendimento
Os saldos de ativos e passivos por impostos sobre o rendimento em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021 eram os seguintes:
31-12-2022 31-12-2021
61.115 443.163
47.819 32.489
13.296 410.674
967.858 1.131.948
890.118 1.020.517
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a rubrica “Ativos por impostos correntes – Créditos
tributários”, refere-se a ativos por impostos diferidos convertidos em crédito tributário ao abrigo do regime
especial aprovado pela Lei n.º 61/2014. O crédito tributário foi integralmente liquidado no decorrer do mês
de dezembro de 2022.
O movimento ocorrido nos impostos diferidos durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e
31 de dezembro de 2021 foi o seguinte:
351
Variação em Transferência
Saldo em Saldo em
para imposto Outros
31-12-2021 Capital Próprio Resultados 31-12-2022
corrente
Variação em Transferência
Saldo em Saldo em
para imposto Outros
31-12-2020 Capital Próprio Resultados 31-12-2021
corrente
No exercício de 2021, a coluna “Outros” inclui 689 mEuros decorrente da transferência de ativos e passivos
por impostos diferidos do BCA provenientes de classes de ativos e passivos não correntes detidos para
venda (Nota 14) no âmbito da descontinuação da aplicação da IFRS 5 – “Ativos Não Correntes Detidos
para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas” a esta unidade de negócio.
Conforme descrito em maior detalhe na Nota 14, em novembro de 2021 o Grupo descontinuou a aplicação
da IFRS 5 – “Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas” ao BCA.
Em setembro de 2022 a CGD foi notificada pela Secretaria de Estado do Tesouro (Despacho nº 267/2022-
SET) da autorização para relançamento do processo de venda com o objetivo de identificar e selecionar
potenciais investidores e recolher intenções de compra através do recebimento de ofertas não vinculativas
(NBO). Em resultado destas orientações, em 31 de dezembro de 2022 encontravam-se reunidas as
condições para a classificação do BCA como ativo não corrente detido para venda ao abrigo da IFRS 5,
tendo o Grupo procedido à reclassificação dos ativos e passivos do Banco Comercial Atlântico (Cabo
Verde), para rubricas de “Ativos e passivos não correntes detidos para venda – Filiais” ao abrigo da IFRS 5
– “Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas”.
No exercício de 2014, a Caixa Geral de Depósitos e o Caixa - Banco de Investimento aderiram ao regime
especial aplicável aos ativos por impostos diferidos, após deliberação favorável das respetivas Assembleias
Gerais de Acionistas.
O regime, aprovado pela Lei n.º 61/2014, de 26 de agosto (e alterações posteriores), abrange os ativos por
impostos diferidos que tenham resultado da não dedução de gastos e variações patrimoniais negativas com
perdas de imparidade em créditos (conforme previstas nos n.º 1 e 2 do artigo 28.º-A do CIRC e respetivas
exclusões) e com benefícios pós-emprego ou a longo prazo de empregados.
As alterações ao regime introduzidas pela Lei n.º 23/2016, de 19 de agosto, vieram excluir do seu âmbito
de aplicação temporal os gastos e variações patrimoniais negativas contabilizados nos períodos de
tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016, assim como os impostos diferidos a eles
352
associados. Assim, os impostos diferidos protegidos por este regime correspondem apenas aos gastos e
variações patrimoniais negativas apurados até 31 de dezembro de 2015.
Os ativos por impostos diferidos que tenham resultado da não dedução de gastos e variações patrimoniais
negativas com perdas de imparidade em créditos e com benefícios pós-emprego ou a longo prazo de
empregados são convertidos em créditos tributários quando o sujeito passivo registe um resultado líquido
negativo no respetivo período de tributação ou em caso de liquidação por dissolução voluntária ou
insolvência decretada por sentença judicial. Num cenário de conversão que resulte da obtenção de um
resultado líquido negativo, o montante do crédito tributário a atribuir resultará da proporção entre o resultado
líquido negativo do período e o total dos capitais próprios do sujeito passivo (apurado antes da dedução
desse resultado) acrescido do montante de instrumentos de capital contingente (CoCo), aplicado ao saldo
elegível dos ativos por impostos diferidos. Quando a conversão resulte de liquidação ou insolvência ou o
sujeito passivo apresente capitais próprios negativos, a conversão dos ativos por impostos diferidos em
crédito tributário é efetuada pelo seu valor total.
Na conversão em crédito tributário (que não por liquidação ou insolvência), deverá ser criada uma reserva
especial pelo valor do respetivo crédito majorado em 10% e corrigido, nos casos em que o capital próprio é
inferior ao capital social, pelo quociente entre o primeiro e o segundo, sendo este último deduzido do
montante do crédito tributário majorado. Adicionalmente, serão emitidos valores mobiliários sob a forma de
direitos de conversão a atribuir ao Estado, que no caso da CGD é simultaneamente o seu único acionista.
O exercício dos direitos de conversão tem por consequência o aumento do capital social do sujeito passivo
por incorporação da reserva especial e emissão de novas ações ordinárias a entregar de forma gratuita ao
Estado. Esta reserva especial não poderá ser distribuída. De referir que na data da emissão dos direitos de
conversão, os acionistas têm o direito potestativo à sua aquisição, na proporção da respetiva participação.
Os impostos diferidos ativos registados pelo Grupo e considerados elegíveis ao abrigo do regime em 31 de
dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021 apresentam a seguinte natureza:
102.959 365.024
Em consequência do apuramento de um resultado líquido negativo em 2016 pela Caixa Geral de Depósitos
no âmbito da sua atividade individual, os ativos por impostos diferidos elegíveis à data de encerramento do
referido período foram convertidos em créditos tributários em função da proporção desse resultado líquido
no valor dos seus capitais próprios, ascendendo esse montante a 420.575 mEuros. Conforme anteriormente
referido, o valor do crédito tributário foi integralmente liquidado no decorrer do mês de dezembro de 2022.
Ao abrigo da legislação aplicável, a conversão dos ativos por impostos diferidos foi precedida da
constituição de uma reserva especial de 681.571 mEuros, correspondente ao valor do crédito tributário
apurado no âmbito da conversão, majorado em 10% e ajustado ao abrigo dos requisitos do n.º 3 do artigo
11.º da Lei n.º 61/2014 (Nota 28). A constituição da reserva especial foi acompanhada da emissão e
atribuição simultânea ao Estado de direitos de conversão por montante equivalente. Conforme especificado
no artigo 12.º do Anexo à Lei n.º 61/2014 (que dela faz parte integrante), os atos societários anteriormente
descritos, assim como o montante do crédito tributário convertido foram objeto de certificação por revisor
oficial de contas.
Em resultado da sua posição enquanto único detentor do capital social da CGD, a emissão e atribuição dos
direitos de conversão ao Estado não determinou qualquer diluição da sua posição acionista.
353
Impostos sobre lucros registados por contrapartida de capital próprio
O valor do imposto associado à componente contribuída dos desvios atuariais originados após a data de
alteração da política contabilística, que seja considerada dedutível nos termos dos limites enquadráveis nos
n.ºs 2 e 3 do artigo 43.º do Código do IRC, ou aquelas realizadas ao abrigo do n.º 8 do referido artigo, são
relevados patrimonialmente por uma rubrica de capital próprio, conforme a base de reconhecimento das
responsabilidades que lhe deram origem.
Nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os encargos com impostos
sobre lucros registados em resultados, bem como a carga fiscal, medida pela relação entre a dotação para
impostos sobre lucros e o resultado líquido do período antes de impostos, podem ser apresentados como
se segue:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
Impostos correntes
115.109 99.430
31-12-2022 31-12-2021
Insuficiência / (excesso) de estimativa de imposto
(exercícios de 2020 e 2021) 5.988 21.860
Liquidações adicionais, líquidas de reembolsos de IRC -
correções ao lucro tributável (2.669) (1.327)
3.320 20.533
354
A reconciliação entre o imposto apurado com base na taxa nominal e os encargos/(proveitos) com impostos
sobre lucros nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, pode ser
demonstrada como se segue:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
Imposto apurado com base na taxa nominal 27,35% 309.109 27,35% 232.917
Impacto de sociedades com regimes fiscais diferentes da taxa
nominal em Portugal (0,73%) (8.300) 0,58% 4.947
Encargos com dividendos de outros instrumentos de capital (0,32%) (3.593) (1,73%) (14.701)
No exercício findo em 31 de dezembro de 2022, a taxa nominal de imposto da CGD, considerando as taxas
de derrama aplicáveis à sua atividade, ascendeu a 27,35%.
Com a publicação da Lei n.º 42/2016, foi alterado o artigo 51.º-C do CIRC, mediante aditamento do seu n.º
6, o qual dispõe, para os exercícios de 2017 e seguintes, que as perdas por imparidade e outras correções
de valor de partes sociais ou de outros instrumentos de capital próprio que tenham concorrido para a
formação do lucro tributável, ao abrigo do estabelecido no n.º 2 do artigo 28.º-A, consideram-se
componentes positivas do lucro tributável no período de tributação em que ocorra a respetiva transmissão
onerosa.
Em resultado desta situação, o Grupo reconheceu impostos diferidos passivos para imparidades em
participações financeiras aceites fiscalmente no momento da sua constituição para as quais exista uma
intenção de venda ou liquidação (ou estas já se encontrem em curso), os quais, em 31 de dezembro de
2022 e 31 de dezembro de 2021, ascendiam a 42.776 mEuros e 30.055 mEuros, respetivamente.
Limitações à dedutibilidade fiscal de perdas com imparidade em créditos e outras correções de valor (Nota
2.13)
Em 4 de setembro de 2019, foi publicada a Lei n.º 98/2019, que altera o Código do IRC em matéria de
imparidades das instituições de crédito e outras instituições financeiras e cria regras aplicáveis às perdas
por imparidade registadas nos períodos de tributação com início anterior a 1 de janeiro de 2019, ainda não
aceites fiscalmente. De acordo com este novo regime, passam a ser integralmente dedutíveis as perdas
por imparidade para risco de crédito relativas a exposições analisadas em base individual ou em base
coletiva registadas nos períodos de tributação com início em, ou após, 1 de janeiro de 2019, reconhecidas
355
nos termos das normas contabilísticas e regulamentares aplicáveis (com as exceções previstas no n.º 7 do
artigo 28.º-C do CIRC).
Às perdas por imparidade e outras correções de valor para risco específico de crédito que tenham sido
contabilizadas nos períodos de tributação anteriores, continuam a aplicar-se as regras em vigor até 31 de
dezembro de 2018 ou seja, limitando a dedutibilidade fiscal aos montantes apurados de acordo com as
disposições do Aviso n.º 3/95 do Banco de Portugal (entretanto revogado) e desde que, nomeadamente,
os créditos não se encontrassem cobertos por direitos reais sobre bens imóveis.
Conforme disposições do artigo 4.º da nova Lei, a CGD e as restantes entidades relevantes que integram
o perímetro fiscal nacional formalizaram a sua intenção de adesão ao novo regime para os períodos de
tributação iniciados em 1 de janeiro de 2019, mediante comunicação dirigida ao Diretor-Geral da Autoridade
Tributária e Aduaneira em 31 de outubro de 2019.
As regras de dedutibilidade aplicáveis no âmbito da referida Lei foram incorporadas na análise efetuada à
recuperabilidade de ativos por impostos diferidos registados no balanço.
Tendo por referência os requisitos definidos pela IAS 12 – Impostos sobre o rendimento”, os ativos por
impostos diferidos são reconhecidos na medida da expectativa do Grupo quanto à sua recuperabilidade
futura, a qual assenta, fundamentalmente:
Esta avaliação foi realizada tendo por base exercícios de projeção de atividade elencados aos objetivos
estratégicos propostos ao acionista para concretização no decurso do atual mandato do Conselho de
Administração e que permitirão à CGD assegurar, no referido intervalo temporal, níveis de rendibilidade e
de capital adequados, assim como o cumprimento dos objetivos de redução de ativos non-performing
comunicados às entidades de supervisão.
Foram igualmente considerados os impactos potenciais na atividade da CGD introduzidos pela evolução
da pandemia no desenvolvimento económico nacional e mundial, com efeitos inegáveis na sua capacidade
para atingir as metas económico-financeiras pretendidas.
(i) Aplicação das regras de dedutibilidade em imparidade para risco de crédito definidas pela Lei n.º
98/2019;
(ii) Incorporação dos resultados fiscais estimados decorrentes da estratégia de reestruturação das
operações internacionais e do processo de desalavancagem de ativos non-performing acordada
com as entidades de supervisão; e,
(iii) Projeção da dedutibilidade de encargos com benefícios a empregados, atuais e futuros, em função
do período de tributação em que se estima vir a realizar os respetivos pagamentos.
Outro aspeto com significado na definição dos pressupostos do exercício de recuperabilidade resultou da
alteração introduzida ao Código do IRC pela Lei n.º 24-D/2023, que aprova o Orçamento do Estado para
2023, no que respeita à eliminação do período temporal para reporte futuro de prejuízos fiscais, combinado
com a redução do limite anual de dedução ao lucro tributável para 65% da matéria coletável (anteriormente,
70%). De notar que esta alteração aplica-se à dedução de prejuízos fiscais de períodos de tributação que
se iniciem em, ou após, 1 de janeiro de 2023, bem como aos prejuízos de períodos anteriores cujo período
de dedução ainda se encontre em curso nessa data.
Para este efeito, e apesar da eliminação do período temporal para reporte de prejuízos fiscais, a CGD
entendeu incluir na sua análise ao limite anual da dedução do saldo acumulado de prejuízos fiscais
reportáveis de que dispõem em 31 de dezembro de 2022, um período máximo de 5 anos, por entender que
períodos mais longos de projeção estão sujeitos a maiores fatores de incerteza e volatilidade. Na sequência
da análise efetuada, conclui-se que os prejuízos fiscais originados no exercício de 2017, anteriormente
desreconhecidos por inexistência de perspetiva de matéria coletável suficiente para a sua dedução, serão
356
agora passíveis de recuperação. Na sequência desta conclusão, foram reconhecidos os respetivos
impostos diferidos, os quais originaram um ganho no exercício de 62.668 mEuros. Adicionalmente foram
igualmente registados impostos diferidos associados a crédito de imposto por dupla tributação internacional
no âmbito da atividade das sucursais no exterior relativa a exercícios anteriores no montante de 17.362
mEuros.
Relativamente aos restantes impostos diferidos registados em balanço, não foram estimadas quaisquer
perdas. Eventuais alterações nos pressupostos utilizados ou nas variáveis pertinentes à determinação dos
lucros tributáveis projetados poderiam conduzir a resultados e conclusões substancialmente diferentes.
De notar que confrontados com as incertezas introduzidas pelo conflito armado que eclodiu no espaço
territorial europeu em fevereiro de 2022 e cuja dimensão e impactos geopolíticos apresentam inegável e
profunda dimensão, a natureza do exercício realizado e a robustez dos resultados obtidos permitem ao
Conselho de Administração, de acordo com os dados atualmente à sua disposição, manter como válidos
os resultados alcançados.
A Lei do Orçamento do Estado para 2011 (Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro), através do seu artigo
141.º veio estabelecer a introdução de um novo regime de contribuição aplicável ao setor bancário. A base
de incidência desta contribuição, regulamentada no âmbito da Portaria n.º 121/2011, de 30 de março, incide
sobre os passivos da instituição, deduzidos dos fundos próprios e complementares nele incluídos e ainda
dos depósitos abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, assim como sobre o valor nocional dos
instrumentos financeiros derivados que não tenham natureza de cobertura. Encontram-se igualmente
abrangidos pelo tributo as filiais de instituições de crédito cuja sede se situe fora do território português,
assim como sucursais em Portugal de instituições de crédito com sede fora da União Europeia.
A este regime foi adicionado em 2020 um complemento de solidariedade sobre o setor bancário, como
instrumento de política orçamental em resposta à crise provocada pela pandemia. A base de incidência
desta contribuição é regulamentada pela Portaria n.º 191/2020, de 10 de agosto, e tem por referência os
mesmos requisitos aplicáveis ao apuramento da contribuição sobre o setor bancário anteriormente
descritos.
As autoridades fiscais têm normalmente a possibilidade de rever a situação fiscal durante um período de
tempo definido, que em Portugal é de quatro anos (exceto em caso de ter sido efetuado reporte de prejuízos,
bem como de qualquer outra dedução ou crédito de imposto, em que o prazo de caducidade é o do exercício
desse direito), podendo resultar, devido a diferentes interpretações da legislação, eventuais correções ao
lucro tributável de exercícios anteriores (considerando que os exercícios de 2017 e 2018 foram já objeto de
inspeção pelas autoridades fiscais na maioria das entidades com sede em Portugal que integram o
perímetro fiscal do grupo, permanecem ainda em aberto para revisão os exercícios 2019 a 2021). Dada a
natureza das eventuais correções que poderão ser efetuadas, não é possível quantificá-las neste momento.
No entanto, na opinião do Conselho de Administração da CGD, não é previsível que qualquer correção
relativa aos exercícios acima referidos seja significativa para as demonstrações financeiras consolidadas.
357
20. Outros ativos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Outros ativos
Outras disponibilidades 24 23
Bonificações a receber
Outros 177 8
3.767.833 2.672.841
3.618.239 2.516.327
358
Em 31 de dezembro de 2022, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos”, inclui
681.571 mEuros referente a um depósito a favor da Direção Geral do Tesouro e Finanças, no âmbito do
processo de conversão de ativos por impostos diferidos em crédito fiscal (nota 19).
No âmbito do contrato firmado pelo Banco Nacional Ultramarino, S.A. (Macau) com a Região Administrativa
de Macau para a emissão de notas, o Banco entrega à Região divisas convertíveis correspondentes ao
contravalor das notas em circulação, recebendo em contrapartida um certificado de dívida de valor
equivalente destinado à cobertura da responsabilidade resultante da emissão fiduciária (Nota 26). O acerto
dos montantes a entregar pelo Banco à Região faz-se mensalmente, nos primeiros quinze dias de cada
mês, com base na média dos saldos diários do mês anterior. Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro
de 2021, o certificado de dívida do Governo de Macau ascende a 1.336.301 mEuros e 1.239.001 mEuros,
respetivamente.
31-12-2022 31-12-2021
7.183 7.167
359
21. Recursos de instituições de crédito e bancos centrais
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
63.273 5.816.419
Empréstimos
274.880 928.782
338.153 6.745.201
Em 31 de dezembro de 2021, a rubrica “Recursos de Bancos Centrais – Recursos – Banco Central Europeu
– Empréstimos, depósitos e outros recursos - Caixa Geral de Depósitos”, referia-se à participação da CGD
na 3.ª Série do programa de refinanciamento de prazo alargado (TLTRO – Targeted Longer-Term
Refinancing Operations) criado pelo BCE com o objetivo de apoiar as instituições financeiras da Zona Euro
na concessão de crédito bancário à economia em condições favoráveis e funcionando como um instrumento
preferencial de execução da sua política monetária.
360
A operação foi reconhecida de acordo com os requisitos da IFRS 9, configurando um financiamento a taxa
variável, indexado a taxas variáveis fixadas administrativamente pelo BCE. Assim, cada alteração às taxas
do programa faz alterar a taxa de juro efetiva dos financiamentos e os impactos são reconhecidos
prospectivamente.
A terceira Série de TLTRO, anunciada em 7 de março de 2019, inicialmente para operações a dois anos e
posteriormente alterada para três anos, com a realização de leilões trimestrais, tem conhecido diversas
adaptações nas suas condições de participação e remuneração. O acesso ao financiamento por parte das
instituições financeiras pôde alargar-se até 55% de um conjunto específico dos seus empréstimos (para o
total das 10 operações previstas no âmbito do programa) e era remunerado em função do nível médio da
taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento (MRO – Main Refinancing Operations).
No decorrer do último trimestre de 2022, a CGD reembolsou os financiamentos obtidos junto do BCE
(terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas - TLTRO-III), no âmbito
das medidas de política monetária do Eurosistema, e que totalizavam 5.800.000 mEuros.
O impacto líquido das referidas operações, nas demonstrações financeiras do exercício, foi de 49.059
mEuros, reconhecido no agregado da margem financeira (Nota 30).
361
22. Recursos de clientes e outros empréstimos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Outros débitos
A prazo
Outros recursos
Empréstimos - 2.826
35.493.464 34.372.483
81.576.588 77.332.572
43.112 28.180
83.971.711 79.755.690
362
23. Responsabilidades representadas por títulos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Obrigações em circulação
1.361.597 1.775.650
Outros
Emissões no âmbito do Programa Euro Commercial Paper and
Certificates of Deposit
745 395
Correção de valor de passivos objeto de operações de cobertura 175 5.793
Despesas com encargo diferido, líquidas de proveitos (4.530) (2.007)
Juros a pagar 10.344 9.884
1.368.330 1.789.714
31-12-2022 31-12-2021
3.000.000 3.000.000
Como forma de diversificação das fontes de financiamento a CGD recorre aos seguintes Programas
específicos:
O Grupo CGD, através da CGD (diretamente ou a partir da sucursal de França), pode emitir ao
abrigo deste Programa títulos de dívida no montante máximo de 15.000.000 mEuros.
As obrigações podem ser emitidas em qualquer divisa com prazos mínimos de um ano para
emissões não subordinadas e subordinadas. Não estão definidos prazos máximos para as
operações.
Estas emissões podem ser emitidas a desconto e ser remuneradas a taxas de juro fixas ou
variáveis.
363
(iii) Obrigações Hipotecárias
As emissões podem ser efetuadas em qualquer divisa com um prazo mínimo de 2 anos e máximo
de 50 anos. A sua remuneração pode ter subjacentes taxas de juro fixas ou variáveis.
Estas obrigações conferem ao seu detentor um privilégio creditório especial – com precedência
sobre quaisquer outros credores – sobre um património de ativos que ficam segregados no balanço
da entidade emitente, constituindo uma garantia da dívida, ao qual os obrigacionistas terão acesso
em caso de insolvência.
São ativos elegíveis para constituição do património autónomo, os créditos hipotecários destinados
à habitação ou para fins comerciais situados num Estado membro da União Europeia, ou em
alternativa, créditos sobre Administrações Centrais ou Autoridades Regionais e Locais de um dos
Estados membros da União Europeia e créditos com garantia expressa e juridicamente vinculativa
das mesmas entidades. No caso de créditos hipotecários, o respetivo montante não pode exceder
80% do valor dos bens hipotecados dados em garantia relativamente a imóveis destinados à
habitação (60% para os restantes imóveis).
- O valor nominal global das obrigações hipotecárias em circulação não pode ultrapassar 95%
do valor global dos créditos hipotecários e outros ativos afetos às referidas obrigações;
- O vencimento médio das obrigações hipotecárias emitidas não pode ultrapassar, para o
conjunto das emissões, a vida média dos créditos hipotecários que lhes estejam afetos;
- O montante global dos juros a pagar de obrigações hipotecárias não deve exceder, para o
conjunto das emissões, o montante dos juros a cobrar dos mutuários dos créditos hipotecários
afetos às referidas obrigações; e,
- O valor atual das obrigações hipotecárias não pode ultrapassar o valor atual do património
afeto, tendo esta relação de se manter para deslocações paralelas de 200 pontos base na
curva de rendimentos.
Podem ainda fazer parte do património autónomo, num montante máximo de 20% do seu valor, ativos de
substituição, nomeadamente depósitos no Banco de Portugal ou títulos elegíveis no âmbito das operações
de crédito do Eurosistema, entre outros definidos na lei.
3.000.000 4.250.000
(a) Emissão integralmente readquirida pela CGD. Estes título s enco ntram-se a co laterizar o peraçõ es de cedência de liquidez junto do B anco Central Euro peu
O património autónomo que garante as emissões é composto por créditos à habitação originados, em
Portugal, ascendendo o seu valor de balanço em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021 a
4.085.921 mEuros e 5.604.258 mEuros, respetivamente (Nota 13).
364
Em 31 de dezembro de 2022, as notações de rating atribuídas às emissões de obrigações hipotecárias
pelas agências Fitch (não solicitado) e DBRS eram de A e AA, respetivamente.
A CGD realizou uma emissão de dívida sénior preferencial em 21 de setembro de 2021, no montante de
500.000 mEuros, com maturidade máxima de 6 anos e um cupão de 0,375%, o que constitui o cupão mais
baixo alguma vez conseguido pelo Grupo em emissões no mercado de capitais. Esta emissão tem a
particularidade de ser sustentável, direcionando os fundos captados para o financiamento de operações de
crédito dos seus clientes no domínio ambiental e do desenvolvimento socioeconómico, tratando-se da
primeira emissão realizada por um banco português com estas características.
Seguindo a mesma linha de orientação, a 15 de junho de 2022, a CGD emitiu outra emissão “verde” de
dívida sénior preferencial no montante de 300.000 mEuros, com o prazo de 4 anos e possibilidade de
reembolso antecipado ao fim de 3 anos e um cupão de 2,875%.
A 31 de outubro de 2022, a CGD voltou a lançar no mercado nova emissão “verde” de dívida sénior
preferencial no montante de 500.000mEuros, com o prazo de 6 anos e possibilidade de reembolso
antecipado ano fim de 5 anos e um cupão de 5,75%.
As referidas emissões inserem-se no plano de financiamento definido para o cumprimento dos requisitos
de MREL (Minimum Requirements for own funds and Eligible Liabilities) fixados pelo Banco de Portugal,
conforme decisão do Conselho Único de Resolução. Tratam-se de emissões colocadas nos mercados de
dívida internacionais para este fim, após a emissão de dívida sénior não preferencial realizada em novembro
de 2019, assumindo-se cada vez mais como um marco importante na concretização dos compromissos
assumidos no domínio do financiamento sustentável, o que cria valor e reduz o impacto ambiental da sua
atividade.
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe das obrigações emitidas por tipo de
remuneração e por prazos residuais até à maturidade é o seguinte:
31-12-2022
Programa EMTN
Outras
Ativo indexado a Total
Obrigações
Taxa de Juro
31-12-2021
Programa EMTN
Obrigações Outras
Ativo indexado a Total
hipotecárias Obrigações
Taxa de Juro
365
24. Provisões e passivos contingentes
Provisões
O movimento nas provisões para benefícios dos empregados e nas provisões para outros riscos nos
períodos findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, foi o seguinte:
Reforços,
Saldo em Diferenças de Transferências Saldo em
reposições e Utilizações
31-12-2021 câmbio e outros 31-12-2022
anulações
Provisões para encargos com benefícios de
empregados (Nota 36) 658.255 (59.141) (59.686) 110 17.325 556.864
Reforços,
Saldo em Diferenças de Transferências Saldo em
reposições e Utilizações
31-12-2020 câmbio e outros 31-12-2021
anulações
Provisões para encargos com benefícios de
empregados (Nota 36) 725.478 104.833 (62.934) 689 (109.812) 658.255
- 21.294 mEuros relativos ao plano médico-social, 33.599 mEuros do Plano Horizonte e outros
acordos de suspensão de prestação de trabalho e 3.741 mEuros relativos a rescisões por mútuo
acordo, para o exercício de 2022. Foram ainda utilizados cerca de 1.052 mEuros para planos de
pensões e planos de reformas antecipadas por algumas empresas do Grupo.
- 22.370 mEuros relativos ao plano médico-social, 33.848 mEuros do Plano Horizonte e outros
acordos de suspensão de prestação de trabalho e 5.774 mEuros relativos a rescisões por mútuo
acordo, para o exercício de 2021. Foram ainda utilizados cerca de 942 mEuros para planos de
pensões e planos de reformas antecipadas por algumas empresas do Grupo.
No exercício de 2022, o valor das "Provisões para encargos com benefícios de empregados", inclui um
reforço da provisão do programa de pré-reforma PPR para 2022, no montante de 36.178 mEuros, por
contrapartida de Custos com Pessoal (Nota 35).
366
Nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os montantes apresentados
na coluna “Transferências e outros” no mapa de movimentos nas provisões para encargos com benefícios
de empregados apresentam a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Acordos de suspensão da prestação de trabalho e Plano Horizonte (Nota 35 e 36) 36.251 30.109
53.787 (99.194)
17.325 (109.812)
As provisões para outros riscos e encargos destinam-se a fazer face a contingências resultantes da
atividade da CGD.
367
Passivos contingentes e compromissos
31-12-2022 31-12-2021
Passivos eventuais
14.779.145 21.068.367
Compromissos
A receber (333) -
12.629.075 11.865.815
31-12-2022 31-12-2021
Instrumentos de dívida
Recursos consignados
11.485.700 17.915.029
(*) Englo ba a carteira de título s afecto s a to madas de liquidez junto do B anco Central Euro peu, assim co mo o s título s dado s em garantia ao
B anco de P o rtugal no âmbito do "Co ntrato de Garantia do Crédito Intradiário " no valo r de 500 milhõ es de euro s e o utras o peraçõ es em mercado
mo netário Interbancário .
Os ativos dados em garantia respeitam a instrumentos de dívida, os quais, em função da sua natureza, se
encontram classificados em rubricas de ativos ao justo valor por contrapartida de resultados, ativos
368
financeiros ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral, crédito a clientes e
responsabilidades representadas por títulos (Nota 23).
Os ativos dados em garantia não estão disponíveis para livre utilização pela CGD nas suas operações,
encontrando-se registados em rubricas extrapatrimoniais pelo valor nominal.
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os títulos dados em garantia para fazer face aos
compromissos com responsabilidades a prazo de contribuições anuais para o Fundo de Garantia de
Depósitos e com o Sistema de Indemnização aos Investidores assumidos pelo Grupo, apresentam um valor
de mercado de 204.787 mEuros e 202.084 mEuros, respetivamente.
O Fundo de Garantia de Depósitos tem por objetivo garantir os depósitos dos clientes, de acordo com os
limites estabelecidos no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras. Para este
efeito, são efetuadas contribuições anuais regulares. Em exercícios passados, parte destas
responsabilidades foram assumidas através de um compromisso irrevogável de realização das referidas
contribuições no momento em que o Fundo o solicite, não tendo este montante sido relevado como custo.
O valor total dos compromissos assumidos desde 1996 ascende a 155.553 mEuros. Em 31 de dezembro
de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o Grupo reconheceu encargos com a contribuição anual para o FGD
nos montantes de 1.940 mEuros e 1.447 mEuros, respetivamente.
Autoridade da Concorrência
Em 3 de junho de 2015, a CGD foi notificada de Nota de Ilicitude através da qual a Autoridade da
Concorrência lhe imputa, bem como a catorze outras Instituições de Crédito, diversas práticas,
designadamente troca de informação com parte das mesmas Instituições de Crédito, que, na ótica da
mencionada Autoridade, constituem práticas concertadas que tiveram como objeto falsear, de forma
sensível, a concorrência no mercado.
Em razão de requerimentos apresentados por diversas Instituições de Crédito visadas, o prazo inicial veio
a ser prorrogado por mais de uma vez, não se encontrando ainda esgotado. Apesar de tal facto, a CGD
concluiu a preparação da sua defesa no decorrer do período inicialmente previsto para o efeito, e que
findava em 17 de novembro de 2015.
Em junho, julho e outubro de 2018, a CGD respondeu a pedidos de elementos adicionais da Autoridade da
Concorrência.
Em março de 2019, a CGD foi notificada da deliberação da Autoridade da Concorrência que prorrogou o
prazo da instrução do processo até 31 de dezembro de 2020.
A CGD considera existirem falhas e omissões na imputação das alegadas infrações e na fixação da coima
que lhe foi aplicada, razão pela qual procedeu à sua impugnação junto do Tribunal da Concorrência,
Regulação e Supervisão em 21 de outubro de 2019.
Naquele âmbito, em 21 de dezembro de 2020, foi prestada garantia bancária no montante de 41.000
mEuros por o tribunal ter entendido que tal era necessário para efeitos de suspensão da execução da
coima. Não obstante, esta decisão está a ser contestada pela CGD.
369
foi determinada pela juíza titular do processo para alteração de factos não substanciais relativamente aos
constantes da acusação. Em 28 de abril de 2022, o tribunal decidiu o reenvio prejudicial para o Tribunal de
Justiça da União Europeia de várias questões em que releva a interpretação de direito da União Europeia,
encontrando-se o processo de contraordenação suspenso até que aquele tribunal se pronuncie.
Fundo de Resolução
O Fundo de Resolução foi criado pelo Decreto-Lei n.º 31-A/2012, de 10 de fevereiro, sendo os seus recursos
provenientes do pagamento das contribuições devidas pelas instituições participantes no Fundo e da
contribuição sobre o setor bancário. Adicionalmente, está também previsto que sempre que esses recursos
se mostrem insuficientes para o cumprimento das suas obrigações podem ser utilizados outros meios de
financiamento, nomeadamente:
O Conselho de Administração do Banco de Portugal deliberou, no dia 3 de agosto de 2014, aplicar ao Banco
Espírito Santo, S.A. (“BES”) uma medida de resolução, tendo a generalidade da atividade e do património
do BES sido transferida para o Novo Banco S.A., uma nova instituição bancária de transição criada para o
efeito, integralmente detido pelo Fundo de Resolução.
Na sequência da medida de resolução, foram determinadas necessidades de capital do Novo Banco, S.A.
de 4.900.000 mEuros a realizar pelo único acionista nos termos da legislação em vigor. Considerando que
o Fundo de Resolução não detinha nessa data os recursos próprios necessários à operação, a subscrição
de capital foi efetuada mediante a obtenção de dois financiamentos:
- 700.000 mEuros de oito instituições participantes no Fundo (dos quais 174.000 mEuros
assegurados pela CGD).
O processo de alienação da participação detida pelo Fundo de Resolução no capital do Novo Banco foi
relançado em janeiro de 2016.
370
Em 28 de setembro de 2016, o Fundo de Resolução anunciou ter acordado com o Ministério das Finanças
a revisão das condições dos empréstimos obtidos para o financiamento da medida de resolução do BES.
De acordo com o comunicado do Fundo de Resolução, a revisão então acordada "permitiria a extensão
dessa maturidade em termos que garantam a capacidade do Fundo de Resolução para cumprir
integralmente as suas obrigações com base nas suas receitas regulares, e independentemente das
contingências positivas ou negativas a que o Fundo de Resolução se encontra exposto”. Na mesma data,
o Gabinete do Ministro das Finanças anunciou também que "no âmbito do contrato com o Fundo de
Resolução, e de acordo com as bases já estabelecidas, quaisquer aumentos ou reduções de
responsabilidades decorrentes da materialização de contingências futuras, determinarão o ajustamento da
maturidade dos empréstimos do Estado e dos bancos ao Fundo de Resolução, mantendo-se o esforço
contributivo exigido ao setor bancário nos níveis atuais."
Em 21 de março de 2017, o Fundo de Resolução anunciou a formalização das alterações contratuais acima
mencionadas, incluindo a extensão do prazo de vencimento para 31 de dezembro de 2046. A revisão das
condições dos empréstimos visou assegurar a sustentabilidade e o equilíbrio financeiro do Fundo de
Resolução, com base num encargo estável, previsível e comportável para o setor bancário.
Em 31 de março de 2017, o Banco de Portugal selecionou a Lone Star para a conclusão da operação de
venda do Novo Banco. Este acordo implicou a realização de dois aumentos de capital, o primeiro no valor
de 750.000 mEuros ocorrido em outubro desse ano, e o segundo no valor de 250.000 mEuros em dezembro
de 2017.
Esta venda foi precedida da concretização de uma operação de Liability Management Exercise (LME) sobre
36 séries de obrigações no valor contabilístico de 3.000.000 mEuros. O sucesso desta operação traduziu-
se na compra e reembolso de obrigações representativas de 73% do seu valor contabilístico, com um
resultado imediato de 209.700 mEuros.
Na sequência do processo de venda foi criado um Mecanismo de Capital Contingente que permite ao Novo
Banco poder ser compensado, até ao limite máximo de 3.890.000 mEuros, por perdas que venham a ser
reconhecidas em alguns dos seus ativos a cargo do Fundo de Resolução.
Após a conclusão desta operação, cessou a aplicação do regime das instituições de transição ao Novo
Banco, passando este a operar em total normalidade ainda que sujeito a algumas medidas limitativas à sua
atividade impostas pela autoridade da concorrência europeia.
Em 28 de março de 2018, após o anúncio dos resultados do banco relativos ao exercício de 2017, acionou-
se o mecanismo de capitalização contingente previsto nos contratos celebrados aquando da venda, o que
determinou a obrigação de pagamento de 792.000 mEuros ao Novo Banco pelo Fundo de Resolução.
Em 24 de maio de 2018, foi realizado o pagamento acima referido, após a certificação legal de contas do
Novo Banco e após a conclusão dos procedimento de verificação necessários, dos quais resultou a
confirmação de que estavam verificadas as condições que, nos termos do contrato, determinam a
realização do pagamento, bem como a confirmação do exato valor a pagar pelo Fundo de Resolução.
Para o efeito, o Fundo de Resolução utilizou os seus recursos próprios, resultantes das contribuições pagas
pelo setor bancário, complementados por um empréstimo do Estado Português, no montante de 430.000
mEuros.
Em 1 de março de 2019, o Novo banco anunciou os resultados relativos ao exercício de 2018 dos quais
resulta o acionamento do mecanismo de capitalização contingente previsto nos contratos celebrados em
2017, no âmbito da venda da instituição. De acordo com os resultados divulgados pelo Novo Banco, o
montante pago em 2019 pelo Fundo de Resolução ascendeu 1.149.000 mEuros.
371
O pagamento devido em 2019 pelo Fundo de Resolução foi realizado a 6 de maio de 2019. Para o efeito,
o Fundo de Resolução utilizou tal como em 2018, os seus recursos financeiros disponíveis, resultantes das
contribuições pagas pelo setor bancário, complementadas por um empréstimo do Estado Português, no
montante de 850.000 mEuros.
De acordo com o comunicado do Novo Banco referente aos resultados de 2019, o Novo Banco solicitou
uma compensação de 1.037.000 mEuros ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente, tal como
estipulado no contrato de venda. O referido pagamento foi realizado em maio de 2020, no montante de
1.035.000 mEuros.
O Fundo de Resolução também prestou à Comissão de Orçamento e Finanças, por escrito, todos os
esclarecimentos sobre a sua decisão de deduzir, ao valor apurado nos termos do mecanismo de capital
contingente, o montante relativo à remuneração variável atribuída aos membros do Conselho de
Administração Executivo do Novo Banco.
O valor das compensações pagas em 2018 (792.000 mEuros referentes a 2017), 2019 (1.149.000 mEuros
referentes a 2018) e 2020 (1.035.000 mEuros referentes a 2019) totalizam 2.976.000 mEuros. O montante
máximo de pagamentos a realizar pelo Fundo de Resolução estabelecido no Acordo de Capitalização
Contingente é de 3.890.000 mEuros.
A propósito das informações difundidas a 4 de junho de 2020 na sequência da publicação, pelo Conselho
das Finanças Públicas das “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2020-2022”, o Fundo de
Resolução esclarece que iniciou, em conjunto com o Novo Banco, um procedimento arbitral com vista a
esclarecer o tratamento que devem merecer, à luz do Acordo de Capitalização Contingente
celebrado entre ambos, os efeitos decorrentes da intenção do Novo Banco em prescindir do regime
transitório de que atualmente beneficia e que visa reduzir o impacto da introdução da IFRS 9 sobre os
fundos próprios das instituições de crédito.
O procedimento arbitral referido não representa risco adicional face ao limite de 3.890.000 mEuros.
A aquisição foi feita pelos fundos “APAX Partners”, cuja idoneidade foi objeto de avaliação pela autoridade
competente. Na avaliação do Fundo de Resolução, o valor da venda correspondeu ao valor da melhor oferta
recebida na sequência de um processo de venda aberto e competitivo e reflete o valor de mercado, naquele
momento, do ativo em causa.
Na sequência do pagamento que efetuou ao Novo Banco, em maio de 2019, em cumprimento do Acordo
de Capitalização Contingente, o Fundo de Resolução divulgou, a 3 de setembro de 2020, que recebeu o
relatório da auditoria especial determinada pelo Governo, nos termos do disposto na Lei n.º 15/2019, de 12
de fevereiro, que estabelece que sempre que são disponibilizados, direta ou indiretamente, fundos públicos
a uma instituição de crédito deve ser efetuada uma auditoria por uma entidade independente, neste caso a
Deloitte & Associados, SROC., e veio também ao encontro de uma necessidade identificada, em fevereiro
de 2019, pelo Fundo de Resolução.
Os resultados da auditoria revelam que Novo Banco continua fortemente marcado pelo vasto legado de
ativos não produtivos, gerado ainda na esfera do Banco Espírito Santo, S.A., com o consequente registo
de imparidades e provisões, mas que tem robustecido os seus procedimentos internos. Revela também a
adequação dos princípios e critérios adotados no que respeita ao exercício dos poderes do Fundo de
Resolução no âmbito do Acordo de Capitalização Contingente.
No dia 4 de junho de 2021, o Fundo de Resolução efetuou o pagamento ao Novo Banco, referente ao
Acordo de Capitalização Contingente no valor de 317.013 mEuros, com respeito às contas do exercício de
2020. Este pagamento resulta do pedido do Novo Banco, a 7 de abril de 2021, no montante de 598.312
mEuros. Concluídos todos os procedimentos de validação, foi confirmado que, com referência a 31 de
372
dezembro de 2020, se verificava a condição que determina a realização de um pagamento por parte do
Fundo de Resolução. O montante necessário para que o rácio CET1 do Novo Banco se situe no nível
contratualmente estipulado de 12% é de 598.312 mEuros valor confirmado pelo Banco de Portugal e pelo
Banco Central Europeu, as autoridades com competência legal para o efeito.
O Fundo de Resolução considerou que, ao valor solicitado pelo Novo Banco, era devido um ajustamento
no montante agregado de 169.299 mEuros. Esse ajustamento resulta do somatório dos valores relativos às
situações a seguir indicadas:
(iii) A redução dos custos correspondentes à remuneração variável atribuída aos membros do
Conselho de Administração Executivo do Novo Banco referente aos exercícios de 2020 (no
montante de 1.860 mEuros) e de 2019 (no montante de 1.997 mEuros). Esta última parcela já
havia justificado uma redução no pagamento realizado em 2020, mas deve continuar a ser objeto
de ajustamento, tendo em conta o funcionamento do mecanismo de capitalização contingente.
Assim, o valor apurado pelo Fundo de Resolução para efeitos de pagamento ao Novo Banco foi
de 429.013 mEuros.
A realização do pagamento por parte do Fundo de Resolução exigiu uma alteração orçamental, que foi
autorizada por Despacho de S.E. o Ministro de Estado e das Finanças.
Do valor de 429.013 mEuros, a autorização relativa a uma parcela de 112.000 mEuros ficou dependente
da conclusão de uma averiguação suplementar, que inclua a obtenção de uma opinião externa,
relativamente à opção do Novo Banco de não aplicar a política de contabilidade de cobertura aos
instrumentos financeiros derivados contratados para cobrir risco de taxa de juro resultante da exposição a
obrigações de dívida soberana de longo prazo. Assim, foi realizado o pagamento ao Novo Banco do
montante de 317.013 mEuros e prosseguirão as diligências necessárias para aferir a verificação da
condição a que ficou sujeita a transferência do montante de 112.000 mEuros.
O pagamento ao Novo Banco foi integralmente financiado com recursos provenientes de um empréstimo
obtido junto de sete instituições de crédito nacionais. O empréstimo tem vencimento em 2046 e é
remunerado a uma taxa de juro correspondente ao custo de financiamento da República para o prazo entre
a data de celebração do contrato (31 de maio de 2021) e 31 de dezembro de 2026, acrescido de uma
margem de 15 pontos base. A taxa de juro será revista a 31 de dezembro de 2026 e depois a cada período
de cinco anos, correspondendo ao custo de financiamento da República a cinco anos, acrescido de uma
margem de 15 pontos base.
Mesmo considerando o valor de 429.013 mEuros (ou até o valor solicitado pelo Novo Banco), o valor
apurado relativamente ao ano de 2020 é inferior ao valor das perdas registadas nesse ano relativamente
aos ativos abrangidos pelo mecanismo de capitalização contingente, que foi de 752.000 mEuros.
Por outro lado, o valor acumulado das perdas relativas a esses ativos (entre 30 de junho de 2016 e 31 de
dezembro de 2020) ascende a 4.367.000 mEuros, pelo que – mesmo que se considere o valor de 429.013
mEuros referentes a 2020 – o valor acumulado dos pagamentos do Fundo de Resolução será de 3.405.000
mEuros, ou seja, inferior em 962.000 mEuros ao valor acumulado das perdas.
Tal como tem acontecido em anos anteriores, o mecanismo de capitalização contingente limita o valor dos
pagamentos pelo Fundo de Resolução ao montante necessário para que os rácios de capital do Novo Banco
se mantenham nos níveis acordados.
A 13 de fevereiro de 2023, foi divulgado pelo Ministério das Finanças que a Comissão Europeia pretendia
dar como concluído o processo de reestruturação do Novo Banco, confirmando a reestruturação bem-
sucedida do Novo Banco, resultante da execução conjugada do plano de reestruturação acordado em 2017,
no âmbito da operação de venda conduzida pelo Banco de Portugal, e dos contratos de venda,
designadamente do Acordo de Capitalização Contingente, ao abrigo do qual o Fundo de Resolução
transferiu para o Novo Banco menos 485.000 mEuros do que o valor máximo fixado no contrato (3.890.000
mEuros).
A conclusão da reestruturação do Novo Banco, no qual o Fundo de Resolução mantém uma participação
de 19,31%, é também mais um indicador de que o Novo Banco não deverá necessitar de solicitar mais
373
nenhum pagamento ao Fundo de Resolução ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente, sem
prejuízo do contencioso que atualmente está em curso ou possa ainda existir relativamente às verbas já
solicitadas pelo Novo Banco relativamente a exercícios passados e que o Fundo de Resolução considera
que não são devidas.
De acordo com o comunicado do Banco de Portugal de 20 de dezembro de 2015, foi decidida a venda da
atividade do Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. (Banif) e da maior parte dos seus ativos e
passivos ao Banco Santander Totta por 150.000 mEuros. Segundo o referido comunicado, as imposições
das instituições europeias e a inviabilização da venda voluntária do Banif conduziram a que esta alienação
fosse tomada no contexto de uma medida de resolução.
A maior parte dos ativos que não foram objeto de alienação foram transferidos para um veículo de gestão
de ativos, denominado Oitante, S.A. (Oitante), criado especificamente para o efeito, o qual tem como
acionista único o Fundo de Resolução. Neste âmbito, a Oitante procedeu à emissão de obrigações
representativas de dívida, as quais foram adquiridas na totalidade pelo Banco Santander Totta, tendo sido
prestada uma garantia pelo Fundo de Resolução e uma contragarantia pelo Estado Português.
A operação envolveu um apoio público de cerca de 2.255.000 mEuros para cobertura de contingências
futuras, dos quais 489.000 mEuros pelo Fundo de Resolução e 1.766.000 mEuros diretamente pelo Estado
Português, em resultado das opções acordadas entre as autoridades portuguesas, as instâncias europeias
e o Banco Santander Totta, para a delimitação do perímetro dos ativos e passivos alienados.
O montante não transferido para o Fundo Único de Resolução será pago pelas Instituições abrangidas no
âmbito do Regulamento UMR ao mesmo Fundo Único de Resolução ao longo de um período de oito anos
(a terminar em 2024), conforme previsto no Regulamento de Execução (EU) 2015/81 do Conselho, de 19
de dezembro de 2014.
Em 21 de março de 2017, o Fundo de Resolução anunciou a alteração das condições dos empréstimos
obtidos para o financiamento da medida de resolução do Banif em moldes similares ao anteriormente
descrito relativamente aos financiamentos da medida de resolução do BES.
(i) Não é previsível que o Fundo de Resolução venha a propor a criação de uma contribuição especial
para financiamento das medidas de resolução descritas acima, pelo que a probabilidade de
eventual cobrança de uma contribuição especial afigura-se remota; e,
(ii) Prevê-se que eventuais défices do Fundo de Resolução sejam financiados através de
contribuições periódicas ao abrigo do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 24/2013, de 19 de fevereiro, o
qual estipula que as contribuições periódicas para o Fundo de Resolução devem ser pagas pelas
instituições que nele participam, e que estejam em atividade no último dia do mês de abril do ano
a que respeita a contribuição periódica. Estas contribuições, bem como a contribuição sobre o
setor bancário, são registadas em custos do período, de acordo com a IFRIC 21 – “Taxas”.
374
25. Outros passivos subordinados
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
1.118.490 1.117.883
Em 29 de junho de 2012, a CGD emitiu instrumentos financeiros híbridos, elegíveis para fundos próprios
Core Tier 1, no valor global de 900.000 mEuros, os quais foram subscritos na sua totalidade pelo Estado
Português (condições definidas no Despacho n.º 8840-C/2012, de 28 de junho de 2012). Estas obrigações
eram convertíveis em ações nas seguintes circunstâncias:
- A CGD não proceder à recompra da totalidade dos instrumentos financeiros híbridos até ao final
do período de investimento (cinco anos);
- Exercício do direito de conversão estipulado nas condições de emissão, por parte do Estado; e,
- No caso de os instrumentos financeiros híbridos deixarem de ser elegíveis para efeitos de fundos
próprios Core Tier 1.
No seguimento da autorização concedida pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Portugal em 6 de
dezembro de 2016, obtida no âmbito do novo processo de recapitalização negociado com as autoridades
europeias, a Caixa recebeu a título de aumento de capital em espécie os instrumentos financeiros híbridos,
elegíveis para fundos próprios Core Tier 1 (CoCo), acrescidos dos correspondentes juros corridos e não
pagos até à data de 4 de janeiro de 2017 (data de realização do aumento de capital).
Ainda na sequência deste processo, foi levantada pela Comissão Europeia a interdição que se encontrava
em vigor, relativa ao pagamento de cupões discricionários na dívida subordinada. No primeiro trimestre de
2017, a CGD retomou o pagamento dos respetivos cupões.
No exercício de 2018, a CGD concluiu a última fase do procedimento acordado com as instituições
europeias no âmbito do processo de recapitalização, mediante a emissão de 500.000 mEuros de dívida
subordinada Tier 2.
375
26. Outros passivos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Credores
Outras exigibilidades
3.980.803 3.628.679
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a rubrica “Recursos - conta caução” inclui 72.670
mEuros e 27.300 mEuros, respetivamente, relativos a saldos depositados na CGD por diversas instituições
financeiras no âmbito da contratação de operações “Swap de taxa de juro” (IRS).
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a rubrica "Encargos a pagar” inclui 10.524 mEuros
e 10.965 mEuros, respetivamente, relativo a prémios de antiguidade a colaboradores da CGD.
376
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, as condições dos “Recursos consignados” podem
ser resumidas da seguinte forma:
CGD Loan for SMES and other PRIO II Banco Europeu de Investimento 300.000 300.000 10-04-2015 06-04-2023
CGD Loan for SMES and other PRIO III - A Banco Europeu de Investimento 150.000 150.000 21-07-2017 21-07-2025
CGD Loan for SMES and other PRIO III - B Banco Europeu de Investimento 150.000 150.000 07-03-2018 06-03-2026
Projeto Scut Açores Banco Europeu de Investimento 34.286 37.143 15-12-2010 15-09-2034
CGD - Empréstimo Global XIII Banco Europeu de Investimento 18.750 23.438 15-12-2010 15-09-2026
CEB - PARES CEB - Council of Europe Development Bank 3.075 4.612 23-12-2010 23-12-2024
CEB - Educação CEB - Council of Europe Development Bank 1.229 2.458 21-02-2011 21-11-2023
Operações realizadas pelo Banco Comercial e
de Investimentos, S.A.R.L. 7.422 6.947
Outros 5 16
664.766 684.605
377
27. Capital e outros instrumentos
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o capital da CGD é integralmente detido pelo
Estado Português e apresenta a seguinte composição (em Euros):
31-12-2022 31-12-2021
O Estado Português, ao abrigo do acordo celebrado em março de 2017 com as autoridades europeias no
âmbito do processo de recapitalização da CGD, deliberou em 4 de janeiro de 2017 a realização das
seguintes operações:
(iii) O aumento do capital social da CGD para 7.344.144 mEuros, mediante a emissão de 288.828.747
ações ordinárias com um valor nominal de 5 euros cada, através da transmissão em espécie de
490.000.000 ações do capital social da Parcaixa, SGPS, S.A. pelo montante de 498.996 mEuros,
e da transmissão em espécie de obrigações convertíveis de capital contingente (CoCos), no
montante de 900.000 mEuros (Nota 23), acrescidos dos correspondentes juros corridos no
montante de 45.148 mEuros; e,
(iv) A redução do capital social da CGD em 6.000.000 mEuros, por extinção de 1.200.000.000 ações
para cobertura de resultados transitados negativos no valor de 1.404.506 mEuros e para
constituição de reservas livres no montante de 4.595.494 mEuros.
Posteriormente, em 30 de março de 2017, o Estado deliberou proceder a um novo aumento do capital social
no montante de 2.500.000 mEuros, mediante a emissão de 500.000.000 de novas ações ordinárias com
um valor nominal de 5 euros cada, integralmente subscrito pelo único acionista.
Nessa mesma data, a CGD emitiu 500.000 mEuros de valores mobiliários representativos de fundos
próprios adicionais de nível 1 (Additional Tier 1), integralmente subscritos por investidores profissionais
privados. Esta emissão é remunerada a uma taxa de 10,75%.
No dia 1 de fevereiro de 2022, a Caixa recebeu autorização do Banco Central Europeu para o reembolso
antecipado da emissão de fundos próprios adicionais de nível 1 (Additional Tier 1), no montante de 500.000
mEuros, com efeitos a 30 de março de 2022.
A autorização para o reembolso antecipado resulta da avaliação positiva feita pelo BCE à solidez financeira
da Caixa, reflexo da conclusão com sucesso do difícil e exigente plano de reestruturação.
378
28. Reservas, resultados transitados e resultado atribuível
ao acionista da CGD
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, as rubricas de reservas e resultados transitados
têm a seguinte composição:
31-12-2022 31-12-2021
Reservas de reavaliação
129.663 255.079
4.365.905 3.866.572
5.338.354 4.705.012
Conforme referido em maior detalhe na Nota 19, em consequência do apuramento de um resultado líquido
negativo no âmbito da sua atividade individual no exercício de 2016 e ao abrigo das condições definidas
pela Lei n.º 61/2014, foram concluídos no decorrer do exercício de 2019, os procedimentos de conversão
de ativos por impostos diferidos em créditos tributários, cujo valor final ascendeu a 420.575 mEuros. No
âmbito da legislação aplicável, a conversão dos ativos por impostos diferidos foi precedida da constituição
de uma reserva especial de 681.571 mEuros, correspondente ao valor do crédito tributário apurado no
âmbito da conversão, majorado em 10% e ajustado ao abrigo dos requisitos do n.º 3 do artigo 11.º da Lei
n.º 61/2014. A constituição da reserva especial foi acompanhada da emissão e atribuição simultânea ao
Estado de direitos de conversão por montante equivalente.
A “Reserva de justo valor” reflete as mais e menos-valias potenciais em instrumentos de dívida valorizados
ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral.
A reserva de conversão cambial, que reflete o efeito da conversão cambial das demonstrações financeiras
de filiais expressas em moeda estrangeira, está incluída em “Outras reservas”.
379
As reservas de reavaliação legal de imobilizado só podem ser utilizadas para a cobertura de prejuízos
acumulados ou para aumentar o capital. No caso da CGD, as reservas não distribuíveis por este motivo
ascendem a 110.425 mEuros e foram constituídas ao abrigo da seguinte legislação:
Imobilizações corpóreas
110.425
380
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a contribuição líquida das sucursais e filiais para
o resultado consolidado da CGD é a seguinte:
31-12-2022 31-12-2021
577.048 351.326
31-12-2022 31-12-2021
Das filiais
Banco Caixa Geral - Brasil, S.A. 104 (1.605)
Caixa - Banco de Investimento, S.A. (a) 13.185 12.916
Banco Comercial e de Investimentos, S.A. 62.935 34.878
Banco Interatlântico, S.A.R.L. 1.928 1.602
Banco Comercial do Atlântico, S.A. 9.246 7.809
Banco Nacional Ultramarino, S.A. (Macau) 44.930 47.878
Caixa - Participações, SGPS, S.A. (1.551) (1.796)
CGD Investimentos CVC, S.A. 136 78
A Promotora, Sociedade de Capital de Risco, S.A.R.L. 81 110
Caixa Gestão de Ativos - Sociedade Gestora de Organismos de
Investimento Coletivo, S.A. 13.795 12.495
CGD Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. 2.512 2.581
Fundo de Capital de Risco Empreender Mais 2.639 5.402
Fundo de Capital de Risco Caixa Fundos 5.045 13.183
Caixagest Private Equity - Fundo Especial de Investimento (274) 1.887
381
Distribuição do resultado do exercício
Exercício de 2021
Em Assembleia Geral, realizada em 31 de maio de 2022, foi deliberada a aplicação de 20% do Resultado
líquido em Reserva Legal (88.307 mEuros) e a incorporação de 112.156 mEuros na rubrica “Outras
Reservas e Resultados Transitados” e a distribuição de dividendos no valor de 241.071 mEuros, tendo sido
obtida a respetiva aprovação por parte das entidades de supervisão competentes, nos termos da legislação
europeia e nacional em vigor. Adicionalmente, considerando que a Caixa dispõe de uma situação financeira
robusta e que a alteração do montante a entregar ao acionista não prejudica a sua capacidade de cumprir
com os requisitos legais e regulamentares, designadamente, prudenciais, incluindo o MREL (Minimum
Requirement for own funds and Eligible Liabilities), considerando também, as comunicações estabelecidas
com as entidades de supervisão sobre esta matéria foi deliberada a distribuição de um montante adicional,
no valor de 137.160 mEuros, nos mesmos termos e condições da deliberação do passado dia 29 de
novembro de 2021.
Deste modo, a Caixa entregou ao seu acionista, em 2022, um montante de 378.231 mEuros.
Exercício de 2020
Em Assembleia Geral, realizada em 31 de maio de 2021, foi deliberada a aplicação de 20% do Resultado
líquido em Reserva Legal (81.308 mEuros) e a incorporação de 241.592 mEuros na rubrica “Outras
Reservas e Resultados Transitados” e a distribuição de dividendos no valor de 83.639 mEuros, tendo sido
obtida a respetiva aprovação por parte das entidades de supervisão competentes, nos termos da legislação
europeia e nacional em vigor.
Por Deliberação Social Unânime por escrito do seu acionista único, o Estado Português, de 29 de novembro
de 2021, foi determinado o pagamento de um dividendo extraordinário no valor de 300.000 mEuros,
liquidado em novembro de 2021. Esta deliberação teve por fundamento as recomendações do BCE relativas
à distribuição de dividendos durante a pandemia e o levantamento, em julho de 2021, das restrições à sua
distribuição para além de setembro de 2021, a normalização da atividade económica e dos mercados
financeiros e as deliberações dos órgãos de administração e de fiscalização da CGD em outubro de 2021
favoráveis a esta distribuição de dividendos, tendo a Caixa entregue ao seu acionista em 2021 um montante
total de 383.639 mEuros.
382
29. Interesses que não controlam
O valor das participações de terceiros em filiais tem a seguinte distribuição por entidade:
31-12-2022 31-12-2021
300.163 237.807
A parcela do lucro consolidado atribuível a interesses que não controlam no decorrer dos exercícios findos
em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, apresenta o seguinte detalhe:
31-12-2022 31-12-2021
80.289 50.334
383
30. Juros e rendimentos e juros e encargos similares
Estas rubricas têm a seguinte composição:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
Juros de ativos financeiros ao justo valor através de resultados (excepto instrumentos derivados) 3.679 4.896
Juros de ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 41.486 32.134
1.865.048 1.428.190
Juros de responsabilidades representadas por títulos sem carácter subordinado 13.047 11.497
457.057 448.927
384
31. Rendimentos de instrumentos de capital
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
14.099 13.051
385
32. Rendimentos e encargos com serviços e comissões
Estas rubricas têm a seguinte composição:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
755.983 685.890
149.529 124.370
386
33. Resultados em operações financeiras
Estas rubricas têm a seguinte composição:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
76.767 41.599
Em títulos
(9.029) (4.291)
Em derivados
89.493 13.962
80.464 9.671
Em títulos
46.363 127.644
126.827 137.315
18.587 10.260
(3.813) (3.902)
216.046 174.133
Os resultados em operações financeiras refletem, em particular, o impacto da subida das taxas de juro
sobre os instrumentos de cobertura de risco, em face da evolução da política monetária. A redução
relativamente ao período homólogo nos instrumentos de dívida ao justo valor por resultados fica a dever-
se aos efeitos extraordinários registados em 2021.
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, a rubrica "Outros" inclui 3.152 mEuros e 11.312
mEuros, respetivamente, relativas a resultados com minoritários de Fundos de Investimento incluídos no
perímetro de consolidação do Grupo CGD.
387
34. Outros resultados de exploração
Estas rubricas têm a seguinte composição:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
200.048 107.073
140.197 93.583
59.850 13.491
O aumento verificado no exercício de 2022 na rúbrica de “Ganhos em ativos não financeiros – Outros ativos
tangíveis” é justificado pela mais-valia de 35.902 mEuros, obtida pela venda do imóvel Sede da Rue de
Provence da sucursal de França.
388
O acréscimo em “Ganhos em ativos não financeiros – Propriedades de investimento” que se verificou no
exercício de 2022, deve-se ao ganho registado na alienação de um imóvel do fundo Fundolis, no montante
de 25.118 mEuros.
O Fundo de Resolução, criado pelo Decreto-Lei n.º 31-A/2012, de 10 de fevereiro, veio introduzir um regime
de resolução no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro.
Neste contexto, a principal missão do Fundo de Resolução consiste em prestar apoio financeiro à aplicação
de medidas de resolução adotadas pelo Banco de Portugal.
31-12-2022 31-12-2021
37.689 31.593
Nos exercícios de 2022 e de 2021, o Grupo realizou contribuições para o Fundo Único de Resolução em
numerário no montante de 20.992 mEuros e 17.911 mEuros, respetivamente, e 3.704 mEuros e 3.156
mEuros sob a forma de um compromisso irrevogável, mediante a constituição de uma caução para o efeito
(Nota 20).
389
35. Custos com pessoal e número médio de empregados
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
Provisão para acordos de suspensão da prestação de trabalho e pré-reforma (Nota 24) 36.251 30.109
437.489 416.178
111.948 (6.674)
816.254 422.923
Neste contexto, durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2022, a CGD registou em custos com
pessoal um montante global de 46.546 mEuros, sendo 36.251 mEuros associados a provisão de pré-
reformas e de acordos de suspensão da prestação de trabalho e o remanescente respeita a um reforço de
10.295 mEuros reconhecido no agregado das “Responsabilidades com Pensões” na componente
“Reformas antes da idade normal de reforma”. Adicionalmente, registou um custo líquido de 2.044 mEuros
em custos com pessoal resultante da conjugação dos custos incorridos com as rescisões por mútuo acordo
(aproximadamente 4.353 mEuros) e com os ganhos associados a esse acordo (aproximadamente 2.309
mEuros).
390
O número médio de empregados da CGD e das suas filiais durante os exercícios findos em 31 de dezembro
de 2022 e 31 de dezembro de 2021, por tipo de função, foi o seguinte:
31-12-2022 31-12-2021
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o número de efetivos no final do período não inclui
os empregados pertencentes ao departamento de apoio à Caixa Geral de Aposentações (230 e 246,
respetivamente), os afetos aos serviços sociais da CGD (36 e 37, respetivamente) e outros abrangidos por
outras situações (156 e 150, respetivamente) designadamente por requisição ou ausência prolongada.
391
36. Pensões de reforma e outros benefícios dos empregados
Pensões de reforma e subsídio por morte após a idade da reforma
De acordo com o artigo 39.º do Decreto-Lei n.º 48.953, de 5 de abril de 1969 e o Decreto-Lei n.º 161/92, de
1 de agosto, competia à CGD o pagamento das pensões de reforma por doença, invalidez ou velhice dos
seus colaboradores, bem como das pensões de sobrevivência dos empregados admitidos a partir de 1 de
janeiro de 1992. As pensões de sobrevivência relativas aos empregados admitidos antes de 1 de janeiro
de 1992 são suportadas pela Caixa Geral de Aposentações (“CGA”). Para o efeito, estes empregados
descontam 2,5% das suas remunerações para a CGA.
Adicionalmente, em conformidade com o Acordo Coletivo de Trabalho Vertical (ACTV) em vigor para o setor
bancário, o ex-BNU tinha o compromisso de conceder aos seus empregados prestações pecuniárias a título
de reforma antecipada e por velhice, invalidez e sobrevivência. Estas prestações consistiam numa
percentagem, crescente com o número de anos de serviço, aplicada à tabela salarial negociada anualmente
com os sindicatos dos trabalhadores bancários. No exercício de 2001, na sequência da integração por fusão
do BNU na CGD, as responsabilidades com pensões dos empregados do BNU transitaram para a CGD.
Deste modo, os ex-empregados do BNU ainda no ativo à data da fusão ficaram abrangidos pelo plano de
pensões e benefícios em vigor na CGD. Quanto aos reformados e pensionistas do BNU à data da fusão,
continua a aplicar-se o plano de pensões que estava em vigor à data das respetivas reformas.
Com referência a 30 de novembro de 2004, foram transferidas para a CGA todas as responsabilidades com
pensões de aposentação do pessoal da CGD, relativamente ao tempo de serviço prestado até 31 de
dezembro de 2000, ao abrigo dos Decretos-Lei n.º 240-A/2004, de 29 de dezembro e n.º 241-A/2004, de
30 de dezembro. A transferência incluiu a responsabilidade com o subsídio por morte após a idade normal
de reforma, relativamente ao tempo de serviço acima referido.
A 24 de fevereiro de 2023, o governo português publicou o Decreto-Lei 14/2023 que procede, com efeitos
a 31 de dezembro de 2022, à transferência das restantes responsabilidades cobertas pelo Fundo de
Pensões da CGD (FPCGD) para a Caixa Geral de Aposentações, à extinção e liquidação do FPCGD e à
entrega, pela Caixa à CGA, de uma compensação financeira pelas responsabilidades transferidas.
8. Responsabilidades com o subsídio por morte relativas ao tempo de serviço prestado após 31 de
dezembro de 2000.
As pensões pagas são função do tempo de serviço prestado pelos trabalhadores e da respetiva retribuição
à data da reforma, sendo atualizadas com base nas remunerações vigentes para o pessoal no ativo.
O plano de pensões da CGD não é aplicável aos colaboradores ativos admitidos após 1 de janeiro de 2006,
uma vez que após o fecho do regime da Caixa Geral de Aposentações a novas inscrições a partir dessa
data, os trabalhadores contratados pela CGD a partir daquela data já foram obrigatoriamente inscritos no
Regime Geral de Segurança Social.
A CGD assegura o esforço contributivo necessário para a cobertura das suas responsabilidades por
pensões, dispondo para o efeito de um fundo de pensões, constituído em dezembro de 1991. De acordo
392
com o regime aplicável à CGD, os empregados contribuem para o fundo de pensões com as seguintes
percentagens das suas retribuições:
A contribuição destes últimos é efetuada integralmente para o fundo de pensões, dado que o respetivo
regime de pensões de sobrevivência está a cargo do fundo.
O custo do exercício com pensões de reforma e sobrevivência, que inclui o custo dos serviços correntes e
o custo dos juros, deduzido do rendimento esperado dos ativos do Fundo e das contribuições dos
empregados, é refletido pelo valor líquido na rubrica de “Custos com pessoal”.
O impacto da passagem à reforma de colaboradores antes da idade normal de reforma definida no estudo
atuarial é refletido diretamente em “Custos com pessoal”.
Determinação das responsabilidades com pensões de reforma e subsídio por morte após a idade da
reforma
Para determinação das responsabilidades com pensões de reforma em pagamento e por serviços passados
dos empregados no ativo, com referência a 31 de dezembro de 2022 (cenário de continuidade do Fundo
de Pensões) e 31 de dezembro de 2021, foram efetuados estudos atuariais por uma entidade especializada
independente.
31-12-2022 31-12-2021
Tábua de mortalidade
Taxa de crescimento dos salários 4,4% em 2023 e 1,4% após 0,60% a partir de 2022
Taxa de crescimento das pensões 3,9% em 2023 e 1,0% após 0,30% a partir de 2022
36 anos de serviço com pelo menos 36 anos de serviço com pelo menos
60 anos de idade, com um máximo 60 anos de idade, com um máximo
de 70 anos de idade. Existe ainda a de 70 anos de idade. Existe ainda a
Idade de reforma possibilidade de reforma aos 59 anos possibilidade de reforma aos 59 anos
de idade com 39 anos de serviço ou de idade com 39 anos de serviço ou
58 anos de idade com 42 anos de 58 anos de idade com 42 anos de
serviço. serviço.
Conforme definido pela Norma IAS 19 – “Benefícios dos empregados”, a taxa de desconto é determinada
com base em taxas de mercado de obrigações de baixo risco, cuja duração é semelhante à das
responsabilidades da CGD (15 anos). Em 2022, face às alterações significativas ocorridas nos principais
393
referenciais de mercado para fixação da taxa de desconto entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, a
CGD optou por aumentar a sua taxa de desconto de 1,35% para 3,60% numa perspetiva de continuidade
do Fundo de Pensões, devido ao comportamento verificado nas taxas de juro nos mercados internacionais,
designadamente nas que determinam as diversas taxas de referência calculadas para atualização de
responsabilidades atuariais.
De facto, após um longo período de descida das taxas de juro nos mercados internacionais, nomeadamente
dos emitentes sem risco, observou-se a partir do segundo semestre de 2021 um fenómeno de subida das
taxas, muito acentuado ao longo de 2022, em função do enquadramento macroeconómico inflacionista. Os
condicionamentos que a pandemia colocou à atividade económica e ao comércio global foram acentuados
com a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, refletindo-se num crescimento significativo e generalizado
dos preços internacionais, nomeadamente das matérias-primas.
É também importante referir que, em complemento da evolução do conflito militar na Ucrânia, a forma como
os mercados estão a reagir às políticas orçamentais das principais economias europeias e às políticas
monetárias dos bancos centrais tem conduzido a um relevante incremento da volatilidade das taxas de
referência no curto prazo. Como tal, a CGD fixou uma taxa de desconto inferior aos principais referenciais,
como fator mitigador dos efeitos conjunturais observados no mercado.
Adicionalmente, foram revistos em alta os pressupostos relativos à taxa de crescimento salarial e das
pensões, com destaque para 2023, em resultado das condicionantes da atividade económica em 2022
mencionadas anteriormente que impactaram a economia portuguesa, implicando um aumento da incerteza
e maiores taxas de inflação, em particular nas componentes energética e alimentar.
A CGD considera que haveria condições para manter a taxa de crescimento salarial no longo prazo, isto é,
nos 0,9%, após 2024, patamar utilizado no cálculo atuarial de junho de 2022 e que nessa data estava em
linha com o pressuposto mais conservador utilizado no mercado.
Contudo, face ao cenário de incerteza e à abordagem conservadora que tem caracterizado a política da
CGD nesta matéria, foi decidido incorporar uma margem de 50 pb sobre a referida taxa de crescimento
salarial para acomodar o risco de desvios no futuro, resultando na utilização como pressuposto de taxa de
crescimento salarial de 4,4% para 2023 e uma taxa de 1,4% nos anos seguintes.
Utilizando a mesma abordagem no pressuposto para a taxa de crescimento das pensões, ou seja, utilizar
uma margem de 50 pb para acomodar eventuais riscos de desvio - foi definida uma taxa de 3,9% para 2023
e de 1% nos anos seguintes.
Contrariando a tendência observada nos anos de 2020 a 2022, muito determinada pela pandemia e cujos
efeitos futuros ainda estão por determinar, a CGD prosseguiu também ao nível das taxas de mortalidade
uma abordagem conservadora no cálculo das responsabilidades com benefícios pós-emprego, alterando,
em junho de 2022, as tábuas de mortalidade, que refletem um aumento da esperança de vida média face
às anteriores.
A comparação entre os pressupostos atuariais e financeiros utilizados na determinação dos custos com
pensões da CGD para os exercícios de 2022 e 2021 e os valores efetivamente verificados é apresentada
no quadro seguinte:
31-12-2022 31-12-2021
394
31-12-2022 31-12-2021
Nos termos do Aviso n.º 4/2005, de 28 de fevereiro, do Banco de Portugal, é definida a obrigatoriedade de
financiamento integral das responsabilidades com reformados e pré-reformados e de um nível mínimo de
financiamento de 95% das responsabilidades por serviços passados de pessoal no ativo.
Em 31 de dezembro de 2022, o valor do Fundo calculado pela Sociedade Gestora ascendia a 3.306.871
mEuros, valor suficiente para cobrir o financiamento mínimo obrigatório exigido pelo atual normativo
aplicável a essa categoria de responsabilidades, isto é, cobrir 100% das responsabilidades com os
reformados e pelo menos 95% com os ativos. No final de 2022, as responsabilidades com o Plano e
Pensões encontravam-se financiadas em cerca de 119%.
31-12-2022 31-12-2021
13.739 13.723
O movimento nos fundos de pensões e provisões para pensões e encargos similares durante os exercícios
de 2022 e 2021 foi o seguinte:
Contribuições pagas
De natureza regular
Contribuições pagas
De natureza regular
395
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o Fundo de Pensões do Pessoal da CGD é gerido
pela CGD Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
31-12-2022 31-12-2021
Saúde - 436
163.891 186.447
Carteira de obrigações por rating de crédito
AA 341.205 297.409
A 277.903 353.140
1.453.884 1.645.933
Em 31 de dezembro de 2022, o valor do Fundo de Pensões do Pessoal da CGD calculado pela CGD
Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. ascendia a 3.306.871 mEuros.
31-12-2022 31-12-2021
396
como títulos emitidos pela Caixa e unidades de participação de fundos imobiliários geridos por empresas
do Grupo no valor de 344.202 mEuros e 372.715 mEuros, respetivamente.
Os ativos do fundo estão sujeitos aos riscos de taxa de juro, de crédito, de mercado acionista, de mercado
imobiliário, de liquidez e ao risco cambial.
A política de investimentos implementada no fundo tem um objetivo de mitigação de parte dos riscos de
taxa de juro e de inflação. Essa proteção concretiza-se na alocação definida de investimentos em
obrigações de longo prazo e de taxa variável, o que induz uma proteção parcial contra as oscilações da
curva de rendimentos do mercado financeiro a longo prazo.
Para a mitigação dos riscos de mercado e cambial, o fundo pode utilizar futuros e opções sobre índices de
ações e forwards de taxa de câmbio.
A conjuntura económica dos últimos anos aliada à escassez de alternativas de investimentos com
maturidades mais longas, não tem permitido a adequação das diferentes classes de ativos com a duração
média das responsabilidades, numa perspetiva Asset Liability Matching (ALM).
A variação no diferencial entre as responsabilidades por serviços passados e o fundo de pensões, bem
como o correspondente impacto nas demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021, podem ser demonstrados da seguinte forma:
31-12-2022 31-12-2021
Rendimento esperado dos ativos do fundo de pensões 76.506 14 76.520 35.126 12 35.138
Custo normal do exercício (Nota 35) (30.341) (447) (30.788) (66.489) (526) (67.015)
Acréscimos de responsabilidades por reformas antes da idade normal de
reforma (Nota 35) (7.986) 8 (7.978) (6.406) 11 (6.395)
Variação com impacto em resultados (II) (38.327) (439) (38.766) (72.895) (515) (73.410)
Desvios atuariais e financeiros (III) 283.722 608 284.330 329.182 432 329.614
Contribuições regulares para Fundos de Pensões da CGD (IV) 29.829 - 29.829 55.704 55.704
Situação dos exercícios antes Contrib. Extraordinária (I) + (II) + (III) + (IV) 534.303 177 534.480 259.079 8 259.087
31-12-2022 31-12-2021
578.208 179.232
397
3,60%), a que se contrapuseram os impactos negativos da alteração das taxas de crescimento salarial e
das pensões e da alteração das tábuas de mortalidade.
Assistência médico-social
A assistência médico-social aos empregados no ativo e pensionistas da CGD (Sede) está a cargo dos
Serviços Sociais da Caixa Geral de Depósitos (Serviços Sociais). Com a celebração de um novo protocolo
entre a CGD e os Serviços Sociais (SS CGD) em 30 de abril de 2021, o regime de contribuição da CGD
para os Serviços Sociais passou de uma taxa fixa (6,5%) para um valor fixo mensal distinto consoante a
situação do inscrito (ativo, aposentado e outros beneficiários). Adicionalmente, a CGD tem
responsabilidades com as contribuições para os Serviços de Assistência Médico-Social (SAMS) relativas
aos colaboradores do Ex-BNU reformados até 23 de julho de 2001.
As responsabilidades por serviços passados com assistência médico-social foram determinadas com base
em estudos atuariais efetuados por entidades especializadas, utilizando pressupostos atuariais idênticos
aos acima apresentados para as responsabilidades com pensões.
As responsabilidades por serviços passados encontram-se registadas na rubrica “Provisões” (Nota 24). O
movimento nesse passivo no exercício de 2022 e exercício de 2021 foi o seguinte:
A partir de março de 2020, a CGD, no âmbito das alterações do Acordo de Empresa, substitui o Prémio de
Antiguidade por um Prémio Carreira, a pagar a cada empregado na data de saída para a reforma, e
corresponde até 1,5 * valor da remuneração. O passivo registado em 31 de dezembro de 2022 para fazer
face a esse compromisso ascendia a 8.167 mEuros e encontrava-se registado em “Outros passivos” (Nota
26).
A CGD paga uma verba a título de subsídio por morte aos colaboradores no ativo, isto é, antes da idade
normal de reforma.
Adicionalmente, a Sucursal de França assegura o pagamento de benefícios de longo prazo aos seus
trabalhadores, tendo sido apuradas responsabilidades no montante de 14.724 mEuros e 15.247 mEuros,
respetivamente, em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021.
A evolução dos ganhos e perdas atuariais da CGD Sede acumulados nos exercícios de 2022 e 2021 pode
ser demonstrada como segue:
398
Ganhos e perdas atuariais
Total
Pensões Saúde
A evolução das responsabilidades e saldo do Fundo de Pensões do Pessoal da CGD, bem como os ganhos
e perdas atuariais no ano corrente e nos últimos 4 anos é analisado como segue:
31-12-2022 31-12-2021 31-12-2020 31-12-2019 31-12-2018
Pensões de Pensões de Pensões de Pensões de Pensões de
Plano médico Plano médico Plano médico Plano médico Plano médico
reforma reforma reforma reforma reforma
Responsabilidades 2.772.568 309.231 3.299.619 356.488 3.432.199 524.845 3.226.048 511.287 2.740.053 452.878
Ganhos / (Perdas) decorrentes de responsabilidades 578.208 36.157 179.232 8.854 (191.431) (44.554) (417.396) (67.078) (29.767) 4.874
Ganhos / (Perdas) decorrentes dos ativos do Fundo (294.486) - 149.950 - 93.390 - 118.211 - (114.281) -
283.722 36.157 329.182 8.854 (98.041) (44.554) (299.185) (67.078) (144.048) 4.874
Provisões
31-12-2022 31-12-2021
CGD
Provisão para acordos de suspensão da prestação de trabalho (PH e ASPT) 82.621 79.969
545.395 648.094
Outros 4.311 -
11.470 7.814
556.864 658.255
399
que corresponde a um alargamento do Programa de Pré Reformas instituído em 2017 e que visa facultar
condições de saída aos empregados da CGD e das empresas do Grupo CGD que, não possuindo
condições para reforma voluntária, pretendam aderir à situação de pré-reforma. Em dezembro de 2021 a
CGD prolongou o Programa de Pré Reformas por mais 3 anos (2022 a 2024).
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o passivo registado pela CGD a este respeito
ascende a 220.201 mEuros e a 275.732 mEuros, respetivamente, e encontra-se registado na rubrica
“Provisões” (Nota 24):
31-12-2022 31-12-2021
17.325 (109.812)
Transferência das atuais responsabilidades do Fundo de Pensões da CGD para a Caixa Geral de
Aposentações (CGA)
Conforme nota prévia, a 24 de fevereiro de 2023, o governo português publicou o Decreto-Lei 14/2023 que
procede à transferência de todas as responsabilidades cobertas pelo Fundo de Pensões da CGD (FPCGD)
para a CGA, à extinção e liquidação do FPCGD e à entrega, pela Caixa à CGA, de uma compensação
financeira pelas responsabilidades transferidas.
Esta operação teve por base um cenário conservador tecnicamente suportado, de acordo com o
enquadramento legal e estudos atuariais realizados por atuário independente, validados pela Autoridade
de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
Considerando que todas as responsabilidades atuais e potenciais da Caixa asseguradas através do Fundo
serão transferidas para a CGA, incluindo as responsabilidades com pensões e prestações em pagamento
e novas pensões e prestações, o Fundo de Pensões será liquidado nos termos do Decreto-Lei acima
referido com efeitos a 31 de dezembro de 2022.
Nos termos estabelecidos na IAS 19, a CGD já reconheceu na Demonstração de Resultados de 2022, na
rubrica de custos com pessoal, o prémio suportado com a operação que corresponde à diferença entre o
valor das responsabilidades calculado numa perspetiva de continuidade - 2.772.568 mEuros (considerando
uma taxa de desconto de 3,6%) e o valor definido na operação – 3.018.340 mEuros (considerando uma
taxa de desconto de 3,2%), calculado numa perspetiva de liquidação de responsabilidades (settlement
scenario). Nestes termos, reconheceu um custo de 245.772 mEuros em 2022 (valor bruto, para um impacto
líquido de cerca de 178.554 mEuros).
De referir ainda que, na sequência do processo formal de aprovação do Diploma legal, a CGD executou os
passos necessários tendo em vista a alienação da maior parte dos ativos do Fundo, nomeadamente ativos
de risco. A 24 de fevereiro, data de promulgação do Decreto-Lei, tinha-se já alcançado uma considerável
redução da exposição a todas as classes de ativos, exceto imóveis, conforme quadro seguinte:
400
Variação desde
Classe de Ativo Exposição do Fundo
31-12-2022
(24-02-2023)
31-12-2022 31-01-2023 24-02-2023 31-01-2023 24-02-2023
Através desta operação a Caixa suporta um custo imediato mas elimina os riscos atuariais futuros
associados ao Fundo de Pensões.
O único risco da Caixa que subsiste até ao final de 2027 prende-se com um Mecanismo de Compensação
da CGA por eventuais desvios entre as taxas de crescimento dos salários e pensões utilizadas como
pressupostos na operação e as efetivas. Esta compensação será avaliada em 2028 com dados até
dezembro de 2027 e terá um valor máximo de 320.000mEuros.
De acordo com as normas contabilísticas, designadamente a IAS 37, a Caixa tem que registar nas suas
demonstrações financeiras o passivo contingente associado a este Mecanismo de Compensação. A
avaliação realizada no contexto da preparação das demonstrações financeiras de dezembro de 2022
conduziu à conclusão de este Mecanismo ter valor nulo neste momento, atendendo, quer à capacidade de
gestão que a Caixa tem das várias componentes remuneratórias com impacto no crescimento das
remunerações e pensões do universo de beneficiários, cujas responsabilidades estão a ser transferidas
para a CGA, quer ao grau de o conservadorismo das premissas subjacentes à transferência:
• Salários 4,4% em 2023 e 1,4% a partir de 2024, o que compara com o pressuposto de 0,9% que
a CGD utilizaria num cenário de continuidade, considerando os dados históricos;
• Pensões 3,9% em 2023 e 1% a partir de 2024 e seguintes, que compara com o pressuposto de
0,5% que a CGD utilizaria num cenário de continuidade, considerando os dados históricos.
A Caixa avaliará semestralmente o valor deste passivo contingente no âmbito da preparação das suas
demonstrações financeiras para efeitos de divulgação, procedendo ao registo de uma provisão caso no
âmbito dessa avaliação surja um valor positivo.
401
37. Outros gastos administrativos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Reexpresso
31-12-2022 31-12-2021
Serviços especializados
251.110 229.195
402
38. Imparidade em ativos
O movimento na imparidade durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro
de 2021 foi o seguinte:
Reforços
Recuperação
Saldo em Nova Reposições e Diferenças de Transferências Saldo em de crédito,
Restantes Utilizações
31-12-2021 produção anulações câmbio e outros 31-12-2022 juros e
despesas
Imparidade de crédito a clientes (Nota 13) 2.314.429 116.088 830.353 (872.461) (128.541) 14.046 (19.373) 2.254.541 (79.281)
Imparidade de aplicações em instituições de crédito (Nota 6) 2.062 - 2.457 (3.599) (0) 42 (65) 897
Imparidade de ativos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral (Nota 8) 485 - 2.121 (2.333) - 0 (110) 163
Imparidade de outros investimentos ao custo amortizado (Nota 12) 9.533 - 7.941 (610) (49) 1.007 0 17.821
Imparidade de outros ativos tangíveis 29.366 - 31.004 (22.700) - 100 (1.768) 36.002
Imparidade de outros ativos (Nota 20) 156.513 2 10.440 (8.448) (8.867) 968 (1.014) 149.594
Reforços
Recuperação
Saldo em Nova Reposições e Diferenças de Transferências Saldo em de crédito,
Restantes Utilizações
31-12-2020 produção anulações câmbio e outros 31-12-2021 juros e
despesas
Imparidade de crédito a clientes (Nota 13) 2.245.857 151.516 4.446.001 (4.392.457) (80.947) 30.947 (86.489) 2.314.429 (163.840)
Imparidade de aplicações em instituições de crédito (Nota 6) 3.100 - 5.298 (7.110) (1) 291 484 2.062 -
Imparidade de ativos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral (Nota 8) 863 - 3.227 (3.456) (78) 4 (75) 485 -
Imparidade de outros investimentos ao custo amortizado (Nota 12) 19.101 - 3.346 (15.336) (23) 2.446 - 9.533 -
Imparidade de outros ativos tangíveis 24.992 - 26.834 (20.977) (2.610) 832 294 29.366 -
Imparidade de outros ativos (Nota 20) 139.842 - 63.796 (39.342) (4.605) 1.278 (4.456) 156.513 -
Em 31 de dezembro de 2021, o valor das imparidades constituídas para as filiais que se encontravam nessa
data classificadas como detidas para venda - BCG Brasil - ascendia a 46.483 mEuros.
No exercício de 2022, na sequência da venda de 2 imóveis, foram utilizadas imparidades, cujo valor
ascendeu a cerca de 24.125M€ (Nota 14).
403
Ao nível da imparidade total verificou-se um comportamento semelhante à imparidade do crédito a clientes,
com a redução do saldo da imparidade total de 2.786.610 mEuros, no final de 2021, para 2.679.355 mEuros
em 31 de dezembro de 2022.
404
39. Relato por segmentos
Para cumprimento das exigências da IFRS 8 – “Segmentos operacionais” e tendo também em vista a
determinação dos requisitos de fundos próprios para cobertura de risco operacional, utilizando o método
Standard, nos termos do Regulamento (UE) n.º 575/2013, de 26/06/2013, do Parlamento Europeu e do
Conselho, o Grupo adotou os seguintes segmentos de negócio:
- Banca de retalho: compreende a atividade bancária junto dos particulares, empresários em nome
individual e micro empresas. São incluídos neste segmento o crédito ao consumo, crédito
hipotecário, cartões de crédito e também os depósitos captados junto de particulares;
- Outros: compreende todos os segmentos de atividade que não foram contemplados nas linhas de
negócio anteriores, designadamente:
405
A distribuição de resultados e dos principais agregados de balanço por linhas de negócio e mercados
geográficos a 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021 apresenta a seguinte composição:
Linhas de negócio
31-12-2022
Negociação e Banca de Banca Gestão de Corporate
Outros Total
Vendas Retalho Comercial Ativos Finance
Rendimentos de serviços e comissões 74.488 183.563 71.166 6.413 42.386 377.967 755.983
Encargos com serviços e comissões (20.136) (19.419) (5.734) (3.139) (587) (100.514) (149.529)
Resultados em operações financeiras 204.868 228 1.512 (3.287) (1.194) 13.919 216.046
Outros resultados de exploração (2.220) 42.019 18.312 5.851 (14.422) 10.310 59.850
Produto da Atividade Bancária 381.167 1.064.831 341.323 18.425 195.811 302.885 2.304.441
Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito (líquido) 24.129.202 571.191 1.100.050 - 1.321 1.714 25.803.479
Aplicações em títulos e derivados (líquido) 17.639.513 4.087 797.307 139.718 57 160.322 18.741.005
Ativo líquido total 44.041.646 34.630.794 19.342.059 628.358 185.579 3.674.573 102.503.009
Reexpresso
31-12-2021
Negociação e Banca de Banca Gestão de Corporate
Outros Total
Vendas Retalho Comercial Ativos Finance
Rendimentos de serviços e comissões 45.493 187.751 54.378 34.767 17.872 345.629 685.890
Encargos com serviços e comissões (19.110) (15.131) (717) (3.010) (663) (85.739) (124.370)
Resultados em operações financeiras 134.046 4.805 3.622 7.271 (2.569) 26.958 174.133
Outros resultados de exploração (627) 6.299 4.665 10.455 790 (8.091) 13.491
Produto da Atividade Bancária 580.631 451.434 207.807 61.895 170.044 269.645 1.741.457
Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito (líquido) 25.437.780 653.165 832.538 - 90 215 26.923.788
Ativo líquido total 47.079.786 37.943.453 14.513.121 743.697 171.657 3.558.434 104.010.147
A informação financeira apresentada para cada segmento foi preparada tendo por base os mesmos
pressupostos utilizados na preparação da informação analisada pela Comissão Executiva, conforme
políticas contabilísticas em vigor (Nota 2).
As operações entre entidades do Grupo são realizadas a preços de mercado. No segmento “Outros”
incluem-se os investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos apresentados pelo método da
equivalência patrimonial e os ativos e passivos não correntes detidos para venda.
406
Mercados Geográficos
31-12-2022
Resto da União
Portugal América Latina Ásia África Outros Total
Europeia
Encargos com serviços e comissões (120.164) (10.579) - (7.764) (22.393) 11.371 (149.529)
Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito (líquido) 22.719.434 649.173 - 1.960.312 1.745.704 (1.271.145) 25.803.479
Aplicações em títulos e derivados (líquido) 17.055.587 899 - 397.784 1.328.087 (41.352) 18.741.005
Ativo líquido total 89.041.038 3.313.370 287.978 6.985.812 5.609.350 (2.734.539) 102.503.009
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais 1.138.551 11.481 - 125.390 18.236 (955.505) 338.153
Recursos de clientes e outros empréstimos 72.938.325 2.884.824 - 4.694.936 3.786.632 (333.007) 83.971.711
Reexpresso
31-12-2021
Resto da União
Portugal América Latina Ásia África Outros Total
Europeia
Encargos com serviços e comissões (102.701) (9.307) - (8.100) (14.631) 10.369 (124.370)
Disponibilidades e aplicações em instituições de crédito (líquido) 24.106.942 751.996 - 1.701.998 1.710.574 (1.347.722) 26.923.788
Aplicações em títulos e derivados (líquido) 22.356.609 10.575 - 575.134 974.108 (2.751.118) 21.165.308
Ativo líquido total 94.279.481 6.053.278 202.831 6.373.973 4.789.430 (7.688.846) 104.010.147
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais 7.625.916 62.954 - 113.715 35.943 (1.093.326) 6.745.201
Recursos de clientes e outros empréstimos 68.990.220 2.907.238 - 4.210.871 3.927.706 (280.346) 79.755.690
31-12-2022
Atividade Atividade
Atividade Banca de
bancária em seguradora e Outros Total
internacional investimento
Portugal saúde
Resultado Líquido Atribuível ao Acionista da CGD 540.793 193.335 20.869 35.833 51.956 842.786
407
Reexpresso
31-12-2021
Atividade Atividade
Atividade Banca de
bancária em seguradora e Outros Total
internacional investimento
Portugal saúde
Resultado Líquido Atribuível ao Acionista da CGD 331.550 133.927 31.496 38.525 47.863 583.361
A coluna “Outros” apresentada nos quadros acima inclui os saldos entre as empresas do Grupo, anulados
no processo de consolidação bem como outros ajustamentos de consolidação.
Adicionalmente, no que respeita aos segmentos de negócio, serão de destacar os efeitos decorrentes da
atividade desenvolvida pelo Grupo, no setor imobiliário.
408
40. Entidades relacionadas
São consideradas entidades relacionadas do Grupo, as empresas associadas, os empreendimentos
conjuntos, os órgãos de gestão das empresas do Grupo e outras entidades controladas pelo Estado
Português.
31-12-2022 31-12-2021
Outras entidades Outras entidades
Estado Português Estado Português
do Estado Associadas do Estado Associadas
(DGT) (DGT)
Português Português
Ativos
Títulos e instrumentos financeiros derivados de negociação 6.938.876 294.167 66.627 6.857.263 370.865 55.000
Passivos
Recursos de clientes e outros empréstimos 7.448 354.831 388.025 6.683 346.093 310.577
Passivos financeiros detidos para negociação 233 1.864 2.985 233 16.702 142
Resultados
As transações com entidades relacionadas são efetuadas com base nos valores de mercado nas respetivas
datas.
409
41. Contratos de locação
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, estavam contabilizados:
31-12-2022
Quantia escriturada dos ativos sob direito de uso no final do período 165.199 1.680 54.345
Quantia escriturada dos passivos de locação no final do período (172.116) 2.381 (58.388)
31-12-2021
Quantia escriturada dos ativos sob direito de uso no final do período 182.139 2.962 -
410
A distribuição das rendas das operações com contratos de locação financeira no que respeita ao valor
presente dos pagamentos mínimos e ao rendimento financeiro não obtido em 31 de dezembro de 2022 e
31 de dezembro de 2021, por prazos residuais, apresenta o seguinte detalhe:
31-12-2022
> 3 meses > 1 ano > 2 anos
<= 3 meses > 5 anos Total
<= 1 ano <= 2 anos <= 5 anos
Valor presente dos pagamentos mínimos 85.056 232.532 262.988 435.773 375.754 1.392.103
Rendimento financeiro não obtido 15.164 40.861 44.345 84.556 78.569 263.496
31-12-2021
> 3 meses > 2 ano > 2 anos
<= 3 meses > 5 anos Total
<= 1 ano <= 1 ano <= 5 anos
Valor presente dos pagamentos mínimos 86.633 228.303 257.841 433.838 349.761 1.356.377
Rendimento financeiro não obtido 6.725 18.263 20.054 39.106 38.101 122.249
411
42. Prestação de serviço de mediação de seguros
Nos exercícios de 2022 e 2021, o total de remunerações referentes à prestação de serviços de mediação
de seguros ascendeu a 80.175 mEuros e 71.382 mEuros, respetivamente, dizendo respeito na sua
totalidade a comissões recebidas sob a forma de numerário.
80.175 71.382
As comissões recebidas pela mediação de produtos do ramo Vida e Não Vida da Fidelidade - Companhia
de Seguros, S.A. através da rede comercial são integralmente reconhecidas pela CGD em resultados do
exercício no momento da sua originação, encontrando-se contabilizadas na rubrica de “Rendimentos e
encargos com serviços e comissões” (Nota 32).
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os saldos a receber pela CGD junto da Fidelidade
- Companhia de Seguros, S.A. relativos a comissões de mediação ascendiam a 19.239 mEuros e 4.623
mEuros, respetivamente. No âmbito da sua atividade de mediador, a CGD não exerce qualquer atividade
de cobrança junto de clientes relacionados com pagamentos associados a contratos de seguros.
Apesar de o Grupo CGD manter uma participação minoritária no capital social da Fidelidade, não tem
interferência direta na política de investimentos da Companhia, nem assume qualquer responsabilidade
contratual com os clientes relativamente a estes produtos.
412
43. Divulgações relativas a instrumentos financeiros
Políticas de gestão dos riscos financeiros inerentes à atividade do Grupo
A CGD mantém um modelo de gestão de risco centralizado que abrange a avaliação e controlo dos riscos
de crédito, de mercado, e de liquidez incorridos em todo o Grupo, e que consagra o princípio da segregação
de funções entre as atribuídas às áreas comerciais e à área de risco.
Risco de crédito
No que respeita à monitorização da carteira de crédito, realizada pela Direção de Gestão de Risco,
procedeu-se à revisão da Política de Acompanhamento e Recuperação de Crédito, bem como à
incorporação dos conceitos de Incumprimento e de Non-Performing Exposure, alinhadas com as definições
publicadas pela European Banking Authority (EBA), no sistema operacional que suporta o processo de
monitorização diário da carteira de crédito. Este sistema incorpora um conjunto de regras e funcionalidades
que visam a identificação tempestiva de eventos de risco, permitindo iniciar um conjunto de ações corretivas
visando a regularização e a recuperação do crédito:
(i) Todos os clientes tem um grau de risco associado, o qual é atualizado diariamente;
(ii) Os clientes de retalho para os quais são identificados graus de risco mais gravosos são afetos, de
forma automática, às áreas especializadas de recuperação; e,
(iii) As medidas de atuação adotadas, e que visam a regularização do crédito, são identificadas,
permitindo determinar o seu grau de eficiência.
No âmbito do processo de concessão de crédito, a Direção de Riscos de Crédito, com funções corporativas
e dependendo diretamente da Comissão Executiva, tem as funções de decisão e/ou análise de crédito a
Empresas, Instituições Financeiras, Institucionais e Particulares.
No que respeita a crédito concedido a empresas, para além do acompanhamento natural da carteira, a
análise incide sobre o risco de crédito do cliente, seu respetivo grupo económico e também sobre as
operações objeto da proposta, segregando funções com a área comercial, a quem cabe apresentar a
proposta com as condições das operações.
Esta análise tem por base a notação de risco atribuída pelas agências de rating e pelos modelos internos
de avaliação e também a ponderação de fatores de ordem quantitativa e qualitativa, relativamente ao
cliente/grupo económico e operação em análise. É igualmente tido em consideração todo o enquadramento
do mercado e da economia em que se encontram inseridas as entidades, bem como a identificação de
aspetos/condições que poderão mitigar o risco de crédito.
Risco de mercado
De modo a garantir que os níveis de risco incorridos nas carteiras do Grupo CGD se enquadram nas balizas
de apetência pelo risco, são estabelecidas, com periodicidade mínima anual, regras de gestão do risco de
mercado para cada carteira ou unidade de negócio. O conjunto de regras abarca as tipologias relevantes
de risco de mercado, incluindo concentração de exposição (por nome, setor, rating e país), indicadores de
liquidez de mercado dos ativos, composição de ativos e instrumentos autorizados e define ainda níveis de
perdas máximas admissíveis.
413
Diariamente é efetuado um controlo exaustivo das alterações nas carteiras de modo a identificar alterações
de perfil ou eventuais segmentos merecedores de especial monitorização. Os consumos dos limites
estabelecidos são acompanhados diariamente pela função de gestão de risco e comunicados aos órgãos
de administração e responsáveis pela gestão de cada carteira.
As operações de cobertura de risco de mercado são decididas pelos gestores das carteiras ou das unidades
de negócio, tendo em conta o necessário cumprimento das regras de gestão do risco de mercado,
nomeadamente os instrumentos autorizados e os limites definidos.
A métrica de monitorização de risco de mercado mais utilizada é o Value at Risk (VaR), apurado para todos
os tipos de risco de mercado (taxa de juro (e de spread), ações, taxa de câmbio e volatilidade), segundo a
metodologia de simulação histórica, sendo os níveis de confiança utilizados na simulação dependentes do
objetivo de detenção das carteiras. Em determinadas carteiras são igualmente monitorizadas métricas
adicionais: Expected Shortfall e Third Worst. Adicionalmente, são utilizadas outras medidas de risco de
mercado, como a sensibilidade a variações de preço dos ativos subjacentes (basis point value (bpv), para
taxa de juro) e outros indicadores de sensibilidade comummente aplicados a carteiras de opções (vulgo,
gregos).
A fiabilidade do modelo de VaR é monitorizada diariamente através da análise comparativa entre o valor
em risco e o resultado diário teórico (backtesting teórico) e o resultado real (backtesting real). O número de
exceções obtidas permite avaliar a fiabilidade do modelo e equacionar eventuais medidas de ajustamento
ou calibração. Adicionalmente, no backtesting são efetuados testes de hipóteses: testes de excessos e
testes de normalidade.
O Grupo CGD realiza regularmente testes de esforço (stress-testing) com incidência no risco de mercado
e cambial com uma periodicidade mínima mensal. A realização de testes de esforço visa avaliar o impacto
de eventos adversos da exposição ao risco, por via do impacto no justo valor dos investimentos e na
adequação quantitativa e qualitativa dos fundos próprios do Grupo CGD. Os testes de esforço são baseados
em cenários para os fatores de risco, os quais e no seu conjunto representam situações que podem originar
perdas extraordinárias nas carteiras sujeitas a risco de mercado. Esses fatores incluem, especificamente,
os eventos de baixa probabilidade associados aos principais tipos de risco, incluindo as várias componentes
dos riscos de mercado e cambial. Os cenários utilizados pretendem identificar o risco potencial sobre
condições de mercado extremas e nas franjas de probabilidade de ocorrência não cobertas pela métrica
VaR. Assim, alguns dos cenários pretendem replicar o comportamento de variáveis financeiras perante
factos ocorridos no passado (crises) enquanto outros correspondem a análises de sensibilidade a um ou
vários fatores de risco.
Risco cambial
O controlo e a avaliação do risco cambial são efetuados a nível individual, diariamente, para a atividade
doméstica e para cada uma das Sucursais e Filiais e, mensalmente, a nível consolidado para todo o Grupo.
São calculados valores e limites em termos de VaR, assim como por posição aberta total e posição aberta
por moeda.
As políticas de gestão do risco de liquidez e de taxa de juro do balanço são definidas pelo Conselho
Delegado de Gestão de Capital, de Ativos e Passivos (Capital, Asset and Liability Committee, CALCO). A
Área de Risco de Liquidez e de Taxa de Juro do Balanço da Direção de Gestão de Risco mede monitoriza
e reporta os dois tipos de riscos.
A gestão do risco de liquidez compreende a análise dos prazos residuais de maturidade dos diferentes
ativos e passivos do balanço, evidenciando, para cada um dos diferentes intervalos temporais considerados
(buckets), os volumes de cash inflows e cash outflows, bem como os respetivos gaps (diferenciais) de
liquidez.
414
Inclui, também, a realização de testes de esforço segundo metodologia desenvolvida internamente e
articulados com o plano de contingência de liquidez existente, visando a determinação das perspetivas de
financiamento em cada momento, o reforço da capacidade de resistência da instituição a choques adversos
e o estudo de alternativas em termos de financiamento.
O Grupo CGD prosseguiu, ao longo do ano, uma política de captação de recursos que procurou promover
uma estrutura de financiamento sustentável da sua atividade, baseada nas características de liquidez e de
prazo residual dos seus ativos e exposições fora de balanço.
Relativamente à gestão do risco de taxa de juro, a metodologia adotada na mensuração compreende, por
um lado, uma perspetiva de curto prazo ou contabilística e, por outro lado, uma perspetiva de longo prazo
ou económica.
A perspetiva de curto prazo ou contabilística de avaliação do risco de taxa de juro pretende estimar o efeito
na margem de juros de variações adversas das taxas de juro. A metodologia utilizada para o efeito agrega
em intervalos temporais todos os ativos e passivos sensíveis a variações de taxa de juro, de acordo:
(i) Com os seus prazos de vencimento residual se forem instrumentos financeiros de taxa fixa; e,
(ii) Com os prazos que decorrem até à refixação das suas taxas de juro se forem instrumentos
financeiros de taxa variável.
Os respetivos gaps de taxa de juro são posteriormente calculados para esses intervalos temporais,
permitindo assim aproximar o efeito na margem financeira de variações das taxas de juro.
Adicionalmente, com o objetivo de promover a fiabilidade das estimativas obtidas a partir dos gaps de taxa
de juro da sensibilidade da margem de juros, são utilizadas técnicas de simulação de margem financeira
que incluem, nomeadamente, a elaboração de cenários previsionais da evolução do balanço do Grupo
integrando comportamentos e tendências relevantes da atividade bancária, bem como cenários da evolução
das diferentes taxas de mercado e das expectativas refletidas nas yield curves.
