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a Jornada Pedagógica
EDUCAÇÃO INFANTIL
FICHA TÉCNICA
Governadora Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
O que é o SAPI?
O quê e como o SAPI avalia?
Como os resultados podem ser usados pela rede?
Como aderir ao SAPI em 2023?
IV - E depois?
De olho no encerramento do ano escolar de 2022
O corte etário
A quantidade de crianças matriculadas por turma
A carga horária e a frequência escolar: um diálogo com as famílias
Busca Ativa na Educação Infantil
vamos investigar?
referências
apresentação
Por que o céu é azul? Por que os dinossauros desapareceram? Por que as
pessoas ficam doentes? Por que chove?
Perguntar faz parte da natureza humana e é quando somos crianças bem pequenas que
mais perguntamos sobre os fatos do mundo. Você já deve ter ouvido muitas dessas
perguntas e outras tantas que sequer temos respostas, mas o importante é reconhecer
que quanto mais questionamos, mais aprendemos.
É por meio das perguntas que nós compreendemos o mundo que nos cerca. Desde a mais
tenra idade, nós somos investigadores! E assim evoluímos como seres humanos, como
comunidade.
Por isso, o Caderno de Jornada Pedagógica: Educação Infantil 2023 vem trazendo
perguntas. Estamos iniciando um novo ciclo e assumimos que é preciso nos questionar
sobre como construir um novo caminho, sobre o que pode ser alterado, adaptado,
transformado, adicionado…
E para seguir esse roteiro investigativo, faremos isso em duas seções: a primeira, no
diálogo estreito com as(os) dirigentes municipais e suas equipes técnicas; a segunda, no
bate-papo com a equipe pedagógica das escolas. Essa mudança de foco é necessária, pois
precisamos pensar em ações sistemáticas para a rede, mas também em contexto, de
forma mais estreita, com as unidades escolares.
O convite que fazemos, então, é para uma busca, uma investigação sobre nossas próprias
ações e como podemos experienciá-las no novo ano, sabendo que as dúvidas serão
sempre propulsoras do conhecimento!
Esta seção tem como objetivo dialogar com vocês, trazendo pontos importantes que
podem apoiar sua rede municipal e orientá-los de forma mais coerente e coesa quanto ao
início do ano letivo e, especialmente, o período de jornada pedagógica.
Acreditamos que com esse alinhamento, via regime de colaboração, podemos traçar
caminhos mais sólidos, assegurando a equidade de oportunidades para bebês e crianças,
em todo território cearense.
Para que uma jornada pedagógica seja produtiva, o primeiro passo é identificar todos os
envolvidos no processo e compreender como, e em que medida, cada um é acionado
dentro de um conjunto de demandas. Vamos juntos realizar este exercício?
No quadro a seguir, sugerimos ações de profissionais que fazem parte de sua rede e suas
contribuições na jornada pedagógica e em qual cenário eles podem atuar. Veja:
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Profissionais e Cenários possíveis para
Quem são?
setores serem acionados?
Profissionais que
Reuniões técnicas de
Gerente Municipal Mais Infância, Coordenadora(or) Municipal da Educação
desenvolvem planejamento
planejamento, construção de
junto à equipe técnica da
calendário letivo, abertura da
SME, por meio de diálogos
jornada pedagógica da rede…
intersetoriais.
Secretaria Municipal da Educação
Reuniões técnicas de
Dialogam, de forma mais
(Secretária(o) da Educação,
Acompanham e monitoram
as ações da Educação Reuniões técnicas de
Infantil no município, planejamento para a construção
orientando as Unidades da jornada: pauta (rede e UEs),
Escolares (UEs) quanto ao orientação quanto à PPP e
PPP, regimento, matrícula e regimentos…
demais diálogos SME - UEs.
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Profissionais e Cenários possíveis para
Quem são?
setores serem acionados?
Profissionais que
Unidades Escolares
(Gestoras(es) escolares,
O quadro acima pode ser ampliado de acordo com a estruturação de cada rede, mas é
essencial que a secretaria pense num momento inicial para dialogar conjuntamente,
aproximando-as do projeto de educação que o município propõe desenvolver.
