O poema descreve o amor como um sentimento contraditório através de onze definições antitéticas. A estrutura divide-se em duas partes onde a primeira apresenta as definições e a segunda questiona a busca humana por um sentimento tão paradoxal. A rima e figuras de linguagem como a antítese revelam a complexidade do amor.
O poema descreve o amor como um sentimento contraditório através de onze definições antitéticas. A estrutura divide-se em duas partes onde a primeira apresenta as definições e a segunda questiona a busca humana por um sentimento tão paradoxal. A rima e figuras de linguagem como a antítese revelam a complexidade do amor.
O poema descreve o amor como um sentimento contraditório através de onze definições antitéticas. A estrutura divide-se em duas partes onde a primeira apresenta as definições e a segunda questiona a busca humana por um sentimento tão paradoxal. A rima e figuras de linguagem como a antítese revelam a complexidade do amor.
Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Tema: Amor, definido como um sentimento contraditório, mas
ainda assim procurado pelos corações humanos. Este tema das contradições do amor, expresso por antíteses à maneira petrarquista, é um lugar comum da lírica europeia quinhentista para evidenciar a impossibilidade de definir o amor.
Assunto: O sujeito poético apresenta várias definições
contraditórias para o amor e termina revelando que não entende a busca constante do ser humano por este sentimento, uma vez que ele é tão contraditório. Estrutura interna: O soneto divide-se em duas partes lógicas: Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; O amor é sofrimento é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer; 1ªparte: Fazem-se onze
é um andar solitário entre a gente; tentativas para definir o O amor é amor. desprendimento é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
O amor é doação é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor 2ªparte: As onze tentativas
O amor é paradoxo nos corações humanos amizade, são superadas por uma interrogação retórica. se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Onze tentativas para definir o amor:
Amor é: Um fogo que arde sem se ver; Ferida que dói; Um contentamento; Dor; Um não querer mais; Um andar solitário; Um nunca se contentar; Um cuidar que ganha; Querer estar preso; Servir a quem vence; Ter lealdade. O poema obedece ao seguinte esquema rimático:
Amor é fogo que arde sem se ver, A
é ferida que dói, e não se sente; B é um contentamento descontente, B é dor que desatina sem doer. A
É um não querer mais que bem querer; A
é um andar solitário entre a gente; B é nunca contentar-se de contente; B é um cuidar que ganha em se perder. A
É querer estar preso por vontade; C
é servir a quem vence, o vencedor; D é ter com quem nos mata, lealdade. C
Mas como causar pode seu favor D
nos corações humanos amizade, C se tão contrário a si é o mesmo Amor? D
Recursos expressivos presentes ao longo do poema:
-Antítese: atribui duas características opostas a uma mesma
realidade. (vv.1-2) -Anáfora: o sujeito poético repete o mesmo verbo «é» no início do verso 2 até ao verso 11. -Enumeração: apresenta várias características sobre o amor. -Metáfora: o sujeito poético exagera a força do sentimento amoroso «amor é um fogo…» (v.1) Estrutura externa O poema é um soneto, formado por duas quadras e dois tercetos.
Os versos são decassílabos, porque os versos têm 10 sílabas