A perspetiva de longo prazo ou económica de avaliação do risco de taxa de juro pretende estimar o efeito
no valor económico do capital de variações adversas das taxas de juro. A metodologia utilizada para o efeito
envolve o cálculo da duração efetiva dos ativos e passivos sensíveis a variações de taxa de juro, bem como
do respetivo gap de duração, que permite aproximar o efeito no valor económico do capital de variações
das taxas de juro.
No mesmo âmbito, com o objetivo de promover a fiabilidade das estimativas obtidas a partir do gap de
duração da sensibilidade do valor económico do capital, são utilizadas técnicas de simulação que
compreendem a avaliação e respetiva estimativa de todos os cash flows futuros gerados pelos ativos e
passivos sensíveis a variações de taxa de juro (full valuation).
A gestão dos riscos de liquidez e de taxa de juro do balanço é suportada por um conjunto de guidelines
aprovadas em sede de CALCO, que incluem a fixação de limites para um conjunto de variáveis significativas
do nível de exposição a estes tipos de riscos. O objetivo dessas guidelines é o de assegurar que o Grupo
CGD possui um modo de gerir o trade-off rentabilidade-risco no que se refere à gestão do balanço e que,
simultaneamente, está em condições de fixar o nível de exposição conveniente e de controlar os resultados
das políticas e posições de risco assumidas.
415
Risco de Crédito
31-12-2022 31-12-2021
Títulos de negociação
717.293 372.748
83.032 99.098
2.217.081 5.868.017
14.242.097 12.994.274
- 7.828
17.259.504 19.341.965
58.700.294 57.022.061
Outros compromissos
5.693.693 5.527.855
(a) Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, inclui dívida adquirida ao M ecanismo de Estabilização Financeira da União Euro peia, no
mo ntante de 100.000 mEuro s e 101.102 mEuro s, respetivamente.
416
O montante de exposição a instrumentos financeiros derivados apresentado no quadro anterior não inclui
o efeito de mitigação de risco decorrente de contas caução (Nota 26) e de acordos de netting.
Nas classificações de risco apresentadas para as aplicações em instituições de crédito foi considerado
como rating de contraparte o menor dos ratings atribuídos por duas das agências internacionais de rating,
limitado, em termos gerais, pelo rating do país em que a instituição financeira está sediada e, se for o caso,
pelo rating do grupo financeiro em que está inserida. No caso de instituições financeiras que não possuam
rating externo mas que sejam maioritariamente de capitais públicos, o rating utilizado será equivalente ao
rating externo atribuído ao Estado onde a entidade estiver sedeada.
O quadro seguinte apresenta a desagregação do valor de balanço das aplicações em instituições de crédito,
com referência a 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, considerando as classes
agregadoras de risco (reduzido, médio e elevado) associadas aos ratings externos e por país de origem da
contraparte:
31-12-2022
Resto da União América do
Portugal Ásia Brasil Outros Total
Europeia Norte
31-12-2021
Resto da União América do
Portugal Ásia Brasil Outros Total
Europeia Norte
Risco reduzido 220.086 1.162.826 130 718.093 - 527.589 2.628.724
417
Qualidade de crédito de títulos de dívida
31-12-2022
Resto da União
Portugal América do Norte Outros Total
Europeia
Ativos financeiros registados ao justo valor através
de resultados
Emitidos por
Emitidos por
Emitidos por
418
31-12-2021
Resto da União
Portugal América do Norte Outros Total
Europeia
Ativos financeiros registados ao justo valor através
de resultados
Emitidos por
Emitidos por
Emitidos por
419
Exposição a dívida soberana de países periféricos da Zona Euro
As principais características de emissões de dívida soberana de países periféricos da Zona Euro nas
carteiras da Caixa e suas sucursais em 31 de dezembro de 2022 e 31 e dezembro de 2021 são
seguidamente apresentadas:
Itália - - - - (554)
Total
420
Valor de Balanço Líquido de Imparidade em 31-12-2021
Reserva de Justo
Maturidade Residual Justo valor Rating
valor
2022 Após 2022 Total
Ativos valorizados ao justo valor através
de resultados
Total
Critérios de Valorização
As emissões da dívida soberana de países periféricos da Zona Euro considerados no quadro anterior foram
mensurados considerando preços observáveis de mercado, quando aplicável, ou, na ausência de mercado
ativo, com base em preços fornecidos por contrapartes externas. Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de
dezembro de 2021, estas carteiras encontram-se segmentadas nos níveis 1 e 2 da hierarquia de justo valor,
sendo os elementos distintivos destas categorias, assim como os principais pressupostos utilizados,
apresentados em maior detalhe na coluna “Justo valor”.
Risco de Crédito
De caráter qualitativo
Em resposta aos diversos requisitos legais e regulamentares, e tendo como objetivo a utilização das
melhores práticas na gestão do risco de crédito, a Caixa Geral de Depósitos tem implementado um processo
de gestão do risco de crédito, suportado numa estrutura organizacional que garante a independência entre
as áreas comerciais (tomadoras de risco), de recuperação, de decisão e de risco.
A atividade de concessão encontra-se alinhada com a estratégia e as políticas de gestão do risco de crédito
definida pelos órgãos competentes na CGD.
A CGD definiu um modelo de decisão centralizada do crédito, passando a Direção de Riscos de Crédito a
ter a função de decisão de crédito para Empresas, Instituições Financeiras e Institucionais, bem como para
crédito a particulares. O modelo de governo da decisão de crédito, incluindo os limites de delegação de
competências, estão definidos em normativo interno.
421
A Direção de Riscos de Crédito tem, igualmente, nas suas funções principais:
(i) A emissão, prévia e obrigatória, de parecer de risco para atribuição de limites internos ou
apreciação de operações não abrangidas por aqueles limites, para clientes cujo montante de
exposição (em termos de Grupo Económico), rating ou características específicas da operação
(ou proponente) assim o justifiquem (de acordo com os normativos internos);
(ii) Propor superiormente a redefinição de limites de crédito sempre que as circunstâncias assim o
aconselhem; e,
A Direção de Gestão de Risco intervém no processo de controlo e monitorização do risco de crédito, nas
fases de concessão e de posterior acompanhamento, quer na perspetiva cliente/operação, quer na ótica de
carteira de crédito, mediante:
(i) A definição, desenvolvimento e manutenção dos modelos internos de avaliação de risco (rating e
scoring);
(ii) A monitorização e controlo global do risco de crédito do Grupo CGD por carteiras de crédito,
produtos e unidades de negócio;
(iii) A identificação dos clientes com risco acrescido de incumprimento, através da deteção de sinais
de alerta;
(v) A determinação da perda de crédito esperada (imparidade coletiva) para todos os segmentos da
carteira de crédito;
A Direção de Gestão de Risco pode ainda propor superiormente a aprovação e revisão de políticas e
guidelines no âmbito da gestão do risco de crédito do Grupo.
Clientes regulares mas com sinais de alerta (early warnings) que poderão indiciar um aumento da
probabilidade de incumprimento do cliente;
Clientes que registam eventos graves, com elevada probabilidade de incumprimento, sendo assim
classificados como estando em dificuldades financeiras;
422
Clientes classificados em incumprimento (default); e,
O processo de workflow incorpora medidas de atuação, que variam consoante a gravidade do evento,
fornecendo à primeira linha de defesa mecanismos que permitem uma prevenção ativa de potenciais futuros
incumprimentos.
Para as situações em que são identificados eventos mais gravosos, existe um processo automático que
transfere de imediato os clientes das áreas comerciais para as áreas de recuperação, assegurando assim
que os casos potencialmente mais problemáticos passem a ser tratados por gestores especializados na
recuperação de crédito.
Caso se trate de clientes empresa com exposições relevantes, a decisão de manutenção da gestão do
cliente nas estruturas comerciais ou de transferência para as áreas especializadas de recuperação, é da
competência da Comissão Executiva de Riscos de Crédito e do Conselho de Crédito, consoante o nível de
responsabilidades dos clientes em análise, suportados num relatório específico elaborado pela Direção de
Gestão de Risco.
Sempre que seja identificada qualquer situação de atraso de pagamento, são desenvolvidas as diligências
adequadas à recuperação do crédito vencido e à obtenção de condições que permitam a regularização da
situação, cumprindo o disposto pelo Decreto-Lei n.º 227/2012 complementado pelo Decreto-Lei n.º 70-
B/2021 – PARI e PERSI no que respeita ao crédito a particulares, tendo o processo na CGD sido revisto no
final do ano de 2022 para responder ao Decreto-Lei n.º 80-A/2022.
A recuperação de crédito consiste no conjunto das ações do Grupo CGD, em caso de atraso no pagamento
de uma ou mais prestações referentes a uma operação de crédito. É uma função fundamental na gestão
do crédito no Grupo, que tem lugar a partir do momento em que se verifica o primeiro atraso numa prestação
e que está presente durante todo o restante ciclo de vida do crédito, até que este volte a estar regularizado.
A recuperação de crédito via negocial é composta por três tipos de ações, por ordem de prioridade na sua
aplicação:
Soluções de reestruturação; e,
Na fase inicial de cobrança do crédito, os contactos com o cliente, tendo em vista a regularização dos
montantes em atraso, é assegurada pelo call center e pela área comercial. No caso dos contactos iniciais
não surtirem efeito e o cliente passar a registar pagamentos em atraso há mais de 30 dias, procede-se à
sua realocação a uma área de recuperação com o objetivo de ser encontrada a solução mais apropriada
que permita a recuperação do crédito.
Nas situações em que o processo negocial com o cliente não esteja a surtir o efeito desejado para o Grupo
CGD e para os seus clientes, a recuperação de crédito deve passar pelo recurso ao contencioso. Esta
solução consiste na execução de bens ou direitos, hipotecados/empenhados para garantia do crédito com
o intuito de se proceder à venda judicial.
Como medida alternativa de recuperação, o Grupo CGD também considera a venda de carteiras de crédito
ou de crédito individuais sempre que, após a devida avaliação custo/benefício, se entende ser a solução
mais eficiente.
A gestão do risco de concentração de crédito do grupo CGD é assegurada pela Direção de Gestão de Risco
que procede à identificação, medição e controlo de exposições significativas.
423
Para monitorizar o risco de concentração foram definidas métricas no Risk Appetite Statement que permitem
assegurar o controlo mensal da evolução de segmentos de carteira que foram considerados mais críticos
no que respeita ao risco de crédito.
A quantificação das perdas por imparidade é condicionada à identificação de eventos que indiciem uma
degradação da qualidade creditícia da contraparte com impacto nos cash flows futuros do crédito.
Nas situações em que ocorram melhorias significativas na capacidade creditícia dos devedores e/ou um
reforço adequado das garantias reais, a perda anteriormente reconhecida reduz-se até ao nível da nova
perda calculada, existindo assim uma reversão de imparidade direta.
Nas situações de venda de operações de crédito por uma quantia superior à da sua exposição líquida de
imparidade também se regista uma reversão na imparidade.
4. Descrição das medidas de reestruturação aplicadas e respetivos riscos associados, bem como os
mecanismos de controlo e monitorização dos mesmos
Entende-se por reestruturação de crédito qualquer alteração às condições em vigor das operações de
crédito de clientes em dificuldades financeiras de que resulte uma modificação dos direitos ou deveres das
partes.
As soluções de recuperação são aplicadas tendo sempre presente a realidade do cliente e o melhor
interesse da CGD, com base em três princípios básicos:
(i) Impacto no capital e fluxos de caixa: O primeiro aspeto a ser considerado deve ser o impacto que
o referido tratamento terá no capital investido pelo Grupo CGD e nos fluxos de caixa gerados pela
operação no futuro. Este impacto deve ser medido através do cálculo do NPV incremental do
tratamento por oposição a uma solução litigiosa (tida como último recurso na recuperação de
crédito);
(ii) Impacto no cliente: Em segundo lugar, deve ser considerado o impacto que a solução de
tratamento terá para o cliente, segundo dois critérios fundamentais:
Capacidade de pagamento: é necessário que o cliente seja capaz de fazer face às suas
obrigações financeiras no novo cenário, tendo em conta o seu rendimento esperado; e,
(iii) Impacto da complexidade: Por último, deve ser considerado na estratégia de tratamentos um
conjunto de fatores suscetíveis de adicionar complexidade às situações de incumprimento,
devendo ter um tratamento diferenciado daquele que seria proposto tendo em conta apenas os
dois princípios anteriores. Ainda que o impacto financeiro da solução possa não ser ótimo, outros
parâmetros como especificidades do cliente, o impacto do tratamento na imagem pública do Grupo
424
CGD, o risco reputacional ou a disponibilidade dos clientes para negociar fazem também parte das
regras de decisão de tratamentos a aplicar.
A generalidade dos créditos objeto de reestruturação devido a dificuldades financeiras do cliente está sujeita
a um tratamento específico para efeitos de cálculo de imparidade, durante todo o período de vigilância
mínimo de 24 meses, em conformidade com o preconizado no Regulamento de Execução (UE) 2021/451,
da Comissão, de 17 de dezembro de 2020.
Bens Imóveis
(i) Construções:
Construções concluídas; e,
Construções inacabadas.
(ii) Terrenos:
Terrenos com potencial construtivo (o seu maior e melhor uso tem em consideração o
potencial construtivo); e,
Terrenos sem potencial construtivo (o seu maior e melhor uso não é o potencial construtivo).
(i) Verificação do bem imóvel: a verificação de imóveis é efetuada para efeitos da contratação de
novas operações de crédito imobiliário, tendo como objetivo determinar o presumível valor de
transação em mercado livre.
A verificação do valor do bem imóvel é documentada e inclui, entre outras, cópias das plantas, da
caderneta predial e da descrição da conservatória do registo predial, quando disponibilizadas.
Complementarmente, são realizadas avaliações individuais (por observação direta no local);
(ii) Atualização da avaliação do valor do bem imóvel por perito avaliador: as operações de crédito
imobiliário que são objeto de alterações contratuais são, em regra, passíveis de nova avaliação,
realizada nos mesmos moldes que as novas operações.
Tratando-se de crédito não produtivo, os valores das garantias reais são sujeitos a verificações de
valor e/ou atualizações de valores, cumprindo a periodicidade definida em normativo interno; e,
(iii) Revisão de valorização indexada: Revisão de valores de imóveis, sempre que existam dados
suficientes que permitam a mensuração por este método, efetuada por um perito avaliador
imobiliário, interno, registado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Esta
metodologia é utilizada para imóveis habitacionais ou imóveis para fins comerciais, no crédito não
produtivo com saldo devedor inferior a 300 mEuros e no crédito regular, com saldo devedor inferior
a 500 mEuros.
A área de avaliações da CGD inclui no seu quadro de pessoal engenheiros e arquitetos com
experiência significativa na área das avaliações, tendo os responsáveis de visto técnico formação
complementar em cursos de avaliação de imóveis, estando registados e certificados na CMVM
como peritos avaliadores de imóveis;
São prestadores de serviço externo, para a área de avaliações da CGD, uma rede de peritos
avaliadores imobiliários, tanto empresas como individuais registados na CMVM, os quais se
encontram distribuídos pelo país, em função da área onde exercem a sua atividade profissional,
existindo vários para cada concelho, de modo a garantir a adequada diversificação e rotação;
425
Os peritos avaliadores constam de uma lista, na qual são definidos os concelhos prioritários de
atuação, atendendo a critérios de eficiência de deslocações e ao conhecimento aprofundado do
mercado local. Os pedidos de avaliação são dirigidos aos avaliadores por meio de um portal de
gestão imobiliária da CGD. O avaliador regista no portal a data de visita, bem como o relatório de
avaliação, cujo conteúdo se encontra normalizado, incluindo nomeadamente documentos
relevantes para a avaliação e fotografias do imóvel.
Outros Colaterais
Para além dos bens imóveis são elegíveis para efeitos de mitigação no cálculo da imparidade do crédito os
seguintes colaterais:
Penhores de obrigações emitidas pela CGD – avaliação pelo valor nominal das obrigações; e,
Penhores de ações cotadas – avaliação pelo valor de mercado na data de referência do cálculo.
Existem abordagens na modelização que, na perspetiva da CGD, são as mais adequadas para
determinação de imparidade, mas sobre as quais existiram julgamentos na definição dos processos,
nomeadamente:
(i) Histórico de informação considerado para efeito de modelização (PD, LGD, haircuts sobre
colaterais);
(ii) Período de workout para cálculo das LGD e metodologias de avaliação de múltiplos defaults;
(v) Nível de exposição e critérios de risco definidos para se proceder à avaliação individual de
imparidade;
(vi) Critérios para determinar o aumento significativo do risco, desde o reconhecimento inicial do
instrumento financeiro, que incorporam informação prospetiva; e,
(vii) Para determinação da perda de crédito, são definidos três cenários macroeconómicos prováveis
(um otimista, um pessimista e um cenário base) revistos semestralmente, sendo os respetivos
fatores de risco ajustados a cada cenário para suportar o cálculo de perdas esperadas.
7. Descrição das metodologias de cálculo da imparidade, incluindo a forma como as carteiras são
segmentados, para refletir as diferentes características dos créditos
(i) Imparidade individual: que se suporta numa avaliação efetuada a clientes com exposições
individualmente significativas, mediante o preenchimento de uma ficha de imparidade e do
template de cálculo mediante a abordagem Going ou Gone Concern; e,
426
(ii) Imparidade coletiva ou paramétrica: que é determinada de forma automática pelo modelo de
imparidade do crédito. O cálculo paramétrico é realizado ao nível de cada operação de crédito.
De acordo com a norma IFRS 9 - "Instrumentos financeiros" foram estabelecidos princípios para a
classificação das operações e ativos da carteira do banco de acordo com o risco de crédito associado.
Stage 2: As exposições para as quais se observa uma degradação significativa do nível de risco
de crédito desde o reconhecimento inicial (Significant Increase in Credit Risk, SICR) ou apresente
critérios objetivos de indícios de imparidade; e,
Classificação em Stage 3
Para as carteiras de títulos e aplicações noutras instituições de crédito (OICs), a definição de stage 3 está
alinhada com as notações das agências externas de rating e considera todas as exposições com rating D.
Para a carteira de crédito, a definição de stage 3 está alinhada com a definição de default da CGD. São
considerados os seguintes eventos:
Insolvência declarada;
Reestruturação por dificuldades financeiras do cliente, em período probatório com mais de 30 dias
de atraso que estava classificada como non-performing exposure antes da entrada no período
probatório; e,
Reestruturações por dificuldades financeiras caso ocorram perdas de valor (de acordo com a
materialidade definida).
A norma IFRS 9 - "Instrumentos financeiros" não define um conceito de default. No entanto, a CGD aplica
a mesma definição de default utilizada para efeitos de gestão, a nível interno do risco de crédito, a qual
incorpora as recomendações da EBA definidas no “Final Report on Guidelines on default definition (EBA-
GL-2016-07)” emitido em 28 de setembro de 2016. O histórico considerado para modelização reflete a
definição de default à data.
Classificação em Stage 2
427
(i) Variação absoluta da PD lifetime forward-looking desde a originação ponderada à maturidade
residual superior a um determinado threshold; e,
Crédito vencido na CGD com atrasos superiores a 30 dias e que não esteja classificado em default;
Operações reestruturadas por dificuldades financeiras que não se enquadrem nos critérios de
stage 3;
Operações POCI (Purchased or Originated Credit-Impaired) que não se enquadrem nos critérios
de stage 3;
Indicadores do Banco de Portugal (crédito vencido há mais de 90 dias em OIC e inibição de uso
de cheques);
Decréscimo de 20% no valor da garantia real, quando tal resulte num LTV superior a 80%
(aplicável a projetos imobiliários);
Carências intercalares;
Classificação em Stage 1
O stage 1 inclui todos os créditos que não apresentam critérios para classificação em stage 2 e stage 3.
Neste âmbito, são também classificadas em stage 1 as exposições da carteira de títulos que não registam
critérios de stage 2 ou de stage 3.
Para determinação das perdas por imparidade para a análise coletiva é necessária a determinação dos
seguintes fatores de risco:
(iii) Loss Given Default (LGD) – Perda caso a operação ou cliente entre em default. Para determinação
da LGD são observadas as recuperações das operações ou clientes que entraram em
incumprimento no período de histórico definido, apuradas de acordo com a antiguidade de
incumprimento registada em cada operação e em cada mês do histórico. São assim determinadas
428
LGD diferenciadas consoante a permanência do crédito na situação de incumprimento, o que
permite diferenciar as perdas por imparidade por tempo em incumprimento. Existem LGD
diferenciadas em função da tipologia de colateral existente na data de determinação da
imparidade; e,
(iv) Exposure at default (EAD) – Corresponde ao montante da exposição de cada operação à data de
entrada em default, sendo composta pelo somatório da exposição patrimonial e da exposição
extrapatrimonial após CCF (Credit Conversion Factor). O CCF representa um fator de conversão
de crédito que mede a proporção da exposição extrapatrimonial que é convertida em exposição
patrimonial até à data de entrada em default.
As estimativas dos fatores de risco, nomeadamente das probabilidades de default incluem uma componente
prospetiva ou de forward-looking, suportada em cenários macroeconómicos atualizados em cada semestre.
No Grupo CGD os limites definidos para a avaliação individual de imparidade definidos em normativo interno
têm em linha de conta as especificidades das diversas carteiras de crédito de cada unidade do Grupo, tendo
como objetivo a avaliação de todas as exposições consideradas individualmente significativas na perspetiva
de cada unidade e do Grupo. No caso da CGD, com referência a 31 de dezembro de 2022 são objeto de
análise individual os clientes empresa em que a exposição conjugada com critérios de risco cumpram os
seguintes critérios:
Stage 1: Todos os clientes com exposição igual ou superior a EUR 20 Mios ou com exposição
igual ou superior a EUR 10 Mios se o cliente registar indícios de risco acrescido (e.g. early
warnings) ou o rating pior que 12 (escala de 1 a 15, excluindo o default);
Stage 2: Todos os clientes com exposição igual ou superior a EUR 10 Mios ou com exposição
igual ou superior a EUR 3 Mios se o cliente se registar indícios ou alertas de risco acrescido (e.g.
early warnings ou eventos mais gravosos) ou o rating pior que 12 (escala de 1 a 15, excluindo o
default);
9. Política relativa aos graus de risco internos, especificando o tratamento dado a um mutuário classificado
como em incumprimento
Os clientes que entram em situação de incumprimento são, por norma interna, afetos às áreas
especializadas de acompanhamento e recuperação de crédito, podendo essa decisão de afetação ser
tomada pelo Conselho de Crédito ou pela Comissão Executiva de Riscos de Crédito.
De notar que devido à inovação implementada pelo processo de workflow de acompanhamento de clientes
(ponto 1.1.2, acima) a generalidade dos clientes que entram em incumprimento já estavam previamente
alocados a gestores das áreas de recuperação, não existindo assim uma rutura do processo negocial, que
se inicia aquando da transferência dos clientes das áreas comerciais para as áreas de recuperação.
Em função da análise efetuada aplica-se a solução de recuperação considerada mais adequada aos
interesses do cliente e da CGD, aplicando-se a solução litigiosa como último recurso na recuperação do
crédito.
10. Descrição genérica da forma de cálculo do valor atual dos cash flows futuros no apuramento das perdas
de imparidade avaliadas, individual e coletivamente
Avaliação Individual
A determinação dos cash flows futuros esperados dos créditos considera em que medida o cliente gerará
os meios libertos para pagamento da dívida. O valor recuperável de um crédito traduz-se no somatório dos
cash flows futuros esperados, estimados de acordo com as condições contratuais em vigor (prazo, taxa,
método de amortização, etc.) e de acordo com as expectativas de cobrabilidade subjacentes.
Nas situações em que os clientes registem indícios de perda, procede-se a uma avaliação para determinar
se os cash flows esperados são inferiores aos cash flows contratuais. Nestas situações, efetua-se o
consequente ajustamento no valor da imparidade.
Para determinar os cash flows futuros da empresa é utilizada uma das seguintes abordagens:
429
(i) Abordagem going concern, em que se considera a continuação da atividade da empresa e assim
os cash flows operacionais são projetados para determinar se são suficientes para assegurar o
pagamento da dívida de todos os credores. Adicionalmente, poder-se-á assumir a venda ou
execução de colaterais para ressarcimento da dívida, desde que os mesmos não tenham qualquer
influência e impacto nos cash flows futuros estimados da empresa (ou seja, desde que se trate de
ativos não operacionais). Esta abordagem de going concern é utilizada se:
O ressarcimento da dívida não passa pela execução de colaterais que são determinantes
para o normal funcionamento da empresa.
(ii) Abordagem gone concern, associada a um cenário de cessação da atividade da empresa, em que
os colaterais são executados cessando assim os cash flows operacionais da empresa. A aplicação
desta abordagem é considerada quando se verifica pelo menos uma das situações a seguir
elencadas:
De notar que, em algumas situações, poderá ser aplicada uma abordagem mista, em que se consideram
cash flows resultantes da atividade da empresa, os quais podem ser complementados por cash flows que
sejam originados pela venda de ativos da empresa, assumindo-se o cenário de continuidade da empresa.
Caso os ativos objeto de venda tenham impacto nos cash flows futuros operacionais da empresa, proceder-
se-á ao respetivo ajustamento para determinar os montantes recuperáveis.
Avaliação Coletiva
Para operações que se encontram em stage 1, o cálculo da perda esperada (Expected Credit Loss - ECL(5))
considera a perda a 12 meses e resulta da seguinte expressão:
Para as operações em stage 2, as perdas de crédito lifetime são calculadas de acordo com a seguinte
expressão
(1): EAD = Exposure at Risk; PD = Probability of Default; LGD = Loss Given Default.
430
Onde r representa a taxa de juro original e SR representa a probabilidade de sobrevivência ao default.
Dado que o conceito de stage 3 está alinhado com o conceito de default interno, considera-se que a PD
lifetime é de 100%. Como tal, as perdas esperadas para as operações em stage 3 são dadas através da
seguinte expressão:
Adicionalmente, as perdas a atribuir a um crédito deverão ser o resultado das perdas apuradas para três
cenários macroeconómicos possíveis (cenário central, cenário central pessimista e cenário central otimista),
ponderadas pelas probabilidades de ocorrência de cada cenário.
De caráter quantitativo
Os quadros seguintes apresentam elementos relativos à carteira de crédito a clientes e imóveis recebidos
em dação ou execução, tendo por referência os conteúdos aplicáveis à atividade do Grupo.
Segmento
Administrações públicas 3.638.737 25.804 4.529 3.669.070 2.811 283 203 3.297
Outras empresas financeiras 252.678 54.831 3.838 311.347 4.803 4.462 935 10.200
Empresas não financeiras 15.201.140 2.284.500 1.265.896 18.751.537 198.250 460.963 898.001 1.557.214
Pequenas e médias empresas 8.373.044 1.604.302 897.840 10.875.187 116.142 265.902 640.619 1.022.663
Imóveis comerciais 3.024.790 480.989 285.992 3.791.771 20.691 74.641 142.585 237.917
Outras empresas 6.828.095 680.198 368.056 7.876.349 82.108 195.060 257.382 534.551
Imóveis comerciais 747.978 26.383 85.875 860.237 8.250 966 52.986 62.202
Crédito ao consumo 1.395.494 125.016 59.135 1.579.644 8.817 14.312 42.211 65.340
Segmento
Outras empresas financeiras 233.385 60.148 5.385 298.918 1.111 12.838 3.413 17.361
Empresas não financeiras 14.676.968 2.675.790 1.509.335 18.862.093 143.997 532.785 977.402 1.654.184
Pequenas e médias empresas 7.987.434 1.986.124 988.750 10.962.309 107.871 392.602 647.598 1.148.071
Imóveis comerciais 2.661.008 552.052 293.618 3.506.678 15.737 99.574 189.739 305.050
Outras empresas 6.689.534 689.666 520.584 7.899.784 36.126 140.184 329.804 506.114
Imóveis comerciais 924.695 65.486 48.033 1.038.215 13.145 9.661 32.325 55.131
Crédito ao consumo 1.238.636 88.561 50.892 1.378.089 7.130 14.066 31.861 53.057
431
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe das exposições e imparidade entre
operações performing e non-performing é o seguinte:
Exposição em 31-12-2022 Imparidade em 31-12-2022
Segmento
Administrações públicas 3.650.908 13.633 3.664.541 2.124 - 576 1.056 774 4.529 3.669.070 3.094 203 - - - - 203 3.297
Outras empresas financeiras 303.715 3.793 307.509 13 2 3.256 567 0 3.838 311.347 9.265 2 0 0 782 151 935 10.200
Empresas não financeiras 17.361.458 124.182 17.485.640 777.167 44.195 56.716 300.657 87.162 1.265.896 18.751.537 659.213 518.134 24.763 37.287 251.343 66.475 898.001 1.557.214
Pequenas e médias empresas 9.901.696 75.651 9.977.347 466.657 39.305 53.966 256.208 81.704 897.840 10.875.187 382.044 313.237 20.198 34.557 209.745 62.883 640.619 1.022.663
Imóveis comerciais 3.487.211 18.568 3.505.779 146.391 9.073 11.710 75.557 43.261 285.992 3.791.771 95.332 52.292 3.658 4.187 51.739 30.710 142.585 237.917
Outros 6.414.485 57.083 6.471.568 320.267 30.231 42.256 180.651 38.443 611.848 7.083.416 286.713 260.945 16.541 30.370 158.005 32.173 498.034 784.747
Outras empresas 7.459.762 48.532 7.508.294 310.510 4.890 2.750 44.448 5.458 368.056 7.876.349 277.169 204.897 4.564 2.730 41.599 3.592 257.382 534.551
Imóveis comerciais 767.902 6.460 774.361 77.961 - 2 3.322 4.590 85.875 860.237 9.216 47.600 - 2 2.270 3.114 52.986 62.202
Outros 6.691.860 42.072 6.733.932 232.548 4.890 2.748 41.126 868 282.181 7.016.113 267.953 157.297 4.564 2.729 39.329 478 204.396 472.348
Famílias 29.651.836 93.387 29.745.222 184.226 20.226 26.128 96.569 228.166 555.314 30.300.537 240.933 131.439 12.250 18.335 73.327 207.545 442.897 683.830
Empréstimos à habitação com
hipoteca do imóvel 27.303.720 67.259 27.370.979 112.663 11.086 12.556 68.336 35.376 240.017 27.610.997 202.705 84.384 7.047 7.920 49.994 29.854 179.198 381.903
Crédito ao consumo 1.503.903 16.606 1.520.509 10.101 5.683 10.789 14.732 17.829 59.135 1.579.644 23.129 8.263 3.569 9.018 13.113 8.248 42.211 65.340
Outros 844.213 9.521 853.734 61.463 3.456 2.783 13.501 174.961 256.162 1.109.896 15.099 38.792 1.634 1.397 10.220 169.444 221.488 236.587
50.967.918 234.995 51.202.912 963.531 64.423 86.675 398.848 316.102 1.829.578 53.032.491 912.505 649.777 37.013 55.623 325.452 274.171 1.342.036 2.254.541
Segmento
Administrações públicas 3.556.303 8.766 3.565.069 3.305 - 1.006 - 797 5.107 3.570.176 7.001 36 - - - - 36 7.037
Outras empresas financeiras 290.547 2.986 293.533 19 2.755 323 1.267 1.021 5.385 298.918 13.948 2 1.681 199 586 945 3.413 17.361
Empresas não financeiras 17.227.319 125.428 17.352.748 952.369 58.068 47.217 327.941 123.750 1.509.345 18.862.093 676.782 579.046 38.748 23.552 250.732 85.324 977.402 1.654.184
Pequenas e médias empresas 9.875.493 98.064 9.973.557 541.340 43.502 45.625 262.127 96.158 988.752 10.962.309 500.473 341.989 28.663 22.135 192.950 61.861 647.598 1.148.071
Imóveis comerciais 3.190.675 22.385 3.213.060 97.017 28.884 22.023 92.960 52.732 293.618 3.506.678 115.311 60.039 21.505 7.054 68.643 32.498 189.739 305.050
Outros 6.684.818 75.679 6.760.497 444.323 14.618 23.602 169.167 43.425 695.134 7.455.631 385.161 281.950 7.158 15.080 124.307 29.364 457.859 843.020
Outras empresas 7.351.827 27.365 7.379.191 411.029 14.567 1.592 65.814 27.592 520.593 7.899.784 176.310 237.057 10.085 1.417 57.782 23.463 329.804 506.114
Imóveis comerciais 989.597 585 990.182 26.910 3.592 228 7.614 9.689 48.033 1.038.215 22.806 15.252 1.868 227 6.292 8.686 32.325 55.131
Outros 6.362.230 26.780 6.389.010 384.119 10.974 1.364 58.199 17.903 472.560 6.861.570 153.504 221.805 8.217 1.190 51.490 14.777 297.479 450.983
Famílias 29.032.654 84.045 29.116.699 200.562 20.439 24.828 143.112 261.265 650.206 29.766.906 223.469 102.249 7.626 13.053 74.205 215.245 412.378 635.846
Empréstimos à habitação com
hipoteca do imóvel 26.872.946 62.304 26.935.251 128.673 12.760 10.974 111.413 66.141 329.961 27.265.211 178.388 55.324 3.983 4.118 53.760 38.320 155.504 333.892
Crédito ao consumo 1.314.561 12.618 1.327.179 7.635 5.008 10.917 16.076 11.274 50.909 1.378.089 21.193 5.663 2.413 7.450 11.121 5.217 31.864 53.057
Outros 845.147 9.123 854.270 64.255 2.672 2.937 15.623 183.850 269.336 1.123.606 23.888 41.262 1.231 1.485 9.324 171.708 225.009 248.898
50.106.823 221.226 50.328.049 1.156.255 81.263 73.373 472.320 386.832 2.170.043 52.498.093 921.201 681.332 48.055 36.803 325.524 301.514 1.393.228 2.314.429
Em 31 de dezembro de 2022, o detalhe da carteira de crédito por segmento e ano de produção é o seguinte:
Famílias:
Empresas não financeiras: Famílias:
Administrações públicas Outras empresas financeiras Empresas não financeiras dos quais empréstimos à habitação com Total
dos quais imóveis comerciais dos quais crédito ao consumo e outros
hipoteca do imóvel
Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade Número de Imparidade
Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
operações constituída operações constituída operações constituída operações constituída operações constituída operações constituída operações constituída
Ano de produção
2007 e anteriores 807 691.838 171 12 388 4 4.274 1.163.682 379.237 715 528.565 117.710 253.238 7.894.079 213.350 117.455 538.249 222.775 375.786 10.288.237 815.537
2008 78 832.091 115 23 51.968 3.884 1.127 765.575 113.661 255 285.112 20.340 28.513 1.418.794 37.089 16.937 55.392 5.033 46.678 3.123.821 159.782
2009 56 101.938 0 8 91 0 1.050 220.196 70.438 219 129.324 29.678 25.058 1.470.758 32.536 19.261 50.741 5.872 45.433 1.843.724 108.847
2010 34 28.537 3 10 178 1 1.174 252.913 50.107 209 36.764 12.549 18.343 1.221.930 24.602 20.929 61.856 7.133 40.490 1.565.414 81.845
2011 12 21.432 90 8 121 1 943 151.618 29.069 178 59.082 8.491 8.029 506.687 10.937 14.763 39.615 2.228 23.755 719.473 42.326
2012 2 2.639 - 4 78 0 992 155.069 37.298 177 29.184 9.042 3.387 211.511 3.956 11.916 40.066 9.209 16.301 409.364 50.463
2013 9 29.833 6 5 217 151 1.443 204.566 65.021 173 24.668 5.379 3.584 239.965 4.937 52.535 60.973 3.274 57.576 535.555 73.389
2014 12 198.224 815 9 15.147 386 2.442 589.310 236.087 324 104.501 16.306 4.586 354.453 6.019 15.985 50.339 3.387 23.034 1.207.473 246.693
2015 28 26.432 5 9 520 2 3.645 981.798 209.386 537 142.547 26.333 8.260 654.339 9.365 18.626 77.934 8.545 30.568 1.741.024 227.303
2016 67 239.602 1.448 13 73.239 1.836 4.507 998.318 99.326 654 129.661 10.486 9.556 790.886 4.417 24.485 74.490 8.188 38.628 2.176.535 115.215
2017 49 73.715 301 13 4.415 154 6.259 641.282 60.851 919 105.280 9.673 10.756 938.963 4.257 27.741 96.251 4.578 44.818 1.754.626 70.140
2018 65 40.052 60 23 267 1 6.703 967.398 28.015 883 143.187 3.723 13.843 1.408.602 4.952 27.977 100.942 1.475 48.611 2.517.261 34.504
2019 61 160.455 20 41 772 16 9.615 1.863.561 36.453 1.679 721.355 9.481 17.556 1.832.220 7.359 38.516 164.102 4.726 65.789 4.021.111 48.573
2020 127 404.410 57 36 21.353 569 16.042 2.569.710 48.672 2.574 658.718 6.703 19.763 2.284.118 7.536 55.792 254.551 5.543 91.760 5.534.142 62.378
2021 129 382.441 36 45 76.249 2.166 13.547 2.372.001 32.822 2.576 654.358 6.635 26.827 3.300.727 6.394 62.713 421.175 5.676 103.261 6.552.594 47.094
2022 107 435.433 168 62 66.342 1.031 19.478 4.854.537 60.769 3.160 899.702 7.591 24.074 3.082.963 4.200 147.931 602.864 4.286 191.652 9.042.138 70.454
1.643 3.669.070 3.297 321 311.347 10.200 93.241 18.751.537 1.557.214 15.232 4.652.008 300.119 475.373 27.610.997 381.903 673.562 2.689.540 301.927 1.244.140 53.032.491 2.254.541
Famílias:
Famílias:
Empresas não financeiras: dos quais empréstimos à
Administrações públicas Outras empresas financeiras Empresas não financeiras dos quais crédito ao Total
dos quais imóveis comerciais habitação com hipoteca do
consumo e outros
imóvel
Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade
Avaliação
Individual 904 10 - - 764.744 532.040 195.594 91.463 1.895 1.133 305.297 189.075 1.072.840 722.258
Coletiva 3.668.166 3.287 311.347 10.200 17.986.793 1.025.174 4.456.414 208.656 27.609.102 380.770 2.384.243 112.852 51.959.651 1.532.284
3.669.070 3.297 311.347 10.200 18.751.537 1.557.214 4.652.008 300.119 27.610.997 381.903 2.689.540 301.927 53.032.491 2.254.541
31-12-2021
Famílias:
Famílias:
Empresas não financeiras: dos quais empréstimos à
Administrações públicas Outras empresas financeiras Empresas não financeiras dos quais crédito ao Total
dos quais imóveis comerciais habitação com hipoteca do
consumo e outros
imóvel
Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade
Avaliação
Individual 175.196 1.805 2.144 21 1.197.319 611.873 154.837 120.946 26.662 1.363 550.335 192.375 1.951.655 807.437
Coletiva 3.394.980 5.232 296.774 17.341 17.664.775 1.042.311 4.390.056 239.235 27.238.549 332.529 1.951.360 109.579 50.546.437 1.506.992
3.570.176 7.037 298.918 17.361 18.862.093 1.654.184 4.544.892 360.181 27.265.211 333.892 2.501.694 301.954 52.498.093 2.314.429
432
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe do valor de exposição bruta de crédito
e imparidade, por setor de atividade é o seguinte:
31-12-2022
Exposição Crédito
Setor de atividade
Produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar condicionado 693.299 27.938 804 26.395
Serviços de saúde humana e atividades de ação social 247.161 13.919 9.626 13.664
433
31-12-2021
Exposição Crédito
Setor de atividade
Produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar condicionado 809.546 9.426 1.431 2.288
Administração pública e defesa, segurança social obrigatória 7.711 113 193 176
Serviços de saúde humana e atividades de ação social 256.015 25.057 7.707 15.116
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe do justo valor dos colaterais subjacentes
à carteira de crédito dos segmentos de Empresas não financeiras e Famílias: dos quais empréstimos à
habitação com hipoteca do imóvel é o seguinte:
31-12-2022
Justo valor
Empresas não financeiras 613.914 363.317 462.237 264.097 1.881.541 948.797 2.967.002 471.645 2.291.796 482.267 1.234.724 647.670 9.869.063 632.035
Empresas não financeiras: dos quais
imóveis comerciais 159.171 96.201 156.791 97.431 775.034 422.383 355.097 170.764 551.378 308.262 478.107 221.359 976.983 405.322
Famílias: dos quais empréstimos à
habitação com hipoteca do imóvel 55.455.150 37.660.021 3.166.712 1.304.231 884.743 401.764 174.294 10.185 145.327 1.277 133.102 681 78.339 44
56.228.235 38.119.539 3.785.741 1.665.760 3.541.319 1.772.944 3.496.394 652.594 2.988.501 791.807 1.845.933 869.711 10.924.385 1.037.401
31-12-2021
Justo valor
Empresas não financeiras 677.226 377.783 515.662 274.278 3.870.892 985.680 1.008.744 461.753 945.438 494.388 1.305.304 663.106 10.891.191 338.835
Empresas não financeiras: dos quais
imóveis comerciais 159.887 110.937 149.638 99.402 746.450 424.610 342.563 169.143 583.282 310.126 544.287 287.243 771.616 269.172
Famílias: dos quais empréstimos à
habitação com hipoteca do imóvel 54.830.089 38.000.617 2.603.396 1.111.086 763.852 336.670 204.946 9.140 167.616 1.442 133.102 681 78.339 44
55.667.202 38.489.337 3.268.695 1.484.767 5.381.194 1.746.960 1.556.253 640.036 1.696.337 805.956 1.982.693 951.031 11.741.147 608.051
434
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe da carteira de reestruturados por medida
de diferimento (Forborne) aplicada é o seguinte:
31-12-2022
Extensão de prazo 2.883 827.029 342 49.983 1.519 165.081 54.644 82.342 4.402 992.110 54.986 132.325
Período de carência 598 187.494 - 20.737 292 31.667 2.120 18.388 890 219.162 2.120 39.125
Alteração da taxa de juro 293 646.719 - 155.674 315 320.162 274.541 22.044 608 966.881 274.541 177.718
Outras 6.452 1.439.363 - 168.734 6.564 510.477 210.200 179.290 13.016 1.949.840 210.200 348.024
10.226 3.100.605 342 395.128 8.690 1.027.388 541.505 302.064 18.916 4.127.993 541.847 697.192
31-12-2021
Extensão de prazo 3.174 974.757 18 85.880 1.625 215.118 80.958 58.623 4.799 1.189.875 80.977 144.504
Período de carência 617 262.127 - 16.379 423 98.053 13.681 21.450 1.040 360.180 13.681 37.829
Alteração da taxa de juro 350 596.311 - 163.443 341 332.122 244.890 26.495 691 928.434 244.890 189.938
Outras 6.199 873.739 - 99.836 5.737 589.014 251.358 163.170 11.936 1.462.752 251.358 263.006
10.340 2.706.934 18 365.538 8.126 1.234.307 590.887 269.738 18.466 3.941.241 590.905 635.276
Para o exercício findo em 31 de dezembro de 2022 e exercício de 2021, o movimento de entradas e saídas
na carteira de crédito diferido (Forborne), é apresentado abaixo:
Outros (16.506)
Saldo final da carteira de reestruturados (bruto de imparidade) em 31-12-2021 3.941.241
Créditos com medidas de diferimento no período (Forborne) 866.507
Juros corridos dos créditos com medidas de diferimento (Forborne) 13.304
Liquidação de créditos com medidas de diferimento (Forborne) , parcial ou total (767.221)
Créditos reclassificados de "com medidas de diferimento" (Forborne) para "normal" (32.958)
Outros 107.119
Saldo final da carteira de reestruturados (bruto de imparidade) em 31-12-2022 4.127.993
435
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe da carteira de crédito por rácio de LTV
é o seguinte:
31-12-2022
Exposição Imparidade
>= 60% e < 80% 337.774 26.089 363.862 3.681 17.156 20.836
>= 80% e < 100% 849.968 44.281 894.249 12.147 22.480 34.626
dos quais imóveis comerciais 4.280.141 371.867 4.652.008 104.548 195.571 300.119
>= 60% e < 80% 255.403 20.529 275.932 2.880 13.839 16.718
>= 80% e < 100% 712.289 30.561 742.850 8.781 12.605 21.386
>= 60% e < 80% 11.270.726 63.648 11.334.374 90.433 50.756 141.189
>= 80% e < 100% 2.806.602 38.094 2.844.696 34.126 28.621 62.747
Famílias: dos quais crédito ao consumo e outros 2.374.243 315.297 2.689.540 38.228 263.699 301.927
>= 60% e < 80% 68.545 47.182 115.727 1.503 31.176 32.679
>= 80% e < 100% 20.864 5.741 26.606 646 3.377 4.023
436
31-12-2021
Exposição Imparidade
>= 60% e < 80% 360.098 55.470 415.568 6.875 32.124 39.000
>= 80% e < 100% 495.319 47.160 542.479 14.196 23.415 37.611
dos quais imóveis comerciais 4.203.242 341.651 4.544.892 138.117 222.064 360.181
>= 60% e < 80% 203.348 39.392 242.740 1.879 27.101 28.980
>= 80% e < 100% 331.608 23.955 355.563 10.218 15.157 25.375
>= 60% e < 80% 8.153.887 69.624 8.223.511 54.831 34.621 89.452
>= 80% e < 100% 2.426.783 60.231 2.487.014 29.971 32.533 62.504
Famílias: dos quais crédito ao consumo e outros 2.181.449 320.246 2.501.694 45.081 256.873 301.954
>= 60% e < 80% 62.019 23.590 85.610 4.193 15.166 19.359
>= 80% e < 100% 50.632 13.430 64.061 3.066 5.214 8.281
Em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o detalhe do justo valor e valor líquido contabilístico
dos imóveis e equipamentos recebidos em dação ou execução, por tipo de ativo e antiguidade, é o seguinte:
31-12-2022 31-12-2022
Número de Justo valor do Valor Tempo decorrido desde a ≥ 1 ano e ≥ 2,5 anos e
< 1 ano ≥ 5 anos Total
Ativo imóveis ativo contabilístico dação / execução < 2,5 anos < 5 anos
Terreno Terreno
Comerciais 558 111.957 57.185 Comerciais 6.805 8.547 10.643 31.190 57.185
Habitação 1.069 105.628 53.487 Habitação 11.181 6.286 19.316 16.705 53.487
437
31-12-2021 31-12-2021
Número de Justo valor do Valor Tempo decorrido desde a >= 1 ano e < >= 2.5 anos e
< 1 ano >= 5 anos Total
Ativo imóveis ativo contabilístico dação / execução 2.5 anos < 5 anos
Terreno Terreno
Urbano 167 65.131 31.311 Urbano 6.584 6.087 2.758 15.881 31.311
Habitação 106 12.850 4.376 Habitação 314 149 1.667 2.246 4.376
Comerciais 650 149.359 76.999 Comerciais 9.083 7.635 34.059 26.222 76.999
Habitação 1.470 132.038 69.544 Habitação 5.957 17.293 27.521 18.774 69.544
Definições Comuns
(i) “Segmentação”: os segmentos utilizados suportam-se nas definições das Estatísticas Monetárias
e Financeiras do Banco de Portugal:
“Particulares – Habitação”: setor de Famílias, cuja finalidade do crédito diz respeito a crédito
à habitação;
“Particulares – Consumo e Outros”: setor de Famílias, cuja finalidade do crédito não é crédito
à habitação (sendo, tipicamente, crédito ao consumo); e,
(iii) “Análise Individual e Análise Coletiva”: distinção entre créditos com imparidade individual e coletiva
constituída de acordo com o Modelo de Imparidade.
438
Contudo, a 31 de dezembro de 2022 encontravam-se ainda em vigor moratórias legais em Macau,
respeitando as regras locais de extensão das medidas de apoio à economia. Deste modo, no Grupo CGD
apenas existem moratórias legais ativas no Banco Nacional Ultramarino de Macau.
Performing Performing
Empresas não financeiras 1.668 1.668 1.668 1.668 (130) (130) (130) (130)
Pequenas e médias empresas 1.668 1.668 1.668 1.668 (130) (130) (130) (130)
Exposição em 31-12-2022
Novas operações de crédito concedidas no âmbito dos programas de garantia pública para resposta à
pandemia da COVID-19
Valor máximo da
Exposição em 31-12-2022 garantia que pode
ser considerado Inflows em Non-
Performing
Dos quais com Garantias
medidas de públicas
renegociação recebidas
Famílias 36.355 - - 60
439
Reforço do processo de acompanhamento e monitorização da carteira de crédito
Para preparar a CGD para uma resposta eficiente aos impactos da pandemia na carteira de crédito, a CGD
reviu os seus procedimentos internos para identificação dos clientes que poderiam ser mais afetados pelos
efeitos da pandemia:
(v) Revisão dos critérios de classificação das operações/clientes em crédito reestruturado por
dificuldades financeiras e default, com a consequente afetação ao stage 2 ou ao stage 3,
suportados nas análises prospetivas e em análises casuísticas para identificar situações de
reduzida probabilidade de pagamento (unlikely-to-pay), com impactos diretos ao nível da
mensuração da perda de crédito esperada;
(vi) Definição de medidas de reestruturação ajustadas ao risco percebido de cada cliente com o
objetivo de disponibilizar apoios efetivos que permitissem suportar o cumprimento do serviço da
dívida.
O processo desenvolvido para resposta à pandemia foi incorporado nos processos internos da CGD, para
resposta a eventos disruptivos ou situações extraordinárias que possam ter potenciais impactos negativos
na capacidade económico-financeira dos clientes, com potenciais efeitos menos positivos ao nível da
qualidade da carteira de crédito do banco.
Deste modo, perante a identificação de eventos disruptivos a Direção de Gestão de Risco define um plano
de ação proactivo, que se consubstancia nas seguintes orientações:
Definição de regras e critérios sobre o rating a vigorar para os clientes potencialmente mais
vulneráveis bem como para o processo de decisão de crédito;
Com o deflagrar do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a CGD promoveu uma avaliação dos potenciais
impactos na carteira de crédito, considerando a seguinte abordagem:
Impactos de 1ª ordem, relacionados com exposições ao abrigo das sanções definidas pela União
Europeia, não foram identificados no Grupo CGD;
Para avaliar os impactos de 3ª ordem a CGD promoveu diversas análises com o objetivo de avaliar
potenciais degradações na carteira de crédito considerando o aumento dos gastos com a energia, a subida
da taxa de juro e da inflação, bem como os constrangimentos existentes ao nível das cadeias de produção
e distribuição:
3. Identificação dos setores considerados mais vulneráveis à subida dos preços da energia (que
representam cerca de 20% do total da exposição do segmento de empresas):
d) Realização de uma avaliação suportada num questionário prospetivo, cliente a cliente, para
identificar situações de dificuldades financeiras, com impactos ao nível da classificação em
stage 2 ou stage 3;
440
Neste contexto, foi efetuada a realização de questionários repartida em duas rondas ao
longo do ano. A última ronda foi efetuada no último trimestre de 2022, e na mesma foram
também incluídos clientes de outros sectores.
Em termos de resultados importa salientar:
Parte relevante da exposição (79%) foi classificada sem indícios de risco acrescido
(questionário com score 1) e os restantes 21% classificados no questionário com
necessidade de monitorização continuada (score 2, 3 ou 4);
f) Não assumir melhorias dos ratings gerados automaticamente, para os clientes destes
setores.
Em resultado das análises promovidas, não foram identificados, para o ano de 2022, impactos materiais no
que respeita à degradação significativa da qualidade do risco de crédito. A materialização de alguns riscos,
nomeadamente nos setores mais vulneráveis ao aumento dos preços da energia e/ou mais afetados pela
pandemia, pode conduzir a uma degradação da qualidade creditícia da carteira em 2023, o que determinou
o reconhecimento de overlays.
2021 2022 2023 2024 2021 2022 2023 2024 2021 2022 2023 2024
Taxa desemprego (2) 6,60% 5,60% 5,40% 5,60% 6,60% 6,10% 6,50% 6,40% 6,60% 6,90% 6,70% 6,60%
Euribor 3M -0,55% 0,30% 1,60% 1,36% -0,55% 0,53% 2,69% 2,44% -0,55% 0,65% 3,70% 3,16%
Yield 10 Anos - Portugal 0,29% 2,19% 2,82% 2,65% 0,29% 2,46% 4,26% 3,73% 0,29% 2,68% 5,96% 4,92%
(1) Taxa de variação anual em percentagem
(2) Em percentagem da po pulação ativa
Comparando com as projeções utilizadas com referência a 31 de dezembro de 2021, conforme tabela
abaixo, destaca-se o aumento acentuado da taxa de inflação e das taxas de juro, tanto no curto prazo como
no longo prazo. A probabilidade de ocorrência do cenário adverso sobe para 25,0%, um aumento de 10,0pp.
441
Portugal - Projeções macroeconómicas (em percentagem) utilizadas no ECL em 31 de dezembro de 2021
2020 2021 2022 2023 2020 2021 2022 2023 2020 2021 2022 2023
Taxa desemprego (2) 7,00% 6,50% 5,90% 5,40% 7,00% 6,90% 6,70% 6,30% 7,00% 7,40% 7,10% 7,30%
Euribor 3M -0,42% -0,51% -0,44% -0,35% -0,42% -0,54% -0,49% -0,39% -0,42% -0,55% -0,55% -0,53%
Yield 10 Anos - Portugal 0,42% 0,34% 0,90% 1,30% 0,42% 0,30% 0,46% 0,58% 0,42% 0,26% 0,30% 0,35%
(1) Taxa de variação anual em percentagem
(2) Em percentagem da po pulação ativa
O caráter abrupto do processo de normalização de política monetária, sem paralelo histórico recente, é
especialmente relevante, em particular por coincidir com a degradação das perspetivas para a atividade
económica, conforme referido nos Relatórios de Estabilidade Financeira de novembro de 2022, do Banco
de Portugal. O mesmo relatório evidencia um conjunto de riscos e vulnerabilidades para o sistema
financeiro, dos quais se destacam a materialização do risco de crédito potenciada pelo agravamento do
enquadramento macroeconómico atual (aumentos dos preços da energia, inflação, taxas de juro e
constrangimentos na cadeias de abastecimento e produção) o que poderá gerar um incremento das
situações em dificuldades financeiras e um aumento dos empréstimos não produtivos (NPL).
Adicionalmente, a CGD realizou várias análises para identificar eventuais deteriorações da carteira de
crédito, no curto e médio prazo, considerando o atual enquadramento macroeconómico do qual se destaca
a subida das taxas de juro e a existência de níveis de inflação elevados. Foram ainda considerados os
eventuais impactos em clientes mais vulneráveis e que necessitaram de medidas no âmbito da pandemia
do Covid-19, atendendo a uma maior probabilidade de migração destes clientes para o stage 2 ou para o
stage 3. Em conclusão das análises efetuadas, a CGD reconheceu 699.331 mEuros de montante de
imparidade adicional para fazer face a potenciais perdas esperadas não capturadas pelo atual modelo de
imparidade, o que representa um acréscimo de 45.754 mEuros face ao período anterior. O acréscimo é,
em grande medida, resultado da aplicação de pressupostos mais conservadores para os clientes dos
setores mais vulneráveis ao aumento dos preços da energia, como a não existência de melhorias de rating
ao longo do horizonte de projeção e do aumento da inflação e das taxas de juro bem como o aumento da
probabilidade de ocorrência do cenário adverso.
Análises de sensibilidade
Atendendo à elevada incerteza das projeções macroeconómicas e considerando que desvios aos cenários
apresentados poderão ter impacto no valor das perdas esperadas estimadas, realizaram-se análises de
sensibilidade sobre a distribuição da carteira por stage e o respetivo impacto na imparidade.
2.a) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário base, assumindo que o
mercado imobiliário se mantém estável (i.e. sem desvalorização no valor dos imóveis);
2.b) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário base, assumindo uma ligeira
quebra no mercado imobiliário (desvalorização de 5% no valor dos imóveis);
3.a) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário severo, assumindo que o
mercado imobiliário se mantém estável (i.e. sem desvalorização no valor dos imóveis);
3.b) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário severo, assumindo uma
ligeira quebra no mercado imobiliário (desvalorização de 5% no valor dos imóveis);
3.c) Considerar uma probabilidade de ocorrência de 100% para o cenário severo, assumindo uma
queda mais acentuada no mercado imobiliário (desvalorização de 10% no valor dos imóveis).
Nas análises de sensibilidade são apurados os impactos na perda esperada (ECL) e na evolução do stage
1 e stage 2 resultantes da aplicação dos diferentes cenários macroeconómicos, em conjugação com
distintos fatores de desvalorização dos colaterais imóveis.
442
Os impactos são medidos face ao cálculo de imparidade de dezembro de 2022, para a carteira de crédito
da CGD Portugal, onde é estimada uma perda esperada que resulta da ponderação dos três cenários
macroeconómicos apresentados: cenário central com 60%, o cenário favorável com 15% e o adverso com
25%.
Nos quadros abaixo são apresentados os impactos totais das análises de sensibilidade em imparidade do
crédito e provisões para exposições extrapatrimoniais (e.g. garantias bancárias prestadas e linhas de
crédito não utilizadas), bem como pelas migrações da exposição entre stage 1 e stage 2, causadas pela
identificação de um acréscimo significativo do risco de crédito face à originação das operações, decorrente
da alteração das curvas de probabilidades de default lifetime, estimadas para cada cenário.
Distribuição dos stocks da carteira de crédito (ativo e extrapatrimonial) e das respetivas imparidades e
provisões, por cenário de sensibilidade considerado:
Particulares 31 29 31 32 30 31 32
Particulares 66 62 69 72 71 74 77
443
Impactos em percentagem dos resultados dos cenários de sensibilidade face ao cálculo de imparidade de
31 de dezembro de 2022:
Probabilidade de ocorrência do
cenário 100% 100% 100%
Exposição (EAD)
Stage 1 -0,35% -0,18% -0,18% 0,09% 0,09% 0,09%
O impacto na imparidade do cenário Severo pode variar entre 0,4% e 1,9%, dependendo do nível de descida
dos preços no mercado imobiliário.
No cenário Favorável, ocorreria uma redução da imparidade de 0,7%, assumindo que o preço dos imóveis
se mantém estável. Quanto ao cenário Central, o impacto na imparidade pode variar entre 0,1% e 0,8%,
mediante a desvalorização do mercado imobiliário.
Fundos de Reestruturação
Os fundos de reestruturação nos quais a CGD detém posições (nomeadamente estruturas associadas a
operações de cedência de ativos – Nota 7 e Nota 8) são valorizados pelo respetivo justo valor, determinado
por referência ao Net Asset Value (NAV) reportado pela sociedade gestora e sujeito a uma análise interna
efetuada pela Direção de Gestão de Risco, relativamente ao valor recuperável dos ativos que integram o
património destas estruturas. Em função da análise realizada, poderão existir situações que determinem
ajustamentos negativos ao NAV dos fundos de reestruturação e o reconhecimento de perdas adicionais
àquelas que seriam registadas em função da valorização comunicada pelas sociedades gestoras.
444
Esta análise decorre da política interna aprovada pelos órgãos de gestão da CGD de monitorização dos
riscos inerentes a exposições a fundos de reestruturação, conforme recomendações do supervisor na
prossecução de uma atividade de controlo interno e de governo adequadas ao perfil e à estrutura
organizativa do banco, tendo como objetivo a realização de análises que permitam desafiar os pressupostos
utilizados por cada sociedade gestora.
Para efeitos de análise, nos fundos de reestruturação empresarial a CGD avalia a informação que tem
disponível sobre os ativos de cada fundo (representativos de pelo menos 80% do NAV, sempre que
possível), nomeadamente a verificação do EBITDA histórico e do EBITDA projetado, quando este é
facultado. Efetua, ainda, a análise de sensibilidade aos pressupostos utilizados pelas sociedades gestoras
nas determinações dos NAV das empresas sempre que estes dados estão disponíveis (nomeadamente:
taxas de desconto utilizadas, níveis de crescimento das vendas, margens de EBITDA).
De salientar que as sociedades gestoras dos fundos de reestruturação não disponibilizam a totalidade dos
pressupostos e respetivos racionais que sustentam a valorização das empresas, pelo que a CGD recorre a
informação interna a que tem acesso nos seus sistemas, que procura complementar com a utilização de
múltiplos de EBITDA setoriais para realizar o desafio ao valor do NAV, i.e., materializando uma análise de
sensibilidade sobre a valorização dos ativos.
Na componente imobiliária, a Direção de Negócio Imobiliário da CGD emite uma opinião sobre a valorização
deste tipo de ativos face às avaliações imobiliárias que lhes são remetidas pelas sociedades gestoras,
aplicando coeficientes de desvalorização em função da tipologia de ativo e sua localização. O parecer da
Direção de Negócio Imobiliário é utilizado pela Direção de Gestão de Risco para efetuar a comparação com
o NAV reportado pelas sociedades gestoras dos fundos.
A análise realizada pela Direção de Negócio Imobiliário privilegia uma abordagem prudencial sobre a
comercialização futura dos imóveis, tendo em conta aspetos de sustentabilidade do preço do imóvel a longo
prazo, as condições de mercado normal e local, bem como o uso corrente e os possíveis usos alternativos
em que os elementos de natureza especulativa não são considerados na estimativa do valor. Acresce à
análise a valorização de fatores externos, como a atual conjuntura de escassez de matérias-primas,
aumento de preço dos materiais de construção e mão-de-obra (com crescimento a dois dígitos de acordo
com os mais recentes dados divulgados pelo INE), com o consequente aumento de custos de construção,
o aumento das taxas de inflação e das taxas de juro de referência. A isto acrescem ainda os
constrangimentos resultantes da atual conjuntura de pós-pandemia, bem como os efeitos da Guerra vivida
na Ucrânia e as alterações macroeconómicas com impacto no rendimento disponível dos principais agentes
económicos.
No que diz respeito à informação quantitativa subjacente às avaliações do justo valor dos fundos de
reestruturação imobiliários em carteira da CGD a 31.12.2022, apresenta-se de seguida o resumo da
informação das avaliações de imóveis analisadas:
445
No quadro seguinte apresenta-se a amostra dos pressupostos subjacentes aos relatórios de avaliação
disponibilizados (ativos imobiliários) repartidos por tipologia de ativos:
Terrenos em desenvolvimento 5,00% 10,18% 19,40% 5,40% 7,05% 8,50% Mercado e Rendimento
Centros comerciais 8,40% 9,09% 9,60% 7,45% 8,05% 9,00% Mercado e Rendimento
Terrenos rústicos 7,00% 8,56% 12,50% 7,00% 7,17% 7,50% Mercado e Rendimento
Habitação venda 5,00% 7,28% 8,50% 5,21% 5,61% 6,00% Mercado e Rendimento
Habitação rendimento 4,00% 7,83% 11,10% 6,45% 7,30% 8,50% Mercado e Rendimento
Apresenta-se no quadro seguinte os haircuts médios por tipologia de ativo que resultam da análise efetuada
pela CGD às avaliações (ativos imobiliários) quando comparados com o valor da avaliação:
Haircut médio
Tipologia de Ativo Análise CGD vs.
Valor Avaliação
Hotéis -23,73%
Escritórios -31,30%
Para o apuramento dos haircuts médios contribuem variáveis qualitativas relacionadas com: (i) os
pressupostos de avaliação dos ativos imobiliários e (ii) aspetos específicos dos ativos em concreto. Os
pressupostos utilizados pelos avaliadores carecem por vezes de validação face à realidade em termos
documentais, registrais e físicos (verificação do estado de desenvolvimento efetivo do projeto, visita ao
local, validação de documentação referente ao projeto, ativo e licenciamento, bem como ao seu estado de
conservação e ocupação) e podem comprometer o valor dos ativos nomeadamente no que se refere ao
Presumível Valor de Transação (PVT) ou Valor Atual (VA). Acresce ainda ao mencionado anteriormente
questões relacionadas com o risco específico de cada ativo, que incluem depreciação e desgaste dos
materiais, estado do licenciamento dos projetos, afetação, dimensão e singularidade dos projetos,
qualidade da gestão, localização e comparabilidade com a concorrência e a dinâmica da oferta/procura no
mercado. Todos estes fatores não observáveis poderão impactar o valor dos coeficientes apurados e por
conseguinte o justo-valor das participações nos Fundos de Reestruturação Imobiliário.
Como resultado destas análises, têm vindo a ser reportados ajustamentos ao NAV dos Fundos de
Reestruturação.
No exercício de 2022, foi concluído o processo de venda organizado e competitivo promovido pela ECS
Capital a pedido da CGD e dos restantes participantes em 2021 e denominado Projecto Crow, que abrangeu
100% das ações do fundo FLIT - PTREL SICAV, 100% das Unidades de Participação do Fundo de
Recuperação de Turismo e ainda de alguns ativos hoteleiros do Fundo de Recuperação. No âmbito desta
venda foi constituído o Fundo de Turismo Algarve, FCR (FTA) que adquiriu um único ativo ao Fundo de
Recuperação de Turismo (FRT). A CGD passou a deter uma participação no fundo FTA.
Risco de liquidez
O risco de liquidez representa o risco de impactos negativos nos resultados ou no capital resultante de
insuficiência de liquidez para fazer face a eventos adversos de origem idiossincrática ou sistémica.
446
A estratégia de gestão e a tolerância ao risco de liquidez são estabelecidas em conformidade com a
declaração de apetência pelo risco do Grupo CGD, e assentam em três pilares basilares:
a) Manutenção de um perfil de liquidez estável, sólido e seguro, que garanta adequada capacidade
para fazer face a situações de stress de liquidez;
A medição da liquidez de uma instituição envolve entre outras a avaliação dos seus fluxos de recebimentos
face aos seus fluxos de pagamentos face ao valor de liquidez dos seus ativos, para identificar os potenciais
deficits futuros de financiamento líquido.
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 1.549.618 592.980 146.733 75.956 2.540 2.483 6.164 47.507 1.036.119 3.460.098
Carteira de títulos
Negociação 147.846 348.624 55.319 87.178 26.281 8.716 56.115 12.839 316.844 1.059.762
Outros 327.068 452.681 308.190 1.387.036 3.943.006 3.406.294 8.284.366 652.168 (40.910) 18.719.898
Crédito a clientes (saldos brutos) 3.121.233 2.202.635 2.705.759 3.499.993 11.428.337 8.465.408 14.747.022 29.248.967 101.834 75.521.187
27.517.417 3.596.920 3.216.001 5.050.163 15.400.163 11.882.901 23.093.666 29.961.480 1.469.600 121.188.311
Passivo
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (224.026) (4.799) (23.507) - (2) - (280) - (86.102) (338.717)
Recursos de clientes e outros empréstimos (56.406.242) (9.651.759) (16.611.851) (1.353.275) (778.414) (95.944) (13.208) (7.893) (88.437) (85.007.024)
Responsabilidades representadas por títulos (0) (159) (8.856) (30.856) (421.314) (1.059.979) (796) (20.368) (745) (1.543.073)
Outros passivos subordinados - (5.980) (528.750) (6.250) (518.212) (11.960) (105.994) - - (1.177.145)
Recursos consignados (7.436) (96) (311.021) (11.227) (180.549) (175.020) (15.921) (5.886) 9 (707.147)
(56.637.704) (9.662.794) (17.483.986) (1.401.608) (1.898.490) (1.342.903) (136.199) (34.147) (396.683) (88.994.515)
Instrumentos Financeiros Derivados (1.202) 7.485 2.837 5.441 42.755 27.732 21.533 (20.071) - 86.509
Diferencial (29.121.489) (6.058.388) (14.265.148) 3.653.996 13.544.428 10.567.730 22.979.000 29.907.261 1.072.916 32.280.306
31-12-2021
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 2.210.163 632.732 175.024 130.993 36.534 2.471 6.167 48.739 33.495 3.276.318
Carteira de títulos
Negociação 315 4.156 7.403 300.327 6.407 5.977 49.875 3.356 419.961 797.777
Outros 256.810 788.397 1.713.140 1.541.880 2.771.261 2.762.389 10.423.550 611.414 1.056.235 21.925.075
Crédito a clientes (saldos brutos) 2.257.424 2.340.386 2.287.380 3.425.566 11.105.341 8.693.386 12.840.193 17.621.143 220.338 60.791.157
28.403.964 3.768.044 4.189.561 5.398.767 13.919.542 11.464.223 23.319.786 18.284.651 1.735.618 110.484.156
Passivo
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (479.793) (124.871) (5.841.149) (447.889) - - (221) - (9.911) (6.903.835)
Recursos de clientes e outros empréstimos (52.166.560) (9.596.677) (15.916.584) (1.784.665) (661.230) (17.461) (6.864) (6.150) (151.554) (80.307.744)
Responsabilidades representadas por títulos (1.009.596) (16) (250.371) (1.881) (9.762) (503.750) - (20.050) (395) (1.795.822)
Outros passivos subordinados - (5.980) (28.750) (6.250) (1.053.212) (11.960) (111.974) - - (1.218.125)
Recursos consignados (6.972) (202) (90) (23.359) (329.078) (341.905) (14.848) (8.737) 9 (725.181)
(53.662.920) (9.727.746) (22.036.944) (2.264.045) (2.053.282) (875.075) (133.907) (34.937) (579.139) (91.367.996)
Instrumentos Financeiros Derivados (733) 8.016 1.842 6.733 24.402 (8.710) (8.683) (13.871) - 8.995
Diferencial (25.259.690) (5.951.686) (17.845.542) 3.141.455 11.890.663 10.580.438 23.177.196 18.235.843 1.156.479 19.125.155
Os quadros apresentados acima incluem fluxos de caixa projetados relativos a capital e juros, pelo que não
são diretamente comparáveis com os saldos contabilísticos em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro
447
de 2021. Os juros projetados para as operações a taxa variável incorporam as taxas forward implícitas na
curva de rendimentos em vigor nas respetivas datas de referência.
Adicionalmente, são abaixo apresentados os valores correspondentes a saldos de capital vincendo, não
incluindo juros projetados nem juros corridos, relativa aos prazos residuais de maturidade "estrutural" do
balanço do Grupo CGD, referentes a 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021:
31-12-2022
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 1.234.864 593.723 151.052 88.514 62.217 62.170 155.389 37.633 1.036.119 3.421.682
Carteira de títulos
Negociação 554.302 57.814 9.199 14.370 3.883 973 8.750 78.697 316.844 1.044.831
Outros 13.271.226 49.613 31.305 155.096 424.398 386.124 979.098 1.923.973 (40.910) 17.179.923
Crédito a clientes (saldos brutos) 2.308.054 2.151.741 2.545.955 3.084.378 10.056.984 7.191.293 11.118.236 13.486.162 132.108 52.074.911
39.739.889 2.852.892 2.737.512 3.342.359 10.547.482 7.640.560 12.261.472 15.526.464 1.500.029 96.148.659
Passivo
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (224.114) (4.787) (22.967) - - - - - (86.104) (337.972)
Recursos de clientes e outros empréstimos (2.851.904) (1.760.061) (1.866.026) (2.897.673) (5.593.599) (3.785.827) (6.087.128) (57.463.064) (1.623.316) (83.928.599)
Responsabilidades representadas por títulos - - - - (341.547) (1.000.000) (0) (20.050) (745) (1.362.341)
Recursos consignados (7.436) - (300.000) (10.311) (166.627) (160.402) (14.286) (5.714) 9 (664.766)
(3.083.454) (1.764.848) (2.688.993) (2.907.983) (6.601.772) (4.946.229) (6.201.414) (57.488.829) (1.931.564) (87.615.087)
Instrumentos Financeiros Derivados (1.202) 7.485 2.837 5.441 42.755 27.732 21.533 (20.071) - 86.509
Diferencial 36.655.233 1.095.528 51.355 439.817 3.988.465 2.722.063 6.081.591 (41.982.436) (431.535) 8.620.081
31-12-2021
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 2.206.020 631.413 174.524 130.514 33.969 4 6 37.633 33.495 3.247.577
Carteira de títulos
Negociação 171.971 683 110.313 45.006 686 664 7.332 53.034 402.449 792.139
Outros 8.961.159 117.366 5.932.491 205.002 323.692 344.772 1.429.311 2.819.690 143.732 20.277.214
Crédito a clientes (saldos brutos) 1.953.780 1.997.600 2.036.373 2.437.773 8.179.819 6.533.388 9.365.811 18.772.737 220.338 51.497.618
36.977.810 2.749.110 8.253.832 2.818.294 8.538.166 6.878.828 10.802.460 21.683.094 805.912 99.507.505
Passivo
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (442.164) (125.773) (5.804.395) (356.417) (12.022) (12.022) (6.012) - (9.911) (6.768.715)
Recursos de clientes e outros empréstimos (5.460.433) (2.798.153) (2.041.419) (3.170.551) (5.591.027) (3.933.726) (5.682.075) (50.898.573) (151.554) (79.727.510)
Responsabilidades representadas por títulos (999.600) - (250.000) - (6.000) (500.000) - (20.050) (395) (1.776.045)
(6.909.169) (2.923.926) (8.095.814) (3.547.271) (6.926.904) (4.762.374) (5.802.372) (50.927.194) (579.139) (90.474.163)
Instrumentos Financeiros Derivados (733) 8.016 1.842 6.733 24.402 (8.710) (8.683) (13.871) - 8.995
Diferencial 30.067.908 (166.800) 159.860 (722.244) 1.635.664 2.107.744 4.991.405 (29.257.972) 226.773 9.042.337
A liquidez estrutural por oposição ao conceito de liquidez contratual (baseado nas determinações
contratuais dos produtos comercializados, especificamente no que diz respeito aos seus prazos de
vencimento), incorpora, por um lado, a existência de um buffer de ativos líquidos de elevada qualidade para
fazer face às necessidades de liquidez da instituição e, por outro, as expetativas comportamentais dos
clientes de retalho. A informação acima apresentada difere assim dos quadros referentes aos prazos
residuais de maturidade contratual, na utilização dos seguintes pressupostos:
Títulos de dívida e de capital: reafectação do montante com elevada liquidez ao bucket “Até 1
mês”, com exceção dos títulos de dívida onerados que são alocados aos buckets correspondentes
ao vencimento das operações que estão a colaterizar;
Depósitos à ordem de clientes e contas de poupança sem maturidade definida (CGD Sede,
Sucursal de França e BNU): distribuição do saldo por buckets de prazo residual de maturidade de
acordo com estudos e modelos desenvolvidos internamente;
448
Depósitos à ordem de clientes (restantes entidades do Grupo CGD): distribuição do saldo de core
deposits (depósitos que constituem uma fonte de financiamento estável da atividade creditícia) do
bucket “Até 1 mês” até aos buckets até 6 anos, segundo uma distribuição uniforme de saldos. A
abordagem descrita procura corresponder às recomendações do Comité de Basileia de
Supervisão Bancária (Basel Committee on Banking Supervision, BCBS), designadamente no que
diz respeito à maturidade média máxima dos core deposits.
No caso particular do crédito à habitação, a distribuição dos fluxos de capital e juros teve em
consideração as expectativas relativas a taxas de reembolso antecipado determinadas em função
da análise ao comportamento histórico das operações, bem como do contexto macroeconómico
atual.
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 2.021.827 501.671 588.580 143.276 72.960 - 37.633 55.735 3.421.682
Carteira de títulos
Outros (líquido de imparidade) 104.475 212.811 514.934 447.031 1.130.235 3.267.071 10.704.327 (154.288) 16.226.594
Crédito a clientes (bruto) 4.283.095 7.556.375 11.615.126 12.509.850 8.107.031 2.182.410 5.693.041 127.983 52.074.911
Passivos
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (237.899) (23.973) (4.787) (23.177) - - - (48.136) (337.972)
Recursos de clientes e outros empréstimos (50.573.521) (5.111.107) (9.634.124) (16.584.396) (1.325.425) (581.123) (84.230) (34.674) (83.928.599)
Derivados
Interest Rate Swaps (IRSs) 96.013 109.604 471.173 146.385 456.996 (410.584) (869.588) - -
Exposição Líquida (23.228.903) 4.683.550 3.207.136 (4.076.391) 8.484.790 3.487.912 14.271.007 (285.743) 6.543.359
449
31-12-2021
Ativo
Aplicações em instituições de crédito 1.595.039 610.997 631.413 174.520 130.513 33.966 37.633 33.495 3.247.577
Carteira de títulos
Outros (líquido de imparidade) 65.438 197.434 880.430 1.733.862 1.355.607 2.069.378 11.936.131 804.683 19.042.962
Crédito a clientes (bruto) 4.414.784 7.153.007 13.099.086 11.200.466 7.422.422 2.653.595 5.318.036 236.222 51.497.618
Passivos
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (419.182) (58.337) (474.771) (5.803.102) (3.412) - - (9.911) (6.768.715)
Recursos de clientes e outros empréstimos (47.088.951) (4.726.810) (9.579.398) (15.890.299) (1.772.414) (500.080) (18.535) (151.021) (79.727.510)
Responsabilidades representadas por títulos - (999.600) (250.000) - - (6.000) (520.050) (395) (1.776.045)
Derivados
Interest Rate Swaps (IRSs) 59.437 38.359 195.206 79.701 547.758 148.259 (1.018.494) - 50.225
Exposição Líquida (18.379.955) 2.890.567 4.409.907 (8.514.680) 7.977.687 3.101.979 13.495.418 533.533 5.514.455
Os quadros acima incluem valores de capital vincendo, excluindo juros corridos e correções de valor.
(iv) As disponibilidades em bancos centrais foram classificadas nas colunas até 1 mês e os depósitos
à ordem de clientes foram classificados na coluna “<= 7 dias”;
(v) A diferença entre o valor nominal e o valor de mercado dos títulos de dívida registados ao justo
valor está considerada na coluna "Indeterminado", incluindo a componente de juros corridos; e,
Análise de sensibilidade
O quadro seguinte apresenta o efeito na margem financeira projetada para o Grupo CGD de uma
deslocação paralela das curvas de taxas de juro de referência de ±50, ±100 e ±200 bps, para os exercícios
de 2023 e 2022. As estimativas foram obtidas a partir do gap de taxa de juro sendo que na projeção para
2023 foi adotada uma metodologia revista, que evidencia um maior conservadorismo, designadamente por
ter em consideração os floors de 0% existentes dos depósitos de clientes nos cenários de descida, e um
pass-through elevado das taxas de mercado às remunerações dos depósitos de clientes em cenários de
subida.
Importa referir que a informação contida no quadro anterior não tem em consideração alterações estruturais
de balanço ou das políticas de gestão do risco de taxa de juro que pudessem vir a ser adotadas em
consequência das análises de sensibilidade efetuadas.
450
Perspetiva de longo prazo ou económica - Justo valor
Os quadros seguintes apresentam o valor de balanço e o justo valor dos principais ativos e passivos
financeiros mantidos ao custo amortizado, em 31 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021:
31-12-2022
Saldos não
Saldos analisados
analisados
Valor de
Valor de Justo valor Valor de balanço Total
Diferença
balanço Nível 1 Nível 2 Nível 3 balanço
Ativo
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (252.041) - - (252.015) 26 (86.112) (338.153)
Responsabilidades representadas por títulos (1.368.976) (1.252.622) - (23.148) 93.205 646 (1.368.330)
31-12-2021
Saldos não
Saldos analisados
analisados
Valor de
Valor de Justo valor Valor de balanço Total
Diferença
balanço Nível 1 Nível 2 Nível 3 balanço
Ativo
Investimentos ao custo amortizado 12.978.162 11.836.730 227.376 1.196.778 282.722 16.112 12.994.274
Passivo
Recursos de bancos centrais e outras instituições de crédito (6.764.941) - - (6.750.434) 14.506 19.739 (6.745.201)
Responsabilidades representadas por títulos (1.789.581) (1.501.115) - (279.926) 8.539 (133) (1.789.714)
(i) Relativamente aos saldos à vista, o valor de balanço corresponde ao justo valor;
(ii) Para as emissões de dívida cotadas cujos preços são considerados líquidos, o justo valor
corresponde ao respetivo valor de mercado;
(iii) O justo valor dos restantes instrumentos financeiros é determinado com base em modelos de
fluxos de caixa descontados até à maturidade das operações, quer para os instrumentos de taxa
fixa, quer para os instrumentos de taxa variável. Para o efeito são tidas em consideração as
condições contratuais das operações e, adicionalmente, para os instrumentos de taxa variável são
estimados os cash flows futuros incorporando as taxas forward implícitas na curva de rendimentos
em vigor nas respetivas datas de referência, sendo utilizadas curvas de desconto apropriadas ao
tipo de instrumento, incluindo:
Taxas de juro de mercado incorporando os spreads médios praticados nas novas operações
de aplicações e recursos de instituições de crédito; e,
Taxas de juro de mercado incorporando os spreads médios praticados nas novas operações
de crédito e de depósitos de clientes para tipos de crédito e de depósitos comparáveis.
451
(iv) A coluna “Saldos não analisados” inclui essencialmente:
Saldos de algumas sucursais não incluídas no cálculo centralizado efetuado pela CGD.
31-12-2022
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 22.866.011 22.864.141 22.863.208 22.862.276 22.861.346 22.860.417 22.858.563
Aplicações em instituições de crédito 3.167.867 3.143.439 3.131.975 3.120.980 3.110.427 3.100.291 3.081.179
Carteira de Títulos
Investimentos a deter até à maturidade (saldos brutos) 16.274.034 15.461.976 15.076.870 14.704.998 14.345.849 13.998.936 13.339.960
Ativos com acordo de recompra 4.794 4.725 4.691 4.658 4.625 4.592 4.528
Recursos de Bancos Centrais (63.302) (63.290) (63.285) (63.279) (63.273) (63.268) (63.257)
Recursos de outras instituições de crédito (198.212) (198.114) (198.065) (198.016) (197.967) (197.918) (197.821)
Recursos de clientes e outros empréstimos (82.876.009) (80.814.510) (79.849.335) (78.893.625) (77.999.477) (77.140.748) (75.521.371)
Responsabilidades representadas por títulos (1.423.704) (1.372.549) (1.347.784) (1.323.082) (1.298.840) (1.275.102) (1.229.093)
Outros passivos subordinados (1.118.929) (1.102.605) (1.094.597) (1.086.691) (1.078.883) (1.071.173) (1.056.036)
Justo Valor
31-12-2021
Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 22.892.782 22.892.782 22.892.782 22.892.782 22.892.782 22.892.782 22.892.782
Aplicações em instituições de crédito 3.952.479 3.952.051 3.946.580 3.934.424 3.920.954 3.908.069 3.883.910
Carteira de Títulos
Investimentos a deter até à maturidade (saldos brutos) 13.767.830 13.754.889 13.665.399 13.337.608 12.984.161 12.643.580 11.998.949
Ativos com acordo de recompra 12.619 12.529 12.485 12.441 12.397 12.354 12.269
Recursos de Bancos Centrais (5.878.227) (5.849.379) (5.835.008) (5.820.673) (5.806.369) (5.792.102) (5.763.672)
Recursos de outras instituições de crédito (1.019.082) (1.017.959) (1.017.089) (1.016.150) (1.015.176) (1.014.210) (1.012.301)
Recursos de clientes e outros empréstimos (79.954.709) (79.901.745) (79.845.340) (79.521.593) (78.801.444) (77.923.420) (76.265.189)
Responsabilidades representadas por títulos (1.796.842) (1.795.522) (1.794.015) (1.782.896) (1.769.612) (1.756.668) (1.731.760)
Outros passivos subordinados (1.680.180) (1.678.581) (1.677.549) (1.669.452) (1.654.910) (1.640.584) (1.612.568)
Justo valor
No âmbito do processo estabelecido no Grupo CGD para a determinação do justo valor e por forma a
assegurar que são corretamente considerados os princípios do IFRS 13: Por justo valor, entenda-se o preço
que seria recebido pelo desinvestimento em determinado ativo ou a ser pago pela transferência de
determinado passivo numa transação típica e ordeira entre participantes de mercado, à data do apuramento
do justo valor. Trata-se, então, de um preço de saída (e não de um preço de compra), devendo por isso
estar em linha com a informação de mercado. O justo valor visa incluir todos os fatores que os participantes
de mercado utilizariam na prossecução do seu melhor interesse económico.
452
sistematicamente refletidas de forma correta no sistema de front-office de mercados financeiros. O uso de
um sistema único permite salvaguardar que os modelos e procedimentos seguidos são coerentes e
assumem iguais pressupostos. A área de riscos de mercado da Direção de Gestão de Risco, com
independência da área de negócio, assegura diariamente um processo de reavaliação que se pretende
robusto, exaustivo e auditável e que passa não só pela angariação dos diversos preços, taxas de juro e
taxas de câmbio necessários à valorização de todas as posições e de todos os contratos registados no
sistema de front-office, mas também pela certificação periódica dos mesmos.
De um modo geral, no apuramento de justo valor, a fonte privilegiada de informação consiste no mercado
de referência para o ativo em questão ou na avaliação com recurso a modelos standard de mercado com
inputs observáveis, disponíveis e aceites pela indústria. O nível mais representativo de um justo valor é
então a sua cotação de mercado. Na ausência de uma cotação, devem ser usadas técnicas de valorização
maximizando o recurso a fatores de mercado relevantes e observáveis, tentando minimizar a utilização de
inputs não observáveis ou a utilização de premissas de valorização.
Numa intervenção mais estrutural, caso sejam necessárias correções à abordagem de valorização (modelo
de valorização ou alteração estrutural dos fatores de risco) deve ser assegurada uma análise de impacto
que acompanha a proposta de alteração. A proposta de alteração do modelo de valorização ou alteração
estrutural dos fatores de risco deve ser submetida à apreciação da Comissão Executiva em tempo prévio à
sua implementação. O mesmo se aplica no caso de abordagens de valorização para posições em novos
instrumentos que ainda não tenham definição de abordagem de valorização.
Os processos e procedimentos acima descritos são transversais a todos os níveis da hierarquia de justo
valor. No que se refere às técnicas e especificidades de valorização dos instrumentos financeiros pode ser
consultado o detalhe na secção “Instrumentos financeiros derivados”, “Instrumentos de dívida de entidades
financeiras e não financeiras” e “Instrumentos de capital próprio”.
31-12-2022
Técnicas de Valorização
Outros ativos financeiros ao justo valor através de resultados 145.705 - 889.405 1.035.110
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2.106.268 34.017 227.081 2.367.366
31-12-2021
Técnicas de Valorização
Outros ativos financeiros ao justo valor através de resultados 182.294 - 1.151.056 1.333.350
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5.720.014 109.008 202.797 6.031.819
453
Nível 2 - Inputs observáveis de mercado: nesta coluna foram incluídos os instrumentos financeiros
valorizados com base em modelos internos utilizando inputs observáveis de mercado (taxas de
juro, taxas de câmbio, notações de risco atribuídas por entidades externas, entre outros). Esta
coluna inclui igualmente os instrumentos financeiros valorizados com base em bids indicativos
fornecidos por contrapartes externas; e,
Nível 3 - Outras técnicas de valorização: esta coluna inclui os instrumentos financeiros valorizados
com base em modelos internos, cotações fornecidas por entidades externas que incluem
parâmetros de mercado não observáveis ou NAV (Net Asset Value) fornecido por sociedades
gestoras de fundos de reestruturação ou fundos fechados.
A CGD tem em vigor um normativo interno onde se encontram definidas as regras para a classificação da
hierarquia de justo valor dos instrumentos contabilizados ao justo valor em linha com o definido na IFRS.
Trimestralmente, tendo por base a fonte de preço/valorização de cada ativo financeiro é efetuada a
classificação de cada operação em termos de hierarquia de justo valor sendo analisada a necessidade de
alteração de classificação de algum desses ativos.
No decorrer do exercício de 2022 e 2021, o movimento ocorrido nos instrumentos financeiros classificados
na coluna “Outras técnicas de valorização” apresenta o seguinte detalhe:
Títulos ao justo valor através de resultados Titulos ao justo valor através de outro rendimento integral
Instrumentos
Instrumentos Instrumentos
financeiros Total
Instrumentos de dívida Instrumentos de dívida
Subtotal Subtotal derivados
de capital Outras de capital Asset-backed Outras
Obrigações securities Obrigações
Valor de balanço (líquido) em 31-12-2021 1.150.957 100 1.151.057 89.044 2.385 119.196 210.625 120 1.361.802
Aquisições 41.543 - 41.543 1.909 - 92.562 94.472 (336) 135.678
Alienações (255.203) - (255.203) (6.542) (714) - (7.256) - (262.459)
Amortizações (23.263) - (23.263) - (35) (84.188) (84.223) - (107.487)
Ganhos / (perdas) reconhecidos por contrapartida de
resultados - Instrumentos alienados 3.618 - 3.618 90 - 2.857 2.946 - 6.565
Ganhos / (perdas) reconhecidos por contrapartida de
resultados - Instrumentos em carteira (*) (27.559) (7) (27.566) (2.105) 42 5.036 2.973 (2.974) (27.567)
Ganhos / (perdas) reconhecidos por contrapartida de
reservas de justo valor - - - 2.094 (61) (3.776) (1.744) - (1.744)
Transferências de / (para) outros níveis de hierarquia
(Níveis 1 e 2) 419 - 419 (20) - 4.830 4.810 2.883 8.112
Diferenças cambiais (1.198) - (1.198) 280 - 4.422 4.702 - 3.504
Outros (1) - (1) (225) 0 1 (225) - (225)
Valor de balanço (líquido) em 31-12-2022 889.312 93 889.405 84.525 1.617 140.939 227.081 (307) 1.116.179
(*) Inclui valo res de resgates de unidades de participação de título s em carteira
Títulos ao justo valor através de resultados Titulos ao justo valor através de outro rendimento integral
Instrumentos
Instrumentos Instrumentos
financeiros Total
Instrumentos de dívida Instrumentos de dívida
Subtotal Subtotal derivados
de capital Outras de capital Asset-backed Outras
Obrigações securities Obrigações
Valor de balanço (líquido) em 31-12-2020 1.080.056 98 1.080.154 84.431 3.117 110.928 198.476 (11.706) 1.266.925
Aquisições 141.049 - 141.049 1.135 - 60.265 61.400 (28) 202.422
Alienações (101.897) - (101.897) (716) (717) (8) (1.441) - (103.338)
Amortizações - - - - - (73.058) (73.058) - (73.058)
Ganhos / (perdas) reconhecidos por contrapartida de
resultados - Instrumentos alienados 18.991 - 18.991 (3.612) - 13.224 9.613 - 28.604
Ganhos / (perdas) reconhecidos por contrapartida de
resultados - Instrumentos em carteira (*) 7.974 1 7.976 6.580 24 (4.913) 1.691 (3.303) 6.364
Ganhos / (perdas) reconhecidos por contrapartida de
reservas de justo valor - - - 35 (40) (985) (990) - (990)
Transferências de / (para) outros níveis de hierarquia
(Níveis 1 e 2) - - - - - - - 15.157 15.157
Valor de balanço (líquido) em 31-12-2021 1.150.957 100 1.151.057 89.044 2.385 119.196 210.625 120 1.361.802
(*) Inclui valo res de resgates de unidades de participação de título s em carteira
454
Inputs não observáveis
Informações quantitativas de entradas não observáveis usadas para calcular avaliações de nível 3 são
apresentadas abaixo em 31 de dezembro de 2022:
31-12-2022
Títulos ao justo valor através de outro rendimento
integral
Transferências de Transferências de
nível 1 para nível 2 nível 2 para nível 1
8.447 5.188
O montante de instrumentos financeiros que foram transferidos entre níveis de avaliação durante o exercício
findo em 31 de dezembro de 2022 corresponde às alterações acima na classificação entre níveis, uma vez
que a avaliação de tais instrumentos financeiros passou a ser efetuada com preço proveniente de fonte
distinta, o que poderá implicar menor liquidez da posição, ou é apurada com recurso à utilização de inputs
não observáveis diretamente me mercado. No caso dos derivados, de modo geral a alteração de nível
estará associada ao peso da componente de CVA comparativamente ao justo valor total do instrumento.
No caso concreto do presente exercício, maioritariamente as transferências entre níveis ocorreu em
instrumento financeiros representativos de dívida. Apenas no caso da transferência entre os Níveis 3 para
o Nível 2 está associada a derivados de taxa de juro, cujo peso do CVA ficou abaixo do threshold definido.
Análise de sensibilidade
O quadro seguinte apresenta, para os ativos financeiros relevantes incluídos no nível 3 da hierarquia de
justo valor, excluindo a exposição aos fundos de recuperação, os principais métodos de valorização
utilizados e o impacto das principais variáveis utilizadas na respetiva valorização, quando aplicável:
455
Cenário Desfavorável Cenário Favorável
Ativos classificados no Nível 3 Modelo de valorização Principais Assunções Valor de balanço
Impacto Impacto
Outros ativos financeiros ao justo valor
através de resultados
Instrumentos financeiros representativos
dívida Modelo de desconto de cash flows (a) - - -
Prémios de Risco
Coeficientes Beta
DFC (Discounted Cash Flow) 196 (8) 74
Instrumentos financeiros Dados Macroeconómicos
representativos de capital próprio Taxas de crescimento na prepetuidade
Desconto minoritários
Prémios de Risco
Coeficientes Beta
DFC (Discounted Cash Flow) - - -
Instrumentos financeiros Dados Macroeconómicos
representativos de capital próprio
Taxas de crescimento na prepetuidade
Desconto minoritários
(a) Não se procedeu à análise de sensibilidade para estas categorias por as mesmas incluírem ativos financeiros de valor individual imaterial
(b) No caso específico das unidades de participação valorizadas de acordo com a cotação forneceda pela respetiva sociedades gestora, não é razoável proceder à análise do impacto da alteração
(c) No caso de valorização por via do valor contabilístico capital próprio, não é razoável proceder à análise do impacto da alteração das variáveis subjacente ao apuramento da cotação.
As transações de derivados financeiros são efetuadas em mercados organizados e em mercados Over The
Counter (OTC).
As operações de derivados cotados são avaliadas com recurso a cotações extraídas de sistemas de
divulgação de informação financeira (Reuters/Bloomberg).
A avaliação de derivados OTC é efetuada com recurso a modelos teóricos comummente aceites, mais ou
menos complexos dependendo das características do produto em causa:
Desconto dos cash flows futuros através da curva de taxa de juro adequada; e,
Avaliações apuradas com modelos estatísticos aceites no mercado, como por exemplo Black &
Scholes.
O tipo de inputs necessários à valorização depende, igualmente, das características das operações,
incluindo genericamente curvas de taxa de juro, curvas de volatilidade, preços de ações/índices, taxas de
câmbio e dividend yields.
As curvas de taxa de juro são elaboradas com taxas de depósitos e cotações de swaps extraídas da
Reuters/Bloomberg. No caso das moedas com maior exposição é aplicado um ajustamento via futuros de
taxa de juro ou FRA (Forward Rate Agreement's). Salienta-se ainda que, consoante o prazo do indexante
da operação, obtêm-se curvas distintas para geração de fluxos futuros.
As curvas de volatilidade são construídas com base nas volatilidades implícitas nas cotações das opções
cotadas existentes para o subjacente. Caso não existam opções cotadas para um determinado subjacente,
é apurada a volatilidade histórica com base nas séries de preço históricas dos constituintes.
De acordo com os requisitos da IFRS 13 – “Mensuração pelo justo valor”, a CGD incorporou na valorização
destes instrumentos financeiros ajustamentos específicos (add-ons) para refletir o seu risco de crédito
próprio com base numa curva de desconto de mercado que reflete, na sua opinião, o perfil de risco que lhe
está associado. Simultaneamente, em função da sua exposição atual, o Grupo adotou uma metodologia
análoga para refletir o risco de crédito das contrapartes nos derivados com justo valor positivo. Assim, o
justo valor obtido é composto pela valorização sem risco afetada deste adicional.
O Credit Value Adjustment e Debt Value Adjustment – CVA/DVA é determinado através de uma metodologia
implementada ao nível do Grupo Caixa. Esta metodologia assenta na estimativa da exposição no momento
456
de default (Exposure at default, EAD) para cada operação e na aplicação de parâmetros de risco à EAD
estimada de forma a determinar a perda esperada para a CGD (CVA) e para a contraparte (DVA).
No caso de swaps de taxa de juro, a EAD é estimada para várias datas futuras através da modelização de
swaptions, permitindo desta forma incorporar a exposição potencial futura das operações. Para os restantes
produtos, a EAD corresponde tipicamente ao justo valor do instrumento na data de referência.
Os parâmetros de risco consistem em probabilidades de default (PD) e loss given default (LGD), sendo
determinados centralmente pelo Grupo de acordo com os seguintes critérios:
(i) Para contrapartes ou projetos com dívida cotada ou cotações de credit default swaps disponíveis,
o Grupo infere os parâmetros de risco subjacentes a essas cotações e utiliza-os no cálculo; e,
(ii) As restantes contrapartes ou projetos são classificados em função da sua qualidade creditícia,
tendo por base um conjunto de critérios quantitativos e qualitativos, resultando num rating interno
ao qual o Grupo faz corresponder uma PD histórica.
Em 31 de dezembro de 2022, o valor dos ajustamentos relativos a CVA registados na rubrica de "Ativos
financeiros detidos para negociação" e DVA registados na rubrica de "Passivos financeiros detidos para
negociação" ascendia a 984 mEuros e 438 mEuros, respetivamente (8.335 mEuros e 704 mEuros,
respetivamente, em 31 de dezembro de 2021).
Sempre que possível, os títulos são avaliados a preços de mercado obtidos de acordo com um algoritmo
desenvolvido internamente. Esse algoritmo procura obter a cotação mais adequada para cada título, de
acordo com uma hierarquia de contribuidores, definida internamente na CGD. As variações de preços são
analisadas diariamente de forma a garantir a qualidade dos preços utilizados.
De um modo geral, os inputs utilizados nas avaliações efetuadas internamente são obtidos nos sistemas
Bloomberg e Refinitiv (e.g. Thomson Reuters). No entanto, existem alguns títulos para os quais não é
possível obter cotações de mercado, os ativos classificados nos níveis 2 e 3. Os preços desses títulos são
obtidos com recurso a valorizações teóricas internas/externas.
Genericamente, as valorizações passam pelo desconto dos cash flows futuros previstos. A previsão destes
pode ser fruto de um modelo mais ou menos complexo, que vai desde o simples desconto dos cash flows
resultantes de taxas forward (obtidas com base na curva de taxa de juro mais adequada que, por sua vez,
é elaborada com recurso a taxas de mercado monetário e cotações de swaps, sendo a parte de mercado
monetário ajustada com cotações de futuros de taxas de juro ou FRA) à cascata de pagamentos de um
Collateralized Loan Obligation (CLO). Para efeitos de desconto, as valorizações internas utilizam a curva
de crédito cotada que respeita o trinómio moeda/setor/rating, de modo a considerar o risco de cada emissão.
No caso concreto de títulos garantidos por hipotecas e outros ativos (MBS/ABS) incluem MBS residenciais
e comerciais e outros ABS. Os ABS têm características específicas, pois podem possuir diferentes ativos
subjacentes e as entidades emissoras possuem diferentes estruturas de capitais. Genericamente este tipo
de ativos não é cotado em mercado regulado, pelo que é necessário recorrer a modelos de avaliação padrão
do setor que fazem o maior uso possível de entradas observáveis disponíveis. Os modelos padrão da
indústria calculam os pagamentos de principal e juros com base em pressupostos que podem ser testados
de forma independente. Os inputs incluem conditional prepayment rates, prepayment speeds, pressupostos
de perda (timing e severidade), taxas de desconto (spread, taxa de juro ou margem de desconto), entre
outros. Esses inputs/pressupostos sempre que possível são oriundos de transações reais, pesquisas
externas de mercado e índices de mercado. Genericamente este tipo de ativos está classificado como nível
3 atendendo à necessidade de assumir determinados pressupostos para apurar uma valorização.
Sempre que possível, os instrumentos de capital próprio são avaliados a preços de mercado obtidos de
acordo com a praça/índice onde foram transacionados. No caso de ações e fundos não cotadas em
mercado regulado, a avaliação é efetuada com recurso a avaliações externas para os constituintes da
posição. As avaliações podem ser suportados no modelo DCF (Discounted Cash Flow) onde se analisam
e estimam os fluxos futuros para os acionista e credores, para posteriormente atualizar mediante o desconto
457
de uma taxa média ponderada dos recursos utilizados (WACC). No caso de, devido à imaterialidade da
posição no balanço, não se justificar o pedido de uma avaliação externa, a posição é reavaliada considerado
o valor contabilístico da entidade (Book Value).
As curvas de taxa de juro são elaboradas com base em taxas de mercado monetário e cotações de swaps.
No caso das curvas de taxa de juro de EUR e USD é efetuado um ajustamento com recurso a cotações de
futuros de taxa de juro e/ou FRA (Forward Rate Agreements).
Em 30 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os valores das curvas referentes às moedas com
maior exposição eram os seguintes:
31-12-2022 31-12-2021
458
Em 30 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, os valores das curvas de crédito dos governos
português e alemão eram os seguintes:
31-12-2022 31-12-2021
Relativamente às taxas de câmbio, são utilizados os valores de fixing do banco central. Na tabela seguinte
apresentam-se as taxas de câmbio de alguns pares de moedas relevantes com referência a 30 de dezembro
de 2022 e 31 de dezembro de 2021:
31-12-2022 31-12-2021
Na sequência do que foram as decisões tomadas pelos reguladores a nível mundial para que se procedesse
à substituição de muitos dos chamados indexantes “IBOR”, foram constituídos, com o suporte desses
mesmos reguladores, diversos Grupos de Trabalho nacionais, com o propósito de ajudar a Indústria a
encontrar indexantes alternativos que fossem ao encontro de princípios de maior transparência e robustez.
A solução encontrada, recomendada pela generalidade dos reguladores financeiros, passou pela utilização
de taxas de juro suportadas em transações realizadas pelo período de “overnight”, as vulgarmente
chamadas Risk Free Rates (RFR).
A CGD de forma a dar cumprimento às reformas em curso constituí-o em finais de 2018 um Grupo de
Trabalho Interno que foi seguindo, de forma contínua, as abordagens e os desenvolvimentos que iam sendo
propostos no âmbito da Reforma dos Indexantes. Este Grupo foi composto por colaboradores afetos à
componente Legal, Financeira, Operacional, Comercial, Tecnológica e de Compliance, tendo o sponsor do
Chief Financial Officer (CFO), através da realização de reuniões periódicas para aferição da evolução dos
459
trabalhos e o Conselho Delegado de Gestão de Capital, Ativos e passivos (CALCO) na tomada de decisões
mais relevantes.
Decorrente da reforma em curso, o Banco Central Europeu veio, no verão de 2019, solicitar às principais
Instituições de Crédito planos de ação relativos a este tema, tendo a CGD elaborado o seu, o qual, foi
sucessivamente atualizado em função do que foram as diversas alterações programadas sobre os
Indexantes.
Neste âmbito, a CGD de forma a ultrapassar possíveis litigâncias e carga administrativa associada a
alterações de natureza contratual sobre operações legacy, particularmente junto de contrapartes
financeiras, aderiu em 8 janeiro de 2021 ao protocolo “ISDA 2020 IBOR fallbacks Protocol” permitindo-lhe
assim, nas situações em que outra contraparte tenha também consumado essa adesão, a aplicação dos
termos vertidos no referido protocolo.
A CGD concluiu com sucesso a transição do indexante LIBOR sobre as moedas cuja data de cessação
ocorreu em 31-12-2021, estando em fase de conclusão a transição que ocorrerá até 30-06-2023 da
componente LIBOR do USD. Não estão identificados constrangimentos major nesta última etapa.
No âmbito da LIBOR a CGD procedeu ainda, sempre que exequível, à compressão de operações sobre
produtos derivados e respetiva liquidação via compensação central, quer sobre operações de indexantes
cuja cessação já ocorreu quer sobre a cessação da LIBOR do USD a ocorrer no final de junho de 2023.
Os principais riscos que foram identificados, monitorizados e geridos pela CGD na transição da LIBOR
abrangeram, mas não se esgotam, classes como:
Risco de Mercado
O risco de mercado corresponde ao risco de variação do justo valor ou dos cash flows dos instrumentos
financeiros em função de alterações nos preços de mercado, incluindo os seguintes riscos: cambial, taxa
de juro e de preço.
Carteira Held for Trading: perímetro de posições e transações Held for Trading originadas no
Grupo CGD;
Carteira Própria: títulos adquiridos com propósito de investimento, mas que constituem
atualmente objetivo de desalavancagem;
460
Sucursais: França; e,
BCI; e,
BNU.