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II - Por que a jornada precisa ser orientada pela SME?
Dessa forma, sugerimos uma jornada pedagógica organizada a partir de três grandes
momentos:
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Para o 3º momento, sugerimos um olhar para o documento Jornada de
Tempo Integral: um caminho para a Educação Infantil no estado do Ceará
(AMORIM, 2022). Na seção “E se fosse assim?” trazemos uma interessante
sugestão de acolhimento das famílias . Embora o foco dela seja para as UEs
de tempo integral, é possível adaptação para as de tempo parcial.
Um ponto relevante para iniciar o ano letivo é compreender como as ações dentro da
secretaria municipal de educação podem estar alinhadas ao Programa Mais Infância
Ceará e, por conseguinte, a ações intersetoriais.
Por isso, orientamos que cada SME organize uma equipe técnico-pedagógica qualificada,
ou seja, que conheça os documentos norteadores da Primeira Infância (Plano Nacional,
estadual e municipal da Primeira Infância e da Educação, Plano de Ação dos Parâmetros),
especialmente os da Educação Infantil (DCNEI, BNCC e DCRC).
É preciso que essa equipe técnica tenha pessoas responsáveis pelo planejamento,
condução, execução e monitoramento das ações que fazem parte das políticas públicas
municipais e, em regime de colaboração, estadual, voltadas para crianças (em processo
de escolarização ou não), para os profissionais (professoras e gestoras) e para as famílias
das crianças. É preciso também que o grupo atue de forma intersetorial, isto é, em
diálogo constante e permanente com pontos focais de outras secretarias (a exemplo da
saúde, assistência, cultura...), com a comunidade local e com organizações do terceiro
setor, a fim de fortalecer a rede de proteção de bebês e crianças.
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IV - Por que olhar para os Cuidados Socioemocionais na Educação
Infantil?
Responder a esta pergunta hoje talvez seja mais fácil, visto o momento pelo qual
passamos recentemente: uma pandemia. Nossos olhares e sentimentos se voltaram para
como nos sentimos e, por isso, acreditar que cuidar de nossas emoções é ponto-chave
para melhorar nossas relações.
Portanto, acreditamos fortemente que não é possível iniciar um ano letivo sem
estabelecer, de forma perene, cuidados socioemocionais para os envolvidos no processo:
profissionais, crianças e famílias.
Quando a secretaria e sua equipe técnica se fazem esses questionamentos, significa que
elas estão, de fato, preocupadas com as inter-relações e, principalmente, estão buscando
estratégias para contornar os problemas da rede: e isso já é um primeiro passo!
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Ações como essas permitem que os profissionais sintam-se acolhidos e apoiados, para
além da sua atuação profissional.
Outro questionamento que precisa ser feito pela equipe da secretaria é como orientar as
UEs no acolhimento de profissionais, crianças e famílias. Para esse diálogo, é preciso ter
comunicação direta e empática com as(os) gestoras(es) escolares, visto que elas(es) não
acolherão somente profissionais, mas também crianças e suas famílias.
Na Seção 02 deste caderno, falaremos um pouco mais sobre esse assunto, de forma
direcionada aos profissionais que atuam nas UEs.
V - Como seguir?
Secretárias(os) e equipes,
Agora que demos início ao nosso diálogo e já sabemos por onde começar, é preciso olhar
com mais atenção para alguns fatores que, ano a ano, precisam ser reforçados: a
organização das matrículas, a atualização dos regimentos escolares e dos PPP, o
planejamento e a construção do calendário letivo da rede.
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GD 1.3 Sistematização do processo de matrícula em conjunto com as instituições de
Educação Infantil, de maneira transparente a todos os envolvidos por meio de
instrumentos, como uma central de vagas e/ou uso de ferramentas digitais.
GD 1.8 Busca ativa de crianças que estejam fora da Educação Infantil, especialmente
as identificadas em situação de vulnerabilidade social e as que já alcançaram a idade
de matrícula obrigatória.
