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AGRUPAMENTO ESCOLAS DR.

GINESTAL MACHADO
FICHA DE LEITURA
12º ano Português
Nome : Maria Carvalho nº 18 turma 12ºI

Ficha de leitura

Nome do livro: “O rapaz do pijama às riscas”


Autor: John Boyne
Editora: Asa
Tradução: Cecília Faria e Olívia Santos

Composição: 176 páginas, dividida em vinte capítulos

Apresentação do autor (breve biografia)

John Boyne nasceu a 30 de abril de 1971 em Dublin, na Irlanda. Este autor escreve
romances para adultos e jovens e também escreveu alguns contos dos quais alguns
já foram publicados. No total já foram publicados 70 dos seus contos.
Em 2006, Boyne publicou o seu romance mais conhecido para jovens, “o rapaz do
pijama às riscas”. Mundialmente, já foi vendido a mais de 5 milhões de pessoas.

Sobre o livro

1. Personagens relevantes

A história é protagonizada por duas crianças: um menino judeu, Shmuel, preso em


um campo de concentração, e o menino Bruno, filho de pai nazista. Ambos
possuem a mesma idade, nove anos, e coincidentemente nasceram no mesmo dia.
A família de Bruno era composta por quatro integrantes: Ralf (o pai), Elsa (a mãe),
Gretel (a filha mais velha) e Bruno (o filho caçula).
2. Resumo do livro

A narrativa começa quando o pai de Bruno, um oficial nazista, é transferido e a


família deixa para trás a casa enorme onde vivia em Berlim, mudando-se para o
campo.
A casa nova, ficava isolada num espaço completamente desabitado, teoricamente
situada em Auschwitz, embora o nome Auschwitz jamais seja citado ao longo do
texto. Bruno, sempre com um olhar ingênuo e puro sobre o que se passa, fica
desapontado com a mudança e questiona a mãe acerca da escolha tomada pelo
pai:
“Não temos o luxo de achar coisa alguma”, disse a mãe, abrindo a caixa que
continha o jogo de sessenta e quatro taças com o qual o vovô e a vovó a haviam
presenteado por ocasião do casamento com o pai. “Há pessoas que tomam todas
as decisões em nosso nome.” Bruno não sabia o que ela queria dizer com isso e
fingiu que a mãe nada dissera. “Acho que isso foi uma má ideia”, ele repetiu. “Acho
que o melhor a fazer seria esquecer tudo isto e simplesmente voltar para casa.
Podemos considerar que valeu como experiência”, acrescentou ele, frase que
aprendera recentemente e que estava determinado a empregar com a maior
frequência possível."

Bruno constata que não gosta daquele sítio tendo em conta que não tinha com
quem falar ou brincar e sente a falta dos seus melhores amigos. Um dia ao olhar
pela janela do seu quarto, este vê uma “quinta” cheia de crianças e adultos, sendo
que andavam todo o dia vestidos com pijamas às riscas.
Embora a família não soubesse, a mudança de Ralf, o pai, aconteceu porque o
oficial deveria assumir o comando do campo de concentração.

Este desgosto pelo seu novo lar apenas permanece até ele conhecer Shmuel que
vive num campo vedado com arame eletrificado, perto da sua casa. Nesse campo
vivem muitos homens, mulheres e crianças e vestem-se todos da mesma maneira.
Tudo isto é estranho para Bruno. Ele não consegue perceber porque razão vivem
tantas pessoas naquele campo e porque estão de pijama. Também lhe faz muita
confusão haver tantos soldados a guardar as pessoas do campo e a sua casa.
Todas as tardes este vai ter com Shmuel para falar e brincar com ele através da
vedação. Entretanto o seu novo amigo conta-lhe que não sabe do seu pai e por isso
sente-se muito triste. Simultaneamente, Bruno recebe a notícia que vai viver de
novo para Berlim, pois a sua mãe acha que o novo espaço onde viviam não é um
bom ambiente para o educar a ele e à irmã, Gretel. Depois destas más notícias os
dois planeiam a sua última aventura e Shmuel fica de arranjar um pijama às riscas
para o seu amigo poder entrar no campo onde ele está.
Ao anoitecer os pais e Gretel começam a estranhar Bruno não chegar a casa e
decidem procurá-lo com a ajuda dos criados, mas não o encontram em lado
nenhum. Passados alguns anos é que descobrem que Bruno tinha entrado, numa
das salas do outro lado da vedação e tinha falecido por causa do gás.