O VaR (Value at Risk) corresponde a uma estimativa de máxima perda potencial para uma determinada
carteira de ativos num determinado período de detenção e considerando um determinado nível de
confiança, assumindo comportamentos normais de mercado.
A metodologia de cálculo utilizada é a simulação histórica, ou seja, os eventos futuros são totalmente
explicados pelos eventos passados, com base nos seguintes pressupostos:
Para opções, calcula-se o preço teórico através da utilização de modelos adequados e utiliza-se a
volatilidade implícita. Não é efetuado cálculo para correlações, dada a metodologia aplicada, i.e., as
correlações são empíricas.
Em 30 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, o VaR pode ser decomposto da seguinte forma:
461
Carteira Negociação (VaR 95%, 1 dia)
Cambial 42 495 2 38
Preço 0 30 0 -
Volatilidade 0 12 0 7
462
Carteira Investimento (VaR 99%, 10 dias)
Cambial 0 0 - -
Volatilidade 0 3 0 3
Preço 54 458 3 46
Volatilidade 1 7 1 4
O efeito de diversificação é calculado implicitamente. O VaR (Value at Risk) total refere-se ao efeito conjunto
dos riscos de taxa de juro, de preço, cambial e de volatilidade.
463
Risco cambial
Moeda
Valor de
Dólares Norte Patacas Dólar de Meticais Rand Escudo Kwanzas Balanço de
Euros Libra esterlina Iene Outras Total
Americanos Macau Hong Kong Moçambique África do Sul Cabo Verde Angola derivados de
negociação
Ativo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 20.818.018 274.824 4.442 1.301 142.040 117.500 297.316 1.812 27.845 109.388 17.086 21.811.574
Disponibilidades em outras instituições de crédito 106.242 341.799 9.188 4.889 28.486 66.968 2.834 1.017 1.299 - 7.263 569.985
Aplicações em instituições de crédito 574.205 728.201 222.796 10 784.948 53.043 423.675 12.907 - 39.143 583.888 3.422.817
Ativos financeiros ao justo valor através de resultados 1.717.316 29.324 0 - - - - - 3.189 2.741 - 327.372 2.079.941
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2.084.196 161.560 - - 9.277 - 105.742 - 681 342 5.730 2.367.528
Crédito a clientes 48.185.791 540.908 3.408 521 1.901.486 1.018.751 840.116 3.547 199.055 293.526 45.384 53.032.491
Investimentos ao custo amortizado 12.419.692 694.261 2.266 - 46.822 14.200 691.355 - - 373.070 18.253 14.259.919
Outros ativos 2.027.183 1.506.565 (98.669) 203.503 439.974 (601) 31.363 (475) 1.971 8.994 (351.975) 3.767.833
Imparidade acumulada de instrumentos financeiros (2.217.269) (18.075) (6) (7) (36.875) (11) (110.645) (39) (6.239) (33.389) (460) (2.423.016)
85.715.373 4.259.366 143.426 210.218 3.316.158 1.269.849 2.281.756 18.769 227.801 793.814 325.169 327.372 98.889.071
Passivo
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (116.378) (138.758) (2.716) (977) (23.957) (44.938) (7.726) (0) (272) - (2.430) (338.153)
Recursos de clientes e outros empréstimos (74.213.998) (3.337.057) (53.820) (5.012) (2.805.339) (722.929) (1.869.015) (14.867) (216.326) (589.640) (143.708) (83.971.711)
(78.925.151) (3.644.936) (59.812) (42.267) (3.695.680) (1.273.214) (2.044.668) (14.800) (257.530) (662.627) (156.803) (221.099) (90.998.585)
Derivados (Nocionais)
Swaps cambiais (285.242) 852.952 (190.176) 35.547 - 170.439 - (1.050) - - 65.106 57.167 704.742
Exposição líquida 5.927.710 1.448.779 (106.562) 203.398 (379.522) 167.073 2.919 (29.729) 131.187 (364.548) 263.838 7.501.634
31-12-2021
Moeda
Valor de
Dólares Norte Patacas Dólar de Meticais Rand Escudo Kwanzas Balanço de
Euros Libra esterlina Iene Outras Total
Americanos Macau Hong Kong Moçambique África do Sul Cabo Verde Angola derivados de
negociação
Ativo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 22.140.738 174.414 6.589 1.334 140.855 130.984 241.315 2.599 55.041 88.134 18.068 - 23.000.073
Disponibilidades em outras instituições de crédito 196.093 385.762 8.315 2.010 39.302 21.546 508 677 1.514 - 21.625 - 677.351
Aplicações em instituições de crédito 437.479 501.071 347.592 - 617.493 19.576 223.024 7.949 228.092 - 866.149 - 3.248.427
Ativos financeiros ao justo valor através de resultados 1.669.072 28.085 - - - - - - 3.485 7.305 - 417.542 2.125.489
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5.618.749 327.441 11.808 - 74 617 65.231 - 860 187 7.338 - 6.032.304
Crédito a clientes 47.635.686 447.947 2.379 3 1.659.424 954.765 835.715 3.804 687.788 240.017 30.565 - 52.498.093
Investimentos ao custo amortizado 11.519.900 551.475 2.389 - 66.102 2.048 555.254 - - 251.482 55.156 - 13.003.807
Outros ativos 1.070.598 1.873.441 (225.805) 158.077 414.882 (1.257) 15.697 229 17.352 6.129 (656.503) - 2.672.841
Imparidade acumulada de instrumentos financeiros (2.247.763) (12.681) (32) (3) (10.852) (16.812) (135.915) (67) (33.608) (25.238) (51) - (2.483.022)
88.040.552 4.276.954 153.236 161.421 2.927.281 1.111.468 1.808.657 15.191 960.525 568.017 342.346 417.542 100.783.189
Passivo
Recursos de instituições de crédito e bancos centrais (6.359.340) (319.318) (1.360) (1.052) (29.401) (11.917) (3.861) - (2.288) (15.735) (929) - (6.745.201)
Recursos de clientes e outros empréstimos (70.397.431) (3.158.821) (60.708) (2.376) (2.383.647) (689.831) (1.553.617) (13.836) (903.956) (411.704) (179.764) - (79.755.690)
Outros (1.197.991) (190.966) (3.625) 338 (899.894) (452.114) (90.922) (477) (46.375) (74.743) 12.694 - (2.944.074)
(81.540.017) (3.669.104) (65.693) (3.091) (3.312.942) (1.153.862) (1.655.347) (14.313) (952.618) (502.182) (167.999) (381.661) (93.418.828)
Derivados (Nocionais)
Swaps cambiais (18.713) 957.129 (311.833) - - 183.766 - 166 - - (800.796) 9.172 18.892
Outros swaps - - - - - - - - - - - 66 66
Exposição líquida 4.912.484 1.880.496 (224.587) 158.330 (385.661) 141.372 153.310 1.045 7.907 65.835 (632.843) 42.032 6.119.718
De forma a garantir o controlo e a avaliação do risco cambial, a CGD calcula e monitoriza valores e limites
em termos de Value at Risk (VaR) por posição aberta total e posição aberta por moeda para cada unidade
do Grupo relevante numa base diária, consolidando valores com periodicidade mensal.
464
Com referência a 30 de dezembro de 2022 e 31 de dezembro de 2021, para o perímetro de Gestão do
Grupo CGD, o VaR (a 10 dias com 99% de intervalo de confiança) por moeda pode ser demonstrado através
do seguinte quadro:
31-12-2022 31-12-2021
Pataca de Macau 5 2
Libra esterlina 35 52
Iene japonês 35 3
2.110 4.513
465
44. Gestão de capital
Objetivos da gestão do capital
Gerar uma rendibilidade adequada para a empresa, com criação de valor para o acionista,
proporcionando-lhe a remuneração dos capitais aplicados;
Sustentar o desenvolvimento das operações que a CGD está legalmente autorizada a praticar,
mantendo uma sólida estrutura de capitais, capaz de responder ao crescimento da atividade e que
se mostre adequada ao perfil de risco da Instituição; e,
Para atingir os objetivos descritos, a Caixa procede a um planeamento das suas necessidades de capital e
de passivos elegíveis para MREL a curto e médio prazo, tendo em vista o financiamento da sua atividade
e garantir a sua capacidade de absorver perdas e de se recapitalizar em cenários adversos.
Esse planeamento é efetuado a partir das estimativas internas de evolução das operações de balanço e o
financiamento através de recursos alheios é feito, primordialmente, pela emissão de dívida subordinada,
dentro de determinadas condições, mas também através de emissões de dívida senior, prefered e non-
prefered, para efeitos de MREL.
A atividade das instituições de crédito em Portugal é regulada pelo Regime Geral das Instituições de Crédito
e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 298/92, o qual assume um papel primordial na
regulamentação prudencial portuguesa, refletindo, em larga medida, as Diretivas comunitárias aplicáveis
ao sistema financeiro (Diretivas 2006/48/CE, 2006/49/CE e 2010/76/UE).
Com a entrada em vigor em janeiro de 2014 do novo quadro regulatório designado por Basileia III
(Regulamento (UE) n.º 575/2013 e a Diretiva 2013/36/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, ambos
de 26 de junho), de aplicação a todos os Estados-Membros da União Europeia, que definiu os requisitos
prudenciais aplicáveis às instituições de crédito e às empresas de investimento, o quadro regulatório passou
a prever um conjunto de disposições transitórias que permitem a aplicação faseada das novas exigências
de capital, contemplando requisitos mais restritivos relativos à qualidade do capital que pode ser computado
e ao cálculo dos ativos ponderados pelo risco, sendo conferida às autoridades competentes dos Estados-
Membros a possibilidade para manter ou acelerar a sua implementação.
Os principais impactos do Regulamento (UE) n.º 575/2013 (CRR/CRD IV) nos rácios de Capital verificaram-
se ao nível dos impostos diferidos ativos (DTA – Deferred Tax Assets), disposições relativas a insuficiências
de imparidade face a perdas esperadas, “corredor” do fundo de pensões, participações minoritárias em
subsidiárias consolidadas, participações significativas em instituições financeiras não consolidadas e
requisitos adicionais para mercado e risco contraparte.
Neste contexto, o Banco de Portugal emitiu o Aviso n.º 6/2013 que regulamenta o regime transitório previsto
no Regulamento (UE) n.º 575/2013, tendo estabelecido a implementação transitória dos impactos dos
elementos que compõem os fundos próprios.
Com a entrada em vigor a partir de 1 de outubro de 2016 do Regulamento (UE) 2016/445 do Banco Central
Europeu, as instituições de crédito passaram a não considerar no cálculo dos seus elementos de fundos
próprios principais de nível 1 - CET1 a percentagem aplicável de ganhos não realizados na aceção do artigo
468.º, n.º 1, do Regulamento (UE) n.º 575/2013 e incluir os ganhos no que respeita às posições em risco
sobre administrações centrais classificadas na categoria "disponíveis para venda", acelerando assim a
aplicação das disposições transitórias.
Em novembro de 2016, a Comissão Europeia publicou uma versão provisória do novo CRR e CRD IV
incorporando diferentes normas de Basileia, como a Fundamental Review of the Trading Book for Market
Risk, a Net Stable Funding Ratio (NSFR) para risco de liquidez, risco de taxa de juros na carteira bancária,
466
bem como modificações relativas ao tratamento das contrapartes centrais, o MDA (Maximum Distributable
Amount), o Pilar 2, o rácio de alavancagem e o Pilar 3, entre outras.
A mudança mais significativa foi a implementação do TLAC (Total Loss Absorbing Capacity) Term Sheet,
estabelecido internacionalmente pelo Financial Stability Board (FSB) na estrutura de capital, que obrigou a
que os bancos sistemicamente importantes tenham de cumprir os requisitos do MREL/TLAC no âmbito do
Pilar 1, enquanto os bancos que não sejam sistemicamente importantes apenas cumprem o MREL no
âmbito do Pilar 2 mediante decisão casuística da autoridade de resolução.
Em dezembro de 2017, o Banco de Portugal publicou o Aviso n.º 10/2017, que veio revogar o Aviso n.º
6/2013, e definir uma nova estrutura de aplicação gradual de deduções a fundos próprios, entre os quais
se destacam, pela sua relevância, os ativos por impostos diferidos que dependam de rendibilidade futura,
a partir de 1 de janeiro de 2018.
Ainda no mesmo período foi publicado o Regulamento (UE) 2017/2395 do Parlamento Europeu e do
Conselho que veio alterar o Regulamento (UE) n.º 575/2013 no que diz respeito ao regime transitório para
reduzir o impacto da introdução da IFRS 9 - "Instrumentos financeiros" sobre os fundos próprios e para o
tratamento dos grandes riscos de determinadas posições em risco do setor público expressas na moeda
nacional de qualquer Estado-Membro.
Refira-se que a CGD não aderiu à possibilidade de aplicação progressiva de um regime transitório, previsto
no acima referido Regulamento, sendo que o impacto estimado nos fundos próprios de nível 1 (CET1) é de
-25 p.b. quer em phasing-in quer em fully implementation.
Este Regulamento veio complementar as regras prudenciais previstas pelo Regulamento (UE) n.º 575/2013
no que respeita a disposições que exijam uma dedução aos fundos próprios quando as NPE não estiverem
suficientemente cobertas por provisões ou outros ajustamentos.
Ficou definido neste Regulamento que as instituições devem deduzir aos elementos de fundos próprios
principais de nível 1 o montante das exposições não produtivas não cobertas, no caso de a exposição tiver
sido originada após 26 de abril de 2019.
Em maio de 2019, foi publicado o Regulamento n.º 2019/876 (designado CRR II), que altera o Regulamento
n.º 575/2013 e Diretiva n.º 2019/878 (designada CRD V).
As alterações impostas pelo CRR II incidem sobre o rácio de alavancagem, o rácio de financiamento estável
líquido (NSFR – Net Stable Funding Ratio), os requisitos de fundos próprios e dos passivos elegíveis, o
risco de crédito da contraparte, o risco de mercado, as posições em risco das contrapartes centrais, os
riscos de organismos de investimento coletivo, as grandes exposições e os requisitos de informação e
divulgação.
A CRD V entrou em vigor em 27 de junho de 2020, com aplicação a partir de 28 de dezembro de 2020, por
forma a permitir que os Estados-Membros pudessem dispor de tempo para a sua transposição para o direito
nacional.
O CRR II entrou em vigor em 28 de junho de 2021, com algumas exceções que tinham já entrado em vigor
durante um período iniciado em 1 de janeiro de 2019.
Entre essas exceções, destaca-se a entrada em vigor, em 27 de junho de 2019, das principais alterações
no capital, deduções aos fundos próprios e apuramento do risco de crédito pelo método padrão e IRB.
Em setembro 2015, o Banco de Portugal, através do Aviso n.º 1/2015, impôs às instituições de crédito com
sede em Portugal a antecipação da aplicação da reserva de conservação de fundos próprios de 2,5%, nos
termos previstos no artigo 138.º-D do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras.
467
No contexto do Mecanismo Único de Supervisão (MUS) em que, por um lado, as decisões de capital
relativas às instituições de crédito são apuradas e adotadas para toda a área do euro e, por outro lado, as
operações de capital decorrentes dessas decisões devem ser realizadas essencialmente com recurso a
mercado, houve a necessidade de assegurar que as instituições de crédito nacionais operassem nas
mesmas condições de que a maioria das instituições nesse mesmo espaço.
Neste enquadramento, o Banco de Portugal emitiu o Aviso n.º 6/2016 de 31 de maio, que revogou o Aviso
n.º 1/2015, pois entendeu que a antecipação da aplicação da reserva de conservação de fundos próprios
nos termos previstos no Aviso n.º 1/2015 podia prejudicar a verificação daquelas condições, implicando a
sujeição das entidades ao regime transitório estabelecido no n.º 1 a 4 do artigo 23.º do Decreto-Lei n.º
157/2014, de 24 de outubro.
O Banco de Portugal, nos termos do artigo 138.º-Q do Regime Geral das Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras, e de acordo com as Orientações da Autoridade Bancária Europeia (EBA) para
identificação de “Outras Instituições de Importância Sistémica” (Other Systemically Important Institutions –
O-SIIs), identificou a CGD como O-SII, tendo dado conhecimento dessa identificação à Autoridade Bancária
Europeia e ao Banco Central Europeu.
A consequência prática dessa decisão para a CGD consiste na obrigação de constituição, em base
consolidada, de uma reserva de O-SII totalmente coberta por CET1.
O valor desse buffer de Capital foi fixado pelo Banco de Portugal em 1% para a CGD, tendo sido entretanto
definida uma implementação de forma faseada, com a aplicação de 0,25% ao ano entre 2018 e 2021,
conforme decisão comunicada no dia 30 de novembro de 2017.
No entanto, em maio de 2020, o Banco de Portugal, enquadrado nas medidas para atenuar o impacto da
pandemia da Covid-19, emitiu um comunicado a adiar por um ano o período de implementação gradual
deste requisito.
Assim, à CGD, no seu perímetro consolidado é exigida uma reserva de Capital na qualidade de OSII de
0,25% em 2018, 0,50% em 2019, 0,75% em 2020 e 2021, e 1,00% em 2022 (inclusive).
De acordo com o Comité de Basileia, o principal objetivo da reserva contracíclica é garantir que os bancos
detêm um buffer de Capital suficientemente grande que lhes permita absorver perdas não esperadas,
quando confrontados com um choque sistémico negativo, não comprometendo assim a concessão de
crédito à economia real.
O Banco de Portugal, no exercício das suas competências enquanto autoridade macroprudencial nacional,
pode impor às instituições de crédito a constituição de uma reserva adicional de fundos próprios que terá
como objetivo proteger o setor bancário nos períodos em que o risco sistémico cíclico aumenta, devido a
um crescimento excessivo do crédito.
A reserva contracíclica (medida em percentagem do montante total das posições em risco) será definida
entre 0% e 2,5%, exceto quando circunstâncias excecionais justifiquem a definição de uma percentagem
mais elevada.
A percentagem de reserva para cada instituição, ou seja, a “percentagem de reserva contracíclica específica
da instituição”, é uma média ponderada das percentagens de reserva contracíclica aplicáveis nos países
onde se localizam as posições em risco de crédito dessa instituição.
Para o ano de 2022, o Banco de Portugal fixou a reserva contracíclica em 0% do montante total das
posições em risco.
Saliente-se que o eventual incumprimento de algumas das reservas anteriormente identificadas (O-SII,
reserva contracíclica e Reserva específica) não colocaria em causa a continuidade da atividade das
instituições, contudo, implicaria, nomeadamente, restrições à distribuição de dividendos e à recompra de
ações próprias, bem como a submissão, ao Banco de Portugal, por parte das instituições em causa, de um
plano de conservação de fundos próprios devidamente calendarizado, com o objetivo de cumprir
integralmente o requisito combinado de fundos próprios. Compete ao Banco de Portugal a definição do
horizonte temporal para a concretização desse plano.
468
Tendo por base os resultados apurados no âmbito do Supervisory Review and Evaluation Process (SREP),
bem como a comunicação do Banco de Portugal acerca da reserva adicional de fundos próprios que lhe é
exigida na qualidade de “Outra Instituição de Importância Sistémica” (O-SII), a CGD foi notificada pelo
Banco Central Europeu (BCE) sobre os requisitos mínimos de Capital aplicáveis em 2022, mais adiante
detalhados.
Na carta emitida pelo BCE a 2 de fevereiro de 2022, veio definida a obrigatoriedade de cumprimento de um
rácio total mínimo (TSCR) de 10,0% (dos quais 8,0% do Pilar 1 e 2,0% de Pilar 2 – P2R), sendo que o CET
1 (phased-in) exigido à CGD em base consolidada seria de 9,125%, o qual inclui:
(ii) o rácio de capital CET1 mínimo exigido sob o Pilar 2 (P2R) de 1,125%;
(v) reserva Contracíclica de Fundos Próprios de 0% do montante total das posições em risco
(conforme definido pelo Banco de Portugal, para o quarto trimestre de 2022).
A CGD ficou ainda sujeita ao cumprimento de um requisito mínimo de Tier 1 de 11,00% e de Capital Total
de 13,50% em 2022.
No que se refere a reserva de Fundos Próprios para “Outras Instituições de Importância Sistémica” (na sigla
inglesa, O-SII), o Banco de Portugal definiu um período de implementação gradual de 0,25% ao ano entre
2018 e 2021, prevendo que no último período a exigência atingisse o valor de 1%.
No entanto, para permitir que o sistema bancário pudesse atenuar o choque das condições económicas e
financeiras provocadas pela pandemia de COVID-19, o Banco de Portugal concedeu a possibilidade de
estender por mais um ano, o período para o cumprimento na íntegra a percentagem de reserva de O-SII,
tendo esta decisão sido comunicada à CGD em maio de 2020.
No final do ano de 2021, terminou o período de implementação faseada da reserva de Fundos Próprios
para “Outras Instituições de Importância Sistémica”, passando a partir de 2022 a exigência a ser de 1%.
Em 30 de setembro de 2022, o Banco de Portugal emitiu Comunicado a informar que se iria manter o valor
de 0% para a reserva contracíclica de Fundos Próprios.
2022
Em 14 de dezembro de 2022, o Banco Central Europeu (BCE) comunicou à CGD os requisitos mínimos
prudenciais que irão vigorar em 2023, de onde se destaca que o requisito de Pilar 2 passará a ser de 1,90%,
o que representará uma redução de 0,10% face a 2022. Considerando que se trata da segunda revisão
consecutiva em baixa do requisito de Pilar 2, o Supervisor vem assim reconhecer a evolução positiva do
risco global da instituição.
Desta SREP Decision, bem como da comunicação do Banco de Portugal relativa à reserva adicional de
Fundos Próprios que lhe é exigida na qualidade de “Outra Instituição de Importância Sistémica” (O-SII),
resulta que a Caixa Geral de Depósitos, S.A. deverá assegurar em base consolidada, em 2023, um rácio
total (TSCR) de 9,90% (dos quais 8% do Pilar 1 e 1,90% de Pilar 2 – P2R), devendo o valor do P2R fixado
para a CGD ser coberto em 56,25% por instrumentos CET 1, 18,75% por instrumentos AT1 e 25% por
instrumentos Tier 2, com aplicação a partir de março de 2023, inclusive.
469
Assim, o requisito mínimo de CET 1 (phased-in) exigido à CGD em base consolidada passará a ser de
9,069%, o qual inclui:
(ii) o rácio de capital CET 1 mínimo exigido sob o Pilar 2 (P2R) de 1,069%;
(v) a reserva Contracíclica de Fundos Próprios de 0% do montante total das posições em risco
(conforme definido pelo Banco de Portugal, para o primeiro trimestre de 2023).
2023
Capital Regulatório
As componentes da situação líquida que contribuem para os Fundos Próprios Principais de nível 1 (CET 1)
em dezembro de 2022 são:
Capital Social;
Reservas de reavaliação; e,
Sobre as componentes positivas acima identificadas, são aplicadas deduções relacionadas com:
Valor contabilístico dos ativos por impostos diferidos (por prejuízos fiscais);
AVA - Ajustamento Valores Ativo (resulta da aplicação dos artigos 34.º e 105.º do Regulamento
(UE) n.º 575/2013 - relativas a avaliação prudente aplicáveis a todas as posições da carteira de
negociação); e,
6
A inclusão do resultado líquido do exercício nos Fundos Próprios em conformidade com a Decisão (UE) 2015/656 do Banco Central
Europeu, com n.º 2 do artigo n.º 26.º do Regulamento (UE) n.º 575/2013 (BCE/2015/4) e aprovada pelo Supervisor.
470
NPE - Non-Performing Exposures (ou prudential backstop): cobertura insuficiente para exposições
inadimplentes, nos termos definidos na alínea m) do artigo 36.º, n.º 1, e do artigo 47.º-C do CRR.
O enquadramento dos valores que compõe os fundos próprios, bem como as deduções que lhe são
aplicadas, está explicado no Relatório da Disciplina de Mercado do período que é disponibilizado no website
da CGD, S.A.
O detalhe dos instrumentos elegíveis para os Fundos Próprios de nível 2 é apresentado no âmbito da
Disciplina de Mercado, cujo Relatório é disponibilizado online, no website da CGD.
Regras CRD IV
31-12-2022 31-12-2021
Rácios de solvabilidade
Rácios mínimos
Excedente (buffers)
471
Estrutura do capital regulamentar em 2022
Fundos Próprios
Resultado atribuível ao acionista da CGD (considerados nos Fundos próprios CET 1) 483.723
Ativos por impostos diferidos (por prejuízos fiscais), líquido de impostos diferidos passivos relacionados (66.867)
Fundos Próprios Principais de nível 1, após ajustamentos regulamentares acima mencionados 8.308.381
AVA (4.820)
Fundos Próprios Adicionais de nível 1 (Additional Tier 1), dos quais: 5.622
Crédito 37.935.281
Mercado 1.833.042
Operacional 3.595.045
No apuramento dos fundos próprios e rácios prudenciais consolidados reportados ao supervisor, referentes
a 31 de dezembro de 2022, foi considerado um resultado líquido de 483.723 mEuros, conforme autorização
do BCE, nos termos do n.º 2, artigo 26.º do Regulamento (UE) 575/2013 e do artigo 5.º da Decisão (UE)
2015/656 do Banco Central Europeu de 4 de fevereiro de 2015, relativa a inclusão de lucros provisórios ou
de final de exercício nos Fundos Próprios principais de nível 1, tendo esse montante sido apurado sobre o
resultado líquido contabilístico de 837.759 mEuros, deduzido de cerca de 354.036 mEuros relativos ao valor
máximo de dividendo distribuível de acordo com o rácio de pagamento de dividendo do exercício anterior
(aplicação da Decisão (UE) 2015/656 do BCE - condições em que as instituições de crédito podem incluir
lucros intercalares ou de final de ano nos Fundos Próprios Principais de nível 1).
Diferenças entre o método de consolidação para fins contabilísticos e o método de consolidação para efeitos
de cálculo de capital regulamentar
O perímetro de consolidação prudencial difere do perímetro publicação do Grupo CGD pelo tratamento
dado a entidades cuja atividade económica é diversa daquela que caracteriza as instituições de crédito e
472
sociedades financeiras, conforme o disposto no “Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades
Financeiras”. As filiais que desenvolvem uma atividade nos setores económicos não sujeitos à supervisão
prudencial (e.g. comércio, indústria, agricultura e seguros) são inscritas no perímetro de consolidação
prudencial pelo método de equivalência patrimonial.
Existem, no Grupo, organismos de investimento coletivo, bem como veículos de propósitos especiais, que
não foram incluídos no perímetro de supervisão bancária, uma vez que não se enquadram na definição de
sociedade financeira, conforme determinado no “Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades
Financeiras”.
Adicionalmente, é de realçar que o BCG Brasil, a CGD Investimentos CVC e o Banco Comercial do Atlântico
estão registados no perímetro publicação de acordo com o normativo previsto no IFRS 5 – “Ativos não
correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas” (os ativos dessas entidades estão
registados numa única rubrica do ativo consolidado, em “Ativos não correntes detidos para venda” enquanto
que os passivos estão na rubrica “Passivos não correntes detidos para venda”). No perímetro prudencial a
consolidação dessas entidades é efetuada rubrica a rubrica contabilística.
Método de Consolidação
Participação
País Atividade Económica
Perímetro Perímetro efetiva
Publicação Prudencial
Sucursais
Filiais
Banco Caixa Geral Brasil, S.A. (*) Integral Integral 100,00% Brasil Bancária
Banco Nacional Ultramarino, S.A. Integral Integral 100,00% China (Macau) Bancária
Caixa - Participações, SGPS, S.A. Integral Integral 100,00% Portugal Gestão Participações Sociais
CGD Investimentos CVC, S.A. (*) Integral Integral 100,00% Brasil Corretagem e Câmbios
A Promotora, Sociedade de Capital de Risco, S.A.R.L. Integral Integral 45,84% Cabo Verde Capital de Risco
Caixa Gestão de Ativos, S.A. Integral Integral 100,00% Portugal Gestão de Ativos
CGD Pensões - Soc. Gestora de Fundos de Pensões, S.A. Integral Integral 100,00% Portugal Gestão de Ativos
Caixa Serviços Partilhados Integral Integral 100,00% Portugal Agrup. Complementares Empresas
Banco Caixa Geral Angola, S.A. Integral Integral 51,00% Angola Bancária
Société Civile Immatriculée du 8 Rue du Helder Integral Integral 100,00% França Gestão Imobiliária
Inmobiliaria Caixa Geral, S.L. Integral Integral 100,00% Espanha Gestão Imobiliária
Fundo de Capital de Risco Empreender Mais Integral - 100,00% Portugal Fundo de Capital de Risco
Fundo de Capital de Risco Caixa Fundos Integral - 100,00% Portugal Fundo de Capital de Risco
Caixagest Private Equity - Fundo Especial de Investimento Integral - 21,41% Portugal Fundo Invest. Mobiliário Aberto
Caixagest Imobiliário Internacional - Fundo Especial de
Investimento Integral - 28,35% Portugal Fundo Invest. Mobiliário Aberto
Fundolis - Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Integral - 100,00% Portugal Fundo Invest. Imobiliário Fechado
Associadas
GCI - Sociedade Gestora de Fundos, S.A.R.L. Equiv. Patrimonial Equiv. Patrimonial 35,69% Moçambique Capital de Risco
Locarent - Companhia Portuguesa de Aluguer de Viaturas, S.A. Equiv. Patrimonial Equiv. Patrimonial 50,00% Portugal Aluguer Operacional de Veículos
SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços, S.A. Equiv. Patrimonial Equiv. Patrimonial 22,97% Portugal Serviços Bancários
Fidelidade - Companhia de Seguros S.A. Equiv. Patrimonial Equiv. Patrimonial 15,00% Portugal Seguradora
S.G.P.I.C.E. - Soc. de Serviços de Gestão de Portais na Internet
e de Consultoria de Empresas, S.A. Equiv. Patrimonial Equiv. Patrimonial 33,33% Portugal Serviços de Telecomunicações
TF - Turismo Fundos - Sociedade Gestora de Fundos de
Investimento Imobiliário, S.A. Equiv. Patrimonial Equiv. Patrimonial 33,47% Portugal Gestão de Ativos
Bem Comum - Sociedade de Capital de Risco, S.A. Equiv. Patrimonial Equiv. Patrimonial 32,00% Portugal Gestão de Capital de Risco
Banco Internacional de São Tomé e Príncipe, S.A.R.L. Equiv. Patrimonial Equiv. Patrimonial 27,00% São Tomé Príncipe Bancária
(*) Co m a aplicação do IFRS 5 - "A tivo s não co rrentes detido s para venda e unidades o peracio nais desco ntinuadas"
473
No ano de 2022, e tendo em vista a prossecução do Plano Estratégico, deu-se continuidade à reorganização
societária do Grupo CGD com:
o reforço de 70% para 81.69% da participação financeira no Banco Interatlântico, S.A.R.L. através
da compra, em 3 de agosto de 2022, da posição anteriormente detida pelo acionista minoritário
Empreitel Figueiredo S.A. ;
o reforço de 90% para 100% da participação financeira no Caixa Serviços Partilhados, ACE em
junho de 2022;
o reforço para 100% do capital social do Caixa - Banco de Investimento, S.A. através duma
aquisição potestativa concluída em dezembro de 2022;
Em 27 de dezembro de 2022, no âmbito da operação Crow, o Grupo CGD passou a deter 100% da empresa
Flitptrel IV, S.A., que por sua vez detém a totalidade do capital social da Flitptrel Porto Santo, S.A..
a Companhia Papel do Prado, S.A. deixou de integrar o Grupo CGD em 31 de maio de 2022.
O quadro abaixo permite a reconciliação entre os Balanços dos perímetros Contabilísticos e Prudencial,
contendo também a “Chave” que permite identificar os elementos do Balanço Prudencial que são
computados nos Fundos Próprios:
31-12-2022
Consolidação Diferenças:
Perímetro Diferenças: Perímetro Chave
Outras entidades Ajustamentos de
Contabilístico Saldos Intragrupo Prudencial (*)
ATIVO + IFRS5 Consolidação
Ativos financeiros ao justo valor através de resultados 2.079.941 (262.085) 40.724 - 1.858.580
Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2.367.366 61.315 - - 2.428.681
Ativos não correntes detidos para venda 1.220.466 (1.107.884) 42.837 - 155.420
Outros Investimentos em associadas e filiais excluídas da consolidação 35.265 4.521 183.638 - 223.423
Ativos por impostos diferidos, por diferenças temporárias 900.991 14.986 - - 915.977 9
474
(continuação) Consolidação Diferenças:
Perímetro Diferenças: Perímetro Chave
Outras entidades Ajustamentos de
Contabilístico Saldos Intragrupo Prudencial (*)
PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO + IFRS5 Consolidação
Passivos por impostos diferidos, dos quais: 77.740 883 (13.886) - 64.737
Passivos por impostos diferidos, por diferenças temporárias 77.740 883 (13.886) - 64.737 10
475
Reconciliação do Balanço Prudencial e Fundos próprios regulamentares
O quadro abaixo permite observar a reconciliação entre os Fundos Próprios e os valores contabilísticos que
constam do Balanço do Perímetro Prudencial, sendo a “Chave” o elemento que relaciona os itens entre os
dois mapas:
Chave Balanço
Fundos Próprios
(*) Prudencial
Resultado atribuível ao acionista da CGD (considerados nos Fundos próprios CET 1) 4 837.759 483.723
Ativos por impostos diferidos (por prejuízos fiscais), líquido de impostos diferidos passivos relacionados 8 66.867 (66.867)
Fundos Próprios Principais de nível 1, após ajustamentos regulamentares acima mencionados 8.308.381
Investimentos significativos em ações ordinárias de entidades financeiras (montante acima do limiar de 10%) 11 440.923 -
Impostos diferidos ativos decorrentes de diferenças temporárias (montante acima do limiar de 10%) 10 851.240 -
Fundos Próprios Principais de nível 1, após ajustamentos regulamentares acima mencionados 8.308.381
Ajustes regulamentares aplicados ao CET 1 por não terem sido cobertos por Tier 1 adicionais
Fundos Próprios Principais de nível 1, após ajustamentos regulamentares acima mencionados 8.308.381
AVA (4.820)
NPL (prudential back stop) (981)
Fundos Próprios Adicionais de nível 1 (Additional Tier 1), dos quais: 5.622
Crédito - 37.935.281
Mercado - 1.833.042
Operacional - 3.595.045
No ta: mo ntante do resultado líquido incluído no s Fundo s P ró prio s, auto rizado pelo Superviso r (nº 2 do A rtigo 26º do Regulamento (EU) nº 575/2013).
Caso não fo sse co nsiderado o resultado no s Fundo s P ró prio s, o s rácio s seriam de: CET 1= 17.5% | Tier 1= 17.5% | To tal= 18.9%.
Requisito Mínimo para Fundos Próprios e Passivos Elegíveis (MREL - Minimum Requirement for own funds
and Eligible Liabilities)
Quadro regulamentar
O Mecanismo Único de Resolução (MUR) – 2º pilar da União Bancária - estabelece o quadro para a
resolução de bancos em todos os Estados-membro participantes. O objetivo do MUR é garantir a resolução
ordenada de instituições bancárias em processo de falência com custos mínimos para os contribuintes e
para a economia real. Para tal, o Regulamento (UE) n.º 806/2014 – Regulamento do Mecanismo Único de
476
Resolução (SRMR) e a Diretiva 2014/59/EU - Diretiva de Recuperação e Resolução Bancária (BRRD)
determinam o cumprimento de um Requisito Mínimo para Fundos Próprios e Passivos Elegíveis (MREL),
para que as instituições bancárias disponham de suficiente capacidade de absorção de perdas e de
recapitalização por forma a não comprometer a aplicação do bail-in ou outros instrumentos de resolução e
garantir a continuidade das suas funções críticas, sem representar um encargo adicional para os
contribuintes.
O nível-alvo a cumprir é determinado pela Autoridade de Resolução, o CUR (Comité Único de Resolução),
numa lógica de caso-a-caso para cada banco, com base nas suas características, nomeadamente,
complexidade, perfil de risco, estratégia de resolução. A metodologia de cálculo do requisito é aplicada de
acordo com base a legislação e política de MREL do CUR considerando a informação de balanço a uma
determinada data de referência (habitualmente 31 de dezembro), pelo que o requisito estipulado está sujeito
a revisão ao longo do tempo (por norma anualmente).
Decisão de MREL
A partir de 1 de janeiro de 2022, a CGD estava obrigada ao cumprimento do requisito intermédio de MREL,
fixado nos termos da Decisão do CUR que vigorava àquela data, que determinava que a instituição
detivesse:
• 19,63% do total de ativos ponderados pelo risco, adicionado de um requisito combinado de reserva
de Fundos Próprios de 3,5%, correspondendo a um requisito total 23,13%;
• 22,45% do total de ativos ponderados pelo risco, adicionado de um requisito combinado de reserva
de Fundos Próprios de 3,5%, correspondendo a um requisito total de 25,95%;
Já em março de 2023, a CGD foi notificada relativamente à nova Decisão vinculativa de MREL
determinada pelo CUR, que revoga e substitui a recebida em 2022, estabelecendo o cumprimento dos
seguintes requisitos de MREL, a partir de 1 de janeiro de 2024:
• 22,94% do total de ativos ponderados pelo risco, adicionado de um requisito combinado de reserva
de Fundos Próprios de 3,5%, correspondendo a um requisito total de 26,44%;
Os requisitos aplicam-se em base consolidada no perímetro de resolução determinado pelo CUR (entidades
do perímetro prudencial na União Bancária, incluindo Sucursais no estrangeiro (desprovidas de
personalidade jurídica)). A estratégia de resolução preferencial é a abordagem MPE, do inglês Multiple
Point-of-Entry. Segundo a decisão em vigor à data, a CGD não está sujeita ao cumprimento de qualquer
requisito mínimo de subordinação.
A 31 de dezembro de 2022, a CGD cumpria já o requisito final vinculativo determinado pelo CUR, nos
termos da decisão que vigorava à data, registando os seguintes rácios:
31-12-2022
Para assegurar o cumprimento dos requisitos de MREL, a CGD, concretizou um plano de financiamento,
que permitiu uma convergência gradual com o requisito estipulado para janeiro de 2024.
477
A primeira etapa desse plano de financiamento materializou-se, em 2019, com a emissão de dívida sénior
não preferencial (senior non-preferred), a primeira emissão deste tipo de dívida realizada por um banco
português, no montante de 500.000 mEuros.
Adicionalmente, em 2021, a Caixa realizou uma emissão de dívida sénior preferencial (senior preferred),
no montante de 500.000 mEuros, com o prazo de 6 anos e com possibilidade de reembolso antecipado ao
fim de 5, e um cupão de 0,375%, o mais baixo alguma vez conseguido pela Caixa em emissões no mercado
de capitais. Esta emissão tem a particularidade de ser sustentável (Environment, Social and, Governance
Bonds), direcionando os fundos captados para o financiamento de operações de crédito dos seus clientes
no domínio ambiental e do desenvolvimento socioeconómico. Trata-se da primeira emissão realizada por
um banco português com estas características, constituindo um marco importante na concretização dos
compromissos assumidos pela Caixa no domínio do financiamento sustentável, criando valor para os seus
clientes e reduzindo o impacto ambiental da sua atividade.
Por fim, em 2022, a CGD efetuou mais três emissões para o cumprimento dos requisitos no total de
834.037mEuros. Em junho de 2022 foi realizada uma emissão “Verde” de dívida sénior preferencial (senior
preferred), no montante de 300.000 mEuros, com o prazo de 4 anos e possibilidade de reembolso
antecipado ao fim de 3 anos, e um cupão de 2,875%. Esta foi a primeira emissão “Verde” realizada pela
Caixa; i.e., direciona os fundos captados para o financiamento de operações de crédito nos domínios
ambientais, neste caso, promovendo a eficiência energética ao financiar habitações com certificado
energético das classes A+, A e B.
Já em outubro, a Caixa realizou nova emissão de dívida “Verde” no montante de 500.000 mEuros, com o
prazo de 6 anos e possibilidade de reembolso antecipado ao fim de 5 anos, e um cupão de 5,75%. Tratou-
se da terceira emissão com características ESG da Caixa, totalizando um montante de 1.334.037 mEuros.
Por fim, também em outubro de 2022, a CGD emitiu uma obrigação Senior Preferred no valor de 5.000.000
milhares de Ienes (cerca de 34.037 mEuros), colocada junto de um investidor privado, com o prazo de 4
anos e possibilidade de reembolso antecipado ao fim de 3 anos, e um cupão de 1,3%.
Distribuição de dividendos
Em resultado da Pandemia da COVID-19, o BCE adotou um conjunto de medidas com vista a que os
Bancos mantenham a sua capacidade de absorver as perdas e reforçar a sua capacidade de apoio à
economia.
Destas iniciativas destacam-se as relacionadas com a distribuição de dividendos que, numa primeira fase,
pretendiam assegurar uma maior retenção de resultados gerados pelos bancos, com a publicação em 27
de março de 2020 da Recomendação BCE/2020/19 onde se definia que, até 1 de outubro de 2020, não
fossem pagos dividendos, que não fossem assumidos compromissos irrevogáveis de pagamento de
dividendos pelas instituições de crédito e que as instituições de crédito se abstivessem de recomprar ações
destinadas a remunerar acionistas.
b) Propor uma mudança na política de dividendos pela qual nenhum dividendo será distribuído para
o exercício de 2019, comprometendo-se a uma possível distribuição de reservas sujeitas à reavaliação
da situação, uma vez desaparecidas as incertezas causadas pelo COVID-19 (em qualquer caso não
antes de 1 de outubro de 2020).
Seguindo essa orientação, foi aprovada em Assembleia Geral a não distribuição de dividendos referentes
ao ano de 2019, tendo o resultado líquido sido integrado em reservas livres, após dedução da reserva legal
(opção b) da recomendação do BCE).
478
de 2021, remetendo para avaliação posterior a possibilidade de serem retomadas as distribuições nos
termos definidos na sua Política, em função da evolução da posição do BCE.
Nestes termos, em novembro de 2021 a CGD procedeu à distribuição de dividendos retidos nos exercícios
de 2019 e 2020, no montante de 300.000 mEuros, através da entrega ao seu acionista de valores
disponíveis em “Outras Reservas e Resultados Transitados”, ao abrigo dos artigos 31.º a 33.º do Código
das Sociedades Comerciais, totalizando assim um montante entregue ao acionista em 2021, de 383.639
mEuros.
Desde a conclusão da recapitalização da CGD até o final do exercício de 2022, foram entregues ao acionista
um montante total de 961.870 mEuros de dividendos.
Os elevados níveis de capitalização colocam a CGD acima da média europeia (segundo o EBA Dashboard),
tanto nos rácios CET1, Tier 1 e Total.
A CGD solicitou em 2021 ao BCE o reembolso antecipado do Instrumento AT 1 e tendo recebido do BCE
em 28 de janeiro de 2022 a autorização para o reembolso antecipado e sem substituição da emissão de
Fundos Próprios adicionais de nível 1, efetivado em 30 de março de 2022, a primeira data prevista
contratualmente para o exercício da call.
O reembolso antecipado do AT1 vem, por via do elevado custo do referido cupão (10,75%), melhorar a
capacidade da CGD de gerar capital organicamente.
479
45. Eventos subsequentes
Em 24 de fevereiro de 2023, o governo português publicou o Decreto-Lei 14/2023 que procede à
transferência de todas as responsabilidades cobertas pelo Fundo de Pensões da CGD (FPCGD) para a
CGA, à extinção e liquidação do FPCGD e à entrega, pela Caixa à CGA, de uma compensação financeira
pelas responsabilidades transferidas (Nota 36).
No dia 20 de março de 2023, a Caixa Geral de Depósitos registou o aumento do capital social em
681.570.760 euros e a emissão de 136.314.152 novas ações, com valor nominal unitário de 5 euros cada,
por via da incorporação de reservas decorrentes de igual número de direitos de conversão, emitidos a favor
do acionista na sequência da adesão da Caixa ao Regime Especial aplicável aos Ativos por Impostos
Diferidos, deliberada em 2014.
Decorrente desta conversão, o capital social da Caixa passou de 3.844.143.735 euros para 4.525.714.495
euros, integralmente detido pelo acionista único da Caixa, o Estado Português.
480
2.3. Outros anexos
2.3.1. Informação relativa aos ónus sobre ativos
Instrução n.º 28/2014, de 15 de janeiro de 2015, do Banco de Portugal
MODELO A – ATIVOS
Quantia escriturada
Quantia escriturada Valor justo dos ativos Valor justo dos ativos
dos ativos não
dos ativos onerados onerados não onerados
onerados
010 040 060 090
Ativos da instituição que presta a
010 3.411.533.795 98.933.459.691
informação
030 Instrumentos de capital próprio 0 0 867.532.058 867.532.058
040 Títulos de dívida 2.003.214.699 2.003.214.699 19.656.010.938 19.656.010.938
120 Outros ativos 1.408.319.096 78.409.916.695
010 040
130 Colateral recebido pela instituição que presta a informação 0 51.480.448
150 Instrumentos de capital próprio 0 0
160 Títulos de dívida 0 0
230 Outro colateral recebido 0 51.480.448
240 Títulos de dívida própria emitidos que não obrigações hipotecárias próprias ou ABS 0 0
481
2.3.2. Informação discriminada por país
Divulgação de informação financeira conforme Decreto-Lei n.º
157/2014, de 24 outubro
Denominação, natureza das atividades e localização geográfica
Consultar Nota 3 - Empresas do grupo e transações ocorridas no período, do Anexo às demonstrações
financeiras consolidadas (capítulo 2.2.).
2022-12 2022-12
Europa 6.680
Atividade em Portugal 1.644.251
Portugal 6.118
Atividade internacional 683.325
Espanha 4
Europa 121.474
França 538
Espanha -175
Reino Unido 4
França 121.649
Luxemburgo 3
África 440.329
Suíça 5
Angola 125.706 Bélgica 3
Moçambique 304.463 Alemanha 5
Cabo Verde 10.161 África 3.805
Ásia 121.522 Angola 515
China 110.979 Moçambique 2.713
2022-12 2022-12
Atividade em Portugal 200.189 Atividade em Portugal 802.555
Atividade internacional 71.184 Atividade internacional 407.933
Europa 12.172 Europa 45.978
482
2.3.3. Transparência de informação e valorização de ativos
Adoção das recomendações relativas à transparência de informação
e à valorização de ativos, conforme Carta Circular nº 97/2008/DSB,
de 3 de dezembro e Carta Circular nº 58/2009/DSB, de 5 de agosto,
do Banco de Portugal.
I. Modelo de Negócio
Relatório de Gestão e Contas:
• Mensagem do Presidente do Conselho de
Descrição do modelo de negócio (i.e., razões para o
Administração e do Presidente da Comissão
desenvolvimento das atividades/negócios e respetiva
Executiva
1. contribuição para o processo de criação de valor) e, se
• Acontecimentos em destaque
aplicável, das alterações efetuadas (por exemplo, em
• A CGD hoje
resultado do período de turbulência);
• Atividade e informação financeira
Relatório de Governo Societário.
Descrição do tipo de atividades desenvolvidas, incluindo a Ver pontos I.1 a I.3 atrás.
descrição dos instrumentos utilizados, o seu funcionamento Relatório de Gestão e Contas:
4.
e critérios de qualificação que os produtos/investimentos • Gestão do Risco
devem cumprir; Nota 2 do Anexo às DF Consolidadas.
483
III. Impacto do período de turbulência financeira nos resultados (cont.)
Decomposição dos “write-downs ” entre montantes Ver o referido nos pontos III.8 a III.10 atrás.
12.
realizados e não realizados; Nota 43 do Anexo às DF Consolidadas
Informação sobre mitigantes do risco de crédito (e.g. através Nota 2 (descrição das políticas contabilísticas
17. de credit default swaps ) e o respetivo efeito nas exposições sobre derivados e contabilidade de cobertura),
existentes; Notas 10 e 43 do Anexo às DF Consolidadas.
484
IV. Níveis e tipos das exposições afetadas pelo período de turbulência (cont.)
485
2.3.4. Glossário e indicadores alternativos de desempenho
Glossário
Balanço
Ativo líquido médio
Ativos financeiros onerados para efeitos de obtenção de financiamento junto do Banco Central Europeu
Ativos financeiros não onerados disponíveis para efeitos de obtenção de financiamento junto do Banco
Central Europeu
Rácio de transformação, medido pela relação entre o crédito a clientes (líquido de imparidades) e os
depósitos de clientes
Demonstração de Resultados
Margem financeira estrita
Corresponde à relação entre a margem financeira e o saldo médio do total dos ativos geradores de juros
Diferença entre a taxa de juro média dos juros recebidos com o crédito a clientes e a taxa de juro média
dos juros pagos pelos depósitos de clientes
Margem complementar
Custos de estrutura
Soma de três rúbricas apresentadas na Demonstração de Resultados: "Custos com pessoal", "Gastos
gerais administrativos" e "Depreciações e amortizações"
Resultado da diferença entre duas rúbricas da Demonstração de Resultados: "Produto global da atividade"
e "Custos de estrutura"
486
Resultados operacionais
Indicadores de Eficiência
Cost-to-income [De acordo com a Instrução nº 6/2018 do Banco de Portugal]
Rácio de eficiência, medido pela relação entre custos de estrutura e a soma de produto global da atividade
com os resultados em empresas por equivalência patrimonial
Custos com pessoal / Produto global da atividade [De acordo com a Instrução nº 6/2018 do Banco de Portugal]
Rácio de eficiência, medido pela relação entre os custos com pessoal e o produto global da atividade
Produto global da atividade / Ativo líquido médio [De acordo com a Instrução nº 6/2018 do Banco de Portugal]
Rácio de rendibilidade, medido pela relação entre o produto global da atividade (acrescido dos resultados
em empresas por equivalência patrimonial) e o ativo líquido médio (últimas 13 observações mensais)
Rendibilidade bruta do capital próprio (ROE) [De acordo com a Instrução nº 6/2018 do Banco de Portugal]
Rácio de rendibilidade, medido pela relação entre o resultado líquido no período (acrescentado do valor dos
impostos e dos interesses que não controlam) e a média dos capitais próprios
Rendibilidade bruta dos ativos (ROA) [De acordo com a Instrução nº 6/2018 do Banco de Portugal]
Rácio de rendibilidade, medido pela relação entre o resultado líquido no período (acrescentado do valor dos
impostos e dos interesses que não controlam) e a média do ativo total (líquido de imparidades)
Rácio de qualidade de crédito, medido pela relação entre crédito não produtivo e o total de crédito (bruto)
Cobertura de NPL (crédito não produtivo) [De acordo com definição EBA]
Rácio entre imparidades acumuladas de crédito e o total de crédito não produtivo (bruto)
Rácio NPE (exposições não produtivas) [De acordo com definição EBA]
Rácio de qualidade de crédito, medido pela relação entre: (Títulos de divida não produtivos + crédito não
produtivo + exposições extrapatrimoniais não produtivas) e (Total bruto de: títulos de divida + crédito +
exposições extrapatrimoniais)
Cobertura de NPE (exposições não produtivas) [De acordo com definição EBA]
Rácio entre imparidades acumuladas (de títulos de divida, crédito e exposições extrapatrimoniais) e o total
de exposições não produtivas (bruto)
Rácio de qualidade de crédito, medido pela relação entre o total de exposições de crédito diferidas sob
probação e o total de crédito a clientes (bruto)
Rácio entre imparidades acumuladas de exposições de crédito diferidas sob probação e o total de
exposições diferidas sob probação
487
Indicadores de Solvência e Liquidez
Rácio CET 1
Rácio de solvabilidade, medido pela relação entre o total de fundos próprios de nível 1 (Common Equity
Tier 1) e o total de ativos ponderados pelo risco
Rácio Tier 1
Rácio de solvabilidade, medido pela relação entre a soma do total de fundos próprios de nível 1 (Common
Equity Tier 1) e dos fundos próprios de nível 1 adicionais (Additional Tier 1), com o total de ativos
ponderados pelo risco
Rácio de solvabilidade, medido pela relação entre o total de fundos próprios e o total de ativos ponderados
pelo risco
Rácio de alavancagem, medido pela relação entre o capital Tier 1 e a exposição não ponderada pelo risco
Rácio de liquidez, medido pela relação entre o buffer de ativos líquidos e os outflows líquidos num período
de stress de 30 dias
Rácio de liquidez, medido pela relação entre o financiamento estável disponível e o financiamento estável
requerido
Outros Indicadores
Contribuição sobre o setor bancário
Contribuição extraordinária dos bancos portugueses para financiamento do Fundo de Resolução bancário
Soma dos recursos de clientes de balanço com os recursos de clientes fora de balanço
Seguros financeiros
Produtos relativos a seguros de capitalização, seguros unit linked e planos de poupança reforma
Spread
Acréscimo (em pontos percentuais) ao indexante utilizado pela CGD nas operações ativas e passivas
Custos Regulamentares
Volume de negócios
488
Acrónimos
€, EUR – Euro KPI – Key Performance Indicator
AE - Área Euro LCR – Liquidity Coverage Ratio (Rácio de liquidez)
APFIPP – Associação Portuguesa de Fundo de LGD – Loss Given Default
Investimento, Pensões e Patrimónios
M&A – Mergers & Acquisitions
ASPT – Acordos de Suspensão de Prestação de
M€ – Milhões de euros
Trabalho
AT1 – Additional Tier 1 mEuros – Milhares de euros
BCGA – Banco Caixa Geral Angola MREL – Minimum Requirements for own funds and
Eligible Liabilities
BCI – Banco Comercial e de Investimentos
NPE – Non-performing exposures
BNU – Banco Nacional Ultramarino, S.A.
NPL – Non performing loans
Bpv – Basis point value
NSFR - Net Stable Funding Ratio (Rácio de
BRRD2 – Bank Recovery Resolution Directive 2 financiamento estável líquido)
Caixa, CGD – Caixa Geral de Depósitos,SA OMS – Organização Mundial de Saúde
CALCO – Conselho Delegado de Gestão de O-SII – Other Systemically Important Institutions
Capital, Ativos e Passivos
p.b. – pontos base
CCB – Capital Conservation Buffer
p.p. – pontos percentuais
CDP – Carbon Disclosure Project
P2R – Pillar 2 Requirement
CDS – Credit Default Swaps
PEPP – Pandemic Emergency Purchase
CEBS – Committee of European Banking Programme
Supervisors
PH – Plano Horizonte (Plano de Aposentações e de
CET1 – Common Equity Tier 1 Pré-Reformas Voluntárias).
CoCos – Contingent Convertibles PIB - Produto Interno Bruto
CRO – Chief Risk Officer PME – Pequenas e médias empresas
CRR – Capital Requirements Regulation PPR – Plano Poupança Reforma
DG Comp – Directorate-General for Competition PRR – Plano de Recuperação e Resiliência
(Direção Geral Concorrência da Comissão
RAEM – Região Administrativa Especial de Macau
Europeia)
DGS – Direção-Geral da Saúde ROA – Return on Assets
489
Indicadores Alternativos de Desempenho
Balanço
Indicadores de desempenho da posição financeira
Conciliação com
Denominação Definição Base de Cálculo
Demonstrações Financeiras
[Balanço] Ativos financeiros ao
Ativos financeiros ao justo valor
justo valor através de
através de resultados +
resultados +
Ativos financeiros ao justo valor
[Balanço] Ativos financeiros ao
Aplicações em títulos Carteira de títulos em balanço através de outro rendimento
justo valor através de outro
integral +
rendimento integral +
Outros investimentos ao custo
[Balanço] Outros investimentos
amortizado
ao custo amortizado
Demonstração de Resultados
Indicadores de desempenho da posição financeira
Conciliação com
Denominação Definição Base de Cálculo
Demonstrações Financeiras
[Dem. Result.] Custos com
Custos com pessoal - pessoal -
Custos com pessoal Custos com pessoal deduzidos de fatores
Fatores não correntes dos custos [Dem. Result.] Fatores não
correntes não correntes
com pessoal correntes dos custos com
pessoal
Soma de duas rúbricas apresentadas na [Dem. Result.] Margem
Demonstração de Resultados: "Margem Margem financeira estrita + financeira estrita +
Produto da atividade core
financeira estrita" e "Resultados de Resultados de serviços e comissões [Dem. Result.] Resultados de
serviços e comissões" serviços e comissões
[Dem. Result.] Margem
financeira alargada +
Margem financeira alargada +
Resultado de exploração Produto da atividade core deduzido dos [Dem. Result.] Comissões
Comissões líquidas - Custos de
core custos de estrutura líquidas -
estrutura
[Dem. Result.] Custos de
estrutura
[Dem. Result.] Resultado
Resultado líquido do período - líquido do período -
Resultado líquido no período deduzido
Resultado líquido corrente Fatores não correntes nas rubricas [Dem. Result.] Fatores não
de fatores não correntes
da Demonstração de Resultados correntes nas rubricas da
Demonstração de Resultados
Indicadores de Eficiência
Indicadores de desempenho da posição financeira
Conciliação com
Denominação Definição Base de Cálculo
Demonstrações Financeiras
[Dem. Result.] Custos de
estrutura /
Rácio de eficiência, medido pela relação Custos de estrutura /
([Dem. Result.] Margem
Cost-to-core income entre custos de estrutura e o produto da (Margem financeira estrita +
financeira estrita +
atividade core Resultados de serviços e comissões)
[Dem. Result.] Resultados de
serviços e comissões)
[Dem. Result.] Custos de
estrutura [excluindo fatores não
Rácio de eficiência, medido pela relação Custos de estrutura [excluindo fatores não
recorrentes] /
entre custos de estrutura [excluindo fatores não recorrentes] /
([Dem. Result.] Produto global
recorrentes] e a soma do produto global da (Produto global da atividade [excluindo
Cost-to-income corrente da atividade [excluindo fatores não
atividade [excluindo fatores não recorrentes] e o fatores não recorrentes] +
recorrentes] +
resultados em empresas por equivalência Resultados em empresas por
[Dem. Result.] Resultados em
patrimonial equivalência patrimonial)
empresas por equivalência
patrimonial)
Rácio de eficiência, medido pela relação [Dem. Result.] Custos com
Custos com pessoal Custos com pessoal [excluindo fatores
entre os custos com pessoal [excluindo pessoal correntes /
correntes / Produto da não recorrentes] /
fatores não recorrentes] e o produto global [Dem. Result.] Produto da
atividade core Produto da atividade core
da atividade core atividade core
[Dem. Result.] Gastos gerais
Gastos gerais Rácio de eficiência, medido pela relação
Gastos gerais administrativos / administrativos /
administrativos / Produto entre os gastos gerais administrativos e o
Produto global de atividade [Dem. Result.] Produto global
global de atividade produto global da atividade
da atividade
[Dem. Result.] Custos de
Rácio entre custos de estrutura e a média Custos de estrutura / Ativo líquido estrutura /
Custos de estrutura / Ativo
do ativo total (líquido de imparidades) médio [média das últimas 13 observações [Balanço] Ativo líquido médio
líquido médio
(média das últimas 13 observações mensais) mensais] [últimas 13 observações mensais] *
Anualização
([Dem. Result.] Resultado
Rácio de rendibilidade, medido pela líquido +
relação entre o resultado líquido no (Resultado líquido + Interesses que [Dem. Result.] Interesses que
Rendibilidade líquida do período (acrescentado do valor dos não controlam) / Capitais próprios não controlam) /
capital próprio (ROE) interesses que não controlam) e a média médios [média das últimas 13 observações [Balanço] Capitais próprios
dos capitais próprios (média das últimas 13 mensais] médios [últimas 13 observações
observações mensais) mensais] *
Anualização
([Dem. Result.] Resultado
Rácio de rendibilidade, medido pela
líquido +
relação entre o resultado líquido no (Resultado líquido + Interesses que
[Dem. Result.] Interesses que
Rendibilidade líquida dos período (acrescentado do valor dos não controlam) / Ativo líquido
não controlam) /
ativos (ROA) interesses que não controlam) e a média médio [média das últimas 13 observações
[Balanço] Ativo líquido médio
do ativo total (líquido de imparidades) mensais]
[últimas 13 observações mensais] *
(média das últimas 13 observações mensais)
Anualização
491
Indicadores de Qualidade de Crédito
Indicadores de desempenho da posição financeira
Conciliação com
Denominação Definição Base de Cálculo
Demonstrações Financeiras
492
3.
AGÊNCIA DE BRAGA
Arquiteto
Manuel Fernandes de Sá . 1940 – 1947
Índice
494
MENSAGEM
DO PRESIDENTE
DO CONSELHO
E ADMINISTRAÇÃO.
António Farinha Morais
Presidente do Conselho de Administração
Concluído o primeiro ano completo do novo mandato avalia, sejam os clientes, os supervisores, as agências de rating
2021-2024, é com sentimento de dever cumprido que e as diferentes entidades nacionais e internacionais que nos
podemos constatar a intensificação de um ciclo de crescimen- distinguem das mais diversas formas, preparamos o futuro
to, sustentabilidade, transformação e reforço da posição da investindo: em inovação, em tecnologia, na cibersegurança e
Caixa como instituição de referência em Portugal, traduzido na otimização de processos de suporte e de dinâmicas comer-
nos resultados que apresentamos, quer financeiros, quer de ciais, tornando a nossa instituição mais resiliente e robusta.
consolidação estratégica.
Importa salientar também a alteração do modelo de governo
A Caixa é um banco centenário, mas cada vez mais moderno societário da Caixa, em sintonia com as melhores práticas
e dinâmico, com equipas bem preparadas e de elevado internacionais, que veio reforçar a sua eficiência e a separa-
desempenho, com pessoas altamente qualificadas, motivadas ção mais eficaz das funções de gestão e de fiscalização,
e resilientes, com visão de futuro e determinação no cumpri- contribuindo deste modo para que sejam alcançados os
mento dos objetivos. objetivos e interesses da instituição e seus stakeholders.
Mantemo-nos apostados em prestar um serviço de qualidade, Estamos comprometidos em contribuir para o desenvolvimento
inclusivo e orientado para o futuro, com um foco firme na económico e social do nosso país e das comunidades em que
transformação digital, inovando, simplificando, tornando-o operamos. Acreditamos que o papel do setor financeiro é
ágil e flexível, mas mantendo também elevados padrões fundamental para fomentar o desenvolvimento sustentável,
sociais, ambientais e de governance. para apoiar a criação de emprego e a redução das desigual-
dades.
Os bons resultados de 2022 e a concretização do ambicioso
plano estratégico em curso têm requerido esforço adicional das Somos uma referência, reconhecida, do setor na sustentabili-
nossas equipas, que merecem uma palavra especial de reconhe- dade em todas as suas vertentes. Temos desenvolvido diversas
cimento pelo empenho e dedicação que têm demonstrado. O iniciativas e parcerias em áreas como a literacia financeira, a
seu trabalho tem sido fundamental para o sucesso da Caixa e inclusão social e a proteção do ambiente. Desenvolvemos um
para a satisfação dos nossos clientes e restantes stakeholders. papel determinante no financiamento da transição energética
que as empresas e as pessoas terão que realizar nos próximos
Enfrentamos um contexto macroeconómico instável. Temos anos, face ao desafio maior que é a manutenção da vida
assistido a um aumento da volatilidade dos mercados financei- humana e da biodiversidade em geral num planeta tão impac-
ros, impulsionado por incertezas relacionadas com a evolução tado pelas alterações climáticas, que hoje são tão evidentes.
política em diversas geografias, pelo que continuaremos a ter Somos, orgulhosamente, um banco responsável e comprometi-
desafios importantes a vencer. Infelizmente não vislumbramos do com o bem-estar das pessoas e da sociedade em geral.
ainda um caminho sólido e duradouro em direção à paz na
Ucrânia e não sabemos todas as consequências que daí 2023 será um ano desafiante mas encaramo-lo com confian-
advirão para a nossa economia e sociedade. ça. A título pessoal, permaneço empenhado em criar valor
superior para os nossos stakeholders e asseguro-vos que a
Estamos cientes dos tempos difíceis que enfrentamos, mas Caixa continuará a contribuir para um futuro melhor e para a
estamos preparados. Como instituição financeira de referên- promoção das melhores práticas de governança corporativa.
cia, temos como missão e dever, apoiar os nossos clientes, a
economia e a sociedade como um todo, mantendo os nossos Juntos, com resiliência e com um forte sentido de responsabili-
colaboradores motivados e reconhecidos pelo seu mérito. dade para enfrentar os desafios que se nos colocam, alcança-
remos todos os nossos objetivos e consolidaremos a posição
Alicerçados na solidez dos diversos indicadores financeiros e da Caixa como líder do sistema financeiro português.
na confiança que nos dá o reconhecimento de quem nos
3.1. Síntese
Enquadramento legal
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. (Caixa) é uma instituição de crédito integralmente detida pelo Estado
Português. O seu Relatório de Governo Societário (RGS), elaborado em cumprimento do previsto no
Regime Jurídico do Setor Público Empresarial (RJSPE), designadamente nos artigos 54.º e 39.º, n.º 10,
evidencia a assunção dos princípios de bom governo resultantes da convergência das orientações nesta
matéria pela qual se regula e que refletem todas as dimensões da sua natureza, nomeadamente, as
orientações para o setor público empresarial da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do
Setor Público Empresarial (UTAM), o Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro, que estabelece o Regime
Jurídico do Setor Público Empresarial, assim como com os princípios orientadores aplicáveis ao setor
bancário europeu provenientes da European Banking Authority (EBA) e da European Securities Markets
Association (ESMA).
Além do cumprimento das disposições legais e orientações emanadas para as empresas públicas
empresariais, a Caixa adota os princípios de bom governo societário constantes do Código de Governo
das Sociedades do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), aplicável às entidades
emitentes de ações admitidas à negociação em mercado regulamentado. Nesse sentido, o Conselho de
Administração da Caixa deliberou a adoção dos princípios inscritos no Código do IPCG e a inclusão a
partir do seu Relatório de Governo Societário de 2019, da Declaração de Cumprimento do Código de
Governo das Sociedades do IPCG, reiterando o seu compromisso com as melhores práticas de governo.
No presente Relatório é reafirmado esse compromisso e apresentada a Declaração de Cumprimento,
adaptada à versão do Código de Governo das Sociedades, que foi revista em 2020.
O presente Relatório encontra-se estruturado de acordo com as instruções elaboradas e publicadas pela
UTAM7 no exercício das competências atribuídas pelo RJSPE e às quais a Caixa, enquanto empresa
pública, se encontra vinculada. Assim, a Missão, Objetivos e Politicas da Caixa são indicados no Capítulo
2, apresentando-se a estrutura do Grupo Caixa e do seu capital nos dois Capítulo seguintes. O Capítulo
5 – Órgãos Sociais e Comissões detalha o modelo de governo da Caixa e a atuação dos órgãos de
fiscalização à gestão. Nele consta uma descrição do funcionamento das Comissões Especiais do
Conselho de Administração (CA) e da forma como asseguram o cumprimento dos princípios estratégicos
e dos deveres legais e regulamentares. O Capítulo 6 – Organização Interna relata a estrutura de controlo
interno e a gestão de risco e a forma como é assegurado o cumprimento dos deveres especiais de
informação. A divulgação de remunerações, sua estrutura e critérios de atribuição, são objeto de análise
no Capítulo 7 – Remunerações. Por último, é apresentado o trabalho da Caixa em sede de
sustentabilidade e responsabilidade social.
O ano de 2022 foi o primeiro exercício completo após a entrada em funções do novo CA em 23
de dezembro de 2021;
Com o início de funções, decorreu, no início do ano, o processo de induction dos novos membros
do CA;
Foi igualmente o primeiro ano completo ao abrigo do modelo de governo adotado com a nomeação
da atual Administração e que compreende o CA, que integra a Comissão de Auditoria, e o Revisor
Oficial de Contas, e procura privilegiar a relação institucional e funcional entre órgãos sociais,
concretizando a efetiva separação entre as funções de administração e as funções de fiscalização;
Com o fim da crise pandémica no primeiro trimestre de 2022 e, simultaneamente, o início da guerra
na Ucrânia, foi descontinuado o anterior Covid Risk Committee, com o objetivo de acompanhar e
7 Disponível em https://www.utam.gov.pt/
496
monitorizar os efeitos da crise pandémica de Covid-19 em todas as áreas de risco da atividade do
Grupo, e constituído o Ukraine Crisis Committee. Tendo um caráter consultivo, este comité
constitui um fórum de debate, integrado por membros do CA, e por representantes de órgãos de
estrutura da Caixa e das entidades do Grupo, que visa avaliar os impactos da guerra na Ucrânia
em diversas áreas de risco para o universo Caixa.
497
Práticas de bom governo
CAPÍTULO II DO REGIME JURÍDICO DO SETOR PÚBLICO EMPRESARIAL (RJSPE)
Sim Não Data
Março de 2023
– Publicação do
Relatório
Providenciou no sentido de que a UTAM tenha Identificativo
Artigo 53.º condições para que toda a informação a divulgar possa ● dos Riscos e
constar do sítio na internet da Unidade Técnica Ocorrências de
Corrupção e
Infrações
Conexas 2022
Apresentou o relatório do órgão de fiscalização em que é
aferido constar do relatório anual de práticas de governo
Artigo 54.º societário informação atual e completa sobre todas as ● 28/04/2023
matérias tratadas no Capítulo II do RJSPE (boas
práticas de governação)
498
3.2. Missão, objetivos e políticas8
Missão
A Caixa Geral de Depósitos tem como missão a criação de valor para a sociedade portuguesa, prestando
serviços bancários de qualidade aos particulares e às empresas, contribuindo assim para a melhoria do
bem-estar das famílias portuguesas e para o desenvolvimento do setor empresarial, gerando a rendibilidade
adequada para o acionista. A Caixa garante o acesso dos clientes a um conjunto diversificado de produtos
e serviços financeiros de qualidade, com particular enfoque na captação da poupança e na concessão de
financiamento de médio e longo prazo, baseando-se num modelo de governo societário eficiente e no
respeito dos mais elevados padrões éticos.
Visão
Ser uma instituição de referência no sistema financeiro e líder no setor bancário em Portugal, que se pauta
em permanência por potenciar as suas vantagens competitivas e garantir níveis de solidez, rendibilidade,
serviço e eficiência em linha com as melhores práticas do setor bancário europeu.
Valores
A atividade e a conduta da Caixa pautam-se pelos seguintes valores fundamentais:
Confiança, garantindo a segurança dos depositantes, promovendo uma relação de longo prazo
com os clientes e privilegiando a sua fidelização, através de um serviço de elevada qualidade e
de uma oferta de produtos adequada ao seu perfil de risco e reforçando a estabilidade e solidez
financeira da instituição;
Rendibilidade, assegurando uma remuneração adequada dos capitais públicos, com base na
sustentabilidade do modelo de negócio e numa gestão eficaz e rigorosa;
Profissionalismo, de modo a prestar o melhor serviço aos clientes e a estabelecer relações com
todos os stakeholders, com elevada competência técnica, rigor e diligência;
Proximidade, através de uma rede abrangente de agências bancárias em Portugal, bem como
através de canais à distância com recurso às novas tecnologias, que garantam uma oferta
inovadora, diversificada e acessível;
Cultura de risco e rigor, assegurando o cumprimento das melhores práticas na gestão do risco,
reforçando a confiança dos clientes, do mercado e do acionista mediante uma adequada gestão
do seu balanço;
8
O acionista único da Caixa, reconhecendo o seu papel de referência no setor financeiro português e o momento de mudança profunda
no setor financeiro formulou, em 2019, uma nova Carta de Missão, onde determina os objetivos a atingir pela Caixa e a missão, a visão,
as linhas de orientação e os valores fundamentais para o futuro da Caixa.
499
Políticas e linhas de ação da estratégia definida
Na prossecução da sua atividade a Caixa tem como base as seguintes linhas de orientação:
Em 2022 a Caixa deu continuidade à execução do seu Plano Estratégico 2021-2024, destacando-se as
seguintes iniciativas:
Enquanto banco de referência nas práticas ESG foram reforçadas as iniciativas para promover
a igualdade, diversidade e inclusão financeira e digital através de várias iniciativas para o
financiamento sustentável e inclusivo, nomeadamente no desenvolvimento de produtos e
serviços financeiros para apoio às famílias e às empresas na transição energética, edifícios
eficientes e mobilidade sustentável; foi reforçada a importância do rating ESG (Environmental,
Social e Governance, em inglês) no processo de concessão de crédito e na abordagem aos
clientes e foram desenvolvidas soluções digitais inclusivas como a assistente digital Caixa .
500
Em 2022 a Caixa assegurou ainda a execução da sua estratégia de financiamento, garantindo o
cumprimento dos níveis de capitalização necessários em função dos requisitos MREL. Em 2022 teve assim
lugar o lançamento de duas novas emissões de green bonds após a emissão inaugural de uma obrigação
sustentável em 2021.
O aumento da inflação e das taxas de juro com impacto na redução do rendimento disponível
das famílias e, consequentemente, no consumo, bem como uma menor procura de crédito. Por
outro lado, o aumento das taxas de juro teve um efeito positivo na evolução da margem
financeira, e consequentemente nos resultados do Banco;
501
3.3. Estrutura de capital
A Caixa é uma empresa pública e, nos termos do Decreto-Lei n.º 287/93, de 20 de agosto, as ações
representativas do seu capital social, incluindo as que venham a ser emitidas em futuros aumentos de
capital, só podem pertencer ao Estado Português e são detidas pela Direção-Geral do Tesouro.
Em 31 de dezembro de 2022, o capital social da Caixa era de 3.844.143.735 euros, representado por
768.828.747 ações ordinárias com o valor nominal de 5 euros cada uma, o que se mantém.
% da Participação em
Acionistas Capital Social em 31/12/2022
31/12/2022
Estado Português 3.844.143.735 Euros 100%
Uma vez que a Caixa é detida, por determinação legal, por um só acionista, não há acordos sociais que
respeitem ao exercício dos direitos decorrentes da detenção do respetivo capital social.
No dia 20 de março de 2023, o capital social da Caixa passou de 3.844.143.735 euros para 4.525.714.495
euros, integralmente detido pelo acionista único da Caixa, o Estado Português, por via da incorporação de
reservas decorrentes de igual número de direitos de conversão, emitidos a favor do acionista na sequência
da adesão da Caixa ao regime especial aplicável aos Ativos por Impostos Diferidos deliberada em 2014.
O aumento do capital social em 681.570.760 euros resultou na emissão de 136.314.152 novas ações, com
valor nominal unitário de 5 euros cada.
502
3.4. Participações sociais e obrigações detidas
Participações detidas pelo Grupo, por setor de atividade
31-12-2022
Direitos
Sede
de voto
Gestão de Participações Sociais 100,00% 100,00%
Caixa - Participações, SGPS, S.A. Lisboa 100,00%
Bancário
Banco Comercial do Atlântico, S.A. Praia 59,81%
Banco Comercial e de Investimentos, S.A. Maputo 63,96%
Banco Caixa Geral Brasil, S.A. São Paulo 100,00%
Banco Interatlântico, S.A.R.L. Praia 81,68%
Banco Nacional Ultramarino, S.A. (Macau) Macau 100,00%
Caixa - Banco de Investimento, S.A. Lisboa 100,00%
Banco Caixa Geral Angola, S.A. Luanda 51,00%
Gestão de Ativos
Caixa Gestão de Ativos, S.A. Lisboa 100,00%
CGD Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. Lisboa 100,00%
Capital de Risco
A Promotora, Sociedade de Capital de Risco, S.A.R.L. Praia 51,11%
Caixa Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. Lisboa 100,00%
CGD Investimentos CVC, S.A. São Paulo 100,00%
Imobiliário
Imobci, Lda. Maputo 50,00%
Caixa Imobiliário, S.A. Lisboa 100,00%
Inmobiliaria Caixa Geral S.A.U. Madrid 100,00%
FLIPTREL IV, S.A. Lisboa 100,00%
FLIPTREL Porto Santo, S.A. Lisboa 100,00%
Agrupamentos Complementares de Empresas
Caixa-Serviços Partilhados, ACE Lisboa 100,00%
Aumento do capital social da Caixa Participações, SGPS, S.A. realizado em espécie pelo acionista
único, a Caixa Geral de Depósitos S.A., através da entrega da totalidade das ações por si detidas
no Caixa - Banco de Investimento S.A. (CaixaBI);
A Caixa Participações através de oferta de aquisição tendente ao domínio total e a aquisição
potestativa de 182.901 ações representativas de 0,23% do capital social do CaixaBI passou a deter
diretamente 100% do capital social e direito de votos no CaixaBI;
503
Exoneração das agrupadas do Grupo Fidelidade do Caixa-Serviços Partilhados, ACE, passando
este ACE apenas a ser prestador de serviços às agrupadas pertencentes ao Grupo Caixa.
Reforço da participação em 11,687% no capital social do Banco Interatlântico, S.A., em Cabo Verde,
através da aquisição da participação no capital social detida por um dos acionistas minoritários,
passando assim a Caixa a deter uma participação direta de 81,687%;
Aumento do capital social do Banco Caixa Geral Angola, S.A. para 60.000.000.000 kwanzas, sendo
este aumento efetuado por incorporação de reservas no montante de 51.425.000.000 kwanzas.
Durante o terceiro trimestre de 2022, foi feita a alienação em Bolsa de 25% do capital social detido
pela SONANGOL, através de uma Oferta Pública Inicial de Venda tendo resultado num acréscimo
de 691 novos acionistas;
Aquisição da sociedade imobiliária FLIPTREL IV, S.A. passando o Grupo a deter a 100% a sua
participada FLIPTREL Porto Santo, S.A.;
Desde que abriu portas, a Fundação desempenha um papel significativo no desenvolvimento do tecido
artístico da cidade de Lisboa e do país. Acompanha a carreira de encenadores e coreógrafos, produzindo
novas criações e apresentando-as a um público diversificado, encomenda obras a artistas visuais,
organizando exposições individuais e coletivas, realiza concertos de música de todos os géneros e apoia e
acolhe os maiores festivais de cinema da cidade.
Ao longo de 2022, a Caixa reforçou o investimento feito na cultura, através do lançamento de programas
inovadores e mantendo ou reforçando os investimentos já consolidados. Estes programas foram
complementados com conferências e debates e uma oferta diversificada de oficinas, visitas guiadas,
encontros e espetáculos para escolas e famílias, estando por isso ao serviço da comunidade em que se
insere.
Como gestora designada da Coleção da Caixa, a Fundação Caixa Geral de Depósitos - Culturgest é,
também, responsável pela elaboração da política de aquisições e pela sua execução criteriosa, tendo, ao
longo do ano, sido concretizado um conjunto relevante de aquisições.
À Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest foi concedido, em 2010, o estatuto de utilidade pública
pelo mérito das atividades desenvolvidas sem fins lucrativos merecendo sucessivas renovações, a última
já em 2023.
O Anexo IV identifica as entidades sem fins lucrativos de que a Caixa é membro associado.
504
Participações dos membros dos órgãos de administração e
fiscalização
Os membros do CA e da Comissão de Auditoria e as entidades com eles relacionadas não detêm
obrigações emitidas pela Caixa ou outras sociedades do Grupo nem qualquer participação nas sociedades
em que a Caixa, direta ou indiretamente, tem uma participação maioritária.
Os membros executivos do CA que exerceram funções no mandato 2017-2020, bem como um dos atuais
membros não executivos que exercia funções executivas à data, detêm papel comercial emitido pela Caixa,
respeitante a remunerações variáveis relativas aos exercícios de 2018 e 2020, pagas em espécie em 2022.
No capítulo 3.7.5. Divulgação das Remunerações, encontram-se discriminados os valores da referida
remuneração.
De referir ainda que a administradoras executivas Madalena Rocheta de Carvalho Talone e Maria Manuela
Martins Ferreira e, neste caso, o seu cônjuge, são também detentores de papel comercial respeitante a
remunerações variáveis atribuídas em exercícios anteriores relativamente às suas funções enquanto
Diretores da Caixa Geral de Depósitos.
Em 2022, em 15 ocasiões distintas, a Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A. comunicou à Caixa ter
adquirido ou alienado títulos de dívida por si emitidos. Verificando-se que a Caixa detém uma participação
acionista minoritária na empresa e que, até 31 de março de 2022, dois administradores e, após esta data,
três administradores exerceram funções de administração em ambas as entidades, foi cumprido o dever de
divulgação de tal facto através do Sistema de Divulgação de Informação da Comissão do Mercado de
Valores Mobiliários (CMVM).
505
3.5. Órgãos sociais e comissões
3.5.1. Modelo de Governo
Enquadramento legal
A Caixa é uma sociedade anónima e uma empresa pública. As ações representativas do seu capital social,
incluindo as que venham a ser emitidas em futuros aumentos de capital, pertencem na sua totalidade ao
Estado Português e são detidas pela Direção-Geral do Tesouro, pelo que todas as deliberações de
acionistas são, por definição, tomadas por unanimidade.
A atividade da Caixa é regulada pelo disposto na Lei e nos seus Estatutos, que respeitam o Código das
Sociedades Comerciais (CSC) e o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras
(RGICSF), devendo os eventuais projetos de alteração de Estatutos ser devidamente fundamentados e
aprovados pelo titular da função acionista, assim como ser previamente autorizados pelas autoridades de
supervisão em função das matérias a alterar.
Modelo de Governo
O modelo de governo adotado pela Caixa corresponde ao modelo “dualista” ou “anglo-saxónico” estruturado
de acordo com o estabelecido nos artigos 278.º, n.º 1 b) e 423.º-B do CSC e o artigo 3.º do RJSA. A estrutura
de governo da Caixa engloba um Conselho de Administração (CA) e, na componente de fiscalização, uma
Comissão de Auditoria e uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas (SROC).
No que respeita ao modelo de governo da Caixa, são atribuídos ao CA os mais amplos poderes de gestão
e representação da sociedade, com competências de orientação efetiva da atividade da instituição, e à
Comissão Executiva (CE) a gestão corrente, nos termos da delegação de competências aprovada em
reunião do órgão de administração da Caixa. Com a eleição e entrada em funções do órgão de
administração da Caixa Geral de Depósitos, S.A. por referência ao mandato 2021-2024 foi aprovado pelo
Conselho de Administração, em 10 de janeiro de 2022, um novo instrumento de delegação de
competências.
A repartição de competências permite uma separação eficaz das funções de fiscalização e de gestão, à
qual acresce o benefício de uma constante e extensa supervisão, na prossecução dos objetivos e interesses
da sociedade, do seu acionista, colaboradores, clientes e restantes stakeholders, permitindo, desta forma,
alcançar o grau de confiança, transparência e equilíbrio entre as várias funções, necessário ao seu
adequado funcionamento e eficácia.
Nos termos estatutários, o número de mandatos exercidos sucessivamente pelos membros do CA não pode
exceder o limite de quatro, estando o número de mandatos dos membros da Comissão de Auditoria e da
SROC sujeito ao disposto na lei. No caso de ser alcançado o termo dos respetivos mandatos, os membros
dos órgãos sociais manter-se-ão em funções até à eleição dos novos titulares, sem prejuízo dos requisitos
e limites previstos na lei. Não é obrigatória a coincidência de mandatos entre os diversos órgãos sociais.
A atividade de fiscalização da Administração, a vigilância do cumprimento da Lei e dos Estatutos pela Caixa,
a verificação e acompanhamento da independência da Sociedade de Revisores Oficiais de Contas nos
termos legais e, em especial, a verificação da adequação e a aprovação da prestação de outros serviços,
para além dos serviços de auditoria passou a ser exercida pela Comissão de Auditoria.
Por Deliberação Social Unânime por Escrito de 31 de maio de 2021 foi eleita a Sociedade Ernst & Young
Audit & Associados, SROC, S.A, para as funções de Revisor/Auditor da Caixa, para o mandato de 2021-
2024.
506
ORGANOGRAMA DO MODELO DE GOVERNO EM VIGOR
O Estado, acionista único, é representado na Assembleia Geral por pessoa designada por despacho do
Ministro das Finanças.
A atual Mesa da Assembleia Geral foi eleita em 19 de maio de 2020 para o quadriénio de 2020-2023. No
decurso de 2022, o Presidente da Mesa de Assembleia Geral, Professor Doutor Paulo Mota Pinto, renunciou
ao cargo por incompatibilidade legal para a função considerando o início do exercício do mandato de
deputado à Assembleia da República. Por deliberação da Assembleia Geral de 31 de maio de 2022 foi
nomeado para o cargo para completar o mandato 2020-2023 o Professor Doutor Nuno Cunha Rodrigues.
Assim, a 31 de dezembro de 2022, a Mesa da Assembleia Geral apresentava a seguinte composição:
Designação
Mandato Cargo Nome
Forma Data
2020-2023 Presidente Nuno Leal da Cunha Rodrigues DUE 31.05.2022
2020-2023 Vice-Presidente Maria João Pessoa de Araújo DUE 19.05.2020
2020-2023 Secretário Manuela Duro Teixeira DUE 19.05.2020
Já em 2023, o Professor Doutor Nuno Cunha Rodrigues renunciou ao cargo, com efeitos a 12 de março de
2023, considerando a sua nomeação como Presidente do Conselho de Administração da Autoridade da
Concorrência.
507
Nuno Filipe Abrantes Leal da Cunha Rodrigues
Portugal. 10 de fevereiro de 1973
508
Outros cargos atuais Assessoria Fiscal do Banco Comercial Português, S.A. Sócia
Diretora Central, Direção de Assuntos Jurídicos, Caixa Geral (Practice Director, responsável pelo controle da qualidade e
de Depósitos, S.A. Vogal não executiva do Conselho de do risco da Divisão de Consultoria Fiscal) da Arthur Andersen
Administração da Fundação Caixa Geral de Depósitos – que, a partir de agosto de 2002, fundiu as suas atividades em
Culturgest. Vogal executiva do Caixa – Banco de Portugal com a Deloitte. Responsável por diversas cadeiras
Investimento, S.A. em pós-graduações ministradas em diversas instituições
universitárias e pela orientação e arguição de diversas teses
de mestrado.
Conhecimentos e Competências
Desempenho de funções de gestão a alto nível e conhecimentos aprofundados e experiência prática em diversas áreas do
direito, incluindo a autoria e publicação de contributos para a discussão de temas relevantes.
No ano de 2022, as deliberações tomadas em Assembleia Geral ou por Deliberação Unânime por Escrito
foram as seguintes:
A CRAG é composta por três membros independentes nomeados pela Assembleia Geral, que designa,
igualmente, o seu Presidente. Os seus membros não podem integrar o CA e devem observar as regras
relativas às incompatibilidades e cumprir os requisitos de independência que lhes sejam aplicáveis ao abrigo
da Lei e da regulação bancária.
Designação
Mandato Cargo Nome
Forma Data
2022-2024 Presidente João Nuno de Sottomayor Pinto de Castello Branco DUE 08.11.2022
2022-2024 1.º Vogal Patrícia Andrea Bastos Teixeira Lopes Couto Viana DUE 08.11.2022
2022-2024 2.º Vogal Duarte Manuel Ivens Pitta Ferraz DUE 08.11.2022
Fixação da remuneração dos membros dos órgãos sociais da sociedade, nas suas componentes
fixa e variável, na medida do aplicável, com observância da Política de Remuneração dos
Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização da Caixa Geral de Depósitos, S.A.,
respeitando os limites aí definidos;
509
Fixação do montante máximo de todas as compensações a pagar aos membros do órgão de
administração e do órgão de fiscalização em virtude da cessação de funções, nos termos da Lei
e, na medida do aplicável, da política de remunerações vigente;
Adoção e revisão dos princípios gerais da política de remuneração aplicável aos membros dos
órgãos de administração e de fiscalização, em articulação com a Comissão de Nomeações,
Avaliação e Remuneração, submetendo à aprovação da Assembleia Geral a proposta de
alteração;
A Comissão de Remunerações da Assembleia Geral deverá reunir com periodicidade trimestral e sempre
que convocada pelo seu Presidente ou por solicitação de qualquer um dos seus membros. O Presidente da
CRAG e respetivos membros estão presentes na Assembleia Geral Anual e em quaisquer outras onde
sejam apreciados e deliberados assuntos relacionados com a remuneração dos membros dos órgãos de
administração e fiscalização da sociedade, ou se tal presença tiver sido requerida pelo acionista.
No ano de 2022, a CRAG não contratou a prestação de serviços de consultadoria a entidades externas.
Contudo, informa que a contratação de serviços de consultadoria está sujeita a procedimentos
transparentes relativos à aquisição de bens e serviços, orientados por princípios de economia e eficácia,
pautando a sua conduta pela observância dos objetivos e dos princípios de legalidade e ética empresarial
fixados, nomeadamente, no Regime Jurídico do Setor Empresarial do Estado. A Caixa – Serviços
Partilhados, A.C.E. (CSP) está mandatada pela CGD para assegurar a aquisição de bens e serviços para
a CGD. É da responsabilidade da CRAG, a verificação da independência dos prestadores de serviços que
venham a ser contratados, sendo que a independência é condição sine qua non para a constituição e
funcionamento da CRAG conforme disposto no Artigo 5.4 do Regulamento da CRAG.
Durante o ano de 2022, a CRAG realizou seis reuniões sem registo de faltas pelos seus membros.
O CA eleito para o mandato de 2021-2024, e que assumiu funções a 23 de dezembro de 2021, é composto
por dezassete membros, (oito administradores executivos e nove administradores não executivos.
510
Nº de mandatos
Mandato Data de deliberação Número de Grau de
Cargo Nome exercidos na
(Início-Fim) em Assembleia Geral reuniões Assiduidade
Sociedade
Presidente do Conselho de
2021-2024 António Farinha Morais 21-12-2021 28 100% 1
Administração
Vice-Presidente do Conselho de
2021-2024 Administração e Presidente da Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo 21-12-2021 28 100% 2
Comissão Executiva
2021-2024 Administradora Executiva Maria João Borges Carioca Rodrigues 21-12-2021 27 96% 2
2021-2024 Administrador Não Executivo Arlindo Manuel Limede de Oliveira 21-12-2021 28 100% 2
2021-2024 Administrador Não Executivo Luís Filipe Coimbra Nazaret 21-12-2021 28 100% 1
Já em 2023, a Dra. Maria João Borges Carioca Rodrigues renunciou ao cargo com efeitos a 31 de março
de 2023. Foi iniciado o processo fit and proper de candidato a membro executivo do Conselho de
Administração e CFO para completar o mandato de 2021-2024. Até à data de entrada em funções de novo
membro foi nomeado o Dr. Francisco Ravara Cary como CFO.
Competências
De acordo com os Estatutos, ao Conselho de Administração, compete:
Adquirir, onerar e alienar quaisquer bens e direitos, móveis ou imóveis, incluindo participações
sociais, e realizar investimentos, quando o entenda conveniente para a sociedade;
Representar a sociedade em juízo e fora dele, ativa e passivamente, podendo confessar, desistir
ou transigir em quaisquer pleitos e comprometer-se, mediante convenção de arbitragem, com a
decisão de árbitros;
Exercer as demais competências que lhe sejam atribuídas por Lei ou pelos Estatutos e deliberar
sobre quaisquer outros assuntos que não caibam na competência dos outros órgãos sociais da
sociedade.
511
Qualificações profissionais dos membros do Conselho de Administração
Os elementos curriculares dos membros do Conselho de Administração eleitos para o mandato 2021-2024,
com as qualificações académicas e profissionais relevantes para o desempenho da sua função é
apresentado abaixo. O Anexo III do presente Relatório apresenta informação mais detalhada sobre todos
os elementos curriculares do Conselho de Administração atualmente em funções.
512
Outros cargos atuais Executivo do Banco Comercial Português, S.A. (2008-
Membro do Conselho Consultivo do Instituto Superior Técnico 2011). Vice-Presidente do Conselho de Administração do
(IST). Membro do Conselho Consultivo Estratégico do Reitor – Millennium bcp Ageas Grupo Segurador, SGPS, S.A. (2008-
Universidade Católica Portuguesa. Membro do Comité 2011), Ocidental – Companhia Portuguesa de Seguros,
Consultivo – European University Alliance for Global Health S.A., Ocidental Vida – Companhia Portuguesa de Seguros
(EUGLOH). Membro do Conselho de Curadores da Agência de Vida, S.A., Companhia Portuguesa de Seguros de
de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Saúde, S.A. (Médis), PensõesGere – Sociedade Gestora de
Membro do Conselho de Cidadãos da Faculdade de Medicina Fundos de Pensões, S.A. (atualmente designada Ocidental
da Universidade de Lisboa (FMUL). – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.) (2011).
Membro do Conselho de Supervisão do Bank Millennium
Cargos Académicos (Polónia) (2008-2011) e da Euronext, NV (2010-2011).
Professor catedrático convidado, Instituto Superior de Ministro da Saúde do XIX Governo Constitucional (2011-
Economia e Gestão (ISEG) e Instituto Superior de Ciências 2015). Diretor-Geral dos Impostos e Presidente do Conselho
Sociais e Politicas (ISCSP), Universidade de Lisboa. de Administração Fiscal (2004-2007).
Conhecimentos e Competências
Extensa prática de liderança no setor financeiro, nomeadamente na banca e seguros, e no setor público onde exerceu funções
ministeriais na área da saúde e de direção-geral na Autoridade Tributária. Possui experiência académica em economia e
gestão, ciências sociais e políticas. Foi diversas vezes distinguido, ao mais alto nível, pelo seu mérito nas diversas funções
desempenhadas. A experiência e conhecimento capacitam-no na formulação estratégica do negócio a nível comercial e
enquanto banco público.
513
1º Vice-presidente do Conselho de Administração do Banco Caixa Geral Angola S.A.
Conhecimentos e Competências
Relevante experiência de gestão no setor bancário, com particular relevo nas áreas de gestão de risco, comercial e
procurement.
514
Maria João Borges Carioca Rodrigues
Portugal. 10 de agosto de 1971
515
nível internacional. Trajeto no setor público é um importante Departamento Económico para o projeto: “Mercados
contributo para a missão da CGD. Financeiros Primários – Condições Macroeconómicas e
Evolução do Mercado” (1999-2000). Zacks Investment
Research, Inc., Analista – Análise de Mercados
Globais/Internacionais (1999).
Conhecimentos e Competências
Destaca-se a sua experiência na banca, com funções de liderança, em áreas de negócio e de suporte, aliando competências
de negócio e processos de venda e operacionalização dos serviços financeiros, ao conhecimento da tecnologia. Liderança
de vários programas de transformação em diversas áreas da Banca, implicando a mobilização para a mudança de equipas
de grande dimensão. Experiência e certificação em metodologias de gestão ágeis. Experiência enquanto consultora em
diversos países e setores de atividade.
Conhecimentos e Competências
Contribui com as suas competências desenvolvidas ao longo do seu significativo percurso na banca, nas diferentes áreas
comerciais, acumulando uma larga experiência na Caixa Geral de Depósitos.
516
António Alberto Henriques Assis
Portugal. 15 de junho de 1954
517
María del Carmen Gil Marín
Espanha. 11 de fevereiro de 1973
518
Outros cargos atuais Empresarial (Moçambique), INDEG-IUL, (2013-2015), do
Diretora do Mestrado Executivo em Controlo de Gestão e Mestrado em Contabilidade (Moçambique), ISCTE-IUL
Performance, ISCTE Executive Education. Diretora da revista (2007-2015), do Mestrado Executivo em Controlo de Gestão
científica da Ordem dos Contabilistas Certificados - e Performance, INDEG-IUL (2014-2015), do Mestrado em
‘Accounting and Management Review’. Membro da Comissão Contabilidade do ISCTE (2006-2009) e da Licenciatura em
de História da Contabilidade, Ordem dos Contabilistas Finanças do ISCTE (2004-2006). Diretora do Programa
Certificados. Membro do Advisory Board do Grudis – Rede Doutoral em Gestão com Especialização em Contabilidade
Portuguesa de Investigação em Contabilidade. Vogal do (2011-2012), do Mestrado em Contabilidade (2006-2009) e
Conselho Fiscal da Associação Grudis – Associação para a da Licenciatura em Finanças (2004-2006) do ISCTE.
Investigação em Contabilidade. Teaching Assistant, Universidade de Manchester –
Manchester School of Accounting and Finance, UK (1999-
2000).
Conhecimentos e Competências
Tem ampla experiência académica nacional e internacional nas áreas de gestão e contabilidade, incluindo diversas funções
de liderança, bem como docência em cursos de licenciatura, MBAs, Mestrados, Doutoramentos e Programas de Executivos.
Distinguida com diversos prémios de âmbito académico, com bolsas de doutoramento e relevante obra publicada na sua área
de especialização.
Conhecimentos e Competências
Relevante experiência académica, quer como docente, quer como dirigente ao mais alto nível. Profundos conhecimentos nas
áreas da engenharia eletrotécnica e computação, informática, sistemas e inteligência artificial. Importante contributo
estratégico para as áreas da inovação e economia digital. Detém diversos prémios e distinções, bem como importante obra
publicada nas suas áreas de especialização.
Hans-Helmut Kotz
Alemanha. 17 de janeiro de 1957
519
Habilitações académicas Experiência profissional anterior
Pré-diploma em Economia (BSc equivalent), Universidade do Membro do Conselho Executivo do Deutsche Bundesbank
Mainz (1977). (2002-2010), inicialmente responsável pelos Departamentos
Diploma em Economia (MSc equivalent), Universidade de de Mercados; Tecnologia da Informação; Centro de
Colónia (1981). Educação, Treino e Cooperação Técnica do Banco Central;
Estabilidade Financeira e Estatísticas. Membro de vários
Comissões que integra comités e grupos de trabalho do Banco Central Europeu (TI,
Presidente da Comissão de Governo Relações Internacionais), do Banco de Pagamentos
Comissão de Riscos Internacionais (Comité Monetário, Comité do Sistema
Financeiro Global, membro suplente do Conselho), do
Cargos Académicos Conselho de Estabilidade Financeira e da OCDE (presidente
Bolsista Residente, Center for European Studies, and Visiting do Comité de Mercados Financeiros), Adjunto do Banco
Professor no Center for European Studies, Harvard Central Alemão no processo do G7 e do G20. Membro do
University. Professor Honorário da Faculty of Economics and Painel de Peritos Financeiros do Parlamento Europeu (2002-
Behavioral Sciences, Freiburg University. 2006).
520
Monique Hemerijck
Países Baixos. 20 de fevereiro de 1960
Importa ainda referir que no âmbito deste programa foram realizadas sessões que abordaram os temas da
Transformação Digital, dos Riscos Climáticos e da Cibersegurança.
521
Seleção de candidatos a integrar o Conselho de Administração
O processo de identificação de competências e habilitações para seleção de candidatos a integrar o
Conselho de Administração está previsto no Plano de Sucessão dos membros do órgão de administração
e titulares de funções essenciais (Plano de Sucessão) que visa, igualmente, assegurar a continuidade da
gestão da Caixa por forma a evitar a substituição de um número excessivo de membros do órgão de
administração em simultâneo.
A adequação dos membros do órgão de administração é objeto de avaliação inicial e de reavaliação anual
e sempre que se verifique a ocorrência de factos supervenientes e é uma competência atribuída à Comissão
de Nomeações, Avaliação e Remunerações.
522
MEMBROS EXECUTIVOS
Acumulação de funções
Membros Executivos
do Conselho de Administração Regime
Entidade Função
(Público/Privado)
João Tudela Martins Banco Interatlântico (Cabo Verde) Vice Presidente do Conselho de Administração Privado
Banco Comercial e de Investimentos, S.A.
3º Vice Presidente do Conselho de Administração Público
(Moçambique)
Banco Nacional Ultramarino, S.A. (Macau) Presidente do Conselho de Administração Privado
3 - Renunciou a 13 de abril de 2022 ao cargo de Vogal do Conselho de Administração da SIBS, SGPS, S.A. e da SIBS Forward Payment Solutions, S.A. e renunciou em janeiro de 2022 ao cargo de Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral da COT EC Portugal e de Membro do Conselho
Estratégico para a Economia Digital da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
523
MEMBROS NÃO EXECUTIVOS
Acumulação de funções
Membros Não Executivos do Conselho de
Administração Regime
Entidade Função
(Público/Privado)
António Farinha Morais Não tem outros cargos
António Alberto Henriques Assis Centro Social Paroquial de Torres Vedras Presidente do Conselho Fiscal Público
Monique Eugenie Hemerijck Não tem outros cargos
Instituto Superior Técnico Professor Catedrático Público
Presidente do Conselho de Diretores e da
INESC Público
Comissão Executiva
Vieira de Almeida, Sociedade de Advogados Membro do Conselho Estratégico de Inovação Privado
Membro do Conselho Estratégico para a Economia
Confederação Empresarial de Portugal (CIP) Privado
Digital da CIP
NeuralShift- Deep Learnig, Lda Membro do Conselho Consultivo Privado
Arlindo Manuel Limede de Oliveira4 Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e
Membro do Conselho Consultivo Público
Inovação
European Parliament's panel for the Future of
Membro do Conselho Consultivo Público
Science and Technology
Assocação Portuguesa para a Inteligência Artificial
Membro do Conselho Consultivo Privado
(APPIA)
Associação Portuguesa para o Desenvolvimento de
Membro do Conselho Geral Privado
Sistemas de Informação (APDSI)
Universidade Goethe (Frankfurt) Responsável do SAFE Policy Center Privado
Mckinsey & Co Consultor Sénior e Orientador Académico Privado
Konstanz Seminar on Monetary Theory (Bona) Membro do Conselho Consultivo Privado
Center for European Studies Harvard University Professor Convidado Privado
Hans-Helmut Kotz
Faculty of Economics and Bahavioral Sciences,
Freiburg University Professor Honorário Público
Este processo decorreu com intervenções coordenadas de um conjunto importante de órgãos de estrutura,
com a máxima cooperação dos intervenientes. Assente numa metodologia avaliativa interna, à qual subjaz,
designadamente, os critérios de avaliação dos Administradores Executivos descritos na Política de
524
Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da Caixa Geral de Depósitos,
S.A., o processo culminou na emissão e aprovação tempestiva, por aquela Comissão, do relatório de
avaliação coletiva do Conselho de Administração da Caixa e individual dos seus membros.
a) Ter exercido durante doze anos consecutivos ou mais, funções em qualquer órgão da sociedade,
se entre o termo das suas funções em qualquer órgão da sociedade e a nova designação não
tiverem entretanto decorrido pelo menos três anos (cooling-off period);
b) Ter sido colaborador da sociedade ou de sociedade que com ela se encontre em relação de
domínio não tendo decorrido um prazo mínimo de três anos entre a cessação do cargo e a entrada
no órgão de administração;
c) Ter, nos últimos cinco anos, exercido um cargo enquanto membro do órgão de administração, na
sua função de gestão, numa instituição incluída no âmbito da consolidação prudencial;
d) Ter, nos últimos três anos, exercido funções importantes como responsável num conselheiro
profissional relevante, num auditor externo ou num consultor importante da instituição relevante
ou de outra entidade incluída no âmbito da consolidação prudencial, ou ter sido um funcionário de
qualquer outra forma associado significativamente ao serviço prestado;
e) Ser ou ter sido, no último ano, um fornecedor importante ou um cliente importante da instituição
relevante ou de outra entidade incluída no âmbito da consolidação prudencial ou ter tido outra
relação comercial importante, ou ser um quadro superior ou estar de qualquer forma associado,
direta ou indiretamente, a um fornecedor, cliente ou entidade comercial importante com a qual
existe uma relação comercial significativa;
f) Ser beneficiário de remuneração paga pela sociedade ou por sociedade que com ela se enco ntre
em relação de domínio ou de grupo para além da remuneração decorrente do exercício das
funções de administrador;
g) Viver em união de facto ou ser cônjuge, parente ou afim na linha reta e até ao 3.º grau, inclusive,
na linha colateral, de administradores da sociedade, de administradores de pessoa coletiva titular
de participação qualificada na sociedade ou de pessoas singulares titulares direta ou
indiretamente de participação qualificada;
O presidente não executivo do conselho de administração, António Farinha Morais e o administrador não
executivo, José António da Silva de Brito, não são considerados independentes, tendo em conta as
seguintes circunstâncias:
a) O presidente não executivo do conselho de administração, António Farinha Morais, foi eleito para
o cargo em representação da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (detentora das ações
representativas do capital social da Caixa), nos termos e para os efeitos do disposto no n.º 3 do
artigo 32.º do Regime Jurídico do Setor Público Empresarial (RJSPE), que determina que Direção-
Geral do Tesouro e Finanças deve estar representada no órgão de administração das empresas
públicas;
b) O administrador não executivo José António da Silva de Brito ocupou o cargo de administrador
executivo da Caixa Geral de Depósitos, S.A até 22 de dezembro de 2021 e em empresas do
Grupo, nos últimos cinco anos.