Todo ano, cada unidade escolar precisa rever seu regimento escolar, analisando o
contexto do ano anterior e atualizando o texto. Para apoiar a equipe gestora e demais
profissionais nesse processo, a secretaria municipal pode desenvolver ações, durante a
sua jornada pedagógica, para orientar a escrita e a reflexão sobre esses documentos, a
fim de que eles sejam vivos dentro do ambiente escolar.
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Nesse sentido, sugerimos que a SME, durante a jornada pedagógica,
Perceba que estamos sugerindo uma programação macro, pois sabemos que cada
unidade escolar tem um contexto próprio. Todas elas, entretanto, devem trabalhar de
forma articulada com as famílias, desenvolvendo ações mais específicas e direcionadas
para os interesses e necessidades das crianças. Há ações que necessitam ser sinalizadas,
pois, quando documentadas, ganham força na rede e ajudam na organização das equipes.
Em 2021, ano de publicação do documento, foi ofertada a todas as redes uma formação
para implementação do documento, assim como material de suporte técnico. As
gravações de cada encontro virtual, bem como o documento de apoio Subsídios para
Implementação dos Parâmetros para a Promoção da Qualidade e Equidade da Educação
Infantil Cearense (AMORIM [et al], 2021), encontram-se disponíveis no site da
Coordenadoria de Educação e Promoção Social (COEPS), no link seduc.ce.gov.br/coeps/.
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VII - Como o Sistema de Avaliação Permanente da Educação Infantil
(SAPI) entra na jornada pedagógica?
Para responder a essa pergunta, o primeiro passo é entender o que é o SAPI, o que e
como ele avalia e que resultados obtemos com ele
O que é o SAPI?
O objetivo do SAPI é buscar evidências científicas que nos guiem para a construção de
políticas públicas eficientes para Educação Infantil, a fim de assegurar, em regime de
colaboração Estado-municípios, os direitos de aprendizagens e desenvolvimento de
bebês e crianças, de forma equânime, em todo território cearense.
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Avaliação dos ambientes:
EAPI
Escala de Avaliação de Ambientes de Aprendizagens dedicados à Primeira Infância
INAPI
Instrumento de Avaliação das Aprendizagens na Primeira Infância
A6. Compreender as
A3. Alfaletrar
oportunidades de
autocuidado.
A2. Reconhecer e compreender A7. Enfrentar desafios,
narrativas ouvidas, recontando-as. confiando em suas
potencialidades.
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Todas as dimensões estão alinhadas à Base Nacional Curricular Comum - BNCC e ao
Documento Curricular Referencial do Ceará - DCRC, bem como trazem a concepção do
brincar como a principal forma de expressão das crianças, além de ferramenta fundante
para a construção de seu processo de aprendizagem, o que, por sua vez, deve ser
dinâmico, lúdico e socialmente situado, considerando sua cultura e todas as áreas do
conhecimento humano.
O cruzamento de dados disponibilizados pelo SAPI nos permite indicar quais fatores
precisam ser fortalecidos na rede, para que seja ofertada uma Educação Infantil com
qualidade e equidade.
Essas informações são úteis para que a equipe técnica da rede possa reavaliar a etapa,
reestruturar seu projeto pedagógico e qualificar seu atendimento.
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VIII - Como o Ciclo de formações Continuadas em rede pode auxiliar
na formação das(os) profissionais do município?
Quem participa?
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De forma semipresencial, o ciclo se organiza em quatro módulos. Em cada um deles, há
um encontro presencial e atividades acompanhadas virtualmente.
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Conhecer estratégias que assegurem os direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, com base no arranjo curricular por campos de
experiências, para a inclusão das diversas infâncias.
Para saber mais sobre o ciclo e sobre como avançar na participação dos profissionais de
sua rede, leia na íntegra em seduc.ce.gov.br/coeps/
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IX - Que materiais de suporte técnico pedagógico podem ser
oferecidos às(aos) profissionais da rede?
Portanto, qualquer material que impossibilite o brincar e o interagir nesta etapa não são
adequados.