“Nada mais se soube de Bruno depois disso. Muitos dias mais tarde, depois que os
soldados haviam revistado cada canto da casa e ido a todas as cidades e vilas com
fotos do garoto, um deles descobriu a pilha de roupas e as botas que Bruno
acomodara perto da cerca. O soldado deixou tudo lá, intocado, e foi buscar o
comandante, que examinou a área e olhou para a esquerda e para a direita assim
como Bruno fizera, sem ser capaz de compreender o que acontecera ao filho. Era
como se ele tivesse simplesmente desaparecido da face da Terra e largado as
roupas para trás.”
“O pai ficou em Haja-Vista por mais um ano depois daquilo e acabou sendo
hostilizado pelos outros soldados, nos quais mandava e desmandava sem
escrúpulos. Todas as noites ele dormia pensando em Bruno e quando acordava
estava pensando nele também. Um dia ele formulou uma teoria sobre o que poderia
ter ocorrido e foi novamente até o ponto na cerca onde as roupas haviam sido
encontradas um ano antes.
Não havia nada de especial naquele lugar, nada de diferente, mas então ele
explorou um pouco e descobriu que naquele ponto a parte de baixo da cerca não
estava tão bem fixada ao chão quanto nas demais, e que, quando erguida, a cerca
deixava um vão grande o bastante para uma pessoa pequena (como um menino)
conseguir passar por baixo rastejando. Ele olhou para a distância e seguiu alguns
passos lógicos e, ao fazê-lo, percebeu que as pernas não estavam funcionando
direito – como se não pudessem mais manter seu corpo ereto – e acabou sentado
no chão, quase na mesma posição em que Bruno passara as suas tardes durante
um ano, embora sem cruzar as pernas sob si.”

É poético como ao voltar para o lugar onde o filho passou tanto tempo, Ralf se
coloca na mesma posição que o filho e sente na pele aquilo que este sentia,
refletindo a mesma paisagem sob o mesmo ângulo, todavia com perspetivas
diferentes.
Ao se dar conta do ocorrido, da cerca danificada capaz de deixar passar uma
pessoa pequena (criança), o oficial percebe que o veneno que usava diariamente
contra as vítimas do campo de extermínio alcançou a sua própria família.

3. Momentos importantes
Os momentos desta obra aos quais atribuí maior relevância no decorrer da leitura
deste fascinante livro foram, a inocência com que Bruno observava a tal “quinta”
perto de sua nova casa e o seu olhar puro e ingénuo que por nenhum momento o
fez ver a crueldade presente à sua frente. Por outro lado, o momento no qual Bruno
atravessa a cerca para ir ajudar o seu amigo, sem pensando nas possíveis
consequência, agindo apenas por pura bondade é que tornou a obra uma incrível
oscilação de emoções, deixando assim o leitor já desconfiado do que iria acontecer
mas sem querer acreditar na tragédia que se iria seguir.

4. Frases marcantes

 “A infância é medida por sons, aromas e visões, antes que o tempo obscuro
da razão se expanda.”
 "Para começar, nem sequer eram miúdos. Pelo menos, nem todos. Havia
rapazes, pequenos e grandes, e também pais e avós.Se calhar, alguns tios
também. E pessoas daquelas que vivem sozinhas por aí e que parecem não
ter família."
 “Uma história de inocência num mundo de ignorância"

Conclusão

Há algum tempo que estava interessada neste livro, principalmente depois de ver o
filme. Com muito agrado, posso afirmar que o livro surpreendeu-me pela positiva.
Após a leitura do livro percebi que o filme tem imensas falhas, não se focando tanto
nos pormenores abordados no livro, o que me fez gostar muito mais da obra.
Um dos aspetos que acho que mais enriqueceu este livro, foi o facto de
acompanharmos os vários acontecimentos na visão do Bruno. Isto é, embora não
seja ele a narrar, acompanhamos a obra, grande parte, na visão deste personagem.
Percebi isto através da inocência até mesmo do narrador em relatar o que
acontecia, não sabendo explicar o que se passava para lá da janela do quarto de
Bruno.
O único aspeto que posso considerar "negativo" nesta obra, seria o facto de a
escrita ser bastante simples e pouco rica, todavia, é este o fator que nos faz viver a
obra na perspetiva mais inocente.
“Acho-Vil” e “Fúria” é outro ponto que adorei neste livro, gostei muito do facto do
narrador ter decidido manter a visão de uma criança de nove anos, mesmo que não
seja ela a narradora, ao mesmo tempo que não são precisas muitas explicações
para que percebamos certas coisas, como por exemplo estas duas palavras que
Bruno não entende e acaba por pronunciar assim. Claro que Acho-Vil refere-se a
“Auschwitz” e Fúria trata-se obviamente de “Hitler”, mas como já disse, o escritor
tem uma forma fantástica de descrever os acontecimentos e tudo o resto como se
fosse uma criança, mas sem que nos deixe de fora e sem que precise de explicar as
coisas.

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