525
Comissões especiais do Conselho de Administração
Sem prejuízo da manutenção da responsabilidade pelo exercício das respetivas competências enquanto
órgão social, o Regulamento Interno do Conselho de Administração prevê a possibilidade de constituição
de comissões permanentes especiais, compostas por alguns dos seus membros, sempre que considere
conveniente e adequado, delegando nelas o exercício de determinadas funções específicas. As comissões
especiais têm como principal missão fazer um acompanhamento específico e permanente das matérias que
lhes forem confiadas, de modo a assegurar processos deliberativos esclarecidos por parte do Conselho de
Administração.
A atividade das comissões é acompanhada pelo Presidente do Conselho de Administração, o qual assegura
a adequada articulação das mesmas com a atividade do plenário daquele órgão, através dos respetivos
Presidentes, que o devem manter informado, nomeadamente no que concerne as atividades desenvolvidas
pelas mesmas.
Comissão de Riscos
Composição
A Comissão de Riscos (CR) é composta por seis membros com funções não executivas, com qualificação
e experiência adequada e na sua maioria independentes, nomeados pelo Conselho de Administração,
sendo constituída pelos seguintes administradores:
Competências
No âmbito das suas competências cabe a esta Comissão, nomeadamente:
Acompanhar as políticas de gestão dos riscos financeiros e não financeiros relacionados com a
atividade da Caixa, em perímetro individual e consolidado, nomeadamente riscos de liquidez, de
mercado, de crédito, de compliance e reputacional, entre outros;
Analisar a eficácia e a eficiência dos processos de controlo interno no Grupo Caixa, tendo em conta
recomendações internas e externas e acompanhar a implementação das respetivas medidas de
mitigação;
Compete ainda à CR avaliar e promover a eficácia das Funções de Risco e de Compliance, incluindo
os processos em vigor para a monitorização dos riscos financeiros e não financeiros.
526
Atividade em 2022
No âmbito das suas funções, esta Comissão desenvolveu em 2022 um conjunto de atividades de que se
destacam as seguintes:
(i) Analisou, entre outros, os relatórios apresentados pela Direção de Gestão de Risco (DGR) e pela
Direção de Compliance (DC) em matéria de risco, apreciou propostas de financiamento e
refinanciamento apresentadas pelos respetivos órgãos de estrutura e pronunciou-se sobre as
propostas de nomeação dos responsáveis para a Função de Gestão de Risco e para a Função de
Compliance no Grupo Caixa;
(ii) Analisou, entre outros, os relatórios apresentados pela DGR em matéria de Risco (Risk Appetite
Dashboard, Integrated Risk Report, Credit Monitoring Report, Operational Risk Report, ou o Internal
Capital Adequacy Assessment Process [ICAAP] Dashboard), bem como um conjunto relevante de
relatórios produzidos pela Função de Compliance (Activity Reports of the Anti-Financial Crime Areas,
Report on CGD’s non-compliances ou o Report on Conflict of Interests);
(iv) Acompanhou a preparação e reviu criticamente os ciclos do Internal Capital Adequacy Assessment
Process (ICAAP) e do Internal Liquidity Adequacy Assessment Process (ILAAP);
(v) Monitorizou a execução dos planos anuais de atividades da DGR e da DC, assegurando a
independência e a eficácia destas Funções;
(vii) Analisou um conjunto de relatórios em matéria de risco sobre as Entidades do Grupo (Local RAS
Dashboard e Group Entities’ compliance risk monitoring report), tendo reunido com os responsáveis
pelas funções locais de gestão de risco e de compliance ao longo do ano;
(viii) Analisou criticamente e monitorizou a implementação de projetos relacionados com gestão de risco e
considerados relevantes para o Grupo, tendo emitido recomendações sempre que adequado;
(x) Analisou criticamente e contribuiu ativamente para a melhoria da eficácia do Sistema de Controlo
Interno do Grupo Caixa, acompanhando a elaboração dos relatórios preparados neste âmbito para
entrega ao Banco de Portugal e
(xi) Monitorizou as ações de inspeção realizadas pelo supervisor em matéria de risco, promovendo o
endereçamento eficaz das respetivas recomendações.
Reuniões realizadas
A CR realizou dezoito reuniões em 2022. De todas as reuniões foram lavradas atas.
527
Competências
No âmbito das suas competências cabe a esta comissão, nomeadamente: apoiar e aconselhar o Conselho
de Administração na definição, aprovação e fiscalização da aplicação das seguintes matérias: (i) política de
remuneração consentânea com os princípios estabelecidos no RGICSF e demais normas legais e
regulamentares, nacionais ou provenientes de autoridades europeias; (ii) mecanismos que assegurem que
a avaliação da adequação individual e coletiva do órgão de administração e do órgão de fiscalização é
realizada de forma eficaz; (iii) a adequação da composição e do Plano de Sucessão dos órgãos de
administração e fiscalização; (iv) avaliação do desempenho dos membros dos órgãos de administração e
fiscalização de forma eficaz; (v) processo eficaz de seleção e avaliação da adequação, anual ou específica,
dos titulares de funções essenciais.
Relativamente aos titulares de funções de controlo e demais titulares de funções essenciais e aos gerentes
das sucursais da Caixa estabelecidas no estrangeiro, compete a esta comissão exercer as funções e
competências que lhe são atribuídas na Política de Adequação e Sucessão, designadamente no que
respeita à (i) qualificação de titular de função essencial, à (ii) avaliação inicial de adequação, à (iii)
reavaliação anual ou específica da adequação, à (iv) avaliação anual de desempenho e à (v) cessação de
funções dos titulares de funções de controlo.
Compete, igualmente, à CNAR: (i) prestar apoio e aconselhamento ao Conselho de Administração no que
respeita à elaboração e revisão da política de remuneração dos Colaboradores do Grupo CGD; (ii) prestar
apoio ao Conselho de Administração para assegurar a coerência global das políticas de remuneração do
Grupo, incluindo os processos de identificação dos Titulares de Funções Relevantes e a sua correta
implementação em base consolidada, subconsolidada e individual, na fiscalização dos processos, políticas
e práticas de remuneração e no controlo do cumprimento das políticas de remuneração da Caixa e do Grupo
Caixa; (iii) preparar o relatório anual sobre o cumprimento das Políticas de Remuneração da CGD e as
práticas remuneratórias a elas associadas, a submeter à apreciação do Conselho de Administração e
subsequente aprovação pela Assembleia Geral.
Atividade em 2022
No âmbito das suas funções, esta Comissão desenvolveu em 2022, entre outras, as seguintes atividades:
iii) acompanhou os trabalhos referentes aos processos de nomeação que lhe foram submetidos, i.e., de
órgãos de administração e fiscalização de filiais (domésticas) e internacionais (core e não core), de
Titulares de Funções Essenciais, de gerentes das Sucursais da CGD estabelecidas no estrangeiro,
bem como os processos de reavaliação anual da adequação individual e coletiva de membros e órgãos
de administração e fiscalização por referência às entidades do Grupo CGD sem CNAR própria;
iv) acompanhou, pela primeira vez, os processos de reavaliação da adequação de Titulares de Funções
Essenciais de entidades domésticas do Grupo CGD;
528
v) avaliou o desempenho anual coletivo dos órgãos de administração da Caixa Geral de Depósitos, S.A.
e individual dos seus membros;
ix) acompanhou a atividade das estruturas locais equivalentes à CNAR da Caixa nas entidades
internacionais core;
Reuniões realizadas
A CNAR realizou doze reuniões em 2022. De todas as reuniões foram lavradas atas.
Comissão de Governo
Composição
A Comissão de Governo (CG) é constituída por quatro membros com funções não executivas com
qualificação e experiência adequada e na sua maioria independentes, nomeados pelo Conselho de
Administração, sendo constituída pelos seguintes membros:
Competências
No âmbito das suas competências cabe a esta Comissão, nomeadamente:
(i) acompanhar e avaliar a adequação do modelo de governo societário implementado pela Caixa; (ii)
recomendar a adoção, pelo CA, de políticas em matéria de governo societário, em consonância com o
previsto nos Estatutos da Caixa, nas disposições legais aplicáveis sobre esta matéria, de acordo com as
recomendações, padrões e melhores práticas nacionais e internacionais; (iii) propor o aperfeiçoamento do
modelo de governo e de fiscalização da Caixa e de todas as sociedades que com ela, a qualquer momento,
estejam em relação de domínio ou de grupo; (iv) acompanhar a elaboração do Relatório Anual de Governo
Societário (parte integrante do Relatório de Gestão e Contas) e pronunciar-se sobre o mesmo previamente
à sua aprovação pelo CA, e dos Relatórios Anuais de Governo Societário das entidades do Grupo Caixa
que se encontrem legalmente abrangidas por essa obrigação; (v) elaborar um Parecer Anual escrito sobre
a estrutura de governo da Caixa, a submeter ao CA; (vi) propor ao CA medidas destinadas a aperfeiçoar o
modelo de governo; (vii) apoiar o CA na avaliação das estruturas e procedimentos adequados para a
identificação e gestão de conflitos de interesse e desempenhar as funções definidas na Política Global de
Prevenção e Gestão de Conflitos de Interesse; (viii) apoiar a definição de uma política na Caixa e nas
entidades do Grupo Caixa em matéria de normas de conduta, de adoção de boas práticas e de cumprimento
dos mais elevados padrões de ética; (ix) apresentar propostas de medidas e políticas que sejam
consideradas adequadas ou convenientes para o desenvolvimento de uma cultura ética e de deontologia
profissional na Caixa e no Grupo Caixa; (x) propor ao Conselho de Administração linhas orientadoras em
matéria de responsabilidade social, sustentabilidade e proteção ambiental; (xi) acompanhar a definição da
Estratégia de Sustentabilidade Corporativa e a sua implementação, a elaboração de políticas – existentes
e emergentes - e as melhores práticas internas e externas, com relevância para as matérias da
sustentabilidade associadas ao ESG (Environmental, Social and Governance) e sua incorporação nas
unidades de negócio; (xii) acompanhar as iniciativas em matéria de Financiamento Sustentável (Sustainable
Finance) e propor subsequentes linhas orientadoras para análise por parte do CA, considerando a
valorização dos critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), por forma a aumentar a
consciencialização e a transparência sobre o Governo que podem impactar na estabilidade da Caixa, nos
investimentos e serviços financeiros prestados.
529
Atividade em 2022
No âmbito das suas funções, esta Comissão desenvolveu em 2022, entre outras, as seguintes atividades:
ii) emitiu opinião sobre o Governo Interno da Caixa por referência ao ano anterior;
iii) emitiu opinião sobre o Relatório de Governo Societário (parte integrante do Relatório e Contas Anual);
Reuniões realizadas
A Comissão de Governo realizou onze reuniões em 2022. De todas as reuniões foram lavradas atas.
Comissão Executiva
Nos termos estipulados na Deliberação Unânime por Escrito de 21 de dezembro de 2021, a Comissão
Executiva é composta por oito membros do Conselho de Administração.
A Comissão Executiva deve reunir pelo menos uma vez por mês de acordo com o seu Regulamento, tendo
sido prática reunir pelo menos uma vez por semana. Durante o ano de 2022, a Comissão Executiva realizou
cinquenta e seis reuniões.
O quadro seguinte apresenta a composição da Comissão Executiva eleita para o quadriénio iniciado em
2021, identificando o número de reuniões realizadas e respetivo o grau de assiduidade de cada membro:
Mandato Data de Número de Grau de
Cargo Nome
(Início-Fim) Deliberação reuniões Assiduidade
2021-2024 Presidente Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo 21-12-2021 54 96%
2021-2024 Administrador Executivo José João Guilherme 21-12-2021 48 86%
2021-2024 Administrador Executivo Francisco Ravara Cary 21-12-2021 52 93%
2021-2024 Administrador Executivo João Paulo Tudela Martins 21-12-2021 51 91%
2021-2024 Administradora Executiva Maria João Borges Carioca Rodrigues 21-12-2021 53 95%
2021-2024 Administrador Executivo Nuno Alexandre de Carvalho Martins 21-12-2021 53 95%
2021-2024 Administradora Executiva Madalena Rocheta de Carvalho Talone 21-12-2021 53 95%
2021-2024 Administradora Executiva Maria Manuela Martins Ferreira 21-12-2021 52 93%
No plano dos conselhos com delegação da Comissão Executiva manteve-se uma evolução positiva,
nomeadamente no que respeita à flexibilidade e eficiência do modelo adotado, que tem permitido o debate
aprofundado sobre os temas, a divulgação da informação relevante à tomada de decisão fundamentada e
a disseminação das orientações relevantes sobre as várias matérias.
530
O atual Modelo de Gestão da Intervenção dos Órgãos de Governação permite apoiar de forma eficaz a
gestão e o governo da Instituição e do Grupo, num contexto de crescente exigência regulamentar, em
matéria de supervisão, de negócio e de mercado. Neste âmbito, destaca-se a revisão do normativo em vigor
de onde sobressai a criação do Conselho Delegado de Desenvolvimento Informático (CDDI), fórum de
definição e decisão das prioridades estratégicas no que se refere a sistemas e tecnologias de informação,
e o reforço da articulação dos Conselhos entre si e com a Comissão Executiva, fomentando-se a
proximidade com os órgãos de estrutura. Foram ainda introduzidas alterações relativamente à composição
destes fóruns no que respeita às presenças requeridas dos membros executivos e dos primeiros
responsáveis, o que permitiu incrementar a eficácia do modelo e o reforço da participação,
responsabilização e compromisso dos vários intervenientes.
A flexibilidade do atual modelo de gestão do Grupo permite a criação de fóruns de debate e apoio consultivo
à tomada de decisões em resposta aos desafios colocados pelo contexto atual à Instituição, como a
constituição do Covid Risk Committee e a sua transição para Ukraine Crisis Committee.
No domínio dos Comités, ajustou-se a estrutura aos novos desafios de melhoria de eficiência, em
consonância nomeadamente com os Planos Estratégicos das Funções de Controlo e de Governance.
O âmbito de atuação e atividade desenvolvida em 2022 pelos Conselhos Delegados são os seguintes:
O CDCI aprecia os assuntos relacionados com a realização de despesa (custos e investimentos) do Grupo
Caixa, sendo composto pelo CSP, a DSI e as Estruturas do Grupo.
Tem entre as suas competências: (i) aferir estrategicamente a natureza do gasto, ponderar alternativas e
autorizar a realização de despesa (custos e investimentos); (ii) analisar, questionar a necessidade e propor
despesas, designadamente aquelas cuja competência de decisão seja da Comissão Executiva; (iii) analisar
mensalmente a evolução da execução orçamental; e (iv) analisar e autorizar as condições contratuais
propostas pelo prestador de serviços.
Reuniões realizadas: 39
O CALCO aprecia e acompanha o processo de gestão integrada de capital, ativos e passivos (ALM),
contribuindo para o equilíbrio do balanço consolidado do Grupo Caixa e para a sua rentabilidade; é também
responsável pela gestão dos riscos de taxa de juro de balanço, de mercado, de liquidez e regulamentar.
Tem entre as suas competências: (i) promover o processo ALM e as ações e procedimentos necessários à
sua implementação, incluindo o estabelecimento de um sistema de acompanhamento e reporte sistemático
sobre riscos financeiros, situação de liquidez, situação de capital e rácios regulamentares, assegurando o
seu compromisso para com o alinhamento do processo; (ii) apreciar e deliberar sobre propostas de
orientações estratégicas para a política de financiamento e de liquidez do Grupo CGD, definindo objetivos
para os indicadores de liquidez e orientações gerais em matéria de financiamento, nomeadamente o
programa de financiamento por grosso (wholesale); (iii) apreciar regularmente a situação de liquidez, em
termos consolidados e em base individual para as diversas entidades do Grupo CGD, bem como o
cumprimento das determinações regulamentares emanadas das entidades de supervisão; (iv) aprovar e
rever os planos de contingência para fazer face a situações não antecipadas em matéria de liquidez; (v)
acompanhar os processos e os trabalhos preparatórios do ICAAP e do ILAAP, bem como dos Planos de
Recuperação e de Resolução; (vi) apreciar e deliberar sobre propostas de orientações estratégicas (e
posterior acompanhamento) para a política de gestão do risco, nomeadamente risco de taxa de juro de
balanço e riscos de mercado do Grupo, definindo indicadores, limites e guidelines; (vii) apreciar
regularmente o risco de taxa de juro de balanço e dos riscos de mercado, tomando as medidas necessárias
para assegurar o cumprimento dos objetivos e orientações definidos, bem como o cumprimento das
determinações regulamentares emanadas pelas entidades de supervisão.
Reuniões realizadas: 16
O CDP aprova o lançamento de produtos e serviços da Caixa, assegurando a sua conformidade com a
regulamentação em vigor, as orientações emanadas das entidades de supervisão e os procedimentos
internos em diferentes vertentes: legal, de conduta, de compliance, ética, fiscal, contabilística, requisitos de
informação de gestão e reporte regulamentar.
531
Tem entre as suas competências: (i) aprovar as propostas de produtos e serviços, após estar garantido o
compromisso prévio das Direções intervenientes na avaliação da viabilidade das mesmas; (ii) deliberar a
descontinuação da comercialização de produtos na oferta da Caixa, após a avaliação da sua conformidade
legal, regulamentar e fiscal; (iii) analisar os relatórios de acompanhamento emitidos pela DC no âmbito da
monitorização dos processos de criação e distribuição de produtos, sobre a adequação dos mecanismos
de controlo na prevenção de riscos de incumprimento das obrigações regulamentares e de procedimentos
internos; e (iv) apreciar as comunicações, solicitações ou recomendações emitidas pelas entidades de
supervisão no âmbito da criação e comercialização de produtos e serviços.
Reuniões realizadas: 20
Tem entre as suas competências: (i) decidir sobre o rating interno para as contrapartes cuja exposição é
superior ou igual a 50 milhões de euros, para todos os segmentos de risco; (ii) decidir sobre derrogações
aos modelos de rating para as contrapartes cuja exposição é igual ou superior a 10 milhões de euros; (iii)
avaliar a percentagem total de derrogações relativamente aos ratings atribuídos pelos modelos; (iv)
monitorizar a evolução dos ratings atribuídos para os níveis de exposição inferiores aos da sua
competência; (v) acompanhar a revisão da metodologia de atribuição do rating interno; (vi) aprovar a
informação mínima de recolha obrigatória junto dos clientes, para análise de risco, em cada setor de
atividade; (vii) acompanhar as equivalências entre as classes de rating das agências internacionais e o
rating interno.
Reuniões realizadas: 12
O CDGS engloba essencialmente em duas áreas: governação de dados (pela qual é responsável o Chief
Data Officer – CDO) e a segurança da informação (da responsabilidade do Chief Information Security Officer
– CISO). O Conselho supervisiona as atividades desempenhadas no âmbito do governo e qualidade dos
dados e as matérias relativas à monitorização e gestão da proteção de dados; adicionalmente, aprecia e
coordena as iniciativas de segurança da informação na Caixa e no Grupo Caixa.
Tem entre as suas competências: (i) decidir sobre projetos estruturantes em matéria de dados, alocando
os recursos e meios para a sua implementação ou avaliando previamente as propostas a submeter à
Comissão Executiva; (ii) supervisionar a estratégia de governo de dados, garantir a conformidade dos ativos
de informação e gerir riscos associados, comunicando os pontos mais relevantes à Comissão Executiva;
(iii) estabelecer as prioridades e direção estratégica, diretrizes de governo dos dados e alinhamento entre
IT e negócio; (iv) monitorizar a conformidade da Caixa com as obrigações legais e regulamentares em
matéria de Segurança da Informação, discutindo e propondo iniciativas de segurança da informação que
aumentem o nível de controlo interno da Caixa; (v) verificar e fazer cumprir a integração dos requisitos do
Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI) nos processos da organização e com os requisitos
das partes interessadas, acompanhando os indicadores de desempenho do SGSI, incluindo tendências de
não conformidade e ações corretivas, resultados de monitorizações e medições, resultados de auditorias e
cumprimento dos objetivos de segurança da informação.
Reuniões realizadas: 6
O CDCRC coordena, aprecia e debate assuntos relacionados com a gestão do risco operacional e das
deficiências de controlo interno ao nível do Grupo, bem como as matérias respeitantes à monitorização e
gestão da Proteção de Dados e à monitorização do risco reputacional.
Tem entre as suas competências: (i) monitorizar o nível global de risco operacional assumido pelo Grupo,
verificando a conformidade face à estratégia e políticas estabelecidas, bem como a decisão sobre os planos
de ação apresentados; (ii) promover a eficácia do sistema de controlo interno, através do acompanhamento
das deficiências e dos seus planos de ação, agilizando as decisões de gestão que tornem mais eficiente a
sua implementação; (iii) garantir o alinhamento da continuidade de negócio com as recomendações
emanadas das entidades reguladoras; (iv) apreciar e propor o planeamento e a execução periódica de
testes e auditorias aos distintos Planos de Continuidade de Negócio; (v) propor a estratégia e as políticas
de gestão do risco operacional a seguir pelo Grupo; (vi) verificar a conformidade com a estratégia e com as
532
políticas de gestão do risco operacional, com os requisitos regulamentares em todas as entidades do Grupo
e com os objetivos globais do Grupo; (vii) monitorizar o risco operacional ao nível das várias componentes
da metodologia adotada no Grupo; (viii) assegurar a tomada de decisão ao nível estrutural para que permita
a gestão da proteção de dados, o enforcement pela gestão de topo e a capacitação do Data Protection
Officer e do Data Protection Office na gestão corrente; e (ix) monitorizar o nível global do risco reputacional
e sensibilizar a gestão de topo para as questões suscitadas neste âmbito.
Reuniões realizadas: 16
O CDFP foi responsável pela apreciação e debate dos assuntos relacionados com o risco de Fundo de
Pensões da Caixa.
Tem entre as suas competências: (i) aferir a estratégia de propostas relativas à política de investimento do
fundo, à estratégia de cobertura das responsabilidades do fundo de pensões e aos respetivos fundamentos;
e (ii) transmitir à Comissão Executiva os pressupostos demográficos, atuariais e de mercado bem como os
impactos de eventuais alterações dos mesmos.
Reuniões realizadas: 3
O CDDI é responsável pela apreciação e debate da gestão da capacidade para definir orientações de
alocação de orçamento a linhas de negócio e prioridades para a CGD ao nível dos sistemas e tecnologias
de informação.
Tem entre as suas competências: (i) definir as prioridades estratégicas da CGD para o trimestre seguinte,
no que se refere aos sistemas e tecnologias de informação; (ii) definir orientações e aprovar a alocação de
orçamento a linhas de negócio em alinhamento com as prioridades definidas para a CGD; (iii) aprovar a
execução de programas, constituídos por conjuntos de projetos com objetivos comuns, cujo ímpeto é
relevante para a atividade desenvolvida pela CGD e a sua capacidade para atingir os objetivos estratégicos
estabelecidos; (iv) controlar e acompanhar pedidos por fase de desenvolvimento (macro-estimativa, pedido
priorizado, detalhe de requisitos, em execução, testes de aceitação e concluídos), avaliando eventuais
constrangimentos e decidindo medidas de resolução que sejam necessárias; e (v) controlar, após entrega,
a efetivação dos benefícios potenciais estimados que estiveram subjacentes à respetiva priorização e
implementação, definindo consequências (e.g. paragem de projeto, redução de capacidade, aumento de
orçamento, etc.).
Reuniões realizadas: 2
A CERC e o CC são também órgãos com competência delegada da Comissão Executiva, mas que apreciam
e deliberam apenas sobre matérias em sede de crédito:
A CERC tem competência em matéria de crédito, de acordo com as competências delegadas, em função
dos montantes, prazos e condições; fixa limites, decide as operações e analisa o crédito malparado, em
particular, os casos de pré-contencioso e contencioso.
Tem, entre outras, as seguintes atribuições: (i) autorizar a manutenção excecional de clientes na gestão da
rede comercial da Caixa com crédito vencido e incumprimento em determinadas situações; (ii) afetar à área
de acompanhamento (DAE) de clientes que carecem de acompanhamento especializado; (iii) autorizar
periodicamente os níveis de imparidade de clientes e a fixação periódica de limites; (iv) decidir sobre as
operações, analisando o crédito malparado, em particular dos casos de pré-contencioso e contencioso em
que haja perda de juros ou redução de ativos; (v) apreciar e deliberar sobre os progressos alcançados face
aos objetivos e metas definidos no âmbito da Non-Performing Exposures Strategy; (vi) definir medidas
corretivas sempre que se verifiquem desvios significativos; e (vii) apreciar os relatórios de monitorização da
carteira de crédito produzidos pela Direção de Gestão de Risco (DGR).
Reuniões realizadas: 58
O CC tem também competência em matéria de crédito, de acordo com as competências que lhe são
delegadas pela CE, em função dos montantes, prazos e condições; fixa limites, decide operações com
características específicas incluindo a reestruturação de créditos, as operações intragrupo e de entidades
533
de determinados setores de atividade, contando com as seguintes atribuições, entre outras: (i) autorizar a
manutenção excecional de clientes na gestão da rede comercial da Caixa com crédito vencido e
incumprimento em determinadas situações; (ii) afetar à DAE e à DAP os clientes que carecem de
acompanhamento especializado; (iii) fixar periodicamente os limites de crédito; e (iv) decidir sobre as
operações com determinadas características: em termos de prazo, em termos de garantias, de leasing
mobiliário, de reestruturação com carência de juros, de reestruturação com aumento de exposição, com
entidades intragrupo e entidades em determinados setores de atividade.
Comités
Os comités são também estruturas dependentes da Comissão Executiva, mas sem competências
deliberativas. Constituem fóruns privilegiados de debate e apoio consultivo à tomada de decisões, adotando
recomendações e viabilizando a discussão de temas transversais. Os comités permitem a visibilidade de
temas de interesse para a Caixa por parte dos órgãos de estrutura. Podem, igualmente, desempenhar um
papel transitório e serem criados para atender a situações não permanentes mas com impacto importante
para a Caixa, como, por exemplo, o contexto pandémico, agilizando o reporte e o acompanhamento de
forma transversal em termos de recursos humanos, negócio, gestão de risco, sistemas de informação e
operativa, bem como de cenários de evolução dos mercados e da posição financeira da Caixa.
O CCR visa o debate, a análise e o acompanhamento do negócio e atividade comercial da Rede de Retalho
da Caixa e a apreciação de iniciativas estruturantes e com impacto na gestão e estratégia comercial da
Rede de Retalho da Caixa.
Tem, entre outras, as seguintes competências: (i) analisar, acompanhar e reportar os indicadores da
atividade e dinâmica comercial; (ii) analisar e acompanhar o plano comercial; (iii) analisar e apreciar as
propostas relativas à carteira de produtos/serviços, modelos de serviço, plano de comunicações e outras
atividades com impacto na gestão da rede de retalho; (iv) analisar e apreciar os temas estruturantes na
gestão da rede de retalho; (v) apreciar as propostas relativas ao funcionamento das redes e canais de
distribuição, incluindo a abertura, reformulação e encerramento de pontos de venda, bem como as
respeitantes a iniciativas de reestruturação dos modelos de serviço em canais presenciais e não
presenciais; (vi) acompanhar e coordenar as ações que visam assegurar a abordagem integrada do
mercado pelas empresas do Grupo, dinamizando a venda cruzada de produtos e serviços e permitindo o
crescimento sustentado do valor dos clientes para o Grupo.
Reuniões realizadas: 5
O CCE visa o debate, a análise e o acompanhamento do negócio e atividade comercial da rede de empresas
da Caixa, bem como a análise e apreciação de iniciativas estruturantes e com impacto na gestão e
estratégia comercial da rede de empresas.
Tem entre as suas competências: (i) analisar, acompanhar e reportar os indicadores da atividade e da
dinâmica comercial; (ii) analisar e acompanhar o plano comercial; (iii) analisar e apreciar as propostas
relativas à carteira de produtos/serviços, modelos de serviço, plano de comunicações e outras atividades
com impacto na gestão da rede de empresas; (iv) analisar e apreciar as propostas relativas ao
funcionamento das redes e canais de distribuição; (v) acompanhar e coordenar as ações que visem
assegurar a abordagem integrada do mercado pelas empresas do Grupo, dinamizando a venda cruzada de
produtos e serviços e permitindo o crescimento sustentado do valor dos clientes para o Grupo.
Reuniões realizadas: 9
O CR acompanha, debate, analisa, aprecia e orienta todas as matérias no âmbito da resolução. Compete-
lhe também garantir a implementação do plano de trabalhos para a resolução, e demais informação conexa
às instituições de crédito, que permita cumprir com as solicitações da autoridade de resolução enquanto
entidade responsável pela resolução bancária.
Tem entre as suas competências: (i) apreciar e delegar no Head of Resolution Planning (HoRP) a
coordenação da recolha da informação pretendida pelas autoridades de resolução; (ii) acompanhar, debater
534
e analisar, no âmbito do Plano de Trabalhos de Resolução relativos às prioridades definidas pela autoridade
de resolução, e demais atividades que visam o endereçamento efetivo de todas as determinações para
remoção dos impedimentos à resolução identificados e concretização das expectativas, bem como o
cumprimento dos prazos de reporte da informação; (iii) apreciar as propostas de solução para as atividades
do Plano de Trabalhos para a Resolução (Resolvability Work Program) preparada pela área de
Acompanhamento à Resolução em conjunto com os diferentes órgãos de estrutura, em matérias da sua
especialidade; (iv) avaliar os impedimentos substanciais à Resolução, riscos e problemas identificados e
discussão para orientação de medidas mitigadoras a serem implementadas; (v) analisar as comunicações
veiculadas pela Autoridade de Resolução e suas determinações; (vi) apreciar os entregáveis apresentados
que, em função das matérias tratadas ou das exigências concretas do Conselho Único de Resolução,
poderão posteriormente ser submetidos à apreciação da Comissão Executiva ou do Conselho de
Administração para aprovação final.
Reuniões realizadas: 8
O CVM é o responsável pela gestão funcional do Gabinete de Validação de Modelos (GVM), competindo-
lhe apreciar os relatórios de validação, decidir sobre as recomendações apresentadas e aprovar alterações
ao Manual de Validação ou a outros documentos metodológicos do âmbito de atuação do GVM. Encontram-
se delegadas no Comité de Validação de Modelos as responsabilidades quanto à aprovação das
recomendações emitidas no âmbito da validação de modelos e respetivos planos de mitigação.
Tem entre as suas competências: (i) acompanhar e monitorizar a atividade do GVM, garantindo as
condições necessárias para o desempenho da sua missão; (ii) aprovar o plano de atividades anual do GVM,
por forma a garantir que os modelos de risco são validados com uma periodicidade mínima anual,
monitorizando regularmente o cumprimento do plano e adotando medidas de mitigação quando existirem
desvios ao mesmo; (iii) aprovar as alterações ao Manual de Validação ou a outros documentos
metodológicos apresentados pelo GVM; (iv) apreciar os relatórios de validação e deliberação sobre as
recomendações propostas pelo GVM e sobre os planos de mitigação propostos pelos responsáveis de
modelo, submetendo à apreciação da CE as atas do Comité onde constam as decisões sobre
recomendações, prazos e entidades responsáveis pela sua execução; (v) analisar e avaliar as regras,
guidelines e métodos utilizados pelo GVM no cumprimento da sua atividade, considerando os inputs de
outras áreas da Caixa ou recomendações da Auditoria Interna.
Reuniões realizadas: 12
Tem entre as suas competências: (i) garantir o cumprimento do modelo de governance para a
Sustentabilidade, bem como os meios e recursos para um eficiente e eficaz desempenho; (ii) monitorizar o
cumprimento das boas práticas de negócio e princípios de conduta, em termos legais e de compliance, bem
como das questões económicas, sociais, ambientais e de reputação no âmbito das suas competências; (iii)
supervisionar a elaboração dos relatos de sustentabilidade e demais informação relevante neste âmbito –
nomeadamente, avaliações (ratings) e auditorias externas - da Caixa, Sucursais e Filiais do Grupo CGD;
(iv) acompanhar o desenvolvimento e implementação da orientação estratégica do Grupo CGD para a ação
climática; (v) rever position statements climáticos e compromissos de neutralidade carbónica do Grupo
CGD, incluindo compromissos climáticos em setores mais emitentes em carbono; (vi) acompanhar e
dinamizar a implementação da estratégica de negócio e as principais políticas, no que respeita às alterações
climáticas e riscos RC&A; (vii) promover o alinhamento corporativo de financiamento sustentável e
dinamizar implementação de medidas para a mitigação e adaptação aos RC&A; (viii) acompanhar e
dinamizar a medição da pegada de carbono, mecanismos de pricing e planos de transição; (ix) acompanhar
e dinamizar a mensuração, gestão e redução de emissões financiadas; (x) acompanhar e dinamizar ações
para o bom desempenho dos targets e KPI de RC&A; (xi) debater e propor estratégias de integração dos
resultados de exercícios de testes de esforço climáticos e análises de cenário na estratégia de negócio do
Grupo CGD; (xii) acompanhar e dinamizar o desenvolvimento dos planos de ações em resposta às
exigências do regulador e supervisor; (xiii) debater e dinamizar a integração dos aspetos climáticos e ESG
nas principais linhas de negócio, nos processos internos e nos normativos do Grupo CGD; (xiv) acompanhar
documentos e relatórios sobre o posicionamento e desempenho da CGD no que respeita a RC&A; (xv)
apreciar as medidas propostas no âmbito do Plano de Ações do Financiamento Sustentável da CGD; (xvi)
535
verificar a adesão e grau de cumprimento dos compromissos assumidos em códigos e princípios, nacionais
e internacionais; (xvii) conferir o desempenho do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), respetivo Plano de
Gestão Ambiental e cumprimento de objetivos e responsabilidades nele refletidos sob a norma internacional
ISO 14001; (xviii) endereçar para conhecimento da Comissão de Governo o planeamento e cumprimento
anual da Estratégia de Sustentabilidade; (xix) submeter à apreciação da Comissão Executiva as matérias
identificadas como estruturantes, importantes para a evolução da CGD e/ou quaisquer recomendações e
desenvolvimentos futuros.
Reuniões realizadas: 4
Na sequência da criação, em abril de 2020, do Covid Risk Committee, com o objetivo de acompanhar e
monitorizar os efeitos da crise pandémica de Covid-19 em todas as áreas de risco da atividade do Grupo
Caixa, foi iniciada, no primeiro trimestre de 2022, uma transição progressiva deste comité para a análise de
temas relacionados com a Guerra Rússia-Ucrânia que teve início em fevereiro, e que culminou, em outubro,
na adoção do nome Ukraine Crisis Committee. Tendo um caráter consultivo, o Ukraine Crisis Committee
constitui um fórum de debate, integrado por membros do Conselho de Administração, tanto executivos
quanto não executivos, bem como por representantes de órgãos de estrutura da Caixa e das entidades do
Grupo, que visa aferir os impactos da guerra na Ucrânia em diversas áreas de risco para o universo Caixa.
Foram mantidas, em 2022, reuniões mensais, para análise, discussão e deliberação de temas relacionados
com a evolução do referido conflito geopolítico e os consequentes impactos sociais, económicos e de risco
de negócio na atividade do Grupo. O comité monitorizou áreas de risco para a Caixa e para as entidades
do Grupo, particularmente, os impactos no risco de crédito, de mercado, financeiro, de cibersegurança, de
taxa de juro na carteira bancária, de compliance e de fundo de pensões, com especial incidência nos
seguintes temas: a evolução dos indicadores macroeconómicos, do preço do petróleo, do gás natural e da
energia; a subida das taxas de juro decorrente do aumento das taxas de referência do BCE; o aumento da
inflação e a redução da natureza acomodatícia da política monetária; o spread soberano da dívida
portuguesa face à da Alemanha; as sanções aplicadas à Rússia; e o plano operacional para lidar com
devedores “distressed”.
Nestas reuniões estiveram presentes os membros da Comissão de Riscos (CR), o Chief Risk Officer (CRO),
membros executivos e não executivos do Conselho de Administração e todas as direções envolvidas nos
temas prementes para o Grupo Caixa, incluindo, além das Funções de Controlo (DGR e DC), o Gabinete
de Estudos, a Direção de Relações Internacionais, a Direção de Planeamento e Controlo, entre outras. Ao
nível das entidades internacionais, destaca-se a participação da Sucursal de França, do BCI Moçambique,
do BNU Macau, do BNU Timor e do Banco Caixa Geral Angola.
Reuniões realizadas: 10
Os Conselhos Delegados e os Comités são presididos por membros da Comissão Executiva, de acordo
com o fórum e os assuntos em apreciação, podendo neles participar, além dos membros permanentes,
outros membros da Comissão Executiva em função da distribuição dos pelouros ou do seu interesse em
contribuir para a tomada de decisão em função dos temas e da oportunidade. Participam ainda nas reuniões
outros elementos diretivos e/ou quadros da Caixa ou de Empresas do Grupo, em função dos assuntos da
agenda previamente preparada.
536
Quadro-resumo considerando a distribuição de pelouros:
Sempre que justificável para o exercício da sua função, a Direção de Auditoria Interna participa nos
Conselhos Delegados ou Comités, como membro permanente ou não permanente, na qualidade de
observador com acesso in loco às problemáticas em análise e informação relevante.
Conforme estabelecido na Política de avaliação da adequação para a seleção dos membros dos órgãos de
administração e fiscalização e dos titulares de funções essenciais (Política de Adequação) aprovada na
Assembleia Geral de 31 de maio de 2019, são considerados titulares de funções essenciais os responsáveis
pelas seguintes funções, com reporte direto ao administrador do pelouro:
O responsável local, em cada uma das sucursais da Caixa estabelecidas no estrangeiro, pelas
funções de auditoria interna, de compliance e de gestão de risco;
537
Os titulares de outras funções que lhes confiram influência significativa na gestão da Caixa,
designadamente por as atividades desenvolvidas terem um impacto significativo no perfil de
risco da Caixa, tal como venha a ser definido pelo CA, ou venham a ser definidas através de
legislação ou regulamentação das autoridades de supervisão. Para além dos titulares de
funções essenciais antes referidos, são titulares de funções relevantes na qualidade de
membros da direção de topo com reporte direto ao administrador do pelouro, os diretores
centrais ou primeiros responsáveis dos seguintes órgãos de estrutura:
A avaliação da adequação das pessoas aptas a serem designadas, pelo Conselho de Administração, como
titulares de funções essenciais, é da competência da CNAR, mediante proposta da Comissão Executiva.
A reavaliação da adequação, anual ou específica, dos titulares de funções essenciais da Caixa cabe ao
órgão de administração, com base em parecer prévio da CNAR e tem sido realizada anualmente. É ainda
responsabilidade da CNAR apoiar e aconselhar o Conselho de Administração na definição, aprovação e
fiscalização da aplicação de mecanismos que assegurem um processo eficaz de seleção e avaliação da
adequação dos titulares de funções essenciais.´
3.5.2.3. Fiscalização
Em 23 de dezembro de 2021, com a entrada em vigor do novo modelo de governo da Caixa – modelo
“dualista” ou “anglo-saxónico”, estruturado de acordo com o estabelecido nos artigos 278.º, n.º 1 b) e 423.º-
B do CSC e no artigo 3.º do RJSA – a função de fiscalização da Caixa passou a ser exercida por uma
Comissão de Auditoria e uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas (SROC), procedendo-se à
extinção do Conselho Fiscal.
Neste contexto, ao longo do ano 2021 e no âmbito do processo de transição dos órgãos de governação da
Caixa, o Conselho Fiscal desenvolveu diversas atividades de handover para o novo órgão de fiscalização,
a Comissão de Auditoria, nomeadamente dando conhecimento de correspondência sinalizadora dos
aspetos mais relevantes da atividade de fiscalização da Caixa e do processo de transição de órgãos de
fiscalização. Com o envolvimento direto dos anteriores Conselho Fiscal e Comissão de Auditoria e Controlo,
comissão especial do Conselho de Administração a quem reportava a Função de Auditoria Interna, foram
ainda: (i) elaboradas propostas de Regulamento da Comissão de Auditoria e do Plano de Atividades e
Matriz RACI para 2022, que foram posteriormente aprovados pela Comissão de Auditoria; (ii)
sistematizados os temas em follow up transitados da Comissão de Auditoria e Controlo e do Conselho
Fiscal; e (iii) definidas propostas de procedimentos para dinamizar o modelo operativo da Comissão de
Auditoria.
538
Comissão de Auditoria
Composição
A Comissão de Auditoria da CGD para o mandato 2021-2024 é composta por quatro membros efetivos, que
foram designados pela Assembleia Geral da sociedade, por deliberação social unânime por escrito de entre
os membros não executivos do Conselho de Administração. O número de membros da Comissão de
Auditoria é adequado e suficiente, tendo em conta, em particular, a estrutura e a dimensão da instituição e
a complexidade dos riscos inerentes à sua atividade.
A adequação dos membros do órgão de fiscalização foi objeto de avaliação inicial e é sujeita a reavaliação
anual e sempre que se verifique a ocorrência de factos supervenientes, sendo esta uma competência
atribuída à Comissão de Nomeações, Avaliação e Remunerações.
(1)
2021-2024 Presidente António Alberto Henriques Assis DUE de 21.12.2022 27 27 100%
2021-2024 Vogal José António da Silva de Brito DUE de 21.12.2022 27 27 100%
27
2021-2024 Vogal María del Carmen Gil Marín DUE de 21.12.2022 27 27 100%
2021-2024 Vogal Maria João Martins Ferreira Major DUE de 21.12.2022 27 27 100%
(1)
DUE = Deliberação Unânime por Escrito
Competências
As competências da Comissão de Auditoria decorrem da lei e dos Estatutos da CGD, competindo-lhe:
Elaborar anualmente relatório sobre a sua ação fiscalizadora e dar parecer sobre o relatório,
contas e propostas apresentadas pelo Conselho de Administração;
539
Compete ainda aos membros da Comissão de Auditoria, conjunta ou separadamente:
Registar por escrito todas as verificações, fiscalizações, denúncias recebidas e diligências que
tenham sido efetuadas e seu resultado;
Emitir parecer sobre qualquer matéria prevista nas disposições legais aplicáveis ou que lhe seja
apresentada pelo Conselho de Administração;
Colocar ao Conselho de Administração qualquer assunto que por ele deva ser ponderado.
Atividade em 2022
No âmbito da sua ação fiscalizadora, a Comissão de Auditoria desenvolveu em 2022 entre outras as
seguintes atividades:
(i) Fiscalizou a atividade da Comissão Executiva de acordo com o previsto no seu Regulamento,
acompanhando a execução do Plano Estratégico da Caixa 2021-2024 e participando em seis das suas
reuniões, com especial incidência naquelas em que foram apreciadas as contas da Sociedade;
(ii) Tomou conhecimento de toda a correspondência recebida dos Supervisores, apreciando em reunião
os conteúdos específicos dessa correspondência que foram solicitados pelo Presidente ou por algum
Membro da Comissão de Auditoria (CAUD);
(iv) Acompanhou e fiscalizou o processo de revisão legal de contas pela SROC e apreciou, em abril, os
documentos de Certificação Legal de Contas, o Relatório de Auditoria sobre as demonstrações
financeiras de 2021 da Caixa e do Grupo e o Relatório Adicional dirigido ao Órgão de Fiscalização
(RAOF) e, em setembro, os Relatórios de Revisão Limitada de demonstrações financeiras individuais
e consolidadas intercalares condensadas;
(v) Emitiu o relatório sobre a sua ação fiscalizadora e os seus Pareceres favoráveis sobre Relatório de
Gestão e Contas e os demais documentos de prestação de contas referentes ao exercício de 2021,
sobre as propostas de aplicação de resultados e de distribuição extraordinária de “Outras reservas e
resultados transitados” e, em setembro, sobre o Relatório de Gestão e Contas intercalar do 1.º
semestre de 2022, todos apresentados pelo Conselho de Administração;
(vi) Fiscalizou a independência da SROC e avaliou todas as suas propostas de prestação de serviços
distintos de auditoria, designadamente quanto ao seu eventual enquadramento como serviços
proibidos de auditoria, bem quanto a qualquer situação que possa comprometer a sua independência
enquanto revisor oficial de contas da Caixa e do Grupo;
(viii) Fiscalizou a eficácia do Sistema de Controlo Interno e monitorizou a atividade da Área de Controlo
Interno e a implementação da Política de Gestão das Deficiências de Controlo Interno;
(ix) Emitiu os seus relatórios de avaliação sobre a adequação e eficácia da cultura organizacional e dos
sistemas de governo e controlo interno da Caixa e do Grupo, suportada na sua ação fiscalizadora e
nas conclusões dos trabalhos de apoio prestados pelo auditor externo no âmbito dos requisitos do
Aviso n.º 3/2020 do Banco de Portugal;
(x) Emitiu o seu Parecer sobre o sistema de controlo interno para a prevenção do branqueamento de
capitais e financiamento do terrorismo da Caixa, conforme previsto no Aviso n.º 1/2022 do Banco de
Portugal, suportado nas conclusões dos trabalhos de apoio prestados pelo Auditor Externo para este
efeito e nos relatórios de auditoria interna;
(xi) Fiscalizou a atividade e independência das funções de controlo, emitindo parecer sobre a revisão dos
seus regulamentos e planos de atividades, apreciando os seus relatórios e mantendo com estas uma
540
linha de reporte direto e imediato, permitindo-lhes comunicar ao órgão de fiscalização quaisquer
constrangimentos eventualmente identificados à sua independência e/ou limitações à sua autoridade;
(xii) Supervisionou a atividade e assegurou o reporte direto da Função de Auditoria Interna, promovendo
a sua eficácia e eficiência, monitorizando a implementação do plano de auditorias de 2022 e
acompanhando a elaboração do Plano Plurianual de Atividades para 2023-2025;
(xiii) Reuniu com os presidentes dos órgãos de fiscalização das entidades internacionais core e das
comissões especiais do CA que asseguram o reporte das respetivas funções de auditoria interna, com
o intuito de conhecer os principais aspetos da atividade de fiscalização desenvolvida e de promover a
harmonização corporativa de critérios e procedimentos em todas as entidades.
A Comissão de Auditoria considera que, em 2022, cumpriu de forma diligente todas as responsabilidades
legais e estatutárias que lhe estão atribuídas, avaliando positivamente o seu contributo para a melhoria do
sistema de controlo interno da instituição, para a eficácia das funções de controlo, e para articulação com
as comissões congéneres das entidades do Grupo. Releva ainda o seu contributo no acompanhamento dos
processos de preparação e divulgação da informação financeira e de revisão legal de contas, considerando
que as interações mantidas e as questões suscitadas neste âmbito foram pertinentes e enriquecedoras,
alertando para os riscos mais significativos que poderiam impactar estes processos.
Reuniões
Ao longo do ano, a Comissão de Auditoria realizou vinte e sete reuniões, que contaram sempre com a
presença ou participação de todos os seus membros. Para além das vinte reuniões ordinárias realizadas,
ocorreram sete reuniões extraordinárias, quatro delas de forma telemática, por circulação documental. A
Comissão de Auditoria deliberou ainda, por circulação documental, sempre que necessário face à urgência
dos temas, algumas propostas que foram, depois, formalizadas na ata da reunião seguinte.
O Auditor/Revisor iniciou as suas funções na Caixa e no Grupo em 1 de junho de 2017, para o mandato de
2017-2020 tendo sido renomeado em 31 de maio de 2021 para o mandato de 2021-2024, na sequência do
processo de seleção levado a cabo, no respeito pelos preceitos legais e pelos princípios contidos na Política
de Seleção e Designação da Sociedade de Revisores Oficiais de Contas e Contratação de Serviços
Distintos de Auditoria não proibidos.
Os honorários faturados no ano de 2022 pela SROC e sociedades em relação de domínio relacionados
com a auditoria externa e revisão legal das contas das entidades do Grupo Caixa, assim como com outros
serviços de garantia de fiabilidade, apresentam-se como segue:
541
Honorários (*)
Portugal Exterior Total %
Contas individuais
Auditoria e revisão legal das contas 1.967.600 39.240 2.006.840 76%
Outros serviços de garantia de fiabilidade 594.288 35.000 629.288 24%
Outros serviços de consultoria - - - 0%
Total 2.561.888 74.240 2.636.128 100%
Contas consolidadas
Auditoria e revisão legal das contas 2.168.503 495.283 2.663.786 74%
Outros serviços de garantia de fiabilidade 687.693 241.789 929.481 26%
Outros serviços de consultoria - - - 0%
Total 2.856.195 737.072 3.593.267 100%
(*) Valores em euros e IVA não incluído.
Nota: Os honorários relativos a contas consolidadas incluem já os honorários relativos a serviços relacionados com as contas individuais.
Conforme referido no n.º 3 do artigo 54.º da lei acima referida, nas entidades de interesse público, o mandato
inicial para o exercício de funções de revisão legal das contas pelo revisor oficial de contas não pode ser
inferior a dois anos, sendo a sua duração máxima de 10 anos.
Para efeitos do disposto nos n.º 2 e 3, do artigo 54.º da lei em análise, a contagem dos prazos inicia-se a
partir do primeiro exercício financeiro abrangido pelo vínculo contratual pelo qual o revisor oficial de contas
ou a sociedade de revisores oficiais de contas foi designado pela primeira vez para a realização das revisões
legais de contas consecutivas da mesma entidade de interesse público.
De notar que por força da alteração estatutária realizada mediante Deliberação social unânime por escrito
de 25 janeiro de 2021, nos termos dos artigos 8º e 28º dos Estatutos o órgão de fiscalização da Sociedade
é composto pela Sociedade Revisora Oficial de Contas e pela Comissão de Auditoria cujos membros
integram o Conselho de Administração. Em 21 de dezembro de 2021 foram nomeados os membros da
Comissão de Auditoria.
Neste contexto, o órgão de fiscalização reúne regularmente com o ROC e responsável da equipa de
Auditoria Externa para monitorização da sua atividade, nomeadamente através de uma análise critica ao
plano de trabalhos preparado pela Auditoria para o ano em análise bem como na clarificação de dúvidas e
levantamento de temas que eventualmente pretenda que sejam mais escrutinados no processo de
preparação das contas ou de outra natureza. Previamente à emissão da Certificação Legal de Contas a
Comissão de Auditoria recebe da SROC um relatório denominado de Relatório Adicional ao Órgão de
Fiscalização onde são resumidos os temas mais relevantes da auditoria do ano.
542
Procedimentos internos para efeitos de aprovação da contratação de serviços distintos
de auditoria
Para além dos trabalhos de auditoria/revisão legal das contas, no exercício de 2022 foram prestados pelo
auditor os seguintes serviços distintos de auditoria, relacionados com os serviços de auditoria ou
classificados como serviços de garantia de fiabilidade:
Serviços de procedimentos acordados para reporte para a Comissão de Auditoria no âmbito dos
reportes deste órgão ao Ministério das Finanças e ao Banco de Portugal;
Outros serviços para suporte à emissão de: i) relatórios nos termos da legislação e
regulamentação em vigor sobre as obrigações hipotecárias; ii) cartas conforto na renovação do
programa de EMTN e em emissões públicas ao abrigo deste programa e serviços a prestar no
âmbito do TLTRO (operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas).
De acordo com o estabelecido no artigo 4.º do Regulamento (UE) n.º 537/2014 do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 16 de abril de 2014, o revisor oficial de contas que preste serviços distintos de auditoria
não proibidos pela legislação da União europeia organiza um arquivo contendo:
b) Os contratos celebrados;
d) Resultado final entregue à entidade auditada ou à sua empresa mãe ou a entidades sob o
seu controlo, conforme aplicável.
Se os serviços referidos no número anterior forem prestados por entidades, sediadas em Portugal, da rede
a que o revisor oficial de contas pertence, o revisor oficial de contas garante que esta organiza um arquivo
que cumpra o disposto no número anterior.
O Caixa Serviços Partilhados (CSP) tem uma função agregadora do processo de compra de bens e serviços
das suas agrupadas, intervindo tanto a montante, na fase de negociação de contratos de fornecimentos de
bens e serviços, como a jusante gerindo quer os contratos quer os meios de suporte logístico de bens.
De notar que as regras atualizadas do código de ética do IESBA (International Ethics Standards Board for
Accountants) entraram em vigor em 15 de dezembro de 2022. Face às regras de independência e
procedimentos atualmente em vigor para as EU PIE (Public Interest Entity) auditadas os principais impactos
estiveram relacionados com a necessidade de atualizar os procedimentos de pré-aprovação dos Serviços
Distintos de Auditoria, acordados com os Órgãos de Fiscalização, complementando-os com uma política
geral de pre-concurrence.
Adicionalmente, o âmbito de aplicação territorial é diferente dos requisitos já existentes para as EU PIE,
obrigando à obtenção de pre-concurrence para os serviços distintos de auditoria prestados às entidades
543
ascendentes e descendentes da IESBA PIE, independentemente do local onde estas estejam
sediadas/domiciliadas (i.e. fora da UE).
A última versão da política foi publicada a 31 de maio de 2022, e antes da sua publicação e divulgação a
mesma seguiu o seguinte fluxo de aprovação conforme descrito no artigo 38.º n.º 1, artigo 38.º n.º 2 do
Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2020:
A 06 de maio de 2022, em resposta à carta enviada pela JST foi remetida a política atualizada
que incorpora as oportunidades de melhoria identificadas pela JST e os contributos recebidos
da Direção de Compliance e da Direção de Auditoria Interna. Em termos gerais, foi considerado
pela JST que esta nova versão da Política aborda amplamente as oportunidades de melhoria
identificadas.
No essencial, a Política regula o processo de seleção e designação da SROC, incluindo a descrição das
etapas e procedimentos a observar, os critérios de seleção e respetiva ponderação, os procedimentos e
iniciativas a realizar pelo órgão de fiscalização para efeitos do acompanhamento e verificação dos serviços
prestados pela SROC e da fiscalização da sua independência, as formas de intervenção do órgão de
fiscalização no processo de contratação de serviços distintos de auditoria não proibidos, o processo de
frequência de ações de formação por parte dos responsáveis da Caixa envolvidos nos processos de seleção
da SROC e a definição dos órgãos de estrutura envolvidos na operacionalização da Política, revisão do
normativo e sua publicitação.
A duração das funções do Secretário Efetivo e Suplente coincidem com a do mandato do Conselho de
Administração que o designe, podendo renovar-se por uma ou mais vezes.
Para além de outras funções previstas na lei, compete ao Secretário da Sociedade, designadamente:
Lavrar as atas e assiná-las conjuntamente com os membros dos órgãos sociais respetivos e o
presidente da mesa da Assembleia Geral, quando desta se trate;
Certificar as assinaturas dos membros dos órgãos sociais apostas nos documentos da sociedade ;
544
Em 31 de dezembro de 2022, os cargos de Secretário efetivo e de Secretário suplente eram ocupados,
respetivamente, por Artur Rocha Gouveia e António Miguel Dias Mateus.
Nesta matéria a Caixa rege-se pelas normas de origem nacional, nomeadamente RGICSF, Código dos
Valores Mobiliários, RJSPE e CSC, bem como pelas normas e orientações emergentes das instituições
europeias e de autoridades de supervisão nacionais (destacando-se o Aviso 3/2020 do Banco de Portugal)
e internacionais.
No que respeita aos membros dos órgãos sociais, destacam-se as Orientações da Autoridade Bancária
Europeia sobre governo interno (EBA/GL/2021/05 de 02/07/2021), as Orientações conjuntas da EBA e da
ESMA sobre a avaliação da adequação dos membros do órgão de administração e de titulares de funções
essenciais (EBA/GL/2021/06 de 02/07/2021 e ESMA35-36-2319), o guia para as avaliações da adequação
e idoneidade dos membros dos órgãos de administração do BCE e a Instrução do Banco de Portugal n.º
23/2018, relativa à autorização para o exercício de funções dos membros dos órgãos de administração e
fiscalização das instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal e do BCE no âmbito do Mecanismo
Único de Supervisão.
Entre as normas internas da Caixa, a que todos os colaboradores, entre os quais os membros dos órgãos
sociais, se encontram vinculados, destacam-se:
Os membros dos órgãos de administração e de fiscalização exercem as suas funções de acordo com os
interesses da Caixa Geral de Depósitos, com observância dos princípios de transparência e de lealdade.
545
A identificação, prevenção e gestão de conflitos de interesses ou potenciais conflitos de interesse assegura
o exercício de funções com independência, incluindo independência de espírito.
Em particular, os membros dos órgãos de administração e de fiscalização têm pleno conhecimento de que
não podem intervir na apreciação e na decisão de operações em que sejam direta ou indiretamente
interessados os próprios, seus cônjuges, ou pessoas com quem vivam em união de facto, parentes ou afins
em 1.º grau, ou sociedades ou outros entes coletivos que uns ou outros direta ou indiretamente dominem,
nos termos estabelecidos nos artigos 85.º e 86.º do RGICSF. No mesmo sentido dispõe o artigo 410º, n.º 6
do Código das Sociedades Comerciais, segundo o qual o administrador não pode votar sobre assuntos em
que tenha, por conta própria ou de terceiro, um interesse em conflito com o da sociedade.
O órgão de fiscalização deve comunicar à Joint Supervisory Team do Mecanismo Único de Supervisão,
com conhecimento ao acionista, todas as situações de conflito de interesses dos membros do Conselho de
Administração quando conclua que as medidas mitigadoras são insuficientes ou que o conflito pode
comprometer a independência e o desempenho do membro do órgão de administração.
546
Na eventualidade de se verificar alguma situação de conflito ou potencial conflito de interesses durante o
exercício do cargo de membro do órgão de fiscalização que não determine consequências expressamente
previstas na lei compete:
Ocorrendo uma situação de conflito de interesses ao nível do Presidente do órgão de fiscalização, deve a
mesma ser comunicada aos restantes membros do órgão de fiscalização, a quem compete, com o apoio
da Direção de Compliance, avaliar o conflito e estabelecer os procedimentos a adotar para o dirimir ou
mitigar.
Não há registo de relações profissionais ou comerciais dos membros dos órgãos sociais com o acionista.
O referido normativo regulamenta as limitações à concessão de crédito por parte das instituições de crédito
aos membros dos seus órgãos de administração ou de fiscalização, direta ou indiretamente, ou a
sociedades ou outros entes coletivos por eles direta ou indiretamente dominados.
Quando o beneficiário é o cônjuge, unido de facto, parente ou afim em 1.º grau, de algum membro dos
órgãos de administração ou fiscalização ou uma sociedade direta ou indiretamente dominada por alguma
ou algumas daquelas pessoas, presume-se o carácter indireto da concessão de crédito.
Poderão ser apresentados pedidos de ilisão da presunção supra mencionada, que devem ser formulados
previamente à concessão do crédito, cuja apreciação compete ao Conselho de Administração da Caixa
que, caso considere verificada a ilisão, comunica ao Banco de Portugal com a antecedência mínima de
trinta dias relativamente à concretização do ato de concessão de crédito.
547
por maioria de pelo menos dois terços dos restantes membros do órgão de administração e o parecer
favorável do órgão de fiscalização.
Em 2022, não se verificaram operações de crédito ou equiparadas abrangidas pela obrigação de reporte
do referido artigo 85.º.
548
3.6. Organização interna
3.6.1. Estatutos9 e Comunicações
Comunicação de irregularidades
As instituições de crédito, em conformidade com o RGICSF, encontram-se obrigadas a implementar meios
específicos, independentes e autónomos, que sejam adequados para a receção, tratamento e arquivo das
participações de irregularidades graves relacionadas com a sua administração, organização contabilística
e fiscalização interna e de indícios sérios de infrações a deveres previstos no RGICSF ou no Regulamento
(UE) n.º 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho.
Da mesma forma, nos termos das recomendações emitidas nomeadamente pela European Banking
Authority (EBA) e pela Comissão Europeia, as instituições bancárias devem adotar procedimentos internos,
alternativos aos meios de reporte habituais, que permitam aos colaboradores comunicar preocupações
legítimas e significativas sobre assuntos relacionados com a atividade das organizações.
O artigo 37.º do Código de Conduta da Caixa, em concordância com estas recomendações, estabelece que
a Instituição disponibiliza um circuito de comunicação interna de práticas irregulares alegadamente
ocorridas no âmbito da sua atividade, assegurando a confidencialidade no seu tratamento, bem como a não
retaliação sobre o autor da comunicação realizada de boa fé.
Este circuito é regulamentado pelo normativo interno que estabelece o Sistema de Comunicação Interna
de Práticas Irregulares (SCIPI), determinando as suas caraterísticas, o tratamento dado às comunicações,
bem como os intervenientes no sistema.
Também a Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto, que estabelece medidas de combate ao branqueamento de
capitais e ao financiamento do terrorismo, determinou a obrigatoriedade de as instituições de crédito
definirem meios internos adequados que permitam aos colaboradores comunicar, através de canal
específico, independente e anónimo, eventuais violações a essa mesma Lei e à regulamentação que a
concretiza, bem como as violações às políticas, procedimentos e controlos internamente definidos em
matéria de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo. De acordo com a
regulamentação em vigor, informação sumária sobre as comunicações que versem sobre estas matérias é
reportada no âmbito do Relatório de Prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do
Terrorismo (RPB).
Da mesma forma, o Código dos Valores Mobiliários estabelece que os intermediários financeiros adotam
meios e procedimentos específicos, independentes e autónomos para que os seus colaboradores
comuniquem factos, provas ou informações relativas a infrações ou irregularidades já consumadas, que
estejam a ser executadas ou que se possa prever com probabilidade que venham a ser praticadas, que
digam respeito às matérias estabelecidas na referida lei, nomeadamente instrumentos financeiros, ofertas
públicas relativas a valores mobiliários e formas organizadas de negociação de instrumentos financeiros.
No final do primeiro semestre de 2022 entrou em vigor a Lei n.º 93/2021, de 20 de dezembro, que transpõe
a Diretiva (UE) 2019/1937 do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à proteção das pessoas que
denunciam violações do direito da União, que criou novas regras aplicáveis aos sistemas de práticas
irregulares tanto internos como das entidades públicas. A Caixa fez as devidas alterações à sua política
para cumprir estas novas disposições legislativas.
No mesmo sentido, o Decreto-Lei n.º 109-E/2021, de 7 de dezembro, que estabelece o Regime Geral da
Prevenção da Corrupção, veio reforçar a necessidade de as instituições implementarem e regulamentarem
os sistemas internos de práticas irregulares.
Poderão ser realizadas através do SCIPI as comunicações referentes aos seguintes temas:
a) Violações potenciais ou efetivas das obrigações da CGD no âmbito das atividades que prossegue
de intermediação financeira, nomeadamente as estabelecidas no Regulamento (UE) n.º 600/2014,
do Parlamento Europeu e do Conselho;
9 O capítulo “5. Órgãos Sociais e Comissões” apresenta a informação requerida sobre os Estatutos da CGD.
549
b) Infrações ou irregularidades já consumadas, que estejam a ser executadas ou que, à luz dos
elementos disponíveis, se possa prever com probabilidade que venham a ser praticadas, que
digam respeito às seguintes matérias:
Instrumentos financeiros, ofertas públicas relativas a valores mobiliários, formas organizadas
de negociação de instrumentos financeiros, sistemas de liquidação e compensação,
contraparte central, intermediação financeira, sociedades de titularização de créditos,
sociedades de capital de risco, fundos de capital de risco ou entidades legalmente habilitadas
a administrar fundos de capital de risco, contratos de seguro ligados a fundos de investimento,
contratos de adesão individual a fundos de pensões abertos, notação de risco e regime da
informação e de publicidade relativa a qualquer destas matérias;
Entidades gestoras de mercados regulamentados, de sistemas de negociação multilateral ou
organizado, de sistemas de liquidação, de câmara de compensação, de sistemas
centralizados de valores mobiliários, de registo inicial ou de administração de sistema de
registo centralizado, contrapartes centrais ou sociedades gestoras de participações sociais
nestas entidades e prestadores de serviços de comunicação de dados;
Ao regime relativo ao abuso de mercado.
b) A adequada identificação, avaliação, acompanhamento e controlo dos riscos a que a instituição está
ou pode vir a estar exposta;
550
e) O cumprimento da legislação, da regulamentação e das orientações aplicáveis à atividade da
instituição emitidas pelas autoridades competentes, do cumprimento dos normativos internos da
própria instituição, bem como das normas e usos profissionais e deontológicos e das regras de
conduta e de relacionamento com clientes.
O Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2020 enumera os requisitos mínimos que devem reger os sistemas de
controlo interno das instituições de crédito e sociedades financeiras, e sistematiza os princípios básicos que
devem orientar a sua implementação, adotando conceitos, reconhecidos e aceites a nível internacional,
definidos no Internal Control – Integrated Framework, metodologia publicada pelo Committee of Sponsoring
Organizations of the Treadway Commission (COSO) e as recomendações emitidas pelo Comité de
Supervisão Bancária de Basileia, através do Framework for Internal Control Systems in Banking
Organizations e orientações em matéria de Internal Governance divulgadas pela EBA.
A gestão dos riscos é objeto de um capítulo autónomo do Relatório de Gestão e Contas, bem como de uma
nota que integra cada um dos Anexos às Demonstrações Financeiras Individuais e Consolidadas,
designada por “Divulgações relativas a instrumentos financeiros”, que descreve as políticas de gestão dos
riscos financeiros e quantifica, para cada tipo de risco, a exposição da Caixa e do Grupo.
Com este enquadramento, e de modo a atingir de forma eficaz os objetivos definidos, o Grupo procura
garantir um adequado ambiente de controlo, um sólido sistema de gestão de riscos, um eficiente sistema
de informação e comunicação e um contínuo processo de monitorização, com o objetivo de assegurar a
qualidade e eficácia do próprio sistema ao longo do tempo.
Para atingir estes objetivos, encontram-se atribuídas responsabilidades transversais relacionadas com a
gestão do sistema de controlo interno aos órgãos da Caixa, cuja identificação e relações de dependência
hierárquica e/ ou funcional se encontram refletidas no seguinte organograma:
Assembleia Geral
Conselho Comissão de
Comissão de de Remunerações da Sociedade de Revisores
Auditoria Administração Assembleia Geral Oficiais de Contas
DCI DPC
DSC DC Direção de Direção de DAJ DGR DRC
Direção de Suporte Direção de Contabilidade, Estratégia, Direção de Direção de Direção de Riscos
Corporativo Compliance Consolidação e Planeamento e Assuntos Jurídicos Gestão de Risco
Inform. Financeira Controlo de Crédito
Rede de Centros de Rede de Agências Rede de Agências Rede de Gabinetes Rede de Gabinetes
Gestão à Distância
551
Auditoria, integrada no Conselho de Administração, e que veio a ser aprovado por Deliberação Unânime
por escrito em 25 de janeiro de 2021.
Esta alteração foi implementada aquando da eleição do órgão de administração da Caixa Geral de
Depósitos, S.A. para o mandato 2021-2024, por Deliberação Social Unânime por escrito de 21 de dezembro
de 2021. Com esta alteração, a Caixa Geral de Depósitos, S.A. abandona o modelo clássico de governo,
regressando ao modelo anglo-saxónico, composto por um Conselho de Administração, uma Comissão de
Auditoria e um Revisor Oficial de Contas10. Neste modelo, a Comissão de Auditoria, que é um órgão de
fiscalização, é composta por membros do Conselho de Administração que não tenham funções executivas.
Por sua vez, o Manual de Estrutura Orgânica da Direção de Gestão de Risco (DGR), atualizado em
novembro de 2021, reforça o âmbito de responsabilidades desta Direção, enquanto segunda linha de defesa
e responsável pela função de gestão de risco ao nível do Grupo Caixa, assegurando a visão global de todos
os riscos, financeiros e não financeiros a que o Grupo se encontra exposto.
Uma das prioridades do Plano Estratégico das Funções de Controlo (PEFC), aprovado em Conselho de
Administração, visou estabelecer um novo modelo organizativo e funcional da Direção de Compliance (DC),
da Direção de Auditoria Interna (DAI) e da Direção de Gestão de Risco (DGR), em particular na sua
articulação com os órgãos de gestão e supervisão, por forma a melhorar a eficácia das 2ª e 3ª linhas de
defesa na monitorização dos riscos e no contributo para a realização da estratégia da CGD, bem como
eliminar áreas de sobreposição entre as Funções de Controlo, garantindo assim uma efetiva
complementaridade. O novo modelo implementado na DGR deixou de integrar a Área de Controlo Interno
(ACI) - entretanto inserida na Direção de Rating (DRT) - com o objetivo de reforçar o foco nas
responsabilidades de Gestão de Risco e garantir a equidistância da ACI às três Funções de Controlo
(Auditoria Interna, Compliance e Gestão de Risco).
O Conselho Delegado de Continuidade de Negócio, Risco Operacional e Controlo Interno (CDCRC) é órgão
deliberativo da Comissão Executiva responsável pela coordenação, apreciação e debate de assuntos
relacionados com a gestão do risco operacional e das deficiências de controlo interno ao nível do Grupo,
bem como das matérias respeitantes à monitorização e gestão da Proteção de Dados e à monitorização do
risco reputacional.
Encontra-se delegada no CDCRC a tomada de decisões estruturais para assegurar a gestão de proteção
de dados, o enforcement pela gestão de topo e a capacitação do Data Protection Officer e do Data
Protection Office na gestão corrente.
Em 2022, este Conselho reuniu onze vezes para apreciação e tomada de decisão sobre questões relativas
à proteção de dados decorrentes da prossecução do negócio bancário, da otimização dos processos
internos, de inovações tecnológicas e de atividades de suporte ao governo da sociedade.
Nos termos do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), a nomeação de Data Protection Officer
(DPO) é obrigatória no setor bancário, em virtude do tratamento relativo ao controlo regular e sistemático
de dados de clientes que o exercício normal da atividade bancária implica.
A Data Protection Officer exerce as suas funções com independência e autonomia e reporta diretamente à
Comissão Executiva e ao Chief Risk Officer, salientando-se que o RGPD assinala como requisito da função
de Data Protection Officer a comunicação direta com a gestão ao mais alto nível da Instituição, impondo-se
destacar a participação nos Conselhos Delegados, Comités e Conselhos Consultivos definidos nos
normativos internos da Caixa, incluindo o Modelo de Governo da Proteção de Dados.
552
Compete-lhe promover verificações de conformidade sobre proteção de dados in situ na Caixa e no Grupo
Caixa para averiguar e garantir o controlo do cumprimento nesta matéria.
A Data Protection Officer dirige o Data Protection Office, que tem por missão exclusiva prestar colaboração
e assistência institucional no desempenho do exercício das suas funções, nomeadamente contribuindo na
elaboração de Política de Privacidade e Proteção de Dados, Política de Cookies, de normativos internos
sobre proteção de dados ou matérias conexas, na emissão de pareceres sobre proteção de dados, em
geral, e nas avaliações de impacto sobre proteção de dados (DPIA), em especial, e na dinamização do
negócio bancário (ex. transformação digital, validação de comunicações sobre comercialização de produtos
e serviços bancários, campanhas e eventos).
A ACI, entretanto integrada na DRT, que passou a denominar-se Direção de Rating e Controlo interno
(DRT), é responsável pelo acompanhamento do modelo de controlo interno implementado no Grupo CGD.
Modelo este que estabeleceu e implementou um processo robusto de monitorização de deficiências e
definiu, em 2020, uma Política de Gestão das Deficiências de Controlo Interno no Grupo CGD,
recentemente revista e aprovada em CA em agosto de 2022 e transposta por todas as Entidades do Grupo,
com exceção do BCG Brasil e Sucursal de Timor. Desta última revisão merecem destaque as otimizações
na matriz de materialidade a ter em conta na identificação e na graduação do grau de risco das deficiências,
como por exemplo as oportunidades de melhoria, que acrescem às melhorias da revisão anterior,
nomeadamente, 1) a definição e o controlo de SLA (Service Level Agreement) de resolução das
deficiências, em função do seu nível de gravidade; 2) o reporte e a monitorização das deficiências de
controlo interno com informação regular à Administração, consentâneo com o risco das deficiências em
aberto; e 3) a melhoria da eficácia e da eficiência na resolução das deficiências.
Através da Política, a CGD reforça o seu papel como empresa-mãe e, de forma estruturada e abrangente,
assegura-se uma fiscalização eficaz sobre as Entidades do Grupo, de modo a fazer cumprir, monitorizar, e
validar o seu progresso no tratamento das deficiências.
Assim, a Caixa, no final de dezembro de 2022, tinha um total de 1 deficiência de Risco de Grupo Crítico e
progrediu no encerramento das deficiências, com redução de 25% do número de deficiências em aberto e
com redução em 84% do total de insuficiências com antiguidade superior a 1 ano, desde final de dezembro
de 2021.
Enunciadas nos respetivos regulamentos, no que aos órgãos da Caixa diz respeito;
Enunciadas nos respetivos Manuais de Estrutura Orgânica, no que aos órgãos de estrutura da
Caixa de âmbito corporativo diz respeito na sua relação funcional com as Entidades do Grupo, e
que complementam a gestão do Sistema de Controlo Interno da Caixa na qualidade de Empresa-
mãe.
553
Sistema de Controlo de Proteção dos Investimentos da Empresa e
dos seus Ativos
Tendo por objetivo o cumprimento do disposto no Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2020 e na Instrução do
Banco de Portugal n.º 18/2020, e complementarmente no documento da EBA Guidelines on Internal
Governance under Directive 2013/36/EU (EBA/GL/2021/05), a Caixa rege a sua atividade com base num
conjunto de guidelines e normativos internos que se consubstanciam nos principais instrumentos de suporte
do sistema de controlo de proteção dos investimentos e ativos da instituição. As guidelines e normativos
internos são, também, as ferramentas que sustentam a gestão e controlo dos riscos financeiros e
operacionais assumidos pela Caixa, pois governam os níveis máximos de risco em que a Instituição pode
incorrer, respeitando a sua Apetência pelo Risco.
A Declaração de Apetência pelo Risco é complementada pela respetiva disseminação pelas entidades do
Grupo Caixa (internacionais e domésticas) e pelo Modelo de Governação da Apetência pelo Risco (RAF -
Risk Appetite Framework), que estabelece o modelo de governo e envolvimento das diferentes áreas do
banco, a gestão do risco e os mecanismos de monitorização e a integração da apetência pelo risco nos
processos de gestão do risco e de tomada de decisão.
Os princípios gerais da Apetência pelo Risco materializam-se em declarações qualitativas que definem a
estratégia de risco do Grupo. Estes princípios derivam e estão alinhados com a estratégia de negócio da
Caixa e com o entendimento dos trade-offs de risco-benefício resultantes. Estes princípios fazem parte da
cultura e estratégia do banco, suportando todas as suas atividades.
Garantir níveis de solvência e liquidez. O Grupo deverá assegurar níveis adequados de solvência e
liquidez, devendo observar os seguintes princípios:
– Sustentabilidade a longo prazo através de uma remuneração adequada dos riscos no balanço,
de uma melhoria na eficiência operacional e da gestão dos riscos que possam pôr em cau sa
a execução da estratégia da instituição, em particular os que estão ligados ao risco de crédito;
– Procura de uma estrutura de Grupo simples e transparente, assente numa infraest rutura
moderna que proporcione elevados níveis de satisfação aos clientes e minimize o risco
operacional.
554
– Sustentabilidade do modelo de negócio a longo prazo no âmbito dos compromissos assumidos
para a neutralidade carbónica e de desenvolvimento sustentável.
Adotar práticas de excelência na gestão de risco. O Grupo deverá assegurar a adoção de melhores
práticas na gestão de risco, devendo observar os seguintes princípios:
– Reforçar o governo e as funções de gestão e controlo de risco, garantindo que estão ao nível
das melhores práticas do mercado e assim contribuindo para a maior confiança dos
stakeholders;
– Operar de acordo com princípios sólidos de gestão de risco, com um modelo de governo eficaz
e políticas que assegurem o cumprimento das leis e regulamentos e garantindo o pleno
alinhamento com as diretrizes do Supervisory Review and Evaluation Process (SREP) do BCE
(metodologia transversal de supervisão estruturada em torno da (i) análise do modelo de
negócio das instituições, (ii) avaliação do governo interno e gestão de riscos, (iii) avaliação dos
riscos para o capital e da adequação dos seus níveis para os mitigar e (iv) avaliação dos riscos
para os níveis de liquidez das instituições e da adequação das fontes de liquidez para os
mitigar;
Cultura de risco
A gestão do Grupo está comprometida com o permanente fortalecimento da respetiva cultura de risco, que
promove na prática corrente através da harmonização de conceitos e abordagens de avaliação, em todas
as entidades do Grupo, linhas de negócio e diferentes dimensões de risco, traduzindo-se num processo de
contínuo desenvolvimento e melhoria.
O desenvolvimento da cultura de risco deverá ser baseado na plena compreensão e numa perspetiva
integrada e global dos riscos a que o Grupo está exposto e do modo como podem ser geridos, tendo por
pilar a Apetência pelo Risco e a sua disseminação alargada pelas entidades do Grupo. Adicionalmente,
suporta o robustecimento do quadro de governação da Função de Gestão de Risco (FGR), através de um
conjunto de políticas corporativas que constituem as orientações práticas à atuação da FGR,
designadamente conceitos, princípios e procedimentos de controlo e comunicação de cada um dos riscos.
A adequada implementação local dos princípios, metodologias, métricas e modelos de reporte de risco
previstos nas políticas corporativas de gestão de risco garante o fortalecimento e alinhamento do sistema
de medição de risco numa lógica de Grupo e, consequentemente, o desenvolvimento de uma cultura de
risco onde todos os envolvidos estão plenamente conscientes das suas responsabilidades.
Neste enquadramento são asseguradas visitas da FGR Central às FGR locais, sessões de formação e
workshops dedicados às matérias no âmbito da função, bem como reuniões periódicas e frequentes de
alinhamento e dinamização da estratégia comum.
A disseminação da cultura de risco por toda a organização e, em particular, pela primeira linha de defesa
constitui, também, uma prioridade da gestão do Grupo, uma vez que as unidades de negócio são as
principais responsáveis pela observância quotidiana das políticas, procedimentos e controlos da instituição
tendo em conta a sua apetência pelo risco.
A função de gestão de risco tem assim organizado um conjunto de sessões específicas de formação junto
da primeira linha de defesa, tendo em vista a promoção e disseminação da cultura de risco do Grupo.
555
Gestão de risco
A função de gestão de risco no Grupo Caixa está suportada num modelo de governação que respeita as
melhores práticas na matéria, conforme explicitadas na Guidelines on Internal Governance under Directive
2013/36/EU (EBA/GL/2021/05), e garantir solidez e eficácia ao sistema de identificação, medição,
monitorização, reporte e controlo dos diversos riscos incorridos pelo Grupo.
O responsável máximo pela função de gestão de risco do Grupo é o Chief Risk Officer (CRO), membro da
Comissão Executiva. O CRO da Caixa é globalmente responsável pela monitorização do quadro de gestão
de risco do Grupo e, em particular, por zelar pelo funcionamento adequado e eficaz da Função de Gestão
de Risco, competindo-lhe informar e esclarecer os membros dos órgãos de administração e fiscalização
sobre os riscos incorridos, o perfil global de risco da Caixa e do Grupo e o grau de cumprimento dos níveis
de tolerância ao risco definidos.
A gestão dos riscos é efetuada de forma centralizada e apoiada por uma estrutura dedicada, a Direção de
Gestão de Risco (DGR), sob a responsabilidade do CRO. A Direção de Gestão de Risco desenvolve
funções na área da gestão e do controlo dos riscos financeiros e não financeiros do Grupo com objetivos
de estabilidade, solvabilidade e solidez financeira, garantindo as funções de identificação, avaliação,
acompanhamento, controlo e reporte dos riscos a que o Grupo Caixa se encontra exposto e das inter-
relações existentes entre eles, por forma a assegurar a coerente integração dos seus contributos
parcelares, que aqueles se mantêm ao nível da apetência pelo risco definida pelo Conselho de
Administração e que não afetarão significativamente a situação financeira da instituição, assegurando
continuadamente o cumprimento e conformidade com as normas externas e requisitos legais e
regulamentares neste âmbito.
O Head of Risk é o responsável direto pela função de gestão de risco (Diretor Central da DGR), a quem
compete, sem prejuízo dos demais deveres estabelecidos pelos normativos internos da Caixa, desenvolver
e liderar uma direção de referência tendo em conta o disposto no RGICSF, demais textos legais aplicáveis
e melhores práticas e padrões internacionais, com vista a garantir a eficácia e eficiência do sistema de
gestão de risco e a contribuir para a promoção e melhoria contínua de uma cultura de risco no âmbito do
Grupo Caixa.
No cumprimento da missão que lhe está confiada, compete à função de gestão de risco:
Identificar os riscos inerentes à atividade desenvolvida, numa base individual, agregada, atual e
prospetiva, e avaliar esses riscos e medir a exposição aos mesmos, através de metodologias
apropriadas;
Assegurar que as operações com partes relacionadas são revistas e que os riscos, reais ou
potenciais, para a instituição por elas suscitados são identificados e adequadamente avaliados;
556
Apoiar com suporte em análise específica, a Comissão de Riscos no aconselhamento ao
Conselho de Administração, em medidas que se perspetive impacto na estratégia e perfil de
risco da Caixa.
Elaborar e manter atualizado um plano de gestão de risco destinado a salvaguardar que todos
os riscos materiais da instituição e do Grupo Caixa são identificados, avaliados, acompanhados
e reportados adequadamente sendo de salientar no presente contexto o continuado
desenvolvimento da framework de gestão de riscos climáticos e ambientais;
Confirmar/validar a boa resolução das deficiências de controlo interno da 1.ª linha de defesa;
557
O Conselho de Administração (CA) (❶), suportado pela Comissão de Risco (CR) (❹) e pela Comissão de
Auditoria (CAUD) (❷), estabelece a apetência pelo risco da instituição, a qual é implementada pela
Comissão Executiva (CE) (❸) com o apoio da Direção de Gestão de Risco (DGR) e das áreas de controlo
e de negócio.
A Comissão de Auditoria (CAUD) (❷) é o órgão a quem compete acompanhar a atividade da Comissão
Executiva e seguir o processo de divulgação de informação financeira e a eficácia dos sistemas de controlo,
gestão de riscos, e de auditoria interna, da CGD e das entidades do Grupo CGD.
A Comissão de Riscos (CR) (❹) acompanha a política de gestão de todos os riscos da atividade do Grupo
Caixa, designadamente os riscos de solvência, liquidez e financiamento, taxa de juro da carteira bancária,
crédito, mercado, fundo de pensões, operacional e não financeiros. A CR acompanha, nomeadamente, os
modelos de medição de risco e cálculo dos fundos próprios adotados internamente, bem como as Diretivas
Comunitárias e orientações do Banco de Portugal e Banco Central Europeu em matéria de riscos
financeiros, designadamente relativas a riscos de crédito. No âmbito das suas funções e competências
analisa, entre outros, os relatórios apresentados pela DGR em matéria de risco, aprecia propostas de
financiamento e refinanciamento apresentadas pelos respetivos órgãos de estrutura e pronuncia-se sobre
algumas necessárias nomeações dos responsáveis para a Função de Gestão de Risco.
❺ No Comité de Validação de Modelos (CVM), no qual participam ainda a Direção de Riscos de Crédito
(DRC), o Gabinete de Validação de Modelos (GVM) e a Direção de Rating (DRT). O CVM é o órgão
responsável pela gestão funcional do GVM, competindo-lhe apreciar os relatórios de validação, decidir
sobre as recomendações apresentadas e aprovar alterações ao Manual de Validação ou a outros
documentos metodológicos do âmbito de atuação do GVM;
❻ No Conselho Delegado de Gestão de Capital, Ativos e Passivos (CALCO), em conjunto com as áreas
geradoras de negócio, áreas de suporte e com membros da Comissão Executiva. O CALCO é o órgão
deliberativo da Comissão Executiva que visa a gestão proativa do balanço e da rentabilidade do Grupo
Caixa. Estão delegadas neste Comité, entre outras, as seguintes atribuições:
– A promoção do processo de Gestão de Capital, Ativos e Passivos (Asset and Liability Management
- ALM) e das ações e procedimentos necessários à sua implementação, incluindo o estabelecimento
de um sistema de acompanhamento e reporte sistemático sobre riscos financeiros, situação de
liquidez, situação de capital e rácios regulamentares, em termos consolidados e em base individual
para as diversas entidades do Grupo Caixa;
558
milhões de euros, em ambos os casos medida ao nível do grupo económico em que se inserem. O CDRT
também é responsável pela monitorização e controlo da evolução de todos ratings atribuídos, bem como
pelo acompanhamento de revisões de metodologias da atribuição de ratings;
❿ No Conselho Delegado de Risco de Fundo de Pensões (CDFP), responsável pela apreciação e debate
dos assuntos relacionados com o risco de Fundo de Pensões da Caixa, que tem como competência aferir
estrategicamente propostas sobre a política de investimento do fundo, a estratégia de cobertura das
responsabilidades do fundo de pensões, e respetivos fundamentos; e transmitir à CE os pressupostos
demográficos, atuariais e de mercado bem como os impactos de eventuais alterações dos mesmos;
⓬ No Comité de Resolução (CRes), órgão responsável pela análise, debate, decisão e aprovação de todas
as matérias no âmbito da Resolução.
A Caixa está presente de forma integrada em quase todos os quadrantes do negócio bancário,
nomeadamente banca comercial, banca de investimento, corretagem e capital de risco, imobiliário, gestão
de ativos, crédito especializado, entre outros, incorrendo em riscos de solvência, liquidez e financiamento,
crédito, mercado, fundo de pensões, operacional e não financeiros.
Risco de solvência
O risco de solvência corresponde ao risco de impactos negativos nos resultados ou no capital resultantes
de mudanças nos quadros regulatórios ou fiscais, incluindo o risco de desalinhamento entre a adequação
de capital e o perfil de risco.
Formalizado na última revisão da taxonomia de riscos do Grupo Caixa, o risco de solvência compreende as
dimensões do risco fiscal, capital regulatório e capital interno.
559
padrão para risco de crédito de contraparte (SA-CCR). Os requisitos de fundos próprios para a carteira de
negociação são apurados pela aplicação do Método Padrão aos instrumentos de dívida, de capital e cambial
e, por último, os requisitos de fundos próprios para risco operacional resultam da média trienal do indicador
relevante ponderado pelo risco, calculado em cada ano relativamente a cada um dos segmentos de
atividade, conforme definido no mesmo regulamento ao abrigo do método padrão.
Risco de crédito
O risco de crédito encontra-se associado às perdas e grau de incerteza quanto à capacidade de um
cliente/contraparte cumprir as suas obrigações. Dada a natureza da atividade bancária, o risco de crédito
reveste-se de uma particular importância face à sua materialidade, não obstante a sua interligação com os
restantes riscos.
Para a gestão e controlo do risco de crédito existem normativos internos que, por recurso designadamente
a ratings/scorings e valor de exposição, ao sistema de alertas preventivos (early warnings), bem como à
classificação de clientes como estando em dificuldades financeiras, definem os níveis de competências
necessários no processo de decisão de crédito.
Para empresas, câmaras municipais, regiões autónomas e instituições financeiras com um nível de
exposição mais significativo, ou com outros critérios/triggers de risco acrescido, a apreciação do risco de
crédito, além do suporte dos modelos de rating interno (que incorporam quer informação financeira quer
elementos de caráter qualitativo), é sujeita a análise individual por uma equipa de analistas que elaboram
relatórios de análise de risco de crédito, e emitem uma opinião sobre o risco de crédito inerente. A análise
é sempre efetuada numa perspetiva de grupo económico em que o proponente se insere e as equipas de
análise obedecem, a partir de certo nível de exposição, a uma lógica de especialização setorial.
Para garantir a desagregação de funções entre a captação e a decisão de crédito, a Caixa tem
implementado um modelo de decisão centralizada de crédito, garantindo assim que todas propostas de
crédito originadas nas áreas comerciais são decididas e têm a intervenção da Direção de Risco de Crédito
(DRC), de acordo com os critérios formalizados nas políticas e normativos internos.
O seguimento das carteiras de crédito e o controlo do risco de crédito, incluindo o cumprimento dos critérios
definidos para a decisão de risco de crédito, são realizados regularmente pela DGR, suportado em sistemas
operacionais que diariamente identificam potenciais eventos de acréscimo de risco de crédito, bem como
os eventos que geram as marcações automáticas de crédito Reestruturado por Dificuldades Financeiras ou
de default/Non-performing exposures. São elaborados relatórios que relevam o comportamento e a
560
qualidade percebida da carteira de crédito, nomeadamente nas vertentes de (i) nova produção, (ii)
reestruturações por dificuldades financeiras do cliente, iii) non-performing exposures, (iv) incumprimento e
(v) concentração. Estes relatórios são submetidos à apreciação dos órgãos de gestão e partilhados com a
primeira linha de defesa.
Também relacionado com o incumprimento e com a valorização dos ativos de crédito, está implementado
no Grupo Caixa um processo para determinação de perdas por imparidade objeto de acompanhamento
mensal pelo órgão de gestão, em cumprimento da norma IFRS 9, sendo os critérios e metodologias
inerentes ao cálculo da imparidade sujeitos a processos de controlo e auditoria quer pelos órgãos internos
responsáveis pela validação (Gabinete de Validação de Modelo e Direção de Auditoria Interna), quer pelos
auditores externos da Caixa, que elaboram um relatório independente para envio ao Banco de Portugal
com caráter semestral. A DGR, mensalmente, submete à apreciação dos órgãos de gestão a evolução das
provisões e da imparidade do crédito, incluindo a evolução da carteira pelos stages da IFRS 9 e do respetivo
grau de cobertura por provisões e imparidade do crédito.
Risco de mercado
Traduz-se em impactos negativos potenciais nos resultados ou no capital da instituição, decorrentes de
movimentos desfavoráveis do preço dos ativos em carteira. Inclui o impacto de variações adversas de taxas
de câmbio na posição cambial do balanço. Surge, deste modo, da incerteza sobre a flutuação dos preços
e taxas de mercado, como sejam preços de ações e índices ou taxas de juro ou câmbio, e sobre o
comportamento das correlações entre os mesmos.
O Grupo tem aprovada uma Política Corporativa de Gestão do Risco de Mercado que define as
responsabilidades e que estabelece os princípios aplicáveis à gestão do risco de mercado incluindo cambial,
numa base individual e consolidada, bem como a todas as sucursais no exterior e às subsidiárias que
integram o perímetro de supervisão prudencial. A estratégia de gestão e a tolerância ao risco de mercado
são estabelecidas em conformidade com a declaração de apetência pelo risco do Grupo Caixa, tendo como
objetivo manter o foco da atividade do Grupo em produtos e serviços que estejam de acordo com a
estratégia de um banco de retalho/comercial, limitando a complexidade dos produtos e posições, garantindo
que estes estão em linha com as capacidades existentes de monitorização do risco.
A gestão do risco de mercado e do risco da posição cambial do balanço é adicionalmente suportada por
uma estrutura formal de autorizações – guidelines de risco de mercado ou de risco cambial – as quais
carecem de aprovação pelo Conselho Delegado de Gestão de Capital, Ativos e Passivos (CALCO). As
guidelines formalizam, inter alia, as estratégias de negócio, de gestão e controlo dos riscos, instrumentos
autorizados, métricas e respetivos limites de risco de mercado, constituindo a fronteira de atuação
discricionária das unidades de negócio quanto a cobertura ou mitigação de risco de mercado.
O controlo, monitorização e reporte de risco de mercado e cambial é assegurado centralmente pela área
de risco de mercado da Direção de Gestão de Risco, que constitui um pelouro sob a responsabilidade do
CRO. É por isso assegurada uma linha de reporte independente das áreas de negócio que respondem ao
CFO ou a outros membros da Comissão Executiva. Compete à Comissão de Riscos da Caixa acompanhar
os riscos de mercado e cambial da Caixa e das entidades do Grupo.
Para o cálculo dos requisitos de fundos próprios para risco de mercado é considerada a carteira de
negociação prudencial (Trading Book), entenda-se o conjunto das posições em títulos e instrumentos
financeiros derivados detidos para efeitos de negociação ou para cobertura de posições detidas para efeito
de negociação, no âmbito da estratégia da Carteira de Negociação do Grupo Caixa e em cumprimento da
definição interna de Trading Book. Inclui especificamente posições resultantes da criação de mercado,
posições curtas em títulos, posições curtas em derivados de bolsa com cariz rotativo, posições de
arbitragem ou com intenção de revenda no curto prazo e carteiras de negociação intencionais, de correlação
ou resultantes de prestação de serviço a clientes. Qualquer cobertura dos elementos elencados ou
cobertura dinâmica de elementos que por si só se qualificariam para a carteira bancária (Banking Book),
constituem parte integrante do Trading Book. Esta carteira é gerida ativamente, tendo em consideração os
horizontes temporais de detenção previstos na estratégia da Carteira de Negociação do Grupo Caixa, tal
como é reavaliada diariamente quanto a justo valor seguindo os princípios de independência, precisão,
561
clareza e rigor, estabelecidos no normativo interno do Banco - política corporativa de avaliação de posições
próprias em títulos e derivados reconhecidos ao justo valor. No que concerne ao cálculo de requisitos de
fundos próprios para risco cambial são consideradas todas as posições de balanço que contribuem para a
posição cambial (incluindo off balance), cobrindo tanto a carteira de negociação como a carteira bancária.
A avaliação do risco considera os riscos gerais de mercado, os riscos não lineares e os riscos específicos
das posições detidas. Para este efeito, são usadas as métricas de risco Value at Risk (VaR), Expected
Shortfall (ES) e Three Worst (3W). O VaR é utilizado como a metodologia de referência para a monitorização
dos riscos de mercado em geral, sendo a mesma baseada na abordagem da simulação histórica. O VaR é
calculado para um horizonte temporal de investimento de 1 dia (95% de intervalo de confiança) para as
carteiras de negociação de gestão e com um período de detenção de 10 dias (99% de intervalo de
confiança) para as restantes carteiras do Grupo, incluindo os perímetros de Carteira de Negociação
prudencial e Carteira de Negociação contabilística. A avaliação de risco é ainda complementada com
medidas de risco tais como a duration, bpv, gregos (delta, gamma, rho, vega e theta).
O Grupo realiza, com uma periodicidade mínima mensal, testes de esforço com incidência no risco de
mercado e cambial, no quadro do programa global de testes de esforço e em conformidade com as melhores
práticas vigentes. A realização de testes de esforço visa avaliar o impacto de eventos adversos da
exposição ao risco de mercado, medindo o impacto da sua concretização no justo valor dos investimentos
e na adequação quantitativa e qualitativa dos fundos próprios do Grupo. Os testes de esforço são baseados
em fatores de risco os quais e, no seu conjunto, representam as situações que podem originar perdas
extraordinárias nas carteiras sujeitas a risco de mercado. Esses fatores incluem, especificamente, os
eventos de baixa probabilidade associados aos principais tipos de risco, incluindo as várias componentes
dos riscos de mercado e cambial.
A identificação do risco de mercado no Grupo é baseado numa estrutura robusta, continuamente fiável,
centralizada e integrada, a qual tem como objetivo assegurar o tempestivo e completo conhecimento dos
produtos transacionados, permitindo a identificação, mensuração, controlo e reporte do risco de mercado.
O registo das transações no sistema de front office de mercados financeiros, basilar para a identificação do
objeto de risco, está regulado por normativo interno específico que assegura que o processo de transmissão
de informação é cumprido e que chega ao sistema de risco de mercado com fiabilidade para avaliação das
respetivas métricas. No que concerne a risco cambial, também é assegurada uma identificação baseada
na transmissão de forma rigorosa, padronizada e atempada da posição cambial da Caixa e de toda e
qualquer entidade do Grupo.
Neste contexto, o risco de fundo de pensões surgia pelo desfasamento entre o valor do ativo e o valor do
passivo do fundo de pensões. Este desacerto podia advir da degradação do valor de mercado dos ativos
do fundo de pensões ou do aumento do valor estimado das responsabilidades com pensões por via de
fatores atuariais, demográficos ou de mercado. Dependendo da magnitude e do móbil do desfasamento, a
Caixa, enquanto associado, tinha que prevenir carências potenciais ou resolver deficiências, através de
contribuições extraordinárias para o fundo de pensões.
Este risco com o fundo de pensões foi monitorizado ao longo do ano em sede de declaração de apetência
pelo risco, com reporte mensal à Comissão Executiva e à Comissão de Riscos. Neste cômputo foram
monitorizados os desvios de valor entre carteira de ativos e valor estimado de responsabilidades, a evolução
da performance da carteira de ativos e ainda a evolução prospetiva da taxa de desconto das
responsabilidades, visando mitigar a possibilidade de se observarem desfasamentos significativos ou, pelo
menos, não prognosticados.
562
Em 24 de fevereiro de 2023, o governo português publicou o Decreto-Lei 14/2023, que procede à
transferência de todas as responsabilidades cobertas pelo Fundo de Pensões do Pessoal da Caixa Geral
de Depósitos (FPCGD) para a Caixa Geral de Aposentações (CGA), à extinção e liquidação do FPCGD e
à entrega, pela Caixa à CGA, de uma compensação financeira pelas responsabilidades transferidas.
A particular dicotomia no universo dos ativos e passivos detidos pelas instituições de crédito entre carteiras
de taxa fixa e de taxa variável, de curto, médio e de longo prazo, também pode induzir risco de taxa de juro
nas suas dimensões de risco de desfasamento de prazos de refixação, de risco de base e de risco da curva
de rendimentos, que deverão ser objeto de monitorização próxima em matéria de avaliação do risco de taxa
de juro da carteira bancária.
Para a gestão e controlo do risco de taxa de juro da carteira bancária estão estabelecidas guidelines que
definem os papéis e responsabilidades dos diversos intervenientes, as métricas a serem monitorizadas, os
limites para essas métricas e o sistema de controlo desses limites. Do processo de monitorização da
dimensão da exposição a este risco, resulta a produção mensal de relatórios de suporte ao controlo do
cumprimento das guidelines existentes sujeitos à apreciação mensal do CALCO (e da Comissão Executiva
no contexto do Relatório Integrado de Risco).
Risco de liquidez
O risco de liquidez no negócio bancário pode ter a sua origem quando ocorram (i) dificuldades na captação
de recursos para financiar os ativos conduzindo, normalmente, ao acréscimo dos custos de captação, mas
podendo implicar, também, uma restrição do crescimento dos ativos, ou (ii) dificuldades na liquidação
atempada de obrigações para com terceiros, induzidas por desfasamentos significativos entre os prazos de
vencimento residual de ativos e passivos.
Para a gestão e controlo de risco de liquidez estão definidas guidelines que definem os papéis e
responsabilidades dos diversos intervenientes, as métricas a serem monitorizadas, os limites para essas
métricas e o sistema de controlo desses limites. Do processo de monitorização da dimensão da exposição
a estes riscos, resulta a produção mensal de relatórios de suporte ao controlo do cumprimento das
guidelines existentes sujeitos à apreciação mensal do CALCO (e da Comissão Executiva no contexto do
Relatório Integrado de Risco).
A gestão do risco operacional no Grupo Caixa adota uma metodologia suportada por uma visão por
processos (end-to-end), implementada quer na Caixa quer nas Sucursais e Filiais.
563
realização regular de Conselhos Delegados/Comités e a divulgação de relatórios para diversas estruturas
do Grupo.
Risco de modelo: perdas motivadas por decisões que possam ser tomadas principalmente com
base nos resultados de modelos internos, devido à ocorrência de erros no desenvolvimento,
aplicação ou utilização desses modelos.
Risco de IT: perdas que advêm de risco de mudança, integridade de dados, falha nos sistemas de
IT, ciber risco e risco de entrega de sistemas de IT;
Risco reputacional: perdas originadas pela perceção negativa da imagem pública da instituição
(atividade bancária, bancassurance, gestão de ativos e risco de proteção de dados confidenciais).
Encontra-se implementado um modelo de gestão específico para estes riscos, o qual prevê a identificação,
avaliação, mensuração, acompanhamento, controlo e reporte dos riscos não financeiros de todo o Grupo.
O principal objetivo é monitorizar de forma integrada a adequação e eficácia dos processos, políticas e
procedimentos, das diferentes componentes dos riscos não financeiros e assegurar, de forma autónoma e
independente, a sua efetividade, mantendo as perdas motivadas por riscos não financeiros dentro dos
níveis de tolerância definidos pelo Conselho de Administração da Caixa. O modelo de gestão dos riscos
não financeiros visa, igualmente, mitigar outros impactos negativos relevantes, nomeadamente ao nível da
concretização de objetivos estratégicos, da reputação ou do cumprimento de requisitos regulamentares.
A metodologia implementada encontra-se assente numa Política Corporativa de Riscos não Financeiros e
numa Política Corporativa de Risco Reputacional que estabelecem todos os princípios e responsabilidades
aplicáveis à gestão destes riscos. Um dos principais elementos desta metodologia é a Taxonomia de Riscos
do Grupo Caixa, que fornece uma linguagem única e comum, para as três linhas de defesa, num quadro de
intervenção coordenada entre elas e estabelecendo uma base sobre a qual o Grupo pode criar uma
abordagem integrada para gerir todos os riscos não financeiros que enfrenta.
Salvaguardar a vida humana e o bem-estar das pessoas presentes nas infraestruturas da Caixa;
564
Manter a satisfação dos clientes;
Avaliar a exposição dos processos de negócio críticos a eventos que possam comprometer a
sua continuidade através da indisponibilidade dos recursos que os suportam e avaliar o seu
nível de exposição ao risco;
Enquanto normas estruturantes, foram objeto de adoção pelas entidades do Grupo a Política de
Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização, a Política de Avaliação da
Adequação para a Seleção dos Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização, dos Titulares de
Funções Essenciais e dos Gerentes das Sucursais Estabelecidas no Estrangeiro e o Plano de Sucessão.
No mesmo sentido de adoção de práticas transversais pelas entidades do Grupo, e com o objetivo de
reforçar o acompanhamento e monitorização da atividade das entidades do Grupo Caixa, com especial
enfoque nas entidades core, no decurso de 2019 e 2020 procedeu-se à criação e/ou reajustamento, nas
filiais financeiras com sede no estrangeiro, das competências das respetivas Comissões de Riscos e
Comissões de Auditoria e Controlo, incluindo ao nível dos regulamentos de funcionamento e competências
destas comissões, e da representação das funções de controlo da Caixa, tendo-se ainda definido e
implementado procedimentos de prestação de informação entre as Comissões de Risco e Comissões de
Auditoria e Controlo locais, as suas congéneres na Caixa e a Comissão de Auditoria (CAUD) e de
565
disponibilização de informação por parte das Comissões de Auditorias destas entidades e a Comissão de
Auditoria da Caixa.
Continuar a fortalecer e a fomentar uma Cultura de Risco forte na primeira linha de defesa,
garantindo um total alinhamento e compromisso no cumprimento da estratégia de risco definida,
assim como um maior conhecimento e sensibilidade para os temas de risco e os seus impactos.
Garantir que a 1ª linha de defesa detém os conhecimentos e ferramentas necessários para o
desenvolvimento das atividades comerciais, tendo sempre presente e como objetivo defender a
robustez do Banco.
Robustecer o oversight sobre as Funções de Gestão de Risco Locais, procurando garantir uma
maior harmonização entre os procedimentos locais e os procedimentos corporativos, assim como
a correta e adequada aplicação dos princípios previstos nas Politicas Corporativas.
566
3.6.3. Regulamentos e Códigos
Regulamentos internos e externos aplicáveis
A atividade da Caixa encontra-se sujeita às normas legais aplicáveis às sociedades anónimas,
nomeadamente ao Código das Sociedades Comerciais, assim como às normas do setor empresarial do
Estado, em resultado do seu estatuto de empresa pública (cf. o Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro11,
e a Lei n.º 52/2019, de 31 de julho, que aprova o regime do exercício de funções por titulares de cargos
políticos e altos cargos públicos). A atividade da Caixa encontra-se igualmente sujeita aos Estatutos da
Sociedade.
Além disso, aplica-se à Caixa a legislação europeia e nacional relativa às atividades que desenvolve,
salientando-se, no direito interno, o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras
(RGICSF) e o Código dos Valores Mobiliários, assim como as normas regulamentares emitidas pelo Banco
de Portugal e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
No ano de 2022, face à evolução favorável da situação epidemiológica provocada pela Covid-19, assistiu-
se à redução da necessidade de aprovação de novas medidas e de renovação das já aprovadas, culminado
com a publicação da Resolução de Conselho de Ministros n.º 96/2022, de 4 de outubro, que determinou a
cessação de vigência de resoluções do Conselho de Ministros publicadas no âmbito da pandemia.