Pensemos:
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Por que pintar o desenho de ... podemos plantar uma árvore ou
uma macieira se... realizarmos uma pintura de observação
da natureza?
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Em 2022, outro livro construído pela COEPS
foi o Jornada de Tempo Integral: um
caminho para a Educação Infantil no Ceará
(AMORIM, 2022), que além de dialogar sobre
a implementação do tempo integral na
primeira etapa da Educação Básica, traz, de
forma detalhada, outros materiais de
suporte técnico-pedagógico produzidos
pela CADIN.
Vamos Cirandar?
Caderno de Gestão Pedagógica da Educação Infantil
Projeto de Transição Pedagógica: da Educação Infantil para o Ensino Fundamental:
caderno teórico, programa Entrevista com Especialista, podcast Ondas do
Conhecimento.
Para ler na íntegra o livro e ter acesso a todos os materiais, fazer download e
disponibilizar às(aos) profissionais da sua rede, acesse seduc.ce.gov.br/coeps/
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SEÇÃO 02
Orientações para as Unidades Escolares
Para início de conversa
com a escola…
Diretora(or), Coordenadora(or) Pedagógica(o) e Professora(or), vamos conversar sobre a
jornada pedagógica na sua unidade escolar (UE)?
Essas perguntas são extremamente importantes, pois nos conduzem a uma reflexão
mais ampla sobre o que é uma jornada pedagógica e como podemos construí-la coletiva
e democraticamente.
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sinalização de ações estratégicas (regimento, PPP…)
definição da atuação da comunidade escolar
Esse momento, que pode ser uma semana (mas pode ser maior ou menor, dependendo
da unidade escolar), não precisa ser somente no início do ano letivo. Ele precisa se
constituir como prática constante e integradora da escola, ou seja, pode ocorrer
bimestralmente, semestralmente…
Para que a jornada pedagógica da escola seja fortalecida, é necessário compreender que a
criança aprende e interage não somente dentro das salas de referência, mas em todos os
ambientes dentro e fora da escola e, principalmente, que a criança aprende brincando.
Posto isso, fortalecer os laços com a intersetorialidade é abrir diálogos com as diferentes
secretarias e vozes da comunidade. Por exemplo,
Esse entrelaçamento de vozes não pode existir somente entre as equipes técnicas das
secretarias municipais, mas também deve existir entre as(os) profissionais que delas
fazem parte: professoras(es), gestoras(es), psicopedagogas(os), bombeiras(os), policiais,
médicos, atores/atrizes, cantoras(es)...
Essa rede de apoio, que inclui a família, precisa ser construída e solidificada para que as
atividades a serem desenvolvidas com as crianças sejam diversificadas e assegurem seus
direitos de aprendizagem e desenvolvimento:
Conviver
Brincar
Participar
Explorar
Expressar
Conhecer-se
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E é justamente a intersetorialidade que amplia esse processo!
Para registrar essa história, foram lançados os e-books Mais Infância Ceará (volumes 1 e
2), que apresentam a estrutura do programa e as ações a nível estadual.
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III - O que fazer primeiro?
Essas aptidões se manifestam no dia a dia nas atitudes humanas, em seus modos de
pensar e sentir, e definem como cada um lida com suas atitudes em situações adversas. É
assim que cada sujeito, criança ou adulto, diferencia-se diante dos estímulos sociais,
pessoais e profissionais.
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Como lidar com os cuidados socioemocionais das(os)
profissionais?
Para envolver a família é importante que a instituição escolar oriente para que todos se
envolvam nesse desafio. O trabalho em parceria com a família tende a alcançar maiores
êxitos, portanto a indicação é que as famílias saibam o que será trabalhado na escola
para que em casa possam dar continuidade dialogando sobre todas as atividades
propostas com o objetivo de ampliar o vocabulário socioemocional da criança.
As atividades devem estar relacionadas a tudo que envolve o trabalho com as emoções e
o saber lidar diante de cada situação que demanda o reconhecimento das emoções e a
autorregulação, por exemplo:
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motivar a criança a expressar suas emoções através da arte (desenho, pintura,
teatro, música etc).
estimular a criança a lidar com seus próprios conflitos para aquisição da autonomia
socioemocional.
