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CURSO DE DIREITO
LEONARDO DE ARAÚJO LANDIM NOGUEIRA ALVES
FORTALEZA
2009
2
CURSO DE DIREITO
FORTALEZA
2009
3
FORTALEZA
2009
4
Miguel Reale
5
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
SUMÁRIO....................................................................................................................................................
.................7
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................
...................8
2 BREVE HISTÓRICO SOBRE OS CONTRATOS....................................................................................
.........9
3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTRATO..................................................................................................
.13
3.1 CARACTERÍSTICAS.............................................................................................................................................14
3.2 REQUISITOS......................................................................................................................................................14
3.3 CLASSIFICAÇÃO................................................................................................................................................15
3.4 EFEITOS...........................................................................................................................................................16
3.5 PRINCÍPIOS.......................................................................................................................................................17
4 A TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO E SUA CONTRIBUIÇÃO...............................................18
5 A FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS.......................................................................................
..................18
6 A TEORIA DA IMPREVISÃO......................................................................................................
.......................25
7 A LESÃO NO CÓDIGO CIVIL.........................................................................................................................
...31
8 ATÉCNIAS CONTIDAS NO ART. 421 DO CÓDIGO CIVIL........................................................................
.32
9 O PROBLEMA DOS CONTRATOS DE ADESÃO......................................................................
....................32
10 O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NOS CONTRATOS.........................................................................
..................34
11 O CONTROLE DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS.............................................................................
................36
12 CONCLUSÃO.................................................................................................................................
......................39
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................................
..40
14 ANEXO - JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................
.....43
TRIBUNAIS ESTADUAIS................................................................................................................................51
8
1 INTRODUÇÃO
Figura 1 Tábua de argila cozida, que contém a famosa codificação de Eshnunna, desde o início do 2º
Milênio A.C. , encontradas antes mesmo do código de Hamurabi, em Tell Harmal. (Fonte:
http://www.theartnewspaper.com)
10
1
Cada sutu correspondia a vinte litros de cevada
2
Com a que do domínio romano houve um retrocesso, pois passou a predominar o Direito Germânico
que era menos evoluído que o Direito Romano, havendo necessidade, para a formalização de
obrigações, a observância de um ritual. Tal procedimento conservou-se até a idade média.
11
3
Notamos então que, no Direito Romano, o contrato já estava estruturado a partir do acordo de vontades, que
gerava obrigação (ressaltando o caráter personalíssimo da obligatio).
12
4
Art. 1143 do código de Napoleão: Les conventions légalement formées tiennent lieu de loi à ceux qui
les ont faites. Elles ne peuvent être révoquées que de leur consentement mutuel, ou pour les causes
que la loi autorise. Elles doivent être exécutées de bonne foi.
Tradução : As convenções feitas nos contratos formam para as partes uma regra a qual devem se
submeter como a própria lei.
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pátria não conceitua o contrato, como faz, por exemplo, o Código Francês em seu
artigo 11015 e o Argentino, em seu artigo 11376.
Para que possamos entender perfeitamente o conceito de contratos é
fundamental o entendimento do que vem a ser um negócio jurídico e o que significa
a produção de efeitos obrigacionais.
Negócio jurídico é toda ação ou omissão humana cujos efeitos jurídicos
acarretam a criação, modificação, conservação ou extinção de direitos.
Efeito obrigacional é o liame jurídico entre os contratantes, pelo qual uma
das partes pode exigir da outra a prestação correspondente.
Analisada esta questão conceitual introdutória, gostaria de exibir as
características, requisitos, classificação, efeitos e princípios aplicáveis aos contratos
por entender que tais preceitos são de fundamental importância para o entendimento
da doutrina contratual.
3.1 Características
3.2 Requisitos
● Capacidade dos contraentes: art. 3º a 5º, 104, 166, 167, 171 CC/2002).
● Mútuo consenso;
● Legitimidade
● Prestação
● Objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
5
Le contrat est une convention par laquelle une ou plusieurs personnes s'obligent, envers une ou
plusieurs autres, à donner, à faire ou à ne pas faire quelque chose.
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Art.1137.- Hay contrato cuando varias personas se ponen de acuerdo sobre una declaración de
voluntad común, destinada a reglar sus derechos.
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3.3 Classificação
executado por ela. Há contratos que por sua natureza são pessoais; impessoais são
aqueles onde qualquer pessoa com capacidade para executar o objeto do contrato,
poderá fazê-lo. As partes não especificam, a pessoa que irá cumprir o contrato é
irrelevante.