Em resposta a esta agressão militar, a União Europeia aprovou sucessivos pacotes de medidas restritivas
relativas, nomeadamente, a:
Proibição de fornecer fundos ou recursos económicos a listas específicas de pessoas e entidades;
Serviços financeiros e empresas, incluindo a exclusão dos principais bancos russos do sistema
Swift e proibição/limitação de depósitos acima de 100 mil euros de cidadão ou entidades russas;
Endurecimento e alargamento dos controlos da exportação de bens de dupla utilização;
Proibições de exportação e importação de uma extensa lista de produtos.
Face à inflação crescente, foram publicados diplomas que visam mitigar o impacto da inflação nos
rendimentos dos portugueses, dos quais se destaca a Lei n.º 19/2022, de 21 de outubro, que, entre outras
medidas, estabelece um regime de resgate de planos de poupança sem penalização, assim como o
Decreto-Lei n.º 80-A/2022, de 25 de novembro, que estabelece medidas destinadas a mitigar os efeitos do
incremento dos indexantes de referência de contratos de crédito para aquisição ou construção de habitação
própria permanente.
Não obstante o regime relativo ao PARI e PERSI estabelecido no Decreto-Lei n.º 227/2012, de 25 de
outubro, reforçado em 2021, o Governo, face ao aumento das taxas de juro, considerou ser necessário
reforçar os mecanismos preventivos a adotar pelas instituições de forma a antecipar os riscos ou situações
de incumprimento que possam ocorrer. Desta forma, as instituições ficam obrigadas a implementar medidas
que permitam avaliar o agravamento da taxa de esforço e a aplicação do supra referido Decreto-Lei n.º
227/2012 quando esse agravamento seja detetado. Este regime vigorará até 31 de dezembro de 2023.
O Regulamento Delegado (UE) 2022/1288, que complementa o Regulamento (UE) 2019/2088 no que
respeita às normas técnicas de regulamentação que especificam com maior detalhe o conteúdo e a
apresentação das informações relacionadas com o princípio de “não prejudicar significativamente”, o teor,
as metodologias e a apresentação das informações relacionadas com os indicadores de sustentabilidade e
os impactos negativos para a sustentabilidade, e o teor e a apresentação das informações relacionadas
com a promoção das características ambientais ou sociais e com os objetivos de investimento sustentável
nos documentos pré-contratuais, nos sítios web e nos relatórios periódicos.
Destaca-se também a publicação da Diretiva (UE) 2022/2464, que altera o Regulamento (UE) n.º 537/2014,
a Diretiva 2004/109/CE, a Diretiva 2006/43/CE e a Diretiva 2013/34/UE no que diz respeito ao relato de
sustentabilidade das empresas. Das alterações introduzidas, salientam-se as alterações efetuadas à
Diretiva 2013/34/UE (relativa às demonstrações financeiras anuais e às demonstrações financeiras
14
Alterado pela Lei nº75-A/2014, de 30 de setembro, e pela Lei nº 42/2016, de 28 de dezembro.
567
consolidadas), que passam a exigir a apresentação de relatórios não só sobre as informações bastantes
para uma compreensão da evolução, do desempenho e da posição da empresa, mas também sobre as
informações necessárias para a compreensão do impacto das atividades da empresa nas questões
ambientais, sociais e relativas aos trabalhadores, no respeito dos direitos humanos, no combate à corrupção
e nas tentativas de suborno. As empresas ficam obrigadas a comunicar informações sobre o impacto das
atividades da empresa nas pessoas e no ambiente, bem como sobre a forma como questões de
sustentabilidade afetam a empresa. Esta Diretiva deverá ser transposta pelos Estados Membros até 6 de
julho de 2024.
Foi também publicado pelo Basel Committee on Banking Supervision do Bank for International Settlements
(BIS) o documento Principles for the effective management and supervision of climate-related financial risks,
contendo princípios para a gestão e supervisão eficazes dos riscos financeiros relacionados com o clima,
visando melhorar a gestão de riscos dos bancos e as práticas dos supervisores relacionadas com os riscos
financeiros relacionados com o clima.
Nesta matéria, a EBA publicou as Orientações sobre políticas e procedimentos em matéria de gestão da
conformidade e o papel e responsabilidades do responsável pela conformidade em matéria de PBC/CFT
nos termos do artigo 8.º e do capítulo VI da Diretiva (UE) 2015/849.
Foram igualmente publicadas as Orientações da EBA sobre o uso de soluções de onboarding remoto do
cliente, que estabelecem normas comuns sobre o desenvolvimento e a implementação de políticas e
processos de due diligence sólidos e sensíveis ao risco no contexto do onboarding remoto de clientes.
Foi publicada a Lei n.º 23-A/2022, que transpõe a Diretiva (UE) 2019/878, relativa ao acesso à atividade
bancária e supervisão prudencial, e a Diretiva (UE) 2019/879, relativa à recuperação e resolução de
instituições de crédito e empresas de investimento, alterando o RGICSF, o Código dos Valores Mobiliários
e legislação conexa.
568
Resolução.
Quanto a cibersegurança, foi publicado o Regulamento (UE) 2022/2554, relativo à resiliência operacional
digital do setor financeiro. Este Regulamento estabelece requisitos uniformes quanto a segurança dos
sistemas de rede e informação que apoiam os processos operacionais das entidades financeiras.
Foram também publicadas três diretivas relativas a cibersegurança e resiliência operacional digital, que
ainda carecem de transposição para ordenamento jurídico nacional:
Diretiva (UE) 2022/2555, relativa a medidas destinadas a garantir um elevado nível comum de
cibersegurança na União que altera o Regulamento (UE) n.º 910/2014 e a Diretiva (UE) 2018/1972
e revoga a Diretiva (UE) 2016/1148 (Diretiva SRI 2).
Diretiva (UE) 202272556, que altera as Diretivas 2009/65/CE, 2009/138/CE, 2011/61/UE,
2013/36/UE, 2014/59/UE, 2014/65/UE, (UE) 2015/2366 e (UE) 2016/2341 no que diz respeito à
resiliência operacional digital para o setor financeiro; e
Diretiva (UE) 2022/2557, relativa à resiliência das entidades críticas.
No âmbito da Agenda Digital Europeia, que visa consagrar o Mercado Único Digital na União Europeia, foi
publicado, em 4 de maio de 2016, o Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho
relativo à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento e à livre circulação de dados
pessoais e que revoga a Diretiva 95/46/CE (RGPD).
O RGPD, plenamente aplicável nos Estados-Membros da União após 24 de maio de 2018, reforça os
direitos e garantias dos titulares dos dados pessoais, conferindo-lhes o controlo sobre os tratamentos dos
dados pessoais que lhes digam respeito, define um conjunto de princípios e regras de tratamento a observar
pelas empresas enquanto responsáveis pelo tratamento de dados pessoais e atribui ao “encarregado de
proteção de dados” um conjunto de funções, nomeadamente de aconselhamento ao responsável pelo
tratamento, de controlo da conformidade sobre as novas exigências regulatórias sobre proteção de dados
e de ponto de contacto com a autoridade de controlo nacional e os titulares de dados pessoais.
A Lei n.º 58/2019, de 8 de agosto, assegura a execução do RGPD na ordem jurídica nacional,
complementando as cerca de 70 cláusulas abertas do RGPD deixadas aos legisladores nacionais para
legislar, contemplando alguns inovações.
Este novo enquadramento regulatório assenta ainda na Lei n.º 59/2019, de 8 de agosto, que aprova as
regras relativas ao tratamento de dados pessoais para efeitos de prevenção, deteção, investigação ou
repressão de infrações penais ou de execução de sanções penais, transpondo a Diretiva (UE) 2016/680 do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril de 2016.
Após a publicação da Lei n.º 58/2019, a Comissão Nacional de Proteção de Dados emitiu, em 3 de setembro
de 2019, a Deliberação 2019/494 relativa à desaplicação de algumas normas da Lei n.º 58/2019 e a
Deliberação 2019/495 relativa à dispensa de aplicação de coimas às entidades públicas durante o prazo de
três anos a contar da data da entrada em vigor da Lei n.º 58/2019.
A Comissão Nacional de Proteção de Dados tem vindo a emitir pareceres e orientações sobre algumas
matérias, com especial destaque no ano de 2022, em matéria de prevenção e do branqueamento de capitais
e do financiamento do terrorismo, no âmbito da solicitação do Banco de Portugal, tendo em vista a
revogação do Aviso 2/2018, de 26 de setembro e da Instrução 2/2021, de 26 de fevereiro; para além de ter
ordenado aos fornecedores de telecomunicações que eliminem os dados conservados ao abrigo da Lei
32/2008, após ter sido publicado o acórdão do Tribunal Constitucional que declarou a inconstitucionalidade
de algumas normas.
Quanto ao Comité Europeu para a Proteção de Dados (CEPD), criado pelo RGPD, destaca-se, a título
exemplificativo, em 2022, o anúncio do início de uma ação coordenada de supervisão que envolve 22
autoridades de proteção de dados do Espaço Económico Europeu (EEE), incluindo a Autoridade Europeia
de Proteção de Dados (AEPD) as quais vão investigar como as entidades públicas (nacionais) estão a usar
os serviços baseados em cloud.
O Comité Europeu para a Proteção de Dados, para além das orientações vinculativas para as organizações
e empresas, adotou em 2022 também as seguintes orientações: i) em 19 de Janeiro, orientações sobre os
direitos dos titulares de dados, centradas no direito de acesso. As orientações analisam os vários aspetos
do direito de acesso e facultam instruções mais precisas sobre a forma como pode ser exercido este direito,
clarificando o seu âmbito, as informações a fornecer ao titular de dados pelo responsável pelo tratamento,
o formato do pedido, a principal modalidade de concessão de acesso e a noção de pedidos manifestamente
infundados ou excessivos; ii) em 15 de Março, orientações sobre o artigo 60.º do RGPD, integradas na
569
estratégia e no programa de trabalho do CEPD para 2021-2022, com o objetivo de apoiar a aplicação da
lei de forma eficaz, bem como a cooperação eficiente entre as autoridades nacionais de controlo. As
orientações fornecem uma descrição pormenorizada da cooperação entre as autoridades de controlo no
âmbito do RGPD e visam aumentar ainda a aplicação coerente das disposições jurídicas relativas ao
mecanismo de balcão único; iii) em 12 de maio, orientações relativas à aplicação prática dos acordos
amigáveis; iv) em 10 de outubro, orientações sobre as notificações de violações de dados.
Quanto a normativos internos, a Política de Proteção de Dados Pessoais para o Grupo, OS corporativa
11/2018, foi atualizada em 2022 para acomodar a evolução regulatória ocorrida e as orientações e
entendimentos da autoridade nacional de supervisão em proteção de dados pessoais, tendo a versão
atualizada sido transposta para as entidades do Grupo.
Relativamente ao Modelo de Governo da Proteção de Dados para o Grupo, OS corporativa 4/2019, que
visa operacionalizar tal Política, definindo o ciclo de gestão da proteção de dados e a atribuição de
responsabilidades na Caixa e no Grupo, o acompanhamento e monitorização destas atividades, com vista
a reforçar a cultura organizacional de conformidade em matéria de proteção de dados, as entidades do
Grupo concluíram o respetivo processo de transposição para os respetivos normativos internos.
A Caixa dispõe de um Sistema de Normas Interno (SNI), acessível a todos os Colaboradores e ao qual
todos se encontram vinculados, que abrange os aspetos mais relevantes do funcionamento da empresa e
do exercício da atividade.
No ponto 3.6.3. é referido um conjunto de diplomas publicados em 2022, que incluem, entre outras, a
adoção de pacotes sucessivos de medidas restritivas pela União Europeia, diplomas que visam mitigar o
impacto da inflação nos rendimentos dos portugueses, assim como regulamentação e recomendações no
âmbito da sustentabilidade.
Com o propósito de adequar a sua atuação em conformidade com estes deveres de conduta, a Caixa
procede, sistematicamente, à análise das suas práticas e normativos internos relativos a essas matérias,
identificando as oportunidades de melhoria, em preparação das alterações previstas a nível legal e
regulamentar.
Comercialização de produtos
Os produtos e serviços financeiros são, em consequência da sua natureza e da sua importância no dia-a-
dia dos cidadãos, objeto de permanente escrutínio por parte das entidades de supervisão, assim como por
parte dos clientes e de entidades de defesa do consumidor, das entidades de autorregulação, das entidades
de representação setoriais e do legislador.
O desenvolvimento de novos produtos/ serviços tem como fulcro os clientes aos quais se destina,
garantindo que são tidos em consideração os seus interesses, objetivos e características, devendo ser
570
formalmente indicados e justificados quais os objetivos do cliente que o produto pretende ajudar a atingir e
quais as características dos clientes a que o mesmo se destina.
A PGAMP tem natureza corporativa e é diretamente aplicável às Empresas do Grupo CGD, podendo ser-
lhe introduzidos os ajustamentos que se revelem necessários ou convenientes em função das suas
especificidades e circunstâncias locais, previamente validados pela Direção de Gestão de Risco e pela
Direção de Compliance da CGD, e posteriormente aprovados pela Administração das entidades da CGD.
O Código de Conduta da CGD foi alvo de revisão profunda em abril de 2020, tendo-se verificado um reforço
das disposições relativas a temas de ética, tais como a prevenção da corrupção, responsabilidade social e
desenvolvimento sustentável, conflitos de interesses, entre outros.
Em 2022 a Caixa ministrou formação aos seus colaboradores sobre os temas constantes no Código,
incluindo exemplos de boas práticas e casos práticos com o intuito de facilitar a aprendizagem.
O Código de Conduta da Caixa está disponível para consulta na Intranet e no sítio da Caixa, em:
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Regulamentos/Documents/Codigo-de-Conduta-
CGD.pdf
A Caixa dispõe ainda de um Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho,
dando cumprimento às mais recentes evoluções registadas no Código do Trabalho no sentido de reforçar
o quadro legislativo para a prevenção da prática de assédio no trabalho e em conformidade com o seu
próprio Código de Conduta. O Código tem por objetivo a identificação de comportamentos passíveis de
consubstanciar situações de assédio no trabalho e a definição de medidas de prevenção e combate aos
mesmos, constituindo-se como um quadro orientador para todos os que exercem funções na Caixa.
Monitorização e análise de alertas e situações de fraude reportadas por canais internos e através de
entidades externas, avaliando a necessidade de implementar medidas de prevenção adicionais, bem
como a existência de possíveis efeitos sistémicos e padrões de atuação em articulação com as
Direções e/ou Entidades Externas relevantes para a identificação de novos padrões de
comportamento de Clientes, possíveis contaminações de ocorrências e novos procedimentos a
adotar;
571
ferramentas que garantam a redução do risco operacional e a manutenção da qualidade do serviço
prestado ao Cliente;
Análise das situações identificadas por via de controlos internos ou de alertas rececionados por
entidades externas/marcas internacionais no âmbito da atividade de issuing e acquiring para aferir
da existência de incidentes de fraude e eventual adoção de medidas de contenção que se mostrem,
casuisticamente, adequadas.
Para prossecução das atividades que lhe são cometidas no âmbito da Prevenção e Gestão da Fraude
Externa, a Direção de Compliance possui um canal de comunicação específico com todos os interlocutores
e presta apoio aos diversos órgãos de estrutura da Caixa relacionados com situações que revelam indícios
de se tratar de incidentes de fraude. Ainda neste âmbito, a Área de Prevenção e Gestão da Fraude definiu
e implementou mecanismos e procedimentos de controlo que permitem mitigar o risco de fraude (externa),
com uma articulação direta com as restantes unidades que compõem a Área de Anticrime Financeiro, com
vista a prevenir e combater vários tipos de crime, com destaque para o branqueamento de capitais e
financiamento ao terrorismo.
No âmbito do sistema de controlo interno, a Caixa tem implementadas medidas permanentes que visam
assegurar a prevenção e repressão do crime de corrupção e infrações conexas, as quais se refletem em
diversos procedimentos e normas internas, sendo de destacar o Código de Conduta, a Política de
Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas, a Política Global de Prevenção e Gestão de Conflitos de
Interesses ou o Sistema de Comunicação Interna de Práticas Irregulares.
Para além dos procedimentos e normas internas acima identificados, toda a atividade da Caixa e dos seus
colaboradores está vinculada ao princípio da rejeição ativa de todas as formas de corrupção. Trata-se de
um imperativo de conduta profissional fixado no artigo 34.º do Código de Conduta, que consagra
expressamente que:
a) A Caixa rejeita ativamente todas as formas de corrupção, não devendo os seus colaboradores
envolver-se em situações propiciadoras de atos suscetíveis de associação a este fenómeno;
b) A atividade da Caixa está sujeita a rigorosos mecanismos de controlo interno, os quais incluem
normativos internos orientados para a prevenção e combate à corrupção.
Importa ainda mencionar que a Política de Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas (PPCIC) é um
normativo de aplicação corporativa, que estabelece os princípios orientadores para a deteção e prevenção
da corrupção e infrações conexas, enumera as áreas potencialmente mais expostas ao fenómeno e
descreve medidas de prevenção e respetivos responsáveis e regras aplicáveis à monitorização, avaliação
e atualização da própria Política.
Ainda no âmbito desta Política, prevê-se a possibilidade de os Colaboradores comunicarem situações que
sejam do seu conhecimento e entendam enquadráveis no fenómeno da corrupção, através dos mecanismos
definidos, internos ou externos, nomeadamente através do Sistema de Comunicação Interna de Práticas
Irregulares (SCIPI), cujos objetivos também se relacionam com a prevenção e combate à corrupção.
As disposições constantes da PPCIC são complementadas, ainda e sempre que necessário, em normativos
internos específicos ou outros instrumentos.
572
Como forma de reforçar estes instrumentos, e atendendo ao disposto no Decreto-Lei n.º 109-E/2021, de 7
de dezembro, que criou o Mecanismos Nacional Anticorrupção e estabelece o Regime Geral da Prevenção
da Corrupção, a Caixa sistematizou o seu Plano de Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas o qual
procede à identificação, por cada órgão de estrutura, dos riscos de corrupção que lhes estão associados, e
à indicação das medidas adotadas para mitigar a sua ocorrência, conforme definido na Política de
Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas, bem como de medidas e planos de ação que devem ser
implementados.
A Caixa, através da Direção de Auditoria Interna (DAI), no âmbito da auditoria contínua, monitoriza um
conjunto de indicadores e alertas relativos a operações com determinadas características, potencialmente
indicadoras de fraude, que desencadeiam, de forma permanente e automática, alarmes de auditoria, os
quais podem gerar interpelações aos intervenientes nas respetivas operações.
Para além da vertente da monitorização contínua, a Caixa, através de uma equipa especializada da DAI,
aborda a fraude interna através de uma estratégia de investigação, conclusão e proposta de procedimento
disciplinar e/ou de remediação (mitigação) da causa raiz.
A DAI disponibilizou canais de comunicação (mailbox) a todos os colaboradores da Caixa para o reporte de
situações de (i) assédio em ambiente de trabalho ou sexual e (ii) alegada fraude interna. A DAI dispõe,
também, de uma ferramenta para registo de todas as ocorrências relacionadas com fraude interna, assim
como das medidas tomadas para a sua remediação (mitigação), as quais são objeto de follow up periódico.
Eventuais ocorrências identificadas e que se possam relacionar com fenómenos de corrupção são tratadas
pela DAI no âmbito das suas competências e integradas no registo acima referido.
Por último, refira-se que em março de 2023 foi publicado no sítio da Caixa o Relatório Identificativo dos
Riscos e das Ocorrências de Corrupção e Infrações Conexas referente a 2022, disponível em:
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Praticas-de-Bom-
Governo/Documents/Relatorio-Ocorrencias-Corrupcao-Infracoes-Conexas.pdf
Em cumprimento da norma referida, a Caixa divulgou, em janeiro de 2022, o Relatório sobre remunerações
pagas a homens e mulheres em 2021, cuja elaboração teve como objetivo diagnosticar, identificar e analisar
as diferenças remuneratórias nas entidades do Grupo Caixa em Portugal. De salientar que a Caixa tem
vindo a trabalhar o tema da igualdade do género tendo para o efeito publicado o Plano para a igualdade do
género no Grupo Caixa, delineando um conjunto de ações visando atenuar as diferenças e a promoção de
iniciativas conducentes à eliminação progressiva das desigualdades salariais entre mulheres e homens.
573
Aplicação de Normas de Concorrência e de Proteção do
Consumidor
No exercício da sua atividade, a Caixa rege-se por princípios éticos, consagrados no seu Código de
Conduta, prosseguindo objetivos de rendibilidade, de qualidade, de satisfação do cliente, de preço justo e
rigoroso cumprimento das normas de concorrência e de proteção do cliente bancário.
No ponto 6.3. é referido um conjunto de diplomas publicados em 2022, que incluem, entre outras, a adoção
de pacotes sucessivos de medidas restritivas pela União Europeia, diplomas que visam mitigar o impacto
da inflação nos rendimentos dos portugueses, assim como regulamentação e recomendações no âmbito
da sustentabilidade.
Com o propósito de adequar a sua atuação em conformidade com estes deveres de conduta, a Caixa
procede, sistematicamente, à análise das suas práticas e normativos internos relativos a essas matérias,
identificando as oportunidades de melhoria, em preparação das alterações previstas a nível legal e
regulamentar.
À semelhança do ocorrido em 2021, tal atualização em 2022 foi objeto de uma campanha de comunicação
abrangente que, além da publicação no sítio da Caixa, incluiu o envio de comunicações pessoais aos
titulares dos dados e demais stakeholders.
Em fevereiro de 2022 a Caixa procedeu à atualização da sua Política de Cookies, que, no essencial, permite
uma gestão de cookies dinâmica, traduzida na atualização automática de acordo com os cookies que
estejam a ser recolhidos em cada momento.
Em 8 de novembro de 2022 foi atualizada a Política de Proteção de Dados Pessoais, mediante a publicação
da quarta versão desta norma, que atualiza alguns aspetos decorrentes da evolução entretanto ocorrida
desde a aplicação plena do RGPD.
Foi assinalada a data de 7 de março de 2023 para as entidades do Grupo Caixa concluírem os processos
internos de transposição desta norma corporativa para os seus normativos internos, sendo que parte
significativa, já concluiu esse processo e a interação com a Data Protection Officer para validação das
propostas de transposição.
Esta Política tem natureza corporativa e é diretamente aplicável às empresas do Grupo, podendo ser-lhe
introduzidos os ajustamentos que se revelem necessários ou convenientes em função das suas
574
especificidades e circunstâncias locais, previamente validados pela Direção de Gestão de Risco, pela
Direção de Compliance, e autorizados pela Administração da Caixa.
A Política de Proteção de Dados Pessoais visa fomentar uma cultura corporativa de proteção de dados no
Grupo, contribuindo também para o reforço transversal do compromisso dos membros dos órgãos sociais
e de todos os Colaboradores com o cumprimento da proteção de dados pessoais.
Foi assinalada a data de 29 de dezembro de 2022 para as entidades do Grupo concluírem os processos
internos de transposição desta norma corporativa para os seus normativos internos, o que foi assegurado.
Nos termos do Despacho n.º 1361, do Secretário de Estado das Finanças, de 18 de julho de 2014, a Caixa
ficou dispensada da divulgação da informação prevista nas alíneas d), f) e g) do artigo 44:º do Decreto-Lei
n.º 133/2013, tendo sido entendida pela Caixa a extensão à alínea i) do mesmo artigo, dada a natureza
análoga da informação em causa.
Em 22 de junho de 2022 foi disponibilizado em SiRIEF a ata da reunião da Assembleia Geral e Deliberação
Unânime por Escrito contemplando a aprovação dos documentos de prestação de contas (Incluindo o
Relatório e Contas, o Relatório de Governo Societário e o Relatório de Sistentabilidade) relativos ao
exercício de 2021.
Investidores institucionais
Nos termos definidos pelo respetivo enquadramento legal e enquanto emitente de instrumentos financeiros
mobiliários, a Caixa tem nomeado um representante para as relações com o mercado (Investor Relations),
o qual está incumbido de assegurar o relacionamento e a comunicação com os investidores, analistas,
reguladores e a comunidade financeira em geral, destacando-se, no âmbito da sua atuação:
A divulgação contínua e consistente das políticas, dos pilares estratégicos, da evolução financeira
e de toda a informação relevante a que a Caixa se encontra obrigada através das diversas normas
regulamentares aplicáveis e em observância das melhores práticas internacionais num contexto
de transparência e rigor para com investidores, analistas, reguladores e demais partes
interessadas.
No ano de 2022, várias iniciativas foram realizadas com este intuito, destacando-se a participação
em reuniões, videoconferências e calls com investidores dos principais centros financeiros
575
europeus, assim como, a resposta por email a pedidos de informação. Aquando da divulgação dos
resultados trimestrais, são realizadas conference calls conduzidas pelo Chief Financial Officer,
proporcionando o acesso direto e regular dos investidores ao mais alto nível de gestão do banco
com disponibilização em podcast para consulta posterior no sítio da Caixa na internet.
A atividade desenvolvida com as agências de rating internacionais, com as quais a Caixa tem
contratada a atribuição de rating, e que visa dotar estas instituições da informação relevante para
a sua análise, que se revela de significativo impacto nos custos de financiamento suportados no
recurso ao mercado de capitais. Em 2022, realizaram-se videoconferências com todas as
agências, sendo a representação da Caixa sempre assegurada pelo seu CFO, a par de outros
contactos para prestação de esclarecimentos e disponibilização de atualizações.
Os resultados alcançados durante 2022 foram reconhecidos pelas três agências que atribuem rating à
Caixa. No primeiro trimestre de 2022, a Fitch Ratings melhorou o IDR da Caixa e o rating de dívida sénior
preferencial de BB+ para BBB- e reviu o outlook de Positivo para Estável. Com esta alteração a Caixa
passou a ser classificada em nível de investment grade pelas três agências internacionais que lhe atribuem
rating. Durante o mês de maio, a DBRS afirmou o rating da Caixa em BBB, tendo revisto a sua tendência
de Negativo para Positivo. Já em janeiro de 2023, a Moody's confirmou os ratings dos depósitos e da dívida
sénior a longo prazo em Baa2/Prime-2 e melhorou o outlook dos depósitos da Caixa para Positivo,
mantendo o outlook da dívida sénior em Estável. Estes desenvolvimentos contribuem para uma melhoria
do acesso e do custo de financiamento da Caixa nos mercados de capitais.
Entidades de Supervisão
Supervisão Bancária
Durante o ano de 2022, embora a situação pandémica provocada pela Covid-19 tenha evoluído
favoravelmente, as perspetivas económicas continuaram a ser incertas, pelo que, apesar de as medidas
extraordinárias de apoio terem contribuído para evitar um aumento acentuado das falências e dos créditos
não produtivos (non‑performing loans – NPL), a qualidade dos ativos das instituições de crédito continuou
a ser um motivo de preocupação: a crise agravou diversas vulnerabilidades estruturais, nomeadamente
relacionadas com a sustentabilidade dos modelos de negócio e a governação interna das instituições de
crédito, que exigem medidas eficazes e atempadas por parte das mesmas e das autoridades de supervisão.
Perante este enquadramento, o supervisor desenvolveu atividades relacionadas com os principais riscos e
vulnerabilidades enfrentados pelas instituições e redefiniu as suas prioridades de supervisão de modo a
permitir às instituições de crédito 1) sair da pandemia robustas; 2) aproveitar a oportunidade para corrigir
deficiências estruturais através de estratégias de digitalização eficazes e de um reforço da governação; e
3) responder aos riscos emergentes, incluindo riscos climáticos-ambientais e riscos informáticos e
cibernéticos.
Neste sentido, em 2022, e à semelhança dos anos anteriores, tiveram lugar workshops com alguns órgãos
de estrutura (DGR, GVM e DAI) sobre temáticas consideradas no âmbito do Risk Assessment Process da
JST, nomeadamente: Risco de Mercado, Risco Operacional, IRRBB e Forbearance. Este último tema,
Credit Risk, deu origem a um conjunto de iniciativas com o objetivo de assegurar que o banco sai fortalecido
da pandemia e melhorando as suas práticas de gestão de risco de crédito, especialmente no que diz
respeito à identificação oportuna, monitorização e mitigação dos riscos de crédito.
Ainda no âmbito das prioridades de supervisão definidas para 2022-2024, a Caixa contribuiu para um
questionário relativo à efetiva implementação da transformação digital no Banco - SSM Survey on digital
transformation – cujos resultados serão apresentados em 2023.
A CGD participou também na Targeted Review of the Management Body Effectiveness, onde foi dado
especial destaque à alteração do modelo de governo com o início do mandato dos órgãos de administração
e fiscalização para o período de 2021-2024.
Na sequência do trabalho de campo no âmbito da OffSI– Liquidity and Funding Risk que versou
sobre as temáticas de liquidez e risco de financiamento, foram comunicadas recomendações ao
Banco cuja implementação está em curso.
Todas as recomendações identificadas no âmbito da OffSI– Credit Risk, cujo trabalho de campo
decorreu em 2021, centradas na capacidade de resposta do banco à gestão do risco de crédito no
576
contexto pandémico, assim como a carta do Supervisor sobre Identificação e mensuração do risco
de crédito no contexto da Covid-19, foram endereçadas.
Foram concluídas também em 2022, duas OSI emitidas no ano anterior: OSI - Internal Governance:
Internal Audit e a OSI - Internal Governance: Compliance.
Iniciaram-se ainda os trabalhos de campo, em regime on-site, relativos à OSI - Market Risk, cujas
atividades continuarão em 2023. Esta OSI tem o objetivo de avaliar a identificação, gestão,
monitorização e controlo do Risco de Mercado no Grupo Caixa Geral de Depósitos.
Após a eclosão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia em fevereiro de 2022, o Banco adotou medidas
prudenciais com o objetivo de cumprir as sanções impostas pela União Europeia à Rússia, bem como a
sua comunicação a todas as entidades do Grupo. Esta situação é acompanhada mensalmente, com suporte
num relatório completo, que permite a sua monitorização pelos Órgãos de Governação do Grupo. Também
os temas relacionados com situação pandémica provocada pela Covid-19 continuaram a ser monitorizados
através de reportes regulares.
Ao longo do ano de 2022 foram realizadas cerca de 70 reuniões entre a Caixa e a JST, em que os principais
temas abordados estiveram relacionados com a SREP Decision, o Plano Estratégico e Processo de
Orçamentação, On-Site Inspections em curso, bem como outros temas relevantes de supervisão
(Forbearance, Climate-related and Environmental Risk Thematic Review, BCBS 239, IRRBB, Obsolete
systems replacement plan). A JST realizou também reuniões presenciais sobre temas de supervisão com
o Conselho de Administração e os presidentes das comissões especiais.
Apesar das alterações na equipa da JST e na equipa que acompanha os temas de Supervisão na CGD,
continuou a ser garantido um acompanhamento muito próximo e articulado de todas as atividades do
Supervisor no Banco e o envolvimento total das equipas e dos órgãos de governo, o que permitiu à Caixa
reduzir expressivamente o número de recomendações emitidas pela JST e melhorar a sua notação global
em termos de Supervisory Review and Evaluation Process (SREP) de 2022 bem como obter classificações
muito positivas noutros exercícios de supervisão como o SSM Climate Stress Test Results.
O Banco de Portugal concretizou a sua interação com a Caixa, ao nível doméstico, através da sua atividade
normal de regulamentação bancária e no âmbito da supervisão sobre as entidades significativas e estando
presente em todas as interações com a JST.
Resolução Bancária
Em matérias relacionadas com a resolução bancária, mantém-se a relação com a Autoridade de Resolução,
o Single Resolution Board (SRB), e a prossecução dos Trabalhos para a Resolução – o Resolvability Work
Program (RWP) – de acordo com a carta de prioridades dirigida à Caixa.
Durante o ano de 2022 foram desenvolvidos os trabalhos necessários nesta área, com a continuação da
implementação das Expectations for Banks com vista a atingir-se no final de 2023 a completude de todos
os princípios e dimensões que constam deste principal guidance de requisitos.
De acordo com este programa, do plano e calendário estabelecidos para 2022 foram cumpridas 62 das 64
atividades previstas dentro da data inicialmente planeada, sendo que 2 atividades foram prolongadas
durante o primeiro semestre de 2023 com vista à sua conclusão dentro dos padrões de qualidade
desejados.
Em relação à avaliação deste Plano de Trabalhos por parte do SRB a CGD recebeu uma avaliação bastante
favorável que se materializa na eliminação dos 8 potenciais candidatos a impedimentos substanciais à
Resolução e na obtenção de 8 best practices de mercado.
O Exercício de Dry-run à Estratégia de Resolução foi executado sob a gestão de alguns membros
do órgão de administração da Caixa com os stakeholders envolvidos nas várias funções de
resolução testadas, e ainda com a participação do SRB e do Banco de Portugal, enquanto
observadores;
577
O exercício anual de recolha de informação, que envolve o preenchimento de um elevado número
de modelos de reporte de natureza organizacional e financeira, pela CGD e demais entidades do
Grupo chamadas a participar no mesmo;
Foi realizado o Resolvability Self-Assessment em junho e dezembro com vista a efetuar o processo
de autoavaliação da Caixa na evolução e progresso da implementação das Expecetations for
Banks;
Em termos do acompanhamento dos trabalhos para a resolução foram ainda realizados 8 Comités de
Resolução, 6 apresentações à Comissão Executiva, 2 apresentações ao Conselho de Administração e 1
apresentação à Comissão de Governo.
Em termos de interações externas a Caixa participou ainda num conjunto de 4 workshops com o SRB e
ainda em várias reuniões com a European Banking Federation e com a Associação Portuguesa de Bancos.
Por fim, é de referir que a Caixa entregou em final de 2022 o plano detalhado do próximo Programa de
Trabalhos para a Resolução de 2023, com as atividades necessárias, em cumprimento da carta de
prioridades para 2023 recebida do CUR, respeitando o conjunto de entregáveis definido e ainda com as
restantes atividades que visam finalizar as várias dimensões de trabalho em matéria de Resolução em
2023.
Nos termos da alínea v) do n.º 1 do artigo 24.º do RJDSR, a Caixa em, 7 de junho, enviou o seu
Reporte Anual de Contas de 2021, dando desta forma cumprimento aos artigos 52.º a 55.º da Norma
Regulamentar n.º 13/2020-R.
A Caixa efetuou também em 2022 diversas atualizações no portal da ASF, nomeadamente, a atualização
da sua Declaração de Seguro de Responsabilidade Civil Profissional bem como atualizou os seus dados,
enquanto mediador de seguros, introduzindo novos contactos que a ASF poderia utilizar para efeitos da
sua atividade de supervisão.
Em matéria de reclamações, a ASF, sempre que necessário, solicitou à Caixa pedidos de esclarecimentos
adicionais que lhe permitissem avaliar a atuação da Caixa enquanto mediador de seguro, que foram
respondidos.
578
Em 2022 foram também realizadas visitas inspetivas a Agências da Caixa tendo, em um dos casos, o
supervisor solicitado o envio dos certificados da qualificação inicial e formação inicial contínua dos
colaboradores de uma agência, os quais lhe foram remetidos.
Em 2022, além das Orientações e Deliberações emitidas pela CNPD, o relacionamento com esta autoridade
de supervisão centrou-se, essencialmente, na colaboração da Caixa relativamente a pedidos formulados
pelos titulares dos dados.
A Caixa acompanhou o Plano de Atividades para 2022 divulgado pela Comissão Nacional de Proteção de
Dados, com especial atenção quanto aos temas da (i) “súbita implementação de uma sociedade à distância”
que massificou os tratamentos de dados pessoais em ambiente online com recurso a soluções que não
tiveram em conta, a título principal, a segurança da informação”; (ii) da prestação de deveres de informação
aos titulares de dados; (iii) principais decisões sancionatórias e (iv) pareceres emitidos no âmbito do
processo legislativo nacional, sempre que nele se coloquem questões de proteção de dados.
O RGPD atribui ao Data Protection Officer a função de ponto de contacto para a autoridade nacional de
supervisão de proteção de dados sobre questões relacionadas com o tratamento de dados, o que, todavia,
não exclui a interação direta do responsável pelo tratamento com aquela autoridade.
Sindicatos
Em 2022, o relacionamento com os sindicatos incluiu, designadamente, a negociação da tabela salarial
para 2021 e 2022, o acompanhamento de diversos temas relacionados com a situação profissional dos
colaboradores filiados nos sindicatos e a apresentação do Plano Estratégico 2021/2024. Foram também
articuladas com os sindicatos as medidas adicionais e excecionais aplicadas aos colaboradores de
mitigação dos impactos sociais da atual conjuntura de inflação.
Em 2022 foram realizadas 22 reuniões com sindicatos: 10 com o STEC, sindicato com maior
representatividade na empresa, 4 com o Mais Sindicato/SBC/SBN, 5 com o SinTAF e 3 com o SNQTB/SIB.
Comissão de Trabalhadores
Em conformidade com a obrigação legal decorrente do Código de Trabalho, mensalmente a Comissão
Executiva da Caixa reúne com a Comissão de Trabalhadores, para discussão e análise de assuntos
relacionados com o exercício das suas atribuições, apresentando a Comissão de Trabalhadores uma
proposta prévia para a Ordem de Trabalhos.
No entanto, o diálogo com a Comissão de Trabalhadores não se esgota nas reuniões mensais com a
Comissão Executiva, estando todas as áreas do banco, e em particular a DPE - Direção de Gestão e
Desenvolvimento de Pessoas da Caixa, disponíveis para prestação de diversos esclarecimentos e
informações ou para articular com a Comissão de Trabalhadores situações particulares de alguns
colaboradores, sempre no âmbito de intervenção desta estrutura. Assim, às 11 reuniões com a Comissão
Executiva acresceram mais 12 reuniões promovidas com direções da CGD, sem a presença da
Administração.
A Comissão de Trabalhadores da Caixa é composta por 11 elementos efetivos, tendo sido autorizado para
o mandato em curso (2021/2025) 6 membros a tempo inteiro.
579
a) Quadro de pessoal;
b) Exercício do controlo de gestão;
c) Rede Comercial (estrutura orgânica, encerramento de agências, quadros de pessoal, novo layout
e equipamentos das Agências);
d) Acompanhamento dos Programas de Pré-Reforma e de Revogações por Mútuo Acordo;
e) Sistema de Gestão de Desempenho (SGD) – acompanhamento do processo de avaliação dos
colaboradores e das alterações a introduzir no SGD;
f) Apresentação do Plano Estratégico para 2021-2024;
g) Medidas adicionais e excecionais aplicadas aos colaboradores de mitigação dos impactos sociais
da atual conjuntura de inflação;
h) Pedidos de consulta e emissão de pareceres prévios no âmbito do direito de participação da
Comissão de Trabalhadores.
Clientes
Experiência do cliente
As manifestações de insatisfação dos Clientes são para a Caixa essenciais na aferição da experiência de
cliente e no processo de melhoria contínua da qualidade do serviço. Delas decorre a regular identificação
de oportunidades de correção e melhoria, críticas para a identificação de diversos riscos, entre os quais,
patrimoniais e de compliance, bem como para o aumento do nível de satisfação do Cliente. Para a melhor
prossecução deste objetivo e de forma a procurar maiores sinergias, no decurso de 2022, foram integradas
numa mesma unidade as áreas responsáveis pelo tratamento e resposta de reclamações e pela
identificação e acompanhamento de oportunidades de melhoria e unidade que entretanto transitou para o
Centro de Operações.
Em 2022 foram registadas 10.748 reclamações e 75 sugestões, perfazendo um total de 10.823 entradas,
tendo-se verificado uma redução de 11% do volume face ao ano de 2021. Ao longo do ano verificou-se uma
distribuição heterogénea, com maior concentração do volume de reclamações entradas no segundo
semestre (55% do total face a 45% no primeiro semestre).
No Atendimento é de destacar o peso das reclamações relacionadas com o tempo de espera para
atendimento, resultante de aspetos relacionados com a reorganização das agências, nomeadamente o
horário de funcionamento e a reestruturação/otimização da rede.
Em termos de variação, as maiores diferenças face a 2021, registaram-se nos Canais self-service, com
uma redução de 36%, sendo as reclamações relacionadas com o Caixadirecta on-line as que têm maior
peso, e nos Instrumentos Financeiros, tema em que se verificou um crescimento de 33%, embora se
mantenha com pouca representatividade pois, em valor absoluto, o número de reclamações tem pouco
significado.
Quando comparado com a restante banca relativamente às reclamações acompanhadas pelo Banco de
Portugal (Livro de Reclamações e Portal do Cliente Bancário), a Caixa registou um crescimento de 7%,
inferior aos 13% verificados no sistema bancário.
Reputação
Em 2022, vários estudos deram à Caixa uma avaliação muito positiva em termos de reputação junto dos
consumidores, que continuam a reconhecer a Caixa como um banco de referência.
580
De acordo com a Brandscore, o indicador de reputação da marca Caixa mantém uma avaliação muito
positiva e acima da média da Banca em Portugal. O indicador com melhor avaliação é o da “Relevância”,
traduzindo o reconhecimento da importância da Caixa no setor financeiro. Igualmente, no estudo RepScore,
a Caixa foi em 2022 a marca líder em reputação emocional no setor financeiro português. A dimensão
emocional da reputação avalia atributos como a Admiração, Relevância, Preferência e Recomendação.
Desde 2017, que a Reputação da marca Caixa mantém uma evolução positiva e superior à do setor
bancário em Portugal. De acordo com a Powerful Brand – Marcas com Valor, do Grupo Marktest, a marca
Caixa foi a Powerful Brand na categoria “Bancos”, pelo 2º ano consecutivo. Esta análise mede o valor das
marcas a partir de indicadores de Inovação, Sustentabilidade e Propósito, sendo divulgado anualmente pela
revista Sábado.
Para além destes estudos, na avaliação dos clientes do estudo Brandscore a marca Caixa manteve a
liderança na avaliação do indicador Atratividade a Novos Clientes, reforçou o score do indicador
Governance e confirmou o mesmo nível de avaliação na Confiança, Solidez, Ética e Transparência,
atributos considerados essenciais à sustentabilidade do Banco. O Brandscore é um estudo nacional,
realizado a indivíduos particulares bancarizados com idades compreendidas entre os 15 anos e os 70 anos.
Proteção de dados
A publicação do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), em 4 de maio de 2016, e da Lei n.º
58/2019, em 8 de agosto de 2019, materializa uma oportunidade de modernização para as empresas e para
as organizações, tanto do setor público como do privado, e uma vantagem competitiva no Mercado Único
Digital, reforçando a confiança dos Clientes.
Constituindo uma força motriz para a transformação digital, o RGPD assegura um nível reforçado de
proteção de dados pessoais aos cidadãos, que passam a deter um maior controlo sobre a forma como os
seus dados são tratados, obrigando as empresas a rever o governo interno, a uma maior transparência e
accountability neste domínio.
O RGPD consagra um novo quadro regulatório e uma arquitetura institucional que assenta na designação
de Data Protection Officer (DPO), obrigatória no caso da banca, na criação do Comité Europeu para a
Proteção de Dados e na articulação deste com a atividade das autoridades de controlo nacionais.
A compatibilização, nem sempre fácil e óbvia, com a crescente regulação bancária e articulação com as
autoridades de supervisão bancária, tendo em conta o contexto histórico-económico sem precedentes de
pandemia, mas cujo enquadramento legal está previsto no RGPD, constituem desafios acrescidos para o
setor bancário.
Na banca, em particular, o RGPD é apenas um dos muitos requisitos regulatórios que condicionam a sua
atividade e impulsionam a mudança para o ambiente digital dos processos de negócio e de relação com os
clientes, em que os dados pessoais são um ativo extraordinariamente valioso para a economia atual.
Na Caixa, este ativo respeita, em termos de proteção de dados, a um universo de titulares de dados
composto por cerca de 4 milhões de clientes (pessoas singulares), de 6.500 colaboradores, de 2.500
fornecedores e muitos outros stakeholders, ainda que as respetivas relações jurídicas com a Caixa se
estabeleçam no âmbito (nome e representação) de pessoas coletivas. No Grupo, o universo de titulares de
dados é substancialmente superior.
Uma estratégia bem sucedida de proteção de dados e a sua adequada implementação são vitais para o
negócio e previnem o risco de aplicação de sanções extraordinariamente gravosas, atenta a natureza de
grupo empresarial.
A proteção de dados deve ter em devida consideração os riscos associados às atividades e operações de
tratamento de dados, tendo em conta a natureza, o âmbito, o contexto e as finalidades dos tratamentos.
Em 2022, o Data Protection Officer assegurou a emissão de pareceres sobre proteção de dados, no âmbito
da Política de Governação, Aprovação e Monitorização de Produtos (PGAMP), prestando o esclarecimento
de questões ou dúvidas intercalares relativamente a tais produtos e serviços, nomeadamente quando seja
necessária a realização de uma avaliação de risco sobre a proteção de dados.
A Proteção de Dados acompanhou também vários projetos estratégicos e inseridos na transformação digital
da atividade da CGD, assim contribuindo para o cumprimento da “Privacy by design” e da “Privacy by
default”, princípios estruturantes consagrados pelo RGPD.
581
Do ponto de vista da Segurança da Informação, o Data Protection Officer esteve envolvido, em 2022, no
exercício de atualização dos fluxos de dados e respetivo mapeamento, bem como na avaliação dos
incidentes reportados, em articulação com as estruturas competentes.
A resposta ao exercício de direitos dos titulares de dados, incluindo as reclamações versando matérias de
proteção de dados, e os contactos com a autoridade de controlo nacional (Comissão Nacional de Proteção
de Dados) contam-se também entre as atividades centrais asseguradas em 2022.
Tal como nos quatro anos anteriores, em 2022 a sensibilização e formação aos colaboradores cujo exercício
de funções implica o tratamento de dados pessoais incidiram sobre temas de proteção de dados, em geral,
e as matérias relativas à subcontratação e à avaliação de impacto sobre a proteção de dados e, em especial,
tendo sido asseguradas pelo Data Protection Officer e pelo Data Protection Office.
Para celebrar o Dia Internacional da Proteção de Dados, que se comemora a 28 de janeiro de cada ano, foi
divulgada no SomosCaixa uma notícia alusiva à ocasião e reiterando a importância do cumprimento dos
princípios de tratamento de dados e a responsabilidade de todos e cada um dos colaboradores para a
conformidade nesta matéria. Foi ainda salientada a mais-valia competitiva que representa para a Caixa a
conformidade da sua atividade em matéria de proteção de dados, como catalisador do negócio bancário e
da intervenção na economia do País.
Assinalando o 4.º Aniversário da aplicação plena do RGPD em Portugal e nos demais Estados-Membros
da União Europeia, a Data Protection Officer participou, como oradora, no Colóquio: “Proteção de dados e
os novos desafios no setor bancário”, realizado pelo Banco de Portugal e a Associação Portuguesa de
Bancos, em 30 de maio de 2022, tendo abordado a tema “A Inteligência Artificial na Banca e a proteção de
dados: oportunidades e desafios”.
O Data Protection Officer elaborou o Relatório de Atividades 2021 – Data Protection, de 22 de março de
2022, com vista a documentar, incluindo para efeitos de accountability e de supervisão, o esforço
desenvolvido para a implementação da conformidade com o RGPD, bem como para evidenciar o caráter
inovador e as especificidades do RGPD e as iniciativas implementadas para assegurar a conformidade em
matéria de proteção de dados. O referido Relatório foi submetido à apreciação do Conselho Delegado de
Continuidade de Negócio, Risco Operacional e Controlo Interno na sessão realizada em 28.03.2022, que o
aprovou.
Assinalam-se os trabalhos desenvolvidos no âmbito do III DPO Fórum, promovido pela European Banking
Federation, em 5 de julho de 2022, bem como no Grupo de Trabalho sobre Privacidade e Proteção de
Dados constituído pela APB – Associação Portuguesa de Bancos, tendo por finalidade debater e
acompanhar os desafios de implementação e conformidade do RGPD no setor bancário.
A Caixa encontra-se, no essencial, compliant com as exigências do RGPD, fruto do trabalho desenvolvido
nos anos anteriores e em 2022. Não obstante, há ainda trabalhos em curso tendentes a garantir níveis de
conformidade totalmente adequados ao RGPD, tanto mais que a conformidade é, por natureza, uma
atividade permanente, de melhoria contínua, que acompanha – e pode impulsionar – a evolução do negócio.
Integra a estratégia de sustentabilidade da Caixa onde se inscreve o pilar da Responsabilidade Social, com
foco na temática da Literacia Financeira. O seu objetivo é o de contribuir de maneira consistente e rigorosa
para elevar os níveis de literacia em matérias bancárias, financeiras e de gestão pessoal.
Trata-se de um projeto editorial com informação de interesse público e que se rege por padrões de isenção,
rigor, objetividade e atualidade da informação transmitida. Norteia o seu trabalho pelos bons princípios de
cidadania e com vista a ajudar ao seu pleno exercício pela comunidade.
582
Pretende que o seu trabalho editorial seja útil e capaz de apoiar famílias, particulares, estudantes, jovens,
seniores e empreendedores na gestão do dia-a-dia e no planeamento do seu futuro, com decisões
esclarecidas e fundamentadas.
Defende e pratica os princípios da liberdade de expressão e comunicação, com uma clara diferenciação
entre os seus espaços de opinião e de informação. Não tem qualquer filiação ou conotação política, religiosa
ou ideológica.
Com uma audiência bastante indiferenciada, desenvolve o seu trabalho em secções temáticas como Banca,
Proteção, Casa e Família, Formação e Tecnologia, Trabalho, Negócios, Leis e Impostos, Mobilidade e
Sustentabilidade.
Diretor central Direção de Banca Digital da Caixa Geral de Depósitos. Tem formação superior em
engenharia pelo IST e 15 anos de experiência em banca, em áreas de marketing, organização, sistemas
de informação e digital, tendo participado em várias iniciativas de voluntariado como Alumnus do IST -
nomeadamente em mentoria de jovens prestes a entrar no mercado de trabalho com foco na literacia
financeira.
Identificação da empresa
https://www.cgd.pt/Ajuda/Pages/Aviso-legal.aspx
Estatutos
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Regulamentos/Documents/Estatutos-da-CGD.pdf
Regulamentos
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-
Conselho de Administração
CGD/Regulamentos/Documents/Regulamento-Conselho-Administracao.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-
Comissão Executiva
CGD/Regulamentos/Documents/Regulamento-Comissao-Executiva.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-
Comissão de Governo
CGD/Regulamentos/Documents/Regulamento-Comissao-Governo.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-
Comissão de Riscos
CGD/Regulamentos/Documents/Regulamento-Comissao-Riscos.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-
Comissão de Auditoria CGD/Regulamentos/Documents/Regulamento-da-Comissao-Auditoria-Controlo-
Interno.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-
Comissão de Nomeações,
CGD/Regulamentos/Documents/Regulamento-Comissao-Nomeacoes-Avaliacao-
Avaliação e Remunerações:
Remuneracoes.pdf
583
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-
Comissão de Remunerações:
CGD/Regulamentos/Documents/Regulamento-Comissao-Remuneracoes.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-
Política de Remunerações CGD/Remuneracoes/Documents/Politica-de-Remuneracoes-Orgaos-Sociais-
CGD.pdf
Política de Avaliação da
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Adequação para a Seleção dos
Governo/Documents/Selecao-e-Avaliacao-Orgaos-Sociais-CGD.pdf
Membros dos Órgãos Sociais
Política de Privacidade e
Proteção de Dados Pessoais https://www.cgd.pt/Ajuda/Documents/Politica-Privacidade-Protecao-Dados.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Identificação
Governo/Pages/Orgaos-Sociais.aspx
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Elementos curriculares
Governo/Pages/Orgaos-Sociais-Curriculos.aspx
Código de Ética
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Regulamentos/Documents/Codigo-de-Conduta-CGD.pdf
Relatório sobre remunerações por género
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Praticas-de-Bom-Governo/Documents/RCRHM_2021.pdf
Relatório de Ocorrências
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Praticas-de-Bom-Governo/Documents/Relatorio-Ocorrencias-
Corrupcao-Infracoes-Conexas.pdf
Prestação de contas
https://www.cgd.pt/Investor-Relations/Informacao-Financeira/CGD/Relatorios-Contas/Pages/Relatorios-Contas-CGD.aspx
Obrigações de serviço público
Não aplicável
Apoios financeiros recebidos do Estado nos últimos três exercícios
http://www.dgtf.pt/sector-empresarial-do-estado-see/informacao-sobre-as-empresas/entity/cgd-caixa-geral-de-depositos-sa
584
3.7. Remunerações
3.7.1. Competência para a Determinação
A Comissão de Remunerações da Assembleia Geral (CRAG) é o órgão com competência para determinar
a remuneração a atribuir aos membros dos órgãos de administração e fiscalização da sociedade em
observância da Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização
(Politica de Remuneração) aprovada pela Assembleia Geral, incluindo os limites aí definidos, nas suas
componentes fixa e variável, na medida do aplicável.
Enquanto órgão competente para propor à Assembleia Geral a fixação da remuneração dos membros do
órgão de administração e do órgão de fiscalização, cabe a esta Comissão assegurar o cumprimento dos
requisitos legais e regulamentarmente aplicáveis, designadamente quanto à sua política de remuneração e
respetiva implementação.
Aprovar e/ou rever na medida do justificável, com periodicidade anual, a política de remuneração
corporativa, incluindo os benefícios discricionários de pensão dos membros dos órgãos de
administração e fiscalização e dos demais colaboradores da Caixa e respetivas filiais;
Emitir relatório a dirigir à Assembleia Geral sobre o cumprimento das políticas de reenumeração
em vigor na Caixa e práticas de remuneração implementadas na Instituição e sobre os incentivos
criados para efeitos de gestão de riscos, de capital e de liquidez, conforme determinado no
RGICSF;
No que respeita à fixação do montante máximo de compensações a pagar aos membros do órgão de
administração e do órgão de fiscalização, cabe à CRAG definir o montante máximo de todas as
compensações a pagar em virtude da cessação de funções por parte de algum dos seus membros, nos
termos da lei e da política de remunerações vigente.
585
A CNAR deve ser apoiada pela função de recursos humanos da Caixa na análise anual às Políticas de
Remuneração, averiguando o alinhamento entre as Políticas e as boas práticas de gestão de recursos
humanos, designadamente no que se refere à adequação da estrutura e dos níveis de remuneração para
atrair e manter os recursos humanos consentâneos com o bom funcionamento da instituição, mediante a
emissão de pareceres relacionados com estes temas.
A política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e fiscalização da Caixa em vigor é
enquadrada pelo RGICSF, por normativos comunitários e por regulamentação do Banco de Portugal, que
estabelecem regras e restrições imperativas.
A remuneração dos membros executivos do Conselho de Administração é composta por uma componente
fixa e uma componente variável, sendo esta última de atribuição não garantida.
586
A componente fixa da remuneração representa uma proporção suficientemente elevada da remuneração
total dos membros executivos do Conselho de Administração, de modo a permitir a aplicação de uma
política plenamente flexível relativamente à componente variável, incluindo a possibilidade do seu não
pagamento.
A remuneração dos membros não executivos do Conselho de Administração, bem como dos membros do
órgão de fiscalização, é composta exclusivamente por uma componente fixa, não integrando qualquer
componente variável nem estando a sua atribuição dependente dos resultados da Caixa. Em ambos os
casos auferem senhas de presença pela sua participação nas reuniões das Comissões Especiais do
Conselho de Administração dentro de um valor limite estabelecido.
a) Uma parte em numerário (CVRN), correspondente a 50% do valor total da componente variável; e
b) Uma parte em espécie (CVRE), correspondente a 50% do valor total da componente variável.
O cumprimento da CVRE é efetuada através de uma emissão de papel comercial, em conformidade com o
quadro jurídico e regulamentar aplicável.
Num quadro plurianual, para que o processo de avaliação se baseie no desempenho de longo
prazo e que o pagamento das componentes da remuneração dele dependentes seja repartido
ao longo de um período que tenha em conta o ciclo económico subjacente da Caixa e os seus
riscos de negócio, devendo, para o efeito, considerar não só o exercício a que a componente
variável da remuneração respeita, mas também os exercícios anteriores abrangidos pelo
mandato em curso;
Atendendo aos seguintes critérios quantitativos aferidos pela evolução da execução do Plano
Estratégico da Caixa em vigor, no quadro de apetência pelo risco aprovado para o Grupo,
designadamente:
587
a) Nível de reclamações de clientes;
b) A CVRN fica sujeita, relativamente a 50% do seu montante, ao Período de Diferimento (5 anos a
contar da Data de Atribuição), ao preenchimento da Condição de Acesso e a mecanismos de
redução e de reversão, de acordo com a Política de Remuneração e com os normativos e
orientações em vigor;
Desde que preenchida a Condição de Acesso por referência ao ano relevante, e sem prejuízo da aplicação
dos mecanismos de redução e de reversão aplicáveis:
b) A CVRE atribuída considera-se adquirida e os instrumentos são entregues nos termos seguintes e
de acordo com as condições estabelecidas em documento autónomo:
Os membros não executivos do Conselho de Administração não têm direito a quaisquer benefícios
especiais da responsabilidade da Caixa.
588
3.7.4. Política de Remuneração dos Colaboradores
A política de remuneração dos colaboradores da Caixa está corporizada em instrumentos de
regulamentação coletiva de trabalho que são publicados no Boletim do Trabalho e Emprego e em
normativos internos que estão publicados internamente e acessíveis a todos os colaboradores.
A 14 de fevereiro 2020 entrou em vigor a Ordem de Serviço corporativa n.º 07/2020, Política de
Remuneração dos Colaboradores do Grupo Caixa, que foi objeto de transposição para as entidades que
constituem o Grupo Caixa.
A Política de Remuneração dos Colaboradores do Grupo Caixa, foi revista pela Ordem de Serviço n.º
3/2021, na sequência de um conjunto de recomendações endereçado pelo supervisor, em novembro de
2019 e agosto de 2020, e introduzidas as adequações identificadas, respeitantes à classificação dos
colaboradores cuja atividade tem impacto no perfil de risco da instituição, ao ajustamento pelo risco ex ante
e ex post (nomeadamente à clarificação da aplicação dos critérios de redução e reversão) no processo de
atribuição de remuneração variável, ao papel das funções de controlo interno e das Comissões Especiais
(exceto a CNAR), ao processo de avaliação do desempenho e dos riscos, bem como ao alinhamento dos
mesmos com a estratégia da Caixa e os critérios específicos a aplicar aos titulares de funções de controlo.
A proposta de Política de Remuneração dos Colaboradores do Grupo Caixa foi aprovada pelo Conselho de
Administração na reunião de 26 de novembro de 2020 e enviada ao supervisor, que concluiu que as
alterações introduzidas acautelavam as recomendações efetuadas. A Política de Remuneração dos
Colaboradores do Grupo Caixa encontra-se publicada no sítio institucional, estando em curso o seu
processo de transposição para as Entidades do Grupo Caixa (incluindo as Sucursais), de forma a garantir
a harmonia na aplicação das regras no contexto do Grupo.
A Política vertida na Ordem de Serviço Corporativa n.º 3/2021 é aplicável a todos os colaboradores do
Grupo Caixa e procura contribuir para que os objetivos e valores da Caixa sejam alcançados pelas
entidades que compõem o Grupo tendo em conta a sua apetência pelo risco, através da adoção de práticas
remuneratórias sãs e prudentes, promovendo uma gestão sólida e eficaz do risco no âmbito da estrutura
empresarial do Grupo, proporcionando aos seus colaboradores um quadro remuneratório competitivo e
alinhado com as melhores práticas do mercado, nacionais e internacionais.
A remuneração dos colaboradores do Grupo Caixa é composta por uma componente fixa estabelecida nos
termos das tabelas e acordos laborais em vigor, que reflete, essencialmente, a experiência profissional
relevante e a responsabilidade organizacional que corresponde às funções atribuídas, ponderadas as
práticas remuneratórias em vigor, no setor de atividade e respetivo mercado.
Além da remuneração fixa, os colaboradores do Grupo Caixa podem receber uma componente de
remuneração variável não garantida, dependente da obtenção de resultados positivos no Grupo Caixa e na
entidade respetiva, sempre dentro dos critérios de apetência pelo risco estabelecidos pelo Conselho de
Administração da Caixa.
A ser atribuída remuneração variável aos colaboradores, o seu valor não pode exceder o da remuneração
fixa anual, de forma a assegurar que a componente fixa representa uma proporção suficientemente elevada
da remuneração total.
589
Conforme referido acima, a Ordem de Serviço Corporativa n.º 3/2021 consagra num único documento as
regras aplicáveis à identificação e atribuição de remuneração variável, além de assegurar o suprimento do
conjunto de deficiências identificadas pela Joint Supervisory Teams - ECB Banking Supervision (JST) em
momento anterior.
Em 27 de outubro de 2022 foi aprovada a Ordem de Serviço n.º 22/2022 anexa à Política de Remunerações
do Grupo CGD - Sistema de Incentivos Comerciais e publicada e enviada à JST em 31 de outubro de 2022.
A remuneração dos colaboradores da Caixa tem uma componente fixa e pode ter uma componente variável
não garantida.
A remuneração fixa, estabelecida nos termos do Acordo de Empresa em vigor e de normativos internos
vigentes, é composta pelo vencimento base e integra vários complementos remuneratórios, tais como
diuturnidades, subsídio de isenção de horário, subsídios de função, subsídio de férias e subsídio de Natal.
O Sistema de Gestão de Desempenho (SGD) consiste no processo anual através do qual a Caixa monitoriza
o desempenho e avalia os resultados. A avaliação do desempenho e a consecução dos objetivos são
fatores relevantes tidos em conta na decisão sobre a alteração do estatuto remuneratório dos
colaboradores, incluindo os quadros diretivos, seja através de promoções por mérito, seja através da
revisão de outras componentes salariais, fixas ou variáveis.
Em 2022, a massa salarial evoluiu 2,42% e a taxa de inflação de 8,1%, tendo sido realizadas promoções
envolvendo 19% do número de colaboradores do Perímetro Doméstico Total. Em relação à remuneração
variável dos colaboradores, foi ainda mantida a atribuição de incentivos comerciais e de um Prémio de
Desempenho e Potencial que envolveu cerca de 85% dos colaboradores do referido Perímetro, que, no seu
conjunto, representaram 16,3 milhões de euros.
Em dezembro foi atribuído um pagamento extraordinário de 900 ou 600 euros aos colaboradores com
remunerações inferiores a 2.700 euros para mitigar os efeitos do aumento inesperado da inflação.
590
O valor mínimo da remuneração mensal total pago pela Caixa em 2022 foi de 1.359 euros. A remuneração
média em 2022 foi de 2.501 euros, sendo que, relativamente aos colaboradores com funções diretivas, foi
de 5.599 euros e no caso dos que não exercem funções diretivas foi de 2.402 euros.
Em 31 de dezembro de 2022, o valor do Fundo de Pensões do pessoal da Caixa calculado pela Sociedade
Gestora totaliza 3.307 milhões de euros. Foi ultrapassada a exigência de financiamento mínimo obrigatório
de 100% das responsabilidades com os reformados e pelo menos 95% com os ativos (146,7%). O
cumprimento desta responsabilidade foi influenciado positivamente pela evolução positiva da taxa de
desconto (1,35% para 3,6%).
591
3.7.5. Divulgação das Remunerações
Mesa da Assembleia Geral
Remunerações
Remuneração Valor da Senha Valor Bruto
Mandato Cargo Nome
Anual Fixado Auferido (€)
(1) (5)
2020-2023 Presidente Paulo Mota Pinto 6.000 6.000
(2) (5)
2020-2023 Presidente Nuno Cunha Rodrigues 8.211 8.211
(3) (5)
2020-2023 Vice-Presidente Maria João Pessoa de Araújo 0 0
(4) (5)
2020-2023 Secretário Manuela Duro Teixeira 0 0
(1) Renunciou ao cargo por incompatibilidade legal para a função considerando o início do exercício do mandato de Deputado à
Assembleia da República. 14.211
(2) Exerce funções desde 31/05/2022;
(3) Não remunerada por representar a DGTF onde exerce o cargo de Diretora-Geral;
(4) Não remunerada por ser colaboradora da CGD;
(5) Não existem senhas de presença para os membros da Assembleia Geral.
Deslocações em Serviço
Não foram registados custos de deslocações em serviço relativamente aos membros da CRAG em 2022.
592
Conselho de Administração
Remuneração fixa
(euros)
Aos membros do Conselho de Administração da Caixa não foram pagos montantes por desempenho de
cargos em outras sociedades em relação de domínio ou de grupo com a Caixa.
Senhas de presença
Os membros não executivos do Conselho de Administração auferem senhas de presença pela sua
participação nas reuniões das Comissões Especiais do Conselho de Administração. O valor de senha de
presença é de 3.700 euros por reunião com um limite anual de 49.000 euros, excetuando o valor da senha
de presença do Presidente da CAUD que é de 4.900 euros por reunião.
Senhas de Presença
(€)
Membro do Conselho de Administração
Valor Auferido no ano
593
Remuneração variável
A crise pandémica da Covid-19, com implicações globais em termos sanitários e económicos, nos mercados
financeiros e sistemas bancários, determinou a adoção de medidas de política monetária e orçamental, bem
como alterações significativas dos enquadramentos legais e regulamentares, em todos os setores da
atividade e em especial na atividade bancária. Neste sentido, o Banco Central Europeu (BCE) recomendou,
em 27 de março de 2020, que, pelo menos até 1 de outubro de 2020, não fossem pagos dividendos e não
fossem assumidos compromissos irrevogáveis de pagamento de dividendos pelas instituições de crédito
relativamente aos exercícios de 2019 e 2020 e que as instituições de crédito se abstivessem de recompra
de ações destinadas a remunerar acionistas12. Em 27 de julho de 2020 foi transmitido às instituições de
crédito um entendimento similar por aquela entidade, considerando o elevado nível de incerteza devido à
pandemia e, consequentemente, a necessidade de prolongamento da suspensão do pagamento de
dividendos até 1 de janeiro de 2021, com a indicação de que, relativamente à distribuição de resultados do
exercício de 2020, a ocorrer após esta data, seriam disponibilizadas orientações adicionais, no quarto
trimestre de 2020. Em 15 de dezembro de 2020, o BCE prolongou a recomendação de “extrema prudência”
no pagamento de remuneração variável até 30 de setembro de 2021, especialmente no que concerne aos
Titulares de Funções Relevantes. Após esta data, deixou de existir restrição regulamentar no pagamento
de remuneração variável.
Assim, em novembro de 2022 foram pagas as partes diferidas para 2021 em numerário e em espécie da
remuneração variável atribuída em anos anteriores, referentes ao resultado dos exercícios de 2017
(numerário) e 2018 (numerário e subscrição de papel comercial, com retenção de um ano). As
remunerações pagas em numerário foram sujeitas a retenção na fonte de IRS de acordo com as taxas
vigentes aplicáveis. As remunerações pagas em espécie serão sujeitas a englobamento em sede de IRS,
à taxa máxima em vigor (48%).
2018 (1) 2019(2) 2020 (3) 2021(4) 2022 2023 (5) Total (5)
Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo 56.387,40 11.277,48 11.277,48 11.277,48 11.277,48 11.278,35 112.775,67
Francisco Ravara Cary 39.486,74 7.897,35 7.897,35 7.897,35 7.897,35 7.897,83 78.973,97
João Paulo Tudela Martins 39.486,74 7.897,35 7.897,35 7.897,35 7.897,35 7.897,83 78.973,97
José António da Silva de Brito 39.486,74 7.897,35 7.897,35 7.897,35 7.897,35 7.897,83 78.973,97
José João Guilherme 43.456,96 8.691,39 8.691,39 8.691,39 8.691,39 8.692,31 86.914,83
Maria João Borges Carioca Rodrigues 39.486,74 7.897,35 7.897,35 7.897,35 7.897,35 7.897,83 78.973,97
Nuno Alexandre Carvalho Martins 34.928,57 6.985,71 6.985,71 6.985,71 6.985,71 6.985,85 69.857,26
Carlos António Torroaes Albuquerque 34.928,57 6.985,71 6.985,71 6.985,71 6.985,71 6.985,85 69.857,26
Total 327.648,46 65.529,69 65.529,69 65.529,69 65.529,69 65.533,68 655.300,90
(1) Parcela paga em março de 2019; (2) Parcela paga em novembro de 2019; (3) Parcela paga em junho de 2021; (4) Parcela paga em novembro de 2022; (5) Como a
denominação mínima do Papel Comercial é de 1euro, arredondou-se por defeito a parte em espécie da RV, sendo pago o valor inferior a 1 euro, sob forma de numerário, no
último ano (2023).
12
A 14 de abril de 2020, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) emitiu uma recomendação dirigida aos emitentes de
valores mobiliários solicitando, entre outros aspetos, que, em sede de remunerações adotem princípios de transparência e
sustentabilidade, tendo em conta os interesses de longo prazo de acionistas e restantes partes interessadas.
De igual forma, no dia 27 de maio de 2020, o Comité Europeu do Risco Sistémico (CERS), na qualidade de autoridade de supervisão
macro prudencial do sistema financeiro da União Europeia, emitiu uma recomendação (CERS/2020/7) destinada a apoiar e reforçar as
iniciativas anteriores das diferentes autoridades das supervisão, reconhecendo o papel pró-cíclico dos bancos e advertindo para a
necessidade de manutenção de níveis elevados de capital, através da limitação da distribuição de capitais e de lucros, até pelo menos 1
de janeiro de 2021, a fim de aumentar a sua resiliência, promover o fluxo de crédito à economia real e garantir um level playing field entre
instituições.
594
(1)
Membro do CA Remuneração Variável em Espécie (€)
(2) (2)
2018 2019 2020 2021 2022 2023 Total
Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 112.774,00 112.774,00
Francisco Ravara Cary 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 78.973,00 78.973,00
João Paulo Tudela Martins 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 78.973,00 78.973,00
José António da Silva de Brito 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 78.973,00 78.973,00
José João Guilherme 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 86.913,00 86.913,00
Maria João Borges Carioca Rodrigues 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 78.973,00 78.973,00
Nuno Alexandre Carvalho Martins 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 69.857,00 69.857,00
Carlos António Torroaes Albuquerque 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 69.857,00 69.857,00
Total 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 655.293,00 655.293,00
(1) A remuneração em espécie será paga na totalidade no último ano (2023); (2) Como a denominação mínima do Papel Comercial é de 1 euro, arredondou-se por defeito a parte em
espécie da RV, sendo pago o valor inferior a 1 euro sob a forma de numerário, no último ano (2023).
(1) (2)
2019 2020 2021(3) 2022 2023 2024 (4) Total (4)
Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo 61.652,26 12.330,45 12.330,45 12.330,45 12.330,45 12.332,97 123.307,03
Francisco Ravara Cary 44.091,50 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.820,27 88.184,97
João Paulo Tudela Martins 46.944,00 9.388,80 9.388,80 9.388,80 9.388,80 9.393,77 93.892,97
José António da Silva de Brito 44.091,50 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.820,27 88.184,97
José João Guilherme 46.944,00 9.388,80 9.388,80 9.388,80 9.388,80 9.393,77 93.892,97
Maria João Borges Carioca Rodrigues 44.091,50 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.820,27 88.184,97
Nuno Alexandre Carvalho Martins 44.091,50 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.820,27 88.184,97
Carlos António Torroaes Albuquerque 44.091,50 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.818,30 8.820,27 88.184,97
Total 375.997,76 75.199,55 75.199,55 75.199,55 75.199,55 75.221,86 752.017,82
(1) Parcela paga em novembro de 2019; (2) Parcela paga apenas em junho de 2021; (3) Parcela paga em novembro de 2022; (4) Como a denominação mínima do Papel
Comercial é 1 euro, arredondou-se por defeito a parte em espécie da RV, sendo pago o valor inferior a 1 euro sob a forma de numerário, no último ano (2024).
Também no decorrer de 2022 foi atribuída e paga aos membros executivos do Conselho de Administração
remuneração variável relativamente aos resultados dos exercícios de 2019 e 2020.
595
REMUNERAÇÃO VARIÁVEL ATRIBUÍDA EM 2022 REFERENTE AO RESULTADO DE
2019
O Dr. Paulo Macedo renunciou ao recebimento de remuneração variável por referência ao exercício de
2019.
596
REMUNERAÇÃO VARIÁVEL ATRIBUÍDA EM 2022 REFERENTE AO RESULTADO DE
2020
A componente diferida da remuneração variável relativa aos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020, assim como
a remuneração variável adquirida relativa ao ano de 2021, foi paga em 2022 a administradores de bancos
participados, membros do órgão de administração das entidades domésticas, diretores e empregados do
Grupo.
Benefícios sociais
Benefícios Sociais (€)
Subsídio de
Regime de proteção social Outros
Membro do CA refeição
Seguro Seguro
Valor / Montante de saúde de Vida
Identificar Valor Identificar Valor
Dia pago Ano
597
Os membros não executivos do Conselho de Administração que não efetuaram contribuições para a
segurança social apresentaram declarações comprovativas de que efetuam contribuições para outros
regimes de proteção social, nos países de origem ou na Caixa Geral de Aposentações.
598
3.8. Transações com partes relacionadas e outras
O relato financeiro das transações com partes relacionadas é realizado de acordo com a IAS 24, sendo
consideradas entidades relacionadas da Caixa todas as empresas controladas pelo Grupo Caixa, as
empresas associadas, os empreendimentos conjuntos, os órgãos de gestão da Caixa e outras entidades
controladas pelo Estado Português.
Ativos
Passivos
Resultados
599
(milhares de euros)
31-12-2022 3
Outras entidades Outr
Estado Português Estado Português
do Estado Associadas d
(DGT) (DGT)
Português P
Ativos
Títulos e instrumentos financeiros derivados de negociação 6.938.876 294.167 66.627 6.857.263
Passivos
Resultados
As transações com entidades relacionadas são efetuadas com base nos valores de mercado nas respetivas
datas. Os saldos de “Outras entidades do Estado Português” excluem transações com a Administração
Regional ou Local.
Cada operação está sujeita a aprovação por um mínimo de dois terços dos membros do Conselho de
Administração, depois de obtidos os pareceres prévios das funções de gestão de risco e de compliance e
do órgão de fiscalização, ou poderá estar abrangida por uma autorização agregada que é renovada
trimestralmente por decisão de um mínimo de dois terços dos membros do Conselho de Administração, que
é igualmente objeto de parecer das funções de gestão de risco e de compliance e do órgão de fiscalização.
A Política de Transações com Partes Relacionadas teve a sua primeira atualização em 2022, com vista a
refletir a alteração do modelo de governo da Caixa que substituiu o Conselho Fiscal por uma Comissão de
Auditoria.
A versão inicial da autorização agregada aprovada em 2021 foi revista em 2022, com vista a incluir
operações em que a Caixa intervenha como adquirente de bens e serviços em condições de mercado,
tendo ainda sido aprovadas alterações à autorização agregada, que entrou em vigor em 1 de janeiro de
2023, por forma a prever uma listagem exemplificativa de tipologias de operações abrangidas pelo referido
mecanismo e o estabelecimento de um limite quantitativo abaixo do qual determinada transação de menor
relevância se considera abrangida pela autorização agregada.
600
Procedimentos adotados em matéria de aquisição de bens e
serviços
A Caixa possui procedimentos transparentes relativos à aquisição de bens e serviços, orientados por
princípios de economia e eficácia. O Caixa – Serviços Partilhados, A.C.E. (CSP) está mandatado pela Caixa
para assegurar a aquisição de bens e serviços para a Caixa.
Elaboração da informação para deliberação por parte do órgão próprio com competências
delegadas para o efeito;
Contratação
Elaboração da minuta do contrato e negociação dos termos finais, atendendo ao conteúdo do
processo negocial, não podendo porém, dar início a qualquer aspeto da sua execução antes da
data de início de produção de efeitos;
601
Transações que não tenham ocorrido em condições de mercado
A Caixa possui procedimentos transparentes relativos à aquisição de bens e serviços, orientados por
princípios de economia e eficácia pautando a sua conduta pela observância dos objetivos e dos princípios
de legalidade e ética empresarial fixados, nomeadamente, no Regime Jurídico do Setor Empresarial do
Estado. Contudo, existem aquisições de bens e serviços que são realizadas sem consulta ao mercado,
designadamente quando efetuadas a empresas ou participadas do Grupo, nomeadamente:
602
3.9. Análise de sustentabilidade económica, social e
ambiental
As melhores práticas adotadas pela Caixa no que respeita à sustentabilidade económica, social e ambiental
constam do Relatório de Sustentabilidade que, juntamente com este Relatório de Governo Societário,
integra o Relatório de Gestão e Contas da Caixa para o ano de 2022.
603
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo B – Índice
751 - 808
Global Reporting Initiative
604
dos impactes ambientais, económicos e sociais das 3. Relatório de Governo Societário » 3.6
atividades, etc.). Organização interna » 3.6.3. Regulamentos e
574 - 575
Códigos » Aplicação de Normas de Concorrência e
de Proteção do Consumidor
605
3.10. Orientações legais ao abrigo do RJSPE
A Caixa, enquanto empresa integralmente detida pelo Estado Português, encontra-se sujeita ao
cumprimento de orientações legais previstas no Regime Jurídico do Setor Público Empresarial (RJSPE). O
presente relato reporta-se aos critérios definidos através da Ofício n.º 505, de 31 de janeiro de 2022. Para
efeitos de clareza, a seguinte tabela identifica onde constam neste Relatório de Governo Societário (RGS)
os temas não incluídos no presente Capítulo.
Requisito Resposta
Este indicador representa o número médio de dias desde a data de entrada da fatura na Caixa e o respetivo
pagamento, não fornecendo indicações diretas sobre o nível de dívida vencida. Tendo a maioria dos
contratos da Caixa com os seus fornecedores condições de pagamento com prazos de vencimento a 60
dias, o resultado deste indicador sugere que a Caixa em 2022 pagou tendencialmente antes de vencidas
as faturas.
Também à semelhança do sucedido em anos anteriores, o aumento verificado no quarto trimestre não está
diretamente relacionado com um maior atraso nos pagamentos nesse trimestre, mas sim com o aumento
do volume de faturação (em montante e quantidade), nesse período o que, aplicando a metodologia de
cálculo definida no referido Despacho, (que prevê a divisão do valor em dívida no fim do trimestre face ao
valor total da faturação desse trimestre), se traduz neste resultado.
606
Variação
2021 2022
média anual
Trimestre 1.º 2.º 3.º 4.º 1.º 2.º 3.º 4.º Valor %
Prazo (dias) 30 36 26 42 44 31 22 42 0 0,0%
A Caixa mandatou o Caixa - Serviços Partilhados, A.C.E. para, entre outros, a prestação de serviços
relacionados com a faturação e processamento dos pagamentos relativos aos fornecimentos de bens e
serviços.
Neste âmbito, o CSP tem implementado um processo de tratamento de faturas que permite detetar a
existência de situações de divergência quanto à execução dos serviços, valores faturados e à ausência dos
elementos obrigatórios a constar nas faturas.
Como forma de tornar cada vez mais eficiente este processo, e tendo como objetivo a diminuição dos prazos
de pagamento, foi encetada em 2019 uma estratégia de migração maciça dos fornecedores da Caixa para
a faturação eletrónica. No final de 2022, mais de metade das faturas dos fornecedores da Caixa foram
recebidas em formato eletrónico.
Adicionalmente, o CSP tem investido ativamente na otimização e normalização dos processos relacionados
com a gestão da faturação e na redução dos tempos associados à aprovação das faturas por parte das
áreas da Caixa que gerem os contratos/ serviços respetivos.
Estas ações têm permitido uma redução significativa no intervalo de tempo entre a receção e o tratamento
das faturas na Caixa, a agilização e desmaterialização dos procedimentos associados ao tratamento das
faturas e assim melhor contribuir para o cumprimento dos prazos de pagamento acordados com os
fornecedores.
PAGAMENTOS PENDENTES
Dezembro 2022
Tipo de encargos e compromissos nos Entre 0 a 90 Entre 90 a Entre 120 a Entre 240 a Após 360
termos do artigo 2.º DL n.º 65-A/2011 (€) dias 120 dias 240 dias 360 dias dias
DESPESAS DE REPRESENTAÇÃO
Despesas de Representação do CA (€)
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Valor anual 18.136 2.795 3.230 5.397 4.724 6.374 5.371
607
GASTOS COM COMUNICAÇÕES MÓVEIS
608
DESLOCAÇÕES EM SERVIÇO
Gastos anuais associados a Deslocações em Serviço (€)
Membro do CA
Deslocações Custo com Ajudas de Outras Gasto total
em Serviço Alojamento (a) custo (b) Identficar (c) Valor com viagens
António Farinha Morais 841,96 1.748,10 0,00 2.590,06
Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo 29.937,00 19.415,20 0,00 VISTO 380,00 49.732,20
José João Guilherme 22.377,62 21.354,12 0,00 43.731,74
Francisco Ravara Cary 19.770,74 2.681,85 0,00 VISTO 290,00 22.742,59
João Paulo Tudela Martins 868,81 434,87 0,00 1.303,68
Maria João Borges Carioca Rodrigues 25.516,40 14.300,60 0,00 VISTO 235,00 40.052,00
Nuno Alexandre de Carvalho Martins 8.072,38 802,36 0,00 8.874,74
Madalena Rocheta de Carvalho Talone 5.770,70 149,00 0,00 5.919,70
Maria Manuela Martins Ferreira 7.489,28 3.561,45 0,00 11.050,73
António Alberto Henrique Assis 461,06 1.043,31 0,00 1.504,37
José António da Silva Brito 0,00 149,00 0,00 149,00
María del Carmen Gil Marín 0,00 149,00 0,00 149,00
Maria João Martins Ferreira Major 0,00 0,00 0,00 0,00
Arlindo Manuel Limede de Oliveira 0,00 149,00 0,00 149,00
Hans-Helmut Kotz 6.952,08 2.932,45 0,00 9.884,53
Luís Filipe Coimbra Nazaret 0,00 0,00 0,00 0,00
Monique Eugénie Hemerijck 6.815,03 14.695,63 0,00 21.510,66
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Praticas-de-Bom-
Governo/Documents/CGD_Plano-para-igualdade-genero.pdf
609
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Praticas-de-Bom-
Governo/Documents/RCRHM_2021.pdf
Na mesma lógica, a Caixa não se encontra vinculada a aderir ao Sistema Nacional de Compras Públicas
(SNCP), incluindo o sistema BASE, porque tem natureza comercial, tendo por objeto o exercício da
atividade bancária nos mais amplos termos permitidos por lei.
Embora a Caixa não tenha aderido ao Sistema Nacional de Compras Públicas, a mesma tem Regulamentos
internos e externos que se aproximam dos procedimentos adotados naquele âmbito.
A Caixa pauta a sua conduta no mercado pela observância dos objetivos e dos princípios de legalidade e
de ética empresarial fixados para o regime do setor empresarial do Estado estabelecido pelo Decreto – Lei
n.º 133/2013, de 3 de outubro, a saber, entre outros:
Transparência,
Responsabilidade social,
Desenvolvimento sustentável,
610
Serviços de manutenção aplicacional dos canais digitais - NTT Data Portugal, S.A.;
Empreitada de Instalações Elétricas e AVAC para remodelação do Edifício Sede – Siemens, S.A.;
Primeiro aditamento ao Contrato de Auditoria Externa 2021-2024 - Ernst & Young, Audit &
Associados – SROC, S.A.;
Segundo aditamento ao Contrato de Auditoria Externa 2021-2024 - Ernst & Young, Audit &
Associados – SROC, S.A.;
Licenciamento Audit trail, SMS e Marketing personalizado da Salesforce - SFDC Ireland Limited;
611
Serviços de Outsourcing DAC - DXC Technology Portugal, Lda.;
Serviços de manutenção aplicacional dos canais digitais - NTT Data Portugal, S.A.;
Licenciamento e implementação do SWIFT XLM & target plugin no projecto Front to Back - Misys
Spain SL – Sucursal em Portugal;
Parque de veículos
Parque Automóvel
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Nº de viaturas 1.296 873 812 810 804 817 785
Com a aplicação da nova política de atribuição de viaturas (aprovada em 2017), a Caixa tem vindo a reduzir
o número de viaturas (menos 511 viaturas face a 2016 (-39,4%)); esta iniciativa visa a redução de custos,
especialmente no que se refere à gestão de viaturas e deslocações em serviço, apontando para a utilização
ainda mais responsável e ambientalmente sustentável da frota automóvel no Grupo Caixa.
Neste sentido, continuam a ser adotadas medidas de gestão centralizada e de otimização dos processos
relacionados com a aquisição, afetação e utilização de viaturas de serviço tanto na Caixa, como no âmbito
das empresas do Grupo Caixa sediadas em território nacional.
Gastos operacionais
Com o Plano Estratégico 2021-2024 manteve-se uma estratégia em matéria de Custos com Pessoal focada
na retenção e atração de talento através de mais formação e maior premiação, e em matéria de Gastos
Gerais Administrativos na habilitação da transformação para superar a pressão inflacionista.
Ajustamento do quadro de pessoal por via de saídas através de processos de reforma, de pré-
reforma e rescisões por mútuo acordo (sem necessidade de substituição dos colaboradores) e em
entradas assentes na necessidade de requalificação e rejuvenescimento das estruturas;
612
Ganhos de eficiência operacional:
Redução do Cost to Serve através do aumento de 7,7% no número de Clientes Digitais Ativos e
disponibilização de serviços de desbloqueio do contrato Caixadirecta em ATM e na Assistente
Digital (app);
Externalização da linha informativa Caixa Contact Center com redução de custos com
equipamentos informáticos e ocupação de espaço no edifício sede;
As iniciativas previstas para a redução efetiva dos gastos gerais administrativos no Grupo Caixa são as
seguintes:
Implementação de novo modelo de distribuição físico, com novos formatos de agência e modelo
de parcerias, com reforço do parque de máquinas (VTM) e redução transversal de custos daí
decorrente (rendas, eletricidade, facilites services, viaturas, ATM/VTM, etc.);
Otimização dos custos associados ao parque de viaturas de serviço (quantidade, espécie e âmbito
de serviços correlacionados);
613
Redução de custos associados à produção e expedição de correspondência;
614
EVOLUÇÃO DOS GASTOS OPERACIONAIS - CGD PORTUGAL
(milhares de euros)
2022 / 2021
2022
(Unidade: milhares de euros) 2021 Exec. 2020 Exec. ∆ Absol. Var. %
Exec.
EBITDA n.a n.a n.a
Gastos administrativos 170.840 162.009 170.508 8.832 5,5%
Gastos com pessoal 616.466 251.201 321.342 365.265 145,4%
i) indemnizações pagas por rescisão (a) - - - - -
(b)
ii) Impacto da reversão das reduções remuneratórias - - - - -
iii) Impacto da aplicação dos IRCT - - - - -
Gastos com pessoal corrigidos dos encargos i), ii) e iii) 616.466 251.201 321.342 365.265 145,4%
Gastos operacionais 787.306 413.210 491.850 374.097 90,5%
(c)
Volume de negócios 1.609.180 1.227.088 1.210.887 382.092 31,1%
Peso dos Gastos/VN 49% 34% 41% 95 p.p. -
Gastos com comunicações 6.999 6.895 8.084 104 1,5%
Gastos com deslocações e alojamento 1.363 640 784 723 113,0%
Gastos com ajudas de custo 182 102 97 80 78,4%
(d)
Gastos com as viaturas 3.990 3.330 3.509 660 19,8%
Total gastos Com., Des. Ajudas Custo e Viaturas 12.534 10.967 12.474 1.567 14,3%
Gastos com estudos, pareceres, projetos e consultoria 14.617 9.215 12.019 5.402 58,6%
Os Gastos com Pessoal no exercício de 2022, no valor de 616,5 milhões de euros, foram impactados pelos
custos extraordinários e não recorrentes de 322,8 milhões de euros, destacando-se 245,8 milhões de euros
referentes à transferência dos ativos e responsabilidades do fundo de pensões para a Caixa Geral de
Aposentações. Também no exercício de 2021 esta rubrica foi impactada por fatores não recorrentes, no
valor total de -77,2 milhões de euros, devido essencialmente ao ajustamento de provisões associadas a
benefícios pós-emprego e ajustamento nos custos previstos com o programa de pré-reformas. Deduzido
de efeitos não recorrentes, os custos com pessoal em 2022 face a 2021 registaram uma redução de 34,8
milhões de euros.
615
Dever de informação no sítio do SEE
Divulgação
Estatutos S maio 22
Caracterização da Empresa S janeiro 23
Função de tutela e accionista S junho 17 Inalterado
Modelo de Governo / Membros dos Órgãos Sociais
- Identificação dos Órgãos Sociais S novembro 22
- Estatuto Remuneratório Fixado S novembro 22
- Divulgação das remunerações auferidas pelos Órgãos Sociais S novembro 22
- Funções e responsabilidades dos membros do Conselho de Administração S novembro 22
- Apresentação das sínteses curriculares dos membros dos Órgãos Sociais S novembro 22
Esforço Financeiro Público S março 23
Ficha Síntese S janeiro 23
Informação Financeira histórica e atual S janeiro 23
Princípios de Bom Governo:
- Regulamentos internos e externos a que a empresa está sujeita S janeiro 23
- Transações relevantes com entidades relacionadas S janeiro 23
- Outras transações S janeiro 23
- Análise da sustentabilidade da empresa nos domínios:
- Económico S janeiro 23
- Social S janeiro 23
- Ambiental S janeiro 23
- Avaliação do Cumprimento dos Princípios de Bom Governo S janeiro 23
- Código de ética S janeiro 23
Orientações de gestão S dezembro 22
616
Grau de cumprimento dos requisitos legais exigidos ao abrigo do
RJSPE
A aplicabilidade e avaliação do grau de cumprimentos dos requisitos legais exigidos ao abrigo do Regime
Jurídico do Setor Publico Empresarial (RJSPE) de acordo com o Apêndice 2 da Ofício n.º 505 de 31 de
janeiro de 2022, é a seguinte:
Cumprimento Quantificação /
Justificação / Referência ao ponto do Relatório
S N N/A Identificação
Objectivos de Gestão X Capítulo. – 1.3.1. Missão e valores
A execução do Plano Estratégico 2021-24,que irá governar a atividade do Grupo CGD durante os
próximos anos teve início em 2021.
Este conjunto de pilares e prioridades estratégicas deverá reforçar os ganhos obtidos com a
Metas a atingir constante no PAO 2022 X implementação do Plano anterior, estando focado em seis dimensões críticas: Pilar I - Inovação
e Qualidade de Serviço; Pilar II - Liderança e proposta de valor, Pilar III - Rendibilidade e
eficiência, Pilar IV - Gestão dos riscos, Pilar V - Pessoas, cultura e talento, Pilar VI -
Sustentabilidade e impacto social.
Em 2022 o prazo médio de pagamentos em base anual, foi igual ao ano anterior.
Evolução do PMP a fornecedores Inalterado
Capitulo 10 - Orientações Legais ao abrigo do RJSPE/Prazo médio de pagamentos
Não reembolso de despesas de Todas as despesas reembolsadas têm como suporte um documento comprovativo da sua
X
representação pessoal realização
Valor máximo despesas associadas a
X Capitulo 10 - Orientações Legais ao abrigo do RJSPE
comunicações
Valor máximo de combustível e portagens
X Capitulo 10 - Orientações Legais ao abrigo do RJSPE
afeto mensalmente às viaturas de serviço
Proibição de realização de despesas não
X Capitulo 10 - Orientações Legais ao abrigo do RJSPE
documentadas ou confidenciais
Contratação Pública
A CGD rege-se pelo direito privado e não lhe é aplicável o Código dos Contratos Públicos (CCP)
e não se encontra vinculada a aderir ao Sistema Nacional de Compras Públicas (SNCP),
Aplicação das Normas de contratação pública
X incluindo o sistema BASE
pela empresa
Auditorias do Tribunal de Contas X Nos últimos 3 anos não foram conduzidas auditorias à Caixa pelo Tribunal de Contas.
A CGD tem vindo a reduzir o número de viaturas ao longo dos últimos anos, menos 511
Número de viaturas do parque automóvel X 785
viaturas face 2016
617
3.11. Avaliação do governo societário
3.11.1. Declaração de Cumprimento – RJSPE
Avaliação do grau de cumprimento das Práticas de Boa Governação Societária a
que a Caixa se encontra obrigada
I Síntese
1 Síntese
3.1. Síntese
2 Práticas de bom governo
II Missão, Objetivos e Políticas
1 Missão, visão e valores que orientam a sociedade
2 Políticas e linhas de ação no âmbito da estratégia definida 3.2. Missão, Objetivos e Políticas
3 Fatores críticos de sucesso
Não tem contratualizada a prestação
4 Conformidade com as orientações definidas pelo ministério setorial n.a.
de serviço público
III Estrutura do Capital
1 Estrutura de capital
2 Eventuais limitações à titularidade e/ou transmissibilidade das ações 3.3. Estrutura de Capital
3 Acordos parassociais
IV Participações Sociais e Obrigações detidas
Identificação das pessoas singulares (órgão sociais) e/ou coletivas (empresa) que, direta ou
1
indiretamente, são titulares de participações noutras entidades
Aquisição e a alienação de participações sociais, bem como a participação em quaisquer
2
entidades de natureza associativa ou fundacional 3.4. Participações Sociais e
Indicação do número de ações e obrigações detidas por membros dos órgãos de Obrigações Detidas
3
administração e fiscalização
Informação sobre a existência de relações de natureza comercial entre os titulares de
4
participações e a sociedade
V Órgãos Sociais e Comissões
A Modelo de Governo
1 Modelo de governo adotado 3.5.1. Modelo de Governo
B Assembleia Geral
Composição da mesa da assembleia geral com identificação dos cargos, membros e
1 3.5.2.1. Assembleia Geral
mandato
As acções da CGD são
2 Deliberações acionistas n.a. exclusivamente detidas pelo
accionista Estado
C. Administração e Supervisão
Regras estatutárias sobre procedimentos aplicáveis à nomeação e substituição dos
1
membros
2 Número estatutário mínimo e máximo de membros e duração estatutária do mandato
3.5.2.2. Conselho de Administração
3 Composição e duração do mandato
Distinção dos membros executivos e não executivos do conselho de administração e
4
identificação dos membros independentes
3.5.2.2. Conselho de Administração e
5 Elementos curriculares de cada um dos membros
Anexo III
Comunicação da apresentação das declarações de cada um dos membros do órgão de
administração ao órgão de administração e ao órgão de fiscalização, bem como à Inspeção- 3.4. Participações sociais e
6 Geral de Finanças (IGF), de quaisquer participações patrimoniais que detenham na obrigações detidas
empresa, assim como quaisquer relações que mantenham suscetíveis de gerar conflitos de 3.5.2.2. Conselho de Administração
interesse
3.5.3. Prevenção de Conflitos de
7 Relações familiares, profissionais ou comerciais dos membros, com o acionista
Interesses
Organogramas ou mapas funcionais relativos à repartição de competências entre os vários 3.5.2.2. Conselho de Administração
8 órgãos sociais, comissões e/ou departamentos da empresa, incluindo informação sobre 3.6.2. Controlo Interno e Gestão de
delegações de competências Riscos
D Fiscalização
1 Identificação do órgão de fiscalização correspondente ao modelo adotado
2 Elementos curriculares de cada um dos membros
Procedimentos e critérios aplicáveis para efeitos de contratação de serviços adicionais ao
3
auditor externo
3.5.2.3. Fiscalização
4 Outras funções e, se aplicável, da comissão para as matérias financeiras
Indicação do número estatutário mínimo e máximo de membros e duração estatutária dos
5 mandatos, consoante aplicável, do Conselho Fiscal, da Comissão de Auditoria, do Conselho
Geral e de Supervisão ou da Comissão para as Matérias Financeiras
Composição do conselho fiscal, da comissão de auditoria, do conselho geral e de supervisão
6
ou da comissão para as matérias financeiras
Identificação dos membros do conselho fiscal, da comissão de auditoria, do conselho geral e
3.5.2.2. Conselho de Administração
7 de supervisão ou da comissão para as matérias financeiras que se considerem
3.5.2.3. Fiscalização
independentes
Caracterização do funcionamento do conselho fiscal, da comissão de auditoria, do conselho
8
geral e de supervisão ou da comissão para as matérias financeiras
618
RELATÓRIO DE GOVERNO SOCIETÁRIO Cumpre Capítulo
619
RELATÓRIO DE GOVERNO SOCIETÁRIO Cumpre Capítulo
620
3.11.2. Declaração de Cumprimento – Código IPCG
Declaração de Cumprimento do Código de Governo das Sociedades do Instituto
Português de Corporate Governance (IPCG)
A Caixa é uma sociedade anónima e empresa pública, detida pelo Estado Português. No âmbito do governo
societário, e atendendo à sua realidade jurídica, a instituição cumpre as orientações para o setor público
empresarial emitidos pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público
Empresarial (UTAM) e com o disposto no Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro - Regime Jurídico do
Setor Público Empresarial.
Adicionalmente, no presente Relatório é evidenciada a assunção pela Caixa dos princípios de bom governo
societário resultantes do Código de Governo das Sociedades do IPCG (CGS), aplicável às entidades
emitentes de ações admitidas à negociação em mercado regulamentado. Desde 2020, a Caixa publica no
seu Relatório de Governo Societário (RGS) a respetiva Declaração de Cumprimento do CGS evidenciando,
assim, o seu compromisso com as melhores práticas de governo societário, que têm assumido cada vez
mais um papel de destaque na condução da instituição.
Num total de cinquenta e três recomendações, a Caixa considera que são adotadas quarenta e seis
recomendações e sete não lhe são aplicáveis por força da sua realidade jurídica. Na tabela que se segue
encontram-se discriminados os princípios e as recomendações do IPCG em matéria de governo societário
vertidas no referido Código de Governo das Sociedades, sendo ainda identificados, na integralidade dos
casos, a respetiva adoção por parte da Caixa, ou ainda a possibilidade de tais disposições não serem
aplicáveis à sociedade. A justificação quanto à adoção de cada recomendação e a remissão para o ponto
do capítulo deste relatório onde a respetiva temática é desenvolvida encontra-se indicada na seguinte
tabela:
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
Capítulo I. Condições gerais
Princípio: As sociedades e, em particular, os seus administradores devem tratar de forma equitativa os acionistas e
restantes investidores, assegurando designadamente mecanismos e procedimentos para o adequado tratamento e
divulgação da informação.
Princípios:
I.2.A As sociedades asseguram a diversidade na composição dos respetivos órgãos de governo e a adoção de critérios
de mérito individual nos respetivos processos de designação, os quais são da exclusiva competência dos acionistas.
I.2.B As sociedades devem ser dotadas de estruturas decisórias claras e transparentes e assegurar a máxima eficácia do
funcionamento dos seus órgãos e comissões. I.2.B As sociedades devem ser dotadas de estruturas decisórias claras e
transparentes e assegurar a máxima eficácia do funcionamento dos seus órgãos e comissões.
621
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
I.2.C As sociedades asseguram que o funcionamento dos seus órgãos e comissões é devidamente registado,
designadamente em atas, que permitam conhecer não só o sentido das decisões tomadas, mas também os seus
fundamentos e as opiniões expressas pelos seus membros.
O processo de identificação de
competências e habilitações para
seleção de candidatos a integrar o
Conselho de Administração da
Caixa está previsto nas
denominadas “Políticas de
I.2.1 As sociedades devem
Avaliação e Sucessão” (integradas
estabelecer critérios e requisitos
pela Política de Avaliação da
relativos ao perfil de novos membros
Adequação para a Seleção dos
dos órgãos societários adequados à
membros dos Órgãos de
função a desempenhar, sendo que,
Administração e Fiscalização, dos
além de atributos individuais (como
Titulares de Funções Essenciais e
competência, independência,
dos Gerentes das Sucursais Capítulo 3.5.2 –
integridade, disponibilidade e Adotada
estabelecidas no Estrangeiro e Ponto 3.5.2.2
experiência), esses perfis devem
pelo Plano de Sucessão para os
considerar requisitos de diversidade,
Membros do Conselho de
dando particular atenção ao do
Administração, Titulares de
género, que possam contribuir para a
Funções Essenciais e Gerentes da
melhoria do desempenho do órgão e
Sucursais Estabelecidas no
para o equilíbrio na respetiva
Estrangeiro) que visam,
composição.
igualmente, assegurar a
continuidade da gestão da Caixa
por forma a evitar a substituição de
um número excessivo de membros
do órgão de administração, em
simultâneo.
I.2.2 Os órgãos de administração e A composição e funcionamento
de fiscalização e as suas comissões dos órgãos de administração, de
internas devem dispor de fiscalização e das Comissões
regulamentos internos — Especiais do Conselho de
nomeadamente sobre o exercício Administração da Caixa
das respetivas atribuições, encontram-se definidos nos
Capítulo 3.5.1,
presidência, periodicidade de Adotada respetivos Regulamentos Internos
3.5.2 e 3.6.5
reuniões, funcionamento e quadro de publicados no sítio institucional da
deveres dos seus membros — Caixa. Note-se que o conjunto
divulgados na íntegra no sítio destes regulamentos encontra-se
institucional da sociedade, devendo igualmente traduzido para língua
ser elaboradas atas das respetivas inglesa e publicado no mesmo
reuniões. sítio.
A composição e o número de
I.2.3. A composição e o número de reuniões mantidas no ano em
reuniões anuais dos órgãos de causa pelos órgãos de
administração, de fiscalização e das administração, de fiscalização e Capítulo 3.5.1,
Adotada
suas comissões internas devem ser Comissões Especiais do Conselho 3.6.5
divulgados através do sítio Internet de Administração da Caixa estão
da sociedade. publicados no sítio institucional da
Caixa.
O artigo 37º do Código de Conduta
da Caixa estabelece que a
instituição disponibiliza um circuito
de comunicação interna de práticas
I.2.4. Deve ser adotada uma política
irregulares alegadamente
de comunicação de irregularidades
ocorridas no âmbito da sua
(whistleblowing) que garanta os
atividade, assegurando a
meios adequados para a
confidencialidade no seu
comunicação e tratamento das Capítulo 3.6 –
Adotada tratamento, bem como a não
mesmas com salvaguarda da Ponto 3.6.1
retaliação sobre o autor da
confidencialidade das informações
comunicação realizada de boa fé.
transmitidas e da identidade do
transmitente, sempre que esta seja Este circuito é regulamentado pelo
solicitada. normativo interno que estabelece o
Sistema de Comunicação Interna
de Práticas Irregulares (SCIPI),
que determina as suas
caraterísticas, o tratamento dado
622
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
às comunicações, bem como os
intervenientes no sistema.
Princípio: Os membros dos órgãos sociais, mormente os administradores, deverão criar as condições para que, na
medida das responsabilidades de cada órgão, seja assegurada a tomada de medidas ponderadas e eficientes e, de igual
modo, para que os vários órgãos da sociedade atuem de forma harmoniosa, articulada e com a informação adequada ao
exercício das respetivas funções.
Princípio: Deve ser prevenida a existência de conflitos de interesses, atuais ou potenciais, entre os membros de órgãos
ou comissões societárias e a sociedade. Deve garantir-se que o membro em conflito não interfere no processo de decisão.
623
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
interesses, os interesses dos seus
clientes sejam prejudicados. As
normas internas da Caixa, a que os
membros dos órgãos sociais, se
encontram vinculados, incluem: (i)
o Código de Conduta da Caixa,
publicado no sítio institucional da
Caixa; (ii) a Política Global de
Prevenção e Gestão de Conflitos
de Interesses da Caixa, publicada
no sistema de normas internas; (iii)
a Política de avaliação da
adequação para a seleção dos
membros dos órgãos de
administração e fiscalização e dos
titulares de funções essenciais,
publicada no sítio institucional da
Caixa e (iv) Normas internas
relacionadas com a prevenção de
conflitos de interesse ao nível
institucional, como sejam as que
respeitam a proibições e limitações
na concessão de crédito a
membros dos órgãos sociais.