IV - E depois?
Este capítulo dialoga estreitamente com vocês, pois traz pontos que a equipe gestora
precisa estar atenta para iniciar um novo ano letivo. Vamos lá?
Antes de iniciar o ano, é preciso ter a certeza de que o ano anterior está “fechado”. Para
isso, vamos jogar uma lupa em alguns pontos?
Como vocês sabem, a avaliação neste nível de ensino é realizado por meio de
acompanhamento e de observação de vivências e experiências das crianças organizada
com regras comuns,
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I - avaliação mediante acompanhamento e registro do
desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental; [...]
V - expedição de documentação que permita atestar os
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança -
observação crítica e criativa das atividades; utilização de
múltiplos registros realizados por adultos e crianças
(relatórios, fotos, desenhos); continuidade dos processos de
aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas
aos diferentes momentos de transição vividos pela criança;
documentação específica que permita às famílias conhecer o
trabalho da instituição com as crianças; e a não retenção da
criança na Educação Infantil. (BRASIL, 2013)
Para essa ação, é preciso um amplo diálogo com a comunidade escolar e atenção especial
a NÃO RETENÇÃO das crianças por quaisquer motivos. O trabalho pedagógico visa a
avaliação do desenvolvimento das crianças, sem a finalidade de seleção, promoção ou
classificação.
O corte etário
O corte etário é fundamental para a criança e para os sistemas de ensino, porque ele
estabelece uma data unificada para o ingresso das crianças na escola e possibilita a
organização dos sistemas de ensino para planejarem suas matrículas. Para isso, temos
uma legislação vigente, homologada pelo MEC que determina o corte de entrada das
crianças na escola. Cabe aos sistemas de ensino dos municípios orientarem as Unidades
Escolares a realizar suas matrículas seguindo a determinação da Resolução CNE/CEB no
5/ 2009, no Art. 5º estabelece
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§ 2° É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de
crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do
ano em que ocorrer a matrícula.
§ 3o As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de
março devem ser matriculadas na Educação Infantil.
(BRASIL, 2009)
É importante que as crianças de zero a seis anos de idade tenham espaços adequados
onde elas possam se relacionar, brincar, descansar e vivenciar diferentes atividades
estruturadas e livres, em ambientes internos e externos. Dessa forma, as turmas
precisam ser organizadas com tempos e espaços que possibilitem um equilíbrio
adequado para que elas experimentem diversas situações de aprendizagem que
envolvam o uso do corpo e de movimentos amplos.
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Além dele, outros indicadores podem nortear a matrícula de bebês e crianças na
instituição em que você atua. No tópico 6 desta seção, você pode compreender melhor
como este documento fortalece sua atuação gestora.
Gestoras(es),
A mesma LDB (BRASIL, 2013) que define o registro e a promoção das crianças também
aponta para dois incisos importantes:
Essas diretrizes nos mostram que as crianças precisam frequentar as unidades escolares,
com controle dessa frequência e busca ativa.
Muitas(os) de vocês já devem ter passado por experiências em que as famílias veem a
escola apenas como “local onde a criança fica, quando não se pode ficar com ela”. Esse
cenário ainda é fruto de uma visão de escola meramente assistencialista.
Por muitas vezes esquecida nesta etapa da Educação Básica, a busca ativa tem papel
crucial no acompanhamento do desenvolvimento infantil das crianças.
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V - Como organizar a escola para participar do ciclo formativo?
Professoras(es) e Gestoras(es),
Nesse sentido, é preciso dialogar com a equipe técnica de seu município, para alinhar o
calendário escolar da unidade ao calendário da rede municipal de ensino, assegurando a
participação de todas(os).
As ações de formação em rede dão substância ao que acontece na unidade escolar, pois
a(o) coordenadora(or) pedagógica(o) - CP e as(os) professoras(es) podem compartilhar
experiências com profissionais de outras instituições, de outros municípios, e
implementar novas estratégias no próprio planejamento.