● Contratos instantâneos ou contratos de duração: Os contratos
instantâneos são aqueles cujas prestações podem ser realizadas em um só instante;
os Contratos de duração têm como característica essencial a distribuição da
execução no tempo. As partes estão adstritas ao cumprimento de prestações
contínuas ou repetidas em intervalos estipulados, por tempo determinado ou
indeterminado. Estes subdividem-se em contratos de execução periódica e contratos
de execução continuada. Os de execução periódica seriam os contratos de trato
sucessivo, que se executam mediante prestações periodicamente repetidas. Os de
execução continuada, aqueles em que a prestação é única, mas ininterrupta. Cada
prestação corresponde à obrigação total, não uma parcela. São interdependentes
● Contratos civis ou mercantis: contrato civil é aquele praticado por
qualquer pessoa que seja capaz, conforme dispõe o Estatuto Civil. Contrato
mercantil é aquele praticado por comerciante no exercício de sua profissão, cujo
objeto é um ato de comércio
● Contratos negociáveis ou de adesão: Contratos negociáveis ocorrem
quando as cláusulas contratuais forem frutos de discussões e debates entre ambas
as partes, ou quando, este debate, for no mínimo possível. Contratos de adesão são
aqueles nos quais um dos contraentes se limita a aceitar o texto que o outro
contraente estipula. A parte aderente só pode aderir ao modelo oferecido, não lhes
cabendo a possibilidade de discutir/estipular as cláusulas contratuais.
3.4 Efeitos
3.5 Princípios
Apesar de este tema ter ganhado repercussão com o código civil de 2002,
sabe-se que esta matéria já era abordada deste o século XIX.
Enrico Cimbali publicou, em 1884, na Itália, o artigo intitulado “A função
social dos contratos e a causa jurídica da respectiva força obrigatória”; já em 1929,
Karl Renner, publicou, na Alemanha, a obra denominada “Os institutos de direito
privado e a sua função social”.
19
[...]
Essa nova teoria ganhou alcance após a crise contratual, quando a teoria
clássica dos contratos deixou de mostrar-se satisfatória à sociedade. Que aspirava
ansiosamente por meios de eliminar ou diminuir a condição execrável que era
imposta pelo contrato em sua concepção liberal.
A importância dos princípios contratuais de proteção, neste contexto, se
elevou. O contrato deixou de ser visto como instrumento de segurança jurídica e
passou a ser visto como fator contributivo para o desenvolvimento humano.
Bruno T. Oliveira (2006) esclarece:
7
De acordo com o dicionário Michaellis, a palavra “função” significa: “sf (lat functione) 1 Ação natural e própria de qualquer
coisa. 2 Atividade especial, serviço, encargo, cargo, emprego, missão”. E o vocábulo “social significa”: adj m+f (lat sociale) 1
Pertencente ou relativo à sociedade. 2 Que diz respeito a uma sociedade.
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Esse princípio pode ser encarado sob dois aspectos: individual, relativo
às partes contratantes, que devem valer-se do contrato para satisfazer seus
interesses individuais, e outro o aspecto público, que diz respeito à sociedade.
Nesse exame a função social só irá se concretizar quando a sua finalidade de
8
As Jornadas de Direito Civil, que o Conselho da Justiça Federal promove há alguns anos, constituem hoje um dos
mais importantes acontecimentos culturais que se realiza no país na área do direito privado”
21
Nossa Norma Maior além de ter dedicado alguns artigos sobre a função
social da propriedade, definiu como um de seus fundamentos o valor social da livre
iniciativa e determinou (como objetivo fundamental) a construção de uma sociedade
livre, justa e solidária.
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Entendemos então que apesar do contrato ser dotado desta utilidade, não
pode este ser transformado em instrumento para a prática de atividades abusivas,
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Art. 187. também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Segundo Santos (2002, apud DELGADO, 2004, p. 9): não se justifica, com
a função social dos contratos, que o instituto contratual venha a ser distorcido,
proteja a má-fé e venha a gerar contratos desprovidos de vontade. Apesar de
estarmos diante de uma nova concepção não se pode admitir o desaparecimento
total da autonomia da vontade.
Por fim é importante ressaltar que o descumprimento dos mandamentos
contidos no art. 421 na lei civil podem acarretar a parte negligente obrigação de
reparar danos por desatendimento a tal preceito.
6 A TEORIA DA IMPREVISÃO
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou
impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo
entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá
ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já
paga, nos casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio
jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato,
embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço
de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem
que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo
ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao
consumidor;
Enunciado nº 365 - "A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada
como elemento acidental da alteração de circunstâncias, que comporta a
incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva,
independentemente de sua demonstração plena".
Saliento, que nem toda alteração enseja uma modificação nas cláusulas
contratuais. Alguns acordos podem sofrer alterações no decorrer de sua execução
(naturalmente, pela sua essência), sem que isso importe em onerosidade excessiva,
tampouco imprevisibilidade. Além disso, se ao credor for mais benéfico continuar
com o vínculo, rateando o ônus, a legislação confere o direito de revisão visando
equilibrá-lo. É o que se extrai da leitura do artigo 479 do Código Civil: que estatui
que a resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente
as condições do contrato”.