A Política Global de Prevenção e
Gestão de Conflitos de Interesses
da Caixa prevê que os membros
I.4.2. Deverão ser adotados dos órgãos de administração e de
procedimentos que garantam que o fiscalização têm pleno
membro em conflito não interfere no conhecimento de que não podem
processo de decisão, sem prejuízo intervir na apreciação e decisão de
Adotada Capítulo 3.5.3
do dever de prestação de operações em que sejam direta ou
informações e esclarecimentos que o indiretamente interessados os
órgão, a comissão ou os respetivos próprios, seus cônjuges, ou
membros lhe solicitarem. pessoas com quem vivam em
união de facto, parentes ou afins
em 1.º grau, ou sociedades ou
outros.
Princípio: Pelos potenciais riscos que comportam, as transações com partes relacionadas devem ser justificadas pelo
interesse da sociedade e realizadas em condições de mercado, sujeitando-se a princípios de transparência e a adequada
fiscalização.
624
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
órgão de fiscalização, da Direção
de Compliance e da Direção de
Gestão de Risco.
Princípios:
II.A O adequado envolvimento dos acionistas no governo societário constitui um fator positivo de governo societário,
enquanto instrumento para o funcionamento eficiente da sociedade e para a realização do fim social.
II.B A sociedade deve promover a participação pessoal dos acionistas nas reuniões da Assembleia Geral, enquanto
espaço de comunicação dos acionistas com os órgãos e comissões societários e de reflexão sobre a sociedade.
II.C A sociedade deve implementar meios adequados para a participação e o voto à distância dos acionistas na
assembleia.
625
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
encargos pela sociedade em caso de
transição de controlo ou de mudança
da composição do órgão de
administração e que se afigurem
suscetíveis de prejudicar o interesse
económico na transmissão das
ações e a livre apreciação pelos
acionistas do desempenho dos
administradores.
Princípios:
III.A Os membros de órgãos sociais com funções de administração não executiva e de fiscalização devem exercer, de
modo efetivo e criterioso, uma função fiscalizadora e de desafio à gestão executiva para a plena realização do fim social,
devendo tal atuação ser complementada por comissões em áreas centrais do governo da sociedade.
III.B A composição do órgão de fiscalização e o conjunto dos administradores não executivos devem proporcionar à
sociedade uma equilibrada e adequada diversidade de competências, conhecimentos e experiências profissionais.
III.C O órgão de fiscalização deve desenvolver uma fiscalização permanente da administração da sociedade, também
numa perspetiva preventiva, acompanhando a atividade da sociedade e, em particular, as decisões de fundamental
importância para a sociedade.
Conforme previsto no
Regulamento do Conselho de
Administração, os membros do
órgão de administração promovem
e participam na definição da
estratégia da instituição, das suas
principais Políticas, da sua
estrutura de grupo e decisões que
devam considerar-se estratégicas
III.1. Sem prejuízo das funções legais
para a instituição. O modelo de
do presidente do conselho de
governo e a relação institucional e
administração, se este não for
funcional entre os órgãos sociais
independente, os administradores
da Caixa tem contribuído, para o
independentes devem designar entre
desenvolvimento eficaz da sua
si um coordenador para,
atividade, sem constrangimentos e
designadamente, (i) atuar, sempre
com autonomia para o exercício Capítulo 3.5.2
que necessário, como interlocutor
das suas funções. Neste âmbito,
com o presidente do conselho de Adotada
os Presidentes das Comissões
administração e com os demais
Especiais do Conselho de
administradores, (ii) zelar por que
Administração (membros não
disponham do conjunto de condições
executivos) e o Presidente do
e meios necessários ao desempenho
Conselho de Administração
das suas funções e (iii) coordená-los
reúnem-se mensalmente para
na avaliação do desempenho pelo
análise e discussão de matérias
órgão de administração prevista na
relacionadas com o governo
recomendação V.1.1
interno da Caixa e com as matérias
da competência de cada Comissão
Especial, mantendo uma interação
fluida e regular, não se verificando,
por isso, a necessidade de
designar um coordenador para
atuar como interlocutor com o
Presidente do Conselho de
Administração.
III.2. O número de membros não O Conselho de Administração é
executivos do órgão de constituído por um número
administração, bem como o número adequado de membros, tendo em
de membros do órgão de fiscalização conta, em particular, a estrutura e a
e o número de membros da dimensão da instituição e a
comissão para as matérias Adotada complexidade dos riscos inerentes Capítulo 3.5.2
financeiras deve ser adequado à à sua atividade. Os
dimensão da sociedade e à Administradores Não Executivos
complexidade dos riscos inerentes à desempenham atividades de
sua atividade, mas suficiente para supervisão e avaliação contínua da
assegurar com eficiência as funções gestão da Sociedade, garantindo a
626
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
que lhes estão cometidas, devendo efetiva capacidade de
constar do relatório de governo a acompanhamento, supervisão e
formulação deste juízo de avaliação da atividade dos
adequação. membros executivos, cumprindo
assim, com eficiência e eficácia, os
deveres que lhes foram atribuídos.
III.3. Em todo o caso, o número de O Conselho de Administração da
administradores não executivos deve Caixa é composto por nove
Adotada Capítulo 3.5.2
ser superior ao de administradores membros não executivos e oito
executivos. membros executivos.
III.4. Cada sociedade deve incluir um
número não inferior a um terço, mas
sempre plural, de administradores
não executivos que cumpram os
requisitos de independência. Para
efeitos desta recomendação,
considera-se independente a pessoa
que não esteja associada a qualquer
grupo de interesses específicos na
sociedade, nem se encontre em
alguma circunstância suscetível de
afetar a sua isenção de análise ou de
decisão, nomeadamente em virtude A avaliação do cumprimento dos
de: requisitos de independência dos
i. Ter exercido durante mais de doze Administradores Não Executivos
anos, de forma contínua ou da Caixa é verificada no âmbito do
intercalada, funções em qualquer processo de reavaliação anual da
órgão da sociedade; adequação e sempre que ocorram
ou sejam conhecidos factos
ii. Ter sido colaborador da sociedade suscetíveis de a impactar, de
ou de sociedade que com ela se acordo com as disposições legais
encontre em relação de domínio ou do Código das Sociedades
de grupo nos últimos três anos; Comerciais, do Regime Geral de
iii. Ter, nos últimos três anos, Instituições de Crédito e
prestado serviços ou estabelecido Sociedades Financeiras, do
relação comercial significativa com a conjunto de normativos internos
sociedade ou com sociedade que em vigor na Caixa Geral de
Adotada Capítulo 3.5.2
com esta se encontre em relação de Depósitos, S.A. sobre o tema dos
domínio ou de grupo, seja de forma quais se destacam a Política de
direta ou enquanto sócio, Avaliação da Adequação para a
administrador, gerente ou dirigente Seleção dos membros dos Órgãos
de pessoa coletiva; de Administração e Fiscalização,
iv. Ser beneficiário de remuneração dos Titulares de Funções
paga pela sociedade ou por Essenciais e dos Gerentes das
sociedade que com ela se encontre Sucursais Estabelecidas no
em relação de domínio ou de grupo Estrangeiro e o Plano de Sucessão
para além da remuneração e em linha com as boas práticas de
decorrente do exercício das funções governo societário e das
de administrador; recomendações do Código do
Governo das Sociedades do
v. Viver em união de facto ou ser Instituto Português de Corporate
cônjuge, parente ou afim na linha Governance (IPCG).
reta e até ao 3.º grau, inclusive, na
linha colateral, de administradores da
sociedade, de administradores de
pessoa coletiva titular de
participação qualificada na
sociedade ou de pessoas singulares
titulares direta ou indiretamente de
participação qualificada;
vi. Ser titular de participação
qualificada ou representante de um
acionista titular de participações
qualificadas.
III.5. O disposto no parágrafo (i) da
recomendação III.4 não obsta à Não há Administradores nestas
Não Aplicável Capítulo 3.5.2
qualificação de um novo condições.
administrador como independente
627
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
se, entre o termo das suas funções
em qualquer órgão da sociedade e a
sua nova designação, tiverem
entretanto decorrido pelo menos três
anos (cooling-off period).
Compete ao órgão de fiscalização,
nomeadamente, avaliar e
pronunciar-se sobre as linhas
estratégicas e a política de risco
III.6. Com respeito pelas da sociedade e fiscalizar a
competências que lhe são conferidas qualidade e eficácia do sistema de
por lei, o órgão de fiscalização avalia gestão de riscos, do sistema de
e pronuncia-se sobre as linhas Adotada controlo interno e do sistema de Capítulo 3.5.2.3
estratégicas e a política de risco, auditoria interna e supervisionar a
previamente à sua aprovação final execução das funções
pelo órgão de administração. desempenhadas no âmbito da
auditoria interna e sistema de
controlo interno previamente à sua
aprovação final pelo órgão de
administração.
Sem prejuízo da manutenção da
responsabilidade pelo exercício
das respetivas competências
enquanto órgão social, o
III.7. As sociedades devem dispor de
Regulamento Interno do Conselho
comissões especializadas em
de Administração prevê a
matéria de governo societário,
possibilidade de constituição de
nomeações e avaliação de
comissões permanentes
desempenho, separada ou
especiais, compostas por alguns
cumulativamente. No caso de ter
dos seus membros não
sido criada a comissão de
Adotada executivos, sempre que considere Capítulo 3.5.1.2
remunerações prevista pelo artigo
conveniente e adequado,
399º do Código das Sociedades
delegando nelas o exercício de
Comerciais, e de tal não ser proibido
determinadas funções
por lei, esta recomendação pode ser
específicas. De entre as
cumprida mediante a atribuição a
Comissões Especiais da Caixa,
esta comissão de competência nas
encontram-se, em linha com a
referidas matérias.
recomendação III.7, a Comissão
de Governo e a Comissão de
Nomeações, Avaliação e
Remunerações.
Princípios:
IV.A Como forma de aumentar a eficiência e a qualidade do desempenho do órgão de administração e o adequado fluxo
de informação para este órgão, a gestão corrente da sociedade deve pertencer a administradores executivos com as
qualificações, competências e a experiência adequadas à função. À administração executiva compete gerir a sociedade,
prosseguindo os objetivos da sociedade e visando contribuir para o seu desenvolvimento sustentável.
IV.B Na determinação do número de administradores executivos, devem ser ponderados, além dos custos e da desejável
agilidade de funcionamento da administração executiva, a dimensão da empresa, a complexidade da sua atividade e a
sua dispersão geográfica.
O Regulamento Interno do
Conselho de Administração,
disponível no sítio institucional da
IV.1. O órgão de administração deve Caixa identifica no seu artigo 5º,
aprovar, através de regulamento alínea 5.6, com a epígrafe
interno ou mediante via equivalente, “Independência e Conflito de
o regime de atuação dos interesse”, que o Administrador
Adotada Capítulo 3.8
administradores executivos que pretenda assumir funções
aplicáveis ao exercício por estes de executivas ou não executivas
funções executivas em entidades numa entidade que não integre o
fora do grupo. Grupo Caixa, informará essa sua
pretensão ao Presidente do
Conselho de Administração, ou no
caso deste último, o Presidente da
628
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
Comissão de Auditoria, aplicando-
se as regras previstas para a
gestão de conflitos de interesses
constantes da Política Global de
Prevenção e Gestão de Conflito
de Interesses em vigor na Caixa
O Regulamento interno do
Conselho de Administração,
IV.2. O órgão de administração deve
disponível no sítio institucional da
assegurar que a sociedade atua de
Caixa, prevê no seu Artigo 8º as
forma consentânea com os seus
suas competências,
objetivos e não deve delegar
nomeadamente (i) em matéria de
poderes, designadamente, no que
definição de políticas gerais da
respeita a: i) definição da estratégia e
Caixa e de todas as sociedades
das principais políticas da sociedade; Adotada Capítulo 3.5.2
que com ela, a qualquer momento,
ii) organização e coordenação da
estejam rem relação de domínio
estrutura empresarial; iii) matérias
ou de grupo; (ii) aprovar o plano
que devam ser consideradas
estratégico e os planos de
estratégicas em virtude do seu
orçamento, tanto anuais como
montante, risco ou características
plurianuais, e as suas alterações,
especiais.
acompanhando periodicamente a
sua execução.
A Caixa tem como missão a
criação de valor para a sociedade
portuguesa, prestando serviços
bancários de qualidade aos
particulares e às empresas,
contribuindo assim para a
melhoria do bem-estar das
IV.3. No relatório anual, o órgão de famílias portuguesas e para o
administração explícita em que desenvolvimento do setor
termos a estratégia e as principais empresarial, gerando a Capítulo 3.2 -
políticas definidas procuram rendibilidade adequada para o Missão,
Adotada
assegurar o êxito a longo prazo da acionista. A Caixa garante o Objetivos e
sociedade e quais os principais acesso dos clientes a um conjunto Políticas
contributos daí resultantes para a diversificado de produtos e
comunidade em geral. serviços financeiros de qualidade,
com particular enfoque na
captação da poupança e na
concessão de financiamento de
médio e longo prazo, baseando-se
num modelo de governo societário
eficiente e no respeito dos mais
elevados padrões éticos.
Princípio: A sociedade deve promover a avaliação do desempenho do órgão executivo e dos seus membros
individualmente e ainda do desempenho global do órgão de administração e das comissões especializadas constituídas
no seu seio.
629
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
Os processos de reavaliação
anual da adequação dos membros
dos órgãos de administração
evidenciam a sua disponibilidade
e dedicação do tempo necessário
para desempenharem, individual e
coletivamente, o cargo e funções
que lhes estão cometidas.
Atendendo ao conjunto de
Orientações aplicáveis, ao
RGICSF e às políticas internas em
vigor na Caixa, a estrutura, a
dimensão, a composição e o
desempenho do Conselho de
Administração e de cada um dos
membros que o integram é
avaliada com periodicidade
mínima anual.
V.2 Remunerações
Princípios:
V.2.A. A política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização deve permitir à sociedade
atrair, a um custo economicamente justificável pela sua situação, profissionais qualificados, induzir o alinhamento de
interesses com os dos acionistas — tomando em consideração a riqueza efetivamente criada pela sociedade, a situação
económica e a do mercado — e constituir um fator de desenvolvimento de uma cultura de profissionalização, de
sustentabilidade, de promoção do mérito e de transparência na sociedade.
V.2.B. Os administradores devem receber uma remuneração:
i) que retribua adequadamente a responsabilidade assumida, a disponibilidade e a competência colocadas ao serviço da
sociedade; ii) que garanta uma atuação alinhada com os interesses de longo prazo dos acionistas e promova a atuação
sustentável da sociedade; e iii) que premeie o desempenho.
630
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
V.2.3. Para cada mandato, a
comissão de remunerações ou a
No âmbito das suas Capítulo
assembleia geral, sob proposta
competências, compete à CRAG a 3.5.2.1. –
daquela comissão, deve igualmente
fixação do montante máximo de Comissão de
aprovar o montante máximo de todas
todas as compensações a pagar Remunerações
as compensações a pagar ao
aos membros do Conselho de da Assembleia
membro de qualquer órgão ou Adotada
Administração e da Comissão de Geral – CRAG)
comissão da sociedade em virtude
Auditoria em virtude da cessação
da respetiva cessação de funções,
de funções, nos termos da lei e, na
procedendo-se à divulgação da Capítulo 3.7 -
medida do aplicável, da política de
referida situação e montantes no Remunerações
remunerações vigente.
relatório de governo ou no relatório
de remunerações.
V.2.4. A fim de prestar informações O Presidente da CRAG e
ou esclarecimentos aos acionistas, o respetivos membros estão
presidente ou, no seu impedimento, presentes na Assembleia Geral
outro membro da comissão de Anual, e em todas as outras, onde
remunerações deve estar presente sejam discutidos e deliberados
na assembleia geral anual e em assuntos relacionados com a
Adotada Capítulo 3.5.2.1
quaisquer outras se a respetiva remuneração dos membros dos
ordem de trabalhos incluir assunto órgãos da sociedade, ou se tal
conexo com a remuneração dos presença tiver sido requerida pelo
membros dos órgãos e comissões da acionista.
sociedade ou se tal presença tiver
sido requerida por acionistas.
Nos termos do Regulamento
Interno da CRAG, disponível no
sítio institucional da Caixa, a
CRAG poderá designar, quando
V.2.5. Dentro das limitações
entender necessário, um ou mais
orçamentais da sociedade, a
elementos de apoio, com
comissão de remunerações deve
experiência adquirida nas áreas
poder decidir livremente a
Adotada da sua competência, para Capítulo 3.5.2.1.
contratação, pela sociedade, dos
prestação de informação e
serviços de consultadoria
realização de trabalhos visando
necessários ou convenientes para o
fundamentar as respetivas
exercício das suas funções.
análises e conclusões, desde que
os respetivos custos estejam
incorporados no orçamento da
Caixa.
No ano de 2022, a CRAG não
contratou a prestação de serviços
de consultadoria a entidades
externas. A CGD possui
procedimentos transparentes
relativos à aquisição de bens e
serviços, orientados por princípios
de economia e eficácia, pautando a
sua conduta pela observância dos
V.2.6. A comissão de remunerações
objetivos e dos princípios de
deve assegurar que aqueles serviços
legalidade e ética empresarial
são prestados com independência e
fixados, nomeadamente, no
que os respetivos prestadores não
Regime Jurídico do Setor
serão contratados para a prestação
Adotada Empresarial do Estado. O Caixa – Capítulo 3.5.2.1.
de quaisquer outros serviços à
Serviços Partilhados, A.C.E. (CSP)
própria sociedade ou a outras que
está mandatada pela CGD para
com ela se encontrem em relação de
assegurar a aquisição de bens e
domínio ou de grupo sem
serviços para a CGD. É da
autorização expressa da comissão.
responsabilidade da CRAG a
verificação da independência dos
prestadores de serviços que
venham a ser contratados, sendo
que a independência é condição
sine qua non para a constituição e
funcionamento da CRAG conforme
disposto no artigo 5.4 do
Regulamento da CRAG
631
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
A remuneração dos membros
executivos do Conselho de
Administração é composta por uma
componente fixa e uma
componente variável, sendo esta
última de atribuição não garantida.
A componente fixa da
V.2.7. Tendo em vista o alinhamento remuneração representa uma
de interesses entre a sociedade e os proporção suficientemente elevada
administradores executivos, uma da remuneração total dos
parte da remuneração destes deve membros executivos do Conselho Capitulo 3.7 –
Adotada
ter natureza variável que reflita o de Administração, de modo a 3.7.3
desempenho sustentado da permitir a aplicação de uma política
sociedade e não estimule a plenamente flexível relativamente
assunção de riscos excessivos. à componente variável, incluindo a
possibilidade do seu não
pagamento.
A componente variável está
indexada à realização de objetivos
concretos e critérios qualitativos e
em sintonia com os interesses a
longo prazo da Caixa.
O valor total da componente
variável da remuneração a atribuir
aos membros executivos do
Conselho de Administração, em
função do desempenho, é
determinada pelo acionista, por
V.2.8. Uma parte significativa da proposta da CRAG.
componente variável deve ser A atribuição de cada parcela da
parcialmente diferida no tempo, por componente variável da
um período não inferior a três anos, remuneração, na parte diferida, Capítulo 3.7 –
associando-a, necessariamente, à Adotada depende do preenchimento da 3.7.3
confirmação da sustentabilidade do Condição de Acesso (conforme
desempenho, nos termos definidos definida na Política de
em regulamento interno da Remuneração), ao Período de
sociedade. Diferimento (5 anos a contar da
Data de Atribuição) e à verificação
da não aplicabilidade de
mecanismos de redução e de
reversão, de acordo com a Política
de Remuneração e com os
normativos e orientações em vigor.
V.2.9. Quando a remuneração
variável compreender opções ou
outros instrumentos direta ou
O período de diferimento é de 5 Capítulo 3.7 –
indiretamente dependentes do valor Adotada
anos. 3.7.3
das ações, o início do período de
exercício deve ser diferido por um
prazo não inferior a três anos.
A remuneração dos membros não
executivos do Conselho de
Administração bem como dos
V.2.10. A remuneração dos membros da Comissão de
administradores não executivos não Auditoria é composta,
Capítulo 3.7 –
deve incluir nenhuma componente Adotada exclusivamente, por uma
3.7.2
cujo valor dependa do desempenho componente fixa, não integrando
da sociedade ou do seu valor. qualquer componente variável nem
estando a sua atribuição
dependente dos resultados da
Caixa.
V.3 Nomeações
Princípio: Independentemente do modo de designação, o perfil, conhecimentos e currículo dos membros dos órgãos
sociais e dos quadros dirigentes devem adequar-se à função a desempenhar.
632
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
O respeito pela diversidade nos
órgãos sociais constitui um dos
elementos estruturantes do
processo de identificação de
competências e habilitações para
seleção de candidatos a integrar o
Conselho de Administração da
Caixa e que está previsto no Plano
de Sucessão dos membros do
Conselho de Administração e
titulares de funções essenciais
(Plano de Sucessão) que visa,
V.3.1. A sociedade deve, nos termos igualmente, assegurar a
que considere adequados, mas de continuidade da gestão da Caixa
forma suscetível de demonstração, por forma a evitar a substituição de
promover que as propostas para um número excessivo de
eleição dos membros dos órgãos membros em simultâneo.
Adotada Capítulo 3.5.2.2
sociais sejam acompanhadas de
fundamentação a respeito da A composição do órgão de
adequação do perfil, conhecimentos administração deve refletir os
e currículo à função a desempenhar conhecimentos, as competências
por cada candidato. e a experiência necessários ao
cumprimento das suas
obrigações. No que concerne à
diversidade no Conselho de
Administração, a Caixa tem um
compromisso firme com uma
maior diversidade de género e
paridade na sua composição e
que a mesma proporcione
igualmente o equilíbrio entre o
conhecimento, capacidades,
qualificações e experiência
profissional.
A Comissão de Nomeações,
Avaliação e Remunerações da
V.3.2. A não ser que a dimensão da Caixa (CNAR) presta apoio ao
sociedade o não justifique, a função Conselho de Administração nos
de acompanhamento e apoio às processos de identificação dos
Adotada Capítulo 3.5.2.2
designações de quadros dirigentes Titulares de Funções Relevantes e
deve ser atribuída a uma comissão na seleção e avaliação da
de nomeações. adequação, anual ou específica,
dos titulares de funções
essenciais.
A CNAR é composta por 3
V.3.3. Esta comissão inclui uma membros do Conselho de
maioria de membros não executivos Adotada Administração com funções não Capítulo 3.5.2.2
independentes. executivas, sendo a sua maioria
independentes.
O processo de identificação de
competências e habilitações para
seleção de candidatos a integrar o
V.3.4. A comissão de nomeações Conselho de Administração está
deve disponibilizar os seus termos de previsto no Plano de Sucessão
referência e deve induzir, na medida dos membros do Conselho de
das suas competências, processos Administração e titulares de
de seleção transparentes que funções essenciais. A Política de
incluam mecanismos efetivos de Avaliação da Adequação para a
identificação de potenciais Seleção dos membros dos Órgãos
Adotada Capítulo 3.5.2.2
candidatos, e que sejam escolhidos de Administração e Fiscalização,
para proposta os que apresentem dos titulares de Funções
maior mérito, melhor se adequem às essenciais e dos gerentes das
exigências da função e promovam, sucursais estabelecidas no
dentro da organização, uma Estrangeiro, disponível no sítio
diversidade adequada incluindo de institucional da Caixa, estabelece,
género. (i) os princípios gerais e objetivos
que lhe estão subjacentes; (ii) os
responsáveis pela avaliação da
adequação; (iii) os requisitos de
633
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
adequação; (iv) os procedimentos
de avaliação da adequação à luz
dos requisitos legalmente
estabelecidos; (v) as regras sobre
prevenção, comunicação e
sanação de situações de conflitos
de interesses e (vi) os meios de
formação profissional
disponibilizados pela Caixa tendo
em vista a aquisição e o
desenvolvimento de
competências.
Princípio: Tendo por base a estratégia de médio e longo prazo, a sociedade deverá instituir um sistema de gestão e
controlo de risco e de auditoria interna que permita antecipar e minimizar os riscos inerentes à atividade desenvolvida.
634
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
eficácia do sistema de controlo
interno e das Funções de Controlo
na CGD (…)”
Tais competências estão
igualmente explicitadas no
capítulo “3.6.2. Controlo Interno e
Gestão de Riscos” do RGS.
Esta matéria encontra-se prevista
no Regulamento Interno do órgão
de fiscalização Os mecanismos e
procedimentos de controlo para
monitorização do cumprimento do
Sistema de Gestão de Risco
resultam do Plano Anual de
Atividades do órgão de
fiscalização onde constam as
atividades e respetivo
planeamento a realizar por este
órgão para cada função de
controlo, nomeadamente, (i) a
análise e acompanhamento dos
VI.3. O sistema de controlo interno,
Relatório e Planos de Atividades
compreendendo as funções de
da Função de Risco, (ii)
gestão de riscos, compliance e
monitorização da apetência pelo
auditoria interna, deve ser
risco das entidades do grupo, (iii)
estruturado em termos adequados à
relatório de seguimento da carteira Capítulo
dimensão da sociedade e à
de crédito, (iv) relatório de 3.5.2.3.
complexidade dos riscos inerentes à Adotada
seguimento de NPL, (v)
sua atividade, devendo o órgão de Capítulo 3.6.2
seguimento do risco operacional,
fiscalização avaliá-lo e, no âmbito da
assim como a periodicidade da
sua competência de fiscalização da
sua verificação no decurso do ano.
eficácia deste sistema, propor os
Uma das prioridades estratégicas
ajustamentos que se mostrem
do Plano Estratégico das Funções
necessários.
de Controlo (PEFC), aprovado em
Conselho de Administração, visa
estabelecer um novo modelo
organizativo e funcional da
Direção de Compliance (DC), da
Direção de Auditoria Interna (DAI)
e da Direção de Gestão de Risco
(DGR), em particular na sua
articulação com os órgãos de
gestão e supervisão, por forma a
melhorar a eficácia das 2ª e 3ª
linhas de defesa na monitorização
dos riscos e no contributo para a
realização da estratégia da Caixa.
Esta matéria encontra-se prevista
no Regulamento Interno do órgão
de fiscalização Cabe ao órgão de
fiscalização o acompanhamento
VI.4. O órgão de fiscalização deve
da atividade das funções de
pronunciar-se sobre os planos de
controlo - Auditoria Interna,
trabalho e os recursos afetos aos
Compliance e Gestão de Riscos -,
serviços do sistema de controlo Capítulo 3.5.2.3
transmitindo ao Conselho de
interno, incluindo às funções de Adotada
Administração, as recomendações Capítulo 3.6.2
gestão de riscos, compliance e
que considere oportunas para
auditoria interna, podendo propor os
melhorar a monitorização da
ajustamentos que se mostrem
adequação e a eficácia da cultura
necessários.
organizacional, dos sistemas de
governo interno e de controlo
interno da Caixa e do Grupo
Caixa.
635
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
auditoria interna, pelo menos quando compete à Comissão de Auditoria
estejam em causa matérias certificar-se da eficácia dos
relacionadas com a prestação de sistemas de controlo interno, de
contas, a identificação ou a auditoria interna e de gestão de
resolução de conflitos de interesses riscos, devendo para o efeito:
e a deteção de potenciais (a) Avaliar os procedimentos,
irregularidades. tendo em vista certificar-se da
existência de uma gestão eficiente
das respetivas atividades, através
da adequada gestão de riscos e do
sistema de monitorização do
controlo interno, através,
nomeadamente, de: (i) avaliação
do ambiente de controlo e da
gestão de riscos conforme
definidos na Taxonomia de riscos
do Grupo Caixa e demais
legislação aplicável; (ii)
acompanhamento da atividade
das funções de controlo - Auditoria
Interna, Compliance e Gestão de
Riscos, transmitindo ao Conselho
de Administração, as
recomendações que considere
oportunas acerca das matérias
objeto desses relatórios; (iii)
realização de reuniões periódicas
com as funções de Auditoria
Interna, Compliance e Gestão de
Riscos.
O Capítulo 3.6.2 descreve as
Funções de Controlo da Caixa,
nomeadamente, a função de
Gestão de Riscos. No âmbito
desta função, a Direção de Gestão
VI.6. Tendo por base a sua política
de Risco (DGR) da Caixa tem por
de risco, a sociedade deve instituir
objeto a proteção do capital do
uma função de gestão de riscos,
Grupo Caixa, nomeadamente
identificando (i) os principais riscos a
através da gestão dos riscos de
que se encontra sujeita no
capital e solvência, de crédito, de
desenvolvimento da sua atividade,
mercado, de liquidez, de taxa de
(ii) a probabilidade de ocorrência dos Adotada Capítulo 3.6.2
juro da carteira bancária,
mesmos e o respetivo impacto, (iii) os
operacional e riscos não
instrumentos e medidas a adotar
financeiros. A DGR apresenta à
tendo em vista a respetiva mitigação
Comissão Executiva (CE),
e (iv) os procedimentos de
Comissão de Riscos (CR) e ao
monitorização, visando o seu
órgão de fiscalização um relatório
acompanhamento.
sobre a gestão de riscos, com
periodicidade mínima anual,
indicando as medidas adequadas
para corrigir eventuais
deficiências.
Compete ao órgão de fiscalização
proceder à apreciação crítica do
Sistema de Controlo Interno do
VI.7. A sociedade deve estabelecer Grupo Caixa zelando para que a
procedimentos de fiscalização, cultura organizacional da
avaliação periódica e de ajustamento instituição e os seus sistemas de
do sistema de controlo interno, governo e controlo interno sejam
incluindo uma avaliação anual do adequados e eficazes e
Adotada Capítulo 3.6.2
grau de cumprimento interno e do promovam uma gestão sã e
desempenho desse sistema, bem prudente.
como da perspetiva de alteração do Compete ainda ao órgão de
quadro de risco anteriormente fiscalização, avaliar e promover a
definido. eficácia e eficiência da Função de
Auditoria Interna. A Função de
Auditoria Interna certifica a
resolução das deficiências de
636
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
controlo interno, nos termos
definidos na Política de Gestão
das Deficiências de Controlo
Interno reportando-os
periodicamente aos órgãos de
administração e de fiscalização. A
Função de Auditoria Interna
apresenta anualmente um
relatório com uma avaliação global
da adequação e eficácia, como um
todo, da cultura organizacional e
dos sistemas de governo e
controlo interno, bem como da
atuação dos órgãos de
administração e de fiscalização e
das principais deficiências
detetadas.
Princípios:
VII.A O órgão de fiscalização deve, com independência e de forma diligente, assegurar-se de que o órgão de
administração cumpre as suas responsabilidades na escolha de políticas e critérios contabilísticos apropriados e no
estabelecimento de sistemas adequados para o reporte financeiro, para a gestão de riscos, para o controlo interno e para
a auditoria interna.
VII.B O órgão de fiscalização deve promover uma adequada articulação entre os trabalhos da auditoria interna e da revisão
legal de contas.
Princípio: Cabe ao órgão de fiscalização estabelecer e monitorizar procedimentos formais, claros e transparentes sobre
o relacionamento da sociedade com o revisor oficial de contas e a fiscalização do cumprimento por este das regras de
independência que a lei e as normas profissionais lhe impõem.
637
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
definir, nos termos do regime legal termos do disposto no
aplicável, os procedimentos de Regulamento Interno do órgão de
fiscalização destinados a assegurar fiscalização, compete à Comissão
a independência do revisor oficial de de Auditoria fiscalizar a
contas. independência da Sociedade de
Revisores Oficiais de Contas e,
nesse quadro, apreciar e decidir,
sobre a prestação pela Sociedade
de Revisores Oficiais de Contas
de serviços adicionais à sociedade
e sociedades do Grupo Caixa,
bem como sobre as respetivas
condições.
Encontra-se em vigor, desde
2021, a “Política de Seleção e
Designação da Sociedade de
Revisores Oficiais de Contas e
Contratação de Serviços Distintos
De Auditoria Não Proibidos", a
qual inclui, entre outros, os
procedimentos associados às
seguintes atividades: (i)
acompanhamento e verificação
dos serviços prestados pela
SROC; (ii) fiscalização da
independência da SROC; (iii) e
contratação de serviços distintos
de auditoria não proibido
A Comissão de Auditoria é o
VII.2.2. O órgão de fiscalização deve principal interlocutor da Sociedade
ser o principal interlocutor do revisor de Revisores Oficiais de Contas e
oficial de contas na sociedade e o o primeiro destinatário dos
primeiro destinatário dos respetivos respetivos relatórios, competindo-
relatórios, competindo-lhe, lhe, designadamente, propor a
Adotada respetiva remuneração e zelar Capítulo 3.5.2.3
designadamente, propor a respetiva
remuneração e zelar para que sejam para que sejam asseguradas,
asseguradas, dentro da empresa, as dentro da sociedade, as condições
condições adequadas à prestação adequadas à prestação dos
dos serviços. serviços.
Compete à Comissão de
Auditoria, nos termos do respetivo
Regulamento Interno publicado no
sítio institucional da Caixa, avaliar
anualmente, o trabalho realizado
pela Sociedade de Revisores
Oficiais de Contas, propor à
VII.2.3. O órgão de fiscalização deve Assembleia Geral a nomeação da
avaliar anualmente o trabalho Sociedade de Revisores Oficiais
realizado pelo revisor oficial de de Contas e fiscalizar a
contas, a sua independência e independência da Sociedade de
adequação para o exercício das Revisores Oficiais de Contas. A
Adotada Capítulo 3.5.2.3
funções e propor ao órgão Política de Seleção e Designação
competente a sua destituição ou a da Sociedade de Revisores
resolução do contrato de prestação Oficiais de Contas da Caixa regula
dos seus serviços sempre que se o processo de seleção e
verifique justa causa para o efeito. designação da SROC, incluindo a
descrição das etapas e
procedimentos a observar, os
critérios de seleção e respetiva
ponderação, os procedimentos e
iniciativas a realizar pelo órgão de
fiscalização para efeitos do
acompanhamento e verificação
dos serviços prestados pela
638
Cumprimento das
Recomendações:
Descrição no
Recomendações Adotada / Observações
Relatório
Não Adotada /
Não Aplicável
SROC e da fiscalização da sua
independência.
639
Anexos
Anexo I - Divulgação de Informação Não Financeira
O Relatório de Sustentabilidade que, juntamente com este Relatório de Governo Societário, constitui parte
integrante do Relatório de Gestão e Contas da Caixa para o ano de 2022, reportando-se ao mesmo
exercício anual, inclui as informações exigidas para a demonstração não financeira definida no Decreto-Lei
n.º 89/2017, contendo as informações bastantes para uma compreensão da evolução, do desempenho, da
posição e do impacto das atividades do Grupo Caixa referentes às questões ambientais, sociais e relativas
aos trabalhadores, à igualdade entre mulheres e homens, à não discriminação, ao respeito dos direitos
humanos, ao combate à corrupção e às tentativas de suborno.
640
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo B – Índice Global Reporting 751 - 808
Indicadores - chave de Initiative
desempenho 4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo D – Resposta às
recomendações da Task Force on Climate-related Financial 816 - 843
Disclosures
641
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo A – Indicadores de 742 - 750
Sustentabilidade
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo B – Índice Global Reporting 751 - 808
Initiative
3. Relatório de Governo Societário » 3.6. Organização interna » 3.6.2. 550 – 553
Controlo Interno e Gestão de Riscos » Sistema de controlo interno
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.7. Estratégia de Sustentabilidade 666 - 671
Principais riscos 2021 – 2024
associados e a forma
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.10. Equidade, Inclusão Digital e
como esses riscos são 701 – 703
Financeira » Equidade, Desenvolvimento e Bem-Estar dos
geridos
Colaboradores » Igualdade de género e práticas de não discriminação
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.11. Modelos de governação
transparentes » Práticas ESG de governação e conduta ética nos 729 - 735
negócios
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.7. Estratégia de Sustentabilidade 671 – 671
Indicadores - chave de 2021-2024 » Taxa de Concretização
desempenho
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo B – Índice Global Reporting 751 - 808
Initiative
642
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.5. Políticas, compromissos e 659 - 661
grupos de trabalho » Compromissos adotados
5. Relatórios e Pareceres às Contas » 5.1. Certificação legal das 846 – 855
contas e relatório de auditoria – contas separadas
5. Relatórios e Pareceres às Contas » 5.2. Certificação legal das 856 – 865
contas e relatório de auditoria – contas consolidadas
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.11. Modelos de governação
transparentes » Práticas ESG de governação e conduta ética nos 729 - 735
Resultados alcançados
negócios
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.12. Divulgação de informação de
sustentabilidade » Avaliações do desempenho de sustentabilidade por 737 - 741
entidades externas
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo B – Índice Global Reporting 751 - 808
Initiative
3. Relatório de Governo Societário » 3.5. Órgãos sociais e comissões
» 3.5.2. Órgãos Sociais » Requisitos de independência dos 525 – 525
administradores não executivos
3. Relatório de Governo Societário » 3.5. Órgãos sociais e comissões 545 – 547
» 3.5.3. Prevenção de conflitos de interesse
3. Relatório de Governo Societário » 3.6. Organização interna » 3.6.1. 549 – 550
Estatutos e Comunicações » Comunicação de irregularidades
Principais riscos
associados e a forma 3. Relatório de Governo Societário » 3.6. Organização interna » 3.6.2. 550 – 553
como esses riscos são Controlo Interno e Gestão de Riscos » Sistema de controlo interno
geridos 3. Relatório de Governo Societário » 3.6. Organização interna » 3.6.3.
Regulamentos e Códigos » Aplicação de normas de prevenção da 571 – 573
corrupção e planos de ação para prevenção e mitigação de fraudes
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.7. Estratégia de Sustentabilidade 666 - 671
2021 – 2024
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.11. Modelos de governação
transparentes » Práticas ESG de governação e conduta ética nos 729 - 735
negócios
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.7. Estratégia de Sustentabilidade 671 - 671
Indicadores - chave de 2021-2024 » Taxa de Concretização
desempenho
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo B – Índice Global Reporting 751 - 808
Initiative
643
Anexo II - Distribuição de pelouros dos membros da
Comissão Executiva
A distribuição de pelouros e respetivas substituições, em vigor até 31 de dezembro de 2022 consta no
quadro seguinte:
644
João Paulo Tudela Martins - Administrador Executivo
Pelouros Alternante
Unidades Organizativas da CGD:
Direção de Gestão de Risco (DGR) Maria João Carioca
Gabinete de Validação de Modelos (GVM) Maria João Carioca
Direção de Rating (DRT) Manuela Ferreira
Gabinete de Prevenção e Segurança (GPS) Nuno Martins
Direção de Compliance (DC) Maria João Carioca
Entidades Domésticas
Caixa Serviços Partilhados Nuno Martins
645
Anexo III - Curriculum Vitae dos membros dos órgãos
sociais
No Capítulo 5 – Órgãos Sociais é apresentado o Curriculum Vitae abreviado dos membros dos órgãos
sociais da Caixa a 31/12/2022. A versão completa encontra-se disponível no site da Caixa através dos links
abaixo:
Presidente – https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Nuno Filipe Abrantes Leal Da Cunha Rodrigues Governo/Documents/Nuno-Filipe-Abrantes-Leal-Cunha-Rodrigues.pdf
Vice-Presidente – https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Maria João Pessoa de Araújo Governo/Documents/Maria-Joao-Pessoa-de-Araujo.pdf
Secretário – https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Manuela Duro Teixeira Governo/Documents/Manuela-Duro-Teixeira.pdf
Presidente – https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
António Farinha Morais Governo/Documents/Antonio-Farinha-Morais.pdf
Vice-Presidente – https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo Governo/Documents/Paulo-Jose-de-Ribeiro-Moita-de-Macedo.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
José João Guilherme
Governo/Documents/Jose-Joao-Guilherme.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Francisco Ravara Cary
Governo/Documents/Francisco-Ravara-Cary.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
João Paulo Tudela Martins
Governo/Documents/Joao-Paulo-Tudela-Martins.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Maria João Borges Carioca Rodrigues
Governo/Documents/Maria-Joao-Borges-Carioca-Rodrigues.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Nuno Alexandre de Carvalho Martins
Governo/Documents/Nuno-Alexandre-de-Carvalho-Martins.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Maria Manuela Martins Ferreira
Governo/Documents/Maria-Manuela-Martins-Ferreira.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Madalena Rocheta Carvalho Talone
Governo/Documents/Madalena-Rocheta-Carvalho-Talone.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Monique Hemerijck
Governo/Documents/Monique-Hemerijck.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Hans-Helmut Kotz
Governo/Documents/Hans-Helmut-Kotz.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Arlindo Manuel Limede de Oliveira
Governo/Documents/Arlindo-Manuel-Limede-de-Oliveira.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
José António da Silva de Brito
Governo/Documents/Jose-Antonio-da-Silva-de-Brito.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Maria Carmen Gil Marin
Governo/Documents/Maria-Carmen-Gil-Marin.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Maria João Martins Ferreira Major
Governo/Documents/Maria-Joao-Martins-Ferreira-Major.pdf
https://www.cgd.pt/Institucional/Governo-Sociedade-CGD/Modelo-de-
Luís Filipe Nunes Coimbra Nazaret
Governo/Documents/Luis-Filipe-Nunes-Coimbra-Nazaret.pdf
646
Anexo IV - Entidades sem fins lucrativos de que a Caixa é
membro associado
Dezembro de 2022
Entidade
Associação Portuguesa de Bancos
AEP - Associação Empresarial de Portugal
AIP - Associação Industrial Portuguesa
COTEC
Centro Nacional da Cultura
Fundação de Serralves
Fundação Eça de Queirós
Fundação Económicas
Instituto Português de Corporate Governance
Fórum para a Competitividade
Câmara de Comércio e Industria Portuguesa
Câmara Comercial Portuguesa na Alemanha
Câmara de Comércio Belgo-Portuguesa
Centro Português de Caracas
SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social
AC - Aliança Connector
American Club of Lisbon
Câmara de Comércio Industria Árabe Portuguesa
Câmara de Comércio Americana em Portugal
Câmara de Comércio e Industria Luso Alemã
Câmara de Comércio e Industria Luso Britânica
Câmara de Comércio e Industria Luso Chinesa
Câmara de Comércio e Indústria Luso Colombiana
Câmara de Comércio e Industria Luso Espanhola
Câmara de Comércio e Industria Luso Francesa
Câmara de Comércio e Industria Luso-Brasileira - Fusão com Clube de Empresários do Brasil
Câmara de Comércio e Industria Luso-Mexicana
Câmara de Comércio e Industria Portugal Angola
Câmara de Comércio Industria e Turismo Portugal Cabo-Verde
Câmara de Comércio Luso Sul Africana
Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa
Câmara de Comércio Portugal Moçambique
CE CPLP Conselho Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Fundação Portugal África
BCSD - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável
CADIN
Carbon Disclosure Project
Foundation Global Compact
GIMAE - Grupo de Implementação, Monitorização e Avaliação da Estratégia (Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo)
GRACE - Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial
UNEP - FI + PRB
IPAI - Instituto Português de Auditores Internos
ACEPI - Associação para o Desenvolvimento e Promoção do Comércio eletrónico em Portugal
APCC - Associação Portuguesa de Contact Centers
Associação Fiscal Portuguesa
Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas - BAD
World Monuments Fund
IPN Instituto Pedro Nunes + Incubadora - Associação para o Desenvolvimento de Atividades de Incubação de Ideias e Empresas
iTeCons - Instituto de investigação e desenvolvimento tecnológico para a construção, energia, ambiente e sustentabilidade
ACI Portugal (Ex-Forex Club Portugal)
APCER
FAE – Fórum de Administradores de Empresas
ICC - Câmara de Comércio e Industria Internacional - Secção Portuguesa
Politec & ID - Associação para o desenvolvimento de conhecimento e inovação (Instituto Politécnico de Lx)
DSPA – Data Science Portuguese Association
CIMPAS – Centro de Informação, Mediação e Arbitragem de Seguros
ALF - Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting
CIP - Confederação Empresarial de Portugal
EPIS - Empresários pela Inclusão Social
South African Portuguese Chamber of Commerce
ISACA - Information Systems Audit and Control Association
647
Anexo V - Participações dos membros de órgãos de
administração e fiscalização
No cumprimento do estipulado no Art. 447º do Código das Sociedades Comerciais, as participações (ações
e obrigações da Caixa) detidas pelos membros do Conselho de Administração e da Comissão de Auditoria,
e respetivos cônjuges e descendentes de menor idade, à data de 31 de dezembro de 2022, eram as
seguintes:
Designação
Cargo Nome
Tipo de participação Valor detido Vencimento
Presidente Não Executivo António Farinha Morais - - -
Papel Comercial 60.867 € 30-06-2023
Vice-Presidente Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo
Papel Comercial 12.330 € 24-11-2023
Papel Comercial 42.755 € 30-06-2023
Administrador Executivo José João Guilherme
Papel Comercial 9.388 € 24-11-2023
Papel Comercial 42.755 € 30-06-2023
Administrador Executivo Francisco Ravara Cary
Papel Comercial 8.818 € 24-11-2023
Papel Comercial 46.902 € 30-06-2023
Administrador Executivo João Paulo Tudela Martins
Papel Comercial 9.388 € 24-11-2023
Papel Comercial 42.755 € 30-06-2023
Administradora Executiva Maria João Borges Carioca Rodrigues
Papel Comercial 8.818 € 24-11-2023
Papel Comercial 42.755 € 30-06-2023
Administrador Executivo Nuno Alexandre de Carvalho Martins
Papel Comercial 8.818 € 24-11-2023
Administradora Executiva Madalena Rocheta de Carvalho Talone Papel Comercial 15.000 € 04-08-2023
Papel Comercial 15.000 € 04-08-2023
Administradora Executiva Maria Manuela Martins Ferreira
Papel Comercial 7.889 € 21-12-2023
Papel Comercial 5.250 € 04-08-2023
Cônjuge Rui Manuel Negrões Soares
Papel Comercial 2.200 € 21-12-2023
Administrador Não Executivo /
António Alberto Henrique Assis - - -
Presidente da Comissão de Auditoria
Administrador Não Executivo / Vogal da Papel Comercial 42.755 € 30-06-2023
José António da Silva Brito
Comissão de Auditoria Papel Comercial 8.818 € 24-11-2023
Administradora Não Executiva / Vogal
Maria del Carmen Gil Marín - - -
da Comissão de Auditoria
Administradora Não Executiva / Vogal
Maria João Martins Ferreira Major - - -
da Comissão de Auditoria
Administradores Não Executivos Arlindo Manuel Limede de Oliveira - - -
Administradores Não Executivos Hans-Helmut Kotz - - -
Administradores Não Executivos Luís Filipe Coimbra Nazaret - - -
Administradora Não Executivoa Monique Eugénie Hemerijck - - -
648
Anexo VI - Relatório e parecer do órgão de fiscalização
A evidência do cumprimento de apresentação do relatório do órgão de fiscalização a que se refere o n.º 2
do artigo 54 do RJSPE encontra-se no ponto 5.3. Relatório e Parecer do Órgão de Fiscalização do presente
documento.
649
650
4.
AGÊNCIA DE CHAVES
Arquitetos
João Simões, com António Reis Camelo . 1940
João Miguel Duarte Ferreira, com José Guedes Cruz . 1986
Índice
652
4.1. Sobre este relatório
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. (Caixa ao longo
deste documento), publica o relatório de
sustentabilidade anual corporativo referente à
atividade desenvolvida em 2022.
653
4.2. Destaques 2022
VARIAÇÃO DAS
NÚMERO DE DISTRIBUIÇÃO EMISSÕES ÂMBITO 1 e
ENTIDADE COLABORADORES POR GÉNERO 2 (location based) DE
GEE (FACE A 2021)
37% Masculino
5.837 -0,6%
63% Feminino
34% Masculino
158 - 11%
66% Feminino
37% Masculino
419 - 19%
63% Feminino
46% Masculino
515 - 18%
54% Feminino
46% Masculino
2.716 9%
54% Feminino
38% Masculino
527 - 9%
62% Feminino
52% Masculino
138 - 15%
48% Feminino
42% Masculino
550 9%
58% Feminino
MENSAGEM
DO PRESIDENTE
DA COMISSÃO
EXECUTIVA.
Paulo Moita de Macedo
Vice-Presidente do Conselho de Administração
e Presidente da Comissão Executiva
Num ano marcado por inúmeras adversidades climáticas com sustentáveis definidas no Regulamento da Taxonomia é mais
elevados impactos socioeconómicos, o cumprimento das metas um passo para alinhar políticas de financiamento sustentável e
do Acordo de Paris e dos 17 Objetivos de Desenvolvimento apoiar os nossos clientes na transição energética.
Sustentável das Nações Unidas afigura-se uma realidade
quase impossível de alcançar em 2030. No entanto, o tema do Neste contexto de elevada exigência legal e regulamentar,
desenvolvimento sustentável nunca assumiu tanta importância bem como as recentes expectativas dos reguladores e supervi-
como os tempos em que vivemos hoje, num cenário de guerra sores em matéria ESG, colocam às instituições financeiras
em plena Europa, no rescaldo de uma pandemia, com elevada desafios que carecem de transformação dos habituais
inflação, aumento das taxas de juro, instabilidade nas cadeias modelos de negócio de forma a melhor gerirem a exposição
de fornecimentos e nos mercados energéticos, com incerteza das suas carteiras de crédito a riscos climáticos, ambientais e
política e a sucessão de desastres climáticos. sociais, e consequentemente tornarem-se mais resilientes em
cenários adversos. Nesse âmbito a Caixa realizou o primeiro
A agenda regulatória, a crise energética e a pressão das exercício de Stress Testes Climático e prepara-se para realizar
novas gerações são exemplos de drivers de mudança para o seu primeiro reporte de riscos prudenciais de ESG.
uma economia de baixo carbono assentes em modelos de
negócio circulares, respeitando as questões dos direitos Na dimensão social a Caixa manteve o seu apoio à comuni-
humanos e adotando modelos de governo mais transparentes. dade num investimento superior a 12,4M€, envolvendo os
Recentemente assistimos à ocorrência de vagas de calor, protocolos com mais de 46 universidades e institutos politécni-
cheias, tornados e outros fenómenos meteorológicos que cos, o apoio a 29 projetos no âmbito do prémio Caixa Social
impactaram famílias, negócios e cidades. As alterações e ainda o prémio de mérito a 300 estudantes do ensino
climáticas são já consideradas como a principal causa de superior no prémio Caixa Mais Mundo. O apoio ao ensino
doenças e epidemias, migrações forçadas, desertificação e materializou-se também no apoio à acessibilidade digital à
perda de biodiversidade. educação com a doação de mais de 300 equipamentos
informáticos, bem como a realização de dezenas de ações
Consciente do seu papel de agente de mudança, a Caixa por colaboradores no Dia do Voluntariado Caixa.
assumiu a neutralidade carbónica da sua atividade até 2050,
com a definição de objetivos intermédios de redução de Ao nível da equidade e igualdade de oportunidades a Caixa
emissões de carbono da sua atividade, incluindo os financia- reviu o seu Plano de Igualdade de Género com medidas que
mentos aos seus clientes. Enquanto signatária do compromisso visam diminuir as desigualdades salariais, formalização das
Net Zero Banking Aliance (NZBA) a Caixa reforça o seu progressões de carreira e robustecimento dos processos de
papel de liderança no financiamento sustentável no mercado avaliação do desempenho e atribuição de remuneração
nacional, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento variável.
equilibrado da economia portuguesa.
O caminho do financiamento sustentável é urgente e determi-
Também na dimensão do investimento, a Caixa Gestão de nante. A Caixa foi o primeiro banco português a emitir obriga-
Ativos assumiu o compromisso de alinhar o seu negócio com a ções ESG e em 2022 reforçou o seu compromisso com a
ambição de neutralidade carbónica, através da iniciativa das emissão de duas obrigações “verdes”, no valor total de 800
Nações Unidas - Net Zero Asset Managers, tendo já alarga- milhões de euros, demonstrando o seu compromisso com o
do a adoção de critérios ESG a todas as classes de ativos sob financiamento sustentável e a sua ambição de dinamizar e
gestão, totalizando 5,9 mil milhões de euros de fundos de facilitar a implementação com sucesso das agendas de
investimento que incorporam critérios ESG. mudança das empresas e cidadãos portugueses.
Como instituição líder no sistema financeiro português, a Caixa E assim se renova e reforça o compromisso da Caixa de
tem um papel fundamental no financiamento da transição financiar o futuro, apoiando a concretização dos Objetivos de
energética e de uma economia de baixo carbono, sem Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e a constru-
ignorar os impactos sociais associados. O cálculo da elegibili- ção de sociedades mais sustentáveis, prósperas e inclusivas.
dade e futuro alinhamento da Caixa face às atividades
4.4. A Caixa Geral de Depósitos
A Caixa Geral de Depósitos (Caixa) assume desde 1876 o objetivo de contribuir para uma sociedade
melhor, disponibilizando produtos e serviços bancários que visam a melhoria do bem-estar das famílias e o
desenvolvimento do setor empresarial. Nesse sentido o Grupo Caixa desenvolve a sua atividade numa ótica
de banca universal, oferecendo aos seus clientes especializações de serviços financeiros, destacando-se
a banca comercial, a gestão de ativos e a banca de investimento.
Para mais informação sobre a Missão, Visão e Valores da Caixa consulte o capítulo 1.3.1 do Relatório de
Gestão e Contas.
656
4.5. Políticas, compromissos e grupos de trabalho
A Caixa é subscritora de um conjunto de políticas, compromissos e de outros documentos corporativos,
considerados como relevantes para a concretização da sua visão estratégica em matéria de
sustentabilidade e para o alinhamento com as principais expectativas das suas partes interessadas em
temas ambientais, sociais e de governação, dos quais destacamos:
Dimensão: Ambiental
Política corporativa de gestão dos riscos não financeiros: Define as responsabilidades e estabelece os
princípios aplicáveis à gestão dos riscos não financeiros da Caixa (incluindo o risco climático) numa base
individual, abrangendo todas as sucursais no exterior e, numa base consolidada, compreendendo
adicionalmente todas as subsidiárias que integrem o perímetro de supervisão prudencial.
Dimensão: Social
Código de boa conduta para a prevenção e combate ao assédio no trabalho: Constitui um quadro
orientador para todos os que exercem funções na Caixa e dá cumprimento às mais recentes evoluções
registadas na lei e no Código do Trabalho no sentido de reforçar o quadro legislativo para a prevenção da
prática de assédio no trabalho.
Política de diversidade dos colaboradores do grupo Caixa e dos membros dos órgãos de
administração e fiscalização da CGD: Estabelece os princípios aplicáveis em matéria de diversidade aos
colaboradores da Caixa, bem como os objetivos e metas de representação equilibrada entre mulheres e
homens nos órgãos de administração e de fiscalização da Caixa.
Plano para a igualdade 2023: Reflete o compromisso da Caixa para com a importância da igualdade e da
não discriminação entre mulheres e homens, não só como vetores estruturantes da sociedade, mas como
fatores decisivos na criação de valor para a empresa.
657
Política de remuneração dos colaboradores do grupo Caixa: Estabelece os princípios e critérios de
atribuição aplicáveis à remuneração dos colaboradores da Caixa.
Dimensão: Governação
Código de Conduta: Estabelece os valores, princípios de atuação e normas de conduta profissional
fundamentais para o posicionamento ético da instituição e dos seus colaboradores, definindo também o
modo como a Caixa se relaciona com as diversas partes interessadas.
Política de Governo Interno: Define e enquadra num documento único os sistemas, processos e
mecanismos de governo interno da Caixa, a fim de assegurar a gestão efetiva e prudente da instituição,
determinando a observância de processos e mecanismos de governo interno pela Caixa, suas sucursais e
respetivas filiais.
Política de sustentabilidade: Define os princípios gerais de sustentabilidade da Caixa com vista à criação
de valor para a instituição e suas partes interessadas.
Princípios de exclusão e limitação setorial: Define uma lista de princípios subjacentes a atividades e
projetos que são excluídos, ou restringidos sob determinadas condições, da política de crédito da Caixa.
Princípios éticos e boas práticas empresariais para fornecedores: Definem requisitos de conduta
relacionados com a sustentabilidade a que os fornecedores da Caixa aderem contratualmente, constituindo
uma forma de mitigar riscos ambientais e sociais na cadeia de abastecimento.
658
Princípios em Matéria Tributária: Fornece um conjunto de diretrizes ao nível da atuação da Caixa em
matéria tributária.
COMPROMISSOS ADOTADOS
659
Business Ambition for 1.5 °C
660
Carta Portuguesa para a Diversidade
A Carta Portuguesa para a Diversidade é uma iniciativa da Comissão Europeia que
constitui um dos instrumentos voluntários criados com o objetivo de encorajar os
empregadores a implementar e desenvolver políticas e práticas internas de promoção
da diversidade. A assinatura da Carta simboliza a intenção de promover ativamente o
potencial da diversidade de acordo com o que estiver ao alcance dos seus recursos e
possibilidades.
Mais informação sobre prazo médio de pagamentos a fornecedores disponível no capítulo 3.10 do Relatório
de Governo Societário – Orientações legais ao abrigo do RJSPE.
Mais informação sobre a abordagem da Caixa em matéria de proteção dos direitos humanos disponível no
capítulo 4.10 – Equidade, inclusão digital e financeira e complementado pelos indicadores disponíveis no
Anexo B – Índice Global Reporting Initiative.
GRUPOS DE TRABALHO
A Caixa faz parte de diversos grupos de trabalho que têm como missão criar mecanismos e ferramentas de
resposta aos desafios empresariais em matéria de sustentabilidade, designadamente:
Grupo de Trabalho de Alto Nível de Reflexão para o Financiamento Sustentável – Coordenado pelo
Ministério do Ambiente e da Ação Climática em parceria com os Ministérios da Economia e das Finanças,
tem como missão o alinhamento entre todas as áreas do setor financeiro em Portugal para a identificação
de obstáculos e soluções que permitam acelerar o financiamento sustentável em Portugal, numa ótica de
assegurar a transição energética e exponenciar novas oportunidades para a economia.
661
Grupos de trabalho do BCSD Portugal – O Business Council for Sustainable Development (BCSD)
Portugal é uma associação sem fins lucrativos que agrega e representa mais de 100 empresas de referência
em Portugal, que se comprometem ativamente com a transição para a sustentabilidade. A Caixa, enquanto
membro do BCSD Portugal, participa nos grupos de trabalho de sustainable finance e de Neutralidade
Carbónica.
Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial (GRACE) – A Caixa aderiu em 2015 ao GRACE,
entidade que se propõe aprofundar e incrementar o contributo do setor empresarial para o desenvolvimento
sustentável, sem descurar a importância e a oportunidade vertidas pela vertente ambiental para o equilíbrio
necessário à conciliação entre a qualidade de vida e a rendibilidade das empresas. A Caixa foi reeleita para
os órgãos sociais do GRACE para o triénio 2021-2023, contribuindo deste modo para a promoção e
desenvolvimento de uma cultura empresarial sustentável em Portugal. A Caixa é ainda coorganizadora do
cluster financeiro contribuindo para a dinamização do tema da sustentabilidade no setor financeiro.
Global Compact Network Portugal – A Caixa é membro da rede portuguesa Global Compact Network
Portugal que tem mandato internacional para conduzir a contribuição do setor empresarial na concretização
dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, criando oportunidades para
promover pontes de diálogo e cooperação, assim como criar bases sustentáveis para o desenvolvimento
de parcerias e a criação de projetos, programas e ações. Mais informações sobre os ODS com impacto
mais significativo para a Caixa no capítulo 4.6 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
662
4.6. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Enquanto um dos pilares do desenvolvimento económico das sociedades, o setor financeiro assume um
papel crítico na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma vez que são os
bancos que fornecem a maioria do financiamento às famílias e empresas, promovendo deste modo o
investimento em diversos setores de atividade.
663
Objetivos e Metas
De modo a redirecionar a sua atuação e foco para as áreas em que pode efetivamente ter um maior
contributo e impacto, a Caixa definiu um conjunto de objetivos quantitativos e qualitativos que contribuem
para a concretização dos ODS, destacando-se:
No âmbito do compromisso assumido e tendo por base a Impact Analysis Tool disponibilizada pelos
Princípios para uma Banca Responsável a Caixa efetuou uma avaliação das áreas com potencial
mais significativo de impacto positivo e negativo. Esta avaliação teve como principais inputs o
contexto e desafios específicos de Portugal enquanto País e, também, a tipologia de negócio
desenvolvida pela Caixa, com especial enfoque nas atividades de banca de retalho e no seu nível
de exposição de financiamento a determinados setores de atividade. A análise identificou as
seguintes áreas de impacto: Criação de emprego (ODS 8); Economias saudáveis e inclusivas (ODS
8, ODS 9 e ODS 11); Acesso a habitação (ODS 11); Acesso a educação (ODS 1 e ODS 10), Clima
(ODS 13) e Instituições sólidas e Estáveis (ODS 16 e ODS 17).
Com vista ao alinhamento da Caixa com o Principio 2 – Impacto e definição de metas dos PRB,
foram definidas metas ponderando: a) a materialidade das áreas consideradas como críticas de
acordo com a ferramenta do framework e b) o alinhamento com targets previamente estabelecidos,
nomeadamente os identificados no subcapítulo “Objetivos e Metas”.
A análise desenvolvida resultou na definição de metas para três áreas, com os respetivos ODS
associados:
1) Criação de emprego (ODS 8): Canalização de 500 M€ através de uma emissão de dívida
sustentável (com maturidade até 2027) que apoie as Micro e as PME em Portugal em zonas
economicamente desfavorecidas, promovendo deste modo a criação e a manutenção de
emprego;
2) Acesso a habitação (ODS 11): Financiar 5.900 M€ em crédito a habitação, dos quais 841
M€ em crédito habitação a imóveis com certificado energético A+, A e B (2023 – 2024);
A Caixa promove o acompanhamento interno desses objetivos de uma forma regular e disponibiliza
ao longo deste relatório informação adicional sobre o processo de abordagem e respetivos resultados
alcançados.
664
Principais impactos na cadeia de valor
Tendo por base os oito ODS prioritários, foi efetuada uma avaliação do principal tipo de impacto e a fase
da cadeia de valor onde esse impacto ocorre maioritariamente. Esta análise, para além de permitir uma
visão holística, contribui também para o desenvolvimento de projetos específicos com o objetivo de
potenciar os impactos positivos e mitigar os negativos.
665
4.7. Estratégia de Sustentabilidade 2021 – 2024
A estratégia de sustentabilidade 2021 – 2024 materializa a ambição da Caixa em tornar-se líder no
financiamento sustentável em Portugal, apoiando a transição para uma economia de baixo carbono e
financiando projetos com impacto social na vida das pessoas.
666
PRINCIPAIS DESTAQUES
667
ANÁLISE DE MATERIALIDADE
A Caixa considera que a análise da materialidade deve ser uma ferramenta de definição estratégica, com
implicações para além do reporte de informação de sustentabilidade.
Para realizar o exercício de materialidade, a Caixa utilizou uma abordagem metodológica assente em três
perspetivas:
Perspetiva setorial: Análise das iniciativas e guias setoriais mais relevantes e análise estratégica
das melhores práticas utilizadas por empresas do setor financeiro. É exemplo o relatório
Encouraging and rewarding Sustainability – Accelerating sustainable finance in the banking setor
da European Banking Federation (EBF).
Através de um grupo de trabalho interno multidisciplinar o BNU está a desenvolver um plano de ação
de forma a criar uma matriz de materialidade e identificar os principais pilares da sua estratégia ESG,
baseados nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
668
MATRIZ DE MATERIALIDADE
Com base no processo de análise de materialidade foram identificados nove temas considerados relevantes
para as partes interessadas da Caixae para o desenvolvimento do negócio da Caixa. A matriz de
materialidade demonstra a relevância de cada tema na perspetiva da sociedade e na perspetiva interna do
negócio da Caixa em Portugal e serviu como base para a definição da Estratégia de Sustentabilidade 2021-
2024 e para o alinhamento e organização do relato de sustentabilidade.
669
Áreas estratégicas de atuação
Assente em cinco áreas estratégicas de atuação, a Estratégia de Sustentabilidade 2021-2024 da Caixa
(Portugal) é dinamizada através de um plano de ações progressivo e dinâmico que conta com a participação
de diversas estruturas internas.
670
TAXA DE CONCRETIZAÇÃO
No âmbito da sua estratégia de sustentabilidade, a Caixa desenvolveu um plano de ações, dinâmico e
transversal a todas as áreas do Banco e que visa contribuir para a concretização do Plano Estratégico 2021
– 2024.
671
4.8. Financiamento sustentável e inclusivo
A Lei de Bases do Clima tem como um dos seus objetivos centrais a transição rápida e socialmente
equilibrada para uma economia sustentável e uma sociedade neutra em gases de efeito de estufa.
Para essa evolução é fundamental o contributo do setor financeiro enquanto pilar do financiamento das
economias e do desenvolvimento económico. O setor financeiro deverá tornar-se num agente de promoção
do desenvolvimento sustentável através do aconselhamento que efetua junto dos seus clientes e do
desenvolvimento de produtos e serviços que tenham em consideração os fatores ESG.
No entanto, torna-se também necessário garantir que o processo de transição para uma economia neutra
em carbono é efetuado de uma forma justa, responsável e inclusiva, acautelando eventuais riscos sociais.
Destaca-se a Sustainable Finance Framework enquanto documento que fornece uma importante linha de
orientação para as atividades de financiamento da Caixa alinhada com os princípios da Associação
Internacional do Mercados de Capitais e o alinhamento com alguns requisitos do regulamento da
Taxonomia. Refere-se também a Política de Investimento Socialmente Responsável da Caixa Gestão de
Ativos, que define o processo de incorporação de fatores ESG no processo de investimento. Neste capítulo
são apresentados um conjunto de projetos e iniciativas que visam potenciar os impactos positivos e
minimizar os impactos negativos associados a este tema material. A Caixa realiza também a medição e
monitorização de diversos indicadores de desempenho neste capítulo e/ou no Anexo B – índice GRI
permitindo deste modo avaliar a eficácia das medidas implementadas.
A primeira emissão foi realizada em junho e com o montante de 300 milhões de euros, enquanto a segunda
emissão foi realizada em outubro, com o montante de 500 milhões de euros. Ambas as emissões visam
direcionar os fundos captados para o financiamento de operações de crédito habitação com um objetivo
ambiental concreto, nomeadamente a promoção da eficiência energética das habitações, ao financiar
habitações com certificado energético das classes A+, A e B. Desde 2021 a Caixa já realizou três emissões
de dívida sustentável, totalizando um montante de 1.300 milhões de euros.
Em 2022 a Caixa publicou o seu relatório de alocação e impacto relativo à primeira emissão de dívida
sustentável realizada por uma instituição financeira portuguesa. Um ano após a emissão, foi estimado
o impacto social e ambiental dos financiamentos associados destacando-se:
5.746 empresas apoiadas através de linhas de apoio Covid-19 (99% das quais PME em zonas
economicamente desfavorecidas);
31.400 empregos impactados;
3.094.000 MWh de energia renovável produzida;
2.115 tCO2e de emissões evitadas relacionadas com a quatro edifícios com certificação mínima
BREEAM Very Good (3º nível mais alto da certificação);
470 veículos elétricos financiados.
Para mais informação consulte o relatório de alocação e impacto disponível no cgd.pt.
672
LINHAS DE FINANCIAMENTO AMBIENTAL
A Caixa tem investido no desenvolvimento de campanhas específicas e na comercialização de linhas de
crédito que contribuem para apoiar a transição das empresas e das famílias para uma economia mais
eficiente e de menor impacto ambiental, como por exemplo:
Leasing para viaturas híbridas e elétricas: Linha de financiamento que visa apoiar o investimento em
veículos híbridos e elétricos, financiando a transição para um modelo de mobilidade mais sustentável.
Foram financiados 51,4 milhões de euros em 2022 o que representa um aumento de 43% face a 2021.
51,4
35,9
11,1
673
Solução solar Caixa | EDP: Oferta destinada para pequenas e médias empresas e grandes empresas de
todos os setores e que incide no financiamento de soluções “chave-na-mão” de painéis solares, adequadas
às características e necessidades dos clientes, tendo por base um diagnóstico prévio realizado por
questionário online e/ou visita técnica no local.
Em 2022, a Caixa financiou ao abrigo desta solução a instalação de aproximadamente 20.000 painéis
solares que contribuem para uma redução anual estimada de cerca de 2.000 t CO 2/ano.
674
Apoiar a inclusão social e financeira
A Caixa considera que para promover a transição justa para uma economia de baixo carbono é necessário
também garantir uma resposta aos principais desafios sociais. Nesse sentido a Caixa disponibiliza um
conjunto de produtos que contribuem para promover a inclusão social e financeira dos seus clientes,
destacando-se:
Crediformação Caixa: Solução que tem como finalidade apoiar estudantes que pretendam frequentar
escolas ou colégios de ensino particular/privado, em Portugal e no Estrangeiro, sujeitas a propinas.
Crédito Bonificado a pessoa com deficiência: Solução que permite aos clientes particulares portadores
de deficiência e com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, adquirir, construir ou fazer obras na
habitação própria permanente, com financiamento a taxa de juro reduzida. Foram financiados 25,2 milhões
de euros em 2022 ao abrigo desta linha.
Crédito Pessoal Saúde: Oferta direcionada para clientes particulares que pretendam crédito para
aquisição de bens ou serviços destinados a satisfazer necessidades de saúde do seu agregado familiar
e/ou familiares diretos (pais e filhos). Foram financiados 1,2 milhões de euros em 2022 ao abrigo desta
linha.
675
ESTRATÉGIA DE ATUAÇÃO EM MATÉRIA DE INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL
A Caixa Gestão de Ativos reforçou em 2022 a sua
ambição de constituir-se como um exemplo na
realização de Investimentos Socialmente
Responsáveis, reforçando a sua abordagem de atuação
que continua centrada em três vetores principais:
Em 2022, dando seguimento a um novo requisito regulatório, a Caixa Gestão de Ativos implementou em
agosto, junto dos seus clientes o “Questionário de Preferências de Sustentabilidade”, solicitando o feedback
de cada cliente sobre a ambição em termos de sustentabilidade que deseja ver refletido na gestão do seu
património.
Em paralelo com este novo questionário, a sociedade gestora por um lado atualizou a sua Declaração de
Diligência Devida explicitando os principais impactos negativos avaliados na gestão das carteiras e por
outro, nos Fundos considerados “art.º 8” ao abrigo do Regulamento de Divulgação de Informação Financeira
Sustentável (legislação SFDR), procedeu à definição de um nível de alinhamento mínimo do fundo com a
Taxonomia.
No âmbito da legislação em vigor, os relatórios anuais dos supracitados fundos “artigo 8º” passaram a
evidenciar uma avaliação da evolução de indicadores de sustentabilidade dos citados Fundos.
Desta forma, com referência a dezembro de 2022 a Caixa Gestão de Ativos não obstante incorporar critérios
ESG na totalidade dos seus ativos, destaca-se o montante total de 5.9 mil milhões de euros em fundos de
investimento mobiliário e fundos de pensões abertos sob gestão que promovem características sociais e/ou
ambientais e que cumprem com todos os pressupostos na Política ISR, das sociedades gestoras do Grupo
Caixa Geral de Depósitos – Caixa Gestão de Ativos, SGOIC, SA e CGD Pensões, SGFP, SA - (artigo 8º à
luz do Regulamento Europeu 2019/2088 também conhecido como Regulamento SFDR). Este montante
engloba 5,2 mil milhões de euros de fundos de investimento mobiliários, 191 milhões de euros de Fundos
de Pensões Abertos e 537 milhões de euros de Fundos PPR OICVM.
Entre os principais investimentos geridos pela Caixa Gestão de Ativos com critérios ESG, classificados
como “artigo 8º” do Regulamento SFDR, destacam-se, os fundos de investimento mobiliário abertos de
ações Caixa Ações Líderes Globais, Caixa Ações EUA, Caixa Ações Europa Socialmente Responsável,
Caixa Ações Portugal Espanha, Caixa Ações Oriente e Caixagest Ações Emergentes. Adicionalmente, os
fundos de investimento mobiliário abertos de obrigações Caixagest Obrigações, Caixagest Obrigações
Mais, Caixagest Obrigações Longo Prazo e Caixa Obrigações 2025, obedecem aos mesmos critérios a
oferta de fundos Multiativos, com os perfis Investimento Socialmente Responsável, Defensivo, Moderado e
Arrojado dos fundos Seleção, Wealth e PPR/OICVM.
676
Incorporação de fatores ESG no processo de investimento
A incorporação de fatores ESG no processo de investimentos da Caixa Gestão de Ativos é considerada em
paralelo com a incorporação de fatores de análise financeira tradicionais. Para este efeito, como
complemento da análise fundamental aplicada, a Caixa Gestão de Ativos desenvolveu uma metodologia de
rating interna denominada Rating de Sustentabilidade da Caixa Gestão de Ativos.
Para o cálculo do rating de sustentabilidade da Caixa Gestão de Ativos são consideradas as seguintes
abordagens em função da classe de ativos em análise:
O Rating de Sustentabilidade da Caixa Gestão de Ativos a aplicar na gestão das carteiras pressupõe que
as mesmas serão constituídas no mínimo por 85% de ativos com rating ESG. Estas carteiras terão de
apresentar igualmente um rating ESG médio ponderado mínimo de BBB13 e não serão realizados novos
investimentos em empresas com rating ESG inferior a BB.
13
Numa escala de notação de AAA a CCC (melhor AAA, AA, A, BBB, BB, B, CCC pior).
677
Caixa Gestão de Ativos – Critérios ESG na gestão de fundos de pensões
Neste contexto, todos os fundos de pensões geridos pela CGD Pensões, sociedade gestora de fundos
de pensões do Grupo Caixa Geral de Depósitos, consolidaram em 2022 a sua abordagem de
sustentabilidade, num montante total de 4,2 mil milhões de euros. Entre estes, destacam-se os fundos
de pensões abertos classificados como “artigo 8º” do Regulamento SFDR, num montante total de 191
milhões de euros, nomeadamente os Fundos de Pensões Aberto Caixa Reforma Defensivo, Caixa
Reforma Moderado e Caixa PPR Rendimento Mais.
De acordo com o detalhado nas suas Políticas de Envolvimento e Exercício de Direitos de Voto, a
concretização das intenções da Caixa Gestão de Ativos na abordagem seguida, não obstante pretender-se
tão abrangente quanto possível, apresenta um maior foco nas seguintes situações:
Ao nível das Assembleias Gerais de Acionistas (AGA) com foco nas empresas, a sociedade
gestora participou nas AGA mais representativas no contexto do património gerido pela Sociedade
Gestora, ou com avaliação global ESG mais baixa, sempre na lógica de melhoria das práticas do
emitente. A Caixa Gestão de Ativos participou em 2022, num total de cerca de 130 AGA’s.
Esta avaliação traduz-se num resultado absoluto da sociedade gestora e na sua comparação relativa face
às restantes sociedades gestoras signatárias.
Em função dos problemas tecnológicos associados às avaliações, que a organização sofreu durante 2021
e 2022, só em agosto de 2022 foram conhecidas as avaliações referentes a 2021 da Caixa Gestão de
Ativos.
A manutenção de avaliação positiva, de acordo com uma nova metodologia que possui maior grau
de exigência.
Resultados muito positivos em Investment & Stewardship Policy e Integração de critérios ESG;
678
Necessidade de melhorias em reporting da abordagem de envolvimento (report anual de
envolvimento já divulgado – janeiro de 2022); reporting de Informação ESG a clientes (melhorias
em curso) e foco adicional na dimensão climática (melhorias em curso).
679
Quatro Programas de Papel Comercial ESG-Linked, no montante global de 250 milhões de euros,
para empresas do Grupo Sonae, designadamente a Sonae SGPS e a MC Retail, indexados ao
desempenho daquelas empresas do Grupo Sonae na promoção da presença de mulheres em
cargos de liderança e na redução das emissões de CO2.
680
Banco Comercial do Atlântico – Emissão de Social Bond
O BCA financiou através da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVCV), a primeira Social Bond em
Cabo Verde, no valor de 100 milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 906 mil euros).
Esta foi a primeira emissão de títulos sustentáveis, no segmento económico-social realizado em Cabo
Verde por uma entidade bancária, a primeira obrigação social do continente africano e a primeira
social bond feita por uma instituição de microfinanças a nível mundial (Morabi – Cooperativa de
Poupança e Crédito). Além do BCA, este projeto teve a participação do Governo de Cabo Verde, do
Banco Central de Cabo Verde, da Bolsa de Valores de Cabo Verde, da Morabi, e da Ernst & Young.
681
Criação de emprego e de desenvolvimento do tecido
empresarial
A Caixa tem como missão a criação de valor para a sociedade portuguesa, prestando serviços bancários
de qualidade aos particulares e às empresas, contribuindo assim para a melhoria do bem-estar das famílias
portuguesas e para o desenvolvimento do setor empresarial, gerando a rendibilidade adequada para o
acionista.
Na prossecução da sua atividade, a Caixa assume como uma das suas linhas de orientação o apoio à
economia, mediante a orientação de financiamento para as empresas, em especial na promoção da
internacionalização e na operacionalização de linhas de apoio a pequenas e médias empresas.
Nesse âmbito é importante destacar o Comité Comercial de Banca de Empresas enquanto órgão consultivo
da Comissão Executiva responsável pelo debate, análise e acompanhamento do negócio e atividade
comercial da rede de empresas da Caixa, bem como pela análise e apreciação de iniciativas estruturantes
e com impacto na gestão e estratégia comercial da Rede de Empresas.
Neste capítulo são apresentados um conjunto de projetos e iniciativas que visam potenciar os impactos
positivos e minimizar os impactos negativos associados a este tema material. A Caixa realiza também a
medição e monitorização de diversos indicadores de desempenho neste capítulo e/ou no Anexo B – índice
GRI permitindo deste modo avaliar a eficácia das medidas implementadas.
Esta linha de crédito, com garantia prestada pelo Banco Português de Fomento
no valor de 80%, veio reforçar o conjunto de soluções existentes para o sector
contribuindo para o apoio da retoma sustentável do Turismo, nomeadamente,
através do reforço de fundo de maneio e da dinamização dos investimentos
relevantes para o respetivo setor. Esta linha destinada a Micro, PME, Small Mid
Cap, Mid Cap e grandes empresas, está disponível em três finalidades:
• Investimento: Financiamento de ativos fixos corpóreos e incorpóreos, que concorram para desenvolver a
atividade;
• Garantias bancárias: Garantias a favor de terceiras entidades, nacionais ou estrangeiras, que assegurem
a boa execução de investimentos ou de eventos, ou o cumprimento de obrigações de pagamento.
Um leque de soluções de serviço de dívida que permitiu colocar cerca de 1.400 milhões de euros em
créditos de médio longo prazo e perto de 700 milhões de euros em apoios de tesouraria, traduzindo-se
deste modo num relevante resultado que robustece a posição e importância dos programas do Fundo
Europeu de Investimento na dinamização da economia nacional.
682
Linha de Apoio ao Aumento dos Custos de Produção
O aumento de quota de mercado no segmento foi uma prioridade na atuação comercial e cerca de
10 mil novos clientes escolheram a Caixa para apoiar os seus investimentos ou as suas necessidades
de tesouraria. Foram ainda colocadas mais de 15 mil contas Caixa Business, solução que engloba
vários produtos nomeadamente o Caixadirecta Empresas que permite ao cliente aceder às suas
contas e realizar as operações bancárias mais frequentes, de forma autónoma e simples, sem
necessidade de se deslocar à agência. Esta oferta foi reforçada em 2022 com o lançamento da Conta
Caixa Corporate que, além dos produtos mencionados, inclui 1.000 Transferências mensais gratuitas
e um pacote de seguros associados.
O programa PME Líder 2021 distinguiu 11.221 empresas, das quais 3.774 com o apoio da Caixa
(+19% face a 2020). No que respeita às PME Excelência 2021, o IAPMEI distinguiu 3.881 empresas,
das quais 1.074 pela Caixa (+40% face a 2020). Desde 14 de novembro que decorre o período de
apresentação das candidaturas para o Programa de 2022, no qual a Caixa se mantém empenhada
no apoio às empresas que pretendam candidatar-se.
Destas soluções, destacam-se a Linha Microinvest, Linha Investe+, Caixa Jovem Empreendedor, Caixa
Invest Social Projeto, as quais têm vindo a contribuir para o incentivo ao nascimento de pequenos negócios,
cruciais na criação e manutenção de postos de emprego de forma sustentável.
Em 2022, a Caixa entregou os prémios referentes à primeira edição do Concurso Caixa Microcrédito
CASES, premiando a melhor concretização de projeto empresarial com recurso ao Microcrédito na Caixa,
683
com o objetivo de distinguir os promotores de negócios que, com coragem e capacidade empresarial,
investiram numa ideia procurando servir o mercado. Um mérito que a Caixa e a CASES fazem questão de
reconhecer com a distinção dos negócios que mais se destacam num conjunto de vertentes económico-
financeiras e que impactam diretamente na sociedade: empregabilidade e sustentabilidade ambiental.
Linha Microinvest
PILAR 4 PILAR 5
(novo) (novo)
684
Plataforma de empresas
A Plataforma de Empresas é uma solução interna intuitiva e de fácil utilização, desenvolvida para
utilizadores de front-office e de back-office, com o propósito de acelerar e transformar digitalmente os
processos de comercialização de produtos e serviços para o segmento de empresas e negócios.
Esta Plataforma é a primeira entrega do Programa Empresas 3.0, um programa que faz parte do Plano
Estratégico da Caixa e visa a melhoria da capacidade de comercialização de produtos e serviços empresa
numa lógica de satisfação de necessidades dos clientes e resolução dos seus pain points atuais através do
redesenho do fluxo das jornadas end-to-end, simplificação, automação e aumento de celeridade no
processo de decisão e contratação.
Esta solução veio garantir maior eficiência de processos uma vez que permite ao gestor ter uma visão 360º
do cliente, disponibilizar limites de crédito com utilização flexível por família de produto, assegurando as
políticas e critérios de risco definidas; tornou possível a simulação adequada por produto e a decisão de
preço simplificada, possibilitando a geração automática de condições para proposta rápidas.
Esta plataforma é inovadora dado que eleva todo o processo de decisão e contratação de crédito a um
outro patamar, permitindo gerar uma melhor relação com o cliente e mais negócio. Esta plataforma permite
ainda reduzir os riscos operacionais pela eliminação de trabalho manual e a automação de vários
processos, desde a integração de informação proveniente de outros sistemas, à geração automática de
limites, o envio de elementos uniformizados para contratação, o preenchimento automático de documentos
sem edição manual, entre muitos outros benefícios.
Como exemplo de um projeto inserido no âmbito do Pilar 3 – Economia 4.0 e Capacitação, destaca-
se a participação da Caixa na iniciativa promovida pela Yunit Consulting “Prémios Heróis PME”,
cujo objetivo visa divulgar e premiar as melhores histórias de inovação e empreendedorismo em
Portugal.
A 25 de maio teve lugar a Gala de entrega dos Prémios Heróis PME, onde foram anunciados os
finalistas da 4.ª edição dos Prémios Heróis PME nas categorias Heróis PME, Sustentabilidade e
Transformação Digital e ainda os grandes vencedores. Esta edição, a mais concorrida de sempre,
teve como objetivo de premiar a visão e a capacidade de inovação das PME portuguesas.
685
4.9. Gestão dos riscos climáticos
As alterações climáticas representam um desafio decisivo para a humanidade. Das implicações do aumento
de eventos climáticos extremos, à subida do nível das águas do mar, ao aumento do risco de inundações
e à perda de biodiversidade, os seus impactos assumem uma escala sem precedentes, sendo urgente a
implementação de medidas efetivas de redução de emissões de gases de efeito de estufa (GEE),
promovendo simultaneamente a redução da exposição de riscos climáticos da Caixa.
A transição para uma economia de baixo carbono alinhada com o Acordo de Paris, requer uma
transformação dos modelos económicos sistémicos, apoiada em compromissos de políticas públicas, leis
e ação corporativa.
A Caixa tem vindo a reforçar o controlo dos riscos não financeiros, que prevê a identificação, avaliação,
medição, monitorização, controlo e reporte dos riscos não financeiros do Grupo, que incluem as dimensões
de riscos emergentes intrinsecamente relacionados com a sustentabilidade, bem como uma subcategoria
de risco específica relativa ao impacto das alterações climáticas no contexto da atividade bancária.
A gestão de riscos é efetuada de forma centralizada e apoiada por uma estrutura dedicada, a Direção de
Gestão de Risco, sob a responsabilidade do Chief Risk Officer.
Destaca-se neste âmbito a área de Riscos Não Financeiros da Direção de Gestão de Risco, estrutura com
função de identificação, avaliação, mensuração, acompanhamento, controlo e reporte dos riscos não
financeiros, incluindo o risco operacional de todo o Grupo CGD, bem como assegurar a supervisão global
da Gestão da Continuidade de Negócio do Grupo CGD.
Neste capítulo são apresentados um conjunto de projetos e iniciativas que visam potenciar os impactos
positivos e minimizar os impactos negativos associados a este tema material. A Caixa realiza também a
medição e monitorização de diversos indicadores de desempenho neste capítulo, no Anexo B – Índice GRI
e no Anexo D – Resposta às recomendações da Task Force on Climate-related Financial Disclosures.
De acordo com a taxonomia de riscos do Grupo, os riscos climáticos e ambientais são uma subcategoria
do risco de estratégia e negócio e também um fator adicional de risco para as outras categorias de risco
prudenciais, nomeadamente o risco de crédito, o risco de mercado, o risco operacional e o risco
reputacional. Tal permitirá melhorar a adaptação e resiliência do modelo de negócio ao possível impacto e
magnitude destes riscos.
A Caixa considera que estes riscos compreendem dois fatores de risco fundamentais:
Risco físico: refere-se ao impacto financeiro das alterações climáticas, incluindo da ocorrência
mais frequente de fenómenos meteorológicos extremos e de alterações climáticas graduais,
bem como da degradação ambiental, designadamente poluição do ar, da água e dos solos,
pressão sobre os recursos hídricos, perda de biodiversidade e deflorestação.
686
Consequentemente, o risco físico é categorizado como “agudo” quando decorre de eventos
extremos, como secas, inundações e tempestades, e como “crónico” quando resulta de
mudanças progressivas, como o aumento das temperaturas ou dos níveis do mar, pressões
sobre os recursos hídricos, perda de biodiversidade, alteração do uso do solo, destruição de
habitats e escassez de recursos. Estas situações podem conduzir diretamente a, por exemplo,
danos patrimoniais ou a uma diminuição da produtividade ou provocar indiretamente eventos
subsequentes, como disrupção das cadeias de distribuição.
• Risco de transição: refere-se às perdas financeiras de uma instituição, que podem resultar,
direta ou indiretamente, do processo de ajustamento no sentido de uma economia
hipocarbónica e mais sustentável em termos ambientais. Este risco pode ser desencadeado,
por exemplo, por uma adoção relativamente abrupta de políticas climáticas e ambientais, pelo
progresso tecnológico ou por mudanças do sentimento e das preferências do mercado.
A gestão dos riscos climáticos e ambientais inclui, por exemplo, a consideração de novas variáveis de
avaliação no momento em que a Caixa concede um financiamento como sejam as emissões de gases com
efeito de estufa, as fontes de energia utilizadas, os planos para a transição energética dos clientes, a
categoria energética dos imóveis ou a localização do ativos, atendendo a que existem regiões mais ou
menos expostas a fenómenos climáticos.
A resposta da Caixa aos riscos climáticos e ambientais envolve a otimização da capacidade adaptativa e
dinâmica do banco face aos emergentes desenvolvimentos a nível nacional, internacional, político e
regulamentar destes riscos. Este esforço está a ser realizado por todos os órgãos de estrutura da Caixa,
numa abordagem holística e de longo prazo.
Para esta abordagem prospetiva e de sustentabilidade de longo prazo, a Caixa tem apostado no
desenvolvimento de projeções, testes de esforço, análises de sensibilidade e análises de cenário,
considerando cenários de curto, médio e longo prazo, bem como diferentes trajetórias de transição para a
neutralidade carbónica, considerando não só o cenário de transição consistente com os objetivos do Acordo
de Paris mas também cenários mais adversos.
Adicionalmente, no âmbito dos compromissos assumidos pela Caixa para a neutralidade carbónica, têm
sido desenvolvidas projeções de médio e longo prazo para o alinhamento da carteira de crédito com os
objetivos estabelecidos.
Estes exercícios de projeção e cenarização para horizontes temporais mais longos são um importante
contributo para a compreensão dos riscos e das oportunidades relacionados com o clima, permitindo
incorporar esta informação na tomada de decisões estratégicas com vista à adaptação e resiliência da
Caixa às alterações climáticas.
No âmbito das expectativas prudenciais estabelecidas no Guia do Banco Central Europeu sobre riscos
climáticos e ambientais, a Caixa estabeleceu um grupo de trabalho interno que está comprometido com um
plano de ação para o alcance de uma gestão segura e prudente destes riscos, tendo já concluído várias
iniciativas nesta matéria. Este plano de ação integra a participação de vários órgãos de estrutura da Caixa
que, de forma holística, garantem o cumprimento do quadro prudencial em vigor para a gestão destes
riscos, em total alinhamento com as expectativas dos stakeholders para a ação climática e com os
compromissos assumidos pela Caixa para a neutralidade carbónica.
Em 2022, o Banco Central Europeu realizou dois exercícios de supervisão relacionados com os riscos
climáticos e ambientais, um teste de esforço climático e uma avaliação temática sobre o alinhamento
dos bancos com as expectativas de supervisão bem como a solidez e o alcance dos respetivos planos
para fortalecer a governação e a estratégia de gestão destes riscos.
687
Modelo de Rating ESG
A cultura inovadora da Caixa, o compromisso com a sustentabilidade e o objetivo de evoluir no sentido de
antecipar mudanças e controlar os seus potenciais impactos, levaram ao desenvolvimento de um modelo
interno de Rating ESG.
O Rating ESG visa complementar a informação de rating financeiro, considerando aspetos não financeiros
embora igualmente importantes em termos de impacto de risco e viabilidade, contribuindo para uma visão
prospetiva da situação económica e financeira das empresas e consequentemente para uma gestão de
risco mais holística e robusta.
O Rating ESG é, em certa medida, uma antevisão da evolução do rating financeiro numa perspetiva de
médio prazo, considerando que, a médio prazo, os riscos não financeiros (ambientais, sociais e de
governação) ficarão expressos no balanço e na demostração financeira das empresas.
Pretendendo assegurar a maximização de valor para os diversos stakeholders, será de destacar como
objetivo do Rating ESG, reforçar a visão centrada no cliente, criando oportunidades de diálogo e
sensibilização, entre áreas comerciais e empresas, promovendo o aconselhamento e a antecipação de
necessidades, de forma a melhor apoiar as empresas no processo de transição para uma economia mais
verde e mais inclusiva.
O Modelo de Rating ESG da Caixa Geral de Depósitos teve a sua implementação ao longo do exercício de
2021, tendo permitido avaliar e hierarquizar cerca de 400 mil empresas e 23 mil milhões de euros de créditos
bancários em termos de sustentabilidade.
Os resultados relativos ao 1.º semestre de 2022, considerando as dimensões analisadas por empresa,
nomeadamente, a Ambiental, a Social e a de Governance, demonstram a manutenção de uma exposição
aceitável aos riscos ESG, com uma concentração da exposição nos níveis de “Bom” e “Satisfatório”.
48,5% 47,5%
43,5% 43,2%
6,2% 7,3%
1,8% 2,0%
688
Numa perspetiva de apoio à atividade
comercial, foram desenvolvidas e
implementadas complementarmente,
quatro estratégias de financiamento
sustentável (“Ponderar”, “Captar”,
“Potenciar” e “Desinvestir”) que
utilizam como inputs a correlação
entre o rating financeiro e o rating
ESG permitindo identificar os clientes
com maior potencial de
desenvolvimento e colocação e os
clientes em risco, tendo como
principal objetivo potenciar o
relacionamento comercial e a
concretizar as necessidades das
empresas.
Ao longo do ano de 2022, a informação resultante da aplicação do modelo de Rating ESG e da metodologia
referente à definição de estratégias de financiamento sustentável tem vindo a ser incorporada nos seguintes
processos:
Encontra-se em desenvolvimento uma nova versão do modelo de Rating ESG, que visa robustecer e
atualizar o modelo existente com a incorporação de novos indicadores, a implementar do decurso de 2023.
Nesse sentido foram realizados 6 webinars com entidades internas e externas, denominados “Rating
ESG da CGD – Avaliar a sustentabilidade das Empresas”.
A Caixa reconhece que as suas atividades têm um impacto ambiental ao longo da cadeia de valor, seja a
montante (através da sua cadeia de fornecimento), nas suas operações (considerando o consumo de
recursos associados às atividades desenvolvidas pela organização) e a jusante (tendo por base os impactos
associados aos seus produtos e serviços).
Reconhecendo a importância das empresas na transição para uma economia neutra em carbono, em
particular do setor bancário, a Caixa comprometeu-se a definir objetivos de redução das emissões de gases
com efeito de estufa (GEE) alinhadas com a ciência, nomeadamente para as suas atividades próprias e de
689
financiamento. Paralelamente a Caixa tem vindo a investir no desenvolvimento de diversas iniciativas de
engagement junto dos seus fornecedores de modo a promover a adoção de comportamentos
ambientalmente e socialmente mais responsáveis.
Neste âmbito, a Caixa tem desenvolvido esforços para identificar, quantificar e potenciar as oportunidades
decorrentes da cadeia de valor e minimizar os impactos negativos associados à mesma.
Em 2022, a Caixa implementou ainda a plataforma e-procurement SAP Ariba o que permitiu uma
alteração significativa na relação entre a Caixa e os seus fornecedores. As interações, desde o
registo, qualificação e a posterior contratação, passaram a efetuar-se exclusivamente através desta
plataforma. A qualificação inicia-se com o envio ao fornecedor de um questionário de avaliação que
incide em sete tópicos fundamentais, dos quais se destaca a conduta/compliance e as práticas ESG.
De forma a monitorizar o desempenho nesta matéria, em 2022, a Caixa foi avaliada através do
questionário Supplier Engagement Rating do Carbon Disclosure Project (CDP) tendo alcançado uma
classificação de Management (B), resultado acima da média do setor financeiro (B-).
690
Consumo de energia
Energia direta – consumo de combustíveis da frota (gasóleo e gasolina) e dos edifícios (gasóleo
e gás natural). A Caixa consome gás natural para aquecimento das infraestruturas (Porto e Leiria).
Adicionalmente, utiliza gasóleo para o funcionamento dos grupos de emergência.
Verificou-se uma redução de 15% no consumo de gasóleo nos geradores, contudo registou-se um
acréscimo de 7% do consumo de gás natural nas infraestruturas tendo culminado num acréscimo de 5%
no consumo de energia direta nas infraestruturas
691
Sucursal de França – Ecoeficiência nas operações
A Sucursal de França promove a ecoeficiência nas operações, minimizando entre outros o consumo
de energia, através de diversas medidas/iniciativas tais como:
Consumo de água
Consumo de materiais
692
Reforço da contratação digital do Crédito ao Consumo, com o lançamento de contratação 100%
online e a venda assistida, com assinatura contratual desmaterializada;
Promoção da adesão aos cartões bancários nos canais não presenciais, robustecendo os níveis
de serviço ao cliente, com um processo de automação que agiliza a contratação de cartões de
crédito e contribui para a redução do consumo de papel, respondendo às exigências de
sustentabilidade dos clientes;
Implementação de um novo circuito de venda assistida da Oferta Crédito Expresso, onde é
possível fazer uma abordagem comercial telefónica e permitir que o cliente reveja, aceite as
condições e assine os contratos sem se deslocar à agência. A disponibilização de toda a
informação pré e contratual é realizada através do Caixadirecta, sendo a mesma
assinada digitalmente pelo cliente;
Venda assistida de cartões, que possibilita a contração à distância de um click, sem necessidade
de impressão de documentos e sem a presença física do cliente nas agências, evitando-se a
utilização de papel e outros consumíveis e os consumos inerentes às deslocações.
De realçar que em 2023 a Caixa irá disponibilizar no canal presencial a contratação de cartões de débito
de forma completamente desmaterializada. A contratação com recurso ao Signpad, vai permitir ao cliente
consultar a documentação pré-contratual, formalizar e receber a documentação integral em suporte digital,
permitindo reduzir a zero o consumo de papel, para além de simplificar o processo e melhorar a experiência
do cliente.
Em 2022, os principais materiais informáticos de apoio ao negócio que se encontravam em serviço foram
os seguintes: monitores (10.669), thin client (5.143), portáteis (4.915), desktops (3.044), leitores de cartão
do cidadão (2.523), tablets e sign pads (2.157), leitores óticos (1.329) e impressoras multifunções (900).
Em 2022, foram doados 7.136 bens de mobiliário de escritório, nomeadamente armários, cadeiras,
secretárias, blocos de gavetas
A Caixa terminou o ano de 2022 com 1.465 fornecedores aderentes à faturação eletrónica (1.044 via
adesão à Auto-faturação), o que representa 85% dos documentos emitidos em formato eletrónico
pelos seus fornecedores regulares, mediadores e avaliadores imobiliários e, evidencia o esforço que
tem sido realizado pela Caixa na abordagem de massificação deste formato de faturação.
693
Banco Nacional Ultramarino (Macau) – Redução do consumo de papel
A digitalização continua em franca expansão no BNU e com isso tem-se observado a redução dos
materiais utilizados. A área que gere o arquivo central recebe diversos tipos de documentos em papel
para digitalização e arquivo. Considerando a responsabilidade ambiental, existe uma forte e constante
comunicação com os responsáveis dos documentos de forma a reduzir o consumo de papel.
A Caixa tem como objetivo disponibilizar 1,5 mil milhões de euros em financiamento sustentável até 2024,
pelo que tem reforçado a oferta de soluções de financiamento. Um exemplo desta oferta é o Crédito Pessoal
Caixa Casa Amiga do Ambiente, que permite responder, com condições diferenciadas, às necessidades de
financiamento para realização de obras e/ou aquisição de equipamentos relacionados com as finalidades
específicas de Eficiência Energética, Gestão Ambiental e Energias Renováveis.
694
Nas emissões de âmbito 1 verificou-se um decréscimo de 1% das emissões. Destacando-se, uma redução
significativa das fugas/reposições de f-gases nos equipamentos (redução de 90%).
Nas emissões de âmbito 2 (location-based method) verificou-se um ligeiro decréscimo (0,5%) devido à
redução do consumo absoluto de eletricidade, apesar de o fator de emissão ter aumentado.
Nas emissões de âmbito 3, foi realizado o cálculo de emissões associadas às deslocações de serviço
(categoria 6), tratamento de resíduos (categoria 5) e carteira de financiamento (categoria 15). Tal como no
ano de 2021, verificou-se que as emissões de âmbito 3 – categoria 15 representam cerca de 99,7% das
emissões da Caixa (metódo location-based).
O cálculo de emissões de âmbito 3 (categoria 15) foi efetuado em alinhamento com as guidelines do
standard “Partnership for Carbon Accounting Finantials” (PCAF) considerando o valor de exposição on-
balance. Destacam-se abaixo os setores de atividade da carteira setorial da Caixa (15,1 mil milhões de
euros) com emissões de carbono mais significativas:
Ao nível do crédito à habitação (24,2 mil milhões de euros), a metodologia de cálculo tem por base o
standard PCAF e a metodologia específica do "PCAF European building emission factor database". Tendo
sido apurado um total de emissões de 352.729 tCO2e.
695
Plano de Transição
Nesse sentido, a Caixa encontra-se a definir um Plano de Transição que vai refletir a estratégia e
ambição do banco na resposta aos riscos e oportunidades decorrentes da mitigação e adaptação às
alterações climáticas e de forma a limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.
Este Plano é baseado na análise de cenários de financiamento alinhados com a ciência (SBTi) e
estabelece diretrizes, ações e processos necessários para minimizar os riscos e maximizar as
oportunidades relacionadas com o clima no curto prazo (2030) e no longo prazo (2050) para os setores
mais críticos intensivos em carbono.
Numa primeira fase será publicado o Plano de Transição para os setores da produção de eletricidade,
imobiliário comercial e cimento e para as atividades próprias da Caixa.
Em 2022 foram realizados 2 simulacros nos edifícios Sede e Aliados (Porto). O simulacro do Edifício Sede
foi realizado no dia 5 de dezembro e o do Edifício dos Aliados realizado no dia 9 de dezembro.
O referido simulacro, realizado nos termos do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro
(SIOPS), assume grande dimensão e complexidade, permitindo a todos os intervenientes melhorarem os
procedimentos e a respetiva articulação, de modo a atuar eficazmente na resposta a um incidente real.
Para a gestão e mitigação do risco ambiental no Edifício Sede da Caixa, são também desenvolvidas rondas
diárias para verificar o armazenamento de produtos críticos e perigosos, estando todos estes devidamente
identificados, armazenados e colocados em tinas de retenção.
Numa ótica de teste aos procedimentos definidos, a Caixa desenvolveu 13 exercícios operacionais durante
o ano de 2022 onde foram ensaiados cenários de desastre ambiental com substâncias perigosas,
inundações e focos de incêndio.
No âmbito das medidas de autoproteção foram efetuados 56 simulacros de evacuação pela Rede
Comercial, nomeadamente aos imóveis com 2ª Categoria de Risco.
4) Transparência e Sensibilização
696
Neste âmbito, a Caixa tem desenvolvido diversos conteúdos de sensibilização através do portal Saldo
Positivo. Uma das temáticas que está na ordem do dia é a necessidade de conservação biodiversidade,
das florestas e da água, pelo que foram desenvolvidas diversas matérias durante o último ano,
nomeadamente sobre as reservas da biosfera e desenvolvimento de uma economia sustentável, a recolha
seletiva de bioresíduos, consumo de plástico e sobre-embalamento. Reconhecendo a sua relevância, foram
também desenvolvidos conteúdos de sensibilização sobre a temática dos mercados de carbono,
dependência energética e greenwashing.
Durante 2022, a Caixa reforçou a formação sobre a temática dos riscos climáticos dos membros do
conselho de administração, responsáveis pelas sucursais e bancos afiliados, diretores centrais e dos
colaboradores cujas funções, estão direta ou indiretamente, relacionadas com o tema da
Sustentabilidade.
A 30 de setembro, no âmbito do Permanent Education Program, ocorreu uma sessão sobre riscos
climáticos dinamizada pelo Professor Filipe Duarte Santos.
Nesta sessão foram abordadas questões relacionadas com as alterações climáticas, nomeadamente
impactos, adaptações, vulnerabilidades e riscos inerentes. O feedback sobre a mesma foi muito
positivo tendo o nível de satisfação obtido sobre a sessão sido de 4,6 em 5.
697
Banco Comercial e de Investimentos – Ação de reflorestação
Esta ação de formação teve como público-alvo os Bancos e seguradoras de Cabo Verde. Tratou-se
de uma oportunidade para debater e refletir sobre temas atuais da atividade bancária e seguradora,
nomeadamente corporate governance, critérios ESG, a transição digital e fintechs.
698
4.10. Equidade, inclusão digital e financeira
A desigualdade de oportunidades é um desafio global, complexo e que impacta diretamente diversas
dimensões da sociedade. Nesse sentido, as empresas devem assumir um papel ativo no desenvolvimento
de uma cultura suportada por princípios de diversidade, equidade e inclusão, que garanta não só a criação
de valor e bem-estar dos seus colaboradores mas também para uma resposta efetiva aos principais
desafios da sociedade como por exemplo a exclusão digital ou a iliteracia financeira.
O Plano para a Igualdade 2023 da Caixa reconhece que o equilíbrio da presença de mulheres e homens
em toda a estrutura da empresa representa uma evolução significativa para a sua atividade e um importante
contributo para o cumprimento de compromissos assumidos pela instituição, designadamente de respeito
pelos Direitos Humanos e prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Destaca-se neste
âmbito o Comité de Sustentabilidade, enquanto órgão que supervisiona o cumprimento dos compromissos
assumidos pela Caixa em matéria social, incluindo temas como como a diversidade e a igualdade de
género. É ainda responsável por apreciar projetos de políticas, processos e outros procedimentos a instituir
internamente para o cumprimento da Estratégia de Sustentabilidade.
Neste capítulo são apresentados um conjunto de projetos e iniciativas que visam potenciar os impactos
positivos e minimizar os impactos negativos associados a este tema material. A Caixa realiza também a
medição e monitorização de diversos indicadores de desempenho neste capítulo, bem como no Anexo A –
Indicadores de sustentabilidade e Anexo B – índice GRI, permitindo deste modo avaliar a eficácia das
medidas implementadas.