Além disso, é importante ver a própria escola como ambiente formativo, onde a(o)
coordenadora(or) pedagógica(o), durante o período de planejamento, mobiliza ações de
formação em contexto junto com as(os) professoras(es), refletindo sobre os roteiros
didáticos e os cenários existentes.
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Embora os leitores-alvos sejam, de fato, as(os) dirigentes municipais de educação, o
documento torna-se uma ferramenta imprescindível nas mãos da equipe pedagógica da
escola, pois possibilita um olhar amplo da etapa e, ao mesmo tempo, a oportunidade de
se iniciarem mudanças no contexto da instituição escolar.
Exemplos disso são a organização dos ambientes e das rotinas nas instituições de
Educação Infantil, além do impulso para a participação nas formações continuadas em
rede. Para além disso, compreender os padrões de excelência é ampliar o diálogo com
as(os) gestoras(es) municipais e garantir que as ações estratégicas sejam feitas de forma
coletiva.
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É preciso dizer também que as teorias norteadoras que fortalecem as ações da Educação
Infantil estão na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) e no Documento
Referencial Curricular do Ceará (CEARÁ, 2019). Esses documentos normativos
disponibilizam um conjunto de conhecimentos que orientam para a construção de uma
sociedade socialmente mais justa e mais humana e contribuem com ideias para a
elaboração de propostas curriculares consideradas essenciais e eficazes em garantir
variadas estratégias didáticas, as quais impulsionam bebês e crianças, oriundas de
diversas realidades, a ampliarem seu potencial sócio cultural.
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O ebook de Barbosa [et al] (2012), alinhado às Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Infantil (CNE/CEB, 2009), defende que sejam atendidas as especificidades das
crianças filhas de agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais,
ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, povos da
floresta, tendo em vista que elas precisam ser respeitadas e reconhecidas por suas
culturas, identidades e seus saberes próprios e de suas comunidades.
Alinhada a esses diálogos e seguindo o DCRC como documento norteador central para
ações de cuidados e de educação na Educação Infantil, a SEDUC construiu, em parceria
com a Nova Escola, o Material Educacional Nova Escola: Educação Infantil (CAMILO,
2021), com objetivo de apoiar as(os) professoras(es), trazendo sugestões de atividades
detalhadas, lúdicas e repletas de experiências ricas que possam despertar os interesses,
o protagonismo e as singularidades dos bebês e das crianças. Esse material orienta
também a elaboração de planejamento individual, para organizar espaço e selecionar
materiais para as crianças, baseado nos Campos de Experiências preconizados pela Base
Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) e pelo Documento Curricular Referencial do
Ceará (CEARÁ, 2019).
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Além do material educacional, as(os) professoras(es) podem acessar o site da COEPS e
fazer download de todos os cadernos, entrevistas e podcasts da Coleção CADIN:
Entrevistas
Entrevista com Especialista (produto pedagógico pertencente ao projeto de transição
pedagógica)
Podcasts
Ondas do Conhecimento (produto pedagógico pertencente ao projeto de transição
pedagógica).
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Vamos
investigar?
Observatório da Cultura Infantil - OBECI
Disponível em https://www.obeci.org/
Disponível em https://rnpiobserva.org.br/
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Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância
Disponível em https://www.enciclopedia-crianca.com/
Disponivel em https://www.mieib.org.br/
Hoje o MIEIB é composto por 26 Fóruns Estaduais e um Fórum Distrital que definem, à
luz de sua carta de princípios, as pautas nacionais e as pautas específicas dos estados e
municípios. A história do MIEIB enquanto movimento social de luta em prol de uma
Educação Infantil pública, laica e de qualidade se inicia em 1999, a partir da articulação
de alguns comitês estaduais que já discutiam a demanda por Educação Infantil no país e
desde então vêm pautando suas ações de incidência política nos temas de maior
relevância no cenário nacional, garantindo a consideração das especificidades locais a
partir da intervenção dos fóruns estaduais.