Qualquer vantagem eventualmente percebida por uma das partes,
embora não pretendida originalmente, não confere direito à revisão pela outra parte.
É que tais circunstâncias são de difícil constatação e não afetam a condição das
prestações devidas pelo outro contraente. Porém, em alguns casos algumas
hipóteses de ocorrência incidental são previamente discutidas e regulamentadas no
contrato, de acordo com a natureza do negócio. Contudo, tais possibilidades de
ganho não geram onerosidade excessiva a nenhuma das partes, sendo apenas uma
vantagem indireta ao beneficiado.
Para a determinação de estado que enseje aplicação da teoria da
imprevisão ou da teoria da onerosidade excessiva não há objetivamente um critério
que determine o lapso temporal necessário para sua configuração. Na realidade a
preocupação maior se destina a conservar o equilíbrio econômico-financeiro das
partes, através da comparação da situação atual com a situação pretérita.
31
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,
ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores
vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
9
Nestas foi criada a rescisão da venda de imóveis em favor do vendedor, através de Instituto conhecido como
laesio enormis (ou laesio ultra dimidiam). Bastava a desproporção das prestações e que esta fosse superior a
metade do preço justo.
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Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do
negócio.
No artigo 113 do Novo Código Civil vimos que “os negócios jurídicos
devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar da sua celebração”.
Nesse dispositivo, a boa-fé é consagrada como meio auxiliador do aplicador da
norma quanto à interpretação dos negócios obrigacionais, particularmente dos
contratos.
A boa fé também está presente no art. 4, III, do CDC. Este artigo trata da
política nacional das relações de consumo:
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Significa amostra de formulário
35
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor
por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o
fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser
limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos
casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio
jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora
obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de
maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que
igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a
qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
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Art. 51 [...]
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
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Portanto, isso nos permite alegar que os legitimados, no artigo 51, § 4º,
do Código de Defesa do Consumidor, não podem exercer o controle das cláusulas
abusivas em sua forma abstrata.
Nesse mesmo sentido, fica impossibilitado o MP de agir na existência de
lesão a consumidor individualizado, pois desse modo estaria fugindo de sua função
precípua que é a de zelar pelos interesses metaindividuais11.
O controle posterior ou repressivo ocorre após a adesão do consumidor
ao contrato e em tais casos o controle será efetivado pelas vias administrativas ou
judiciais. Sendo passível a aplicação das punições elencadas no art. 56 do CDC:
11
Nigro Mazzilli em sua obra A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente, consumidor, e
outros interesses difusos e coletivos.Pág. 93. defende que “O Ministério Público só pode promover a
defesa de interesses individuais homogêneos quando isso convenha à coletividade como um todo".
elencando duas situações permicivas para atuação do parque além das previstas na lei
consumeirista: primeiro, quando, embora individuais, se trate de interesses indisponíveis ou quando
haja tal abrangência de lesados que se torne francamente proveitosa para a sociedade a substituição
processual dos interessados pela Instituição.
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12 CONCLUSÃO
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13 Referências Bibliográficas
41
COUTO E SILVA, Clóvis Veríssimo do. A obrigação como processo. São Paulo:
Editora Bushatsky, 1976, p.18
DELGADO, José Augusto. O Contrato no código civil e a sua função social. Revista
Jurídica, São Paulo, ano 52, n. 322, p. 7-28, ago. 2004.
GOMES, Orlando. Contrato de Adesão: condições gerais dos contratos. São Paulo:
Ed. Revista dos Tribunais, 1972.
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Princípios sociais dos contratos no CDC e no novo Código
Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 55, mar. 2002. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2796>. Acesso em: 10 abr. 2009.
PASSOS, Anderson Santos dos. Problema e teoria dos contratos de adesão. Jus
Navigandi, Teresina, ano 7, n. 65, maio 2003. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4012>. Acesso em: 12 abr. 2009.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos.
REALE, Miguel. Novo Código Civil: Exposição de Motivos. Brasília: Senado Federal,
Subsecretaria de Edições Técnicas, 2002, p. 26.
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14 ANEXO - JURISPRUDÊNCIA
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da TERCEIRA
TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas
taquigráficas constantes dos autos, por maioria, conhecer em parte do recurso
especial e, nessa parte, dar-lhe provimento. Votou vencido o Sr. Ministro Carlos
Alberto Menezes Direito. Os Srs. Ministros Castro Filho e Humberto Gomes de
Barros votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr.
Ministro Antônio de Pádua Ribeiro. Sustentou oralmente o Dr. Túlio Kavalazi Filho,
pelo recorrente.