Formação e desenvolvimento
A execução do plano de formação 2022 constituiu um aspeto fundamental no desenvolvimento das equipas,
refletindo uma aposta clara na formação técnica, de negócio e regulamentar, bem como na adoção de
novas metodologias, numa ótica de customização à banca e exemplificação prática. A aposta na formação
é um fator fundamental no desenvolvimento das equipas Caixa, traduzindo-se nos seguintes resultados
alcançados em 2022 (considerando os colaboradores em serviço efetivo na Caixa e colaboradores cedidos):
Se for considerado o Perímetro Doméstico, o total de horas de formação ascende a 490.000 horas (vs 485
mil em 2021) e o número de horas de formação média por colaborador aumentou para 75 horas (vs 71
horas de 2021). É importante ainda destacar o nível de satisfação global com ações de formação, que
atingiu o valor de 95%, um aumento de 2% face a 2021.
699
Caixa – Customização de programas formativos
A customização de programas formativos foi também reforçada em 2022,
com os olhos sempre postos no futuro, enquanto instrumento chave de
transformação do negócio, de desenvolvimento e motivação de
colaboradores e de gestão do conhecimento crítico à organização. São
exemplos, o programa para colaboradores de elevado potencial (High Flyers
Management Program), o programa de coordenadores (Managing for the
Future), o programa de gestores de clientes e assistentes comerciais
(Upgrade e MIRA), o programa de desenvolvimento para gerentes bancários,
os eventos de team building como reforço de cultura organizacional e
desenvolvimento de competências transversais, a par com programas
específicos para reforço de lideranças e de competências técnicas.
No final do ano de 2022 o e-learning “Sustentabilidade – Uma Abordagem Estratégica” alcançou uma taxa
de conclusão de 86% e uma taxa de satisfação de 97%. Destaca-se ainda um conjunto de cursos e-learning
que contribuem para a concretização de áreas materiais da Estratégia de Sustentabilidade 2021 – 2024,
nomeadamente:
700
Caixa – Permanent Education Program
Em 2022, no âmbito do seu Permanent Education Program a Caixa realizou duas sessões
específicas em temas de sustentabilidade e que foram destinadas a todos os membros do Conselho
de Administração, responsáveis das unidades do exterior (sucursais e bancos), diretores centrais e
outros colaboradores cujas funções estão, direta ou indiretamente, relacionadas com o tema da
sustentabilidade.
Destaca-se a sessão “What’s ESG for Banking?” dinamizada pela PwC e cuja agenda abordou:
No ano de 2022 o Banco Caixa Geral Angola manteve a capacitação do seu quadro de pessoal,
nomeadamente, colaboradores afetos às áreas comerciais em temáticas voltadas para a liderança,
tendo sido lançado em 2022 o programa de aceleração dos líderes de agências e centros de empresa
com o tema “liderar a mudança para gerar resultados”.
Este projeto, de significativa transformação para o Banco Caixa Geral Angola, requer a participação
e envolvimento de diversos colaboradores do banco, desde formandos e mentores, que pela sua
experiência, carisma, reconhecida competência e pelo forte espírito de cooperação, poderão assumir
diferentes papéis na promoção e apoio à mudança pretendida. O referido programa teve início em
outubro de 2022 e está previsto terminar em março de 2023 e conta com a participação de 44
colaboradores.
Os princípios da igualdade e da não discriminação são vetores estruturantes da sociedade que a Caixa
incorporou, desde muito cedo, no seu ADN. Para o banco, estes princípios são também cada vez mais
relevantes na criação de valor numa organização empresarial, quer como realização de um compromisso
civilizacional, quer como elemento de crescimento, eficiência, rendibilidade e sustentabilidade da empresa.
Em 2020 a Caixa compilou todas as iniciativas em vigor no Plano para a Igualdade, um documento que
procurou tornar ainda mais consequente e visível o caminho que o banco já tinha começado a percorrer. A
evolução do índice de maturidade deste plano foi significativa, registando-se em 2022 um aumento na
701
ordem dos 23% resultantes das iniciativas implementadas e que resultam em pontos fortes para o Plano
para a Igualdade na Caixa nomeadamente:
Para construir um futuro em que impere um ambiente inclusivo, com uma perceção real de investimento
nas pessoas e na diversidade e talento das equipas, a Caixa apresentou o seu Plano Estratégico 2021-
2024, um novo ciclo sob o mote “Construir o futuro”. A ambição da Caixa para 2024, materializada no novo
plano, assenta em seis pilares de transformação, entre os quais destaca-se o pilar “Pessoas Cultura e
Transformação” que propõe:
Para responder aos desafios deste Plano Estratégico, foram definidos seis grandes eixos de atuação, que
são trabalhados transversalmente em toda a organização sob o conceito “Na Caixa, a Igualdade faz a
Diferença”:
A Caixa assume o compromisso de ser parte ativa na transição para um futuro mais sustentável,
influenciando as suas partes interessadas na adoção de princípios de sustentabilidade e de negócio
responsável.
Também na cadeia de valor foi assegurada a implementação dos Princípios Éticos e Boas Práticas
Empresariais de forma a incutir práticas de sustentabilidade junto dos seus fornecedores abrangendo
temas, como por exemplo, a promoção de práticas laborais que respeitem os direitos humanos.
Em 2022, o grande objetivo da Caixa foi apostar num plano de comunicação que, de forma estruturada,
potenciasse a visibilidade de todas as ações Caixa para com a igualdade e diversidade, quer interna, quer
externamente. A campanha de comunicação em curso abrange todas as iniciativas em vigor na Caixa e,
numa ótica de sensibilização e envolvimento, recorda que a igualdade de oportunidades é um compromisso
de todos e que neste banco é um caminho que já está a ser percorrido.
As iniciativas em implementação visam reforçar o caminho da Caixa na paridade, que conta já com 36% de
mulheres na gestão de topo e 51% em funções de gestão. O cargo de Chief Financial Officer na Caixa está
sob a responsabilidade de uma mulher, Maria João Carioca, sendo a única mulher com esta
responsabilidade entre os bancos nacionais.
A idade média situa-se em 45,7 anos e cerca de 75% dos colaboradores tem formação académica superior,
dos quais 66% são mulheres.
702
Distribuição por género
Distribuição
Faixa Etária M F Total
(%)
63,1% <30 80 143 223 3,8%
36,9% >30-50 1.155 2.343 3.498 59,9%
>50 919 1.197 2.116 36,3%
Nº
2.154 3.683 5.837 100%
colaboradores
Feminino Masculino
Tipo de Contrato M F
Para o Banco Nacional Ultramarino Macau o princípio de não discriminação inicia-se desde logo com
a admissão dos colaboradores em que todos são iguais, sem distinção de qualquer natureza. A
promoção de práticas de igualdade e a aplicação do princípio da não discriminação por género torna-
se deste modo visível em diversas componentes, destacando-se:
i) Ao nível das categorias profissionais representando as mulheres 65% dos quadros de gestão
(management e senior management) e 59% dos quadros intermédios (technical staff + supervisors
+officers);
ii) Ao nível das horas de treino e formação por género com um número médio de horas de formação
recebido por mulheres e por homens em 2022 de respetivamente 18 horas e 21.2 horas (sendo que
as categorias profissionais com um número maior de horas médias de formação são as dos quadros
de gestão e intermédios).
703
Caixa – Geração Caixa
Nesse sentido, foram identificadas diversas iniciativas para melhorar o Sistema de Gestão de Desempenho
atual e foram implementadas alterações ao processo para efeitos da avaliação referente a 2022 (com início
em janeiro de 2023).
Estas alterações serão consolidadas e/ou reforçadas no próximo processo de avaliação (referente a 2023)
e já na nova plataforma integrada, que passará a dar suporte aos processos RH do Grupo CGD.
No Encontro da Caixa Fora da Caixa realizado a 19 de março de 2022, foi uma vez mais distinguido
o talento e o mérito com a atribuição do Prémio Caixa Excelência 2022, nesta edição com a premiação
de 50 colaboradores. Este prémio visa reconhecer o valor e o mérito dos colaboradores e do seu
desempenho, estimulando o desenvolvimento e a valorização pessoal, com o objetivo de premiar as
realizações que se distinguem e contribuem de forma mais relevante para os resultados da Caixa. Ao
longo do ano foram ainda realizadas outras iniciativas de comunicação para dar destaque à
Excelência.
O Prémio Excelência 2023 foi atribuído em março de 2023, nesta edição com uma novidade, as
categorias de premiação, como forma de abranger o talento e o mérito evidenciado em diversas áreas
e âmbitos de atuação. Foram assim premiados 50 colaboradores, distribuídos por 7 categorias de
premiação: Excelência na Área Comercial (19); Excelência na Rede Comercial de Empresas (2);
Excelência na Gestão de Equipas (11); Excelência na Recuperação (2); Excelência na Otimização de
Processos (5); Excelência em Projetos (6) e Excelência na Cultura CGD (5).
704
Caixa – Revisão Salarial
No âmbito do Acordo de Empresa em vigor a Caixa concluiu o acordo de revisão da tabela salarial e
das cláusulas de expressão pecuniária referentes a 2023 com o Sindicato dos Trabalhadores das
Empresas do Grupo CGD (STEC) com maior representatividade na empresa, o que torna a Caixa
Geral de Depósitos uma vez mais na primeira instituição de crédito nacional a fazer a revisão da tabela
salarial para 2023. Relativamente à tabela salarial, será aplicado um aumento de € 76para todos os
níveis.
No que diz respeito às cláusulas de expressão pecuniária, a generalidade das rubricas tem um
aumento de 5% (incluindo diuturnidades, subsídio infantil e subsídio de estudo), sendo aplicado um
aumento significativamente superior no caso do subsídio de refeição (aumento de 9,36%), do subsídio
de apoio ao nascimento (aumento de 12,5%), do subsídio de trabalhador estudante (aumento de
7,58%) e do valor máximo do crédito habitação (aumento de 8,70%), o que representa o reforço do
compromisso da Caixa para com a natalidade, a qualificação dos seus colaboradores e o acesso à
habitação nas melhores condições, bem como um apoio aos colaboradores na atual conjuntura.
A conclusão da revisão das tabelas e das cláusulas de valor pecuniário ora alcançado, é mais um
elemento distintivo no pacote de condições de remuneração dos colaboradores da Caixa, a par do
aumento da remuneração variável a concretizar no ano corrente e na sequência da transferência do
Fundo de Pensões para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) onde foram as reafirmadas as
condições vantajosas de reforma para uma parte importante dos colaboradores da Caixa.
Importa referir que as medidas que promovem o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal / familiar são
um contributo para a redução de tensões, com impacto no aumento da motivação, no nível de produtividade
e também na retenção do talento. De entre essas medidas, destaca-se o PAC – Programa de Apoio a
Colaboradores, levado a cabo pela Unidade de Ação Social, programa constituído por intervenções nos
âmbitos socioprofissional, sociofamiliar, socioeconómico, de saúde e com contributos quanto à
responsabilidade social.
Assim, no que respeita às áreas sociofamiliar e socioprofissional, as linhas orientadoras da intervenção são:
705
c) Teletrabalho: O novo regime do teletrabalho que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2022,
consagrou o teletrabalho como obrigatório em determinadas situações. Deste modo, evidencia-se
o apoio no âmbito da parentalidade (situações de colaboradores com filhos até aos 8 anos,
inclusive), tendo sempre em atenção a função do colaborador e envolvendo as hierarquias.
Também nas situações de colaboradores com estatuto de cuidador informal não principal, este
instrumento tem demonstrado grande importância constituindo-se como um instrumento de
conciliação.
Podem submeter a questão através da aplicação designada por “helpdesk RH”, disponível no portal de
recursos humanos do Grupo CGD, o “Caixa Pessoal”. Através desta aplicação a questão será diretamente
enviada para a área RH respetiva, de forma a obter uma resposta personalizada. Esta aplicação gera um
número de pedido, sendo o colaborador informado da área e da pessoa que está a analisar o pedido e o
estado do mesmo. Em alternativa, os colaboradores podem questionar/reclamar através de email ou carta,
dirigida à DPE – Direção de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas.
Qualquer que seja a forma pela qual a reclamação chegue, a mesma é encaminhada para a área
responsável pelo assunto em causa, que procede à sua análise e elabora uma proposta de solução. Essa
proposta é enviada para o órgão com competência para decisão, de acordo com a competência definida no
Manual de Delegação de Competências em Matérias de Recursos Humanos. Após decisão, a mesma é
comunicada ao colaborador.
Para a situação específica de denúncia de situações de assédio no local de trabalho, os colaboradores que
tenham conhecimento da prática de assédio ou que considerem estar a ser alvo de assédio no local de
trabalho devem participar por escrito tal prática à Direção responsável pela auditoria interna, por uma das
seguintes formas:
Por carta fechada dirigida ao Diretor Central da DAI, com indicação de confidencialidade;
Saúde laboral
No ano de 2022, em cumprimento da obrigatoriedade legal, foram efetuados um total de 3.789 exames
médicos (Caixa e empresas do Grupo CGD):
Ocasionais OS 27/2002 – Aposentação por doença ou invalidez mediante acordo com a instituição:
20;
706
Em 2022, existiram três doenças profissionais confirmadas (2 mulher e 1 homem) pelo Centro Nacional de
Proteção Contra os Riscos Profissionais.
A área de psicologia caracteriza e acompanha as situações problemáticas que têm impacto na saúde e
bem-estar do colaborador, afetando o seu desempenho e produtividade, tais como: presentismo, situações
de crise (assalto, luto e outros acontecimentos traumáticos), conflitos interpessoais, insatisfação,
desmotivação e burnout, e absentismo prolongado por doença (ausência por doença superior a 30 dias
consecutivos).
INVESTIMENTO NA COMUNIDADE
A Caixa enquanto banco de capitais públicos deve assumir uma resposta junto daqueles que mais
necessitam e em função das principais emergências sociais
Neste capítulo são apresentados um conjunto de projetos e iniciativas que visam potenciar os impactos
positivos e minimizar os impactos negativos associados a este tema material.
A Caixa realiza também a medição e monitorização de diversos indicadores de desempenho neste capítulo
e/ou no Anexo B – índice GRI permitindo deste modo avaliar a eficácia das medidas implementadas.
707
Prémios Caixa Social 2022
A criação dos Prémios Caixa Social permitem à Caixa promover o seu projeto económico e social numa
lógica de criação de valor sustentado para a sociedade, em linha com os seus desafios estratégicos.
Face à atual crise económica e social, a 4.ª edição dos Prémios Caixa Social exigiu um alcance e um âmbito
de atuação mais alargado de modo a dar resposta aos desafios pós-COVID, apoiar a recuperação e o
fortalecimento de entidades da Economia Social que dão resposta às populações mais vulneráveis,
contribuindo para o seu crescimento sustentável e inclusivo através dos seguintes eixos de intervenção:
Recuperação e Resiliência;
Com uma dotação global de 500.000€ foram recebidas 593 candidaturas, tendo sido distinguidos 29
projetos, com representatividade a nível nacional e com impacto previsto em 10.326 mil beneficiários
diretos.
Os projetos foram apreciados por um júri independente de seis elementos, presidido pelo Presidente do
Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, António Farinha Morais, e composto por Maria
José Ritta, Maria del Carmen Gil, Eduardo Graça, Filipe Almeida, Filipe Santos e Viriato Soromenho
Marques.
A cerimónia de entrega dos prémios Caixa Social 2022 realizou-se a 2 de junho, no Edifício Sede da Caixa,
com a presença dos representantes de 27 instituições sociais distinguidas.
708
Programa “Sou Cidadão”
A Caixa dá continuidade aos apoios junto da população carenciada ou sem-abrigo de forma a facilitar a
Implementação da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem Abrigo
(ENIPSSA 2017-2023), em articulação com o Grupo de Implementação, Monitorização e Avaliação da
Estratégia (GIMAE).
As IPSS ou entidades sociais beneficiárias asseguram o processo de identificação das pessoas em situação
de sem-abrigo, os procedimentos junto das entidades oficiais, a entrega e acompanhamento junto dos
titulares e, posteriormente a Caixa atribui o valor do custo da emissão dos documentos de identificação.
Através deste programa pretende-se, igualmente, facilitar a sinalização e integração social desta população
que se encontra a pernoitar nas zonas automáticas e rede de agências da Caixa. Em 2022, a Caixa
assegurou a emissão de 83 documentos de identificação a pessoas em situação de sem abrigo contribuindo
para recuperar a “identidade” e o acesso a direitos fundamentais como a assistência clínica e hospitalar;
benefícios e ou subsídios; e outros que assegurem um processo de integração e contribuam para reduzir o
número situações de exclusão socioeconómica
709
Banco Comercial e de Investimentos – Apoio aos serviços de pediatria
12.930 membros registados (1.603 dadores internos ativos, 8.844 dadores externos ativos, 2.483
dadores sem atividade);
2.684 horas de voluntariado;
34 inscrições de potenciais dadores de medula óssea.
2.684 presenças (691 dadores colaboradores da Caixa e 1.993 dadores externos – Grupo CGD,
empresas de outsourcing, familiares e amigos dos colaboradores, clientes e publico em geral;
2.315 dádivas efetivas (equivale aproximadamente a 1.158 litros de sangue);
6.945 doentes apoiados (aproximadamente).
A atividade do Grupo Dadores de Sangue em 2022 registou o maior resultado em 39 anos de existência,
com todo o mérito, disponibilidade e prontidão dos coordenadores e voluntários dos 21 Núcleos.
710
Banco Comercial e de Investimentos – Apoio ao Hospital Central de Maputo
Ações de capacitação digital junto dos utentes e colaboradores de instituições sociais (Programa
EUSOUDIGITAL);
711
Sucursal de Timor – Limpeza de praia
Esta ação, que incidiu numa limpeza de praia, teve como principal
objetivo combater a poluição e contribuir para preservação ambiental
da zona.
Promoção do conhecimento
O apoio da Caixa ao segmento universitário tem sido reforçado ao longo dos anos e assenta nos seguintes
pilares: apoio à comunidade académica, promoção do conhecimento, promoção no acesso ao ensino
superior e responsabilidade económico-social e cultural. São 46 as instituições de ensino superior (IES) que
no âmbito do programa Caixa IU – Institutos Politécnicos e Universidades, contaram em 2022, com um
investimento da Caixa que ascendeu os 7,5 milhões de euros.
2) Promoção do conhecimento
712
A Caixa continuou em 2022 a premiar o desempenho e mérito académico dos alunos, nas diferentes escolas
que contam com o apoio da Caixa ou o desempenho profissional dos colaboradores das instituições de
ensino.
A Caixa realizou pelo quarto ano consecutivo os Prémios Caixa Mais Mundo com
o objetivo de reconhecer o mérito escolar dos alunos que finalizaram o ensino
secundário e que candidataram-se através do concurso nacional de acesso no
ano letivo de 2021/2022, a nível nacional, em IES que têm protocolo com a Caixa.
110 Prémios por Mérito Académico: alunos nacionais inscritos em licenciaturas ou em Cursos
Técnicos Superiores Profissionais (CteSP);
100 Bolsas de Estudo para estudantes carenciados: alunos nacionais inscritos em licenciaturas
e em Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CteSP), que comprovem dificuldades económicas
para assegurar a sua frequência regular no ensino superior (de acordo com critérios de atribuição
da DGES);
50 Prémios de Mérito para estudantes de cursos profissionais: alunos que concluíram cursos
profissionais do ensino secundário e deram continuidade aos seus estudos em instituições do
ensino superior;
40 Prémios de Mérito para estudantes dos PALOP: alunos que concluíram o ensino secundário
em Portugal e que se matriculem em licenciaturas em IES Portuguesas.
Face ao sucesso e recetividade destes Prémios junto da comunidade académica, a Caixa aprovou um novo
ciclo de edições dos Prémios Caixa Mais Mundo com um reforço da dotação orçamental e o aumento do
número de prémios.
713
Caixa – Renovação de protocolo com a Universidade do Algarve
714
Promoção da cultura
O programa de atividades da Fundação Caixa Geral de
Depósitos – Culturgest inscreve-se na missão, definida nos
seus estatutos, de desenvolvimento de iniciativas culturais,
artísticas e científicas. Ao longo de já mais de um quarto de
século, a Culturgest tem prosseguido esta missão
apresentando uma programação dedicada à criação
contemporânea nas áreas das artes performativas, da
música, das artes visuais e do cinema, complementada com um quadro de conferências e debates que
procuram trazer um olhar crítico e aberto ao mundo que nos rodeia e com uma oferta diversificada de
iniciativas participativas e programas para escolas.
Complementar aos objetivos de natureza artística, a Culturgest elegeu como objetivo principal o
crescimento e a diversificação dos públicos. Numa sociedade cada vez mais desenvolvida e instruída, a
programação arrojada da Culturgest tem a capacidade de dialogar com uma audiência alargada e
crescente. Depois de dois anos marcados pela pandemia de Covid-19, com encerramentos obrigatórios e
restrições nas lotações, o número de visitantes e espetadores à programação cultural da Culturgest
recuperou de forma notável.
Com 88.130 visitantes e espetadores, a Culturgest conseguiu o melhor resultado dos últimos 25 anos.
Em 2020, a Culturgest criou uma nova oferta online, que, impulsionada pelo encerramento dos
equipamentos culturais e pelos confinamentos da pandemia de Covid-19, alcançou, logo no primeiro ano,
56.600 visitantes. Em 2021, o número de acessos aos conteúdos digitais da Culturgest cresceu para 70.950.
Já num contexto de normalidade, o número voltou a crescer em 2022 até 77.250 visitantes. A Culturgest
manteve a sua política de preços acessíveis, desenvolvida de forma permanente, disponibilizando bilhetes
de espetáculos, exposições e outros eventos culturais a preços acessíveis a todos, com descontos
específicos adicionais para jovens, seniores, pessoas com deficiência e seus acompanhantes,
desempregados, entre outros.
715
Caixa – Programa Caixa Cultura 2022
A Caixa tem mantido, ao longo da sua história, uma estreita ligação com a comunidade intensificando,
de forma constante, o seu apoio a ações de caráter cultural.
O Programa Caixa Cultura foi criado para apoiar iniciativas de âmbito artístico e cultural, com o
objetivo de promover, financeiramente, projetos nacionais, de qualidade e criatividade inequívoca,
nas seguintes categorias: teatro, dança, música, artes visuais, cinema, literatura, performance,
conferências e debates.
Em 2022 foram realizadas duas edições que premiaram um total de nove projetos.
O concurso Caixa para jovens artistas é uma iniciativa da Caixa e da Fundação Caixa Geral de
Depósitos – Culturgest, para artistas com idades entre os 25 e os 35 anos. Adriana Progranó, Dayana
Lucas, Fernão Cruz, Igor Jesus, João Gabriel e Sara Mealha são os seis vencedores da primeira
edição.
A Caixa adquiriu as obras destes seis artistas, num valor global de 48.000€, e que passam a integrar
a coleção de arte contemporânea da Caixa. Esta iniciativa inaugura um novo capítulo na história da
coleção Caixa, abrindo portas às gerações mais novas com o objetivo de promover a sua qualificação
e consolidação no mercado artístico nacional.
A iniciativa Caixa Artes foi criada com o objetivo principal de promover e divulgar a língua
portuguesa, a arte e a cultura angolana.
Responsável pela atuação social do Caixa Angola no domínio das artes, o Caixa Artes apoia um
espectro multidisciplinar de manifestações artísticas sustentáveis, que celebram a excelência e
promovem o resgate e o estímulo do diálogo e a partilha da história de Angola, impulsionando a
inovação e a valorização artística.
716
Património Histórico
A racionalização dos espaços no Edifício Sede da Caixa continuou, durante o ano de 2022, a constituir-se
como uma prioridade, mantendo a necessidade de seleção criteriosa do Património Histórico (PH).
Neste âmbito, foi desenvolvido um projeto de inventariação de todo o acervo museológico e dada
continuidade à atualização do acervo decorativo, cuja gestão compete, por regulamento interno, à Direção
de Comunicação e Marca.
O ano de 2022 foi ainda decisivo para firmar a relação entre a Caixa e o Museu do Design e da Moda
(MUDE), através da cedência de peças que faziam parte do espólio do edifício Sede do BNU, onde hoje
está instalado o MUDE. A formalização do compromisso será assegurada durante o ano de 2023.
A Caixa doou à Câmara Municipal do Porto os frisos escultóricos, baixos-relevos que foram produzidos
originalmente para a Filial da Caixa na Av. dos Aliados, com o intuito de lhe devolver a integridade e maior
visibilidade.
Foram ainda desenvolvidos projetos que promoveram a divulgação do PH da Caixa a nível internacional,
nomeadamente:
Dando oportunidade aos colaboradores da Caixa de aquisição de peças que faziam parte do património da
instituição, foram promovidas três vendas internas de artes decorativas e mobiliário que reuniram o
excedente de peças sem relevância histórica e serigrafias de autores secundários.
No final do ano a Caixa participou, no âmbito do Arquivo Histórico, no Grupo de Foco sobre a proposta de
estratégia para a salvaguarda e valorização de Arquivos do SPE (Setor Público Empresarial), criado pela
DGLAB – Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas. Este projeto destina-se a avaliar necessidades,
identificar problemas, apresentar melhorias e delinear estratégias para a melhor gestão destes arquivos.
Esta iniciativa irá contribuir para o livre acesso à cultura e à informação em Cabo Verde.
717
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO FINANCEIRA
A acessibilidade e a inclusão financeira contribuem para o desenvolvimento económico e social,
incentivando o desenvolvimento sustentável da economia e estimulando a melhoria progressiva das
condições de vida da população.
A Política de Envolvimento com a Comunidade da Caixa define o objetivo de promover as melhores práticas
na resposta aos desafios da sociedade portuguesa, sendo a inclusão social e financeira um dos seus três
eixos estratégicos.
A Caixa tem desenvolvido ao longo dos anos diversos projetos e iniciativas com o objetivo de promover a
inclusão e a literacia digital e financeira dos seus clientes, sendo efetuado o acompanhamento e
monitorização regular da abordagem da Caixa neste âmbito através do Comité de Sustentabilidade.
Neste capítulo são apresentados um conjunto de projetos e iniciativas que visam potenciar os impactos
positivos e minimizar os impactos negativos associados a este tema material. A Caixa realiza também a
medição e monitorização de diversos indicadores de desempenho neste capítulo e/ou no Anexo B – índice
GRI permitindo deste modo avaliar a eficácia das medidas implementadas.
Banca Digital
Em 2022, a Caixa consolidou a liderança como banco digital dos portugueses, com crescimentos
expressivos no número de clientes digitais ativos e no negócio realizado à distância. No mercado doméstico,
a Caixa alcançou 2,2 milhões de clientes digitais ativos, entre particulares e empresas, o que representa
65% da base de clientes e um crescimento de 8% face ao período homólogo.
Destaca-se ainda o crescimento do canal mobile, que atinge 1,5 milhões de clientes particulares e empresas
(+18% face ao período homólogo) e cuja relevância tem vindo a aumentar entre os utilizadores.
O aumento do número de clientes digitais contribuiu para aumentar para 80% o peso das vendas online
(+5pp YoY), aumentando também os níveis de satisfação (80/100) e recomendação dos canais digitais:
58% dos clientes recomendam os canais da Caixa (estudo Brandscore 4T 2022).
O Contact center, que conta desde 2021 com um Assistente Virtual que garante maior eficiência no
atendimento, registou níveis médios de satisfação elevados, de 77% (Customer Satisfaction Score).
718
Programa Eu Sou Digital
O EUSOUDIGITAL é um programa de iniciação ao digital, simples e gratuito. Desenvolvido a pensar em
adultos com mais de 45 anos, com pouco ou nenhum contacto com a internet. Este programa junta alunos
e mentores/voluntários numa dinâmica de aprendizagem de um para um. O Programa de Inclusão Digital
de Adultos (#EUSOUDIGITAL) está inscrito nos mecanismos de Títulos de Impacto Social (TIS) enquadrado
no âmbito do Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego (POISE).
Este programa vai ao encontro da estratégia da Caixa e contribui para o conhecimento e inclusão
socioeconómica, cultural e digital e permite atuar sob os valores da cidadania ativa e do respeito pelos
direitos humanos. Atualmente, este mecanismo do TIS está disponível nos programas da região Norte,
Centro, Alentejo, Lisboa e Algarve, tendo como objetivo a inclusão digital de 200 mil cidadãos até 2023.
A candidatura do Programa de Inclusão Digital de Adultos (#EUSOUDIGITAL) aos TIS-POISE tem três
intervenientes obrigatórios: o investidor social (a Caixa) – financiador do programa; a entidade
implementadora (A2D/MUDA) – responsável pela execução operacional do programa e a entidade da
administração pública responsável pela área que é objetivo da candidatura – inclusão digital (a Fundação
para a Ciência e Tecnologia).
O modelo de execução é robustecido com a gestão partilhada entre todos os parceiros no controlo de todos
os mecanismos de incentivos, nomeadamente controlo financeiro e apoio no reporte à entidade gestora do
programa e a participação de uma entidade avaliadora da obtenção dos resultados/objetivos.
A estratégia e ações passam por ativação de equipas de voluntários e pelo desenvolvimento de ações de
capacitação em espaços “Centros MUDA” suportados em parceiros educativos e sociais (escolas
secundárias, universidades, politécnicos, IPSS, universidades séniores, municípios e outras entidades
sociais de apoio à comunidade) e parceiros empresariais (organizações privadas que pretendem capacitar
com competências básicas digitais os seus funcionários e/ou os seus clientes que disponibilizam os locais
para a capacitação assim como voluntários internos). Após o processo formativo, são emitidos certificados
que asseguram que o cidadão tem as competências digitais mínimas (gestão de email, realização de
pesquisas online, aceder às redes socias e utilizar serviços digitais – p. ex. acesso a homebanking).
Para o desenvolvimento deste Programa, a Caixa, enquanto investidor social, disponibiliza os valores de
investimento que são considerados como elegíveis para apoio no âmbito dos TIS – POISE e têm como
contrapartida a obtenção de objetivos trimestrais de número de adultos capacitados digitalmente; as
despesas realizadas serão objeto de reembolso integral pelo POISE, através de pagamentos a realizar
diretamente ao Investidor Social, a Caixa.
Resultados alcançados14
14
Fonte dos dados A2D Business Consulting Lda (a 04/01/2023)
719
App Caderneta
Com 143 anos de existência, a caderneta é um património da Caixa reconhecido por todas as gerações.
Em abril de 2018, a caderneta evoluiu adaptando-se aos tempos modernos, mantendo as características
que fizeram os portugueses afeiçoar-se a ela. Esta nova solução foi criada com o input do público-alvo e
assumiu um formato de App, tornando-se, assim, numa solução de inclusão digital que tem como missão
introduzir e facilitar a adoção de meios digitais para serviços financeiros, procurando promover a
digitalização da população mais idosa e melhorar a sua experiência bancária. Esta solução digital e
ambientalmente responsável, permite reduzir o impacto nas florestas Portuguesas em cerca de 12,8
toneladas de papel por ano.
Muito simples e adaptada às necessidades dos clientes (menus simplificados, com ícones em
formato aumentado);
Permite anotações nos movimentos de conta, análise de consumos e o contacto direto com
assistente;
Solução sustentável: permite poupar papel e contribui para a inclusão digital da população.
Ativada em linguagem natural, (em português, de Portugal, e inglês) esta solução permite uma experiência
próxima à interação humana e, além de ser o primeiro voicebot transacional do sector bancário português
é o único integrado numa app bancária.
A CAIXA responde a dúvidas dos clientes, presta informações e é a única assistente do mercado que faz
pagamentos, transferências, consultas de saldos e movimentos de contas, regista pedidos de cartões e
720
reativa o Caixadirecta caso os clientes não se lembrem do código de acesso ao serviço, tornando-se numa
ferramenta ainda mais completa para quem procura simplicidade no acesso ao banco.
A Assistente Digital CAIXA destina-se a clientes que procuram uma experiência personalizada e inovadora,
que valorizam a segurança, mobilidade, rapidez e eficiência num serviço bancário. Esta solução simplifica
a relação com o Banco, potenciando a proximidade e melhorando a experiência em contexto digital, ao
mesmo tempo que promove a inclusão digital da população invisual ou com maior dificuldade na utilização
da tecnologia.
É um serviço desenvolvido para clientes particulares da Caixa com altos padrões de exigência e que veem
no contacto por voz uma alternativa rápida e eficaz às habituais formas de realizar transações bancárias,
em contextos muitas vezes adversos.
Esta solução, que é uma referência no setor bancário nacional, registou em dezembro um acumulado anual
de 3,6 milhões (janeiro-dezembro de 2022). Face ao período homólogo, o número de consultas via
assistente cresceu 34% e o número de transações 93%, o que denota não só a utilidade do serviço de voz
como a confiança dos utilizadores, que podem agora contar com a Assistente para solicitar pedidos de
cartões de crédito.
Nos últimos anos, a Caixa verificou um crescente aumento de chamadas para o contact center, sendo
fundamental dar autonomia aos clientes para contratarem produtos e serviços e obterem respostas
às suas questões em regime de autosserviço.
Assim, em 2020, a Caixa adotou uma solução por voz, que permite entender as intenções dos
clientes, dando resposta imediata sem com isso inviabilizar a passagem para um assistente com
maiores competências para a solicitação do utilizador, sempre que este necessite ou as regras de
negócio assim o definam. O voicebot do Caixa Contact Center é uma solução de atendimento
baseada em inteligência artificial para automatizar as operações bancárias, que se foca na melhoria
da jornada do cliente, através da utilização de tecnologias de reconhecimento de linguagem natural
(falada ou escrita) para inferir as necessidades do utilizador e, com isso, facultar as respostas
necessárias.
O Voicebot do Contact Center é também uma solução inclusiva pois permite efetuar as interações
com todos os clientes em linguagem natural (com reconhecimento das diversas pronúncias) e
assegurar resposta aos seus pedidos de forma automática, com voz humanizada e em contexto
conversacional, o que o torna conveniente e acessível em qualquer interação.
Decorridos dois anos da sua implementação, os resultados obtidos superam as expectativas, tendo-
se registado o atendimento de mais de 4 milhões de chamadas e 10 milhões de conversas
provenientes de 2,2 milhões de clientes. Destaca-se ainda uma precisão semântica de 9,2%, o que
torna esta solução muito confiável entre os utilizadores.
Por outro lado, permitiu também aumentar a produtividade, otimizar recursos e diminuir as
deslocações de assistentes e clientes, o que reduz significativamente a pegada de carbono se
considerarmos que este assistente inteligente tem capacidade para atender 2,8 milhões de clientes.
721
Portal Saldo Positivo
O Saldo Positivo é o portal de literacia financeira da Caixa, pioneiro na especialidade, que visa contribuir
positivamente para o aumento dos níveis de literacia financeira dos portugueses. O portal responde à
necessidades de múltiplas audiências, desde famílias, jovens, seniores e empreendedores. Os seus
conteúdos abordam temáticas atuais e que passam pela sensibilização ambiental, importância do digital,
gestão do orçamento familiar, leis e fiscalidade, formação, mobilidade, entre outros temas com impacte no
dia-a-dia da população.
Ao longo do ano de 2022, a Caixa redesenhou o programa Saldo Positivo no sentido de garantir uma maior
abrangência de conteúdos com impacte no segmento jovem, contando atualmente com uma secção
específica intitulada “Os contos do Sebastião” que, de forma simples, divertida e através de linguagem
adaptada, contribui para sensibilizar este target para as melhores práticas de sustentabilidade e literacia
financeira.
Adicionalmente, o Saldo Positivo mantém a sua abordagem ao tópico ESG de modo eclético, como
resultado de uma abordagem em rede entre os diversos temas transversais que aqui se englobam.
Principais indicadores:
O Grupo de Trabalho de Literacia Financeira, do qual a Caixa faz parte, é responsável pelo
desenvolvimento de iniciativas dirigidas a diferentes públicos-alvo, nomeadamente, estudantes,
público em geral e população sénior. A APB, em colaboração com os bancos associados, participa
anualmente num conjunto de atividades com diferentes parceiros, sendo de salientar a Semana da
Formação Financeira (PNFF) e a Semana Mundial do Investidor (CMVM/IOSCO). Neste âmbito
destaca-se o Programa de Literacia Digital subordinado ao tema “Tudo o que precisa de saber sobre
banca online”, que pretende contribuir para a capacitação da população sénior para a utilização dos
canais digitais.
Durante 2022 foram dinamizadas sessões de esclarecimento gratuitas e abertas ao público em geral,
direcionadas essencialmente à população mais sénior que ainda não está familiarizada com a
utilização da banca online, seja através computador ou do telemóvel. Este programa consistiu em
12 sessões de esclarecimento que decorreram até julho de 2022, com uma periodicidade mensal e
promovidas por representantes dos bancos associados da APB.
722
Banco Comercial e de Investimentos – Literacia Financeira
723
CIBERSEGURANÇA E PROTEÇÃO DE DADOS
Com o crescimento do cibercrime e de outras ameaças potenciadas pelo aumento da utilização das novas
tecnologias, é crucial o envolvimento e empenho de todos os colaboradores, qualquer que seja a sua
função, para a segurança e proteção da informação e das tecnologias de informação e comunicação (TIC)
que gerem no desempenho das suas atividades.
Importa ainda realçar o Conselho Delegado de Continuidade de Negócio, Risco Operacional e Controlo
Interno (CDCRC) enquanto o órgão deliberativo da Comissão Executiva responsável pela coordenação,
apreciação e debate de assuntos relacionados com a gestão do risco operacional e das deficiências de
controlo interno ao nível do Grupo, bem como das matérias respeitantes à monitorização e gestão da
proteção de dados e à monitorização do risco reputacional. Este Conselho Delegado reúne, ordinariamente,
com uma periodicidade mensal, podendo, contudo, ser convocadas reuniões extraordinárias por orientação
do Chief Risk Officer, que preside a este conselho, ou, nos casos de violação de dados pessoais, pela
equipa de urgência de proteção de dados.
Neste capítulo são apresentados um conjunto de projetos e iniciativas que visam potenciar os impactos
positivos e minimizar os impactos negativos associados a este tema material. A Caixa realiza também a
medição e monitorização de diversos indicadores de desempenho neste capítulo e/ou no Anexo B – índice
GRI permitindo deste modo avaliar a eficácia das medidas implementadas.
Plano Estratégico de IT
O Plano Estratégico de IT da Caixa assenta na transformação de seis pilares base dos sistemas de
informação com vista a: aumentar a capacidade e entrega de funcionalidades prioritárias; reduzir o risco
operacional e otimizar os custos.
724
6) Recursos: Criar/aumentar as competências de IT internas de forma a reforçar, reter e valorizar os
recursos.
Programa ENTERPRISE RESOURCE PLANNING (ERP): Este programa, que está a dar ainda
os primeiros passos na análise de gaps entre os processos Caixa e o standard das ferramentas,
visa dotar o banco de uma capacidade de executar os processos financeiros, logístico e de gestão
de recursos de forma expedita, simplificada e sem constrangimentos, descontinuando um conjunto
de aplicações e módulos obsoletos;
725
Caixa – Virtualização de servidores e do posto de trabalho
Proteção de dados
No âmbito da Agenda Digital Europeia, que visa consagrar o Mercado Único Digital na União Europeia, a
proteção dos dados pessoais deve ser assumida, pelas empresas e organizações, como uma nova
realidade e como fator crítico para o sucesso dos processos de transformação digital em curso. A
conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) materializa-se numa oportunidade
para, procedendo a um rigoroso exercício de autoavaliação dos seus processos e procedimentos internos
em matéria de tratamento dos dados de clientes e colaboradores, prestar um serviço de qualidade aos
clientes, acrescentando valor à relação de confiança que mantêm com a Caixa e o Grupo Caixa.
Na vertente de controlo e conformidade da Caixa com a legislação sobre proteção de dados, destacam-se
as seguintes iniciativas:
726
assegurar a conformidade com a Lei n.º 58/2019 que assegura a execução, na ordem jurídica
nacional, do RGPD. Esta atualização tem ainda por objetivo acomodar a evolução regulatória
ocorrida e as orientações e entendimentos da autoridade nacional de supervisão em proteção de
dados pessoais, tendo a versão atualizada sido transposta para as entidades do grupo. As
entidades do Grupo CGD estão a concluir o processo de transposição desta norma corporativa
para os respetivos normativos internos, assim contribuindo para a maturidade da cultura
organizacional de conformidade de proteção de dados do Grupo CGD e o reforço da confiança
dos respetivos clientes e stakeholders;
Para celebrar o Dia Internacional da Proteção de Dados, que se comemora a 28 de janeiro de cada
ano, foi divulgada na intranet (SomosCaixa) uma notícia alusiva à ocasião e reiterando a importância
do cumprimento dos princípios de tratamento de dados e a responsabilidade de todos e cada um
dos colaboradores para a conformidade nesta matéria.
Foi ainda salientada a mais-valia competitiva que representa para a Caixa a conformidade da sua
atividade em matéria de proteção de dados, como catalisador do negócio bancário e da intervenção
na economia do País e destacada a vertente corporativa da estratégia de proteção de dados.
727
Banco Caixa Geral Angola – Formação em matérias de proteção de dados
O Banco Caixa Geral Angola realizou formação específica em matéria de proteção de dados,
ministrada em formato e-learning, tendo sido abordados os principais conceitos nesta matéria, como
por exemplo: a importância dos dados pessoais; conhecer as categorias de dados pessoais; o que
fazer no caso de uma falha ou violação relacionada com dados pessoais; entre outros conceitos
relevantes.
728
4.11. Modelos de governação transparentes
A Caixa considera que a existência de práticas de gestão éticas e transparentes é fundamental para
impulsionar o desempenho de forma responsável e diversificada. Nesse sentido, a Caixa tem vindo a
construir um modelo de governo mais eficiente baseado numa cultura organizacional comprometida com a
satisfação das expectativas e necessidades dos clientes, colaboradores, acionista, regulador e restantes
partes interessadas, assumindo os valores fundamentais que devem orientar a atividade de uma instituição
que é uma referência na economia e na sociedade portuguesa.
A Caixa mantém em vigor diversas normas e outros documentos internos que contribuem para esse
objetivo, incluindo, entre outras, o Código de Conduta, a Política de Governo Interno, a Política de
Diversidade dos Colaboradores do Grupo Caixa e dos Membros dos Órgãos de Administração e
Fiscalização da Caixa; a Política Global de Prevenção e Gestão de Conflito de Interesses da Caixa; a
Política e o Plano de Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas e a ordem de serviço para os Conselhos
Delegados, Comités e Conselhos Consultivos onde se encontra detalhada a informação relativa ao âmbito
e às competências associadas ao Comité de Sustentabilidade, órgão responsável pela disseminação das
práticas ESG pela organização.
Neste capítulo são apresentados um conjunto de projetos e iniciativas que visam potenciar os impactos
positivos e minimizar os impactos negativos associados a este tema material. A Caixa realiza também a
medição e monitorização de diversos indicadores de desempenho neste capítulo e/ou no Anexo B – índice
GRI permitindo deste modo avaliar a eficácia das medidas implementadas.
Neste processo destaca-se o Comité de Sustentabilidade (CSU), presidido pelo Chief Executive Officer, e
que passou também a incluir a partir de 2022 na sua composição o Chief Risk Officer e a Chief Sustainability
Officer (ambos administradores executivos). Desta forma é garantida a existência de um modelo de gestão
robusto, transparente, que promove o desenvolvimento de projetos ESG transversais e a respetiva
monitorização contínua pela administração. Durante 2022 o CSU realizou quatro reuniões.
729
Banco Nacional Ultramarino (Macau) – Modelo de Governo
Aprofundando e desenvolvendo a Estratégia de Sustentabilidade o BNU definiu uma estrutura
organizacional e modelo de governo para coordenar a estratégia ESG, assegurando o alinhamento da
proposta de valor, dos processos e das práticas de negócio e das operações de suporte, integrando
os princípios de sustentabilidade nos processos de decisão do Banco.
Numa primeira fase, o CSP convidou os atuais fornecedores a registarem-se como potenciais
fornecedores Caixa, passando seguidamente por um processo de qualificação. Deste modo foi
Implementado o Modelo de Qualificação de Fornecedores, com a inclusão de critérios ESG, o que
contribui para uma governação mais eficiente dos riscos ESG na cadeia de fornecedores.
Tendo por base a Política de diversidade dos colaboradores do grupo Caixa e dos membros dos órgãos de
administração e fiscalização, a Caixa deverá, entre outros, respeitar os seguintes princípios aplicáveis:
O órgão de administração da Caixa deverá ser composto por membros cujas habilitações e
antecedentes relativos à experiência profissional sejam diversificados e equilibrados permitindo
dispor dos conhecimentos adequados às atividades e estratégia da Caixa;
O órgão de administração da Caixa deverá integrar pessoas com diversidade de idades;
O órgão de administração da Caixa deverá integrar membros com origem geográfica, no que
respeita ao seu contexto cultural, habilitações e experiência profissional, diversa e adequada face
aos desafios e posicionamento do Grupo Caixa;
A proporção das pessoas de cada sexo designadas para os órgãos de administração e de
fiscalização da Caixa deverá ser igual ou superior a 33,3 por cento em cada um desses órgãos.
730
Caixa – Independência dos Administradores não executivos
Conforme definido na Política de Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas, e de acordo com o Plano
de Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas, cada órgão de estrutura procede à identificação dos
riscos de corrupção que lhe estão associados, e à indicação das medidas adotadas para mitigar a sua
ocorrência. Esta Política contém também informação sobre a sua atualização e monitorização, identificando
igualmente os responsáveis envolvidos na gestão do plano, sendo todos os órgãos de estrutura da Caixa,
no âmbito da sua área de intervenção e numa lógica de melhoria contínua, responsáveis pela adoção das
iniciativas necessárias à operacionalização do mesmo.
A Política de Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas foi revista em 2022 tendo sido identificadas
novas áreas potencialmente mais expostas ao fenómeno da corrupção e infrações conexas.
A revisão da Política resultou do novo Plano de Prevenção da Corrupção e Infrações Conexas, que foi
elaborado e publicado no site institucional da Caixa em 2022 e em que foram identificadas novas áreas
potencialmente mais expostas ao fenómeno da corrupção e infrações conexas, tendo-se porém verificado
uma diminuição do risco atribuído às áreas que transitaram do anterior Plano.
São também incluídas as medidas a implementar e os planos de ação que permitem mitigar o risco da
Caixa a este fenómeno. A implementação destas medidas e ações será acompanhada através do Relatório
de Execução do Plano que passará em 2023 a ter uma periodicidade semestral.
Ainda em 2022 foi também disponibilizado um curso e-learning sobre Prevenção da Corrupção e Infrações
Conexas, de carater obrigatório, a todos os colaboradores da Caixa.
731
Mecanismos existentes para comunicação de práticas irregulares
O Código de Conduta estabelece que a Caixa disponibiliza um circuito de
comunicação interna de práticas irregulares alegadamente ocorridas no âmbito
da sua atividade. Assim, a Caixa dispõe de um sistema de comunicação interna
de práticas irregulares (SCIPI), regulado em normativo interno próprio.
Poderão ser realizadas através do SCIPI as comunicações referentes aos seguintes temas:
a) Violações potenciais ou efetivas das obrigações da Caixa no âmbito das atividades que prossegue
de intermediação financeira, nomeadamente as estabelecidas no Regulamento (UE) n.º 600/2014,
do Parlamento Europeu e do Conselho;
b) Infrações ou irregularidades já consumadas, que estejam a ser executadas ou que, à luz dos
elementos disponíveis, se possa prever com probabilidade que venham a ser praticadas, que
digam respeito às seguintes matérias:
e) Indícios sérios de infrações a deveres previstos no Regime Geral das Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras (RGICSF), nomeadamente relativos a regras de conduta, relação com os
clientes, segredo profissional, fundos próprios, reservas, governo da sociedade, capital interno,
riscos e deveres de divulgação e informação;
f) Indícios sérios de infrações a deveres previstos no Regulamento (UE) n.º 575/2013, do Parlamento
Europeu e do Conselho, designadamente relativos a fundos próprios, riscos, liquidez,
alavancagem e divulgação de informação;
h) Violações à regulamentação que concretiza a Lei n.º 83/2017, mencionada na alínea anterior;
732
i) Violações às políticas, procedimentos e controlos internamente definidos em matéria de prevenção
do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, designadamente as Ordens de
Serviço relativas à Prevenção do Branqueamento de Capitais e Combate ao Financiamento do
Terrorismo, Prevenção do Abuso de Mercado, Prevenção do Branqueamento de Capitais –
Sistema de Filtragem de Entidades e Banca de Correspondentes.
Para além das matérias elencadas nas alíneas anteriores, deverão ainda ser admitidas comunicações
anónimas, realizadas através do SCIPI, sobre irregularidades ou violações de disposições legais ou de
regulamentação produzida pelos supervisores em matéria do exercício da atividade ou prática bancária.
Para o efeito, a Caixa, através da Área de Anti-Crime Financeiro da Direção de Compliance, encontra-se
dotada de várias ferramentas informáticas que permitem a monitorização da atividade bancária no âmbito
da PBC/CFT, salientando-se as aplicações dedicadas à monitorização de contas e clientes (efetuada de
forma contínua, sistemática e em função de indicadores estabelecidos com base numa abordagem baseada
no risco - RBA – Risk Based Approach), à classificação do perfil de risco dos clientes e à filtragem de
clientes sancionados e de pessoas politicamente expostas.
Em 2022, a Caixa implementou uma nova aplicação de investigação e suporte ao negócio e alterou o
modelo operativo para um processo digital de análise das transações de clientes ao abrigo da Lei n.º
83/2017, decisão estratégica que permitiu aumentar os níveis de eficácia e eficiência operacional, bem
como obter uma redução muito significativa do consumo de papel e, consequentemente, uma otimização
do consumo de energia, aumentando, desta forma, os níveis de sustentabilidade no desempenho da
atividade de PBC/CFT.
Considerando que a todos os colaboradores é exigido o conhecimento e cumprimento das normas legais e
regulamentares que, no exercício das suas funções, lhes sejam diretamente aplicáveis, bem como de todas
as regras e procedimentos internos instituídos para o normal desenvolvimento da sua atividade, foram
disponibilizados vídeos formativos sobre a temática “Novas obrigações legais de PBC/CFT – Pareceres de
Risco de Compliance” e “Novas obrigações legais de PBC/CFT - Sanções Internacionais”.
733
Banco Caixa Geral Angola – PBC/FT
Em 2022 o Banco Caixa Geral Angola desenvolveu formação com o objetivo de capacitar os
participantes a identificarem potenciais situações suspeitas e reconhecer a importância da adoção de
medidas de PBC/FT, bem como relembrar as obrigações enquanto colaborador do banco e conhecer
os objetivos e aplicações do regime Foreign Account Tax Compliance Act (FATCA).
No ano de 2022 foram analisadas diversas situações de fraude reportadas por canais internos e através de
entidades externas, sendo avaliada a necessidade de implementar medidas de prevenção adicionais, bem
como a existência de possíveis efeitos sistémicos e padrões de atuação em articulação com os órgãos de
estrutura da Caixa e/ou entidades externas relevantes para a identificação de novos padrões de
comportamento, possíveis contaminações de ocorrências, e novos procedimentos a adotar.
A Caixa definiu e implementou mecanismos e procedimentos de controlo que permitem mitigar o risco de
fraude (externa), que se traduz nas perdas potenciais resultantes de atividades com intenção fraudulenta
no âmbito do seu relacionamento com clientes e terceiros, com uma articulação direta com as restantes
unidades que compõem a Área de Anti-Crime Financeiro, com vista a prevenir e combater vários tipos de
crime, com destaque para o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
No período em referência foram também publicadas notícias, alertas ou recomendações que visaram um
acompanhamento das tendências e novas tipologias de fraude, tendo como objetivo primário a contenção
dos incidentes verificados e prevenção de situações futuras.
Para a monitorização e controlo do risco de compliance nas estruturas internacionais do Grupo CGD foi
estabelecido um Modelo de Monitorização e Reporte de Compliance das Entidades, compreendendo as
atividades desempenhadas pela Direção de Compliance para a efetiva monitorização das entidades, assim
como as obrigações das entidades perante a Direção de Compliance, nomeadamente no que se refere ao
cumprimento dos deveres de informação relativos aos vários temas de compliance que têm de ser
acompanhados e monitorizados pela casa-mãe, zelando pela fiabilidade e pela pontualidade da informação
reportada.
O modelo de monitorização e reporte de compliance das entidades tem como objetivos primordiais
assegurar a supervisão efetiva das entidades do grupo, permitir avaliação e monitorização permanente dos
riscos das entidades do grupo, contribuir para a adoção atempada das políticas corporativas, promover a
resolução tempestiva das deficiências com risco de compliance e aumentar o controlo e o acompanhamento
da execução do plano e orçamento anuais de compliance.
734
A Direção de Compliance definiu um modelo que permite a avaliação de um conjunto de requisitos legais,
regulamentares e de boas práticas aplicáveis à função compliance a nível internacional, efetuando
regularmente deslocações às entidades do grupo CGD com vista a avaliar do grau de cumprimento da
gestão de risco de compliance. Estes requisitos são organizados por grandes temas e, dentro de cada tema,
identificam-se as questões específicas, possibilitando, assim, estruturar o diagnóstico realizado pela Casa-
Mãe. Em resultado da avaliação realizada é atribuída a cada entidade uma classificação global do seu grau
de cumprimento, o que permitirá concluir sobre o perfil de risco do Grupo, assim como identificar eventuais
insuficiências e oportunidades de melhoria que permitam fortalecer a cultura organizacional e os sistemas
de gestão de riscos, de governo e controlo interno no que diz respeito ao risco de compliance.
A Direção de Compliance procede ao registo das deficiências com risco de compliance das entidades
identificadas pelas autoridades e órgãos de supervisão, pelas auditorias internas e externas e pelas visitas
presencias de compliance realizadas às entidades. A cada deficiência é atribuído um nível de risco, o prazo
para a implementação do plano de ação associado à mesma, assim como o responsável pela execução do
plano de ação, com vista ao seu seguimento regular e resolução tempestiva, de acordo com a Política
Corporativa de Gestão das Deficiências de Controlo Interno aplicável a todo o Grupo.
No âmbito das competências corporativas da Direção de Compliance compete-lhe difundir a cultura ética e
os princípios de atuação do Grupo CGD, assim como disseminar as melhores práticas de atuação para a
função compliance e fomentar a partilha de experiências e a comunicação entre as diversas Entidades do
Grupo, assim como auxiliar as Entidades Caixa na adoção dos normativos internos corporativos e
acompanhar essa transposição. Para atingir esse objetivo são definidos quais os normativos relativos à
função compliance que deverão ter um cariz corporativo, assim como quais as entidades que deverão
transpor esses normativos e o prazo máximo de transposição. Compete a cada entidade transpor os
normativos corporativos assegurando a sua adaptação aos requisitos legais e regulamentares da sua
jurisdição. Todos os normativos corporativos para a função compliance deverão obter o visto do Head of
Compliance previamente à sua aprovação e subsequente publicação, contribuindo assim para a
implementação de uma função de compliance coerente e em cumprimento das normas internas e dos
procedimentos definidos para todo o Grupo.
Em 2022 a Caixa disponibilizou aos Compliance Officers das Entidades do Grupo CGD formação sobre
Compliance Risk Assessment – Metodologia e operacionalização, visitas de compliance e testes de
conformidade. Foi ainda ministrada formação relativa à preparação dos relatórios que visam responder
às obrigações impostas pelo Aviso n.º 3/2020 do Banco de Portugal.
735
4.12. Divulgação de informação de sustentabilidade
Atualmente verifica-se uma crescente atenção das partes interessadas (clientes, colaboradores,
investidores, fornecedores, terceiro setor, entre outras) na forma como as empresas integram os fatores
ESG nas suas estratégias de negócio e operações, acompanhado também por um incremento no
desenvolvimento e nível de exigência de leis e normativos que vão requerer que as empresas divulguem
informação não financeira mais transparente e pertinente.
A Caixa considera que é imperativo efetuar divulgações regulares e transparentes sobre o desempenho
ESG, de acordo com as melhores práticas de reporte e regulamentação, complementada por parcerias
multissetoriais que mobilizem e compartilhem conhecimento, que permitam uma abordagem global ao
desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, a Caixa tem vindo a desenvolver uma abordagem de reporte suportada no princípio de que
cada parte interessada possui necessidades específicas de informação e como tal, o conteúdo, a forma e
os canais de comunicação devem ser adaptados de forma a permitir uma visão transparente e eficiente do
desempenho ESG da instituição.
O Relatório de Sustentabilidade da Caixa posiciona-se como um instrumento bastante relevante para partes
interessadas que pretendem informação mais completa e detalhada como investidores, reguladores ou
supervisores. Por esse motivo a Caixa tem vindo a adotar a utilização dos principais frameworks em matéria
de sustentabilidade, como por exemplo a Global Reporting Initiative ou a Task Force on Climate-related
Financial Disclosures.
Considerando as necessidades de outras partes interessadas que privilegiam informação mais visual e
resumida, a Caixa passou também a publicar anualmente uma Brochura de Sustentabilidade, que destaca
os principais projetos e iniciativas divulgadas no Relatório de Sustentabilidade anual.
Destaca-se neste âmbito a publicação do Position Paper – Ação Climática, este documento de cariz
mais técnico, partilha um conjunto de informação bastante relevante para diversos grupos de partes
interessadas, como por exemplo os resultados do primeiro processo de cálculo da Caixa relativamente
às emissões de gases com efeito de estufa de âmbito 3 — categoria 15. Para uma instituição
financeira, as emissões da categoria 15 (investimentos) representam, na maioria das vezes, a
componente mais significativa do seu inventário de emissões de GEE.
Este documento foi partilhado diretamente com para 789 investidores de 474 empresas.
736
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE SUSTENTABILIDADE POR ENTIDADES
EXTERNAS
A Caixa responde regularmente a diferentes índices externos de sustentabilidade de forma a avaliar de uma
forma objetiva e transparente seu desempenho em matéria ESG, sendo uma das áreas de atuação do pilar
“Divulgação de Informação de Sustentabilidade” da Estratégia de Sustentabilidade 2021-2024.
Os ratings de sustentabilidade assumem uma elevada importância para as empresas, porque avaliam o
seu nível de exposição aos riscos ESG, assim como a sua capacidade de mitigar esses riscos e de contribuir
para o desenvolvimento sustentável.
Ao ser avaliada por entidades externas, a Caixa promove uma prática de transparência e uma resposta
concreta às expectativas de diversas partes interessadas, como os investidores, que privilegiam a
integração de critérios ESG nas suas decisões de investimento.
Em 2022 a Caixa alcançou uma classificação de Medium Risk (20.2). Este resultado posiciona a Caixa no
top 22% dos bancos avaliados, nomeadamente no 220.º lugar num universo mundial de 992 empresas
(dados a 14/12/2022).
Esta classificação demonstra a solidez da Caixa em ambas as dimensões de risco ESG avaliadas e
respetivos critérios associados, destacando-se os resultados obtidos em Corporate Governance (negligible
risk), ESG Integration – Financials (low risk) e Human Capital (low risk).
Esta avaliação funciona como uma importante ferramenta para identificar e avaliar os riscos e as
oportunidades climáticas associadas à sua atividade. Os níveis de desempenho dividem-se em Disclosure
(D- e D), Awareness (C- e C), Management (B- e B) e Leadership (A- e A).
A Caixa alcançou uma classificação de Management (B) no questionário de Climate Change 2022, sendo
este resultado superior à média do setor financeiro (B-). É importante salientar que das 12 categorias
avaliadas a CGD obteve um resultado acima da média em 11 categorias.
A resposta da Caixa pode ser consultada no site do CDP ou no site institucional da Caixa
(https://www.cgd.pt/Sustentabilidade/Desempenho/Pages/Avaliacoes-Externas.aspx).
De uma forma complementar ao questionário de Climate Change do CDP, a Caixa participou pela
primeira vez no CDP Forest, questionário focado nas práticas e gestão dos riscos florestais.
A Caixa alcançou uma classificação de (B) sendo este resultado superior à média do setor financeiro
(C) e da média global (C). A Caixa obteve um resultado acima da média nas seis componentes
avaliadas no questionário, nomeadamente: risks & opportunities; risk management processes; portfolio
impact; governance; engagement e business strategy & financial planning.
737
Alinhamento com requisitos regulatórios
A regulamentação europeia em matéria ESG tem vindo a evoluir significativamente ao longo dos últimos
anos, através do desenvolvimento de leis, regulamentos e diretrizes que serão fundamentais para o
alinhamento do sector financeiro com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal).
A Caixa tem vindo a acompanhar a evolução do contexto regulatório e a atuar proativamente através de
uma atuação interna interdepartamental e cujos principais desenvolvimentos são acompanhados em
Comité de Sustentabilidade.
Taxonomia Sustentável
Com o aumento da exposição aos riscos climáticos físicos agudos (e.g. ondas de calor/vento) e crónicos
(e.g. aumento do nível médio do mar), a Comissão Europeia desenvolveu uma resposta regulamentar que
pretende incorporar a sustentabilidade ambiental, social e governance (ESG) na tomada de decisão de
investimento, com o propósito de impulsionar o financiamento sustentável nos mercados financeiros.
Uma atividade económica é elegível se contribuir substancialmente para pelo menos um dos seis
objetivos ambientais subjacentes à Taxonomia, independentemente de a atividade cumprir os
critérios técnicos estabelecidos nos atos delegados;
O artigo 10.º, n.º 3, do Regulamento Delegado (UE) 2021/2178 da Comissão, que se aplica desde 1 de
janeiro de 2022 para instituições financeiras, visa identificar as atividades económicas elegíveis para os
objetivos ambientais estabelecidos no artigo 9.º, alínea (a) e (b), do Regulamento (UE) 2020/852 do
Parlamento Europeu (i.e., mitigação das alterações climáticas e adaptação das alterações climáticas).
Assim, a informação disponível no presente relatório pretende responder aos requisitos de divulgação
impostas no artigo referido.
Importa ressalvar que a elegibilidade para a Taxonomia da UE indica se os investimentos estão associados
a atividades que podem contribuir substancialmente para mitigação ou adaptação às alterações climáticas,
mas não em que medida o fazem.
Considerando que a regulação para divulgação da informação não estabelece nenhuma estrutura de
template pré-definida, a Caixa definiu uma estrutura de conteúdo e de reporte que pode ser analisada na
secção seguinte.
Análise de Elegibilidade
A análise da carteira de ativos considera o ativo consolidado do Grupo CGD. Assim, nos ativos abrangidos
pelo Indicador Chave de Desempenho (ICD) incluem-se todos os ativos que consolidam no Grupo, com
exceção dos ativos que são excluídos do cálculo do indicador, sendo estes as posições em risco sobre
bancos centrais, emitentes supranacionais e governos centrais, conforme descrito no parágrafo introdutório
nº 13 e no artigo 7.º, n.º 1, do Regulamento Delegado da Comissão (UE) 2021/2178, uma vez que não
existe um método de cálculo adequado destas posições. Na tabela seguinte, é possível verificar qual a
proporção dos ativos considerados no cálculo da elegibilidade (ativos abrangidos pelo indicador).
738
Para esta análise, foram utilizados como fontes de informação, o FINREP consolidado com data de
referência dezembro 2022, a lista de produtos associados ao crédito ao consumo das linhas de
financiamento “verdes” da CGD e a listagem de entidades NFRD.
Na tabela abaixo é apresentada a composição do ativo coberto ao nível do Grupo. A tabela é distribuída
pelas discriminações do ativo requeridas para o reporte do Green Asset Ratio, tanto pela Taxonomia como
pelas divulgações prudenciais do Pilar 3:
Proporção total em unidades monetárias e valor percentual da carteira de ativos coberto
% de % de
Valor Dos quais, para
ativos ativos
Ativos contabilístico Proporção setores elegíveis para
elegíveis elegíveis
(M€) a Taxonomia (M€)
2022 202115
Ativos abrangidos tanto no
36.715 61,03% 28.768 46,16% 50,17%
numerador como no denominador
- Instituições financeiras 4.590 7,63% - -
- Instituições de crédito 3.647 - -
- Outras instituições financeiras 943 - -
- Instituições não financeiras sujeitas à
divulgação NFRD
1.501 2,50% 0 0,72% 0,36%
- Households 30.623 50,91% - - 49,81%
- Mortgages 27.768 27.768 46,16%
- Crédito para consumo + outros 2.856 0,577 0,00%
Ativos excluídos do numerador
para efeitos do cálculo do 23.440 38,97% - -
indicador chave de desempenho
- Instituições não financeiras não
18.078 30,05% - -
obrigadas a reportar NFRD
- Derivados 52 0,09% -
- Exposição a empréstimos
interbancários
574 0,95% - -
- Caixa e seus equivalentes e depósitos à
ordem
652 1,08% - -
- Outros ativos (e.g. goodwill, outros
4.084 6,79% - -
ativos tangíveis, etc.)
Total de ativos cobertos, i.e.
60.155 100,00% - -
abrangidos pelo indicador
De acordo com o artigo 7.º, n. º2 e 3, (UE) 2021/2178 são excluídos do numerador as exposições em risco
relativas a derivados e a contrapartes não sujeitas ao reporte não financeiro, pela (UE) 2013/34.
15 Para o reporte da taxonomia de 2021 foi utilizado o FINREP com ano de referência a dezembro, 2020, considerando que à data de
realização do exercício para o ano transato, o FINREP com referência a dezembro, 2021 não tinha sido ainda concluído.
739
Adicionalmente, e segundo os esclarecimentos de outubro de 2022 (2022/C 385/01)16, posições de ‘Caixa
e seus equivalentes e depósitos à ordem’ e ‘Outros ativos’ não são consideradas no numerador, uma vez
que não é viável de avaliar a sua elegibilidade já que não é claro a que atividade económica estes ativos
são alocados.
Para identificação das posições elegíveis para a Taxonomia da UE, foi considerada a totalidade do valor
relativamente a mortgages, os valores relativos a linhas de financiamento de âmbito ambiental em créditos
para consumo e posições cujas contrapartes estão sujeitas a NFRD - empresas listadas em mercados
regulamentados europeus, instituições de crédito, empresas seguradoras, com mais de 500 trabalhadores
– associadas aos NACE elegíveis estabelecidos na regulação.
Adicionalmente ao cálculo dos indicadores a dezembro de 2022, o Grupo CGD efetuou o exercício de
evolução destes indicadores (relativamente a dezembro 2021) tendo obtido os valores apresentados
abaixo:
A tabela apresenta a evolução dos indicadores de elegibilidade entre 2022 e 2021, onde se verifica um
decréscimo na proporção de atividades económicas elegíveis para a Taxonomia sobre o total de ativos,
relativamente ao ano anterior, no entanto é importante ressalvar alguns aspetos:
Houve um ajuste na forma de cálculo relativamente ao ano de 2021, onde foi considerada a
totalidade de ativos para calcular a proporção de ativos elegíveis. Em 2022, foram considerados
apenas os ativos cobertos.
Foram considerados, na análise à Taxonomia 2022, os valores relativos a linhas de financiamento
de âmbito ambiental em créditos para consumo;
O valor total de ativos teve um aumento de 2021 para 2022, de 91.284M€ para 102.345M€, sendo
que, o montante coberto aumentou de 56.099M€ para 60.155M€, respetivamente, o que leva a
uma diminuição das proporções, no entanto, relativamente ao montante elegível, este teve um
aumento de 28.143M€ para 28.202M€;
O valor elegível de empresas não financeiras sujeitas à divulgação NFRD teve um aumento em
2022 de 201M€ para 434M€ relativamente ao ano anterior.
16
Comunicação da Comissão sobre a interpretação de certas disposições legais da Lei de Divulgação Delegada nos termos do artigo 8º
do Regulamento da Taxonomia da UE sobre a comunicação de atividades económicas elegíveis e bens
17
Consideram-se ativos cobertos, todos os ativos incluídos no cálculo do numerador e denominador do ICD.
740
no mercado financeiro tomam em consideração os riscos de sustentabilidade nas suas decisões de
investimento ou nas suas atividades de consultoria para investimento.
A Política de Investimento Socialmente Responsável visa cumprir com o disposto no Regulamento (UE)
2019/2088 do Parlamento Europeu e do Conselho de 27 de novembro de 2019 relativo à divulgação de
informações relacionadas com a sustentabilidade no setor dos serviços financeiros.
Desta forma, a presente Política enquadra a natureza dos diversos produtos geridos pela Caixa Gestão de
Ativos, que promovem, entre outras, características ambientais ou sociais e que ao abrigo da regulação
poderão corresponder aos termos dos artigos 6º e 8º do referido Regulamento, conforme explicitado na
informação pré-contratual de cada produto. Adicionalmente, a Política de Investimento Socialmente
Responsável é extensiva, nos mesmos termos, aos serviços de gestão discricionária e consultoria para
investimento prestados pela Caixa Gestão de Ativos.
Desta forma, com referência a dezembro de 2022 a Caixa Gestão de Ativos não obstante incorporar critérios
ESG na totalidade dos seus ativos, destaca-se o montante total de 5.9 mil milhões de euros em fundos de
investimento mobiliário e fundos de pensões abertos sob gestão que promovem características sociais e/ou
ambientais e que cumprem com todos os pressupostos na Política ISR, das sociedades gestoras do Grupo
Caixa Geral de Depósitos – Caixa Gestão de Ativos, SGOIC, SA e CGD Pensões, SGFP, SA - (artigo 8º à
luz do Regulamento Europeu 2019/2088). Este montante engloba 5,2 mil milhões de fundos de investimento
mobiliários, 191 milhões de euros de Fundos de Pensões Abertos e 537 milhões de euros de Fundos PPR
OICVM.
741
Anexo A – Indicadores de Sustentabilidade
2-7 - COLABORADORES
Contrato sem termo Contrato a prazo Temporários Tempo integral Tempo parcial
Total
M F Total M F Total M F Total M F Total M F Total
Caixa 2124 3625 5749 30 58 88 0 0 0 2154 3679 5833 0 4 4 5837
BCA 130 214 344 27 48 75 0 0 0 156 252 418 1 0 1 419
BI 43 79 122 11 25 36 0 0 0 54 104 158 0 0 0 158
BCGA 209 247 456 27 32 59 0 0 0 236 279 515 0 0 0 515
BCI 1222 1471 2693 11 5 16 0 0 0 1239 1477 2716 0 0 0 2716
BNU 168 271 439 27 39 66 6 16 22 187 308 495 14 18 32 527
Sucursal de Timor 72 66 138 0 0 0 0 0 0 72 66 138 0 0 0 138
Sucursal de França 210 300 510 19 21 40 0 0 0 228 294 522 1 27 28 550
Contrato sem termo Contrato a prazo Temporários Tempo integral Tempo parcial Total
Região
Portugal 5749 88 0 5833 4
Caixa 5837
Outro 0 0 0 0 0
Cabo Verde 344 75 0 418 1
BCA 419
Outro 0 0 0 0 0
Cabo Verde 122 36 0 158 0
BI 158
Outro 0 0 0 0 0
Angola 456 59 0 515 0
BCGA 515
Outro 0 0 0 0 0
Moçambique 2693 16 0 2716 0
BCI 2716
Outro 0 0 0 0 0
Macau 427 64 22 481 32
BNU 527
Outro 12 2 0 14 0
Timor 131 0 0 131 0
Sucursal de Timor 138
Outro 7 0 0 7 0
França 510 40 0 522 28
Sucursal de França 550
Outro 0 0 0 0 0
742
401-1 - CONTRATAÇÕES E SAÍDAS POR GÉNERO E FAIXA ETÁRIA (em percentagem e em número)
< 30 anos 30 - 50 anos > 50 anos TOTAL
Banco Taxa de: M F M F M F M F
novas contratações 41% 40% 2% 1% 1% 1% 3% 2%
Caixa
rotatividade 36% 19% 4% 2% 17% 10% 11% 5%
novas contratações 31% 32% 4% 2% 3% 2% 6% 5%
BCA
rotatividade 0% 0% 3% 4% 9% 30% 4% 8%
novas contratações 40% 11% 2% 9% 0% 0% 6% 9%
BI
rotatividade 0% 0% 9% 11% 50% 0% 9% 8%
novas contratações 26% 18% 9% 3% 0% 0% 10% 5%
BCGA
rotatividade 21% 5% 10% 5% 36% 30% 12% 7%
novas contratações 24% 25% 2% 2% 3% 0% 4% 4%
BCI
rotatividade 7% 3% 5% 3% 10% 15% 5% 3%
novas contratações 29% 25% 3% 2% 0% 2% 7% 7%
BNU Macau
rotatividade 12% 6% 6% 3% 8% 14% 7% 6%
novas contratações 0% 0% 0% 0% 0% 17% 0% 2%
Sucursal de Timor
rotatividade 0% 0% 6% 2% 0% 0% 4% 2%
Sucursal de novas contratações 70% 79% 14% 5% 2% 0% 21% 17%
França rotatividade 41% 66% 12% 4% 15% 11% 19% 18%
< 30 anos 30 - 50 anos > 50 anos TOTAL
Banco Número de: M F M F M F M F
novas contratações 33 57 28 19 8 6 69 82
Caixa
rotatividade 29 27 46 56 156 117 231 200
novas contratações 5 7 4 4 1 1 10 12
BCA
rotatividade 0 0 3 8 3 13 6 21
novas contratações 2 2 1 7 0 0 3 9
BI
rotatividade 0 0 4 8 1 0 5 8
novas contratações 5 7 18 7 0 0 23 14
BCGA
rotatividade 4 2 20 12 4 6 28 20
novas contratações 32 40 18 20 2 0 52 60
BCI
rotatividade 9 5 49 38 7 4 65 47
novas contratações 12 16 3 5 0 1 15 22
BNU Macau
rotatividade 5 4 6 6 4 8 15 18
novas contratações 0 0 0 0 0 1 0 1
Sucursal de Timor
rotatividade 0 0 3 1 0 0 3 1
Sucursal de novas contratações 31 48 14 8 2 0 47 56
França rotatividade 18 40 12 7 13 11 43 58
743
405-1 Colaboradores por catergoria profissional, género e faixa 404-3 Colaboradores que 404-1 Média de 405-2 Salário 405-2
etária (%) receberam Avaliação de Horas de base médio Remuneração
Caixa Geral de Depósitos Desempenho (%) Formação (h) média
Género Género Género
<30 30 - 50 >50 RÁCIO
Total Total M F
anos anos anos M F M F M/H
74,0 74,1
Quadros Superiores 0% 44% 56% 52% 48% 11% 99% 98% 99% 101,8 93% 88%
Quadros Médios 3% 67% 29% 38% 62% 56% 100% 99% 99% 77,2 95% 94%
TOTAL 4% 60% 36% 37% 63% 100% 100% 98% 99% 74,1 91% 87%
405-1 Colaboradores por catergoria profissional, género e faixa etária (%) 404-1 Média de 405-2 Salário 405-2 Remuneração
Horas de Formação base médio média
(%)
Banco Comercial do Atlântico <30 anos 30 - 50 anos >50 anos Género Total Género RÁCIO M/H
M F M F
17,2 17,0
Administração 0% 60% 40% 60% 40% 1% 8,9 85% 85%
Direção 0% 62% 38% 69% 31% 3% 33,2 98% 136%
Chefia/Gerência 1% 84% 15% 36% 64% 22% 18,6 102% 102%
Técnica 13% 76% 11% 33% 67% 48% 18,5 108% 106%
Multifunções 20% 70% 10% 32% 68% 12% 22,0 101% 95%
Administrativa 0% 31% 69% 50% 50% 4% 4,7 85% 108%
Auxiliar 0% 50% 50% 55% 45% 9% 0,0 78% 72%
TOTAL 9% 72% 19% 37% 63% 100% 17,1 101% 101%
744
405-1 Colaboradores por catergoria profissional, género e faixa etária (%) 404-1 Média de Horas 405-2 Salário 405-2 Remuneração
de Formação (%) base médio média
<30 anos 30 - 50 anos >50 anos Género Total Género RÁCIO M/H
Banco InterAtlântico
M F M F
15,9 15,5
Administração 0% 100% 0% 50% 50% 1% 0,0 100% 100%
Técnico 6% 72% 22% 36% 64% 23% 34,4 102% 109%
Empregado Bancário 18% 79% 3% 32% 68% 74% 10,5 99% 91%
Ajudante de Serviços Gerais 0% 100% 0% 100% 0% 2% 0,0 - -
TOTAL 15% 78% 8% 34% 66% 100% 15,6 98% 95%
745
405-1 Colaboradores por catergoria profissional, género e faixa etária (%) 404-1 Média de Horas 405-2 Salário 405-2 Remuneração
de Formação (%) base médio média
Banco Comercial e de <30 anos 30 - 50 >50 anos Género Total Género RÁCIO M/H
Investimentos anos M F M F
36,7 41,1
Administração 0% 14% 86% 100% 0% 0% 12,1 - -
Direção 1% 77% 22% 69% 31% 5% 36,8 83% 83%
Chefia/Gerência 2% 95% 3% 49% 51% 23% 26,6 97% 91%
Técnica 9% 88% 3% 57% 43% 20% 25,9 109% 101%
Multifunções 3% 95% 2% 22% 78% 7% 23,7 106% 102%
Administrativa 18% 81% 0% 38% 62% 44% 55,2 100% 100%
Auxiliar 0% 43% 57% 81% 19% 1% 16,2 82% 80%
TOTAL 11% 86% 4% 46% 54% 100% 39,1 64% 67%
405-1 Colaboradores por catergoria profissional, género e faixa etária (%) 404-1 Média de Horas de 405-2 Salário 405-2 Remuneração
Formação (%) base médio média
Banco Nacional Ultramarino <30 anos 30 - 50 >50 anos Género Total Género RÁCIO M/H
(Macau) anos M F M F
21,2 18,0
Comissão Executiva 0% 0% 100% 100% 0% 1% 18,8 - -
Direção 0% 52% 48% 48% 52% 6% 71,8 84% 83%
Gestão 2% 57% 41% 32% 68% 24% 21,6 91% 93%
Técnica 31% 65% 4% 67% 33% 9% 24,9 87% 87%
Supervisor 15% 73% 13% 33% 67% 31% 16,7 111% 111%
Administrativa 44% 48% 8% 37% 63% 28% 7,4 93% 93%
Auxiliar 0% 0% 100% 0% 100% 1% 1,3 - -
TOTAL 20% 59% 21% 38% 62% 100% 19,3 51% 51%
746
405-1 Colaboradores por catergoria profissional, género e faixa etária (%) 404-1 Média de Horas 405-2 Salário 405-2 Remuneração
de Formação (nº) base médio média
Sucursal de Timor <30 anos 30 - 50 >50 anos Género Total Género RÁCIO M/H
anos M F M F
59,2 50,8
Administração 0% 33% 67% 33% 67% 2% 25,9 27% 27%
Direção 17% 67% 17% 100% 0% 4% 34,4 - -
Chefia/Gerência 0% 82% 18% 46% 54% 20% 92,6 95% 85%
Técnica 18% 59% 23% 59% 41% 16% 58,3 99% 93%
Multifunções - - - - - 0% - - -
Administrativa 4% 82% 14% 45% 55% 53% 47,1 76% 75%
Auxiliar 0% 33% 67% 100% 0% 4% 2,5 - -
TOTAL 6% 75% 20% 52% 48% 100% 55,2 54% 59%
405-1 Colaboradores por catergoria profissional, género e faixa etária (%) 404-1 Média de Horas 405-2 Salário 405-2 Remuneração
de Formação (%) base médio média
Sucursal de França <30 anos 30 - 50 >50 anos Género Total Género RÁCIO M/H
anos M F M F
18,9 20,4
Administração - - - - - 0% - - -
Quadros Superior 0% 29% 71% 57% 43% 1% 25,7 52% 57%
Quadros Médios 0% 41% 59% 69% 31% 14% 20,4 84% 82%
Profissionais altamente 14% 67% 18% 38% 62% 43% 19,9 91% 101%
qualificados e qualificados
Profissionais semi-qualificados 33% 31% 36% 37% 63% 22% 24,9 81% 70%
Profissionais não-qualificados 29% 27% 44% 35% 65% 19% 13,0 97% 115%
TOTAL 19% 47% 34% 42% 58% 100% 19,8 77% 83%
747
302-1 - CONSUMO DE ENERGIA POR FONTE E PAÍS (em GJ)
Caixa BCA BI BCGA BCI BNU Macau Sucursal de Timor Sucursal de França
2021 2022 2021 2022 2021 2022 2021 2022 2021 2022 2021 2022 2021 2022 2021 2022
Combústiveis dos edifícios 1.818 1.914 210 211 74 69 2.886 2.337 249 350 - 13 139 34 - -
(GJ)
Gasóleo (GJ) 162 137 210 211 74 69 2.886 2.337 249 350 - 13 139 34 - -
Gás Natural(GJ) 1.657 1.777 - - - - - - - - - - - - -
Combústiveis na frota própria 19.180 22.111 1.937 1.804 376 370 1.684 2.145 6.649 10.224 321 309 418 511 479 462
(GJ)
Gasolina (GJ) 329 2.155 1.159 1.158 56 60 1.152 1.470 548 895 321 309 - 3 228 293
Gasóleo (GJ) 18.851 17.329 778 646 320 310 531 675 6.101 9.329 - - 418 509 251 170
GPL (GJ) - 2.627 - - - - - - - - - - - - - -
Eletricidade (GJ) 161.813 160.913 7.189 5.813 1.758 1.543 9.823 7.210 81.255 78.532 10.308 9.411 2.637 2.198 7.992 5.813
Energia primária direta 5.003 3.900
produzida (GJ)
Energia Térmica Central Solar 3.641 3.357
Sede Caixa (GJ)
Energia elétrica fotovoltaica rede 1.362 544
-
comercial (GJ)
Energia primária direta 1.362 544
vendida (GJ)
Energia elétrica fotovoltaica rede 1.362 544
comercial (GJ)
Consumo total de energia (GJ) 186.453 188.294 9.336 7.828 2.208 1.982 14.393 11.691 88.153 89.105 10.629 9.733 3.194 2.743 8.471 6.276
ND – Não disponível
748
303-1 - CONSUMO DE ÁGUA POR FONTE / 301-1 – CONSUMO DE MATERIAIS / 306-2 - PRODUÇÃO DE RESÍDUOS POR ESTRUTURA
749
305-1/ 305-2/305-3 - EMISSÕES DE GEE POR ÂMBITO, FONTE E ESTRUTURA (em t CO2e)
750
Anexo B – Índice Global Reporting Iniative (GRI)
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. reportou de acordo com os GRI Standards para o
DECLARAÇÃO DE UTILIZAÇÃO
período de 1 de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2022
APLICABILIDADE DE NORMAS
Não aplicável
SETORIAIS GRI
OMISSÃO CORRESPONDÊNCIA
OBJETIVOS DE
PRINCÍPIOS DO COM AS
DESENVOLVIMEN
NORMA GRI CONTEÚDO OU LOCALIZAÇÃO GLOBAL RECOMENDAÇÕES
REQUISITO TO
JUSTIFICAÇÃO EXPLICAÇÃO COMPACT DE REPORTE DA
OMITIDO SUSTENTÁVEL
CMVM
751
reporte, monitorização e alinhamento com os
temas materiais identificados. Os indicadores
GRI que são consolidados estão assinalados
longo do documento, sempre que aplicável.
752
disponível no Capítulo 4. Relatório de
Sustentabilidade » Anexo E – Carta de
verificação por auditor independente
ATIVIDADES E TRABALHADORES
Âmbito: Caixa
753
Estes trabalhadores prestam apoio à organização
em diversas atividades, como por exemplo:
desenvolvimento e manutenção aplicacional;
prestação serviços de atendimento telefónico, via
e-mail e webchat no âmbito do Contact Center;
atividades de Back-Office e suporte a plataformas
tecnológicas.
Âmbito: Caixa
GOVERNANÇA
754
A atividade das comissões é acompanhada pelo
Presidente do Conselho de Administração, o qual
assegura a adequada articulação das mesmas
com a atividade do plenário daquele órgão,
através dos respetivos Presidentes, que o devem
manter informado, nomeadamente no que
concerne as atividades desenvolvidas pelas
mesmas.
As comissões especiais do Conselho de
Administração são as seguintes:
• Comissão de Riscos (CR);
• Comissão de Nomeações, Avaliação e
Remunerações (CNAR).
755
lhes são atribuídos. A composição do órgão de
administração deve refletir os conhecimentos, as
competências e a experiência necessários ao
cumprimento das suas obrigações,
designadamente os previstos na Política de
Avaliação da Adequação para a Seleção dos
Órgãos de Administração e Fiscalização, dos
Titulares de Funções Essenciais e dos Gerentes
das Sucursais estabelecidas no Estrangeiro e no
Plano de Sucessão. Tal implica que,
coletivamente, o órgão de administração tenha
um entendimento adequado das áreas pelos
quais os seus membros são coletivamente
responsáveis, bem como as competências para
gerir e supervisionar efetivamente a instituição.
756
O processo de proposta de candidatos para
integrar os órgãos de administração, assenta nos
seguintes pressupostos:
• Continuidade de, pelo menos, três
administradores com funções executivas e três
administradores com funções não executivas, de
acordo com o compromisso assumido pelo
acionista perante o BCE, tendo por base a
reavaliação da adequação e a avaliação de
desempenho dos administradores em funções;
• Menção dos membros que indicaram
indisponibilidade para continuar a exercer
funções;
• Seleção dos potenciais candidatos internos e
externos, identificados de acordo com a matriz
coletiva dos perfis executivos e não executivos do
Plano de Sucessão;
• Promoção do aumento do número de pessoas
do género sub‑representado no Conselho de
Administração, tanto administradores com
funções executivas como funções não
executivas, devendo a proporção fixar-se em
cerca de um terço, de acordo com a legislação
aplicável;
• Confidencialidade.
Presidência do
ODS 16 – Paz,
órgão de
O Presidente do Conselho de Administração é um Justiça e
2-11 governança - - - - -
membro não-executivo. Instituições
hierarquicament
Eficazes
e mais elevado
757
sustentabilidade e por supervisionar o progresso
alcançado pela Estratégia de Sustentabilidade;
2) Comissão de Governo: constituída por
membros com funções não executivas, tem por
função a análise, acompanhamento e
aconselhamento em matérias como por exemplo
o governo societário, ética e conduta, conflitos de
interesse, responsabilidade social,
sustentabilidade e financiamento sustentável;
3) Comité de Sustentabilidade: órgão consultivo
da Comissão Executiva que supervisiona a
gestão e orienta a decisão quanto à
implementação da Estratégia de
Sustentabilidade, incorporando os princípios do
desenvolvimento sustentável, banca responsável
e finanças sustentáveis na atuação corrente da
Caixa, em alinhamento com o Plano Estratégico
da Instituição e as expetativas das partes
interessadas.
758
O Comité de Sustentabilidade realizou quatro
reuniões em 2022.
759
O Relatório de Gestão e Contas da atividade
individual e da atividade consolidada da CGD
deve ser concluído e aprovado pelo Conselho de
Administração (incluindo a emissão dos
pareceres da Sociedade de Revisores Oficiais de
Contas e da Comissão de Auditoria até ao final
do mês de abril subsequente ao ano a que o
Papel do órgão Relatório respeita).
ODS 16 – Paz,
de governança
Justiça e
2-14 hierarquicament Complementarmente, o processo de elaboração - - - - -
Instituições
e mais elevado do Relatório de Sustentabilidade 2022 é
Eficazes
no relato de acompanhado de forma regular em diversos
sustentabilidade fóruns internos destacando-se o Comité de
Sustentabilidade e a Comissão de Governo.
760
pode votar sobre assuntos em que tenha, por
conta própria ou de terceiro, um interesse em
conflito com o da sociedade.
761
comunicação que permita a comunicação
voluntária, confidencial e anónima, dos factos e
indícios relativos a práticas irregulares, conforme
explanadas no normativo; (iii) disponibilizar um
canal de comunicação interna de práticas
irregulares para cumprimento pela CGD das
obrigações decorrentes do Code of Obligations of
Panel Banks (COPB), que é parte integrante do
Código de Conduta da Euribor; (iv) reduzir custos
e evitar prejuízos por não conformidade com
normas legais, regulamentares ou de conduta,
protegendo os interesses legítimos de todos os
stakeholders; (iv) reforçar uma reputação de
transparência e alinhar com as melhores práticas
internacionais em matéria de governo societário;
(v) cumprir as obrigações estabelecidas na
legislação nacional e comunitária. O SCIPI
estabelece as características, o tratamento das
comunicações, o circuito de comunicação, os
intervenientes do processo e o reporte.
762
Em 2022 a Caixa lançou um e-learning especifíco
em matéria de sustentabilidade obrigatório para
todos os seus colaboradores. Esta peça formativa
tem como principal objetivo fornecer uma
compreensão abrangente dos deste tema e
simultaneanente promover um maior alinhamento
da cultrura e práticas organizacionais. Em
31/12/2022 o e-learning "Sustentabilidade - Uma
abordagem estratégica" alcançou uma taxa de
conclusão de 85,7%.
ODS 16 – Paz,
Conhecimento Justiça e D. Políticas
Em 2022, no âmbito do Permanent Education
coletivo do órgão Instituições Implementadas – iii.
Program (PEP), realizaram-se duas sessões com
2-17 de governança - - - - Eficazes Trabalhadores e
a participação de especialistas externos
hierarquicament igualdade entre género
direcionadas a todos os membros do Conselho
e mais elevado ODS 4 – Educação e não discriminação
de Aministração, responsáveis das unidades do
de qualidade
exterior (Sucursais e Bancos), Directores
Centrais e outros colaboradores cujas funções
estão, directa ou indirectamente, relacionadas
com o tema da Sustentabilidade.
763
governação, os key performance indicators (KPI)
dos membros executivos do Conselho de
Administração e os dados referentes ao
cumprimento do Plano Estratégico referente ao
período de 2021-2024); (iii) envio pela DSC do
toolkit aos membros do Conselho de
Administração, bem como a solicitação da
elaboração da respetiva autoavaliação e da
opinião dos Presidentes do Conselho de
Administração, Comissão Executiva e das
Comissões Especiais, sobre o desempenho
qualitativo dos membros do órgão de
administração; (iv) após a receção das respostas,
são elaboradas as propostas de relatórios de
avaliação de desempenho coletivo e individual
pela DSC, que a CNAR aprecia; (v) apreciação
dos relatórios de avaliação coletiva do Conselho
de Administração, da Comissão Executiva e das
Comissões Especiais pelo Conselho de
Administração. O processo é replicado com as
necessárias adaptações à Comissão de
Auditoria.
764
A Política de Remuneração em vigor tem em
consideração, designadamente, os seguintes
objetivos e requisitos plasmados no artigo 7.º da
mesma:
a) Assegurar o cumprimento das disposições
legais e regulamentares aplicáveis,
designadamente o Regime Geral das Instituições
de Crédito e Sociedade Financeiras, as
Orientações da Autoridade Bancária Europeia
(EBA), o Regulamento (UE) nº 575/2013 do
Parlamento Europeu e do Conselho;
b) Promover e ser coerente com uma gestão de
riscos sã e prudente do Grupo CGD;
c) Não incentivar a assunção de riscos em níveis
superiores ao nível de risco tolerado pela CGD e
pelo Grupo CGD (apetência pelo risco);
d) Ser compatível com a estratégia, objetivos,
valores e interesses a longo prazo do Grupo
CGD, tal como estabelecidos pelos seus órgãos
sociais com competência para o efeito;
e) Evitar situações de conflito de interesses; ODS 16 – Paz,
Políticas de f) Estruturar mecanismos de remuneração que Justiça e
2-19 - - - - -
remuneração tenham em conta e sejam adequados e Instituições
proporcionais à natureza, características, Eficazes
dimensão, organização e complexidade das
atividades do Grupo CGD;
g) Promover a prossecução da atividade em
cumprimento da apetência pelo risco definida
para o Grupo CGD (risk appetite statement);
h) Promover a competitividade da CGD e do
Grupo CGD, tendo em conta as políticas e
práticas remuneratórias de bancos e instituições
comparáveis à CGD.
765
componente variável, incluindo a possibilidade do
seu não pagamento. A remuneração dos
Administradores Não Executivos é composta
exclusivamente por uma componente fixa.
(Secção IV da Política).
II - Bónus de Atração: A remuneração visando a
compensação de qualquer novo membro do
Conselho de Administração pela cessação do
exercício de funções anteriores deverá ter em
consideração os interesses de longo prazo da
CGD, incluindo a aplicação de regras relativas a
desempenho, indisponibilidade mediante
retenção, diferimento e mecanismos de redução
e de reversão. (Ponto 23.2 da Política).
III - Pagamentos de Rescisão: Em caso de
destituição ou cessação antecipada de funções
de qualquer membro do Conselho de
Administração ou do órgão de fiscalização da
CGD, não haverá lugar ao pagamento de
qualquer outra indemnização ou compensação
para além do previsto nas disposições legais
aplicáveis, competindo à CRAG fixar o montante
máximo de todas as compensações a pagar aos
membros do Conselho de Administração e do
Conselho Fiscal em virtude da cessação de
funções. (Ponto 23.1 da Política).
IV - Clawback: A componente variável da
remuneração poderá ser sujeita a redução ou
reversão, mediante deliberação da Assembleia
Geral, sob proposta da CRAG:
a) Consoante a evolução do Plano Estratégico da
CGD em vigor;
b) Se não se verificarem os pressupostos
plurianuais definidos para a atribuição da
componente variável da remuneração.
c) Se a CRAG concluir, consultada a CNAR, que
o Administrador Executivo:
(i) Participou ou foi responsável por uma atuação
que resultou em perdas significativas para a
CGD;
(ii) Deixou de cumprir critérios de adequação e de
idoneidade. (Ponto 16.3 da Política).
V - Benefícios de Aposentação: Os
Administradores Executivos podem gozar dos
benefícios, designadamente no que respeita a
benefícios sociais e a pensões, nos termos que
766
sejam concretizados pela Assembleia Geral ou
pela CRAG, tendo em consideração a prática que
tem sido seguida na CGD, bem como as políticas
e práticas remuneratórias de outros bancos e
instituições comparáveis à CGD. (Ponto 22.)
767
variável, sob proposta da CRAG, consultada a
CNAR, tendo em vista, designadamente,
assegurar que a remuneração variável pondera
os vários tipos de riscos atuais e futuros, bem
como o custo de manutenção de uma base sólida
de fundos próprios e de liquidez necessários para
o exercício pela CGD da respetiva atividade. A
componente variável da remuneração poderá ser
sujeita a redução ou reversão, mediante
deliberação da Assembleia Geral, sob proposta
da CRAG, consoante, nomeadamente, a
evolução do Plano Estratégico da CGD em vigor.
(Ponto 16.)
768
O valor total da componente variável da
remuneração a atribuir aos membros executivos
do Conselho de Administração, em função do
desempenho, será determinada, por proposta da
CRAG, na Assembleia Geral Anual ou em
deliberação subsequente do acionista.
769
Rácio entre o aumento percentual na
remuneração total anual do indivíduo
mais bem pago da organização e o
aumento percentual médio na
remuneração total anual de todos os
empregados (excluindo-se o mais bem
pago): 1,37
Aumento percentual na remuneração
total anual do indivíduo mais bem pago
da organização: 3,04%
Aumento percentual médio na
remuneração total anual de todos os
empregados (excluindo-se o mais bem
pago): 2,23%
Âmbito: Caixa
770
ao cumprimento de obrigações legais, Implementadas – v.
regulamentares e de conduta, à contribuição para Princípio 5 – Combate à corrupção
o desenvolvimento sustentável e à não Abolição efetiva e às tentativas de
discriminação, tolerância e igualdade de do trabalho suborno
tratamento. infantile
771
âmbito é importante destacar a implementação
dos Princípios Éticos e Boas Práticas
Empresariais de forma a incutir práticas de
sustentabilidade junto dos seus fornecedores
abrangendo temas, como por exemplo, a
promoção de práticas laborais que respeitem os
direitos humanos.
772
a) A implementação de mecanismos contratuais
que visam promover a adoção de boas práticas
ambientais na cadeia de fornecedores,
nomeadamente a Declaração de Princípios
Éticos e Boas Práticas Empresariais, que
abrange temas como por exemplo os direitos
humanos ou a preservação ambiental.
b) A elaboração de um questionário ESG para
fornecedores com 22 questões nas dimensões
Ambientais, Sociais e de Governance.
c) A implementação de um Rating ESG que
permite avaliar e hierarquizar os clientes
empresas em termos de sustentabilidade,
podendo contribuir para a definição do pricing do
crédito.
d) A publicação dos Princípios CGD de Exclusão
e Limitação Setorial que reconhece a existência
de sectores de atividade ou projetos que podem
contribuir negativamente para o desenvolvimento
sustentável pelo que estabelece uma lista de
princípios subjacentes a atividades e projetos que
são excluídos, ou restringidos sob determinadas
condições, da sua política de crédito.
773
aumentando a sua satisfação, confiança e
lealdade em relação à Caixa, gerindo de forma
célere e adequada a insatisfação e incorporando
a aprendizagem resultante do feedback dos
Clientes e dos restantes indicadores de qualidade
na otimização de processos, no desenvolvimento
de produtos e serviços e na definição da
estratégia de comunicação a Clientes.
774
internet www.cgd.pt. A Caixa disponibiliza, ainda,
através do seu site, o acesso à Plataforma de
Resolução de Litígios.
775
processo de Gestão de Sugestões e
Reclamações em alinhamento com os requisitos
da norma. No Planeamento e Gestão do Sistema
Gestão de Reclamações e Sugestões são
consideradas as diretrizes estratégicas e
prioridades emanadas da Comissão Executiva, a
evolução observada na envolvente externa, os
riscos e as oportunidades e os inputs resultantes
dos processos de monitorização e melhoria. No
seu âmbito, são definidas as linhas orientadoras
da atividade de gestão de sugestões e
reclamações, os objetivos e metas a atingir,
identificando também eventuais alterações a
implementar. É mantido um acompanhamento
próximo da atividade, do grau de cumprimento
dos objetivos e do andamento das ações
corretivas e de melhoria identificadas.
776
Informação disponível em:
2022
Nº total de casos significativos
resultantes da não conformidade
8
com leis e/ou regulamentos durante
o período de relato
Nº total de multas (sanções de
natureza penal) por casos de não ODS 16 – Paz,
Conformidade conformidade com leis e 7
justiça e
2-27 com leis e regulamentos que foram pagos - - - - -
durante o período de relato instituições
regulamentos
Valor total de multas (sanções de eficazes
natureza penal) por casos de não
conformidade com leis e 517.500 €
regulamentos que foram pagos
durante o período de relato
Âmbito: Caixa
777
• Fórum para a Competitividade
• Câmara de Comércio e Industria Portuguesa
• Câmara Comercial Portuguesa na Alemanha
• Câmara de Comércio Belgo-Portuguesa
• Centro Português de Caracas
• SEDES - Associação para o Desenvolvimento
Económico e Social
• AC - Aliança Connector
• American Club of Lisbon
• Câmara de Comércio Industria Árabe
Portuguesa
• Câmara de Comércio Americana em Portugal
• Câmara de Comércio e Industria Luso Alemã
• Câmara de Comércio e Industria Luso Britânica
• Câmara de Comércio e Industria Luso Chinesa
• Câmara de Comércio e Indústria Luso
Colombiana
• Câmara de Comércio e Industria Luso
Espanhola
• Câmara de Comércio e Industria Luso Francesa
• Câmara de Comércio e Industria Luso-Brasileira
- Fusão com Clube de Empresários do Brasil
• Câmara de Comércio e Industria Luso-Mexicana
• Câmara de Comércio e Industria Portugal
Angola
• Câmara de Comércio Industria e Turismo
Portugal Cabo-Verde
• Câmara de Comércio Luso Sul Africana
• Câmara de Comércio Luso-Belga-
Luxemburguesa
• Câmara de Comércio Portugal Moçambique
• CE CPLP Conselho Empresarial da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
• Fundação Portugal África
• BCSD - Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável
• CADIN
• Carbon Disclosure Project
• Foundation Global Compact
• GIMAE - Grupo de Implementação,
Monitorização e Avaliação da Estratégia
(Estratégia Nacional para a Integração de
Pessoas em Situação de Sem-Abrigo)
• GRACE - Grupo de Reflexão e Apoio à
Cidadania Empresarial
• UNEP - FI + PRB
778
• IPAI - Instituto Português de Auditores Internos
• ACEPI - Associação para o Desenvolvimento e
Promoção do Comércio eletrónico em Portugal
• APCC - Associação Portuguesa de Contact
Centers
• Associação Fiscal Portuguesa
• Associação Portuguesa de Bibliotecários,
Arquivistas e Documentalistas - BAD
• World Monuments Fund
• IPN Instituto Pedro Nunes + Incubadora -
Associação para o Desenvolvimento de
Atividades de Incubação de Ideias e Empresas
• iTeCons - Instituto de investigação e
desenvolvimento tecnológico para a construção,
energia, ambiente e Sustentabilidade
Princípio 3 - As
empresas devem
apoiar a
Percentagem de trabalhadores abrangidos por D. Políticas
liberdade ODS 8 – Trabalho
Acordos de acordos de negociação coletiva: 100% Implementadas – iii.
de associação e Digno e
2-30 negociação - - - Trabalhadores e
o Crescimento
coletiva igualdade entre género
reconhecimento Económico
Âmbito: Caixa e não discriminação
efetivo à
negociação
coletiva
779
GRI 3: TÓPICOS MATERIAIS 2021
Âmbito: Caixa
780
9) Criação de emprego e desenvolvimento do
tecido empresarial
Âmbito: Caixa
781
2) Práticas ESG de governação e conduta ética
nos negócios: Capítulo 4. Relatório de
Sustentabilidade » 4.11. Modelos de Governação
transparentes
3) Equidade, desenvolvimento e bem-estar dos
colaboradores: Capítulo 4. Relatório de
Sustentabilidade » 4.10. Equidade, inclusão digital
e financeira
4) Investimento na comunidade: Capítulo 4.
Relatório de Sustentabilidade » 4.10. Equidade,
inclusão digital e financeira
5) Gestão sustentável das operações na cadeia
de valor: Capítulo 4. Relatório de Sustentabilidade
» 4.9. Gestão dos riscos climáticos
6) Acessibilidade e inclusão financeira: Capítulo 4.
Relatório de Sustentabilidade » 4.10. Equidade,
inclusão digital e financeira
7) Riscos ambientais e ação climática: Capítulo 4.
Relatório de Sustentabilidade » 4.9. Gestão dos
riscos climáticos
8) Cibersegurança e proteção de dados: 4.
Relatório de Sustentabilidade » 4.10. Equidade,
inclusão digital e financeira
9) Criação de emprego e desenvolvimento do
tecido empresarial: Capítulo 4. Relatório de
Sustentabilidade » 4.8. Financiamento
Sustentável e inclusivo
782
Avaliação do Desempenho de Sustentabilidade
por entidades externas
Âmbito: Caixa
OMISSÃO CORRESPONDÊNC
OBJETIVOS DE
PRINCÍPIOS IA COM AS
DESENVOLVIME
NORMA GRI CONTEÚDO OU LOCALIZAÇÃO DO GLOBAL RECOMENDAÇÕES
REQUISITO NTO
JUSTIFICAÇÃO EXPLICAÇÃO COMPACT DE REPORTE DA
OMITIDO SUSTENTÁVEL
CMVM
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Caixa
Valor Económico Gerado: 1.609.180.104 €
Valor Económico Distribuído 885.113.036 €
Valor Económico Acumulado: 724.067.068 €
Banco Comercial do Atlântico (BCA)
Valor Económico Gerado: 35.300.858 €
Valor Económico Distribuído 24.952.245 €
Valor Económico Acumulado: 10.348.613 €
Banco Caixa Geral Angola (BCGA)
Valor Económico Gerado: 127.262.378 €
Valor Económico Distribuído 45.210.282 €
Valor D. Políticas
Valor Económico Acumulado: 82.052.097 € ODS 8 – Trabalho
económico Implementadas – ii.
