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Os 

mamíferos (do latim: Mammalia) constituem
uma Subclasse de animais vertebrados do domínio Eukaryota, do reino Animalia e
filo Chordata, subdivididos em dois grupos: aquáticos (cetáceos, sirênios e pinípedes) e
terrestres (quadrúpedes e bípedes), que se caracterizam pela presença de glândulas
mamárias[1] que, nas fêmeas, produzem leite para a alimentação dos filhotes (ou crias),
presença de pelos ou cabelos, com exceção dos golfinhos e de algumas baleias, que
somente na fase embrionária possuem pelos.[1]
São animais endotérmicos, ou seja, de temperatura corpórea constante, chamados
também de "animais de sangue quente", graças à sua pele, a qual é formada por duas
camadas principais (epiderme e derme), onde se encontram glândulas sebáceas e
sudoríparas que auxiliam a regular a temperatura, além das glândulas mamárias,
responsáveis pelo nome da classe. O cérebro controla, então, a temperatura corporal e
o sistema circulatório, incluindo o coração, que apresenta quatro câmaras.
Os mamíferos incluem 5 416 espécies (incluindo os seres humanos), distribuídas em
aproximadamente 1 200 gêneros, 152 famílias e 46 ordens, de acordo com o compêndio
publicado por Wilson e Reeder (2005). Entretanto novas espécies são descobertas a cada
ano, aumentando esse número; e até o final de 2007, o número chegava a 5 558 espécies
de mamíferos.
Acredita-se que os primeiros mamíferos surgiram no período Jurássico, entre há 176
milhões e 161 milhões de anos, durante o reinado dos dinossauros. Novas evidências
científicas, entretanto, sugerem que os precursores dos mamíferos podem ter surgido há
pelo menos 208 milhões de anos, durante o período Triássico Superior.[2]

Características

Mãe amamentando seus filhotes

O marco inicial para o reconhecimento científico dos mamíferos como grupo foi a
publicação por John Ray (1693) da obra "Synopsis Methodica Animalium Quadrupedum et
serpentini generis", onde inclui uma divisão dos animais que possuem sangue, respiram
por pulmões, apresentam dois ventrículos no coração e são vivíparos. Tal definição ainda
hoje se mantém válida, lembrando-se que à época os monotremados não eram
conhecidos. Carolus Linnaeus (1758), com a décima edição do Systema Naturae, cunha o
termo Mammalia para o qual a definição é essencialmente aquela apresentada por Ray.
E. R. Hall (1981) caracterizou a classe Mammalia como "sendo especialmente notáveis por
possuírem glândulas mamárias que permitem à fêmea nutrir o filhote recém-nascido
com leite; presença de pelos, embora confinados aos estágios iniciais de desenvolvimento
na maioria dos cetáceos; ramo horizontal da mandíbula é composto por um único osso; a
mandíbula se articula diretamente com o crânio sem intervenção do osso quadrado; dois
côndilos occipitais; diferindo das aves e répteis por possuírem diafragma e por terem
hemácias anucleadas; lembram as aves e diferem dos répteis por terem sangue quente,
circulação diferenciada completa e quatro câmaras cardíacas; diferem
dos anfíbios e peixes pela presença do âmnio e alantoide e pela ausência de guelras".
Muitas das características comuns aos mamíferos não aparecem nos outros animais.
Algumas delas, porém, podem ser observadas nas aves – uma alta taxa metabólica e
níveis de atividade ou complexidade de adaptações, como cuidado pós-natal avançado e
vida social, aumento da capacidade sensorial, ou enorme versatilidade ecológica. Tais
características semelhantes nas duas classes sugerem que tais adaptações são
homoplasias, ou seja, se desenvolveram independentemente em ambos os grupos.

Anatomia de rim bovino

Outras características dos mamíferos são sinapomorfias dos amniotas, adaptações


partilhadas por causa do ancestral comum. Os amniotas, grupo que inclui répteis, aves e
mamíferos, são vertebrados terrestres cujo desenvolvimento embrionário acontece sobre
proteção de membranas fetais (âmnio, cório e alantoide). Entres as características
herdadas se encontram aumento do investimento no cuidado das crias, fertilização interna,
derivados queratinizados da pele, rins metanefros com ureter específico, respiração
pulmonar avançada, e o papel decisivo dos ossos dérmicos na morfologia do crânio. Ao
mesmo tempo, os mamíferos compartilham grande número de características com todos
os demais vertebrados, incluindo o plano corpóreo, esqueleto interno, e mecanismos
homeostáticos (incluindo caminhos para regulação neural e hormonal).

Bezerro mamando

Uma gata amamentando seus filhotes.


Uma cadela amamentando seus filhotes.

Os ursos-polares são mamíferos marinhos.

Os mamíferos exibem também características exclusivas, chamadas de autapomorfias.


Essas características únicas servem para distinguir e diagnosticar claramente um táxon.
Entre as principais autapomorfias da classe Mammalia estão:

 glândulas mamárias;
 lactação/amamentação;
 viviparidade obrigatória (exceto nos monotremados);
 presença de pelos;
 tegumento rico em várias glândulas;
 derivações integumantárias específicas
(garras, unhas, cascos, cornos, chifres, escamas, espinhos, placas dérmicas);
 posição e função dos membros são modificados para suportar modos
locomotores específicos;
 cintura torácica simplificada;
 ossos pélvicos fundidos;
 diferenciação regional da coluna vertebral;
 crânio bicondilado;
 caixa craniana aumentada;
 arcos zigomáticos maciços;
 cavidade nasal com labirinto nasoturbinado;
 presença de nariz/focinho;
 palato ósseo secundário;
 sistema circulatório completo com coração de quatro câmaras com o arco
aórtico esquerdo persistente;
 eritrócitos bicôncavos e anucleados;
 pulmões com estrutura alveolar;
 diafragma muscular;
 órgão vocal na laringe;
 três ossículos na orelha média (estribo, bigorna e martelo);
 cóclea longa e espiralada (exceto nos monotremados);
 meato auditivo longo;
 aurículas externas (= orelhas) móveis;
 mandíbula composta por um único osso, o dentário;
 junção dentária-escamosal;
 presença de um ramo mandibular;
 dentes grandes variando em número, forma e função;
 heterodontes;
 presença de dentes molares;
 difiodontes;
 cérebro proporcionalmente maior que dos outros animais;
 maior atividade e alta versatilidade na função locomotora;
 diversidade de vida social;
 aumento do espectro de reações comportamentais e suas interconecções com
o aumento da capacidade de aprendizado social e individual e diferenciação
interindividual;
 "topo" da cadeia evolutiva, possuindo todos os sistemas completos e
reprodução sexuada.

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