EMENTA
ACÓRDÃO
EMENTA
- A compra e venda de safra futura, a preço certo, obriga as partes se o fato que
alterou o valor do produto agrícola não era imprevisível. - Na hipótese afigura-se
impossível admitir onerosidade excessiva, inclusive porque chuvas e pragas –
motivos alegados pelo recorrido para sustentar a ocorrência de acontecimento
extraordinário – são circunstâncias previsíveis na agricultura, que o produtor deve
levar em consideração quando contrata a venda para entrega futura com preço
certo.- O fato do comprador obter maior margem de lucro na revenda, decorrente da
majoração do preço do produto no mercado após a celebração do negócio, não
indica a existência de má-fé, improbidade ou tentativa de desvio da função social do
contrato. - A função social infligida ao contrato não pode desconsiderar seu papel
primário e natural, que é o econômico. Ao assegurar a venda de sua colheita futura,
é de se esperar que o produtor inclua nos seus cálculos todos os custos em que
poderá incorrer, tanto os decorrentes dos próprios termos do contrato, como aqueles
derivados das condições da lavoura. - A boa-fé objetiva se apresenta como uma
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exigência de lealdade, modelo objetivo de conduta, arquétipo social pelo qual impõe
o poder-dever de que cada pessoa ajuste a própria conduta a esse modelo, agindo
como agiria uma pessoa honesta, escorreita e leal. Não tendo o comprador agido de
forma contrária a tais princípios, não há como inquinar seu comportamento de
violador da boa-fé objetiva. - Nos termos do art. 184, segunda parte, do CC/02, “a
invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas
não induz a da obrigação principal”. Portanto, eventual abusividade de determinadas
cláusulas acessórias do contrato não tem relevância para o deslinde desta ação.
Ainda que, em tese, transgridam os princípios da boa-fé objetiva, da probidade e da
função social do contrato ou imponham ônus excessivo ao recorrido, tais abusos não
teriam o condão de contaminar de maneira irremediável o contrato, de sorte a
resolvê-lo.
ACÓRDÃO
EMENTA
DIREITO CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS
DECLARATÓRIOS NO RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO,
OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. LOCAÇÃO.
PRORROGAÇÃO AUTOMÁTICA. FIANÇA. VALIDADE.
CLÁUSULA PREVENDO A RESPONSABILIDADE DO FIADOR
ATÉ A EFETIVA ENTREGA DAS CHAVES DO IMÓVEL.
EXISTÊNCIA. EMBARGOS REJEITADOS.
ACÓRDÃO
EMENTA
ACÓRDÃO
TRIBUNAIS ESTADUAIS
TJ/MS
Processo nº 2006.013731-2/0001.00
Julgamento: 24/07/07
Órgão: 4º Turma CIVIL
Classe: Agr. Regimental em Apelação Civil
Rito: Ordinário
Quarta Turma Cível
ACÓRDÃO
RELATÓRIO
RELATÓRIO
O Sr. Des. Horácio Vanderlei Nascimento Pithan
Trata-se de apelação cível interposta por Lauro Veloso Malaquias, Marisa Silveira
Malaquias, Daltro Fiúza e Rosi Mari dos Santos Fiuza, contra a parte dispositiva da
sentença que julgou procedente os pedidos na ação ordinária ex empto, intentada
pelos dois primeiros recorrentes, condenando os réus ao pagamento da diferença
constatada na área adquirida, concernente a 60,2327 ha nos termos do contrato de
compra e venda do imóvel rural e julgou parcialmente procedente a reconvenção
para o fim de declarar rescindida a letra 'e' da cláusula 2ª do aludido contrato de
compra e venda de imóvel rural.
Os apelantes, Lauro Veloso Malaquias e Marisa Silveira Malaquias, alegam:
1- que o magistrado procedeu com desnecessário e ilegal açodamento ao julgar
antecipadamente a lide principal, ferindo os princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa;
2- que os apelados carecem de interesse de agir na reconvenção, já que os próprios
apelantes, desde a inicial da ação principal admitem dever aos apelados os valores
do apartamento do edifício Mont Serrat, de 75 vacas e de suas rendas, sendo
inclusive, objeto do pedido na letra 'd' do pedido inicial;
3- que a área faltante é muito superior à definida na sentença e que o limite é a base
da serra;
4- que o perito judicial nunca foi ao local da perícia judicial e que a referida área é
inapta para a exploração de pecuária ou agricultura e pertence a terceiros ou é
devoluta.
Postulam, ao final, em pedidos alternativos:
1- seja decretada a nulidade da sentença, retornando o processo a origem para que
se conclua a produção das provas requeridas fundamentadamente e que seja
proferida uma nova sentença;
2- ou, que seja indeferida a petição inicial da reconvenção, por carecerem os
apelados de interesse processual;
54
TJ/CE
RELATÓRIO
57
Esses os relatos.
Sigam à análise do douto Revisor.