201-1 Banco Comercial e de Investimentos (BCI) - - - - digno e
gerado e Políticas Sociais e
Valor Económico Gerado: 305.023.995 € crescimento
distribuído Fiscais
Valor Económico Distribuído 213.130.596 € económico
Valor Económico Acumulado: 91.893.399 €
Banco Interatlântico (BI)
Valor Económico Gerado: 10.871 €
Valor Económico Distribuído 6.530 €
Valor Económico Acumulado4.341 €
Banco Nacional Ultramarino Macau (BNU
Macau)
Valor Económico Gerado: 111.728 €
Valor Económico Distribuído 92.127 €
Valor Económico Acumulado: 19.601 €
Sucursal de Timor
783
Valor Económico Gerado: 12.269 €
Valor Económico Distribuído 5.808 €
Valor Económico Acumulado: 6.462 €
Surcursal de França
Valor Económico Gerado: 121.471.177 €
Valor Económico Distribuído 64.421.747 €
Valor Económico Acumulado: 57.049.430 €
Âmbito: Caixa
784
GRI 202: PRESENÇA NO MERCADO (2016)
Caixa
Género Feminino: 175%
Género Masculino: 194%
Banco Comercial do Atlântico
Género Feminino: 213%
Género Masculino: 213%
Banco Caixa Geral Angola
Género Feminino: 482%
Género Masculino: 366%
ODS 1 – Erradicar
Banco Comercial e de Investimentos
Rácio entre o a Pobreza
Género Feminino: 159%
salário mais
Género Masculino: 159% D. Políticas
baixo e o ODS 5 –
Banco Interatlântico Princípio 6 - Implementadas – iii.
salário mínimo Igualdade de
Género Feminino: 243% Eliminação da Trabalhadores e
202-1 local, por - - - género
Género Masculino: 243% discriminação igualdade entre
género, nas
Banco Nacional Ultramarino (Macau) no emprego género e não
unidades ODS 8 – Trabalho
Género Feminino: 173% discriminação
operacionais digno e
Género Masculino: 173%
importantes crescimento
Sucursal de Timor
económico
Género Feminino: 230%
Género Masculino: 230%
Surcursal de França
Género Feminino: 114%
Género Masculino: 114%
785
âmbito dos protocolos com as instituições de ODS 11 – Cidades
ensino superior. e comunidades
sustentáveis
Âmbito: Caixa
786
Âmbito: Caixa + Bancos Afiliados (BCA, BCGA,
BCI, BI, BNU Macau, Sucursal de Timor e a
Sucursal de França).
Caixa: Princípio 10 - As
100% dos colaboradores receberam empresas
Comunicação e comunicação relativamente a temas de anti- devem D. Políticas
formação em corrupção; combater a ODS 16 - Paz, Implementadas – V.
políticas e 99% dos colaboradores receberam formação corrupção em justiça e Combate à
205-2 - - -
procedimentos relativamente a temas de anti-corrupção. todas as suas instituições corrupção e às
de combate à BCA: formas, eficazes tentativas de
corrupção 0% dos colaboradores receberam comunicação incluindo suborno
relativamente a temas de anti-corrupção; extorsão e
74% dos colaboradores receberam formação suborno
relativamente a temas de anti-corrupção.
BCGA:
100% dos colaboradores receberam
comunicação relativamente a temas de anti-
corrupção;
72% dos colaboradores receberam formação
relativamente a temas de anti-corrupção.
BCI:
86% dos colaboradores receberam comunicação
relativamente a temas de anti-corrupção;
37% dos colaboradores receberam formação
relativamente a temas de anti-corrupção.
BI:
8% dos colaboradores receberam comunicação
relativamente a temas de anti-corrupção;
787
85% dos colaboradores receberam formação
relativamente a temas de anti-corrupção.
BNU Macau:
100% dos colaboradores receberam
comunicação relativamente a temas de anti-
corrupção;
91% dos colaboradores receberam formação
relativamente a temas de anti-corrupção.
Sucursal de Timor:
100% dos colaboradores receberam
comunicação relativamente a temas de anti-
corrupção;
93% dos colaboradores receberam formação
relativamente a temas de anti-corrupção.
Sucursal de França:
100% dos colaboradores receberam
comunicação relativamente a temas de anti-
corrupção;
42% dos colaboradores receberam formação
relativamente a temas de anti-corrupção.
Caixa
Número total de incidentes de corrupção
confirmados: 1
Número total de incidentes confirmados nos
Princípio 10 - As
quais os colaboradores foram despedidos ou
empresas
receberam ações disciplinares por corrupção: 0
devem D. Políticas
Número total de incidentes confirmados em que
Incidentes combater a ODS 16 - Paz, Implementadas – V.
os contratos com parceiros de negócio foram
confirmados de corrupção em justiça e Combate à
205-3 rescindidos ou não renovados devido a violações - - -
corrupção e todas as suas instituições corrupção e às
relacionadas com corrupção: 0
ações tomadas formas, eficazes tentativas de
Número total casos legais públicos de corrupção
incluindo suborno
levados a cabo contra a empresa ou seus
extorsão e
colaboradores durante o período de reporte: 1
suborno
BCA
Número total de incidentes de corrupção
confirmados: 0
Número total de incidentes confirmados nos
quais os colaboradores foram despedidos ou
receberam ações disciplinares por corrupção: 0
788
Número total de incidentes confirmados em que
os contratos com parceiros de negócio foram
rescindidos ou não renovados devido a violações
relacionadas com corrupção: 0
Número total casos legais públicos de corrupção
levados a cabo contra a empresa ou seus
colaboradores durante o período de reporte: 0
BCGA
Número total de incidentes de corrupção
confirmados: 1
Número total de incidentes confirmados nos
quais os colaboradores foram despedidos ou
receberam ações disciplinares por corrupção: 1
Número total de incidentes confirmados em que
os contratos com parceiros de negócio foram
rescindidos ou não renovados devido a violações
relacionadas com corrupção: 0
Número total casos legais públicos de corrupção
levados a cabo contra a empresa ou seus
colaboradores durante o período de reporte: 0
BCI
Número total de incidentes de corrupção
confirmados: 16 (p. ex. cobrança ilícita e
solicitação de gratificações).
Número total de incidentes confirmados nos
quais os colaboradores foram despedidos ou
receberam ações disciplinares por corrupção: 16
Número total de incidentes confirmados em que
os contratos com parceiros de negócio foram
rescindidos ou não renovados devido a violações
relacionadas com corrupção: 0
Número total casos legais públicos de corrupção
levados a cabo contra a empresa ou seus
colaboradores durante o período de reporte: 0
BI
Número total de incidentes de corrupção
confirmados: 0
Número total de incidentes confirmados nos
quais os colaboradores foram despedidos ou
receberam ações disciplinares por corrupção: 0
Número total de incidentes confirmados em que
os contratos com parceiros de negócio foram
rescindidos ou não renovados devido a violações
relacionadas com corrupção: 0
789
Número total casos legais públicos de corrupção
levados a cabo contra a empresa ou seus
colaboradores durante o período de reporte: 0
BNU Macau
Número total de incidentes de corrupção
confirmados: 0
Número total de incidentes confirmados nos
quais os colaboradores foram despedidos ou
receberam ações disciplinares por corrupção: 0
Número total de incidentes confirmados em que
os contratos com parceiros de negócio foram
rescindidos ou não renovados devido a violações
relacionadas com corrupção: 0
Número total casos legais públicos de corrupção
levados a cabo contra a empresa ou seus
colaboradores durante o período de reporte: 0
Sucursal de Timor
Número total de incidentes de corrupção
confirmados: 0
Número total de incidentes confirmados nos
quais os colaboradores foram despedidos ou
receberam ações disciplinares por corrupção: 0
Número total de incidentes confirmados em que
os contratos com parceiros de negócio foram
rescindidos ou não renovados devido a violações
relacionadas com corrupção: 0
Número total casos legais públicos de corrupção
levados a cabo contra a empresa ou seus
colaboradores durante o período de reporte: 0
Sucursal de França
Número total de incidentes de corrupção
confirmados: 0
Número total de incidentes confirmados nos
quais os colaboradores foram despedidos ou
receberam ações disciplinares por corrupção: 0
Número total de incidentes confirmados em que
os contratos com parceiros de negócio foram
rescindidos ou não renovados devido a violações
relacionadas com corrupção: 0
Número total casos legais públicos de corrupção
levados a cabo contra a empresa ou seus
colaboradores durante o período de reporte: 0
790
Em Setembro de 2019, a Autoridade da
Concorrência (‘AdC’) aplicou à Caixa uma coima
no montante de 82 000 000,00 euros. Segundo a
AdC, entre Maio de 2002 e Março de 2013, vários
bancos estabelecidos em Portugal (incluindo a
Caixa) teriam participado numa troca de
informações sensíveis, nos segmentos do crédito
à habitação, crédito ao consumo e crédito a
empresas sobre (i) condições comerciais
(preços/spread ou intenções de alteração dos
respectivos preços/spreads que, segundo a AdC,
não eram do domínio público no momento da
troca de informação ou que eram de difícil acesso
ou sistematização) e sobre (ii) dados de produção
(valores mensais de produção de cada banco:
dados individualizados de cada banco sobre
quantidades “comercializadas”, i.e., informação
desagregada relativa ao valor e volume de crédito
Ações judiciais
concedido em euros em determinado período, D. Políticas
por
normalmente relativo ao mês anterior). ODS 16 - Paz, Implementadas – V.
concorrência
justiça e Combate à
206-1 desleal, - - - -
Entendeu ainda a AdC que a informação instituições corrupção e às
práticas de
partilhada tem carácter relevante, estratégico e eficazes tentativas de
truste e
não público e que configura informação individual suborno
monopólio
e desagregada, o que permite reduzir o risco da
pressão concorrencial e a incerteza normalmente
associada ao comportamento estratégico de um
concorrente. A Caixa impugnou judicialmente a
decisão junto do Tribunal da Concorrência,
Regulação e Supervisão em 22 de Outubro de
2019. O recurso judicial continua pendente.
Âmbito: Caixa
791
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – CATEGORIA: AMBIENTAL
Princípio 7 - As
empresas
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.9 Gestão dos devem apoiar
Riscos Climáticos » Gestão Sustentável das uma abordagem ODS 7 – Energias
Operações na Cadeia de Valor » Consumo de preventiva aos renováveis e
Energia desafios acessíveis
Consumo de D. Políticas
ambientais
302-1 energia dentro - - - Implementadas – i.
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo A –
da organização Políticas Ambientais
Indicadores de Sustentabilidade Princípio 8 - ODS 8 – Trabalho
Realizar digno e
Âmbito: Caixa + Bancos Afiliados (BCA, BCGA, iniciativas para crescimento
BCI, BI, BNU Macau, Sucursal de Timor e promover a económico
Sucursal de França). responsabilidad
e Ambiental
ODS 12 –
Produção e
Princípio 8 -
A Caixa calcula a intensidade energética por full- consumo
Realizar
time equivalent e tendo em conta o produto Sustentável
iniciativas D. Políticas
Intensidade bancário:
302-3 - - - para promover a Implementadas – i.
energética Caixa: 32,5 GJ/FTE e 0,1 GJ/Milhares de euros ODS 13 – Ação
responsabilidad Políticas Ambientais
Climática
e
Âmbito: Caixa
ambiental
792
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.9 Gestão dos Princípio 8 -
Riscos Realizar
Redução do Climáticos » Gestão Sustentável das Operações iniciativas D. Políticas
302-4 consumo de na Cadeia - - - para promover a Implementadas – i.
energia de Valor » Consumo de Energia responsabilidad Políticas Ambientais
e
Âmbito: Caixa ambiental
Princípio 7 - As
empresas
devem
apoiar uma
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.9 Gestão dos
abordagem ODS 6 – Água
Riscos
preventiva aos potável e
Climáticos » Gestão Sustentável das Operações
desafios saneamento
na Cadeia D. Políticas
Captação de ambientais
303-3 de Valor » Consumo de Água Implementadas – i.
água ODS 12 –
Políticas Ambientais
Princípio 8 - Produção e
Âmbito: Caixa + Bancos Afiliados (BCA, BCGA,
Realizar consumo
BCI, BI, BNU
iniciativas Sustentável
Macau, Sucursal de Timor e Sucursal de França).
para promover a
responsabilidad
e
ambiental
Emissões Princípio 7 - As
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.9 Gestão dos
diretas de empresas
Riscos ODS 3 – Saúde de
Gases de devem apoiar
305-1 Climáticos » Gestão Sustentável das Operações - - - qualidade
Efeito de uma abordagem
na Cadeia
Estufa (Âmbito preventiva aos
de Valor » Programa de Baixo Carbono ODS 12 –
1) desafios D. Políticas
Produção e
ambientais Implementadas – i.
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo A – consumo
Políticas Ambientais
Indicadores de Sustentabilidade Sustentável
Emissões Princípio 8 -
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo C – ODS 13 – Ação
305-2 diretas de - - - Realizar
Notas Metodológicas Climática
Gases de iniciativas para
Efeito de promover a
793
Estufa (Âmbito Âmbito: Caixa + bancos afiliados (BCA, BCGA, responsabilidad ODS 14 –
2) BCI, BI, BNU e ambiental Proteger a vida
Macau, Sucursal de Timor e Sucursal de França). Marinha
ODS 15 –
As emissões de âmbito 3 reportadas referem-se Proteger a vida
às deslocações em serviço dos colaboradores terrestre
Caixa e Bancos Afiliados, ao tratamento de
resíduos produzidos nas instalações e à carteira
de financiamento da Caixa.
ODS 13 – Ação
A Caixa calcula a intensidade carbónica por full-
Climática
time equivalent e tendo em conta o produto
Princípio 8 -
bancário:
Realizar ODS 14 –
Caixa: 639 tCO2eq./FTE e 2,32 kgCO2eq/€ D. Políticas
Intensidade iniciativas para Proteger a vida
305-4 - - - Implementadas – i.
carbónica promover a Marinha
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo C - Políticas Ambientais
responsabilidad
Notas Metodológicas
e ambiental ODS 15 –
Proteger a vida
Âmbito: Caixa
terrestre
ODS 13 – Ação
Princípio 8 - Climática
4. Relatório de Sustentabilidade » 4.9 Gestão dos
Realizar
Redução de Riscos Climáticos » Gestão Sustentável das
iniciativas para ODS 14 –
emissões de Operações na Cadeia de Valor » Programa de D. Políticas
promover a Proteger a vida
305-5 Gases de Baixo Carbono - - - Implementadas – i.
responsabilidad Marinha
Efeito de Políticas Ambientais
e ambiental
Estufa 4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo A –
ODS 15 –
Indicadores de Sustentabilidade
Princípio 9 - Proteger a vida
Encorajar o terrestre
794
Âmbito: Caixa + bancos afiliados (BCA, BCGA, desenvolviment
BCI, BI, BNU Macau, Sucursal de Timor e o e a difusão de
Sucursal de França). tecnologias
amigas do
ambiente.
ODS 3 – Saúde de
Princípio 7 - As
qualidade
empresas
As emissões deste tipo de substâncias podem devem apoiar
ODS 12 –
decorrem maioritariamente através do consumo uma abordagem
Produção e
NOx, SOx e de gasóleo pela frota, gasolina na frota e do preventiva aos
consumo
outras consumo de gasóleo nos geradores: desafios
305-7 - - - Sustentável D. Políticas
emissões Total de emissões NOx: 15,3 t ambientais
Implementadas – i.
Atmosféricas Total de emissões SOx: 3,8 t
ODS 14 – Políticas Ambientais
Princípio 8 -
Proteger a vida
Âmbito: Caixa Realizar
Marinha
iniciativas para
promover a
ODS 15 –
responsabilidad
Proteger a vida
e ambiental
terrestre
795
GRI 306: EMISSÕES (2020)
796
visitas trimestrais aos fornecedores residentes no
seu Edifício Sede, com o objetivo de promover a
identificação de oportunidades de melhoria e de
reduzir o risco ambiental associado às suas
atividades subcontratadas.
Âmbito: Caixa
Tipologia Quantidade
Resíduos perigosos -
2,9 toneladas
Valorização
Resíduos perigosos -
7,4 toneladas
Eliminação
Resíduos não
Resíduos perigosos - 695,6 toneladas
306-3 - - -
gerados Valorização
Resíduos não
138,8 toneladas
perigosos - Eliminação
Âmbito: Caixa
797
GRI 308: AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE FORNECEDORES (2016)
Princípio 3 - As
Taxa de retorno ao trabalho Caixa: ODS 5 –
Taxas de empresas
Masculino: 100% Feminino: 100% Total: 100% Igualdade de D. Políticas
retorno ao devem apoiar a
Taxa de retenção Caixa: género Implementadas – iii.
trabalho e liberdade de
Masculino: 94% Feminino: 99% Total: 97% Trabalhadores e
401-3 retenção após - - - associação e o
Taxa de retorno ao trabalho BCA: ODS 8 – Trabalho igualdade entre
licença reconhecimento
Masculino: 100% Feminino: 100% Total: 100% digno e género e não
parental, por efetivo à
Taxa de retenção BCA: crescimento discriminação
género negociação
Masculino: 100% Feminino: 100% Total: 100% económico
coletiva
Taxa de retorno ao trabalho BCGA:
798
Masculino: - Feminino: 100% Total: 100%
Taxa de retenção BCGA:
Masculino: - % Feminino: 97% Total: 97%
Taxa de retorno ao trabalho BI:
Masculino: 100% Feminino: 83% Total: 88%
Taxa de retenção BI:
Masculino: 100% Feminino: 100% Total: 100%
Taxa de retorno ao trabalho BNU Macau:
Masculino: 100% Feminino: 100% Total: 100%
Taxa de retenção BNU Macau:
Masculino: 86% Feminino: 86% Total: 86%
Taxa de retorno ao trabalho Sucursal Timor:
Masculino: 100% Feminino: 83% Total: 88%
Taxa de retenção Sucursal de Timor:
Masculino: -% Feminino: 100% Total: 100%
Taxa de retorno ao trabalho Sucursal de França:
Masculino: 100% Feminino: 92% Total: 96%
Taxa de retenção Sucursal de França:
Masculino: - % Feminino: 83% Total: 83%
Taxa de retorno ao trabalho BCI:
Masculino: 100% Feminino: 100% Total: 100%
Taxa de retenção BCI:
Masculino: 96% Feminino: 91% Total: 93%
799
2022 instituições
Colaboradores Caixa eficazes
Óbitos resultantes de doenças
0
profissionais
Casos de doenças
profissionais de comunicação 3
obrigatória
D.
musculo-
Principais tipos de doenças
esqueléti
cas
Trabalhadores outsourcing
Óbitos resultantes de doenças
0
profissionais
Casos de doenças
profissionais de comunicação 0
obrigatória
Principais tipos de doenças N/A
Âmbito: Caixa
ODS 4 –
Educação de
qualidade
Número médio
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo A –
de horas de ODS 5 –
Indicadores de Sustentabilidade D. Políticas
formação por Igualdade de
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo C – Princípio 6 - Implementadas – iii.
ano por género
Notas Metodológicas Eliminação da Trabalhadores e
404-1 colaborador, - - -
discriminação igualdade entre
discriminado ODS 8 – Trabalho
Âmbito: Caixa + bancos afiliados (BCA, BCGA, no emprego género e não
por género e digno e
BCI, BI, BNU Macau, Sucursal de Timor e discriminação
categoria crescimento
Sucursal de França).
functional económico
ODS 10 – Reduzir
desigualdades
800
Programas de 4. Relatório de Sustentabilidade » 4.10 D. Políticas
gestão de Equidade, Inclusão Digital e Financeira » ODS 8 – Trabalho Implementadas – iii.
competências Equidade, Desenvolvimento e Bem-estar dos digno e Trabalhadores e
404-2 - - - -
e Colaboradores » Formação e Desenvolvimento crescimento igualdade entre
aprendizagem económico género e não
contínua Âmbito: Caixa discriminação
Âmbito: Caixa
Composição
dos órgãos
ODS 5 –
sociais da
4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo A – Igualdade de D. Políticas
empresa e
Indicadores de Sustentabilidade Princípio 6 - género Implementadas – iii.
relação dos
Eliminação da Trabalhadores e
405-1 trabalhadores - - -
Âmbito: Caixa + bancos afiliados (BCA, BCGA, discriminação ODS 8 – Trabalho igualdade entre
por categoria,
BCI, BI, BNU Macau, Sucursal de Timor e no emprego digno e género e não
de acordo com
Sucursal de França). crescimento discriminação
o género, a
económico
faixa etária, as
minorias e
outros
801
indicadores de
diversidade
ODS 5 –
Razão do 4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo A –
Igualdade de
salário base e Indicadores de Sustentabilidade D. Políticas
Género
da 4. Relatório de Sustentabilidade » Anexo C - Princípio 6 - Implementadas – iii.
ODS 8 – Trabalho
remuneração Notas Metodológicas Eliminação da Trabalhadores e
405-2 - - - digno e
entre homens e discriminação igualdade entre
crescimento
mulheres por Âmbito: Caixa + bancos afiliados (BCA, BCGA, no emprego género e não
económico
categoria de BCI, BI, BNU Macau, Sucursal de Timor e discriminação
ODS 10 – Reduzir
função Sucursal de França).
as desigualdades
ODS 5 –
Igualdade de
género
Número total
Não foram identificadas casos desta natureza em ODS 8 – Trabalho D. Políticas
de casos de
2022. Princípio 6 - digno e Implementadas – iii.
discriminação e
406-1 - - - Eliminação da crescimento Trabalhadores e
medidas
Âmbito: Caixa + bancos afiliados (BCA, BCGA, discriminação económico igualdade entre
corretivas
BCI, BI, BNU Macau, Sucursal de Timor e a no emprego género e não
tomadas
Sucursal de França). ODS 16 – Paz, discriminação
justiça e
instituições
eficazes
Princípio 1 – As
empresas
Pessoal de
devem apoiar e
segurança com
Em 2022, 8% dos colaboradores de segurança respeitar a ODS 16 – Paz,
formação em D. Políticas
receberam formação em direitos humanos. proteção dos justiça e
410-1 procedimentos - - - Implementadas – vi.
direitos instituições
ou políticas de Direitos Humanos
Âmbito: Caixa humanos, eficazes
direitos
reconhecidos
humanos
internacionalme
nte
802
GRI 413: COMUNIDADES LOCAIS (2016)
593 candidaturaS
29 projetos apoiadados
500.000 investidos
803
10.326 beneficiários estimados
Programa EUSOUDIGITAL
Âmbito: Caixa
804
Princípio 5 -
Abolição efetiva
do trabalho
infantil
Princípio 6 -
Eliminação da
discriminação
no emprego
Âmbito: Caixa
805
GRI 418: PRIVACIDADE DO CLIENTE (2016)
806
em condições favoráveis, pequenos negócios ODS 9 – Indústria,
geradores de autoemprego ou evolução dos inovação e
micronegócios infraestruturas
Âmbito: Caixa
ODS 8 – Trabalho
A percentagem de produtos com benefício digno e
Volume
ambiental corresponde a 0,7% do total do volume crescimento
(monetário) Princípio 6 -
monetário de produtos da Caixa. económico
dos produtos e Encorajar o
D. Políticas
serviços com desenvolviment
FS8 4. Relatório de Sustentabilidade » 4.8 - - ODS 11 – Cidades Implementadas – i.
benefício - o e a difusão de
Financiamento Sustentável e Inclusivo » e Comunidades Políticas Ambientais
ambiental, por tecnologias
Financiar a Economia de Baixo Carbono Sustentáveis
linha de amigas do
negócio ambiente
Âmbito: Caixa ODS 13 – Ação
climática
807
Em 31/12/2022 destacam-se as seguintes
percentagens em instalações com
acessibilidade plena:
- Agências 98,5%
- Extensões de agências 86,7%
- Gabinetes Empresas 74,1%
Âmbito: Caixa
808
Anexo C – Notas Metodológicas
204-1
A Caixa realizou uma alteração relativa à metodologia adotada nos anos anteriores em que o cálculo
considerava apenas os fornecedores de bens e serviços com faturação à CGD anual igual ou superior a
2.500€ (com IVA não dedutível). Em 2022, para o apuramento da percentagem de despesas com
fornecedores foram considerados todos os fornecedores de bens e serviços com valor total anual de
faturação à CGD (c/ IVA sempre que aplicável e sem dedução do pro-rata).
302-1/305-1
A recolha de informação junto da CGD (Portugal) e Bancos Afiliados é realizada de acordo com as seguintes
permissas:
Portugal: consumo de gás natural, fins de aquecimento, e gasóleo, para funcionamento dos
geradores de emergência;
BI, BCA, BCI, BCGA, Sucursal de Timor e BNU Macau: consumo de gasóleo pelas
infraestruturas/geradores;
Sucursal de França: Não são consumidos combustíveis nas infraestruturas.
Após a quantificação dos consumos acima referidos são aplicados, para cada ano, os factores de conversão
apresentados na tabela abaixo:
Tabela 1 - Fatores de conversão gás natural, gasóleo e gasolina.
CGD
Unidade 2022 -
Gás Natural PCI GJ/((N)m3 x 103 38,2 APA (2022) National Inventory Report - Portugal (pg. 3-23
PCI GJ/ton 43,3 tabela 3.9)
Gasóleo 0,84 APA (2022) National Inventory Report 2021 Portugal (pg. 3-
Densidade kg/l
81 tabela 3.51)
43,8 APA (2022) National Inventory Report 2021 Portugal (pg. 3-
PCI GJ/ton
81 tabela 3.51)
Gasolina
0,75 APA (2022) National Inventory Report 2021 Portugal (pg. 3-
Densidade kg/l
81 tabela 3.51)
BCA, BCI, BI, BCGA, BNU Macau, Sucursal de Timor e França
PCI GJ/t 43,0
Gasóleo
Densidade kg/l 0,84 GHG Protocol (março 2017)
PCI GJ/t 44,3 http://www.ghgprotocol.org/calculation-tools/all-tools
Gasolina
Densidade kg/l 0,74
Posteriormente, estes valores são convertidos em emissões aplicando os fatores de emissão (FE) listados
abaixo:
CGD, BCA, BCI, BI, BCGA, BNU Macau, Sucursal de Timor e França
2022 -
Natural Gas FE kg CO2e/GJ 56,4 APA (2022) National Inventory Report 2021 Portugal (pg. 3-
Diesel FE kg CO2e/GJ 74,1 112 tabela 3.83)
809
CGD
2022 Fonte
Gásoleo Simples €/litro 1,796
https://precoscombustiveis.dgeg.gov.pt/estatistica/preco-
Gasolina simples 95 €/litro 1,851
medio-diario/#download (DGEG)
GPL Auto €/litro 0,896
A frota da Caixa tem na sua constituição veículos híbridos e elétricos. Como o consumo da eletricidade é
realizado nos carregadores existentes no edificio sede da Caixa o consumo está incluido no consumo elétrico.
Sucursal de Timor: Os valores de combustível consumidos pelas viaturas da empresa são apurados através
da informatização das faturas dos postos de abastecimento.
BCA, Sucursal de França e BNU Macau: Os valores dos consumos são os valores dos litros de combustível
usados por cada viatura.
BI: Os valores de combustível consumidos são apurados através preço médio por quilometro de cada
veículo em análise.
BCGA: os valores em litros do consumo de combustível são estimados tendo em conta os movimentos
contabiliticos assumindo que 74% dos custos das deslocações estão a associados a viaturas a gasolina e
26% estão associados a viaturas a gasóleo.
Os consumos de energia dentro da organização foram convertidos em unidades de energia (GJ) de acordo
com a Tabela 1. A tabela seguinte reporta os fatores de emissão utilizados:
CGD, S.A
Unidade 2022 Fonte
Gasóleo FE kg CO2e/GJ 70,5
APA (2022) National Inventory Report 2022 Portugal (pg. B-7 tabela B-
Gasolina FE kg CO2e/GJ 71,9
3)
GPL FE kg CO2e/GJ 68,1
CGD, BCA, BCI, BI, BCGA, BNU Macau, Sucursal de Timor e França
Gasóleo FE kg CO2e/GJ 74,1 GHG Protocol (march 2017) http://www.ghgprotocol.org/calculation-
Gasolina FE kg CO2e/GJ 69,3 tools/all-tools
No caso das fugas de gases fluorados foi considerado o potencial de aquecimento global do gás fluorado.
Na CGD,S.A. (Portugal) são contabilizadas as fugas dos sistemas de climatização dos edifícios centrais e
da rede comercial (exclui-se equipamentos de extinção). O BI, BCGA, BCI, Sucursal de Timor e a Sucursal
de França não tem métodos padronizados que permitam recolher esta informação.
810
305-2
A EDP Comercial foi o fornecedor de energia elétrica da CGD (Portugal Continental) até Junho de 2022, a
partir dessa data o fornecimento de energia foi assegurado em 83,7% pela Endesa e em 16,3% pelo Serviço
Universal. Na Região Autónoma dos Açores o fornecedor de energia elétrica foi a Eletricidade dos Açores
(EDA) e na Região Autónoma da Madeira, a Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM).
A tabela seguinte apresenta os fatores de emissão utilizados para realizar a conversão das emissões
associadas:
CGD
Fatores de emissão
Unidade 2022 Fonte
EDP (Energia de
kg CO2e/kWh 0,216 https://www.edp.pt/origem-energia/ (disponível a 18/04/2023)
Portugal)
https://www.endesa.pt/negocios/quemsomos/Origem-de-
Endesa kg CO2e/kWh 0,243
Energia (disponível a 12/04/2023)
https://sueletricidade.pt/pt-pt/complex-pages/1661/nossa-
Serviço Universal kg CO2e/kWh 0,275
energia (disponível a 12/04/2023)
EDA (Eletricidade dos https://www.eda.pt/Regulacao/Rotulagem/Paginas/Resultados.
kg CO2e/kWh 0,457
Açores) aspx
EEM (Empresa de https://www.eem.pt/media/1111424/ano-2022.pdf (disponível a
kg CO2e /kWh 0,487
Eletricidade da Madeira) 12/04/2023)
International Energy Agency (2022), Emission Factors 2022
Location-based kg CO2e/kWh 0,149
(ano 2021)
BI, BCA e BCGA
International Energy Agency (2022), Emission Factors 2022
Africa kg CO2e/kWh 0,542
(ano 2020)
BCI
International Energy Agency (2022), Emission Factors 2022
Moçambique kg CO2e/kWh 0,078
(ano 2020)
BNU Macau
kg CO2e/kWh https://www.cem-
Companhia de
0,620 macau.com/uploads/pdf_sustainability_report_2021_eng_8f4f8
Electricidade de Macau
192e6.pdf
Asia kg CO2e/kWh 0,590 International Energy Agency (2022), Emission Factors 2022
(ano 2020)
Sucursal de França
RTE, 2022 https://www.rte-france.com/eco2mix/les-chiffres-
França kg CO2e/kWh 0,055
cles-de-lelectricite
EDF, https://www.edf.fr/en/the-edf-group/taking-action-as-a-
Electricité de France kg CO2e/kWh 0,050 responsible-company/reports-and-indicators/non-financial-
kpis/esg-indicators
Sucursal de Timor
kg CO2e/kWh 0,590 International Energy Agency (2022), Emission Factors 2022
Asia
(ano 2020)
Os Bancos Afiliados BI, BCA, BCGA, BCI, Moçambique e Timor não têm mecanismos que permitam o
cálculo das emissões pelo método baseado no mercado.
305-3
Relativamente ao cálculo das emissões de âmbito 3, o Grupo CGD procede ao cálculo das emissões
relacionadas com as seguintes categorias:
1. Categoria 6, as deslocações de serviço de avião, comboio, barco e em veículos terceiros ao nível
do Grupo CGD.
2. Categoria 5, o tratamento dos resíduos ex-situ produzidos ao nível da CGD,S.A. (Portugal).
811
Categoria 6: Deslocações de serviço de avião, comboio, barco e em veículos terceiros
Ao nível das deslocações em serviço, são consideradas as emissões associadas ao transporte por avião,
comboio, barco e transporte individual (em veículos terceiros) de acordo com a realidade de cada Banco:
Tabela 5 - Quadro resumo das deslocações de serviço realizadas pelos bancos afiliados
CGD, S.A, Sucursal de Timor, Sucusal de França, BI, BCA, BCI, BNU
Fatores de emissão Macau, BCGA
Unidade 2021/22 Fonte
Avião – Viagens Domésticas kg CO2eq/pkm 0,246
Avião – Curtas Distâncias – Classe
kg CO2eq/pkm 0,151
Económica
Avião – Curtas Distâncias – Classe
kg CO2eq/pkm 0,227
Executiva
Avião – Curtas Distâncias (médio) kg CO2eq/pkm 0,154 2022 Guidelines to Defra / DECC's GHG
Avião – Longas Distâncias – Classe Conversion Factors for Company Reporting
kg CO2eq/pkm 0,148
Económica
Avião – Longas Distâncias – Classe
kg CO2eq/pkm 0,429
Executiva
Avião – Longas Distâncias (≥3700 km)
kg CO2eq/pkm 0,193
(médio)
812
Comboios de Portugal - RS 2020 (pág. 80)
Comboio kg CO2eq/pkm 0,026
O cálculo das emissões associadas aos resíduos produzidos tem em conta as quantidades de resíduos
produzidos ao longo do ano no Edifício Sede, Edifício da Avenida dos Aliados (Porto) e Edifício La Vie
(Porto), nos Centros Clínicos dos Serviços Sociais e da Culturgest, que são encaminhadas para cada tipo
de destino final de acordo com o reportado no Mapa Integrado de Registo de Resíduos (MIRR)).
Relativamente aos prestadores de serviço que operam no Edifício Sede, a CGD reporta os resíduos
resultantes da atividade da Gertal, Canon, Konica Minolta e Siemens.
A CGD procedeu ao cálculo de emissões de investimentos nas categorias de business loans (carteira de
crédito), project finance (projetos de geração de eletricidade), hipotecas residenciais (“mortgages”) e
hipotecas comerciais (“real estate”) de acordo com as guidelines do standard PCAF.
Financiamento a empresas
O cálculo de emissões da carteira de crédito da CGD foi efetuado de acordo com a metodologia PCAF
relativo à categoria “business loans” e de acordo com as seguintes opões PCAF:
Score
Opção PCAF Fórmula de cálculo
PCAF
𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑐
1a ∑ × 𝑉𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑒𝑑 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑛𝑦 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑠𝑐 1
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑡𝑦 + 𝑑𝑒𝑏𝑡𝑐
𝑐
𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑐
2a ∑ × 𝑈𝑛𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑒𝑑 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑛𝑦 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑠𝑐 2
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑡𝑦 + 𝑑𝑒𝑏𝑡𝑐
𝑐
𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑐 𝐺𝐻𝐺 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑠𝑠
3a ∑ × 𝑅𝑒𝑣𝑒𝑛𝑢𝑒𝑐 × 4
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑡𝑦 + 𝑑𝑒𝑏𝑡𝑐 𝑅𝑒𝑣𝑒𝑛𝑢𝑒𝑠
𝑐
𝐺𝐻𝐺 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛𝑠𝑠
3b ∑ 𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑐 × 5
𝐴𝑠𝑠𝑒𝑡𝑠𝑠
𝑐
Dados utilizados no cálculo: i) O “outstanding amount” corresponde ao valor em dívida de cada contraparte
(excui valores em off balance); ii) Foram utilizados dados de “equity”, “debt” e “revenues” de cada
contraparte a 31-Dez-2021 (dados internos do banco, sempre que disponíveis); iii) Os fatores de emissão
setoriais utilizados (para Score 4 e 5) foram calculados com base na informação mais recente
disponibilizada no website do INE, Pordata, Eurostat e DGEG. Foi ainda utilizado um valor médio nacional
para emissões associadas ao setor eletroprodutor português fornecido pela Agência Internacional de
Energia (IEA) para Portugal (gCO2/kWh); iv) Para o cálculo de emissões de Score 1 e 2 foram consultadas
informações públicas das contrapartes com divulgação de dados de emissões (relativas ao ano de 2021).
813
Categoria “Project Finance” (projetos de geração de eletricidade)
O cálculo de emissões dos projetos de geração de eletricidade em project finance foi efetuado de acordo
com a metodologia PCAF relativo a esta categoria e de acordo com a opção abaixo:
Score
Opção PCAF Fórmula de cálculo
PCAF
𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑝
2b ∑ × 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑐𝑖𝑜𝑛𝑝 × 𝐸𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 3
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑡𝑦 + 𝑑𝑒𝑏𝑡𝑝
𝑝
Dados utilizados no cálculo: i) dados internos do Banco relativos aos projetos de geração de eletricidade
(montantes em dívida (€), total equity+dept (€) e produção em 2022 (MWh)); ii) Fatores de emissão
disponibilizados pela ERSE por tecnologia de produção.
O cálculo de emissões de hipotecas residenciais e hipotecas “real estate” é feito com recurso à metodologia
PCAF para esta tipologia e de acordo com as seguintes opões:
Opção Score
Fórmula de cálculo
PCAF PCAF
𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑏
∑𝑏,𝑒 ×
𝑃𝑟𝑜𝑝𝑒𝑟𝑡𝑦 𝑣𝑎𝑙𝑢𝑒 𝑎𝑡 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛𝑏
2a 𝐸𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑡𝑒𝑑 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑦 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑝𝑡𝑖𝑜𝑛 (𝑓𝑟𝑜𝑚 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑦 𝑙𝑎𝑏𝑒𝑙𝑠𝑏,𝑒 ) × 𝐹𝑙𝑜𝑜𝑟 𝑎𝑟𝑒𝑎𝑏 × 3
𝐴𝑣𝑒𝑟𝑎𝑔𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟𝑒
𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑏
∑ 𝑋 𝐸𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑡𝑒𝑑 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑦 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑝𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑓𝑟𝑜𝑚 𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑠𝑡𝑖𝑐𝑠𝑏,𝑒
3 𝑃𝑟𝑜𝑝𝑒𝑟𝑡𝑦 𝑣𝑎𝑙𝑢𝑒 𝑎𝑡 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛𝑏 5
𝑏,𝑒
× 𝑁𝑢𝑚𝑏𝑒𝑟 𝑜𝑓 𝑏𝑢𝑖𝑙𝑑𝑖𝑛𝑔𝑠𝑏 × 𝐴𝑣𝑒𝑟𝑎𝑔𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟𝑒
Dados utilizados: i) montantes em dívida (€), valor de avaliação (€) e nivel de certificado energético dos
imóveis (dados internos do Banco); ii) Fatores de emissão por m 2 (tCO2/m2) ou por imóvel (tCO2/imóvel)
extraídos da base de dados PCAF “European building emission factor database” de acordo com nível de certificado
energético e tipologia de imóvel.
Crédito Habitação
O cálculo de emissões de hipotecas residenciais é feito com recurso à metodologia PCAF para esta tipologia
e de acordo com as seguintes opões:
Opção Score
Fórmula de cálculo
PCAF PCAF
𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑏
∑𝑏,𝑒 ×
𝑃𝑟𝑜𝑝𝑒𝑟𝑡𝑦 𝑣𝑎𝑙𝑢𝑒 𝑎𝑡 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛𝑏
2a 𝐸𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑡𝑒𝑑 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑦 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑝𝑡𝑖𝑜𝑛 (𝑓𝑟𝑜𝑚 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑦 𝑙𝑎𝑏𝑒𝑙𝑠𝑏,𝑒 ) × 𝐹𝑙𝑜𝑜𝑟 𝑎𝑟𝑒𝑎𝑏 × 3
𝐴𝑣𝑒𝑟𝑎𝑔𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟𝑒
𝑂𝑢𝑡𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑚𝑜𝑢𝑛𝑡𝑏
∑ 𝑋 𝐸𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑡𝑒𝑑 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑦 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑝𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑓𝑟𝑜𝑚 𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑠𝑡𝑖𝑐𝑠𝑏,𝑒
𝑃𝑟𝑜𝑝𝑒𝑟𝑡𝑦 𝑣𝑎𝑙𝑢𝑒 𝑎𝑡 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛𝑏
3 𝑏,𝑒 5
× 𝑁𝑢𝑚𝑏𝑒𝑟 𝑜𝑓 𝑏𝑢𝑖𝑙𝑑𝑖𝑛𝑔𝑠𝑏 × 𝐴𝑣𝑒𝑟𝑎𝑔𝑒 𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑜𝑛 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟𝑒
Dados utilizados: i) montantes em dívida (€), valor de avaliação (€) e nivel de certificado energético dos
imóveis (dados internos do Banco); ii) Fatores de emissão por m2 (tCO2/m2) ou por imóvel (tCO2/imóvel)
extraídos da base de dados PCAF “European building emission factor database” de acordo com nível de certificado
energético e tipologia de imóvel.
814
401-1
As fórmulas utilizadas no cálculo das taxas de rotatividade e de novas contratações para a Caixa e Bancos
Afiliados foram:
Taxa de rotatividade = (N.º de saídas durante o período de reporte / N.º total de trabalhadores no
final do período de reporte) x 100, por faixa etária e género
Taxa de novas contratações = (N.º de novas contratações / N.º total de trabalhadores) x 100, por
faixa etária e género
No que diz respeito à Caixa, os valores apresentados consideram apenas os colaboradores em serviço efetivo
na CGD, S.A. com cedidos (colocados nos OE da CGD). Considera também, desde 2021, a fusão da Caixa
Leasing e Factoring na Caixa Geral de Depósitos, com impacto direto no numero de entradas e no número
de saídas(colaboradores que antes da fusão já se encontravam cedidos à CGD,SA).
401-3
As fórmulas utilizadas no cálculo das taxas de regresso e de retenção para a CGD e Bancos Afiliados foram:
Taxa de regresso ao trabalho = (Número total de colaboradores que regressaram ao trabalho após
a licença parental / Número total de colaboradores que gozaram de licença parental) * 100, por
género.
Taxa de retenção = (Número total de colaboradores retidos 12 meses após o regresso ao trabalho
seguido de gozo de licença parental / Número total de colaboradores que regressaram de licença
parental no período de reporte anterior) *100, por género.
404-1
Este indicador foi calculado recorrendo à seguinte fórmula para a CGD e para os Bancos Afiliados:
Média de horas de formação por categoria profissional = Número total de horas de formação por
categoria profissional/ Número total de colaboradores em cada categoria.
Média de horas de formação por género = Número total de horas de formação por género/ Número
total de colaboradores em cada género.
405-2
A partir do salário base dos colaboradores calculou-se o salário base médio, por género e por categoria
profissional. O rácio foi obtido através da divisão entre o salário base médio das mulheres em cada categoria
profissional pelo salário base médio dos homens nas categorias profissionais correspondentes.
A diferença entre o salário base médio e a remuneração média é que a última considera o salário base
acrescido de benefícios dos colaboradores.
417-2
Considerou-se não conformidade (incumprimento) com regulamentos e códigos voluntários relacionados com
informação e rotulagem de produtos/serviços, as não conformidades (incumprimentos) que resultaram em
aviso ou coima das entidades de supervisão ou judiciais relacionadas com a prestação de informação pré-
contratual e contratual obrigatória na comercialização de produtos e serviços, relacionadas com informação
obrigatória sobre regimes especiais e relacionadas com a informação disponibilizada ao público no Preçário.
417-3
Considerou-se não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados com comunicações
de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio, as não conformidades que resultaram em aviso
ou coima das entidades de supervisão ou judiciais, relacionadas com os deveres de informação na
publicidade e comunicações de marketing estabelecidas pela legislação, pela regulamentação emitida pelas
entidades de supervisão, pelo normativo interno, pelo Código de Conduta da CGD e pelos códigos de conduta
de adesão voluntária, nomeadamente da Associação Portuguesa de Anunciantes e Instituto Civil da
Autodisciplina da Publicidade.
815
Anexo D – Resposta às recomendações da Task Force
on Climate Financial Disclosures (TCFD)
Divulgação de informações financeiras sobre o clima conforme orientações da TCFD
Em 2015, a Financial Stability Board (FSB) criou a Task Force on Climate-related Financial Disclosures
(TCFD), um grupo de trabalho com o objetivo de estabelecer um conjunto de recomendações de reporte
que promovam a divulgação, de forma clara e consistente, de informação que ajude os mercados
financeiros a entender os riscos e impactos relacionados com as alterações climáticas.
No Relatório de Sustentabilidade de 2022 a Caixa desenvolve pelo terceiro ano uma abordagem abrangente
às recomendações base da TCFD, promovendo deste modo a divulgação de informação climática
comparável, fidedigna e clara para as diversas partes interessadas. A Caixa tem vindo a acompanhar as
mais recentes recomendações de reporte da TCFD, nomeadamente aquelas que concernem à divulgação
das emissões de gases de efeito de estufa de âmbito 3, tendo em conta a materialidade deste tópico para
o setor financeiro.
O Grupo Caixa acredita que a divulgação de informação alinhada com as melhores práticas de reporte
permitirá que os stakeholders compreendam as implicações financeiras associadas às alterações climáticas
e desenvolvam esforços de mitigação e adaptação, contribuindo para promover o investimento em
soluções, oportunidades e modelos de negócio sustentáveis e resilientes.
Governo
O governo da empresa em matéria de riscos e oportunidades inerentes ao clima
Estratégia
Os impactos reais e potenciais dos riscos e oportunidades inerentes ao clima no negócio, estratégia e
planeamento financeiro da organização
Gestão de Riscos
Os processos utilizados pela organização para identificar, aceder e gerir riscos inerentes ao clima
Indicadores e metas
Os indicadores e metas utilizados para aferir e gerir riscos e oportunidades relevantes inerentes ao
clima
816
Índice de divulgação TCFD
817
Governação
A Caixa é uma instituição de crédito integralmente detida pelo Estado Português cuja missão visa a criação
de valor para a sociedade portuguesa, prestando serviços bancários de qualidade aos particulares e às
empresas, contribuindo assim para a promoção do financiamento sustentável em Portugal e para a
transição para uma economia neutra em carbono até 2050.
O Grupo Caixa tem participações diretas e indiretas em várias empresas nacionais e internacionais que
operam em setores diversos como a banca comercial, a banca de investimento, o capital de risco, a gestão
de ativos, o crédito especializado e o mercado imobiliário. O seu modelo organizacional e de gestão alia
esta missão ao objetivo de rendibilidade, crescimento e fortalecimento financeiro, gestão prudente do risco,
boas relações com as partes interessadas e o compromisso estratégico com o desenvolvimento
sustentável.
A sustentabilidade e o impacto social é um dos seis pilares do Plano Estratégico 21-24 definido pela
administração da Caixa. Este pilar é suportado por um plano de ação ambicioso que incorpora um conjunto
de ações e KPI em áreas relevantes para o desenvolvimento de um modelo de negócio mais responsável,
resiliente e inclusivo, como por exemplo a gestão dos riscos climáticos.
O modelo de governo para riscos e oportunidades inerentes ao risco climático e ambiental é transversal a
toda a organização e engloba a participação de diversos órgãos de estrutura e empresas do Grupo Caixa.
Contudo, a Direção de Gestão de Risco (DGR) e a Direção de Suporte Corporativo (DSC) desempenham
um papel fundamental na execução da supervisão do Conselho de Administração em matéria de governo
de riscos e oportunidades inerentes ao clima.
O Comité de Sustentabilidade, que é presidido pelo Chief Executive Officer, passou também a incluir a partir
de 2022 na sua composição o Chief Risk Officer e a Chief Sustainability Officer (ambos administradores
executivos). Desta forma é garantida a existência de um modelo de gestão robusto, transparente, que
promove o desenvolvimento de projetos ESG (Environmental, Social e Governance) transversais e a
respetiva monitorização contínua pela administração.
Diagrama de governação
818
Breve descrição dos órgãos e estruturas mais relevantes para a gestão climática
Define, fiscaliza e é responsável, juntamente com a Comissão de Auditoria, no âmbito das respetivas
competências, pela aplicação de sistemas de governo que garantam uma gestão eficaz e prudente,
incluindo a separação de funções no seio da organização e a prevenção de conflitos de interesse.
Conselho de
O Conselho de Administração, suportado pela Comissão de Riscos e pela Comissão de
administração Auditoria, estabelece a apetência pelo risco, a qual é implementada pela Comissão Executiva
com o apoio da Direção de Gestão de Risco e das áreas de controlo e de negócio. O Conselho
de Administração é também responsável pelo alinhamento da apetência pelo risco com as
prioridades estratégicas do banco para o financiamento sustentável e para a ação climática.
A gestão corrente da Caixa é delegada pelo Conselho de Administração numa Comissão Executiva.
A Direção de Gestão de Risco desenvolve funções de gestão e controlo dos riscos não
financeiros, nomeadamente do risco climático e ambiental, garantindo as funções de
identificação, avaliação, mensuração, acompanhamento, controlo e reporte dos riscos
climáticos e ambientais a que o Grupo Caixa se encontra exposto e das inter-relações com
Direção de Gestão as outras categorias de risco vigentes. Visa também assegurar que os riscos se mantêm ao
de Risco (DGR) nível da apetência pelo risco definida pelo Conselho de Administração e que não afetarão
significativamente a situação financeira da instituição, assegurando continuadamente o
cumprimento e conformidade com as normas externas e requisitos legais e regulamentares
neste âmbito.
Compete também à Direção de Gestão de Risco a realização de análises de sensibilidades e
de cenários e de exercícios de teste de esforço para riscos climáticos e ambientais.
819
A Direção de Suporte Corporativo presta assessoria e apoio de natureza corporativa aos órgãos
sociais da Caixa no desenvolvimento das suas funções e no cumprimento das responsabilidades
que lhes foram cometidas pelo acionista. Inclui a área da Sustentabilidade, que é responsável
Direção de Suporte pela definição, dinamização e monitorização da Estratégia Corporativa de Sustentabilidade e
Corporativo (DSC) por assegurar o cumprimento dos Princípios do Pacto Global das Nações Unidas e o
alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, coordenando o Programa
Corporativo de Sustentabilidade e o Sistema de Gestão Ambiental, em consideração com os
valores de intervenção económica, social e ambiental.
Estratégia
A visão do acionista para a Caixa é a de uma instituição de referência no sistema financeiro e líder no setor
bancário em Portugal, que se pauta em permanência por potenciar as suas vantagens competitivas e
garantir níveis de solidez, rendibilidade, serviço e eficiência em linha com as melhores práticas observadas
no setor bancário europeu.
A integração de critérios ambientais enquanto fatores determinantes para a criação de valor e para
a sustentabilidade do negócio, apoiando e fortalecendo a estratégia, a marca e os valores
corporativos;
A responsabilidade de preservar o ambiente, gerir e monitorizar os impactos diretos e indiretos das
suas atividades, produtos e serviços;
A promoção e participação dos stakeholders tendo em conta as suas expetativas e valores na
tomada de decisões e na estratégia.
O Grupo Caixa considera que, ao incorporar riscos e oportunidades inerentes ao clima nos processos de
gestão de risco e planeamento estratégico, estará mais apto a compreender as implicações financeiras
associadas às alterações climáticas e a potenciar a mitigação e adaptação às alterações climáticas,
fortalecendo a organização e os clientes e direcionando o investimento para soluções, oportunidades e
modelos de negócio sustentáveis e resilientes.
Estratégia de sustentabilidade
De modo a garantir a concretização da Estratégia de Sustentabilidade da Caixa foi implementado um
modelo de gestão transversal à organização como um todo, incluindo órgãos de estrutura e empresas do
Grupo Caixa considerados mais relevantes para o cumprimento dos objetivos de sustentabilidade
propostos.
O Plano Estratégico 2021-2024 da Caixa define a “Sustentabilidade e Impacto Social” como um dos vetores
de atuação na prossecução de um modelo de negócios rentável e sustentável. Nesse sentido, o banco
estabeleceu a sua Estratégia de Sustentabilidade 2021-2024 e respetivos pilares estratégicos através uma
abordagem holística e que materializa a ambição em tornar-se líder no financiamento sustentável em
Portugal, apoiando a transição para uma economia de baixo carbono e financiando projetos com impacto
social na vida das pessoas:
2) Gestão dos Riscos Climáticos – Acelerar a transição para uma economia mais sustentável e
resiliente através da gestão eficiente dos riscos climáticos.
3) Equidade, Inclusão Digital e Financeira – Ser um banco inclusivo que prioriza o bem-estar e o
desenvolvimento dos colaboradores e da sociedade.
820
A Estratégia de Sustentabilidade está refletida num plano de ação anual que incorpora os desafios e
compromissos assumidos voluntariamente pela Caixa, destacando-se:
Net Zero Banking Alliance
Principles for Responsible Banking
Principles for Responsible Investment
Business Ambition for 1.5 ºC
10 Princípios do Global Compact
Em 2021 a Caixa aderiu à Net Zero Banking Alliance - NZBA - unindo-se a instituições bancárias de diversos
países que assumiram o compromisso de implementar estratégias e modelos de negócio que permitam
alcançar a neutralidade carbónica (Net Zero) até 2050.
Alinhar as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) associadas ao portfólio de financiamento
e investimento com o caminho necessário para alcançar a neutralidade carbónica até 2050;
Priorizar esforços nos setores onde existe o impacto mais significativo, ou seja, os mais intensivos
e emissores de GEE, fundamentais para a transição para uma economia neutra em carbono;
Determinar metas imediatas para 2030, priorizando os setores intensivos em emissões;
Utilizar cenários de descarbonização de fontes reconhecidas e maximizar o alinhamento com os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Complementarmente, em 2022 a Caixa Gestão de Ativos (CXA) aderiu à Net Zero Asset Managers Initiative
(NZAM), uma iniciativa global que congrega os esforços e comprometimento das sociedades gestoras de
ativos internacionais signatárias com a descarbonização dos portfólios sob gestão, contribuindo desta forma
para o objetivo de um nível de emissões de gases de estufa líquido nulo até 2050.
Para fazer face aos compromissos assumidos e ao objetivo do Acordo de Paris de “limitar o aumento da
temperatura média global a níveis bem abaixo dos 2ºC acima dos níveis pré-industriais e prosseguir
esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais”, a Caixa
implementou os seguintes projetos e políticas:
O Programa de Baixo Carbono visa contribuir para a redução do impacto ambiental associado
às atividades da Caixa, promovendo o desenvolvimento sustentável e procurando
simultaneamente induzir boas práticas junto das suas partes interessadas. O Programa de
Baixo Carbono é constituído por quatro vetores de atuação:
821
A Caixa implementou e obteve a certificação, em 2014, de um Sistema de Gestão Ambiental
(SGA) no seu Edifício Sede, de acordo com a norma ISO 14001. O SGA constitui uma
importante ferramenta para a existência de uma cultura de prevenção da poluição e de
Sistema de Gestão
melhoria contínua do desempenho ambiental.
Ambiental
Para mais informações, consulte: https://www.cgd.pt/Sustentabilidade/Responsabilidade-
Ambiental/Pages/Sistema-Gestao-Ambiental.aspx
A Caixa desenvolveu um Modelo de Rating ESG para os clientes empresa de todos os setores
de atividade, cujos resultados impactam as estratégias de financiamento sustentável e apoiam
Modelo de Rating a transição para a economia de baixo de carbono e inclusiva.
ESG
Para mais informações, consulte: https://www.cgd.pt/Sustentabilidade/Negocio-
Responsavel/Pages/Modelo-Rating-ESG.aspx
822
Alinhada com os Princípios de Obrigações Verdes (Green Bond Principles) e com as Diretrizes
de Obrigações de Sustentabilidade (Sustainability Bond Guidelines) publicadas em junho de
2021 pela Associação Internacional dos Mercados de Capitais, fornece aos investidores mais
Framework de
informações sobre a estratégia de financiamento sustentável e o compromisso de
Financiamento
sustentabilidade da Caixa.
Sustentável
Para mais informações, consulte: https://www.cgd.pt/English/Investor-Relations/Debt-
Issuances/Prospectus/Documents/Caixa-SustainableFinanceFramework.pdf
A gestão dos riscos não financeiros e, em particular, dos desafios relacionados com a sustentabilidade, tem
vindo a ganhar cada vez mais relevância no Grupo Caixa. A preocupação com os riscos subjacentes à
sustentabilidade pretende ser cada vez mais relevante e marcar efetivamente a diferença no processo de
tomada de decisão.
De acordo com a taxonomia de riscos do Grupo, os riscos climáticos e ambientais são uma subcategoria
do risco de estratégia e negócio e também um fator adicional de risco para as outras categorias de risco
prudenciais, nomeadamente o risco de crédito, o risco de mercado, o risco operacional e o risco
reputacional. A Caixa considera que estes riscos compreendem dois fatores de risco fundamentais:
o Risco físico: refere-se ao impacto financeiro das alterações climáticas, incluindo da ocorrência
mais frequente de fenómenos meteorológicos extremos e de alterações climáticas graduais, bem
como da degradação ambiental, designadamente poluição do ar, da água e dos solos, pressão
sobre os recursos hídricos, perda de biodiversidade e deflorestação. Consequentemente, o risco
físico é categorizado como “agudo” quando decorre de eventos extremos, como secas, inundações
e tempestades, e como “crónico” quando resulta de mudanças progressivas, como o aumento das
temperaturas ou dos níveis do mar, pressões sobre os recursos hídricos, perda de biodiversidade,
alteração do uso do solo, destruição de habitats e escassez de recursos. Estas situações podem
conduzir diretamente a, por exemplo, danos patrimoniais ou a uma diminuição da produtividade
ou provocar indiretamente eventos subsequentes, como disrupção das cadeias de distribuição.
o Risco de transição: refere-se às perdas financeiras de uma instituição, que podem resultar, direta
ou indiretamente, do processo de ajustamento no sentido de uma economia hipocarbónica e mais
sustentável em termos ambientais. Este risco pode ser desencadeado, por exemplo, por uma
adoção relativamente abrupta de políticas climáticas e ambientais, pelo progresso tecnológico ou
por mudanças do sentimento e das preferências do mercado.
823
Abordagem de dupla materialidade
A abordagem da Caixa às alterações climáticas contempla uma
perspetiva de “dupla materialidade” tendo em conta quer o
impacto do clima na atividade da Caixa, quer o impacto da Caixa
no ambiente.
Materialidade financeira
(risco de impacto negativo na empresa) Materialidade ambiental e social
(Riscos de impactos negativos no
Riscos de transição Riscos físicos clima)
Riscos para a empresa que Riscos para a empresa Surgem das próprias operações da
surgem da transição para uma decorrentes dos efeitos físicos empresa e podem ocorrer em toda a
economia de baixo carbono e das alterações climáticas: cadeia de valor.
resiliente ao clima:
Riscos físicos agudos, A maior preocupação está na emissão de
Riscos regulatórios quando desencadeados GEE que abrange três âmbitos:
Riscos legais por eventos climáticos
Riscos tecnológicos extremos, como ciclones e Âmbito 1: Emissões diretas de GEE
Riscos de mercado inundações; provenientes de fontes que pertencem ou
Riscos reputacionais são controladas pela organização;
Riscos físicos crónicos,
quando desencadeados Âmbito 2: Emissões diretas de GEE
por alterações climáticas provenientes da energia elétrica adquirida
de longo prazo como o pela organização;
aquecimento global ou o
aumento do nível do mar. Âmbito 3: Outras emissões indiretas que
resultam de atividades que não pertencem
ou não são controladas pela empresa mas
com impacto indireto através da cadeia de
valor.
Os riscos inerentes ao clima dividem-se em duas categorias principais: riscos inerentes à transição para
uma economia de baixo carbono (“riscos de transição”) e riscos inerentes aos impactos físicos das
alterações climáticas (“riscos físicos”).
A transição para uma economia de baixo carbono pode implicar mudanças políticas, legais, tecnológicas e
de mercado abrangentes, para atender aos requisitos de mitigação e adaptação relacionados com as
alterações climáticas. Dependendo da natureza, rapidez e incidência destas mudanças, os riscos de
transição podem representar vários níveis de risco financeiro e de reputação para a Caixa.
O desempenho financeiro também pode ser afetado por mudanças na disponibilidade, abastecimento e
qualidade da água, na segurança alimentar e por mudanças extremas de temperatura, que afetem as
instalações, operações, cadeia de abastecimento, necessidades de transporte e segurança dos
colaboradores das organizações.
Prevê-se um elevado crescimento da dinâmica de mercado, ancorado em várias políticas públicas por forma
a assegurar o objetivo da neutralidade carbónica até 2050 assumido por Portugal. A magnitude e a
distribuição dos riscos físicos e de transição dependem da rapidez das medidas de mitigação e do grau de
organização da transição.
824
Riscos inerentes ao clima
Horizontes
Fatores
Subtipo de temporais*
subjacentes ao Potenciais impactos na Caixa
risco
risco CP MP LP
Aumento do custo associado às emissões diretas
do Banco nas suas operações
Aumento dos custos de pessoal e
desenvolvimento devido à necessidade de novos
requisitos de due diligence e envolvimento com o
cliente
Aumento do custo Aumento dos custos operacionais relacionados
associado às
com compliance
emissões de GEE
Obrigações
Aumento do impacto nos resultados e liquidez
para os clientes da Caixa devido a maiores
adicionais de reporte
custos ou maiores investimentos na
de emissões
neutralização de emissões ou decorrentes de
Alterações na alterações regulatórias
regulamentação
Legal e
sobre produtos e
Imparidade de posições de ativos de clientes
regulatório serviços existentes
devido à geração de ativos desvalorizados ou
descontinuados
Aumento de
Impacto nas vendas devido a mudanças na
requisitos de capital
regulamentação de produtos e serviços
associados ais
existentes
riscos ESG
Risco de exposição
Aumento dos requisitos de capital regulatório
devido aos riscos associados às mudanças
a litígios e a
climáticas
eventuais coimas
ambientais Eventuais ações judiciais ou coimas por
incumprimento da regulamentação ambiental
Alterações regulatórias que podem vir a implicar
um maior consumo de capital para determinadas
exposições no balanço da Caixa
825
Pressão dos Risco de ativos descontinuados por forte
stakeholders para a mudança na perceção de um setor, com perda
ação climática significativa de vendas
Desinvestimento de negócios lucrativos devido
a risco reputacional de associação a
contrapartes de sectores estigmatizados ou com
controvérsias ambientais
Aumento dos custos por danos em
propriedades e instalações em locais de alto
risco
Aumento da Aumento dos custos para os clientes na
gravidade de reparação de danos ou perdas causadas por
eventos climáticos eventos climáticos, o que pode afetar o
extremos, tais como cumprimento de compromissos de crédito
cheias, inundações Redução das receitas e custos mais elevadas
urbanas, inundações decorrentes de impactos negativos sofridos
Risco Agudo costeiras, pelos colaboradores (por exemplo, saúde,
deslizamentos de segurança, absentismo)
terras e incêndios Aumento dos custos por via de aumento dos
florestais prémios de seguro e/ou redução da
Ocorrência de disponibilidade dos seguros sobre ativos em
sismos e tsunamis. locais de maior risco
Riscos Físicos
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), para cumprir as metas globais de redução de emissões,
os países precisarão de fazer a transição de uma percentagem significativa da sua geração de energia para
alternativas de baixa emissão, como a energia eólica, solar, das ondas, das marés, hídrica, geotérmica, nuclear,
dos biocombustíveis, bem como a captação e o armazenamento de carbono.
A Caixa está consciente da oportunidade associada à utilização de novas tecnologias e de fontes de energia com
baixas emissões. A Caixa tem vindo a investir na produção de energias renováveis e a implementar diversas
Fonte de
medidas de eficiência energética nos seus edifícios corporativos e rede comercial
Energia
Os seus principais projetos neste âmbito são:
- A central solar térmica na Sede: coletores instalados na cobertura de 1.600 m 2 da sede produzem energia para
aquecimento e arrefecimento da água necessária para o ar condicionado centralizado e para as instalações
sanitárias (3.557 GJ produzidos em 2022).
- Microgeração solar fotovoltaica na rede de agências: instalação de painéis solares fotovoltaicos (544 GJ
produzidos em 2022).
826
De acordo com o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, o valor global agregado de investimento necessário
em Portugal para atingir a neutralidade carbónica está projetado em 1.017 mil milhões de euros.
Enquanto instituição de referência no setor financeiro, faz parte das prioridades da Caixa apoiar a transição para
Produtos e uma economia de baixo carbono por via das suas atividades de financiamento e investimento. A Caixa reconhece
a oportunidade associada ao desenvolvimento de produtos e serviços sustentáveis que possam potencialmente
serviços contribuir para a redução das emissões de gases com efeito de estufa da carteira de financiamento.
É exemplo o leasing para viaturas híbridas e elétricas, linha de financiamento que visa apoiar o investimento em
veículos híbridos e elétricos, financiando a transição para um modelo de mobilidade mais sustentável. Foram
financiados 51,4 milhões de euros em 2022, o que corresponde a um aumento de 43% face a 2021.
O crescente foco dos investidores na transformação para uma economia net-zero está a refletir-se cada vez mais
no mercado obrigacionista. Segundo dados divulgados pela S&P Global, prevê-se que a que a emissão green,
social, sustainable e sustainability-linked bonds poderá atingir entre os 900 milhões e 1 trilião de dólares em 2023.
A Caixa acompanha as tendências e oportunidades geradas por novos mercados e agentes de mudança, integrando
diversos aspetos na sua carteira e proporcionando ofertas financeiras que facilitem o acesso a produtos
Mercados ambientalmente responsáveis e com menor impacto ambiental.
Em 2022 a Caixa deu continuidade à emissão de obrigações de dívida sustentável, tendo concluído com sucesso
duas emissões de dívida green senior preferred no montante de 800 milhões de euros, totalizando 1.3 mil milhões
de euros em instrumentos financeiros desta tipologia. Trata-se da(s) primeira(s) emissão realizada por um banco
português com estas características (green), sendo um marco importante na concretização dos compromissos
assumidos pela Caixa Geral de Depósitos no domínio do financiamento sustentável.
A Caixa é uma referência no setor financeiro português e, sendo reconhecida pelo seu contributo para a promoção
da poupança, financiamento da economia, reforço da competitividade, inovação e internacionalização das empresas
portuguesas.
A Caixa assume um papel ativo na divulgação transparente de informação relacionada com o clima e na
sensibilização dos seus stakeholders para a temática ambiental, contribuindo assim para o aumento da sua
reputação e do valor de marca.
Reputação Numa ótica de transparência para com as suas partes interessadas e de forma a gerir os seus riscos reputacionais,
a Caixa tem vindo a a participar voluntariamente na avaliação de diversos índices de sustentabilidade como por
exemplo o Carbon Disclosure Project e a solicitar a auditoria por entidade externa da informação existente no seu
relatório de sustentabilidade.
Em 2022 a Caixa foi distinguida como o Melhor Banco em Sustentabilidade, no contexto da Banca em Portugal,
pelo estudo da Brandscore, da consultora Scopen, que reflete o resultado da nomeação espontânea de clientes e
não clientes.
Na definição da sua estratégia de negócio, onde estão integrados os riscos climáticos e ambientais, as
análises de sensibilidade e de cenários de curto, médio e longo prazo são vistas como um instrumento
particularmente útil na identificação das limitações, vulnerabilidades e deficiências num futuro ainda
extremamente incerto com potenciais trajetórias de transição significativamente díspares.
Assim, já integrando os riscos climáticos e ambientais na framework de testes de esforço, a Caixa encontra-
se a desenvolver e a robustecer um conjunto de metodologias de quantificação que permitem testar a
resiliência do seu modelo de negócio, tendo em conta a sensibilidade de portfólios, setores e geografias
vulneráveis a fatores climáticos.
Tendo em vista esse objetivo, a Caixa começou por fazer várias avaliações de risco, tanto para o risco de
transição como para o risco físico, para diferentes portfólios, setores e áreas geográficas. Baseado
inicialmente num conjunto de pressupostos qualitativos, estas análises de sensibilidade e cenários
permitem reforçar esses pressupostos com dados e metodologias mais quantitativas.
Embora na CGD os riscos climáticos e ambientais sejam uma subcategoria do risco de estratégia e negócio,
a CGD desenhou o seu perfil de risco numa perspetiva forward-looking e cross-cutting que permita a
avaliação dos impactos do risco físico e de transição nos seus principais drivers de risco. Assim, tendo em
conta o seu perfil de risco, a CGD considerou os impactos dos riscos climáticos e ambientais no risco de
827
crédito e no risco operacional para a avaliação da sua adequabilidade de capital numa perspetiva
económica e normativa.
Além disso, as análises de cenários estão a ser utilizadas para capturar e testar os impactos dos riscos
climáticos no curto, médio e longo-prazo, para diferentes cenários de transição respeitantes às dimensões
de risco físico e de transição. Para isso, a base dos cenários considerados são os cenários climáticos
desenvolvidos pela Network for Greening the Financial System (NGFS). Para o longo-prazo, três cenários
do NGFS, com ambições de política ambiental e alterações tecnológicas distintas, foram considerados: Net
Zero 2050 (1.5ºC), Delayed Transition (<2ºC) and Current Policies (3ºC+). Para o curto-prazo, foram
considerados dois cenários: o cenário de Delayed Transition (<2ºC) e o cenário base do orçamento,
complementado com fatores climáticos. Adicionalmente, a CGD considera um cenário de evento climático
único para avaliar os impactos de eventos físicos agudos.
O foco desta avaliação tem incidido sobre as famílias e as empresas. No caso da exposição às empresas,
para cada setor, existem dois principais objetivos: determinar o impacto dos eventos de risco físico na
cadeia de distribuição, disrupção das atividades, quebra da produtividade ou desvalorização dos ativos
físicos e determinar o impacto da transição carbónica no investimento em tecnologias de baixo carbono,
alterações no sentimento de mercado e nos custos diretos e indiretos. Nos empréstimos às famílias, a
metodologia de testes de esforço climático foca-se, de momento, nos empréstimos à habitação, uma vez
que é o segmento com maior peso no portfólio de crédito das famílias. Neste caso, o objetivo é utilizar a
localização do colateral para determinar a exposição a cada evento de risco físico e usar a classificação
energética para avaliar a exposição a riscos de transição. Espera-se que tanto o risco físico como o de
transição diminuam o valor dos ativos imobiliários, impactando o risco de crédito através de um aumento
da Loss Given Default (LGD).
Espera-se assim que estas análises de cenários e de sensibilidade incluam uma avaliação dos riscos
climáticos e ambientais a que a instituição está exposta no seu atual horizonte de planeamento da atividade,
bem como uma avaliação a mais longo prazo, para além do horizonte típico de planeamento da atividade.
Nesse sentido, consciente da importância destes riscos no curto e longo prazo, a CGD está a trabalhar na
integração dos resultados das análises de sensibilidade e de cenários na definição e implementação do seu
modelo de negócio. Esta visão integrada permite não só a identificação de ações contínuas de mitigação
do risco e de reforço das suas capacidades e ferramentas de monitorização, mas também a identificação
de um conjunto de oportunidades desta nova ambição.
Tudo isto permitirá não só reforçar a resiliência do modelo de negócio da CGD no curto, médio e longo
prazo e preparar o Grupo para um conjunto de riscos imprevisíveis todavia cada vez mais plausíveis, mas
também agarrar as oportunidades que um futuro mais preocupado com as alterações climáticas e
ambientais irá trazer.
Âmbito 3: Emissões indiretas, resultantes das deslocações em serviço (avião, comboio, barco e transporte
individual), tratamento de resíduos produzidos nas instalações e carteira de financiamento. Para uma
instituição financeira, as emissões da categoria 15 (investimentos) representam na maioria das vezes a
parte mais significativa do seu inventário de emissões de GEE, pelo que a sua contabilização é crucial para
a avaliação dos riscos e oportunidades associados às alterações climáticas e também para a definição de
objetivos de redução de emissões e da estratégia de negócio.
O cálculo de emissões de âmbito 3 (categoria 15) foi efetuado em alinhamento com as guidelines do
standard “Partnership for Carbon Accounting Finantials” (PCAF), uma iniciativa colaborativa que tem como
objetivo o desenvolvimento de metodologias para cálculo e reporte de emissões associadas a empréstimos
e investimentos das instituições financeiras para diferentes classes de ativos (nomeadamente empréstimos
828
corporate, crédito habitação, hipotecas comerciais, project finance). Este standard foi desenvolvido tendo
como base as orientações do GHG Protocol, sendo reconhecido pela SBTi no “Financial Sector Science-
Based Targets Guidance”.
Na figura abaixo são apresentados os resultados da pegada de carbono para o ano de 2022:
O cálculo foi efetuado de acordo com a abordagem metodológica do PCAF que considera as emissões das
contrapartes do banco (reais ou estimadas) e um fator de atribuição (que afere qual a percentagem de
emissões da contraparte atribuídas ao banco).
Os dados reais de emissões reportadas das contrapartes foram retirados de fontes públicas (e.g. relatório
de sustentabilidade) relativos ao ano de 2021.
Para estimativa de emissões das contrapartes (sempre que indisponíveis) foi calculado um fator de emissão
setorial (com base em dados públicos setoriais) que estima as emissões de âmbito 1 e 2 por setor (rácio de
tCO2/M€ de ativo setorial ou tCO2/M€ de receitas setoriais).
O cálculo de emissões associado a financiamentos para hipotecas comerciais e hipotecas residenciais foi
efetuado com base em fatores de emissão disponibilizados pelo PCAF para cada tipologia de imóvel (PCAF
European Building emission factor database) e teve em consideração o nível de certificado energético de
cada imóvel e a área dos mesmos.
Para saber mais sobre as metodologias de cálculo consulte o anexo C do Relatório de Sustentabilidade
2022.”
829
Gestão de Riscos
O responsável máximo pela Função de Gestão de Risco do Grupo Caixa é o “Chief Risk Officer”, (CRO),
membro da Comissão Executiva. O CRO da Caixa é globalmente responsável pela monitorização do quadro
de gestão de risco do Grupo e, em particular, por zelar pelo funcionamento adequado e eficaz da Função
de Gestão de Risco, competindo-lhe informar e esclarecer os membros dos órgãos de administração e
fiscalização sobre os riscos incorridos, o perfil global de risco da Caixa e do Grupo, e o grau de cumprimento
dos níveis de tolerância ao risco definidos.
A gestão de riscos é efetuada de forma centralizada e apoiada por uma estrutura dedicada, a Direção de
Gestão de Risco, sob a responsabilidade do CRO.
A Área de Riscos Não Financeiros da Direção de Gestão de Risco, criada em 2019, é responsável pela
identificação, avaliação, acompanhamento, controlo e reporte dos riscos climáticos e ambientais a que o
Grupo CGD se encontra exposto e pelas inter-relações com as outras categorias de risco vigentes, visando
garantir que os riscos climáticos e ambientais se mantêm ao nível da apetência pelo risco definida pelo
Conselho de Administração.
A área visa ainda definir a estratégia e consequente modelo de gestão de risco, num quadro de intervenção
coordenado entre as três linhas de defesa, e o desenvolvimento de um modelo de gestão específico para
os riscos climáticos e ambientais, com ferramentas e metodologias próprias que incluem, entre outras, a
definição e monitorização de um conjunto de indicadores de risco.
Estratégia Apetite
de Negócio pelo risco
Gestão do Risco
Identificação Avaliação Monitorização Mitigação
Reporte
De acordo com a taxonomia de riscos do Grupo Caixa, os riscos não financeiros incluem quatro riscos-
chave, sendo eles: estratégia e negócio, modelo, tecnologias de informação e reputacional.
830
O risco climático e ambiental é o risco de impactos negativos nos resultados ou no capital decorrentes de
alterações climáticas e degradação ambiental que afetem sistemas (naturais e humanos) e regiões e são
fontes de mudanças estruturais que afetam a atividade económica. Considera-se que, em regra, o risco
climático e ambiental compreende dois fatores de risco fundamentais, o risco de transição e o risco físico.
Encontra-se implementado um modelo de gestão específico para estes riscos, o qual prevê a identificação,
avaliação, mensuração, acompanhamento, controlo e reporte dos riscos não financeiros (complementar à
área especializada nos riscos “operacionais tradicionais”) de todo o Grupo CGD.
A framework de gestão do risco climático e ambiental visa, igualmente, mitigar outros impactos negativos
relevantes, nomeadamente ao nível do financiamento sustentável, do cumprimento de requisitos
regulamentares e da concretização de objetivos estratégicos para a sustentabilidade e a neutralidade
carbónica.
A disponibilidade e qualidade dos dados climáticos têm sido um desafio na organização. A Caixa criou um
grupo de trabalho dedicado ao governo e gestão de dados climáticos, o qual reúne regularmente e conta
com a participação de várias áreas, nomeadamente áreas mais ligadas ao negócio e outras com
responsabilidade de análise e gestão de risco. O objetivo da Caixa é que exista uma agregação eficaz e
holística dos dados e que à medida que a disponibilidade e a qualidade dos dados evoluírem, a organização
possa melhorar a precisão e as estimativas dos dados climáticos que utiliza, mantendo sempre a
transparência quanto às limitações de dados que suportam análises e relatórios.
Este processo tem o amplo envolvimento de diferentes áreas do banco (incluindo a primeira linha de defesa,
a Direção de Compliance para risco de compliance e a Direção de Gestão de Risco para todos os outros
riscos) e culmina com a definição do perfil de risco do Grupo Caixa e com a identificação dos riscos objeto
de quantificação no âmbito do processo de avaliação da adequação do capital interno (ICAAP).
A identificação do perfil de risco afigura-se crucial na medida em que permite concluir acerca dos riscos a
que a Caixa está exposta, permitindo assim tomadas de decisão mais informadas do quadro de gestão de
risco, nomeadamente em pilares essenciais como o ICAAP, o quadro de apetência pelo risco, os exercícios
de testes de esforço internos e a definição da estratégia corporativa.
De acordo com a avaliação realizada em 2022, os riscos climáticos e ambientais foram considerados
materiais e emergentes para do Grupo Caixa.
Não obstante o risco climático e ambiental ser uma categoria de risco principal do Grupo CGD, a Caixa
reconhece que este risco também poderá ter impacto no perfil de risco do Grupo por via das outras
categorias de risco vigentes. Deste modo, foi efetuada uma avaliação da materialidade do impacto dos
diferentes fatores de risco associados às alterações climáticas, nos restantes riscos vigentes.
A Caixa tem o objetivo de, em 2023, melhorar a utilização de dados quantitativos para a realização deste
exercício.
831
Os resultados da autoavaliação da Caixa foram os seguintes para cada categoria de risco:
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
Risco de crédito
Risco de mercado
Risco operacional
Risco de liquidez
Risco reputacional
Importa referir que a avaliação de risco apresentada na tabela acima reflete o nível de risco numa perspetiva
prospetiva.
I. Risco de Transição
Para a identificação e avaliação do risco de transição, a Caixa identificou os setores e segmentos mais
suscetíveis ao risco de transição, através de uma abordagem de heatmap. O heatmap foi depois mapeado
com a exposição do portfólio para analisar como a materialidade e o risco de transição se cruzam.
Esta metodologia permite identificar concentrações de exposição em ativos ou setores com risco mais
elevado, fornecendo uma indicação de priorização de riscos e da magnitude do risco de transição a que a
Caixa está exposta.
O heatmap foi construído com base no impacto, em diversos horizontes temporais, nos seguintes fatores:
• Custos de emissões diretas e indiretas;
• Intensidade de carbono do CAPEX e
• Mudanças de demanda e receita.
Para identificar os setores de atividade mais vulneráveis ao risco de transição, a Caixa realizou uma análise
levando em consideração os setores identificados por várias fontes externas, como o Banco Central
Europeu, a UNEP-FI e a Moody’s, combinada com julgamento de especialistas nesta área.
A tabela seguinte apresenta a exposição da Caixa nos setores considerados mais vulneráveis ao risco de
transição, com um indicador da avaliação do impacto, através de uma abordagem de heatmap.
Exposição Risco
Setores
(%) Transição
Agricultura & Silvicultura 2,3%
Produção vegetal e animal 1,9%
Silvicultura e exploração vegetal 0,3%
Pesca e Aquacultura 0,1%
Indústria Extrativa 0,5%
Indústria 21,2%
Indústrias alimentares 4,5%
Têxteis 6.0%
Produtos químicos 1.2%
Produtos farmacêuticos; artigos de borracha e de matérias plásticas 1,4%
Produtos minerais não metálicos 3,0%
Indústrias metalúrgicas de base 2,7%
Equipamentos informáticos e produtos eletrónicos; máquinas e equipamentos 1,3%
Mobiliário; reparação e instalação de máquinas e equipamentos 1,0%
832
Exposição Risco
Setores
(%) Transição
Autos 2,7%
Fabricação de veículos automóveis 0,7%
Comércio por grosso e a retalho de veículos automóveis e motociclos 2,0%
Energia 4,5%
Energia 2,9%
Petróleo & Gás 1,6%
Água e Saneamento 1,2%
Comércio por Grosso e a Retalho 13,5%
Transportes 7,6%
Transporte Terrestre 2,8%
Transportes por água 0,7%
Transporte Aéreo 0,3%
Outros 3,9%
Atividades Imobiliárias & Construção 17,2%
Atividades Imobiliárias 9,5%
Construção 7,7%
Outros Setores não vulneráveis 29,3% -
Notas:
1. Os valores são referentes ao segmento de empresas não financeiras da Caixa Geral de Depósitos S.A, atividade
doméstica, com referência a 31.12.2023.
Para o segmento de crédito garantido por imóveis comerciais e residenciais a Caixa avalia o risco de
transição através da distribuição da classe energética dos imóveis dados em garantia das operações. À
medida que a economia transita para uma economia de baixo carbono, as políticas e as tendências do
mercado afetarão indiretamente o valor financeiro dos imóveis. Adicionalmente, a classificação energética
dos imóveis afetará o alinhamento do portfólio de crédito com os compromissos da Caixa para a
neutralidade carbónica.
Classe
A B C D E F G
energética
Classe
A B C D E F G
energética
Na análise efetuada verificou-se que as operações mais recentes têm subjacente um peso maior nas
classes energéticas A e B, o que vai de encontro à estratégia de negócio de deslocar gradualmente a
concentração da distribuição para essas classes energéticas.
833
II. Risco Físico
A Caixa começou por identificar os fatores de risco físico mais relevantes para as geografias onde o banco
está exposto. A metodologia utilizada considera diferentes fontes de informação, nomeadamente a EU
Taxonomy (EU Taxonomy – Regulation (EU) 2020/852), o Relatório de Avaliação Nacional de Risco da
Proteção Civil 2019 e a plataforma ThinkHazard (prestador de serviços recomendado pela Iniciativa
Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - UNEP FI).
A figura seguinte apresenta os fenómenos climáticos que integram a metodologia, por se considerar como
os mais relevantes em termos de impacto para a Caixa, atendendo à natureza e localização da atividade
da Caixa e das suas contrapartes.
De notar que, pese embora a Caixa esteja também atenta a outros riscos ambientais como a perda de
biodiversidade e poluição, devido à insuficiência de metodologias transversais e de dados, o banco ainda
se encontra a analisar possíveis metodologias que permitam a avaliação destes riscos.
Para o seguimento de empresas, a Caixa procedeu a uma avaliação preliminar dos setores mais vulneráveis
ao risco físico, com base em análises internas e nas orientações de várias iniciativas e grupos de trabalho
internacionais, nomeadamente da UNEP-FI e Moody's.
A tabela seguinte apresenta a exposição da Caixa nos setores considerados mais vulneráveis ao risco
físico, com um indicador da avaliação do impacto, através de uma abordagem de heatmap.
Exposição Risco
Setores
(%) Físico
Agricultura & Silvicultura 2,3%
Produção vegetal e animal 1,9%
Silvicultura e exploração vegetal 0,3%
Pesca e Aquacultura 0,1%
Indústria Extrativa 0,5%
Indústria 21,2%
Indústrias alimentares 4,5%
Têxteis 6.0%
Produtos químicos 1.2%
Produtos farmacêuticos; artigos de borracha e de matérias plásticas 1,4%
Produtos minerais não metálicos 3,0%
834
Exposição Risco
Setores
(%) Físico
Indústrias metalúrgicas de base 2,7%
Equipamentos informáticos e produtos eletrónicos; máquinas e equipamentos 1,3%
Mobiliário; reparação e instalação de máquinas e equipamentos 1,0%
Autos 2,7%
Fabricação de veículos automóveis 0,7%
Comércio por grosso e a retalho de veículos automóveis e motociclos 2,0%
Energia 4,5%
Energia 2,9%
Petróleo & Gás 1,6%
Água e Saneamento 1,2%
Comércio por Grosso e a Retalho 13,5%
Transportes 7,6%
Transporte Terrestre 2,8%
Transportes por água 0,7%
Transporte Aéreo 0,3%
Outros 3,9%
Atividades Imobiliárias & Construção 17,2%
Atividades Imobiliárias 9,5%
Construção 77%
Outros Setores não vulneráveis 29,3% -
Notas:
1. Os valores são referentes ao segmento de empresas não financeiras da Caixa Geral de Depósitos S.A., atividade
doméstica com referência a 31.12.2022.
Para a avaliação do risco físico relativo à carteira de crédito imobiliário, a Caixa fez uma avaliação preliminar
da localização geográfica dos créditos hipotecários onde o valor do ativo se encontra particularmente
exposto a um determinado fenómeno climático, através de uma abordagem de heatmap.
33,2% 66,8%
92,2% 7,8%
Notas:
1. Os valores são referentes ao segmento de crédito garantido por imóveis, da Caixa Geral de Depósitos S.A.,
atividade doméstica, com referência a 31.12.2022.
835
III. Modelo de rating ESG
A postura inovadora da CGD, o seu compromisso com a sustentabilidade e o objetivo de evoluir no sentido
de antecipar mudanças e controlar os seus potenciais impactos, levaram ao desenvolvimento de um modelo
interno de Rating ESG.
O Modelo de Rating ESG visa complementar a informação de rating financeiro, considerando aspetos não
financeiros embora igualmente importantes em termos de impacto de risco e viabilidade, contribuindo para
uma visão prospetiva da situação económica e financeira das empresas e consequentemente para uma
gestão de risco mais holística e robusta. O Rating ESG é, em certa medida, uma antevisão da evolução do
rating financeiro numa perspetiva de médio prazo, considerando que, a médio prazo, os critérios ESG
ficarão expressos no balanço e na demostração financeira das empresas.
Pretendendo assegurar a maximização de valor para os diversos stakeholders, será de destacar como
objetivo do Rating ESG, reforçar a visão centrada no cliente, criando oportunidades de diálogo e
sensibilização entre áreas comerciais e empresas, promovendo o aconselhamento e a antecipação de
necessidades, de forma a melhor apoiar as empresas no processo de transição para uma economia mais
verde e mais inclusiva.
O Modelo de Rating ESG da CGD teve a sua implementação do longo do exercício de 2021, tendo permitido
avaliar e hierarquizar cerca de 400 mil empresas e 23 mil milhões de euros de créditos bancários em termos
de sustentabilidade.
A metodologia de Rating ESG implementada pela Caixa pondera vários critérios em cada dimensão e
permite avaliar e hierarquizar as empresas em termos de sustentabilidade, segundo uma escala qualitativa
de rating de 4 níveis: Forte, Bom, Satisfatório ou Fraco.
48,5% 47,5%
43,5% 43,2%
6,2% 7,3%
1,78% 2,03%
DEZ-21 JUN-22
Forte Bom Satisf. Fraco
836
Numa perspetiva de apoio à atividade comercial, foram desenvolvidas e implementadas
complementarmente, quatro estratégias de financiamento sustentável (“Ponderar”, “Captar”, “Potenciar” e
“Desinvestir”) que utilizam como inputs a correlação entre o rating financeiro e o Rating ESG permitindo
identificar os clientes com maior potencial de desenvolvimento e colocação e os clientes em risco, tendo
como principal objetivo potenciar o relacionamento comercial e as concretizar as necessidades das
empresas.
Rating ESG
Forte
Fraco
Desinvestir Potenciar
Reduce the b alance sheet Finance a green transition
Rating
Non-Investment grade Investment grade Financeiro
Ao longo do ano de 2022, a informação resultante da aplicação do Modelo de Rating ESG e da metodologia
referente à definição de estratégias de financiamento sustentável tem vindo a ser incorporada nos seguintes
processos:
Encontra-se em desenvolvimento uma nova versão do Modelo de Rating ESG, a implementar do decurso
de 2023, que visa robustecer e atualizar o modelo existente com a incorporação de novos indicadores,
incluindo indicadores ambientais, relacionados com o consumo de água e o tratamento de resíduos.
Para esta abordagem prospetiva e de sustentabilidade de longo prazo, inerente a estes riscos, a Caixa tem
apostado no desenvolvimento de projeções, testes de esforço, análises de sensibilidade e análises de
cenário, considerando cenários de curto, médio e longo prazo, bem como diferentes trajetórias de transição
para a neutralidade carbónica, considerando não só o cenário de transição consistente com os objetivos do
Acordo de Paris mas também cenários mais adversos.
Adicionalmente, no âmbito dos compromissos assumidos pela CGD para a neutralidade carbónica, têm sido
desenvolvidas projeções de médio e longo prazo para o alinhamento da carteira de crédito com os objetivos
estabelecidos.
837
O risco climático e ambiental já integra a framework de testes de esforço do Grupo CGD tendo sido
desenvolvidos cenários de curto e longo prazo com base num conjunto de cenários desenvolvidos pela
NGFS.
Assim importa salientar que durante 2022 estas abordagens prospetivas foram tidas em consideração
aquando a elaboração do exercício de orçamentação plurianual do banco, bem como no exercido do ICAAP,
onde a CGD também utilizou análises de cenário para avaliar o impacto do risco climático e ambiental na
adequação de capital.
Neste âmbito, foram utilizados cenários que simulam o impacto de um aumento do preço do carbono no
risco de crédito dos clientes da CGD. No risco operacional, a CGD avalia eventuais impactos de eventos
de baixa frequência e elevada severidade associados a drivers de risco climático e ambiental. Neste último,
a Caixa desenvolve estimativas de perda considerando uma série de impactos hipotéticos que incluem uma
estimativa de custos de remediação, custos legais, sanções regulatórias, compensação de clientes,
desvalorização de ativos e receita perdida.
A monitorização e controlo do risco é também suportada num modelo de governação corporativo e incorpora
a divulgação de informação através de um sistema de reporte interno que inclui a realização regular de
Conselhos Delegados/Comités e a divulgação de relatórios para diversas estruturas do Grupo.
A apetência pelo risco climático e ambiental encontra-se também integrada na gestão da Caixa através da
interdependência com outros exercícios, nomeadamente os exercícios de adequação de capital e liquidez
(ICAAP e ILAAP), o orçamento, planeamento e alocação de capital e exercícios de testes de esforço.
A gestão e controlo dos riscos climáticos e ambientais inclui também a consideração de novas variáveis no
momento em que a Caixa concede um financiamento, como por exemplo a categoria energética de um
imóvel dado em garantia de uma operação, as emissões de GEE das empresas, as estratégias que as
empresas têm para a sua transição energética bem como a localização dos seus ativos, atendendo a que
existem regiões mais ou menos expostas a fenómenos climáticos.
Atualmente, o Grupo Caixa já reconhece a existência de setores de atividade ou projetos que podem
contribuir negativamente para o desenvolvimento sustentável, pelo que estabelece uma lista de princípios
subjacentes a atividades e projetos que são excluídos ou restringidos, sob determinadas condições, da sua
política de crédito, nomeadamente: empresas e atividades de comércio não licenciado de vida selvagem
ou de espécies em vias de extinção; empresas e projetos que utilizem recursos naturais escassos, cuja
exploração ou extração possa causar um impacto ambiental negativo e que não cumpram condições
definidas nos regulamentos nacionais ou internacionais neste âmbito e empresas de produção ou de
transformação de materiais ou substâncias perigosas restringidas na legislação nacional.
A resposta da Caixa aos riscos climáticos e ambientais envolve a otimização da capacidade adaptativa e
dinâmica do banco face aos emergentes desenvolvimentos a nível nacional, internacional, político e
regulamentar destes riscos. Este esforço está a ser realizado por todos os órgãos de estrutura da Caixa,
numa abordagem holística e forward-looking.
838
Indicadores e metas
O Grupo Caixa divulga métricas ambientais no seu Relatório de Sustentabilidade há vários anos.
Os riscos climáticos e ambientais estão integrados na framework de risco do Grupo Caixa, integrando por
isso a apetência pelo risco, os processos de tomada de decisão e a estratégia do banco.
Indicador Definição
Receitas geradas com juros, taxas e Percentagem das receitas geradas com juros, taxas e comissões de
comissões de empresas de setores empresas de setores intensivos em carbono em relação ao total gerado
intensivos em GEE por empresas não financeiras.
Exposição da carteira de crédito em Percentagem de exposição nos 10 países industrializados com pior
regiões mais expostas ao risco das desempenho no Climate Change Performance Index (CCPI) sobre a
alterações climáticas exposição total de crédito, no segmento de empresas.
Os indicadores Receitas geradas com juros, taxas e comissões de empresas de setores intensivos em GEE
e Emissões de GEE financiadas, são indicadores provenientes do teste de esforço climático realizado em
2022 e que têm vindo a ser monitorizados pela Caixa numa base regular.
O indicador Receitas geradas com juros, taxas e comissões de empresas de setores intensivos em GEE
fornece uma aproximação para a sustentabilidade do modelo de negócios do banco e a vulnerabilidade
face às implicações do risco de transição.
O indicador Emissões de GEE financiadas fornece uma visão geral das emissões financiadas pelo banco
por via das exposições corporativas a empresas não financeiras em 22 setores selecionados 18, fornecendo
uma aproximação da exposição do banco às empresas mais intensivas em GEE e da performance quanto
ao alinhamento do portefólio com os compromissos de neutralidade carbónica assumidos pela CGD e
objetivos estratégicos do banco.
18 São consideras as 15 maiores contrapartes por setor em termos de exposição do banco (nível do Grupo).
839
Fabricação de mobiliário e de colchões; outras indústrias transformadoras e Reparação,
31-33
manutenção e instalação de máquinas e equipamentos
D Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
Captação, tratamento e distribuição de água; Recolha, drenagem e tratamento de águas residuais;
36-39 Recolha, tratamento e eliminação de resíduos; valorização de materiais e descontaminação e
atividades similares
F Construção
Comércio, manutenção e reparação, de veículos automóveis e motociclos; comércio por grosso
45-47 (inclui agentes), exceto de veículos automóveis e motociclos e comércio a retalho, exceto de
veículos automóveis e motociclos
49 Transportes terrestres e transportes por oleodutos ou gasodutos
50 Transportes por água
51 Transportes aéreos
Armazenagem e atividades auxiliares dos transportes (inclui manuseamento) e atividades postais
52-53
e de courier
L Atividades imobiliárias
Foi também efetuada uma avaliação preliminar das regiões onde a pegada de carbono da Caixa pode sofrer
um maior impacto de riscos de transição, considerando que a exposição em países cujo governo tem uma
atuação mais débil no sentido de manter o aquecimento global bem abaixo de 2ºC resultando num risco
mais elevado de impactos relacionados com as alterações climáticas.
A metodologia utilizada foi a concentração da exposição de crédito em países com pior desempenho no
Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI). Publicado anualmente desde 2005, o CCPI é
uma ferramenta de monitorização independente, que avalia e compara o desempenho climático de 59
países e da UE, que juntos respondem por 92% das emissões globais de GEE. O desempenho de cada
país é avaliado em quatro categorias: emissões de GEE, energia renovável, uso de energia e política
climática.
A classificação mais recente coloca os seguintes países no ranking dos 10 países com o pior desempenho:
Irão, Arábia Saudita, Cazaquistão, Coreia, Rússia, Canadá, Taiwan, Malásia, Austrália e Polónia.
O quadro seguinte apresenta o valor do indicador para 2022 e comparação face aos anos anteriores.
Ao longo de 2022 verificou-se que os indicadores se mantiveram dentro dos limites da apetência pelo risco.
840
Indicadores ambientais
Através do seu relatório de sustentabilidade anual, a Caixa divulga publicamente um conjunto de informação
relevante para os seus stakeholders.
Em 2021 a Caixa incluiu pela primeira vez no seu relatório de sustentabilidade o reporte das emissões de
âmbito 3 – Investimentos (Categoria 15). Este exercício foi novamente efetuado em 2022 de acordo com
as guidelines do Partnership for Carbon Accounting Finantials (PCAF), uma iniciativa colaborativa que tem
como objetivo o desenvolvimento de metodologias para cálculo e reporte de emissões associadas à carteira
de crédito e investimentos das instituições financeiras.
Metas Ambientais
A Caixa assumiu o objetivo de reduzir 43% das emissões globais de GEE (âmbitos 1 e 2) até 2021, face a
2015. Este objetivo foi definido com base numa ferramenta de uma das principais tendências internacionais,
a Science Based Targets Initiative, a cuja simulação foram adicionados cinco pontos percentuais. O banco
alcançou com sucesso e excedeu o objetivo estabelecido, reduzindo em 73% as emissões de GEE face ao
ano base. A Caixa está atualmente em processo de validação com a SBTi de novos objetivos de redução
de emissões até 2030.
O documento irá estabelecer as metas de emissões de GEE e as respetivas atividades a concretizar para
os setores electricity generation, real estate e cement, de forma a contribuir para a limitação do aumento da
temperatura em 1,5ºC em toda a sua cadeia de valor. Para o biénio 2023/2024 a Caixa irá definir metas de
redução para os restantes setores identificados pela United Nations Environment Programme – Finance
Initiative (UNEP-FI), nomeadamente para a agricultura, alumínio, carvão, ferro e aço, petróleo e gás e
transportes.
841
Ratings corporativos ambientais ou ESG
A Caixa participa anualmente e de forma voluntária no CDP, um dos principais índices ambientais da
atualidade. Esta avaliação funciona como uma importante ferramenta para identificar e avaliar os riscos e
as oportunidades climáticas associadas à sua atividade.
O ESG Risk Rating da Sustainalytics (a Morningstar company) mede a exposição da instituição a riscos
ESG, ponderados no setor de atividade, através da avaliação das dimensões ESG Risk Exposure e Risk
Management em diferentes áreas de atuação.
Para mais informações sobre o desempenho da Caixa em índices de sustentabilidade, por favor consulte o
capítulo 4.12 Divulgação de informação de sustentabilidade.
Opportunity metrics
Ao longo de 2022, a Caixa concluiu com sucesso a emissão de duas dívidas preferencial sénior verdes no
montante de 500 e 300 milhões de euros. Como instrumento de financiamento sustentável, os recursos
captados são direcionados para o financiamento de operações de crédito nas áreas de meio ambiente e
desenvolvimento socioecónomico. A framework de financiamento sustentável das obrigações prevê a
emissão de três tipos de instrumentos (i) Instrumentos de Financiamento Verde, (ii) Instrumentos de
Financiamento Social e (iii) Instrumentos de Financiamento de Sustentabilidade.
Em 2022 o Caixa Banco de Investimento (CBI), entidade do Grupo Caixa S.A., deu continuidade ao elevado
enfoque colocado na vertente ESG, estando envolvido na liderança de 13 operações de dívida sustentável,
designadamente:
GreenVolt 150
Sustainability-Linked Bonds
Sonae Sierra 50
NOS 75
Mota-Engil 70
NOS 25
Corticeira Amorim 20
842
No que se refere à sustentabilidade, a Caixa Gestão de Ativos (CXA) reforçou em 2022 a sua ambição de
constituir-se como um exemplo na realização de Investimentos Socialmente Responsáveis, reforçando a
sua abordagem de atuação que continua centrada em três vetores principais: 1) Integração de fatores ESG
nos processos de investimento, em paralelo com a utilização de fatores de análise financeira tradicionais;
2) Envolvimento com as empresas alvo de investimento através do exercício dos direitos de voto associados
aos ativos sob gestão; e 3) Envolvimento com as empresas que se enquadrem no universo potencial de
investimento, fomentando um diálogo próximo em matérias de Investimento Socialmente Responsável
(Engagement).
A CXA incorpora critérios ESG na totalidade seus ativos globais, com destaque para o montante total de
fundos de investimento sob gestão que promovam características sociais e/ou ambientais e que cumpram
todas as disposições da Política de Investimento Socialmente Responsável (ISR) da CXA.
Total de fundos geridos pelo Grupo Caixa que promovem características sociais e/ou
5,9
ambientais (artigo 8º à luz do Regulamento SFDR)
Para mais informações sobre a estratégia de atuação da Caixa em matéria de investimento sustentável e
participação em operações de dívida sustentável consulte o capítulo 4.8 – Financiamento Sustentável.
843
Ernst & Young Tel: +351 217 912 000
Audit & Associados - SROC, S.A. Fax: +351 217 957 586
Avenida da República, 90-6º www.ey.com
1600-206 Lisboa
Portugal
Âmbito
Fomos contratados pela Caixa Geral de Depósitos, S.A. (“CGD”) para realizar um trabalho de garantia limitada de
fiabilidade conforme definido pelas Normas Internacionais de Trabalhos de Garantia de Fiabilidade sobre as
divulgações de sustentabilidade incluídas no Relatório de Sustentabilidade 2022, identificadas no capítulo “Anexo
B – Índice Global Reporting Initiative (GRI)”, que integram a informação de sustentabilidade incluída no Relatório
de Gestão e Contas 2022 (a “Informação de Sustentabilidade”), relativas ao ano findo em 31 de dezembro de
2022.
Critérios aplicados
A CGD preparou a Informação de Sustentabilidade de acordo com as normas de reporte de sustentabilidade da
Global Reporting Initiative - GRI Standards e com o disposto no artigo 508.º-G do Código das Sociedades
Comerciais (divulgação de informação não financeira) e no artigo 29.º-H, nº1, al. q) do Código dos Valores
Mobiliários (divulgação da política de diversidade relativamente aos órgãos de administração e de fiscalização) (em
conjunto os “Critérios”).
Responsabilidades do Auditor
A nossa responsabilidade consiste em examinar a Informação de Sustentabilidade preparada pela CGD e emitir um
relatório de garantia limitada de fiabilidade com base na evidência obtida.
O nosso trabalho foi efetuado de acordo com a Norma Internacional de Trabalhos de Garantia de Fiabilidade que
Não Sejam Auditorias ou Revisões de Informação Financeira Histórica – ISAE 3000 (Revista) emitida pelo
International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) da International Federation of Accountants (IFAC) e
as demais normas e orientações técnicas da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. Estas Normas exigem que o
nosso trabalho seja planeado e executado com o objetivo de obter garantia limitada de fiabilidade sobre se a
Informação de Sustentabilidade está preparada, em todos os aspetos materialmente relevantes, de acordo com os
Critérios.
Os procedimentos realizados num trabalho de garantia limitada de fiabilidade são diferentes na natureza e
tempestividade e são mais limitados que um trabalho de garantia razoável de fiabilidade. Consequentemente, o
nível de segurança obtido num trabalho de garantia limitada de fiabilidade é substancialmente inferior à segurança
que poderia ser obtida caso um trabalho de garantia razoável de fiabilidade tivesse sido realizado. Nestas
circunstâncias, os nossos procedimentos de revisão independente consistiram em:
Sociedade Anónima - Capital Social 1.340.000 euros - Inscrição n.º 178 na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas - Inscrição N.º 20161480 na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
Contribuinte N.º 505 988 283 - C. R. Comercial de Lisboa sob o mesmo número
A member firm of Ernst & Young Global Limited
Caixa Geral de Depósito, S.A.
Relatório Independente de Garantia Limitada de Fiabilidade
31 de dezembro de 2022
Execução, numa base de amostragem, de testes aos cálculos efetuados, bem como testes de comprovação da
informação quantitativa e qualitativa incluída no relato;
Verificação da conformidade da Informação de Sustentabilidade com o resultado do nosso trabalho e com os
Critérios aplicados.
Consideramos que a evidência obtida é suficiente e apropriada para proporcionar bases para a nossa conclusão.
Qualidade e independência
Aplicámos a Norma Internacional de Controlo de Qualidade 1 e, como tal, mantemos um sistema de controlo de
qualidade que inclui políticas e procedimentos documentados relativos ao cumprimento com requisitos éticos,
normas profissionais e requisitos legais e regulatórios aplicáveis.
Cumprimos com os requisitos de independência e outros requisitos éticos do Código de ética da Ordem dos
Revisores Oficiais de Contas (OROC) e do International Code of Ethics for Professional Accountants (incluindo
normas internacionais de independência) (Código IESBA), que se baseiam em princípios fundamentais de
integridade, objetividade, competência profissional e dever de cuidado, confidencialidade e comportamento
profissional.
Conclusão
Com base no trabalho efetuado e evidência obtida, nada chegou ao nosso conhecimento que nos leve a concluir
que a Informação de Sustentabilidade, para o ano findo em 31 de dezembro de 2022, não tenha sido preparada,
em todos os aspetos materialmente relevantes, de acordo com os Critérios.
2/2
846
5.
AGÊNCIA DE TONDELA
Arquitetos
João Simões . 1937
António Reis Camelo . 1945
Agência de Alcântara
A 2 de dezembro de 1910 assinalou-se a abertura ao
público das primeiras agências autónomas da Caixa
designadas por “delegações operárias” em Alcântara
e Xabrégas.