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PONTIFICIA UNIVERSITÀ LATERANENSE


FACULDADE CLARETIANA DE TEOLOGIA
FABIANO DE LIMA

RESENHA DO FILME “O MENINO DO PIJAMA LISTRADO”

CURITIBA
2017
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FABIANO DE LIMA

RESENHA DO FILME “O MENINO DO PIJAMA LISTRADO”

Trabalho apresentado ao curso de Teologia do


Studium Theologicum – Faculdade Claretiana
de Teologia da Pontificia Università
Lateranense como requisito para horas
complementares de Atividades Acadêmico-
científico-culturais.

CURITIBA
2017
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1. RESENHA

O filme retrata a vida de uma criança que não é capaz de compreender por que motivos
ocorrem as guerras e também não vê sentido na perseguição dos judeus. A história ocorre na
década de quarenta, quando a família de Bruno parte para uma nova cidade deixando para trás
amigos, casa, família, emprego, luxo, riqueza, enfim tudo o que tinham na cidade de Berlim,
pois seu pai era um dos mais importantes oficiais nazistas e havia sido promovido. Eles então
foram morar em uma casa de campo próxima a Auschwitz, campo de concentração onde os
judeus eram mortos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Seu pai não conta a
família que assumiria a direção do campo de concentração.
Como era de se esperar o menino foi o que mais sentiu com a mudança, prova disso é a
implicância dele com a nova casa, com a nova cidade etc.; totalmente ao contrário de sua irmã
que procura ver as coisas boas que ocorreram com mudança, por esse motivo ele se distancia e
por estar sozinho passa maior parte do seu tempo desbravando o jardim e a casa buscando
combater o tédio. Num desses dias ele percebe que do outro lado da cerca existem pessoas que
certamente moram ali, mas acha estranho o fato delas nunca tirarem os seus pijamas e então
pergunta a sua mãe o motivo pelo qual elas faziam isso. Sua mãe não sabendo o que responder
muda de assunto e proíbe o menino de manter contato com essas pessoas.
Como toda criança inquieta e curiosa, Bruno, numa de suas expedições pelo jardim vê
um menino judeu, que deveria ter a mesma idade que ele, chamado Samuel, triste e sentado ao
lado de um carrinho de mão. Bruno então se aproxima e começa a ter contato com o menino do
qual se torna amigo, mas devido a proibição da mãe essa amizade é mantida em segredo. Mesmo
separados por uma cerca de arame farpado, todos os dias os meninos se encontram para brincar.
A inquietação de Bruno é tão grande que ele passa a questionar sua mãe e seus pais a
respeito daquela fazenda vizinha e porque as pessoas passam o dia todo vestidas com seus
pijamas listrados, contudo as perguntas nunca eram respondidas com a verdade e as orientações
que davam ao menino era para manter distância daquelas pessoas, porque elas eram suas
inimigas.
Numa certa noite seu pai convida outros oficiais nazistas para assistir um filme a respeito
dos campos de concentração com famílias e crianças felizes, bem alimentas, bem vestidas e
com boas moradias e sempre sorridentes. Curioso no outro dia Bruno pergunta ao amigo sobre
o que havia visto no filme e se surpreende com a verdade relatada por Samuel.
Certo dia sua mãe descobre que ali ao lado não tem uma fazenda e sim um campo de
concentração e que a fumaça e o mal cheiro que diariamente eles veem e sentem nada mais é
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do que a queima dos corpos dos judeus que ali estão presos. Aos poucos ela passa a se preocupar
com as situações ao perceber que sua filha deixa de lado seus brinquedos e passa a se comportar
de um modo diferente ao que ela esperava, comportamento influenciado com as aulas
particulares e por estar se envolvendo com um soldado nazista. Contrariamente à sua irmã,
Bruno não se deixa influenciar pelas aulas sobre a história da Alemanha, de patriotismo, de
xenofobismo.
Ao perceber o envolvimento cada vez maior do seu marido com o nazismo ela decide
retornar para sua antiga cidade e convence o seu marido de que isso seria o melhor para toda
família. Quando dão a notícia ao menino ficam admirados com a sua postura de não querer
voltar. Ao informar Samuel que iria se mudar no outro dia encontra o menino triste, pois seu
pai havia saído para trabalhar e não retornou para casa. Bruno decide ajudar o amigo a procurar
seu pai, mas para isso era necessário atravessar a cerca, foi então que combinaram de no dia
seguinte bem cedo iria lá para juntos começarem as buscas, todavia era preciso que Samuel
conseguisse um pijama igual o seu para ele.
Na manhã seguinte Bruno vestiu o pijama listrado e cavou um buraco para chegar do
outro lado, já dentro do campo de concentração eles partem para a cabana em busca do pai de
Samuel. No meio do caminho foi pego pelos oficiais e levado junto com os judeus para a câmara
de gás. Sua família sentiu falta do menino e foram procura-lo por toda a parte. Encontraram
suas roupas em frente ao campo de concentração onde ele havia cavado o buraco. Seu pai ao
entrar no campo de concentração percebeu a cabana vazia e então lembrou que naquele dia os
judeus seriam levados para a câmara de gás onde seriam mortos. Ao chegar lá descobre no meio
de tantos outros corpos, de adultos e crianças, o corpo já sem vida de seu filho.

2. COMENTÁRIO

Com o filme percebemos os horrores passados nos campos de concentração e todo


sofrimento causado pelos nazistas aos judeus, que eram submetidos a péssimas condições não
sendo poupadas nem as mulheres e nem as crianças. Em meio a tanta tristeza nasce a amizade
pura entre dois meninos que mesmo sendo “rivais” deixam essas diferenças de lado e vivem
uma grande amizade, pois sendo crianças não tinham a maldade dos adultos.
A pureza e a ingenuidade nas atitudes de Bruno realçam o horror do nazismo, que
acabou com a vida de muitas pessoas com a justificativa de que eles eram uma raça impura e
eram inimigos dos alemães. O nazismo queria uma “purificação” da sua raça, ariana, e os judeus
eram um obstáculo para que isso acontecesse.
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A amizade de Bruno e Samuel mostrou o mundo onde os preconceitos de diversidades,


sejam eles de qualquer categoria, credo, classe social ou cor, esmagam a esperança e a vontade
de se viver em paz. Mostrou ainda que embora haja diferenças é possível conviver com o
diverso, com o diferente desde que haja, de certo modo, a pureza e sobretudo a tolerância e
respeito.
Se em nosso mundo hoje fossem levadas em consideração tais práticas com certeza não
teríamos tantos horrores e massacres como vimos na Alemanha com os nazistas e como vemos
hoje com os grupos terroristas islâmicos que ao encontrarem resistência e não aceitação de sua
fé matam cristãos pelo simples fato de não partilharem da mesma fé.

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