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ANCAT explica circunstâncias que antecederam vídeo gravado por guarda-freios do eléctrico 28

A ANCAT - Associação Nacional dos Condutores de Animação Turística - foi informada que está a ser divulgado um vídeo nas redes sociais, filmado
junto à Sé de Lisboa, desde o interior do eléctrico 28 e pelo próprio guarda-freios, onde uma condutora de um veículo de animação turística,
modelo Piaggio, estacionada em cima da linha, sai da sua viatura e parte a janela do veículo da Carris.

A ANCAT, no sentido de prever eventuais notícias que possam resultar da propagação destas imagens, procurou contextualizar o que levou àquele
momento, já que a filmagem apresenta apenas a parte final do que realmente se passou e que, aparentemente, só interessa a quem a captou.

Segundo o que ANCAT apurou, a situação ocorreu no domingo, 3 de Abril, e começou quando o veículo Piaggio, com clientes a bordo, circulava na
Baixa a caminho da Sé, tendo parado no sinal vermelho da Rua da Conceição com a esquina da Rua da Madalena, local onde existe uma paragem da
Carris para o eléctrico 28.

A condutora, ao arrancar o veículo, este não obedeceu de imediato e o motor foi abaixo. O guarda-freios do eléctrico 28, que se encontrava atrás da
viatura de animação turística, em vez de contribuir para a resolução da situação esperando o reiniciar do veículo e demonstrando alguma paciência
– a mesma paciência que muitas vezes os condutores de animação turística demonstram em relação a situações em que os eléctricos da Carris
também têm as suas falhas mecânicas – optou por usar – e abusar, saliente-se – do sinal sonoro que deve ser apenas utilizado para situações de
aviso ou de evidente alarme, o que não era de todo o caso.

Acrescente-se que, durante a subida para a Sé, o mesmo guarda-freios, contra todas as regras de trânsito, continuou a fazer uso insistente do sinal
sonoro do seu veículo, provocando assim a condutora à sua frente.

Quando o veículo Piaggio chegou à Sé e fez sinal para estacionar, visto que ia vagar um lugar, o eléctrico chocou contra a traseira do veículo de
animação turística. Se o guarda-freios o fez de propósito ou não, isso será da responsabilidade da Carris de apurar. Tal situação provocou, primeiro,
a ira do passageiro do veículo de animação turística que quis tirar satisfações da atitude provocatória do guarda-freios.

O cliente, que batia insistentemente à porta do eléctrico, foi acalmado pela condutora que, nervosa com a situação, agravada ainda pelo constante
sinal sonoro do eléctrico, que continuava a fazer-se sentir de forma insistente, ao qual se juntaram ainda insultos proferidos pelo guarda-freios –, ao
regressar à viatura teve a atitude captada nas filmagens agora divulgadas e que o guarda-freio estava a fazer com o seu telemóvel.

O guarda-freios demonstrou assim, com a filmagem, uma premeditação resultante da provocação que vinha a fazer desde a Rua da Conceição, à
qual se deve acrescentar o choque na traseira da viatura e dos insultos que proferiu contra a condutora.

Saliente-se que a ANCAT sabe ainda que, no dia seguinte, a condutora deslocou-se à Carris para apresentar uma queixa contra a provocação do
guarda-freios e recebeu depois uma resposta da Carris a lamentar a atitude provocatória do seu funcionário.

A ANCAT lamenta igualmente a reacção da condutora, mas compreende as circunstâncias que levaram à mesma e espera que tal não se volte a
repetir.

A ANCAT sabe que a Carris, muitas vezes, tem de fazer mais do que serviço público de transporte e é também, via eléctrico 28, usada para animação
turística. Por isso, gostaria de manifestar que está empenhada a que, juntos - condutores de animação turística e funcionários da Carris –, criem
uma saudável convivência no difícil trânsito da Zona Histórica, pugnando pelo respeito e espírito de auto-ajuda, sabendo que este caso foi uma
excepção da qual convém tirar ensinamentos para o futuro.

Porque, no fundo, os turistas chegam e vão-se embora, mas condutores de animação turística e funcionários da Carris permanecem na cidade para
continuarem a trabalhar no dia seguinte.
Testemunho do Cliente:
Ex.mos senhores
Venho pelo presente confirmar tudo o que é dito no vosso comunicado, como sendo a verdade dos factos ocorridos a 3 de Abril de 2022, em Lisboa, junto à Sé de
Lisboa. O condutor da carris provocou constantemente a condutora após o sinal vermelho e em que o seu veículo não arrancou, tende mesmo embatido no veiculo
que nos transportava, a mim à minha esposa e à minha filha menor de idade, ponde em causa a nossa segurança.
Logo que paramos eu próprio tentei “tirar satisfações “ com o referido condutor da carris, que numa atitude provocatória olhava para mim com desdém e
protegido pela porta do elétrico fechada. ` não avancei para outro tipo de ação por causa da condutora que me acalmou. No entanto, ainda pondero apresentar
queixa, dentro dos prazos legais contra ao condutor da carris, pois pôs em perigo a minha família e, caso o vídeo completo seja divulgado, procederei judicialmente
contra ele e contra a carris. Esse senhor teve sempre uma atitude provocatória e premeditada em todo este processo, pois sempre filmou e provocou, em primeiro
lugar a mim mesmo e de seguida a condutora.
Para finalizar, louvo o profissionalismo da condutora que assim conseguiu acalmar-me e evitar mais confusões. A atitude da condutora foi provocada
constantemente pelo senhor dos carris.
Sem mais de momento, encontro-me disponível para qualquer outra situação.
Nuno Narciso Salgado Pacheco
Lisboa 14/06/2022

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