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Central da Primeira Infância (UNICEF)
Disponível em https://www.unicef.org/brazil/central-da-primeira-
infancia
O site impulsiona pais, mães e cuidadores a proporcionar o melhor início de vida para
suas crianças. Desde 1950, o UNICEF apoia as mais importantes transformações na área
da infância e da adolescência no Brasil. Nas últimas décadas, o Brasil promoveu um forte
processo de inclusão de crianças e adolescentes nas políticas públicas.
Disponível em
https://brasil.unicef.org.br/wp-
content/uploads/2021/01/UNICEF_PR
IMEIRA_INFANCIA_EBOOK.pdf
Disponível em https://www.selounicef.org.br/sites/default/files/2022-
02/Guia_Plano%20Municipal%20Para%20a%20Primeira%20Inf%C3%A2ncia.pdf
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Observatório do PNE – Educação Infantil
Disponível em https://www.observatoriodopne.org.br/meta/educacao-
infantil
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Medo de um chapéu por quê?
O Caderno de Jornada Pedagógica: Educação Infantil 2023 reflete o que há de melhor nas
crianças: a vontade de aprender! Se expressar é o caminho, seja por meio de perguntas,
de desenhos (como vocês apreciaram ao longo da leitura!) , de pinturas...
Então, cabe a nós, adultos de referência, nos vestir com o olhar das crianças e garantir
que o desejo de compreender o mundo seja contínuo e acompanhe a vida delas. Como já
nos mostrava o Pequeno Príncipe, as "pessoas grandes não compreendem nada sozinhas,
e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando." (SAINT-EXUPIÉRY, 2015, p.
10).
É preciso garantir que bebês e crianças possam brincar e interagir ao longo de sua
permenência na Educação Infantil, e isso precisa ser feito de forma equânime e
qualitativa. É preciso que nossas(os) desenhistas, pintoras(es), bailarinas(os),
astronautas, cientistas... sejam encorajadas(os) a seguir seus sonhos!
Por isso, as perguntas também são nossas aliadas, ajudando-nos a construir um mundo
melhor para todas(os).
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referências
AMORIM, Aline Matos de (org.)...[et al.]. Parâmetros para a Promoção da Qualidade e
Equidade da Educação Infantil Cearense . Fortaleza: Seduc, 2021. Disponível em:
seduc.ce.gov.br/coeps/ Acesso em 29.dez. 2021.
AMORIM, Aline Matos de (org.). Mais Formação: A Educação Infantil pelas lentes da
Formação de Professoras(es). Fortaleza: Seduc, 2022. Disponível em:
seduc.ce.gov.br/coeps/ Acesso em 29.dez. 2022.
AMORIM, Aline Matos de (org.). Jornada de tempo integral: um caminho para a Educação
Infantil no estado do Ceará. Fortaleza: Seduc, 2022. Disponível em:
seduc.ce.gov.br/coeps/ Acesso em 29.dez. 2022.
AMORIM, Aline Matos de; QUEIROZ, Maria Erica Laurentino de; PINTO, Wandelcy Peres
(orgs.). Formação Continuada em Rede para Professoras(es) da Educação Infantil.
Caderno 1: Construções e produções gráficas de bebês e crianças no cotidiano da
Educação Infantil. Módulo 03, 2022. Disponível em seduc.ce.gov.br/coeps/ Acesso em
29.dez. 2022.
BARBOSA, M.C.S. (org.)...[et al.]. Oferta e demanda de Educação Infantil no campo. Porto
Alegre: Evangraf, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-
federal/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12579-educacao-
infantil Acesso em 29.dez. 2022.
SANTANA, Onélia Moreira Leite de (org.)... [et al.]. Programa Mais Infância Ceará.
Fortaleza: Seduc, 2019. Disponívem em: https://www.ceara.gov.br/mais-infancia-ceara/
Acesso em 30 de jan. 2022
SANTANA, Onélia Moreira Leite de (org.)... [et al.]. Programa Mais Infância Ceará: de
programa à política pública permanente. Fortaleza: Seduc, 2022. Disponívem em:
https://www.ceara.gov.br/mais-infancia-ceara/ Acesso em 30 de jan. 2022